Você está na página 1de 54

COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE

PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE


Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

SOBRE O AUTOR

Caio Felipe Caminha de Albuquerque é advogado, autor de materiais voltados para


concursos públicos e professor do AprovaçãoPGE.
Possui ampla experiência em concursos públicos, tendo sido aprovado em 6
procuradorias: PGM-JP (3º LUGAR), PGE-PE (10º LUGAR) PGE-MT, PGE-AM,
PGM-BH e PGE-SE.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 2


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO E OBRA

A Coleção Leis Comentadas-AprovaçãoPGE é mais uma ferramenta essencial para


tornar mais eficiente o estudo para concursos públicos.
O professor Caio Albuquerque escolheu as principais leis cobradas em provas,
separou os dispositivos em quadros (com cores, para facilitar a memorização) e realizou
comentários a todos os artigos com doutrina e muita jurisprudência, abordando os
principais tópicos de forma específica.
O presente E-book contém a Lei do Mandado de Injunção comentada, uma lei
muito importante para concursos públicos, especialmente da advocacia pública, e que é
deixada de lado por muitos estudantes.
Agora ficou mais fácil e prático estudar a lei seca.
Equipe AprovaçãoPGE

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 3


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

SUMÁRIO

Ponto 1 – Arts. 1º e 2º .................................................................................................. 6


1.1. Introdução ........................................................................................................... 6
1.2. Cabimento do Mandado de Injunção .................................................................. 7
1.3. Não cabimento do Mandado de Injunção ........................................................... 8
1.4. Competência para julgar o Mandado de Injunção ............................................ 11
1.4.1. Competência recursal ..................................................................................... 13
1.5. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos ....................................... 14
1.6. O que é importante decorar sobre os arts. 1º e 2º ............................................. 14
Ponto 2 – Art. 3º ......................................................................................................... 17
2.1. Legitimidade ativa e litisconsórcio ativo .......................................................... 17
2.2. Legitimidade passiva e litisconsórcio passivo .................................................. 18
2.3. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos ....................................... 19
2.4. O que é importante decorar sobre o art. 3º ....................................................... 19
Ponto 3 – Arts. 4º, 5º, 6º e 7º ..................................................................................... 20
3.1. Requisitos da petição inicial ............................................................................. 21
3.1.1. Pedido de produção de provas no Mandado de Injunção .............................. 22
3.1.2. Indeferimento da petição inicial .................................................................... 22
3.2. Procedimento após o recebimento da petição inicial........................................ 23
3.3. Tutela provisória no Mandado de Injunção ...................................................... 24
3.4. O que é importante decorar sobre os arts. 4º, 5º, 6º e 7º ................................... 25
Ponto 4 – Art. 8º ......................................................................................................... 27
4.1. Teorias e evolução da jurisprudência do STF sobre a decisão do Mandado de
Injunção .................................................................................................................... 27
4.2. Efeitos da decisão na Lei do Mandado de Injunção ......................................... 28
4.3. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos ....................................... 29
4.4. O que é importante decorar sobre o art. 8º ....................................................... 30
Ponto 5 – Art. 9º ......................................................................................................... 31
5.1. Alcance da decisão do Mandado de Injunção................................................... 31
5.2. Coisa julgada secundum eventum probationis ................................................. 32
5.3. O que é importante decorar sobre o art. 9º ....................................................... 32

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 4


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 6 – Art. 10 ........................................................................................................ 34


6.1. Coisa julgada e cláusula rebus sic stantibus no Mandado de Injunção ............ 34
6.2. Assertiva correta cobrada em concurso público ............................................... 34
6.3. O que é importante decorar sobre o art. 10 ....................................................... 35
Ponto 7 – Art. 11 ........................................................................................................ 36
7.1. Superveniência de norma regulamentadora ...................................................... 36
7.2. O que é importante decorar sobre o art. 11 ....................................................... 37
Ponto 8 – Art. 12 ........................................................................................................ 38
8.1. Mandado de Injunção Coletivo ......................................................................... 38
8.2. Legitimidade ativa para o Mandado de Injunção Coletivo............................... 39
8.3. Assertiva correta cobrada em concurso público ............................................... 40
8.4. O que é importante decorar sobre o art. 12 ....................................................... 41
Ponto 9 – Art. 13, 14 e 15 .......................................................................................... 43
9.1. Efeitos da decisão do Mandado de Injunção Coletivo e Litispendência .......... 43
9.2. Assertiva correta cobrada em concurso público ............................................... 44
9.3. O que é importante decorar sobre os arts. 13, 14 e 15 ...................................... 44
Ponto10 – O que é importante decorar de toda a Lei do Mandado de Injunção 46

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 5


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 1 – Arts. 1º e 2º
Art. 1º Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção
individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal.

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as
normas editadas pelo órgão legislador competente.

1.1. Introdução

O Mandado de Injunção é uma ação constitucional e tem previsão no art. 5º,


LXXI, da CF. Seu propósito é combater as omissões do Poder Público na concretização
de normas constitucionais. Diversas normas da Constituição Federal de 1988 são de
eficácia limitada, o que significa que elas dependem da atuação do legislador ordinário
para produzirem efeitos.
É certo que existem muitas omissões no ordenamento jurídico brasileiro. Seja por
falta de capacidade de concretização, seja (com maior frequência) por falta de vontade
política, diversos direitos subjetivos restam prejudicados. Nesse contexto, o Mandado de
Injunção serve como uma forma de o Poder Judiciário fiscalizar a atuação dos demais
Poderes (ou mesmo do próprio Judiciário, que também pode estar omisso) e de
confirmar a força normativa da Constituição.
A regulamentação do procedimento dessa ação constitucional ocorreu apenas
com a edição da Lei nº 13.300/2016. Contudo, o Supremo Tribunal Federal já entendia

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 6


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

que o art. 5º, LXXI, da CF era uma norma autoaplicável, que não precisaria de
regulamentação (MI 107-QO, Rel. Min. Moreira Alves, j. 23-11-1989, DJ de 21-9-1990).
A Lei nº 13.300/2016 representou um grande avanço por trazer um
procedimento que está de acordo com a natureza específica do Mandado de Injunção.
Além disso, houve a consolidação de diversos entendimentos já adotados pelo Supremo
Tribunal Federal.
Por fim, é importante mencionar que, diferentemente do Mandado de Segurança,
o Mandado de Injunção não deve ser classificado em preventivo ou repressivo. Isso
porque, segundo o STF, o reconhecimento da falta de regulamentação de uma norma
constitucional resulta, invariavelmente, na inviabilização do exercício do direito do
impetrante (MI 5.432-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 17-10-2013, DJe de 18-11-2013).

1.2. Cabimento do Mandado de Injunção

O Mandado de Injunção é uma ação mandamental que tem cabimento diante da


falta total ou parcial de uma norma infraconstitucional que impeça o exercício de direitos
e liberdades e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania,
conforme dispõe o art. 2º da Lei nº 13.300/2016.
Nesse contexto, existem dois requisitos que devem ser simultaneamente
cumpridos para que seja cabível a impetração do Mandado de Injunção: I- A existência
de uma omissão legislativa relativa a um direito ou liberdade garantidos
constitucionalmente; e II- A inviabilização de um direito, de uma liberdade
constitucional ou de alguma prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania ou à
cidadania do impetrante pela ausência dessa norma infraconstitucional regulamentadora
(MI 3.920-AgR, Rel. Min. Edson Fachin, j. 26-11-2015, DJe de 10-12-2015).
Além disso, o direito à regulamentação infraconstitucional somente poderá ser
invocado quando também existir uma previsão constitucional impondo o dever estatal

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 7


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

de editar norma sobre a matéria. Portanto, conforme afirmado pelo STF, somente será
cabível o Mandado de Injunção se houver uma correlação entre a imposição
constitucional de legislar, de um lado, e a existência de um direito público subjetivo à
legislação, de outro (MI 5.470-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29-10-2014, DJe de 20-
11-2014).
A ausência da norma regulamentadora que permite a impetração do Mandado de
Injunção pode ser total ou parcial. A omissão parcial existirá sempre que exista alguma
regulamentação infraconstitucional, mas que seja insuficiente para viabilizar o direito
subjetivo que o impetrante pretende exercer, nos termos do art. 2º, parágrafo único, da
Lei nº 13.300/2016.
Ademais, para que o Mandado de Injunção seja cabível, é necessário que a
omissão esteja relacionada a alguma norma constitucional de eficácia limitada, as quais
dependem da atuação do legislador infraconstitucional para a produção de efeitos. Dessa
forma, não será cabível a ação para questionar a ausência de leis regulamentando
dispositivos constitucionais autoaplicáveis ou mesmo de eficácia contida.

