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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

RITO ANTIGO E PRIMITIVO


Fonte Única, Autêntica e Regular

RITO ANTIGO E PRIMITIVO

LOJA MAÇÔNICA SIMBÓLICA

DE MM LL E AA

LITURGIA DO GRAU I

APRENDIZ MAÇOM

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

Autenticação

Este exemplar do Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Antigo e Primitivo da Franco-


maçonaria, não será considerado autêntico se carecer do Selo Oficial da Sereníssima
Grande Loja Regular de São Paulo, do Número de Ordem de Expedição e da rubrica do
Grande Secretário.

Nº. De Expedição ______________

____________________________________

Il Ir Grande Secretário

O presente exemplar é destinado ao uso pessoal do Il Ir _______________________


_______________________________________________________ ,iniciado no
Grau de Aprendiz Maçom em ____ de ___________ de _____ (A D) aos ____ do mês
maçônico de ________________ do ano 000.000.000 (V L), na ______________
______________________________________________________ no Oriente de
__________________________.

____________________________________
Venerável Mestre

Assinado e selado por

____________________________________
Gr Secr RRel IInt Selo da loja maçônica

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Testamento
Oriente ____________________________

_____ dias do mês de ___________ de 000.000.000 EVL

_____ de ________ do ano _______ AD

Eu ________________________________________________, solicito e autorizo


meus sobreviventes – esposa, filhos, pais, demais familiares e amigos próximos –, ou quem
encontre este livro quando eu houver partido para o Oriente Eterno, favor fazer retorná-lo à
Respeitável Loja Maçônica _________________________________ ou à Sereníssima
Grande Loja ____________________________________.

Se o desejarem, podem entregar este livro ao Irmão _____________________________


___________________ com quem tive fortes laços fraternais, compartilhei
conhecimentos, lealdade, gratidão e honra dentro da Ordem.
Fiquem, pois com a plena segurança de que como Maçom, tentei cumprir os reais intuitos de
minha vida e os mandatos do Grande Arquiteto do Universo.
De meu punho e letra,

____________________________________
Aprendiz Maçom

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PRÓLOGO

SUPORTES VISUAIS

Aprendiz

TRAJE

Desde finais do Século XIX, generalizou-se o costume de vestir-se com traje social negro e
camisa branca, é tolerável o uso de balandrau negro nas sessões ordinárias.

LUVAS
As luvas brancas são um símbolo evidente da pureza das intenções que deve sempre observar
o maçom em suas ações, fazendo o melhor que possa para a Glória do SADU,
cuidando bem de não sujar sua brancura, nem de manchá-la com a escravidão das paixões
que embrutecem ao homem.

AVENTAL

É um dos símbolos mais destacados da Maçonaria, cujo simbolismo geral é o do trabalho. No


grau de Aprendiz é de pele de pelica branca arrematado de branco com a abeta levantada; esta
deve proteger o Aprendiz durante o trabalho da pedra bruta. O Avental é o emblema do
trabalho pessoal, e sua utilização se remonta à prática que faziam dele os essênios, que
entregavam um avental branco a seus neófitos.

DECORAÇÃO DA CÂMARA DE APRENDIZ

O Grau de Aprendiz trabalha em uma só Câmara denominada Templo. A Câmara 1 de Aprendiz


tem as paredes pintadas de branco. A forma da Câmara é retangular, denominando-se cada
um dos lados do retângulo, ou mais propriamente, cada um dos lugares que se acham diante
das quatro paredes: Oriente, Ocidente, Setentrião (Norte) e Meio-dia. No solo há um mosaico
constituído por cento vinte e oito quadros iguais brancos e negros alternados 2, e o teto está
pintado, representando um céu estrelado. Do Orpartem raios luminosos, cuja intensidade
diminuem para o Oc, onde aparece o Céu coberto de nuvens.
A entrada na Câmara se efetua por uma só porta, colocada no meio da parede do Oc, a qual
corresponde a um dos lados menores do paralelogramo. As paredes dos lados maiores, ou
seja, as do Ne Meio-dia, acham-se divididas por cinco Ccol eqüidistantes: nos intervalos se
colocam candelabros de parede de três braços3 e se desenham atributos maçônicos.
Na parede oposta à porta de entrada se acha o Or, e nele um estrado estofado branco e
negro de aproximadamente noventa centímetros de elevação, ao que sobe por três degraus.

1
Denomina-se “câmara” às diferentes formas simbólicas que adota o cenário de um Templo para trabalhar a liturgia de um grau
determinado.
2
De oito quadros de largura por dezesseis de comprimento.
3
As vinte e quatro estrelas destes candelabros, doze ao sul e doze ao norte, representam as horas do dia e da noite respectivamente.

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No fundo se acha o Trono do VM, presidente da Loj Maç; é de forma quadriculado e se


eleva por quatro degraus sobre o nível do estrado. O teto do dossel é de cetim azul, decorado
com estrelas de prata.
Sobre o Trono do VM, ao fundo do dossel, coloca-se um Delta4 de Ouro.
Na parede do Or, a igual altura que o DELTA, coloca-se: à esquerda do VM, um disco
radiante que representa ao Sol, e perto do canto, o estandarte da LojMaç; à direita do
VM, a imagem de uma Lua crescente chapeada, e perto do canto, o estandarte nacional.
À direita e esquerda do VM respectivamente estão os assentos do G.’. M.’. e do
PVM.
As mesas do SECRETÁRIO e ORADOR são triangulares, e estão colocadas no Or,
respectivamente à direita e à esquerda do Altar do Venerável, apoiando-se o espaldar das
poltronas nas paredes do N e Meio-dia. O Or está separado do resto da Câmara por uma
balaustrada de bronze, aberta em seu centro.
No Oc, a ambos os lados da porta de entrada e a uns três passos da mesma, elevam-se duas
ccol de bronze, ocas, de ordem Coríntia ou Papirus aberto, sustentando sobre seus capitéis
um grupo de três romãs entreabertas. Na da esquerda, entrando, acha-se gravada no meio da
haste a letra “J”5 e na da direita, a letra “B”6.
Diante da Col “B” acha-se o Altar Triangular do 1º Vig, elevado sobre o piso por cinco
degraus, de frente para o Or, e diante da Col “J” acha-se o Altar Triangular do 2º Vig,
elevado sobre o piso por três degraus, de frente para o Or.
Entre CCol se encontram os assentos do MCC e do Exp: o do primeiro junto à Col
“B”, e o do segundo junto à Col “J”.
No chão, a ocidente das CCol, encontram-se ao pé da Col “J”, A P. B., e ao da Col “B”, A
P. C. PIRAMIDAL.
Sobre o batente da porta de entrada se pintam em grossos caracteres as iniciais: LIF7 e
mais abaixo, em letras menores a saudação: SFU8.
Pelo N da Câmara se estendem duas filas de bancos na direção Ocidente-Oriente,
destinando aos AApro banco mais próximo à parede e recebendo o nome de COL DO N.
Pelo Meio-dia da Câmara se estendem também duas filas de bancos na mesma direção,
destinando aos CCompo banco mais próximo à parede e recebendo o nome de COL DO
MEIO-DIA. Os bancos centrais mais próximos ao mosaico são destinados aos MM
recebendo o nome de CÂMARA DO MEIO. O espaço que se deve deixar entre as primeiras
filas do Ne Meio-dia tem que ser, pelo menos, o mesmo espaço existente entre as CCol “J”
e “B”.
Nos extremos das filas de bancos do N, próximo ao Orestá colocado o assento do Hosp
na mesma fileira dos MM, em frente ao Meio-dia. E na oposta à do Tes, de frente para ao
N.

4
Grande triângulo luminoso envolto em nuvens brancas, que leva em seu centro um olho rodeado de raios, o qual expressa a presença do
SADU, quando os trabalhos se iniciam segundo o rito e “à sua Glória”.
5
Inicial do nome de uma das CCol da entrada ao Templo do Salomão.
6
Inicial do nome de outra das CCol da entrada ao Templo do Salomão.
7
Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
8
Saúde, Força e União.

