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1. INTRODUÇÃO 
2. CRIAÇÃO INTENSIVA - INSTALAÇÕES 
3. MANEJO NAS INSTALAÇÕES 
4. ALIMENTAÇÃO  
5. REPRODUÇÃO  
 
 
1. INTRODUÇÃO 
    
O    avestruz    pertence    ao    grupo    das    aves    ratitas,    da    superordem    das  
Paleognatas,  grupo  de  aves  atuais,    que    apresentam  características  anatômicas  e 
fisiológicas  que  a  diferenciam  das  aves  carinadas, entre  as  quais:  a  ausência  de  
quilha    no    osso  esterno,    a  perda  da  capacidade  de  vôo,  a  falta  da  glândula  
uropigiana  e  a  separação de  fezes  e  urina  na  cloaca  (SICK,  1985).  As ratitas  
são,  em  geral,  consideradas  as  aves  atuais  mais  primitivas  do  ponto  de  vista 
filogenético      ou,      mais      exatamente,      constituem      um      grupo      muito      antigo,   
atualmente  especializado (CRACRAFT, 1974; SICK, 1985).  
Desde  as  eras  faraônicas  e  babilônica,  já  existiam  registros  falando  sobre  a 
criação de avestruzes para a comercialização intensa desses animais, que são naturais 
das regiões secas e áridas da África, incluindo o Saara, a África do Sul, a África Leste,e  
até  os  desertos  do  Oriente  Médio;  com  o  tempo,  em  meados  do  séc  XVI e XVII, as 
plumas  chegaram  na Europa onde se tornaram adornos luxuosos, aumentando ainda 
mais a comercialização de avestruzes.  
Com  a  contínua  exploração  desses  animais  descontroladamente  resultou  em 
uma  redução  drásticas  no  número  de  indivíduos  dessa  espécie,  quase  beirando  a 
extinção, e deixando de ocorrer em certos locais no mapa, como na Asia ocidental; em 
1875, devido a grande matança para a coleta de plumas, muitos avestruzes do Norte 
da  África  haviam  sido  exterminados  (Jensen  et  al.  1992).  Porem restaram alguns no 
norte da Africa. 
Por  mais  que  os  avestruzes  tenham  esse  histórico  de  quase  terem 
desaparecido, o comercio de penas nos países da Africa ainda era bastante valorizado, 
representando 4º lugar nas exportações, ficando atrás da lã, da prata e do ouro; com 
os  impactos  que  a  primeira  e  segunda  guerra  causaram,  o  mercado  de  plumas 
colapsou,  compelindo  os  fazendeiros    sul-africanos  a  iniciarem  um  negócio  que  
explorasse  outros  produtos  do  avestruz além das plumas, como  sua  carne  e  seu  
couro.  Com  o  tempo,  a  Estrutiocultura,  como  é  chamada  a  criação  comercial  de 
avestruz,  ganhou  força  no  mercado,  e  em  1863  surgiram  as  primeiras  fazendas  na 
Africa  do  Sul,  de  criação  de  avestruzes,  foi  a  domesticação  que  salvou  a  espécie, 
aliviando o consumo cultural de predação desses animais focado apenas nas plumas. 
 

 
 

 
 
2. CRIAÇÃO INTENSIVA - INSTALAÇÕES 
 
De acordo com o Anuário da Estrutiocultura Brasileira de 2006/2007 da ACAB, o 
número  de  criadores  é  3.200,  uma  população  de  426.190  animais,  29  associações 
estaduais  e regionais e 25 cooperativas, distribuídos em todo território nacional. Esse 
dado  mostra  o  crescente interesse na comercialização desses animais no Brasil, que 
também  possui  um  clima  e  geografia  adequada  para  receber  e  conceber  a  criação 
desses animais. 
Para  que  ocorra  um  comercio  adequado,  é  necessário  que  o  criadouro  tenha 
capacidade de lidar com as três etapas necessárias para a criação de avestruzes, a 1° 
sendo  a  inicial,  dura  desde  o  nascimento,  até os três meses de vida do animal, a 2° 
fase dura entre 24 a 30 meses, e a 3° fase é a reprodução, que ocorre quando as aves 
chegam  a  sua  maturidade  sexual,  normalmente  ocorrem  em  4  anos,  porem  com 
alimentação  adequada,  em cativeiro, as fêmeas podem alcançar a maturidade sexual 
em até 2 anos, os machos normalmente alcançam-na entre 2,5 a 3 anos de idade. 
Os  filhotes  até  os  3  meses  precisam  de  maior cuidado, como o calor artificial, 
para  isso  é  necessário,  um  abrigo  contra  baixas  temperaturas  e  tempos  chuvosos 
sendo o ideal, um abrigo temporário para eles. Os criadouros migratório são os locais 
onde os filhotes ficam até os 3 meses, depois disso, eles podem ficar em locais abertos 
onde possam se exercitar e tomar banho de sol. 
  Os  criadouros  migratórios  tem  uma  dimensão  de  4mx4m  por  dentro  e  um 
piquete  que  simula  uma  varanda  com  o  mesmo  tamanho  da  estrutura  fechada,  são 
instalações  simples,  feitas  de  um  estrutura    metálica,  ficam  semelhantes    a    estufas  
agrícolas,    essa  estrutura  é  envolta  em  lonas  plásticas   leitosa, ou  translúcidas, é 
colocada  diretamente  sobre  área  de  pasto,    o  piso  do  abrigo  e  área  de  piquete  
é revestido com  tela  de  sombrite,  evitando  o consumo  do  capim, e outras coisas 
que possam estar no solo,  e ainda proporcionando  um  piso  confortável  e  com boa  
drenagem  de  urina.  
Por ser uma instalação leve, ela permite a troca de local de tempos em tempo, 
permitindo a desinfecção da área anteriormente coberta através da luz solar e aeração. 
Normalmente os criadouros migratórios mudam de lugar a cada 2 ou 3 dias, para que o 
local anterior fique livre por ao menos 7 dias, para que possa ter aeração e receber luz 
do sol para e então se recompor. 
 