1.3. Não cabimento do Mandado de Injunção

O Supremo Tribunal Federal já reconheceu que o Mandado de Injunção não é


cabível nas seguintes hipóteses:
I- Quando a ação objetivar o exercício de um direito decorrente de norma
constitucional autoaplicável;
II- Quando a ação objetivar o exercício de direitos assegurados por normas
constitucionais de aplicação imediata e eficácia contida, que podem ser restringidas pela
legislação infracosntitucional;
III- Quando não houver um dever constitucional de legislar sobre a matéria;

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 8


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

IV- Quando houver um dever de legislar sobre a matéria, mas que decorra de uma
norma infraconstitucional;
V- Quando a ação objetivar apenas a declaração de inconstitucionalidade por
omissão, sem que haja um direito subjetivo do impetrante a ser resguardado;
VI- Quando o objetivo da ação for questionar a efetividade da norma
regulamentadora de um direito;
VII- Quando o objetivo da ação for exigir o cumprimento de lei regulamentadora
de dispostivo constitucional;
VIII- Quando o autor da ação pretender sanar a lacuna normativa do período
pretérito à edição da lei regulamentadora;
IX- Quando a ação decorrer de mera insatisfação do autor em relação à norma
regulamentadora;
X- Quando for necessário o exame do quadro fático para saber se a parte
impetrante preenche os requisitos necessários para o exercício de um direito;
XI- Quando a ação objetivar a impugnação de uma decisão judicial;
XII- Quando a ação envolver controvérsias advindas do exercício do direito
viabilizado por decisão de mandado de injunção;
XIII- Quando a ação tiver como objeto a realização da revisão geral anual
prevista no art. 37, X, da CF;
XIV- Quando o impetrante pretender o reconhecimento da periculosidade
inerente a determinada atividade para fins de viabilizar o exercício de direito à
aposentadoria especial;
* Observação: o STF já afirmou ser possível o reconhecimendo da mora
legislativa em relação à regulamentação da aposentadoria especial de servidores que
exercem atividade de risco nos casos em que a periculosidade seja inerente ao cargo.
XV- Quando o impetrante pretender o reconhecimento de omissão em relação à
criação de entidades de classe para a regulamentação de profissões, com base no art. 5º,
XIII, da CF, uma vez que não há qualquer direito subjetivo sendo inviabilizado;

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 9


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

XVI- Quando a ação objetivar o reconhecimento de direito à desaposentação,


uma vez que não há um dever constitucional de legislar sobre a matéria;
XVII- Quando a ação objetivar o reconhecimento de direito de servidor público
já aposentado à aposentadoria especial;
XVIII- Quando a ação objetivar conferir direito de negociação coletiva a
servidores públicos, considerando que a Constituição reservou esse direito aos
trabalhadores da iniciativa privada;
XIX- Quando o impetrante pretender a edição da lei complementar prevista no
art. 18, §4º, da CF (previsão do período em que será possível a criação, incorporação ou
o desmembramento de Municípios);
XX- Quando o impetrante pretender a contagem diferenciada e posterior
averbação de tempo de serviço prestado em condições especiais para cômputo de
aposentadoria especial;
XXI- Quando o objetivo da ação for a regulamentação da atividade de jogos de
bingo, considerando não haver comando constitucional que assegure esse direito.
Decisões relacionadas: MI 97-QO, Rel. Min. Sydney Sanches, j. 1º-2-1990 / MI
6.113-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, 22-5-2014 / MI 6.681-AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 7-4-2017 / MI 5.392-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 19-9-2013 / MI 498, Rel.
Min. Marco Aurélio, j. 6-1997 / MI 6.735-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 25-5-
2018 / MI 2.275-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 18-12-2013 / MI 3.709-AgR,
Rel. Min. Roberto Barroso, 11-12-2014 / MI 6.464-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 7-10-
2015 / MI 5.366-AgR, Rel. Min. Rosa Weber, j. 27-2-2014 / MI 2.889-AgR, Rel. Min.
Teoria Zavascki, j. 29-5-2013 / MI 2.096-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 9-3-2018 / MI
4.506-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 26-5-2017 / MI 6.234-AgR, Rel. Min. Dias
Toffoli, j. 29-6-2018 / MI 4.899-AgR-segundo-ED, Rel. Min. Luiz Fux, j. 16-6-2016 /
MI 6.883-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 25-5-2018 / MI 6.760-AgR, Rel. Min.
Gilmar Mendes, j. 1º-12-2017 / MI 6.533-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, j. 24-2-2017 / MI
4.398-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, j. 19-8-2015 / MI 4.243-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes,

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 10


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

j. 1º-8-2014 / MI 1.278-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 30-4-2014 / MI 766-AgR, Rel.


Min. Joaquim Barbosa, j. 21-10-2009.

1.4. Competência para julgar o Mandado de Injunção

A competência para processar e julgar o Mandado de Injunção é determinada pelo


órgão ou autoridade responsável pela edição da norma e que deve figurar no polo
passivo. Nesse sentido, a competência originária para julgar a ação será definida da
seguinte forma:
I- Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, da CF): Mandado de Injunção
contra: a) O Presidente da República; b) O Congresso Nacional; c) A Câmara dos
Deputados, o Senado Federal e as Mesas de cada uma dessas casas; d) O Tribunal de
Contas da União; e) Os Tribunais Superiores; e f) O próprio Supremo Tribunal Federal;
* Observação 1: Não é compete ao STF julgar Mandado de Injunção cujo objeto
seja a ausência de norma regulamentadora estadual (MI 6.067-AgR, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 30-4-2014, DJe de 19-5-2014).
* Observação 2: Sendo a omissão legislativa imputada a alguma das autoridades
previstas no art. 102, I, “q”, da CF, competirá ao STF julgar a demanda, ainda que o
Mandado de Injunção seja impetrado por servidores públicos municipais, estaduais ou
distritais (MI 4.950-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 30-4-2014, DJe de 16-5-2014).
* Observação 3: Compete ao STF julgar os Mandados de Injunção impetrados em
face do CNJ e do CNMP, tendo em vista o que dispõe o art. 102, I, “r”, da CF (ACO
1.801-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 27-10-2015, DJe de 13-11-2015).
II- Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, “h”, da CF): Tem competência para
julgar Mandado de Injunção em face de órgão, entidade ou autoridade federal, da
administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 11


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do


Trabalho e da Justiça Federal;
III- Justiça Federal: Tem competência para julgar Mandados de Injunção
impetrados contra órgão, entidade ou autoridade ligados à União, a entidade autárquica
ou a empresas públicas federais, excetuadas as causas sujeitas às Justiças Eleitoral e do
Trabalho (arts. 105, I, “h” e 109, I, da CF);
* Observação 4: O STF já decidiu que cabe à Justiça Federal julgar Mandado de
Injunção em face de omissão normativa imputada a autarquia federal, no caso, o Banco
Central do Brasil (MI 571-QO, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 8-10-1998, DJ de 20-11-
1998).
* Observação 5: O STJ já decidiu que compete à Justiça Federal julgar o Mandado
de Injunção relativo a omissão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), órgão
autônomo vinculado ao Ministério das Cidades (MI 193-DF, Rel. Min. Carlos Alberto
Menezes Direito, julgado em 22/5/2006).
IV- Justiça Estadual: Caberá às Constituições Estaduais definir a competência
para o julgamento do Mandado de Injunção no âmbito da Justiça Estadual, nos termos
do art. 125, §1º, da CF. Conforme leciona Marcelo Novelino (2017, p. 463), há Estados
em que o Tribunal de Justiça tem competência originária para julgar qualquer Mandado
de Injunção, independentemente da origem, enquanto que em outros optou-se por
conferir ao Tribunal de Justiça a competência para julgar a ação contra autoridades
estaduais e aos juízes de Direito a competência para julgar omissões de autoridades
municipais.
* Observação 6: O STF entende que a questão relativa à competência para
julgamento de Mandado de Injunção impetrado contra Prefeito situa-se no âmbito
infraconstitucional da legislação local, não podendo ser objeto de Recurso
Extraordinário (RE 614785-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, j. 4-11-2014, DJe de 24-11-
2014).