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(Nota: o Hospe o Tesse sentam com os IIr, não têm nem mesa própria nem cadeiras
diferentes.)
No Orse encontra o Altar do VM chamado Altar de Salomão ou Altar dos Juramentos.
Sobre o Altar está o VLS, ao seu lado o Esq sobre o Com invertido e aberto em 45º, e
sobre este conjunto uma espada com a ponta assinalando ao N. Há diante do Altar e
direcionado ao Oc, do lado Sa Carta Patente e do lado N, nas recepções, o Quadro
iniciático de Apr.
Sobre o Mosaico, no centro da Câmara, está pintada a Tapeçaria ou Quadro da LojMaç,
cujos desenhos representam o Templo, o Delta, as Ccol, o Sol, a Lua, os três degraus do
Templo, as pedras bruta e cúbica, o pavimento de mosaico, o E, o Ne o P, tudo
combinado com arte e rodeado o conjunto por um cordão que forma sete nós eqüidistantes.
Nas Iniciações, na parte baixa da tapeçaria, para o Oc, está a escada do Templo, formada
por sete degraus semicirculares, dividida em três partes pelas cifras: três, cinco e sete.
Ao redor da tapeçaria, ao leste, noroeste e sudoeste, formando uma esquadria, há três grandes
candelabros de bronze colocados em quadros negros do mosaico, levando cada um deles uma
grande vela, o que fará um total de três luzes; nas Iniciações estarão colocados nos ângulos
nordeste, noroeste e sudoeste da tapeçaria, formando um esquadro.
Outro cordão que forma sete nós eqüidistantes, percorre a parte superior da Câmara, devendo
parar seus extremos às P.B. e P.C., colocadas aos pés das CCol “B” e “J”, respectivamente.
Sobre o Altar do Venerável haverá uma colher de pedreiro, um malhete, a Menorah de três
braços, os Rituais dos Três Graus Simbólicos.
Nos Altares dos VVigse colocarão também os malhetes, um candelabro de uma só vela e os
rituais simbólicos. Sobre a mesa do Secr, um candelabro de uma vela, os selos e material
para escrita, e sobre a mesa do Orad, um candelabro de uma vela, as Constituições,
Estatutos e Regulamentos Gerais e particulares pelos quais se rege a Loj Maç.
Os Altares dos VVig, os assentos do Orad, do Secr, do Tese do Hosp, os bancos
situados nas CCol, os banquinhos triangulares destinados aos iniciados e todas as poltronas
que se achem no Templo, têm de ser forrados ou estofados em azul.
Detrás das CCol “B” e “J” se colocarão os suportes para as espadas usadas pelos IIr nas
Cerimônias e nas Iniciações.
Dez luzes são as exigidas pelo RITO para iluminar a Loj Maç: três no Altar do VM, na
Menorah; uma na mesa do Orad; outra na mesa do Secr; outra no Altar do 1º Vig; outra
no Altar do 2º Vig; e três nos Candelabros de Ordem; mas nas situações em que for
necessário, poderá estar a Loj Maçbrilhantemente iluminada. Acender-se-ão para estes
casos os candelabros de três luzes cada um que estão entre as CCol que suportam as paredes
do Templo.
Antes da abertura das Sessões, nenhuma luz brilhará no Templo (à exceção das velas nas
paredes norte e sul do templo que darão luz suficiente para os irmãos poderem ver)
permanecendo em semipenumbra. A Luz chegará ao Or precedendo ao VM desde o Oc
(luminária central da Menorah de três braços), a qual, simbolicamente, nunca se apaga e que
simboliza ao “Espírito Santo” ou “Shekinah” 9, que descende do Alto.

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Pronuncia-se “She-ki-ná”

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No Templo Maçônico, as chamas das velas recebem o nome de Estrelas, por isso ao acendê-las
se diz “fazer visíveis as estrelas”.
Há dois tipos de Estrelas: as de “Ordem” (que correspondem aos candelabros do Triângulo
Sagrado); e as de Ofício (as que estão nos altares dos oficiais).
As velas são brancas em todas as Sessões dos Graus Simbólicos.

TIPOS DE SESSÕES

Os diferentes nomes das Sessões se explicam pelo tipo de trabalhos a realizar.


 SESSÃO ORDINÁRIA: estabelecida no calendário anual proposto pelo Conselho
Litúrgico e aceito pela maioria da Oficina.
 SESSÃO EXTRAORDINÁRIA: toda Sessão convocada e não prevista no calendário
anual.
 SESSÃO MAGNA: necessita de um ritual especifico para seu desenvolvimento
(Iniciação, Elevação etc.).
 SESSÃO BRANCA FECHADA: Sessão Maçônica em que um conferencista profano fala
ante uma assistência integrada exclusivamente por maçons.
 SESSÃO BRANCA ABERTA: reunião de maçons com ouvintes profanos.
 SESSÃO BRANCA ÍNTIMA: reunião de maçons com seus pares, esposas ou damas às
que lhe confiaram as “luvas para a pessoa amada”.
 SESSÃO FÚNEBRE: se um irmão falecesse, o VM convoca uma Sessão Fúnebre,
com assistência obrigatória para todos os irmãos.

OFICIAIS

O Poder Simbólico governa a Loj Maçe se constitui com um mínimo de 7 e até um máximo
de 10 oficiais. Estes cargos são os seguintes:
1. VENERÁVEL MESTRE (VM): preside os trabalhos, senta-se no Or
representando a Alma e o Mundo Moral.
2. PRIMEIRO VIGILANTE (1º Vig): dirige a Coldo Meio-dia, senta-se no ângulo do
Sudoeste, diante da Col“B”, representa o Espírito e o Mundo Intelectual.
3. SEGUNDO VIGILANTE (2º Vig): dirige a Col do N, senta-se no ângulo do
Noroeste e representa o Corpo e o Mundo Material.
4. MESTRE DE CERIMÔNIAS (MCC): encarrega-se das formas, da etiqueta, da
solenidade e das proclamações nas cerimônias; senta-se entre as CCol ao lado S, e
representa as Emoções.
5. ORADOR (Orad): é o guardião e intérprete do Direito Maçônico, senta-se no Or, à
esquerda do VM e representa a Consciência.

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6. SECRETÁRIO E GUARDA DOS SELOS (Secr e GS): redige as atas, custodia os


selos e os arquivos, emite certificações e se encarrega da gestão administrativa da Loj
Maç. Senta-se no Or à direita do VM e representa a Memória.
7. GUARDA DO TEMPLO (GT): custodia a porta do Templo, abrindo-a somente ao
que seja reconhecido como autêntico e bom maçom, senta-se no assento mais ocidental
da Col do S e representa o Escudo Anímico e a Saúde.
8. TESOUREIRO (Tes): custodia, administra e contabiliza o capital da Loj Maç,
cobra as cotas estabelecidas a seus membros e redige os orçamentos e informações do
tesouro; senta-se à esquerda do Orad, no topo da Col do Meio-dia e representa a
Contingência.
9. HOSPITALEIRO (Hosp)
10. EXPERTO (Exp)

JÓIAS MÓVEIS

As Dignidades e OOficdas LLoj MMaç SSimblevam ao pescoço um colar de seda azul,


de cujo vértice inferior vai pendente a JÓIA distintiva do cargo que exerce.
Estas jóias são de ouro, recebendo o nome de móveis, porque passam de uns IIr a outros,
quando variam os cargos para os que são escolhidos, e são as seguintes:
1. VM: um Esquadro.
2. 1º Vig: um Nível.
3. 2º Vig: um Prumo.
4. MCC: duas Espadas Cruzadas em sinal de multiplicação.
5. Orad: um Livro aberto sobre um triângulo eqüilátero ou um pergaminho.
6. Secr e GS: duas Plumas Cruzadas em sinal de multiplicação.
7. Tes: duas Chaves Cruzadas em sinal de multiplicação.
8. GT: uma Espada com a ponta para baixo.
9. Hosp: uma bolsa.
10. Exp: uma espada.

ESTANDARTE

O estandarte da Loj Maç é de cor azul, levando no centro o Esq, o Come qualquer
outro símbolo maçônico. Ao redor, além da inscrição da Grande Loja Maçônica Simbólica sob
a qual trabalhe, estarão inscritos o nome, número de Loj Maçe Orem que funciona.
Sua forma é a de um quadrado de noventa centímetros de lado, e seus adornos consistem em
franjas, cordões e borlas de prata.

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ABERTURA DA LOJA MAÇÔNICA EM GRAU DE APRENDIZ.

Antes de começar os trabalhos, o Templo estará convenientemente decorado e pouco


iluminado por algumas velas nas paredes a cada lado da sala. Todos os membros
permanecem na sala dos Passos Perdidos, o M \CC\ se coloca entre CCol\ com o
candelabro de três braços e, acendendo a vela do meio, diz:

M CC– Acendo a Luz visível como símbolo da Luz invisível10.

(O MCC entrega o candelabro ao Orad. Logo dá o toque de aprendiz na porta do


Templo com a empunhadura de sua espada e diz:)

M CC – Por ordem do VM, dar-se-á início à Sessão de _____ da Resp Loj
__________ no Santuário de nosso Templo. Passai os AApr... Passai os CComp...
Passai os MM.

(Estando todos dentro do Templo, o M CC se coloca entre Ccol e diz: )

M CC – Levantem-se todos, meus IIr, para a entrada do VM e dos OOficdesta
Loj Maç.

(Se houver visitantes, estes não entrarão neste momento. Só o farão depois de abertos os
trabalhos. O MCC dirige a procissão levando pela mão direita o V M, e o Orad leva
diante do VM e do MCC o candelabro de três velas, somente com a vela central acesa.
10
A Luz Divina que procede do Alto, e a Chama de nossas tradições acendida na antiguidade e transmitida até nós de geração em geração, são
representadas nesta Chama sagrada.

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Todos passam uma vez pelo N  e voltam a passar outra vez exceto o V M que toma seu
assento. O VM e o M CC se dirigem ao Leste abrindo caminho aos OOfic  para que o
VM os eleve ao Or. Depois disso, M CC assume seu posto.)

VEN – Saudações nas pontas do Sagrado Triângulo, respeito e honra à Ordem. Saúde,
Fraternidade, Sabedoria. Meus IIr, sentemo-nos.

VEN – Ir 1º Vig, qual é o primeiro dever do 2º Vig na Loj Maç?

1º VIG – Ir 2º Vig, qual é vosso primeiro dever na Loj Maç?

2º VIG – Meu dever é o de assegurar que todos os maçons presentes estejam a coberto das
indiscrições dos profanos.

