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AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – AD2

Período – 2018/2º
Disciplina: Estudos Antropológicos
Coordenador: Javier Alejandro Lifschitz

Aluno: Felipe Sousa dos Santos Matrícula: 18115100170

O estudo “​o imprescindível aporte das ciências sociais para o planejamento e a


compreensão do turismo​” de autoria de Margarita Barretto traz a lume questões pertinentes
relacionadas ao turismo. Não só nos alerta a respeito de pontos positivos e negativos mas
também sobre aculturação, turismo de massas e “zoológicos culturais”. É inescapável nos
atermos em tais narrativas e ir além no sentido de dirimir as dissonâncias.
Sabe-se que antropologia voltada às ciências sociais sofre resiliência dentro do sistema
acadêmico. Isso denota pouco valor ante um assunto responsável por gerar dividendos em um
país quando bem gerido.
A capilaridade da atividade turística e seus diferentes segmentos merece apelo
profícuo no entendimento das transformações da era da tecnologia e informação. No entanto,
o desencanto que orbita no terreno das universidades atravanca qualquer iniciativa de diálogo.
Respeito à diversidade e pensamento sistêmico inexistem. Outro desserviço se vê nos egos
aflorados os quais asfixiam a possibilidade de debates e trânsito entre áreas de interesse afins -
sociologia, geografia, psicanálise, psicologia.
Pela conjuntura, são inúmeros avanços de grandes pensadores nesse campo, Deleuze
e Guattari, John Urry e Dean MacCannel respectivamente - rizoma, turismo reflexivo,
autenticidade e turismo “maquiado” - mas, em contraponto, cabe a pergunta, será que somente
tais indivíduos têm essa capacidade? Cremos que não. Fato curioso foi relatado no artigo de
Rodrigo Moura de Lima ​Aragão ​e Valdir Heitor Barzotto ​na qual mapeou o porquê e como
os jovens aumentavam as notas no exame vestibular FUVEST. O segredo revelado destaca-se
pela citação de filósofos do calibre de Immanuel Kant, Franz Kafka, Nietzsche entre outros. O
paradoxo em lide é aterrador. O diabo se configura em destruir a criatividade e alienação dos
futuros universitários desidratando-os na maneira de pensar em prol de uma visão de mundo
cerceada, com amarras.
Partindo do pressuposto de que no Brasil temos a pirâmide invertida. Investe-se em
ensino superior em detrimento do ensino básico de qualidade. Para convalidar o
desenvolvimento das habilidades socioemocionais, culturais e políticas sob a égide de
cidadãos cônscios de direitos e deveres expressos na Constituição Federal de 1988 urge
reformular o ensino brasileiro e aproximar professores e alunos para maximização de
benefícios.
Além disso, as soluções podem emergir da genialidade humana não necessariamente
de doutores e pós-doutores. Salienta-se que Bill Gates e Steve Jobs possuem ensino superior
interrompido. Todavia, inovação sob a tônica da quebra de paradigmas e ideias cristalinas se
refletem em poder de mudança do status quo universal. Remetamo-nos ao mito da caverna de
Platão.
Nesse contexto, a confluência de fatores nos levam a acreditar que o novo impõe
barreiras e gera medo e anseios quanto à instalação. Assim, há muito encarar os desafios e
aprender com os erros torna-se imperioso. Irmanar ciências sociais, estudos antropológicos,
psicologia social e comunidade local no enfrentamento dos dilemas encontram-se na ordem
do dia. Aristóteles exorta-nos da importância do caminho do meio e da ética na busca do
equilíbrio para sanar eventuais discrepâncias e encontrar a felicidade (eudaimonia) e
excelência. ONGs, mídia, políticas públicas e o que vier a multiplicar com vistas à resolução
de conflitos será bem-vinda. Isso pressupõe atacar os gargalos vigentes: predatório ou de
massas, xenofobia, pautas identitárias e racismo velado de modo a elevar os níveis de
satisfação e tolerância dos atores envolvidos.
Dessa forma, o problema central se evidencia na rivalidade entre turistas e anfitriões.
Essa chaga necessita e deve receber o devido tratamento ante a globalização, avanços
tecnológicos bem como apoio da comunidade internacional - ONU, OMT e estados-nação -
no sentido da melhoria contínua. Poder-se-á, com o fito na soma de esforços entre a
comunidade local, estrangeiros e sob o mote da preservação e conservação do patrimônio
turístico mundial mudar o panorama vigente sob o binômio do planejamento e visão de futuro.
REFERÊNCIAS:

Torre Eiffel. Disponível em:


<​http://www.portoalegre.travel/upload/b/109/1092285_torre-eiffel-wallpaper-hd.jpg​>
Acesso em: 04 out. 2018.

BARRETTO, Margarita. O imprescindível aporte das ciências sociais para o


planejamento e a compreensão do turismo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre,
2003.

A República / Platão. Organização: Daniel Alves Machado – Brasília: Editora Kiron,


2012.

Safari na favela. Disponível em:


<​https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rj
a&uact=8&ved=2ahUKEwiA5qKX7ezdAhWFf5AKHbjbCM8QjRx6BAgBEAU&url=ht
tp%3A%2F%2Fwww.rocinha.org%2Fnoticias%2Frocinha%2Fview.asp%3Fid%3D26
56&psig=AOvVaw0kWN9ljqHN2mx7AdWTWceK&ust=1538744788163618​> Acesso
em: 04 out. 2018.

SIGNUM: Estud. Ling., Londrina, n. 18/2, p. 121-148, dez. 2015. Disponível em:
<​http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/download/17709/17754​>.
Acesso em: 04 out. 2018.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Mário da Gama Kury 3ª ed. Brasília,


1999.

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