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 12


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

IV- Justiça do Trabalho: Terá competência para julgar Mandados de Injunção


quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta, e que veicule conteúdo afeto à
competência da Justiça Trabalhista (TST, AIRR – 1988-37. 2014.5.02.0373, j. 15-3-2017,
Rel. Min. Maurício Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT de 17-3-2017);
V- Justiça Eleitoral: Considerando o disposto nos arts. 105, I, “h” e 121, §4º, IV,
da CF, caberá à Justiça Eleitoral julgar Mandados de Injunção quando o conteúdo da
norma regulamentadora for afeto à competência dessa Justiça especializada.
VI- Justiça Militar: A regra é a mesma daquela aplicável à Justiça Eleitoral.
Considerando o disposto no art. 105, I, “h”, da CF, se o conteúdo da norma
regulamentadora for afeto à competência dessa Justiça Especializada, ela terá
competência para julgar o Mandado de Injunção.

1.4.1. Competência recursal

No primeiro grau de jurisdição, será cabível a interposição de apelação contra a


sentença do Mandado de Injunção. Por sua vez, caso a ação seja de competência
originária dos Tribunais, exceto os Superiores, será cabível apenas recurso extraordinário
ou recurso especial. Contudo, no caso dos Tribunais Regionais Eleitorais, o art. 121, §4º,
IV, da CF prevê o cabimento de recurso contra a decisão denegatória do Mandado de
Injunção, que será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
A Constituição Federal também prevê que será cabível recurso ordinário contra a
decisão denegatória do Mandado de Injunção julgado em única instância pelos Tribunais
Superiores. Nesse caso, o recurso ordinário será julgado pelo STF (art. 102, II, “a”, da
CF);

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 13


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Vale ressaltar que o recurso ordinário será cabível apenas contra a decisão do
Plenário do Tribunal Superior, não podendo ser interposto em face de decisões
monocráticas (MI 1.644-AgR, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 24-4-2013, DJe de 27-5-2013).

1.5. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos

 (CS-UFG/2018/SANEAGO/Assistente de Informática): Conceder-se-á


mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
 (CESPE/2018/PGM – Manaus/Procurador do Município): A concessão do
mandado de injunção está condicionada à ausência de norma regulamentadora
para o exercício de um direito, ainda que esta omissão seja parcial.

1.6. O que é importante decorar sobre os arts. 1º e 2º

 Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
 O dispositivo constitucional que prevê o Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, da
CF) é autoaplicável, mas foi regulamentado pela Lei nº 13.300/2016.
 Existem dois requisitos que devem ser simultaneamente cumpridos para que seja
cabível a impetração do Mandado de Injunção: I- A existência de uma omissão
legislativa relativa a um direito ou liberdade garantidos constitucionalmente; e II-
A inviabilização de um direito, de uma liberdade constitucional ou de alguma

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 14


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania ou à cidadania do impetrante


pela ausência dessa norma infraconstitucional regulamentadora.
 Para que o Mandado de Injunção seja cabível, é necessário que a omissão esteja
relacionada a alguma norma constitucional de eficácia limitada.
 A ausência da norma regulamentadora que permite a impetração do Mandado de
Injunção pode ser total ou parcial. A omissão parcial existirá sempre que exista
alguma regulamentação infraconstitucional, mas que seja insuficiente para
viabilizar o direito subjetivo que o impetrante pretende exercer.
 Principais hipóteses de não cabimento do Mandado de Injunção: I- Quando a
ação objetivar o exercício de um direito decorrente de norma constitucional
autoaplicável; II- Quando a ação objetivar o exercício de direitos assegurados por
normas constitucionais de aplicação imediata e eficácia contida, que podem ser
restringidas pela legislação infracosntitucional; III- Quando não houver um dever
constitucional de legislar sobre a matéria; IV- Quando houver um dever de legislar
sobre a matéria, mas que decorra de uma norma infraconstitucional; V- Quando a
ação objetivar apenas a declaração de inconstitucionalidade por omissão, sem que
haja um direito subjetivo do impetrante a ser resguardado; VI- Quando o objetivo
da ação for questionar a efetividade da norma regulamentadora de um direito;
VII- Quando o objetivo da ação for exigir o cumprimento de lei regulamentadora
de dispostivo constitucional; VIII- Quando o autor da ação pretender sanar a
lacuna normativa do período pretérito à edição da lei regulamentadora; IX-
Quando a ação decorrer de mera insatisfação do autor em relação à norma
regulamentadora; X- Quando for necessário o exame do quadro fático para saber
se a parte impetrante preenche os requisitos necessários para o exercício de um
direito; XI- Quando a ação objetivar a impugnação de uma decisão judicial; XII-
Quando a ação envolver controvérsias advindas do exercício do direito viabilizado
por decisão de mandado de injunção.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 15


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 A competência para processar e julgar o Mandado de Injunção é determinada pelo


órgão ou autoridade responsável pela edição da norma e que deve figurar no polo
passivo.
 Compete ao STF julgar Mandado de Injunção contra: a) O Presidente da
República; b) O Congresso Nacional; c) A Câmara dos Deputados, o Senado
Federal e as Mesas de cada uma dessas casas; d) O Tribunal de Contas da União;
e) Os Tribunais Superiores; e f) O próprio Supremo Tribunal Federal.
 Compete ao STJ julgar Mandado de Injunção em face de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
 Caberá às Constituições Estaduais definir a competência para o julgamento do
Mandado de Injunção no âmbito da Justiça Estadual.
 No primeiro grau de jurisdição, será cabível a interposição de apelação contra a
sentença do Mandado de Injunção. Por sua vez, caso a ação seja de competência
originária dos Tribunais, exceto os Superiores, será cabível apenas recurso
extraordinário ou recurso especial. Contudo, no caso dos Tribunais Regionais
Eleitorais, o art. 121, §4º, IV, da CF prevê o cabimento de recurso contra a
decisão denegatória do Mandado de Injunção, que será julgado pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
 Caberá recurso ordinário, que será julgado pelo STF, contra a decisão denegatória
do Mandado de Injunção julgado em única instância pelos Tribunais Superiores.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 16


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 2 – Art. 3º

Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas


naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade
com atribuição para editar a norma regulamentadora.

2.1. Legitimidade ativa e litisconsórcio ativo

A legitimidade ativa para impetrar Mandado de Injunção cabe a qualquer pessoa,


seja natural ou jurídica, que comprove ser titular de direitos, liberdades ou prerrogativas
que estejam sendo inviabilizados pela omissão legislativa, conforme dispõe o art. 3º da
Lei nº 13.300/2016.
A Lei do Mandado de Injunção não prevê expressamente, mas entendemos ser
possível a formação de litisconsórcio ativo, aplicando-se subsidiariamente o art. 113 do
CPC e o art. 10, §2º, da Lei nº 12.016/2009. Essa aplicação subsidiária encontra respaldo
no art. 14 da Lei nº 13.300/2016.
Portanto, o litisconsórcio ativo no Mandado de Injunção será facultativo, deverá
ser formado até o despacho da petição inicial e dependerá da existência de alguma das
hipóteses do art. 113 do CPC: I- comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide; II- conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; ou III- ocorrer afinidade de
questões por ponto comum de fato ou de direito.
O STF já admitiu Mandados de Injunção individuais com mais de um impetrante,
como no caso em que servidores militares inativos buscaram impugnar a omissão
legislativa em relação à norma regulamentadora do art. 8º, §3º, do ADCT (MI 562, Rel.
Min. Carlos Velloso, j. 20-2-2003, DJ de 20-6-2003).