1º VIG – O primeiro dever do 2º Vig é assegurar que todos os maçons presentes estejam
protegidos das indiscrições dos profanos.

VEN – Meu Ir, assegurai-vos disso.

1º VIG – Ir G I, assegurai-vos de que estamos devidamente cobertos da indiscrição


dos profanos.

(Assim o faz saindo do Templo. Volta a entrar batendo como Aprendiz)

GI – Ir 2º Vig, o eco permanece silencioso e a inviolabilidade de nossos mistérios está
assegurada. Nós estamos seguros e os profanos excluídos.

2º VIG – VM, o exterior de nosso Templo está deserto. A inviolabilidade de nossos


mistérios está assegurada. Estamos decorados e os profanos excluídos.

VEN – Qual é o lugar do 2º Vig no Templo da Sabedoria?

2º VIG – No ângulo da col do Noroeste.

VEN – Para quê?

2º VIG – Para dar o sinal quando o trabalho estiver suspenso e para ajudar o VM no
trabalho da instrução deste Gr.

VEN – Qual é a posição do 1º Vig em Loj Maç?

1º VIG – No ângulo da col do Sudoeste.

VEN – Para quê?

1º VIG – Para que a boa ordem seja mantida e o trabalho feito corretamente, aconselhar o
VM ante qualquer dificuldade que possa ocorrer e verificar que todas as questões
trazidas diante da Loj Maç sejam completamente explicadas.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – Qual é o lugar do VM na Loj Maç?

1º VIG – No Leste, VM.

VEN – Para quê?

1º VIG – Para abrir os trabalhos e trazer Luz e Verdade à Loj Maç.

VEN – Qual é o primeiro dever do 1º Vig na Loj Maç?

1º VIG – Assegurar que todos os presentes são autênticos e regulares maçons.

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – IIr 1º e 2º VVig, certificai em ambas as colunas que assim o é, e reportai-me.


Meus IIr, levantai-vos todos voltados ao Or e à Ordem.

(O 1º e o 2º VVig percorrem suas respectivas colunas examinando alguém que não


conhecem e retornam aos seus lugares depois de pedir a palavra e o sinal).

2º VIG – Ir 1º Vig , os IIr na col do N são autênticos e regulares mmaç.

1º VIG – VM, os IIr das ccol do N e do S são autênticos e regulares mmaç.

(O VM fica então à Ordem de Apr.)

VEN – Eu igualmente reconheço como autênticos e regulares mmaç, os IIr que


decoram o Or.

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – Meus IIr, sentai-vos.

VEN – Ir M CC, por favor, revelai o Painel de Apr.

(O M CC revela somente o Painel)

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – Ir 1º Vig, o que existe entre nós, e o que nos une neste lugar?

1º VIG – Uma Verdade, VM.

VEN – Qual é essa Verdade, querido Ir?

1º VIG – Assim como um Arquiteto humano tem feito, formado e criado com a ajuda dos
Operários este Templo que nos protege nesta hora, de forma semelhante, o Templo
Universal que é o Mundo, foi feito, formado e criado por um Arquiteto Eterno, criador de
tudo o que foi, é e será, com a ajuda dos Operários.

VEN – Pelo que vós me dizeis, meu Ir, eu lhe reconheço como bom e legítimo Franco-
maçom.

1º VIG – VM, MM II C T M RR.

VEN – De onde vindes?

2º VIG – Do fundo do Or, de Memphis, e de uma Loj Maç dedicada a São João.

VEN – O que é Memphis?

1º VIG – É uma cidade do Antigo Egito, VM.

VEN – Qual é a conexão que existe entre a Maç e o Antigo Egito?

2º VIG – Diz-se que a Maç possui o Conhecimento das Leis e Verdades da Natureza,
preservado no Egito por homens de conhecimento, que o ocultaram do mundo profano
através de elaborados símbolos, sendo dessa forma que a Franco-maçonaria também o
preservou. Das margens do Nilo foi levado a todas as partes do Mundo, onde de certa
forma perdeu um pouco de sua intenção original, tendo sido transmitida a nós pelos
primeiros maçons sob o nome de Mistérios ou Iniciação.

VEN – Quais são as Três Grandes Luzes da Maç?

1º VIG – As Três Grandes Luzes da Maç são o Sol, a Lua e o VM.

VEN – Que relação existe entre estas duas grandes Luzes e o VM?

1º VIG – Tal como o Sol reina durante o dia, e a Lua reina durante a noite, assim o VM
preside a Loj Maç para iluminá-la com sua sabedoria.

VEN -

1º VIG -

2º VIG -
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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – À ordem, meus IIr.

VEN – Estamos aqui reunidos, em terras de Memphis, para erigir altares à virtude e cavar
tumbas aos vícios. E de acordo com os antigos costumes, também viemos aqui trazer a
Luz.

(Em seguida o VM coloca sua mão direita à frente, acima da chama do candelabro,
e neste instante diz: "Faça-se!”. A palavra de poder ”faça-se" é uma projeção que tem
que ser acompanhada por um gesto, o qual sela esta energia. É então que a Loj 
Maç é instalada no plano dinâmico pela projeção da vontade do V M.)

VEN – FAÇA-SE!

VEN – Oh, Onipotente Força, Coroa da Primeira Manifestação, que seja feita a Primeira
Luz.

(O VM, com a vela do centro de seu candelabro de três braços, acende as outras
duas; primeiro a da esquerda, do S, e depois a da direita, do N. O VM acende a
vela da esquerda, do S, no momento que diz “seja feita”, dizendo:)

VEN – Sabedoria Inefável, Deus desconhecido dos Templos do Antigo Egito, que seja feita a
Segunda Luz!

(O Orad acende sua vela com a chama da vela do S  do candelabro do VM, de


tal forma que se acenda no momento em que o VM disser “seja feita”, e retorna a
seu posto.)

VEN – Oh, Eterna Inteligência que governa e harmoniza os Mundos, que seja feita a
Terceira Luz!

(O Secr acende sua vela com a chama da vela do VM de forma que se acenda no
momento em que o VM disser “seja feita”, e retorna a seu posto.)

VEN – Que a Luz de nosso Templo apazigue nossas almas, subjugue nossas paixões e nos
faça mais fraternais entre nós elevando nossas mentes e nossos corações. (Breve
Silêncio) Supremo Arquiteto de todos os Mundos, Pai de todas as coisas, Senhor cuja
vontade é cumprida por si mesmo mediante Seus poderes. Senhor que eternamente quer
Ser e É. Senhor que se revela a Vós mesmos sendo Vossa Arte conhecida a todos os que a
Vós pertençam. Senhor que criastes todos os seres por Vossa Palavra, toda a Natureza é
somente uma imagem de Vós; contudo, essa imagem não foi feita por essa mesma
Natureza. Senhor que sois mais forte que todos os poderes, maior que todas as
majestades, além de todo louvor. Arquiteto Eterno! Recebei este puro sacrifício verbal de
nossas almas e de nossos corações. Que se eleve até Vós, Senhor, nossa invocação, Oh!,
Inexprimível, Oh!, Inefável, a quem só o Silêncio pode definir. Fazei com que não nos
desviemos do caminho. Dai-nos forças, iluminando com Vossa Sabedoria os que estão
ainda na escuridão da ignorância, os IIr de nossa humanidade, vossos próprios filhos.
Nós acreditamos em Vós e Vos prestamos homenagem. Que possamos caminhar em

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

direção a Vós, Senhor, em Vida e Luz, pois o homem que Vos pertence, pode participar
de Vossa Santidade e Luz, em virtude do poder que lhes outorgastes. FAÇA-SE A
VONTADE DO SENHOR!

TODOS – QUE ASSIM SEJA!

(Breve silêncio)

VEN – Meus IIr, sentai-vos.

(O VM acompanhado pelo M CC sai do Or, vai até o quadro da Loj  Maç
para acender as velas. Em sua mão, o VM leva a vela do meio de seu candelabro. O
1º Vig vem pelo N e fica voltado de frente para a chama da Misericórdia,
segurando o malhete com a mão esquerda por cima do coração e com a mão direita
segurando sua vela. Acende a chama de sua vela no momento em que o VM tiver
acendido a dele. O VM acende a chama da Misericórdia, dizendo:)

VEN – GADU, Senhor da Eternidade, cujos nomes são infinitos e de formas


misteriosas, sustentai este Templo com Vossa Magnificência e Misericórdia, a qual só é
conhecida pelos Filhos da Luz.

(O 1º Vig retorna então ao Oc e fica de pé em frente a sua coluna.)

1º VIG – GADU, em Vossas Vestes de Luz, cor do Puro Princípio Eterno, nós
celebramos Vossa Suprema Magnificência e Misericórdia, da qual esperamos participar.

(O VM acende a chama da Justiça, dizendo:)

VEN – Senhor, Vós que podeis reconstruir a Palavra Sagrada, elevai-a em sua ordem e
comunicai-a aos iniciados. Vós que preservais os costumes sagrados, cuja finalidade é
obter o conhecimento do Primeiro e Soberano Ser, acessível somente à Inteligência. Oh,
Justiça Inefável! Os filhos da Arte Real vos saúdam.

