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Gestao de Estoques Na Cadeia de Logistic
Gestao de Estoques Na Cadeia de Logistic
LOGÍSTICA INTEGRADA
Fernanda Costa Rabelo∗
Resumo. Este trabalho enfoca bases teóricas da Logística e seus principais desafios; mostrando a
ligação entre logística com suprimentos, fornecedores e estoques. Mostra a importância da
logística para a distribuição de produtos e produção de uma empresa, em outras palavras, a
execução das atividades relativas a movimentação de materiais e ao fluxo de informações, do
fornecedor ao consumidor final. Através do tempo surgiram outras teorias integrando diversas
áreas envolvidas na produção como a logística Integrada. No estudo de caso, procuramos
mostrar como a Embraer, principal exportadora do país, administra sua área de logística, a fim
de oferecer melhores serviços, reduzir seus custos e otimizar a sua produção.
Abstract. This work focuses theoretical bases of the Logistics and its main challenges; showing
the connection among logistics with supplies, vendors and stocks. It shows the importance of the
logistics for the distribution of products and production of a company, in other words, the
execution of the relative activities the movement of materials and to the flow of information, of the
vendor to the final consumer. Other theories have appeared integrating several areas involved in
the production as the integrated logistics. This case demonstrates how EMBRAER, which is the
Brazilian leader in export, manages its logistics, in order to provide better services, reduce costs
and optimize it’s production level.
∗
Orientado pelo professor Paulo Tadeu de Mello Lourenção, Doutor, da Univap.
Só houve um maior desenvolvimento da empresa atualmente, está dando importância a área de
logística quando a área de Marketing das empresas logística, tentando minimizar os custos.
começa a ter destaque e a produção volta-se mais para
o consumidor. Após 1950, foram detectadas mudanças
4. LOGÍSTICA-ASPECTOS TEÓRICOS
nos gostos dos consumidores e maiores variedades de
mercadorias. Houve migração de pessoas na área rural
Logística é a parte do processo da cadeia de
para a urbana e vice-versa sendo necessário criar
suprimento que aplica e controla com eficiência a
pontos de vendas adicionais. As empresas começam a
perceber que manter estoques não é vantajoso, gera estocagem e o fluxo de bens e serviços a partir do
custos altos e com isso passam essa função para seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender todos os requisitos e necessidades
fornecedor ou centrais de distribuição, fazendo com
dos consumidores.
que haja entregas mais freqüentes.
Com a recessão que veio após a Segunda Segundo Cavanha Filho (2001, p.4), “as
Guerra Mundial, as empresas foram forçadas a empresas de predominância logística/distribuição são
tentarem melhorar sua produtividade. As empresas fortemente apoiadas nos conceitos logísticos, sendo
americanas acreditavam que a única solução para a sua essência o tratamento correto dos fluxos
redução de custos e aumento da produtividade era logísticos. Apesar da não recente conceituação do
empregar a logística. assunto, mesmo porque desde os tempos mais remotos
de invasões militares, guerras e dominações, o tema já
A partir de 70, a logística já era adotada por recebia contribuição de diversos estudiosos, a questão
várias empresas, porém algumas ainda só se da logística vem se transformando e adaptando
preocupavam com o lucro, esquecendo dos custos. rapidamente, inclusive ocupando importantes espaços
Com as crises que se sucederam, as empresas em ciências e gerenciamento, mesmo com seus limites
passaram a se preocupar com a gestão de suprimentos. e interfaces e difícil circunscrição”.
Antigamente, as empresas só pensavam no
A logística integrada surgiu na década de 80 e lucro e não davam muita importância a outros fatores
evoluiu bastante nos 15 anos que se seguiram, isso como: seleção de fornecedores, ótimo atendimento ao
devido à revolução da tecnologia da informação. Hoje, cliente, etc. Esse fato trazia alguns pontos negativos
os mercados estão cada vez mais globalizados e como custos elevados, ciclos logísticos de maior
dinâmicos e os clientes cada vez mais exigentes. duração e nível de serviço prestado ao cliente
insatisfatório.
O grande crescimento da logística que houve no
Brasil se deu por vários fatores:- custos elevados nas
empresas – mudanças no mercado e nos canais de 5. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E
distribuição. – aparecimento de sistemas como Kanban DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
e Just in Time
Segundo Ballou (1993, p.38), “administração
3. OBJETIVO de materiais e distribuição física integram-se para
formar o que se chama hoje de logística empresarial.
O objetivo do trabalho é mostrar as mudanças Muitas companhias desenvolveram novos
ocorridas no setor logístico das empresas, organogramas para melhor tratar das atividades de
principalmente com a globalização. O trabalho suprimento e distribuição, freqüentemente dando tatus
apresenta o que as empresas estão fazendo para de alta administração para a função ao lado do
satisfazer seus clientes, a fim de garantir sua marketing e produção”. Ver Fig. 1
preferência. O enfoque principal é a gestão de
estoques. Procuramos mostrar que não são vantajosos,
pois o investimento feito em estoques pode ser mais
bem aproveitado em outro setor da empresa. Os
estoques devem ser administrados de maneira eficiente
para que não haja excesso de produtos ou falta que
reduza a margem de lucro da empresa. Para tal, as
empresas devem manter seus estoques em níveis
aceitáveis, que não acarretem maiores custos para ela.
Os estoques devem ser controlados baseando-se nos Fig.1- Escopo da logística empresarial
pedidos dos clientes e no tempo de entrega.
Analisando o caso Embraer, o trabalho mostra como a FONTE: Adaptado de Ballou (1993)
5.1. DISTRIBUIÇÃO FÍSICA de pedidos, também aumentam porque os depósitos
servem como pontos de processamento de pedidos.