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 17


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

2.2. Legitimidade passiva e litisconsórcio passivo

O polo passivo do Mandado de Injunção deve ser ocupado pelo Poder, órgão ou
autoridade que tenha atribuição para elaborar a norma infraconstitucional que
regulamente dispositivo da Constituição, de acordo com o art. 3º da Lei nº 13.300/2016.
Caso a norma seja de iniciativa privativa do Presidente da República, terá ele
legitimidade passiva para a ação. É o caso, por exemplo, de Mandados de Injunção
envolvendo normas previdenciárias de servidores públicos. Apesar de haver
competência legislativa concorrente para a matéria, cabe à União legislar sobre as normas
gerais, mediante iniciativa do Presidente, de modo que a ele caberá figurar no polo
passivo da demanda, e não o Governador do Estado dos servidores impetrantes (ARE
685002-AgR-segundo, Rel. Min. Rosa Weber, j. 25-6-2014, DJe de 19-8-2014).
É importante ressaltar que a legitimidade passiva para o Mandado de Injunção
não é conferida às pessoas privadas, sejam elas naturais ou jurídicas. Isso porque o único
objetivo da ação é corrigir uma lacuna normativa decorrente de uma omissão estatal, de
modo que os particulares não podem agir nesse sentido. Logo, apenas a autoridade,
órgão ou entidade que tenha o dever de regulamentar a norma constitucional dispõe de
legitimidade passiva (MI 4.142-AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, j. 18-12-2013, DJe de 18-2-
2014).
No que tange à formação de litisconsórcio passivo no Mandado de Injunção, o
STF entende que não é necessária a citação de outras pessoas, ao lado da autoridade
competente para a elaboração da norma regulamentadora, sejam elas naturais ou
jurídicas, particulares ou públicas (MI 345-AgR, Rel. Min. Octavio Galotti, j. 6-11-1991,
DJ de 13-12-1991).

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 18


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

2.3. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos

 (CESPE/2018/PGM – Manaus/Procurador do Município): Entre os legitimados


para a impetração do mandado de injunção, figura a pessoa natural.
 (FAUEL/2017/Prev São José/Advogado): Pessoas jurídicas podem figurar no
polo ativo em mandado de injunção.

2.4. O que é importante decorar sobre o art. 3º

 A legitimidade ativa para impetrar Mandado de Injunção cabe a qualquer pessoa,


seja natural ou jurídica, que comprove ser titular de direitos, liberdades ou
prerrogativas que estejam sendo inviabilizados pela omissão legislativa.
 O polo passivo do Mandado de Injunção deve ser ocupado pelo Poder, órgão ou
autoridade que tenha atribuição para elaborar a norma infraconstitucional que
regulamente dispositivo da Constituição.
 A legitimidade passiva para o Mandado de Injunção não é conferida às pessoas
privadas, sejam elas naturais ou jurídicas. Isso porque o único objetivo da ação é
corrigir uma lacuna normativa decorrente de uma omissão estatal, de modo que
os particulares não podem agir nesse sentido. Logo, apenas a autoridade, órgão ou
entidade que tenha o dever de regulamentar a norma constitucional dispõe de
legitimidade passiva.
 O STF entende que não é necessária a citação de outras pessoas, ao lado da
autoridade competente para a elaboração da norma regulamentadora, sejam elas
naturais ou jurídicas, particulares ou públicas.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 19


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 3 – Arts. 4º, 5º, 6º e 7º

Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual
e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que
está vinculado.
§ 1º Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e os documentos
que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos forem os impetrados.
§ 2º Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou
estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em
fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do
impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso,
ser juntada cópia à segunda via da petição.
§ 3º Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no
próprio instrumento da notificação.

Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada:


I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser
enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no
prazo de 10 (dez) dias, preste informações;
II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa
jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que,
querendo, ingresse no feito.

Art. 6º A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for
manifestamente incabível ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 20


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.

Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério
Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão
conclusos para decisão.

3.1. Requisitos da petição inicial

O art. 4º da Lei nº 13.300/2016 afirma que a petição inicial do Mandado de


Injunção deverá preencher os requisitos da lei processual. Dessa forma, a petição deve
atender, no que couber, ao disposto no art. 319 do CPC. A indicação da opção pela não
realização da audiência de conciliação ou de mediação não é necessária, uma vez que não
há previsão nesse sentido no procedimento do Mandado de Injunção. Também é
necessário que a peça inicial indique o órgão impetrado e a pessoa jurídica que ele integra
ou aquela a que está vinculado.
Outro requisito da petição inicial do Mandado de Injunção é a demonstração, de
modo concreto e específico, da inviabilização do exercício de direitos, liberdades ou
prerrogativas assegurados pela Constituição, em decorrência de omissão legislativa (MI
6.731-ED, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 19-11-2018, DJe de 29-11-2018).
É necessário que a petição inicial demonstre que o autor é titular de um direito
subjetivo à legislação, com fundamento constitucional, de modo a comprovar sua
legitimidade ativa (MI 5.926-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 10-4-2014, DJe de 2-6-
2014).
Nesse contexto, caberá também ao impetrante demonstrar a existência de um
nexo de causalidade entre a omissão normativa do poder público e a inviabilidade do
exercício do direito, liberdade ou prerrogativa, sob pena de indeferimento da petição
inicial (MI 6.934-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 17-9-2018, DJe de 2-10-2018).

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 21


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

É importante mencionar que o fato de o impetrante comprovar a legitimidade


ativa e a existência de um direito subjetivo à legislação não confere a ele capacidade
postulatória. Dessa forma, o impetrante deve estar representado por advogado e
apresentar procuração junto com a petição inicial, sob pena de indeferimento (MI 772-
AgR, Rel. Min. Celso de Mello, j. 24-10-2007, DJe de 20-3-2009).

3.1.1. Pedido de produção de provas no Mandado de Injunção

Conforme leciona Daniel Amorim Assumpção Neves (2017, p. 139), não é


necessário que a petição inicial do Mandado de Injunção contenha pedido de produção
de provas (art. 319, VI, do CPC). Isso porque o procedimento dessa ação constitucional
é específico e não inclui a realização de audiência instrutória, como será visto no tópico
seguinte. Portanto, cabe ao autor apresentar todas as provas junto com a petição de
impetração.
Caso o impetrante não tenha algum documento necessário para a comprovação
das alegações, por ele estar em repartição ou estabelecimento público, em poder de
autoridade ou de terceiro, o juiz ordenará, a pedido do impetrante, a exibição do
documento no prazo de 10 dias (art. 4º, §2º, da Lei nº 13.300/2016). Se o próprio
impetrado estiver em poder do documento e recusar-se a entregá-lo, a ordem será feita
no próprio instrumento da notificação (art. 4º, §3º, da Lei nº 13.300/2016).

3.1.2. Indeferimento da petição inicial

A petição inicial do Mandado de Injunção poderá ser liminarmente indeferida


sempre que a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente
improcedente, nos termos do art. 6º da Lei nº 13.300/2016. Conforme leciona Daniel

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 22


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Amorim Assumpção Neves (2017, p. 141), o manifesto não cabimento da ação resultará
na extinção sem resolução de mérito, no entanto, a manifesta improcedência configura
uma decisão liminar de mérito, semelhante àquela prevista no art. 332 do CPC.
O art. 6º, parágrafo único, da Lei nº 13.300/2016 prevê o cabimento da
interposição de agravo em face da decisão do relator que indeferir a petição inicial do
Mandado de Injunção. O dispositivo prevê o prazo de 5 dias para a interposição desse
recursos.
Apesar de o art. 1.070 do CPC determinar que o prazo para a interposição de
qualquer agravo seja de 15 dias, esse prazo não é aplicável ao procedimento do Mandado
de Injunção. Isso porque, conforme afirmado pelo STF, a Lei nº 13.300/2016 é especial
e posterior ao CPC/2015. Portanto, o prazo de 5 dias para a interposição do agravo
contra a decisão de indeferimento da petição inicial prevalece no âmbito do Mandado de
Injunção (MI 6730-AgR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, j. 16-3-2018, DJe de 27-3-
2018).

3.2. Procedimento após o recebimento da petição inicial

Uma vez recebida a petição inicial do Mandado de Injunção, o impetrado será


notificado para apresentar informações, no prazo de 10 dias (art. 5º, I, da Lei nº
13.300/2016). Além disso, será dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de
representação judicial da pessoa jurídica interessada, que poderá manifestar-se no feito
(art. 5º, II, da Lei nº 13.300/2016), assim como no Mandado de Segurança.
Vencido o prazo das informações, o Ministério Público terá a oportunidade de
apresentar manifestação, no prazo de 10 dias, na condição de fiscal do ordenamento
jurídico. Caso a manifestação não seja apresentada no prazo, os autos serão conclusos
para decisão (art. 7º da Lei nº 13.300/2016). Mesmo antes da edição da Lei nº
13.300/2016, o STF já adotava o entendimento de que a ausência de manifestação do

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 23


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ministério Público no Mandado de Injunção não seria causa de nulidade (MI 1.339-AgR,
Rel. Min. Celso de Mello, j. 13-6-2012, DJe 1º-10-2012).