(O 2º Vig vem pelo N e fica voltado de frente para a chama da Beleza, segurando o
malhete com a mão esquerda por cima do coração e com a mão direita segurando sua
vela. Acende a chama de sua vela no momento em que o VM tiver acendido a dele.
O VM acende a chama da Beleza, dizendo:)

VEN – Que Vossa Beleza ilumine os nossos trabalhos.

(O 2º Vig retorna então ao Oc e fica de pé em frente de sua coluna.)

2º VIG – GADU, Mãe Divina, cujo véu está colorido com os inumeráveis matizes do
Mundo, nós estamos todos em comunhão e no entendimento do mistério que Vós
revelastes à humanidade.

(O VM retorna ao seu lugar e coloca o Esq  e o Com ao lado do VLS de


forma apropriada ao Gr de Apr. O Esq e o Com são colocados ao lado do
14
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VLS, nunca sobre ele. Na mesa do VM deverá existir uma Espada, o
Candelabro de 3 Braços, o Malhete, a Colher de Pedreiro e a Carta Constitutiva da
Loj Maç emitida pela Gr Loj Maç.)

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – Meus IIr, levantai-vos.

(O M CC e o Exp tomam posição a cada lado do Altar, no posto do VM, e


formam um Esq em cima do Altar usando as espadas.)

VEN – Meus IIr, os fundamentos de nosso Templo estão maduros. Este lugar é Sagrado e
nosso Trabalho secular pode resumir seu curso de acordo com as antigas profecias de
Hermes. O Egito foi despojado de Deuses e de Homens. Mas nós, verdadeiros e antigos
Maçons de Memphis, preservamos e mantemos a herança destas terras. Senhor da
Verdade, a quem os homens conhecem sob tantos e diferentes nomes e que a nós, vossos
Artistas, Supremo Arquiteto dos Mundos, dissestes: “Eu criei todas as formas por Meu
Verbo quando não existia nem Céu nem Terra”. Recebei aqui e agora nossa homenagem,
iluminai o nosso trabalho, dispersai as trevas que velam a Verdade, de forma que nos
sejam revelados os planos perfeitos da Eterna Sabedoria que governa todos os Mundos.

1º VIG – Vós que dissestes: “Eu sou a Fonte da existência de todos os seres, Eu sou o
ontem, Eu conheço o amanhã”. Nós Vos saudamos.

2º VIG – Vós que dissestes: “Eu sou a Eternidade, o Mundo, o Tempo, a Mudança, Minha
essência é Bondade, Beleza, Sabedoria e Verdade”. Nós Vos saudamos.

VEN – Aqui estão os Arcanos da “Gnosis”. Deixem que os que tenham ouvidos ouçam, que
seus olhos vejam e que suas almas entendam.

VEN – Sentai-vos, meus IIr.

(O VM e os VVig tomam seus assentos, o M  CC e o Exp retornam aos seus
lugares).

VEN – Ir 2º Vig, que idade tendes?

2º VIG – Três anos.

VEN – A que horas os Maçons começam seus Trabalhos?

15
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – Quando o Sol está em seu meridiano, em seu ponto mais alto sobre as areias do
Egito, quando é meio-dia e as sombras estão em seu mínimo, então os Maçons de
Memphis começam seus Trabalhos.

VEN – Ir 1º Vig, que horas são?

1º VIG – É meio-dia VM.

VEN – À ordem, meus IIr.

VEN – Dado que o Templo da Sabedoria é justo e perfeito e dado que é a hora e temos a
idade.

(O VM toma a espada com sua mão esquerda e com a mão direita dá a bateria do
Grau com o Malhete.)

VEN - ,

1º VIG - ,

2º VIG - ,

VEN – À Glória do Supremo Arquiteto do Universo, em nome da Franco-maçonaria, e sob


os auspícios da Grande Loja _________, em virtude dos poderes que me foram
conferidos, eu (nome verdadeiro) declaro abertos os Trabalhos desta Aug Resp L
Simb _________ no Oriente de _________.

(O VM abaixa sua espada)

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – Em uníssono, meus IIr, com o Ir M CC.

(Todos os IIr fazem o sinal, a bateria e a aclamação, dirigidos pelo M  CC.)

M CC – Pelo Sinal. (Todos fazem o sinal)


– Pela Bateria. OO-O : OO-O : OO-O
– Pela aclamação: À Glória do Grande Arquiteto do Universo!

(E retornam à ordem.)

16
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – Não estamos mais no mundo profano. Que nosso trabalho permaneça em
conformidade com a Harmonia Universal. Que não tenhamos outro objetivo que não a
Glória do Eterno Arquiteto, a permanência da verdadeira Maçonaria e a Felicidade de
todos os seres.

1º VIG – Escutais a voz do VM. Os trabalhos tomaram força e vigor.

2º VIG – Escutais a voz do VM. Os trabalhos tomaram força e vigor.

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – Meus IIr, convido os Mestres a tomarem assento.

(Sentam-se os Mestres)

VEN – Permito aos Companheiros sentarem-se.

(Sentam-se os companheiros)

VEN – E autorizo os Aprendizes a que se sentem.

(Sentam-se os Aprendizes)

RECEPÇÃO DE IIr VISITANTES

VEN – Há IIr visitantes no exterior da Loj Maç?

1º VIG – Ir 2º Vig, há IIr visitantes no exterior da Loj Maç?

2º VIG – .....(SIM / NÃO).

(Se houver IIr visitantes, entram neste momento de forma adequada, entrando
primeiramente os MMMM, depois os CComp e finalmente os AApr.)

DESCULPAS JUSTIFICADAS DO IIr AUSENTES

VEN – Algum dos IIr traz uma justificativa a apresentar em nome dos IIr ausentes?

(Se houver, os IIr anunciarão, solicitando a palavra pela forma usual.)

17
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

ORDEM DO DIA

VEN –
1º VIG –
2º VIG –

VEN – Ir 1º Vig,anunciai em ambas as colunas, como anuncio no Or, que estamos na
Ordem do Dia.

1º VIG – Ir 2º Vig, e IIr que decoram minha coluna, o VM anuncia que estamos
na Ordem do Dia.

2º VIG – IIr que decoram minha coluna, o VM anuncia que estamos na Ordem do
Dia.

VEN – Ir Secr, qual o assunto preferencial da Ordem do Dia!

SECR – (O Secr anunciará, por ordem de prioridade e em havendo, as INICIAÇÕES, as


INSTRUÇÕES, ou as CONFERÊNCIAS e/ou PRANCHAS.)

VEN –
1º VIG –
2º VIG –

CIRCULAÇÃO DA BOLSA DAS PROPOSIÇÕES

VEN – Ir M CC, circulai a Bolsa das Prop.

(O M CC fica entre ccol e inicia a circulação da Bolsa das Prop . Após a
circulação, volta para ficar entre ccol.)

2º VIG – Ir 1º Vig, a Bolsa das Prop se encontra entre ccol.

1º VIG – VM, a Bolsa das Prop está no Oc e se encontra ao vosso dispor entre
ccol.

VEN – Deixai que o Ir M CC a traga para o Or.

VEN – IIr Orad e Secr, vinde comigo conferir a Bolsa das Prop.

VEN – A Bolsa das Prop chegou ao Or pura e sem nenhuma ação. (Ou: A bolsa das
proposições chegou com a petição para iniciação do profano…….)

ORAD – Dou fé.

18
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN –
1º VIG –
2º VIG –

VEN – Ir 1º Vig, qual é a missão de nossa Or?

1º VIG – Servir como fundamento, VM, e permitir que os verdadeiros e antigos Maçons
do velho Egito, operem o culto do Supremo Arquiteto de todos os Mundos, por meio do
trabalho dos Símbolos e Ritos.

VEN – O que devemos entender por culto? Será isso uma nova Religião?

1º VIG – VM, a palavra “religião” vem do latim “religio”, significando reintegrar ou


religar o homem ao seu estado primitivo com o Divino.

CONCESSÃO DA PALAVRA A BEM DA ORDEM EM GERAL

VEN – Ir 1º Vig, perguntai aos IIr que decoram ambas as colunas se têm algo a
propor a bem da ordem em geral e desta Resp Loj Maç em particular.

1º VIG – Ir 2º Vig e IIr de minha coluna, o VM pergunta se algum Ir tem algo a
propor a bem da ordem em geral e desta Resp Loj Maç em particular.

2º VIG – Ir que decorais minha coluna, o VM pergunta se algum Ir tem algo a
propor a bem da ordem em geral e desta Resp Loj Maç em particular.

(Se alguém pedir a palavra pelo sinal de costume, o Vig  de sua respectiva coluna o
anuncia. Coluna do Norte, após, coluna do Sul. Primeiro aos IIr  do quadro, depois
aos visitantes.)

1º VIG – VM, as ccol se encontram em silêncio.

(O VM dá a palavra ao Or.’. , e finalmente ao Orad.’.. )

CIRCULAÇÃO DA BOLSA DE BENEFICÊNCIA

VEN – Ir Hosp, circulai a Tsedaka11.

(O Hosp fica entre ccol e inicia a circulação da Tsedaka, ou Tronco da Viúva. Após
a circulação, o Hosp fica entre ccol, com a Tsedaka acima da cabeça.)

2º VIG – Ir 1º Vig, a Tsedaka se encontra no Oc.

11
Pronuncia-se “tse-da-ká”.

19
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

1º VIG – VM, a Tsedaka se encontra entre ccol ao vosso dispor.