 
 

 
 

 
 
 
Os avestruzes aos quatro meses de idade já podem ficar em ambientes abertos, 
como  foi  mencionado  anteriormente,    no    mínimo   50m²  por  ave. As áreas para as 
aves adultas, exigem menos proteção que a dos filhotes; precisam de cercas  bem 
  mais  simples,  feitas  de  arame  liso  com  quatro  fios,  de  1,5  a  1,8  m  de  altura,  
mourões  espaçados  a  cada  4  metros,  com  um  balancim  entre  os  mourões; os 
fios  devem ser lisos para evitar que as aves se machuque em um arame farpado, ou 
em tela de alambrado por exemplo, e ainda apenas com quatro fios para evitar que a 
ave enrosque o pescoço e se estrangule.  
As  instalações  para  casais  reprodutores  precisam  estar desvinculadas, podem 
estar  próximas,  uma  ao  lado  da  outra  mas  com  um  vão  separando-os,  para  evitar 
brigas  entre  os  machos,  instalações  retangulares  são  mais  eficazes,  pois  o  avestruz 
tem costume de andar no perímetro do piquete, sendo assim um piquete mais estreito 
e retangular permite um maior espaço de passeio para o animal. 
 Um  Piquete  de  50m  x  20m  tem  140  metros  lineares  e  um piquete  de  
10m  x  100m  tem  220  metros  lineares,  ambos  apresentam aproximadamente  1000  
metros  quadrados, o que seria ideal para os animais, além da presença de cochos  de  
água  e  ração, que devem  ser  instalados  em  posições  opostas,  o  que  evita  que a 
ave suje  a  água  com restos do  alimento.  esses cochos podem  ser  manuais  ou  
automáticos,  ressaltando que os avestruzes precisam  de  água  a  vontade e de boa 
qualidade.  
 

 
 

   
 

 
 
 
 
3. MANEJO NAS INSTALAÇÕES 
 
As  ratitas  podem  ter  um  temperamento  agressivo,  os  avestruzes  portanto  também 
podem  apresentar um temperamento hostil de forma espontânea e aleatória, tanto os 
macho  como  as  fêmeas  podem  apresentar  tal comportamento, sobretudo os machos 
tendem  a  ser  mais  agressivos  e  algumas  fêmeas  senguem  seu  exemplo;  por  conta 
desse temperamento incerto é necessário que ao manejar as aves essas estejam com 
um capuz preto na cabeça, pois sem a visão se tornam mais doceis, e o responsável 
pelo  manejo  deve  sempre  estar  com  um  gancho  de  manejo,  duas  pessoas  são  o 
suficiente para conter uma ave adulta.  
O  capuz  preto  na  cabeça  que  veda  a  visão  das  aves  deve  ser  introduzido 
durante o manejo desde jovens para que o estresse seja aliviado com o tempo em que 

 
 

as  aves  se  adaptam,  além  disso  o  saco  preto  deve  dar uma folga para que exista a 
entrada de ar e o avestruz não sufoque.  
 