3.3. Tutela provisória no Mandado de Injunção

A Lei nº 13.300/2016 não trouxe dispositivo prevendo a possibilidade de


concessão de medida liminar ou de tutela provisória no procedimento do Mandado de
Injunção, diferentemente da Lei do Mandado de Segurança (art. 7º, III).
Antes da edição da Lei do Mandado de Injunção, o STF firmou o entendimento
de que não seria cabível a concessão de providência cautelar ou de antecipação de tutela.
Para a Suprema Corte, os efeitos ordinários da decisão dessa ação constitucional
(determinação de prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora) não são compatíveis o deferimento da tutela provisória (MI 4.060-MC,
Rel. Min. Celso de Mello, j. 30-6-2011, DJe de 2-8-2011).
Entretanto, cabe ressaltar que o art. 14 da Lei nº 13.300/2016 prevê a aplicação
subsidiária do CPC e da Lei do Mandado de Segurança ao procedimento do Mandado de
Injunção. Nesse sentido, e considerando o poder geral de cautela do juiz, entedemos ser
possível a aplicação do art. 7º, III, da Lei nº 12.016/2009, bem como dos arts. 300 a 310
do CPC, para permitir a concessão de tutela provisória de urgência no âmbito do
Mandado de Injunção, como forma de evitar a eventual ineficácia da medida ou o perigo
de dano. No mesmo sentido leciona Daniel Amorim Assumpção Neves (2017, p. 141).
É necessário ter cuidado em provas de concursos públicos se esse tema for
cobrado, uma vez que o entendimento do Supremo Tribunal Federal ainda não foi
alterado.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 24


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

3.4. O que é importante decorar sobre os arts. 4º, 5º, 6º e 7º

 A petição inicial do Mandado de Injunção deverá preencher os requisitos


estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa
jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.
 O autor deverá demonstrar na petição inicial, de modo concreto e específico, da
inviabilização do exercício de direitos, liberdades ou prerrogativas assegurados
pela Constituição, em decorrência de omissão legislativa.
 Deverá ser demonstrada a existência de um nexo de causalidade entre a omissão
normativa do poder público e a inviabilidade do exercício do direito, liberdade ou
prerrogativa, sob pena de indeferimento da petição inicial
 É necessário que a petição inicial demonstre que o autor é titular de um direito
subjetivo à legislação, com fundamento constitucional, de modo a comprovar sua
legitimidade ativa.
 O impetrante deve estar representado por advogado e apresentar procuração
junto com a petição inicial, sob pena de indeferimento.
 Cabe ao autor apresentar todas as provas junto com a petição de impetração.
Caso não tenha algum documento necessário para a comprovação das alegações,
por ele estar em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade
ou de terceiro, o juiz ordenará, a pedido do impetrante, a exibição do documento
no prazo de 10 dias. Se o próprio impetrado estiver em poder do documento e
recusar-se a entregá-lo, a ordem será feita no próprio instrumento da notificação.
 A petição inicial do Mandado de Injunção poderá ser liminarmente indeferida
sempre que a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente
improcedente. O manifesto não cabimento da ação resultará na extinção sem
resolução de mérito, no entanto, a manifesta improcedência configura uma
decisão liminar de mérito.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 25


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 dias, para
o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
 Uma vez recebida a petição inicial do Mandado de Injunção, o impetrado será
notificado para apresentar informações, no prazo de 10 dias. Além disso, será
dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa
jurídica interessada, que poderá manifestar-se no feito. Vencido o prazo das
informações, o Ministério Público terá a oportunidade de apresentar
manifestação, no prazo de 10 dias, na condição de fiscal do ordenamento jurídico.
Caso a manifestação não seja apresentada no prazo, os autos serão conclusos para
decisão.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 26


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 4 – Art. 8º

Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:


I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou
das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o
interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora
legislativa no prazo determinado.
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput
quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

4.1. Teorias e evolução da jurisprudência do STF sobre a


decisão do Mandado de Injunção

Antes da edição da Lei nº 13.300/2016, a jurisprudência do STF sobre os efeitos


da decisão do Mandado de Injunção passou por uma evolução gradual. Nesse contexto,
as seguintes teorias surgiram:
I- Corrente não concretista: Defende que o Poder Judiciário não poderia suprir a
omissão legislativa, editando o ato normativo omitido, ou mesmo ordenar ato concreto
de satisfação do direito reclamado. A declaração da mora legislativa teria o único
propósito de dar ciência ao Poder omisso para a adoção das providências necessárias.
Foi o entendimento inicialmente adotado pelo STF (MI 168, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, j. 21-3-1990, DJ de 20-4-1990);

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 27


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

II- Corrente concretista: Defendem uma atuação do Poder Judiciário no sentindo


de resguardar o direito do impetrante. Existem três teorias que adotam essa corrente:
a) Teoria concretista intermediária: O Judiciário primeiro deve declarar a omissão
do dever de regulamentar dispositivo constitucional. Caso não sejam tomadas
providências, o direito do impetrante será assegurado pela própria decisão do Mandado
de Injunção (MI 232, Rel. Min. Moreira Alves, j. 2-8-1991, DJ de 27-3-1992);
b) Teoria concretista direta individual: Permite que o Poder Judiciário concretize
diretamente o direito subjetivo constitucional não regulamentado, tendo a decisão efeito
apenas entre as partes da ação (MI 3.564-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 17-10-
2013, DJe de 18-11-2013);
c) Teoria concretista direta geral: Permite que o Poder Judiciário concretize
diretamente o direito subjetivo constitucional não regulamentado, conferindo à decisão
efeitos erga omnes, alcançando todos os titulares do direito (MI 708, Rel. Min. Gilmar
Mendes, j. 25-10-2007, DJe de 31-10-2008).
* Observação: é importante mencioanar que existem outras nomenclaturas que se
referem às correntes mencionadas. Daniel Amorim Assumpção Neves (2017, pp. 128 a
130) adota as seguintes: a) Teoria da subsidiariedade (equivale à corrente não
concretista); b) Teoria da independência jurisdicional (equivale à teoria concretista geral);
e c) Teoria da resolutividade (equivale à teoria concretista individual).

4.2. Efeitos da decisão na Lei do Mandado de Injunção

A Lei nº 13.300/2016 adotou como regra a teoria concretista intermediária,


devendo a decisão do Mandado de Injunção determinar prazo razoável para que o
impetrado promova a edição da norma regulamentadora (art. 8º, I). Para o caso de não
serem tomadas providências, a própria decisão já deve estabelecer as condições em que
se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 28


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a


exercê-los (art. 8º, II).
Por outro lado, se o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma, será utilizada da teoria
concretista direta individual, podendo o juiz fixar de plano as providências necessárias
para o gozo do direito reclamado (art. 8º, parágrafo único).
Cabe mencionar, ainda, que o STF entende que não é possível a desistência do
Mandado de Injunção após o início do julgamento, quando a maioria dos Ministros já
houver se manifestado favoravelmente à concessão da medida (MI 712-QO, Rel. Min.
Eros Grau, j. 15-10-2007, DJe de 23-11-2007).

4.3. Assertivas corretas cobradas em concursos públicos

 (FUMARC/2018/PC-MG/Delegado de Polícia Substituto): A partir de


julgamentos mandados de injunção coletivos, em 2007, entre eles o MI 708, o
Supremo Tribunal Federal alterou seu entendimento acerca dos efeitos e da
abrangência da decisão. Corresponde a essa mudança: O Supremo Tribunal
Federal passou a aplicar, no entendimento da maioria dos Ministros, a teoria
concretista, afirmando a competência do Judiciário para regulamentar, no caso
concreto, a falta da norma regulamentadora.
 (FCC/2017/TRT – 21ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária): A decisão
proferida em mandado de injunção determinará prazo razoável para que o
impetrado promova a edição da norma regulamentadora e estabelecerá as
condições em que se dará o exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas
reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover
ação própria visando a exercê-los, caso não suprida a mora legislativa no prazo
determinado, salvo se comprovado que o impetrado deixou de atender, em

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 29


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma,


quando então se deixará de fixar prazo, estabelecendo-se de imediato as condições
de exercício do direito, liberdade ou prerrogativa reclamado.