VEN – Ir Hosp, levai a Tsedaka até o Ir Tes.

(O relatório da quantidade de metal profano é dado em particular ao Secr  para que


conste em Ata, e ao VM, para seu conhecimento.)

CADEIA DE UNIÃO – FORMAÇÃO DA CADEIA MÍSTICA

VEN – Meus IIr, convido-vos a fazer a Cadeia de União.

(A cadeia é feita sem luvas, a mão direita sobre a esquerda, os calcanhares juntos e as
pontas dos pés tocando as pontas dos pés do próximo. É também conhecida como
Cadeia Hermética. Uma vez formada a cadeia, o VM diz:)

VEN – Alegremos-nos pelo trabalho que foi lealmente cumprido. Prossigamos no esforço
em busca da perfeição a cada dia mais. Fortaleçamos em nossos corações o Amor pela
humanidade e a consciência de nossos deveres, ao mesmo tempo em que nos dedicamos
ao serviço da Verdade, una e imutável. Que nossas assembléias sejam cada vez mais e
mais fortalecidas pela união fraternal e a vontade de nos servirmos uns aos outros. Que
exista sempre em nós o paraíso da paz e da virtude. Que a união fraternal entre nós, de
agora em diante, seja mais forte, de forma que nada nunca a possa quebrar.

(O VM, se quiser, pode dar a palavra em oração aos IIr  que queiram
complementá-la de forma breve, e quando todos hajam concluído, o VM diz:)

VEN – Faça-se!

(O VM faz circular a frase sagrada, metade em cada sentido. Quando a frase
retorna ao VM, este diz:)

VEN – Meus IIr, a Frase Sagrada chegou a mim justa e perfeita. Em tal condição, vos
comunico que a Frase Sagrada é ................................

(A Cadeia de União é terminada levantando e baixando os braços e mãos ainda


entrelaçados por três vezes, com a proclamação:)

TODOS – SAÚDE! FRATERNIDADE! SABEDORIA!

(Os IIr, depois de desfazerem a Cadeia, retornam aos seus lugares normalmente.)

SAÍDA DOS IRMÃOS VISITANTES

(Depois do VM ter dirigido algumas palavras de união e fraternidade maçônica


aos IIr VVis e de lhes agradecer sua ajuda e presença nos trabalhos da loja
maçônica, diz:)

20
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – Ir M CC, acompanhai os IIr VVis à saída do Templo.

DESPACHO DO MATERIAL DE SECRETARIA E ASSUNTOS GERAIS

VEN – Ir Secr, tem a Loj Maç alguma correspondência oficial?

(Se existir alguma correspondência oficial, o Secr  fará a leitura.)

ASSUNTOS DE FAMÍLIA

VEN – Ir Secr, tem a Loj Maç alguma correspondência privada ou assuntos de
família para atender?

(Nesta parte, se tratarão dos seguintes pontos:


1 - se existir alguma correspondência privada, o Secr  fará a leitura;
2 - se existe algum outro assunto de caráter interno da Loj , o Secr o comunicará e o
VM dirigirá o debate e o escrutínio, se couber.)

LEITURA DA ATA DA PRESENTE SESSÃO12

VEN – Ir Secr, tende a bondade de ler a minuta da Ata da presente sessão.

VEN – Convido os MM desta R Loj Maç a expressar seus comentários, sugestões ou
correções à minuta desta sessão. Ao golpe do Malhete, meus IIr.

(O VM, ao golpe do Malhete, verifica os IIr  que pedem a palavra pelo sinal de
costum.)

2º VIG – Reina silêncio na col do N, Ir 1º Vig.

1º VIG – Reina silêncio em ambas as ccol VM.

VEN – Em assim sendo, peço as conclusões do Ir Orad.

ORAD – …………(Discurso dos Trabalhos)………….

(Depois que o Orad falar, ninguém mais pode pedir a palavra.)

VEN – Os IIr que aprovam a minuta da Ata que acaba de ser lida, (... com as devidas
alterações solicitadas...) manifestai-vos pela forma usual.

VEN – A melhor forma de honrar ao Supremo Arquiteto do Universo é através do


comportamento do Maçom no Mundo como homem serviçal, observando as inflexíveis
12
Não se lêem as Atas das Sessões anteriores, só as da mesma Sessão.

21
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

Leis dos impulsos de sua consciência, porque é através da consciência que o homem se
conecta ao Divino.

VEN – Ir 1º Vig, foi esta regra perpetuada até hoje nos corações de todos os maçons?

1º VIG – VM, os IIr que trabalharam nas sombras das ccol do N e do S,
trabalharam fraternalmente sob o Esq para a felicidade de todos os seres.

VEN – Assim também é no Or, onde todos trabalharam fraternalmente sob os Céus do
Egito.

VEN – Ir 2º Vig, quanto tempo trabalham os AApr na Sabedoria das Sabedorias?

2º VIG – Do pleno meio-dia até a plena meia-noite.

VEN – Ir 1º Vig, que horas são?

1º VIG – É plena meia-noite. O silêncio reina sobre o Egito e a Luz da Lua cobre os
Santuários de Memphis, em silêncio.

VEN – Pois que é meia-noite, a hora em que todos os AApr MMaç terminam seus
trabalhos, convido-vos a unir-vos a mim, meus IIr, para procedermos à conclusão de
nossos mistérios, como de costume.

1º VIG – – IIr que decorais as ccol do S, levantai-vos e à ordem.

2º VIG – – IIr que decorais as ccol do N, levantai-vos e à ordem para saudar
nosso VM. Saudações fraternais VM!

(Todos no Or, incluindo o VM, levantam-se neste momento e ficam à ordem.)

VEN – Saudações fraternais a vós todos, meus IIr que decorastes estas ccol e o Or.
Recebeis o ósculo da Paz.

VEN – ,

VEN – Sentai-vos, meus IIr.

(O VM precedido pelo M CC vai até o quadro da Loj Maç. O 1º e 2º VVig,
com suas velas e Malhetes, ficam diante de seus respectivos pilares de ofício.)

VEN – Soberano Poder, a quem o homem invoca sob centenas e centenas de nomes
distintos, Eterno Arquiteto criador de todos os Mundos, neste Templo dirigido a Vós se
elevam nossos fiéis corações. Agora que fechamos nossos trabalhos, ajudai-nos que seja
afastado de nossa visão o véu das falsidades, enganos e prejuízos. Iluminai as nossas
almas, tal como iluminastes nosso trabalho, para que, merecedores de Vós, purificados
pelo fogo que dá a vida de verdadeiros Franco-maçons, possamos ser guardados em

22
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

prosperidade, humildade e em harmonia com toda a Natureza e Suas Leis. Em assim


sendo, que nós, purificados e feitos merecedores, possamos ganhar um vislumbre dos
planos perfeitos de Vossa Sabedoria, e deixai que estas luminárias, antes de serem
extintas, coloquem em nossas almas o fogo de vosso poder e de vossa força, e através de
Vossa Graça possamos estar livres de toda a tristeza para experimentar a Alegria Eterna.
Possamos também presenciar vossa Misericórdia nesta hora. Provamos a doçura de
vossas Leis para que possamos terminar este dia com os mais humildes atos de Graça.
Que nós, oh Soberano Arquiteto do Universo, vossos obreiros, possamos desfrutar
sempre de boa saúde de corpo, alma e espírito e nos tornarmos verdadeiros Sacerdotes
Eleitos, tudo isto de acordo com vossa Divina Vontade.

(O VM, com o Malhete na mão esquerda sobre o coração e o abafador da chama na


mão direita, diz:)

VEN – Deixai que Vossa Beleza nos guie.

(O VM extingue a chama do Pilar da Beleza e o 2º Vig  extingue a sua chama. As


chamas das velas jamais são apagadas com um sopro.)

VEN – Arquiteto Eterno, que vossa Justiça esteja sempre presente em nosso Espírito!

(O VM extingue a chama do Pilar da Justiça.)

VEN – Que a magnificência de vossa Força nos sustente!

(O VM extingue a chama do Pilar da Misericórdia e o 1º Vig extingue a sua


chama. O VM retorna ao Oriente e os VVig retornam aos seus postos).

VEN – Que a palavra da Verdade, escrita neste Livro Sagrado, permaneça sempre em
nossos corações!

(O VM desfaz a posição do Com e do Esq e fecha o VLS.)

VEN – Misteriosa e Inefável Manifestação que nossos antepassados honraram, Poder


desconhecido e eternamente ativo; nossos espíritos se elevam às alturas dirigidos para
vosso Princípio, além da manifestação e das formas.

(O VM extingue as chamas da direita e da esquerda do candelabro de três braços.


O Orad e o Secr extinguem as suas chamas no mesmo momento.)

VEN – Ir M CC, ocultai o quadro dos AApr entre os véus.

(Neste momento, o VM retira a luva da sua mão direita e a estende sobre o
candelabro.)

VEN – Meus IIr, existe uma Paz Suprema para o Mundo, que é a infinita beatitude que
alguém encontra no Ponto Central onde tudo é Uno. Existe uma Sabedoria que por sua
tríplice Aliança o faz una como a Árvore da Vida. Existe uma Força que incessantemente

23
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

penetra tudo o que vive e em que por si, todas as Luzes encontram sua manutenção. Que
esta Força vos eleve e sustente; que esta Sabedoria vos ilumine e que esta Paz esteja
convosco para sempre.

