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Nina é uma bailarina de uma companhia e mora com a sua mãe super protetora que
era também bailarina e teve sua profissão interrompida pela gravidez. Dessa forma,
sua mãe coloca sua identidade sobre a identidade da filha fazendo com que Nina
tivesse um Eu fragilizado - Não vemos características próprias dela - e dominado
pelo Eu da mãe que por sua vez, insere muita pressão sobre o balé, a mantém em
uma criação infantilizada e controladora sobre a filha. Sua mãe não permite que
Nina tenha privacidade e suas relações sociais são baseadas na mãe e no balé.
Notamos que Nina vive em um laço simbiótico com a sua mãe e é fácil questionar,
até que ponto a personalidade dela vai e até que ponto a personalidade da mãe
dela começa? Até que ponto a personalidade da mãe está aflorada na filha?
Nós vemos a ambiguidade em vários momentos do filme, tanto nos cisnes (Branco e
Negro) quanto nas relações (No estado psicotico de Nina, ela passa a enxergar o
seu outro eu, nos outros) e nos espelhos. O psicótico tem um problema muito sério
com a imagem, muitas vezes ele não se reconhece dentro dele. Pode haver
estranhamento com o próprio corpo. A Nina se machuca para se perceber, para se
sentir, como uma conexão com o corpo dela.
Em sua busca pela perfeição, após muito ler sobre, é possível fazer um paralelo
com o que Lacan diz sobre o estágio do espelho onde o sujeito se percebe, e se
identifica com o outro ou outras imagens para assim conquistar a sua identidade
como sujeito. Nina não buscava apenas a perfeição para si, mas ser reconhecida
por ter sido perfeita no que faz e para assim, se enxergar. Percebemos inclusive
uma obsessão quando se trata disso.
Para finalizar, faço referência que o ideal do eu (no qual seria uma relação do seu
EU com o ideal pois em um dos momentos até rouba suas coisas e confessa que
quer ser perfeita como ela. Beth é uma personagem que aparentemente já passou
pelos processos do Cisne Negro e tem como um fator importante a sua auto
destruição.