4.4. O que é importante decorar sobre o art. 8º

 Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I -


determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-
los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.
 Será dispensada a determinação de prazo para que seja sana a aomissão quando
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
 Não é possível a desistência do Mandado de Injunção perante o STF após o início
do julgamento, quando a maioria dos Ministros já houver se manifestado
favoravelmente à concessão da medida.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 30


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 5 – Art. 9º

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto
da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração fundada em outros elementos probatórios.

5.1. Alcance da decisão do Mandado de Injunção

O art. 9º da Lei nº 13.300/2016 estabelece que a regra é que a decisão do


Mandado de Injunção tenha sua eficácia subjetiva limitada às partes e produza efeitos até
o advento da norma regulamentadora. Entretanto, o §1º do art. 9º da Lei nº 13.300/2016
permite também que a decisão tenha eficácia ultra partes ou erga omnes, quando isso for
inerente ou indispensável à solução da controvérsia. Dessa forma, a Lei nº 13.300/2016
permitiu a utilização da teoria concretista geral.
Por sua vez, o §2º do art. 9º da Lei nº 13.300/2016 prevê a possibilidade de o
relator estender os efeitos da decisão do Mandado de Injunção aos casos análogos,
permitindo a solução do feito por decisão monocrática.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 31


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

5.2. Coisa julgada secundum eventum probationis

O §3º do art. 9º da Lei nº 13.300/2016 prevê uma hipótese de coisa julgada


secundum eventum probationis para a decisão que indefere o pedido por insuficiência de
provas. Segundo a lição de Daniel Amorim Assumpção Neves (2017 p. 144), essa
espécie de coisa julgada é tradicional na tutela de direitos transindividuais por meio do
processo coletivo e aplicável tanto ao Mandado de Injunção individual como ao coletivo.
Portanto, havendo indeferimento do pedido do Mandado de Injunção por
insuficiência de provas, o autor poderá renovar a impetração, desde que fundada em
outros elementos probatórios.

5.3. O que é importante decorar sobre o art. 9º

 A decisão do Mandado de Injunção terá eficácia subjetiva limitada às partes e


produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
 Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa
objeto da impetração.
 Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
 Nesse contexto, tem-se o seguinte esquema: I- A regra é a adoção da teoria
concretista intermediária, com eficácia subjetiva inter partes; II- Caso já tenha sido
concedido prazo para edição da norma regulamentadora em outro Mandado de
Injunção, será possível a utilização da teoria concretista direta individual, com
eficácia subjetiva também inter partes; e III- Sendo necessário à solução da
controvérsia, poderá ser adotada a teoria concretista geral, tendo a decisão eficácia
subjetiva ultra partes ou erga omnes.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 32


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 O indeferimento do pedido do Mandado de Injunção por insuficiência de prova


não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios,
formando coisa julgada secundum eventum probationis.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 33


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 6 – Art. 10

Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de
fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento
estabelecido nesta Lei.

6.1. Coisa julgada e cláusula rebus sic stantibus no Mandado


de Injunção

A coisa julgada da sentença do Mandado de Injunção é regida pela cláusula rebus


sic stantibus. De acordo com a definição dada pelo STJ, a coisa julgada nessa espécie de
decisão tem sua força mantida enquanto continuarem inalterados o estado do direito e o
suporte fático sobre os quais se estabeleceu o juízo de certeza (Resp 1.103.584-DF, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2010). Essa cláusula existe nas decisões relativas a
relações jurídicas de trato continuado, conforme dispõe o art. 505, I, do CPC.
Nesse sentido, de acordo com o art. 10 da Lei nº 13.300/2016, a decisão do
Mandado de Injunção poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, desde que
comprovada a superveniência de relevantes modificações das circunstâncias fáticas ou
jurídicas que fundamentaram a sentença, sem prejuízo dos efeitos pretéritos. Para tanto,
será necessária a propositura de uma ação revisional, cujo procedimento será, no que
couber, o mesmo do Mandado de Injunção (art. 10, parágrafo único).

6.2. Assertiva correta cobrada em concurso público

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 34


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 (VUNESP/2018/PauliPrev/Procurador Autárquico): No que se refere ao


mandado de injunção, é correto afirmar que, sem prejuízo dos efeitos já
produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado,
quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de
direito.

6.3. O que é importante decorar sobre o art. 10

 A coisa julgada da sentença do Mandado de Injunção é regida pela cláusula rebus


sic stantibus. Assim, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes
modificações das circunstâncias de fato ou de direito. A ação de revisão
observará, no que couber, o procedimento do Mandado de Injunção.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 35


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 7 – Art. 11

Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação


aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma
editada lhes for mais favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for
editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.

7.1. Superveniência de norma regulamentadora

O art. 11 da Lei nº 13.300/2016 prevê duas situações diferentes de superveniência


da norma regulamentadora do direito que se busca resguardar pelo Mandado de
Injunção: I- Superveniência da regulamentação após o trânsito em julgado da decisão da
ação (caput); e II- Superveniência da regulamentação no curso do processo (parágrafo
único).
Caso a norma que regulamenta dispositivo constitucional seja editada após o
trânsito em julgado da decisão do Mandado de Injunção, seus efeitos serão produzidos
de forma prospectiva (ex nunc), não afetando a coisa julgada e a segurança jurídica.
Entretanto, a própria Lei nº 13.300/2016 estabelece a possibilidade de aplicação
retroativa da regulamentação, desde que seja mais favorável ao beneficiário. Essa
previsão está de acordo com a jurisprudência do STF, que entende que a garantia do
direito adquirido prevista no art. 5º, XXXVI, da CF não impede a edição, pelo Poder
Público, de normas retroativas em benefício do particular (RE 184.099, Rel. Min.
Octavio Galloti, j. 10-12-1996, DJ de 18-4-1997).
Por outro lado, a superveniência da norma regulamentadora no curso do
procedimento do Mandado de Injunção resultará na sua extinção sem resolução de

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 36


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

mérito por perda superveniente do objeto, conforme já entendia o STF (MI 6.858-AgR,
Rel. Min. Edson Fachin, j. 15-6-2018, DJe de 1º-8-2018). Conforme já mencionado, o
Mandado de Injunção não é cabível se o objetivo for sanar lacuna normativa relativa ao
período pretérito à edição da lei regulamentadora (MI 3.709-AgR, Rel. Min. Roberto
Barroso, 11-12-2014).

7.2. O que é importante decorar sobre o art. 11

 A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos


beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma
editada lhes for mais favorável.
 Caso a norma regulamentadora seja editada no curso do Mandado de Injunção, o
processo deverá ser extinto sem resolução de mérito por perda superveniente do
objeto. Isso porque o Mandado de Injunção não é cabível se o objetivo for sanar
lacuna normativa relativa ao período pretérito à edição da lei regulamentadora.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 37


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 8 – Art. 12

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:


I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis;
II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com
a finalidade partidária;
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos,
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial;
IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para
a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos
necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado
de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade
indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.

8.1. Mandado de Injunção Coletivo

Os arts. 12 e 13 da Lei nº 13.300/2016 tratam do regramento do Mandado de


Injunção Coletivo. O procedimento dessa demanda é o mesmo do Mandado de
Injunção Individual, tendo em vista a ausência de regras procedimentais específicas.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 38


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

O parágrafo único do art. 12 da Lei nº 13.300/2016 prevê os direitos, as


liberdades e as prerrogativas protegidos pelo Mandado de Injunção Coletivo:
I- Os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas:
correspondem aos Direitos Difusos, conforme definidos pelo art. 81, parágrafo único, I,
do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II- Os pertencentes a uma coletividade de pessoas determinada por grupo, classe
ou categoria: correspondem aos Direitos Coletivos, conforme a definição do art. 81,
parágrafo único, II, do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível de que
seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária
por uma relação jurídica base.
É interessante notar que a Lei nº 13.300/2016 não incluiu os Direitos Individuais
Homogêneos no rol de direitos que podem ser defendidos mediante Mandado de
Injunção Coletivo. Diferentemente, o Mandado de Segurança Coletivo permite a
proteção dos Direitos Coletivos e dos Direitos Individuais Homogêneos, sem previsão
de proteção dos Direitos Difusos, nos termos do art. 21, parágrafo único, da Lei nº
12.016/2009.