(O VM põe a luva na mão direita).

VEN – Ir 1º Vig, chegou a hora em que os Maçons devem partir?

1º VIG – Ir 2º Vig, chegou a hora em que os Maçons devem partir?

2º VIG – A hora chegou, VM!

(O VM toma a espada com a mão esquerda e dá a bateria do Grau com o Malhete,
repetido pelos VVig).

VEN – , .
1º VIG – , .
2º VIG – , .

VEN – À Glória do Supremo Arquiteto do Universo, em nome da Franco-maçonaria


Universal e sob os auspícios da Grande Loja ………………………………, e pelas virtudes dos
poderes que me foram conferidos, eu declaro fechados os Trabalhos desta ARLS
sob o nome de ............................ do Or de ……………….

(O VM pousa a espada e o Malhete e fica à ordem.)

VEN – Meus IIr, em uníssono com o Ir M CC.

(Todos fazem o sinal, a bateria e a aclamação dirigidos pelo M  CC, que está entre
ccol no Oc.)

M CC – Pelo Sinal. (Todos fazem o sinal.)


– Pela bateria: OO – O , OO – O , OO – O.
– Pela aclamação: À Glória do Grande Arquiteto do Universo!

(Não se retorna ao sinal de ordem.)

VEN – Antes de nos retirarmos, recordemos os juramentos prestados. Que jamais


pronunciemos no Mundo Profano algo relacionado com o que aqui se passou esta noite.

VEN – Meus IIr, não vos esqueçais que é em nossas almas e nas almas de toda a
humanidade onde nós devemos semear a Palavra, para que esta possa produzir frutos de
todo gênero e espécie, pois a alma é o Templo interno do homem, é a Terra da Palavra.
Como as águas do Nilo fertilizam as terras do Egito durante a estação de Sha no mês de
Thoth, assim as águas de cima fertilizam o Templo Interior do homem durante a mesma
misteriosa estação.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

(O M CC vai ao Or e oferece a mão direita ao V M, e todos os OOfic do Or e
da Loj Maç se retiram em ordem hierárquica: primeiramente saem os MM  e
depois os CComp; os Aprendizes não saem até que tenham arrumado o Templo.
Depois que todos os OOfic, MM e CComp se retiraram, o M CC retorna ao
Templo para verificar o trabalho dos AApr . Finalmente, o M CC extingue o fogo
sagrado entre ccol pronunciando as seguintes palavras:)

M CC – Apago a chama visível. Que permaneça a Invisível!

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

RITO ANTIGO E PRIMITIVO

RECEPÇÃO E INICIAÇÃO

(Estando todos os IIr sentados e em silêncio, o VM diz:)

VEN– Ir Experto, verificai se o Candidato chegou.

(O Exp se retira e volta com seu relatório.)

VEN – Ir Exp, voltai ao Candidato e verificai que ele não possa escutar nenhum som do
interior desta Resp Loj, e com ele permanecei até receber nossas ordens, para que
possa ser submetido às nossas provas, ou seja, admitido completamente em nosso
Templo.

(Depois que o Exp tiver saído.)

VEN – Meus IIr, a informação que recebemos referente ao Candidato ....................... está
a seu favor. O relatório dos IIr que o investigaram, o relatório do Orad e a votação
secreta foram favoráveis. Nosso próximo trabalho é iniciar o Candidato, estais de acordo
com isto?

( Os IIr votam da forma usual com a mão. O V M procede ao recebimento do


juramento do Ir que propôs o Candidato.)

VEN – À Ordem, meus IIr.

(O Ir que propôs o Candidato se coloca à Ordem com a mão esquerda posta sobre o
L da L e diz: “À Glória do Sublime Arquiteto dos Mundos, em Nome da Grande
Loja ........................, na presença dos brilhantes raios de luz desta Erudita Loja, juro
que o Neófito que apresento para a Iniciação é digno deste Sublime privilégio. Eu
respondo por ele de alma e coração. Que assim me ajude o Eterno”.)

VEN – Recebo vosso juramento em Nome da Ordem. Ide, meu Ir, e que o Deus da Paz
esteja convosco. Ir Guarda Interno, atendei o Candidato e avisai o Ir Exp para que
retorne à Loja.

VEN – Ir Exp, vossa é a importante tarefa de submeter o Candidato às provas físicas, de
orientá-lo em suas viagens misteriosas e de fazê-lo passar por esses elementos pelos
quais deve passar antes de chegar à porta do Templo. Antes de tudo, certificai-vos de que
ele fará seu testamento, para que possamos conhecer a forma como se desfaz das coisas
com que Deus lhe tem abençoado. Levai convosco outro Ir que cuidará do Candidato,
enquanto vós nos informais sobre o progresso que ele terá feito após cada viagem. Ide,
meu Ir, e que o Sublime Arquiteto dos Mundos esteja convosco.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

(O Exp sai do Templo e regressa trazendo com o juramento as jóias e os metais do


Candidato. O VM lê em voz alta o testamento, sua profissão de fé e suas respostas
às seguintes perguntas:
1– O que deve o Homem pensar sobre as origens das coisas, as primeiras causas?
2 – O que deve o Homem a si mesmo?
3 – O que deve o Homem a seu próximo?
Se as respostas forem satisfatórias, o VM dirá:)

VEN – Ir Exp, trazei-nos o Candidato, retirai-o do Reino da Terra e das Trevas da Noite
e entregai-o ao Ir. Terrível, para que ele possa realizar sua primeira viagem.

(O Exp volta ao Candidato e lhe pergunta se persiste em seu desejo de se fazer um


Franco-maçom, e se tem coragem suficiente para prosseguir com as demais provas. Se
a resposta for satisfatória, ele o entrega ao Ir. Terrível e o prende com uma corrente de
ferro.)

EXP – Persistis em vosso desejo de tornar-se um Franco-maçom?

(O Candidato responde. O Exp golpeia na porta do Templo com os toques


irregulares. )

2º VIG – Ir 1º Vig, irregularmente batem à porta.

1º VIG – VM, irregularmente batem à porta.

VEN – Comprovai quem é esse audaz mortal que tem a coragem de perturbar nossos
Mistérios.

TER – É um homem livre e de bons costumes que deseja tornar-se um Franco-maçom.

VEN – Perguntai-lhe sua idade, estado civil e se realmente deseja tornar-se um maçom.
Perguntai-lhe também como conseguiu chegar até o umbral do Templo, visto que tal
feito é impossível para um profano.

(O Ter lhe faz estas perguntas e o Exp responde:)

EXP – Ele deixou o Mundo e penetrou no seio da Terra e na morada da morte, atravessou
todos os caminhos da vida e tendo sido purificado pela água, pelo fogo e pelo ar, emergiu
livre das manchas do vício.

VEN - Daí entrada ao candidato e coloque-o entre colunas e prepare que faça a primeira
viagem.

29
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

PRIMEIRA VIAGEM

(O Ir Terrível escolta o Candidato em sua primeira viagem. Isto é feito em silêncio e
quando se passa através da Terra, a corrente de ferro é deixada nesse lugar. Depois o
entrega ao Exp, que lhe pergunta:)

EXP – Quais reflexões fizestes durante vossa espera no Quarto das Reflexões e durante a
Viagem que acabastes de fazer?

(Após a resposta, o Exp se dirige ao VM, dizendo:)

EXP – VM, o Candidato terminou sua primeira viagem, atravessou o elemento Terra e
está livre da Corrente que o prendia.

2º VIG – O lugar onde estivestes encerrado representa o seio da Terra, de onde tudo vem e
para onde tudo há de retornar. Ali encontrastes os símbolos da morte, para recordar-vos
de que aquele que deseja unir-se a nós, deve primeiramente morrer para todo vício,
erros e preconceitos da ignorância, para que assim possa renascer na Virtude e Filosofia,
objetivo de nossa Ordem e de nossos Trabalhos, e que deve estar sempre preparado para
sacrificar sua Vida pelos seus IIr. Mostram-vos também o destino de todo aquele que
perjura suas obrigações e trai os segredos de nossa Ordem. A Escuridão em que agora
caminhais, os metais que fomos tão cuidadosos em retirar-vos, a corrente que vos
prendia durante vossa primeira viagem, a qual perdestes durante vossa travessia pela
água, são símbolos que eu vos convido a fixar em vossa memória, e que mais tarde ser-
vos-ão explicados, caso persistis em vossa intenção de ser admitido entre nós e
continueis agindo com essa coragem que tendes demonstrado até agora.

VEN – Ir Exp, o Candidato deseja prosseguir?

EXP – Assim o deseja, VM.

VEN – Neste caso, Ir Exp, certificai-vos de que ele completará sua Segunda Viagem.

SEGUNDA VIAGEM

(O Ir Terrível segura o Candidato e após caminhar com ele, leva-o próximo da Água.
Quando tiver passado pela Água, o Exp diz:)

EXP – O que pedis? Consentis em continuar vossa Viagem? Aviso-vos de que grandes
perigos vos esperam.

(Após ouvir a resposta, o Exp se dirige ao VM e diz:)

EXP – VM, o Candidato completou sua segunda viagem, passou através do elemento
Água, purificou-se e persiste em sua resolução.