Segundo Ballou (1993, p.40), “distribuição
física é o ramo da logística empresarial que trata da Para decidir o número de depósitos, o
movimentação, estocagem e processamento de pedidos administrador deve tentar balancear ou compensar
dos produtos finais da firma”. A preocupação da esses custos conflitantes. Isso leva ao menor custo para
distribuição física é com os bens acabados ou semi- o sistema de distribuição.
acabados. Deve-se planejar o abastecimento aos
clientes, filiais e depósitos com o objetivo de garantir ! Custo total: Segundo Ballou (1993, p. 45),
maiores vendas com menores estoques. A logística tem o conceito do custo total reconhece que os
total responsabilidade sob as mercadorias desde o custos individuais exibem comportamentos
instante em que a produção é finalizada e que o conflitantes e que os mesmos devem ser
comprador adquire a mercadoria. analisados de maneira geral a fim de se
chegar ao ponto ótimo.
5.1.1 COMO LIDAR COM OS PROBLEMAS
Como mostrado na Fig. 2, o custo total para
DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
determinado número de armazéns é a soma dos três
custos, formando a curva do custo total. Note que o
Serão apresentados a seguir três conceitos ponto de custo total mínimo não corresponde à mesma
essenciais para o gerenciamento da distribuição física: condição para a qual o custo de transporte é mínimo ou
! Compensação de custos: segundo Ballou que os custos de estoque ou processamento de pedidos
(1993, p.44), o conceito de compensação de são mínimos. Pelo contrário, o ponto de mínimo custo
custos reconhece que os modelos das fica num lugar intermediário entre eles. Reconheceu-se
diversas atividades da empresa são que administrar estoques, transportes e processamento
conflitantes entre si. de pedidos conjuntamente poderia levar a substanciais
reduções no custo quando comparado com a
administração dessas atividades em separado. A idéia
do custo total foi importante para decidir quais
atividades da firma deveriam ser agrupadas
conjuntamente e chamadas de distribuição física.
Entretanto, a idéia de compensação de custos nos
alerta para não basearmos a seleção do modal apenas
nos custos de transporte.
6.1.2. SINCRONIZAÇÃO
Fig.6 - Sincronização – Cenário B
A sincronização é o equilíbrio ideal entre FONTE: Adaptado de Ching (1999)
fornecimento do produto e demanda do consumidor. A
produção deve estar sempre em sincronia para saber o Na Fig. 6, observamos que a capacidade está
que, quando e quanto deve produzir. Para analisar a sendo bem empregada, havendo uma boa quantidade
sincronização são necessárias as seguintes ferramentas, de estoque, em função da estabilidade da demanda,
de acordo com Ching (1999 p.139): porém os estoques poderiam ser menores.
! Gráfico triplo: relaciona vendas,
produção e quantidade de estoque. Fig. 4 Segundo Ching (1999, p.144), a sincronização
ideal ocorre quando as barras de produção e demanda
são iguais nas semanas analisadas e a linha de
capacidade atende o nível normal de demanda sem
grandes estoques.De acordo com Ching (1999, p.121),
os requisitos para se obter a sincronização estão
indicados na Fig. 7.
De acordo com Henrique L. Corrêa e Irineu De acordo com Henrique Corrêa e Irineu
Gianesi (1993, p.59), na filosofia do JIT, o estoque Gianesi (1993, p.106), alguns pesquisadores
tem os seguintes significados: conhecedores do MRP descobriram que ele poderia ser
! São nocivos; utilizado também para o planejamento de outros
! Ocupam muito espaço; recursos de produção como, por exemplo,
! Requerem altos investimentos; necessidades de mão de obra e equipamentos.
! Não deixam visíveis os problemas de
produção que causam baixa qualidade e Era necessária mais informação adicional,
produtividade. como por exemplo, centros produtivos e roteiros de
produção usando a base de dados do MRP. O MRP
Metas colocadas pelo JIT permite um grande controle do processo do “chão da
fábrica”. O objetivo do MRPII é permitir o
Segundo Henrique Corrêa e Irineu Gianesi cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos
(1993, p.69) as metas do Just in time são: clientes com mínima formação de estoques,
! Defeitos = zero planejando as compras e a produção de itens
! Tempo de preparação (setup) = zero componentes para que ocorram apenas nos momentos
! Estoques = zero e nas quantidades necessárias.
! Movimentação = zero
! Quebra = zero Com o MRP todo o processo industrial torna-se
! Lead time = zero integrado, considerando a interdependência das
! Lote = unitário (uma peça) funções: planejamento de vendas, planejamento de
produção, planejamento de compras, programação
M.R.P- Material Requerimentos Planning (cálculo mestre de produção, planejamento financeiro, controle
das necessidades de materiais) de qualidade e demais processos de suporte à execução
dos planos de produção. O MRPII controla essas
O MRP é um sistema de controle de estoques atividades e fornece dados precisos sobre o que
que dá com precisão os volumes a serem comprados produzir, onde produzir e quanto produzir. Esse
sistema é mais adequado para as empresas tenham por relações de longo prazo com poucos fornecedores para
prioridade básica entregar as mercadorias de seus cada produto ou serviço. Isso leva a uma cooperação
clientes no prazo acordado e reduzir seus estoques. É mais próxima entre o cliente e seus fornecedores, além
um sistema de muito dinamismo. de simplesmente cotar e fornecer produtos.
FLUXO DE MATERIAIS
Fluxo sincrônico de material
Fluxo descontínuo de material
É o método de empurrar estoque. O fluxo contínuo é criticado por ter que
responder as necessidades dos clientes em um Lead
Time muito rápido, além de transferir os problemas de
estocagem aos fornecedores, aumentando seus custos.