8.2. Legitimidade ativa para o Mandado de Injunção Coletivo

O art. 12 da Lei nº 13.300/2016 prevê o rol de legitimados para a propositura do


Mandado de Injunção Coletivo, com importantes inovações em relação ao rol de
legitimados do Mandado de Segurança Coletivo (art. 21 da Lei nº 12.016/2009):
I- Ministério Público: pode impetrar Mandado de Injunção Coletivo quando a
tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis. Não está previsto no
rol de legitimados para a propositura do Mandado de Segurança Coletivo;

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 39


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

II- Defensoria Pública: pode impetrar Mandado de Injunção Coletivo quando a


tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a
defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. Assim como o Ministério
Público, a Defensoria Pública não está prevista no rol de legitimados para a propositura
do Mandado de Segurança Coletivo;
III- Partido político com representação no Congresso Nacional: pode impetrar
Mandado de Injunção Coletivo, mas de maneira mais restrita. Somente terá legitimidade
ativa quando a ação tiver o objetivo de assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária. Assim, são
necessárias a representação no Congresso Nacional e a comprovação da pertinência
temática para a impetração do Mandado de Injunção Coletivo por Partidos Políticos;
IV- Organização sindical, entidade de classe ou associação: podem impetrar
Mandado de Injunção Coletivo para assegurar o exercício de direitos, liberdades e
prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades. Dessa forma, é
exigida a pertinência temática entre as finalidades dessas entidades e o objeto do
Mandado de Injunção. Apenas as associações devem comprovar a constituição e o
funcionamento há pelo menos 1 ano para exercer o direito de ação. Além disso,
considerando tratar-se de uma hipótese de legitimação extraordinária, é dispensada a
autorização especial dos substituídos, assim como ocorre com o Mandado de Segurança
Coletivo (Súmula nº 629 do STF).

8.3. Assertiva correta cobrada em concurso público

 (FAUEL/2017/Prev São José/Advogado): A Defensoria Pública é uma das


legitimadas a propor mandado de injunção coletivo.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 40


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

8.4. O que é importante decorar sobre o art. 12

 O Mandado de Injunção Coletivo é cabível para a proteção dos seguintes direitos:


I- Os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas:
correspondem aos Direitos Difusos, conforme definidos pelo art. 81, parágrafo
único, I, do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; e II-
Os pertencentes a uma coletividade de pessoas determinada por grupo, classe ou
categoria: correspondem aos Direitos Coletivos, conforme a definição do art. 81,
parágrafo único, II, do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível
de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base.
 Não há previsão de cabimento de Mandado de Injunção Coletivo para a defesa de
Direitos Individuais Homogêneos.
 O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: I - pelo Ministério Público,
quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis; II - por partido político com representação no Congresso Nacional,
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; III - por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos,
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial; e IV - pela Defensoria Pública,
quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 41


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados,


na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 42


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto 9 – Art. 13, 14 e 15

Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente
às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos
pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º.
Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação
aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
ciência comprovada da impetração coletiva.

Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado


de segurança, disciplinado pela Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de
Processo Civil, instituído pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei nº
13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em seus arts. 1.045 e 1.046.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

9.1. Efeitos da decisão do Mandado de Injunção Coletivo e


Litispendência

A coisa julgada da sentença do Mandado de Injunção Coletivo, em regra, produz


efeitos apenas em relação às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou
da categoria substituídos pelo impetrante, conforme dispõe o art. 13 da Lei nº
13.300/2016. Contudo, é possível a aplicação da regra do art. 9º, §1º, de modo a ser
conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 43


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da


impetração.
Naturalmente, a sentença do Mandado de Injunção impetrado para a proteção de
direitos ou interesses difusos terá eficácia erga omnes, em razão da indeterminação dos
beneficiários, de acordo com o art. 103, I, do CDC.
Ademais, uma vez julgado o Mandado de Injunção Coletivo, será possível a
extensão dos efeitos da decisão aos demais Mandados de Injunção análogos, por decisão
monocrática do relator, segundo o art. 9º, §2º, da Lei nº 13.300/2016.
Por fim, cabe ressaltar que, assim como ocorre com o Mandado de Segurança
Coletivo, o Mandado de Injunção Coletivo não induz litispendência em relação aos
processos individuais, uma vez que as partes não são idênticas (art. 337, §§1º e 2º, do
CPC). Entretanto, o impetrante somente será beneficiado pela coisa julgada coletiva se
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 dias, a contar da
comprovada ciência da impetração coletiva, nos termos do art. 13, parágrafo único, da
Lei nº 13.300/2016.

9.2. Assertiva correta cobrada em concurso público

 (FAUEL/2017/Prev São José/Advogado): O mandado de injunção coletivo não


induz litispendência em relação aos mandados de injunção individuais.

9.3. O que é importante decorar sobre os arts. 13, 14 e 15

 No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às


pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria
substituídos pelo impetrante. Entretanto, pode ser conferida eficácia ultra partes ou

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 44


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do


direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
 Uma vez julgado o Mandado de Injunção Coletivo, será possível a extensão dos
efeitos da decisão aos Mandados de Injunção análogos, por decisão monocrática
do relator.
 O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 dias a contar da
ciência comprovada da impetração coletiva.
 Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de
segurança e do Código de Processo Civil.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 45


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Ponto10 – O que é importante decorar de


toda a Lei do Mandado de Injunção

 Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.
 O dispositivo constitucional que prevê o Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI, da
CF) é autoaplicável, mas foi regulamentado pela Lei nº 13.300/2016.
 Existem dois requisitos que devem ser simultaneamente cumpridos para que seja
cabível a impetração do Mandado de Injunção: I- A existência de uma omissão
legislativa relativa a um direito ou liberdade garantidos constitucionalmente; e II-
A inviabilização de um direito, de uma liberdade constitucional ou de alguma
prerrogativa inerente à nacionalidade, à soberania ou à cidadania do impetrante
pela ausência dessa norma infraconstitucional regulamentadora.
 Para que o Mandado de Injunção seja cabível, é necessário que a omissão esteja
relacionada a alguma norma constitucional de eficácia limitada.
 A ausência da norma regulamentadora que permite a impetração do Mandado de
Injunção pode ser total ou parcial. A omissão parcial existirá sempre que exista
alguma regulamentação infraconstitucional, mas que seja insuficiente para
viabilizar o direito subjetivo que o impetrante pretende exercer.
 Principais hipóteses de não cabimento do Mandado de Injunção: I- Quando a
ação objetivar o exercício de um direito decorrente de norma constitucional
autoaplicável; II- Quando a ação objetivar o exercício de direitos assegurados por
normas constitucionais de aplicação imediata e eficácia contida, que podem ser
restringidas pela legislação infracosntitucional; III- Quando não houver um dever
constitucional de legislar sobre a matéria; IV- Quando houver um dever de legislar

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 46


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

sobre a matéria, mas que decorra de uma norma infraconstitucional; V- Quando a


ação objetivar apenas a declaração de inconstitucionalidade por omissão, sem que
haja um direito subjetivo do impetrante a ser resguardado; VI- Quando o objetivo
da ação for questionar a efetividade da norma regulamentadora de um direito;
VII- Quando o objetivo da ação for exigir o cumprimento de lei regulamentadora
de dispostivo constitucional; VIII- Quando o autor da ação pretender sanar a
lacuna normativa do período pretérito à edição da lei regulamentadora; IX-
Quando a ação decorrer de mera insatisfação do autor em relação à norma
regulamentadora; X- Quando for necessário o exame do quadro fático para saber
se a parte impetrante preenche os requisitos necessários para o exercício de um
direito; XI- Quando a ação objetivar a impugnação de uma decisão judicial; XII-
Quando a ação envolver controvérsias advindas do exercício do direito viabilizado
por decisão de mandado de injunção.
 A competência para processar e julgar o Mandado de Injunção é determinada pelo
órgão ou autoridade responsável pela edição da norma e que deve figurar no polo
passivo.
 Compete ao STF julgar Mandado de Injunção contra: a) O Presidente da
República; b) O Congresso Nacional; c) A Câmara dos Deputados, o Senado
Federal e as Mesas de cada uma dessas casas; d) O Tribunal de Contas da União;
e) Os Tribunais Superiores; e f) O próprio Supremo Tribunal Federal.
 Compete ao STJ julgar Mandado de Injunção em face de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da
Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
 Caberá às Constituições Estaduais definir a competência para o julgamento do
Mandado de Injunção no âmbito da Justiça Estadual.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 47