30
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

1º VIG – A idéia que o mundo tem de nós é falsa. Dizem que os motivos pelos quais nos
reunimos são vagos e ridículos, mas podeis imaginar que nenhum motivo fútil tem sido a
razão que, através das eras, tem reunido os homens mais sábios de todas as Nações e de
todas as Classes. Têm-nos acusado de ser inimigos da Sociedade. Apesar disso,
encontrareis entre nós os mais patriotas dos homens. Têm-nos acusado de ser uma
Sociedade sem princípios religiosos, mas a Moral Religiosa se encontra na base de nossa
Ordem. Se admitimos homens honestos de cada religião, é porque não temos direito de
interferir com a consciência do homem, e porque pensamos que o incenso da virtude é
aceitável por Deus em qualquer forma que lhe seja oferecido. A Tolerância que
professamos não é o resultado do ateísmo ou da impiedade, mas da indulgência e da
filosofia. Mais do que isso, toda discussão de assuntos religiosos ou de política é
estritamente proibida entre nós. Finalmente, temos sido acusados de ser uma sociedade
gastronômica, mas agora ireis provar a bebida que é servida em nossos jantares.

(O Exp lhe dá para beber uma taça com a bebida.)

1º VIG – Esta taça é emblemática, tal como tudo o que tendes feito até agora. Estais
dispostos a continuar?

VEN – Já que persiste em sua resolução, podeis vós, Ir Exp, certificar-vos de que ele
fará a volta da roda para que possa ser purificado. Depois, deixá-lo-eis a sós; que o
Sublime Arquiteto dos Mundos possa guiá-lo e que Sua Vontade seja feita.

TERCEIRA VIAGEM

(Nesta Viagem, o Candidato passa pelo elemento Ar, em meio a trovões e relâmpagos.
Depois da mais terrível das tempestades, tem-se a mais profunda calma.)

VEN – Haveis passado vitoriosamente através dos elementos. Agora deixo que continueis
solitário. Continuai vossa Viagem e se tiverdes coragem, o Sublime Arquiteto dos
Mundos vos guiará até onde EU espero que chegueis.

QUARTA VIAGEM

(Nesta Viagem, o Candidato, em meio ao silêncio e sem obstáculos materiais,


atravessará o elemento Fogo.)

VEN – Tendes sido purificado de vossos preconceitos passados. Tratou-se de despertar em


vós a virtude da Força e vos aconselho a meditação silenciosa por meio da vigília, tentou-
se suscitar em vós a faculdade da coragem espiritual e o dom da perspicácia, que não é
mais que a profecia da antiga escolástica religiosa. A Franco-maçonaria tem tentado
revelar em vós As Quatro Virtudes Cardeais e seus corolários tradicionais – esta palavra
provém do vocábulo latino “cardinalis” (porta) –, foi-vos demonstrado por meio do
Ritual e tentou-se abrir-vos as portas através das quais algum dia a Luz Superior deverá
entrar plenamente em Vós.

31
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

(O Candidato, neste momento, encontra-se próximo da entrada do Templo. É-lhe


permitido andar alguns passos para frente, sendo detido por dois IIr  portando
espadas. Um deles lhe diz:)

VM - Aonde ides? Tendes cumprido com todas as condições necessárias para serdes
admitido?

(Após a resposta.)

SV – Ele deixou o Mundo e penetrou no seio da Terra e na morada da morte, atravessou


todos os caminhos da vida e tendo sido purificado pela água, pelo fogo e pelo ar, emergiu
livre das manchas do vício.

VM - Sabeis vós que para entrar em nossa Ordem é necessário fazer um terrível juramento,
que é para nós, tanto neste mundo quanto no outro, uma garantia de discrição? Esta
obrigação não é incompatível com nenhum deve que possais ter em relação com vosso
país, religião e honra. Consentis em fazê-lo?

(Após a resposta, o VM prossegue:)

VM - Estes são os pontos principais:


1 – Silêncio absoluto do que possais escutar ou aprender entre nós.
2 – A obrigação para praticar essas virtudes que emanam da Divindade para combater as
paixões que degradam e desonram o homem, para ajudar a vossos IIr por todos os
meios em vosso poder, inclusive com o custo de vossa vida e, no futuro, ser fiel a Deus e
ao vosso soberano, e obedecer às leis de vosso país.
3 – Cumprir e obedecer aos Estatutos da Franco-maçonaria e os Regulamentos desta
Loja.
Estais dispostos a tomar esta obrigação?

(O Candidato responde.)

VEN – Quem vos trouxe aqui?

(O Candidato responde.)

VEN – Aonde fostes conduzido em primeiro lugar?

(O Candidato responde.)

VEN – Quais foram vossas impressões desse lugar?

(Resposta.)

VEN – Aonde fostes depois desse lugar, e o que vos sucedeu ali?

(Resposta.)

32
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – O significado simbólico de todas as vossas viagens ser-vos-ão explicados mais tarde
quando a Luz se refletir em vossos olhos e quando vos for permitido compreender a
linguagem da sabedoria e da filosofia da Antigüidade. Contudo, há algumas questões que
terei de fazer-vos, e de vossa resposta depende a decisão que deve ser tomada pelos
membros desta respeitável Sociedade.

VEN – Credes em um Ser Supremo?

(Resposta.)

VEN – Esta crença é um crédito para vosso coração e para vosso intelecto. É a base de toda
a verdadeira filosofia e se um homem duvida da existência de um Ser Supremo é porque
teme Sua Justiça.

VEN – Que idéia tínheis com relação à nossa Sociedade antes de unirdes a nós, e qual é a
razão pela qual desejais fazê-lo?

(Resposta. O VM pode fazer outras perguntas se assim o desejar.)

VEN – Meus IIr, há alguém dentre vós que não esteja a favor do Candidato?

(Silêncio geral.)

VEN – Este silêncio prova-vos o interesse que tendes inspirado nos IIr que agora desejam
reduzir as vossas provas. As purificações às quais tendes sido submetido serão então as
únicas provas que tereis de sofrer hoje, que elas vos tenham deixado sem a menor das
manchas, e que todas as vossas ações no futuro sejam guiadas por este lema Divino, que
é a primeira Lei dos Maçons: Nunca façais ao próximo, o que não desejais que ele vos
faça, e fazei ao próximo o que desejais que ele vos faça.

VEN – Ir M CC, conduzi o Candidato ao Altar para que preste sua obrigação.

VEN – À Ordem, meus IIr, com a espada na mão.

(As espadas são seguradas com a mão direita.)

VEN – Consentis em prestar o juramento que esperamos de vós e que vos foi explicado
antes de entrardes neste lugar?

(Resposta.)

( O Candidato, de pé, presta seu juramento com a mão direita sobre o L  da L e a


espada, uma ponta do compasso apoiada sobre seu coração. Repete o juramento
depois do VM:)

“Eu, ......................., juro por livre vontade na presença do Grande Arquiteto


dos Mundos e na presença desta Venerável Assembléia, no Livro Sagrado da
Lei e na espada símbolo da Honra, nunca revelar a ninguém no mundo

33
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

nenhum dos Mistérios da Maçonaria que possam ser agora comunicados.


Prometo amar meus IIr e ajudá-los com minha melhor habilidade, ainda
que com risco de minha própria vida. Juro que serei um exemplo de
obediência às leis de meu país e à prática da virtude, e fazer o máximo para
me aperfeiçoar e subjugar minhas paixões. Prometo submeter e obedecer as
leis e regulamentos da Ordem Maçônica de Memphis. Consinto, diante da
violação de minha obrigação, em ter minha garganta cortada e que minha
memória manchada por minha ofensa seja rechaçada por todos. Que o
Sublime Arquiteto dos Mundos me ajude e me proteja de tal destino”.

(O M CC conduz o Candidato abaixo dos degraus e o coloca no meio do Templo. Os


IIr se colocam com as espadas em direção ao Candidato.)

VEN – Que pedis?

Cand – A Luz.

VEN –

1º VIG –

2º VIG –

VEN – Vós estais na escuridão. Eu vos dou a Luz.

(A venda é retirada dos olhos do Candidato e um “flash” brilhante de Luz passa diante
de seus olhos. Os IIr seguram as espadas com a mão direita.)

VEN – Não tenhais medo das armas apontadas contra vós. Elas somente ameaçam aos que
perjuram, mas estão prontas para defender-vos se alguma vez necessitardes de sua
ajuda.

(O proponente do candidato se posiciona atrás do candidato. )

VEN - Atrás de você, se encontrateu maior inimigo, assim sendo, está disposto a perdoá-lo?

(O candidato responde.)

( Depois de responder, o candidato se volta e olha o Ir.’. que o indicou, e o abraça.)

(Os IIr baixam as espadas.)

VEN – Ir M CC, conduzi o nosso novo Ir ao Altar, para que sendo inteiramente
livre, possa prestar sua obrigação.

(O Candidato confirma seu juramento. O V M coloca a ponta de sua espada na


cabeça do Candidato e diz:)

34
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

VEN – À Glória do Sublime Arquiteto dos Mundos, em nome e sob os Auspícios da Grande
Loja de __________, pelos Poderes de que estou investido, eu creio em vós e vos
constituo Aprendiz Maçom do Rito Antigo e Primitivo, e Membro desta respeitável Loja
__________ do Oriente de ___________.

(O Candidato desce do Altar, e o M CC o conduz à direita do VM.)