 
 
O  manejo  é  uma  interação  estressante  para  o  animal,  dessa  forma  é 
interessante que haja um cuidado maior quanto ao seu estresse, evitando a mudança 
de  instalação  ou  de  cuidador,  o  uso  de  um  uniforme  por  parte  do  cuidador  sendo 
sempre  da  mesma  cor  ajuda  na  familiarização  dos  avestruzes  para  com  seus 
cuidadores. 
Para  se  realizar  o  manejo  é  necessário  alguns  processos,  as  aves  a  serem 
manejadas devem ser agrupadas e cercadas em um canto do pátio, então um cuidado 
vem vagarosamente e lateralmente, com o gancho de manejo e induzindo a ave a se 
locomover  empurrando  ela, deve ser feito com calma para evitar torcer o pescoço do 
animal, que e quebra facilmente. 
O transporte dessas aves deve ser feito cuidadosamente e de forma correta 
para um par de aves jovens recomenda-se ao menos 1,2m por 0,9m de área, e uma 
altura considerável de ao menos 2m para que a ave fique em pé conformavelmente 
o recinto de transporte deve ser  delimitado  por  grades de madeira  no  formato  de  
uma  gaiola,  que não apresente saliências  ou  fendas  que  possam permitir que a ave 
se machuque,  e  revestida com um  piso  que  não  seja  escorregadio,  podendo ser 
forrado com uma boa camada de feno.   
Cobrir a gaiola com uma lona durante o trajeto, para que fique bem escura, mas 
que permita a ventilação adequada, caso não seja uma viagem longa, não faz-se 
necessário alimentar, e sim apenas dar água as aves para que se refresquem e fiquem 
menos estressadas, de preferência o transporte deve acontecer durante a noite.  
A luz intensa deve ser evitada pois estimula as aves a pularem subitamente, e 
ocasionalmente gera ferimentos; ao fim da viagem, a lona deve ser removida para que 
as aves se acostume com a claridade, estimulando também que fiquem em pé ao 
menos de 15a 20 minutos, deve-se evitar a introdução dos avestruzes em instalações 
novas, pois ao serem soltas as aves podem correr em qualquer direção, e se ferirem, e 
também ao chegar na nova locações deve estar disponível comida e água fresca para 
os animais. 
 

 
 

Quando pretende-se montar um criação, faz-se necessário observar o terreno onde as 
instalações serão colocadas, levando em consideração os fatores do local, como os 
cursos d'água, sentido dos ventos, temperatura, umidade, e outras influencias naturais; 
para que então as instalações sejam localizadas de maneira planejada, para a 
implantação de quebra-ventos, corredores entre piquetes, localização de abrigos, 
cochos e bebedouros e melhor utilização de outras facilidades, como disponibilidade 
de água. 
Para cuidados médicos que eventualmente são necessários, o IBAMA e o 
ministério da agricultura exige a quarentena de animais introduzidos nos criadouros, 
além disso por mais que exista um piquete de quarentena, é importante possuir 
instalações que possibilite procedimentos médicos, como exames de sangue, fezes e 
urina, para que as aves fiquem em observação ou realizem pequenas cirurgias, 
permitindo que os animais doentes possam ser atendidos. 
 
 
4. ALIMENTAÇÃO 
 
Os avestruzes tem uma alimentação oportunista, são animais onívoros, e 
nômades, onde atravessavam planícies em busca de alimento de todo o tipo, sendo 
assim sua alimentação deveria ser rica e vasta, com presença de flores,folhas, frutos, 
insetos, brotos de plantas, e sementes. Possuem o hábito de ingerir as próprias fezes 
(coprofagismo), apresentam esse comportamento em todas as idades, esse hábito 
tende ser vigiado, pois pode estar diretamente relacionado ao estresse que o animal 
esta sofrendo, e ainda as fezes podem contaminar o animal. 
Por mais que essas aves comam de tudo, elas são resistentes, e oportunistas, 
sendo assim a ração oferecida geralmente por conta do valor é apena capim,  pasto 
enriquecido com minerais, o pasto de alfafa ou outras leguminosas também é uma 
opção; na fase de recria passam a comer uma ração com suplementação programada. 
A alimentação ideal para os avestruzes, e a mais saudável também, é oferecer pasto 
de boa qualidade e enriquecer a alimentação oferecendo ração também. 
Os filhotes devem ter contato com o pasto desde cedo, para que já possam se adaptar, 
de preferência com grama baixa, ao decorrer do crescimento do animal o tamanho da 
grama pode aumentar, mas mesmo quando adulto é preferencial a grama ser curta. 
Existe uma carência nutricional nesses animais, que está diretamente relacionado a 
problemas de saúde, os avestruzes exigem 10x mais vitamina A e E do que as 
galinhas, sendo assim há a necessidade do enriquecimento da ração tando dos 
animais em recria, quanto para os filhotes, que tem uma alta taxa de mortalidade 

 
 

quando expressam deficiência na vitamina E, ou então, o pintinho nasce com uma 
síndrome denominada  deficiência de tiamina, ele fica com o pescoço virado para trás 
olhando para cima, "olhas para as estrelas".  Uma simples injeção, e o animal se 
recupera em 24 horas. 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 

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