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 No primeiro grau de jurisdição, será cabível a interposição de apelação contra a


sentença do Mandado de Injunção. Por sua vez, caso a ação seja de competência
originária dos Tribunais, exceto os Superiores, será cabível apenas recurso
extraordinário ou recurso especial. Contudo, no caso dos Tribunais Regionais
Eleitorais, o art. 121, §4º, IV, da CF prevê o cabimento de recurso contra a
decisão denegatória do Mandado de Injunção, que será julgado pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
 Caberá recurso ordinário, que será julgado pelo STF, contra a decisão denegatória
do Mandado de Injunção julgado em única instância pelos Tribunais Superiores.
 A legitimidade ativa para impetrar Mandado de Injunção cabe a qualquer pessoa,
seja natural ou jurídica, que comprove ser titular de direitos, liberdades ou
prerrogativas que estejam sendo inviabilizados pela omissão legislativa.
 O polo passivo do Mandado de Injunção deve ser ocupado pelo Poder, órgão ou
autoridade que tenha atribuição para elaborar a norma infraconstitucional que
regulamente dispositivo da Constituição.
 A legitimidade passiva para o Mandado de Injunção não é conferida às pessoas
privadas, sejam elas naturais ou jurídicas. Isso porque o único objetivo da ação é
corrigir uma lacuna normativa decorrente de uma omissão estatal, de modo que
os particulares não podem agir nesse sentido. Logo, apenas a autoridade, órgão ou
entidade que tenha o dever de regulamentar a norma constitucional dispõe de
legitimidade passiva.
 O STF entende que não é necessária a citação de outras pessoas, ao lado da
autoridade competente para a elaboração da norma regulamentadora, sejam elas
naturais ou jurídicas, particulares ou públicas.
 A petição inicial do Mandado de Injunção deverá preencher os requisitos
estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa
jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 48


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 O autor deverá demonstrar na petição inicial, de modo concreto e específico, da


inviabilização do exercício de direitos, liberdades ou prerrogativas assegurados
pela Constituição, em decorrência de omissão legislativa.
 Deverá ser demonstrada a existência de um nexo de causalidade entre a omissão
normativa do poder público e a inviabilidade do exercício do direito, liberdade ou
prerrogativa, sob pena de indeferimento da petição inicial
 É necessário que a petição inicial demonstre que o autor é titular de um direito
subjetivo à legislação, com fundamento constitucional, de modo a comprovar sua
legitimidade ativa.
 O impetrante deve estar representado por advogado e apresentar procuração
junto com a petição inicial, sob pena de indeferimento.
 Cabe ao autor apresentar todas as provas junto com a petição de impetração.
Caso não tenha algum documento necessário para a comprovação das alegações,
por ele estar em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade
ou de terceiro, o juiz ordenará, a pedido do impetrante, a exibição do documento
no prazo de 10 dias. Se o próprio impetrado estiver em poder do documento e
recusar-se a entregá-lo, a ordem será feita no próprio instrumento da notificação.
 A petição inicial do Mandado de Injunção poderá ser liminarmente indeferida
sempre que a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente
improcedente. O manifesto não cabimento da ação resultará na extinção sem
resolução de mérito, no entanto, a manifesta improcedência configura uma
decisão liminar de mérito.
 Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 dias, para
o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
 Uma vez recebida a petição inicial do Mandado de Injunção, o impetrado será
notificado para apresentar informações, no prazo de 10 dias. Além disso, será
dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 49


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

jurídica interessada, que poderá manifestar-se no feito. Vencido o prazo das


informações, o Ministério Público terá a oportunidade de apresentar
manifestação, no prazo de 10 dias, na condição de fiscal do ordenamento jurídico.
Caso a manifestação não seja apresentada no prazo, os autos serão conclusos para
decisão.
 Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I -
determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma
regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos
direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-
los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.
 Será dispensada a determinação de prazo para que seja sana a aomissão quando
comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção
anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.
 Não é possível a desistência do Mandado de Injunção perante o STF após o início
do julgamento, quando a maioria dos Ministros já houver se manifestado
favoravelmente à concessão da medida.
 A decisão do Mandado de Injunção terá eficácia subjetiva limitada às partes e
produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
 Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for
inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa
objeto da impetração.
 Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos
análogos por decisão monocrática do relator.
 Nesse contexto, tem-se o seguinte esquema: I- A regra é a adoção da teoria
concretista intermediária, com eficácia subjetiva inter partes; II- Caso já tenha sido
concedido prazo para edição da norma regulamentadora em outro Mandado de

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 50


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Injunção, será possível a utilização da teoria concretista direta individual, com


eficácia subjetiva também inter partes; e III- Sendo necessário à solução da
controvérsia, poderá ser adotada a teoria concretista geral, tendo a decisão eficácia
subjetiva ultra partes ou erga omnes.
 O indeferimento do pedido do Mandado de Injunção por insuficiência de prova
não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios,
formando coisa julgada secundum eventum probationis.
 A coisa julgada da sentença do Mandado de Injunção é regida pela cláusula rebus
sic stantibus. Assim, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser
revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes
modificações das circunstâncias de fato ou de direito. A ação de revisão
observará, no que couber, o procedimento do Mandado de Injunção.
 A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos
beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma
editada lhes for mais favorável.
 Caso a norma regulamentadora seja editada no curso do Mandado de Injunção, o
processo deverá ser extinto sem resolução de mérito por perda superveniente do
objeto. Isso porque o Mandado de Injunção não é cabível se o objetivo for sanar
lacuna normativa relativa ao período pretérito à edição da lei regulamentadora.
 O Mandado de Injunção Coletivo é cabível para a proteção dos seguintes direitos:
I- Os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas:
correspondem aos Direitos Difusos, conforme definidos pelo art. 81, parágrafo
único, I, do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; e II-
Os pertencentes a uma coletividade de pessoas determinada por grupo, classe ou
categoria: correspondem aos Direitos Coletivos, conforme a definição do art. 81,
parágrafo único, II, do CDC. São direitos transindividuais, de natureza indivisível

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 51


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base.
 Não há previsão de cabimento de Mandado de Injunção Coletivo para a defesa de
Direitos Individuais Homogêneos.
 O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: I - pelo Ministério Público,
quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais
indisponíveis; II - por partido político com representação no Congresso Nacional,
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; III - por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos,
liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou
associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades,
dispensada, para tanto, autorização especial; e IV - pela Defensoria Pública,
quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos
direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados,
na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal.
 No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às
pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria
substituídos pelo impetrante. Entretanto, pode ser conferida eficácia ultra partes
ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício
do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
 Uma vez julgado o Mandado de Injunção Coletivo, será possível a extensão dos
efeitos da decisão aos Mandados de Injunção análogos, por decisão monocrática
do relator.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 52


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

 O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos


individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não
requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 dias a contar da
ciência comprovada da impetração coletiva.
 Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de
segurança e do Código de Processo Civil.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 53


COLEÇÃO LEIS COMENTADAS APROVAÇÃOPGE
PROFESSOR CAIO ALBUQUERQUE
Ana Teresa S Rodrigues - atsrodrigues@hotmail.com

Bibliografia:
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Ações constitucionais: volume único – 3. ed. rev.,
atual. e ampl. - Salvador: Ed. Juspodivm, 2017.
NOVELINO, Marcelo. Curso de direito constitucional – 12. ed. rev., ampl. e atual. -
Salvador: Ed.

Conheça a Coleção Leis Comentadas AprovaçãoPGE – www.aprovacaopge.com.br 54

Você também pode gostar