VEN – Como Símbolo de Adoção, revisto-vos com uma indumentária que nós
consideramos sagrada (cobre-o com um avental branco). Esta indumentária é o
emblema da Pureza que sempre tereis de possuir. Recebei também esta faixa que
usamos; ela vos dá direito a ter um assento entre nós. (Entrega-lhe um par de luvas
brancas) Nunca sujeis a brancura destas luvas metendo a mão nas águas barrosas do
vício ou no sangue de nossos IIr, a menos que seja em defesa de vosso país. Elas vos
devem sempre recordar do compromisso que tendes assumido com a vossa entrada
neste Templo de Virtude. Meu Ir, para que nos reconheçamos uns aos outros, temos
os sinais, toques e palavras.
O S é feito colocando-se a mão direita em forma de esquadro na garganta, juntando os
quatro dedos e o polegar levantado em direção ao queixo, ao mesmo tempo em que se
levanta o cotovelo direito à altura da mão. Isto é o que chamamos “estar à ordem”. Agora
retirai vossa mão horizontalmente até o ombro direito e deixai-a cair
perpendicularmente ao lado, formando assim um esquadro, completando o S. Este
sinal que chamamos gutural, recorda-nos de nossas obrigações e a penalidade de sua
infração.
O T é dado colocando o polegar direito na primeira falange do dedo indicador da mão
direita e pressionando-a três vezes.
A P é JAKIM, que significa “Força”. É o nome de uma das ccol de bronze colocadas à
entrada do Templo da Sabedoria. A P é soletrada da seguinte forma: J – A – K – I – M.
A Bat.’. é: ** *, ** *, ** *.
A Exclamação é À G.’. D.’. G.’. A .’. D.’. U.’..
Os passos são t.’., começando com o p. e. , d. curtos e um terc. mais largo.
Já vos disse, meu Ir, que a Maçonaria é conhecida através do Universo, e ainda que
dividida em diferentes Ritos, os princípios são os mesmos, e vós devereis ter o mesmo
sentimento de Fraternidade com todos os Maçons, seja qual for o Rito ao qual
pertençam.

(O VM lhe dá o beijo da Inic.)

VEN – Ide, e sede examinado pelo Ir Exp.

VEN – Meus IIr, sentemo-nos.

(O M CC leva o Neófito ao Oeste, onde é examinado pelo Exp .)

EXP – Ir 2º Vig, o STP foram corretamente dados pelo nosso novo iniciado.

(Isto é repetido pelo 1º Vig. O VM dá uma batida, sendo repetido pelos VVIG.)

35
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

( O neófito sai do Templo para se recompor, para retornar, bate à porta do Templo, o
que o Ir.’. Cobr.’., anuncia. Autorizado, o Neófito entra ritualisticamente. )

VEN – À Ordem, meus IIr.

PROCLAMAÇÃO

VEN – À Glória do Sublime Arquiteto dos Mundos, em nome e sob os Auspícios da Grande
Loja de __________, proclamo, desde este momento e para sempre, membro desta
respeitável Loja nosso Querido Ir _____ Aprendiz Maçom e vos peço, meus IIr, que
o aceiteis nessa qualidade e que o ajudeis com vossa proteção, sempre que for
necessário.

(O VM dá uma batida.)

VEN – IIr VVig, convidai os IIr de vossas respectivas colunas a unirem-se a nós para
congratularmos na aquisição para a Ordem e para a Loja de um novo Ir e de um novo
amigo.

1º VIG – Ir.’. 2º Vig e IIr.’. da coluna do Sul, por ordem do VEN.’., vos convido a unirem-se
a nós para congratularmos na aquisição para a Ordem e para a Loja de um novo Ir e de
um novo amigo.

2º VIG – IIr.’. da coluna do Norte, por ordem do VEN.’., vos convido a unirem-se a nós para
congratularmos na aquisição para a Ordem e para a Loja de um novo Ir e de um novo
amigo.

VEN – À Ordem, meus IIr.

(Os IIr fazem o sinal, a bateria e a aclamação. O M  CC e o Neófito respondem da


mesma maneira. Os IIr recolocam seus chapéus.)

VEN – Sentai-vos, meu Ir, no Norte, e tentai merecer pelo vosso trabalho e virtudes
Maçônicas que vos são impostas por vossa obrigação e da qual vossos IIr vos deram o
exemplo, para fazer progresso em nossos mistérios e para receber essas honras que os
Maçons nunca recusam aos IIr merecedores.

(Quando o Neófito já tiver tomado o seu lugar.)

VEN – O Ir Orad irá agora explicar-vos os distintos emblemas que tendes presenciado
durante esta Cerimônia. Prestai grande atenção ao que dirá, pois que estes símbolos
escondem as mais importantes verdades e do correto entendimento deles depende o
conhecimento que pode eventualmente ser-vos dito no futuro.

36
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

DISCURSO DO ORAD AO INICIADO

(Este discurso é feito na primeira Sessão seguinte à Iniciação).

ORAD – Vós, que acabais de ser iniciado nos Mistérios da Franco-maçonaria, escutai
atentamente o que vou dizer-vos, e que vossa mente esteja aberta para receber estes
preceitos virtuosos.
Nós vos mostraremos o caminho que vos levará até a felicidade, vos ensinaremos como
agradar o Todo-Poderoso, cujo inefável nome deve ser sempre pronunciado com respeito
e reverência, vos ensinaremos como desenvolver esses talentos com os quais a
Providência vos abençoou para o bem-estar de vossos semelhantes e de vossa felicidade.
Vosso primeiro dever é para com Deus. Venerai o Supremo Ser que criou o Universo por
meio de Sua Vontade e que continua preservando-o, que ocupa vosso coração, mas não
pode ser compreendido ou definido pela mente humana. Tende pena dos caminham nas
trevas no meio de sombras espessas, mas sede tolerante. Tende cuidado em não odiar ou
perseguir, porque Deus não vos permite que vos vingueis dos danos feitos contra Ele.
Elevai vossos pensamentos acima das coisas materiais que vos rodeiam, e vede essas
coisas mais altas que são vossas por direito, porque esta vida terrestre não é o fim para o
homem. Sentai-vos no assento da vida, mas não vos apoieis nele com vossos cotovelos.
Se vosso primeiro dever é com o Sublime Arquiteto dos Mundos, o segundo é para com
vosso país. Deveis amá-lo e honrá-lo tal como um bom filho o faz com sua mãe.
Submetei-vos às leis de vosso país, nada vos pode dispersar deste dever, seja qual for a
posição em que estiverdes colocado, ainda que vosso país tenha agido rudemente
convosco.
Após terdes cumprido vossos deveres para com Deus e o vosso país, considerai vossa
família, filho, esposa, pai... Para cada um deles tendes obrigações que são numerosas e
sagradas. Tentai cumpri-las. Vereis que não são fáceis de fazê-las. Podereis alguma vez
esquecer o que deveis aos autores de vosso ser?
Quando estiverdes na plenitude de vossa vida, respeitai e honrai vosso pai, mas
sobretudo renda à vossa mãe o carinho e o cuidado com que ela envolveu vossa vida
jovem. E se for necessário, copiai os exemplos dos filhos de Noé e escondei suas faltas
com um manto de amor filial. Sereis abençoado por assim fazê-lo.
O amor fala ao vosso coração.
Estudante da sabedoria, que os desejos da maldade e os prazeres perversos se
distanciem de vós.
Não escolheis vossos amigos dentre os mais belos e mais ricos. Tentai escolhê-los dentre
os mais virtuosos e se fordes correspondido, tentai ser merecedor de tal virtude, pois o
amor só pode ser pago com amor, e o vício não tem nenhuma conexão com a virtude.
Se os céus abençoaram vossa vida de casado, recordai que vosso filho é um cidadão
confiado a vós pelo teu país. Instruí-o o mais rápido possível nos princípios da virtude. É
uma nobre tarefa.
Nunca esqueçais do respeito devido à idade anciã se desejais receber respeito quando
vós mesmo fordes um velho; em vez de ignorar suas idéias ou de comparar vossa jovem
sabedoria com a deles, evitai sentar-vos em sua presença sem sua permissão. Nunca
passeis entre uma pessoa idosa e o sol. Se uma pessoa de idade vos chamar, diminua
vossos passos, ainda que a mulher que amais esteja esperando por vós.

37
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

O lugar de onde primeiro vistes a Luz é o vosso país, a mulher e o homem que vos deram
a Luz são vossos pais. Ainda assim, este círculo não deve ser o limite de vossas
atividades, pois o mundo é o país do Maçom.
Tudo o que se refere à humanidade é matéria de estudo para um Maçom. Todos os
homens devem ser IIr. Tal como vós, eles têm um espírito imortal, uma alma imortal e
os mesmos órgãos, a mesma necessidade de amar, o mesmo desejo de ser útil.
Vinde, então, ao nosso Templo, pois a humanidade tem aqui seu Altar.
Olhai com respeito esta estrutura majestosa que fortalece os laços da Irmandade.
Unidos por um linguajar misterioso, todos os Maçons através do Universo, onde a Luz
penetrou em uma só família, uma família de Irmãos.
Uma Sublime conexão une essas inumeráveis pessoas: a Caridade ou beneficência, que
não é uma Virtude em si mesma, mas sem a Virtude não poderia existir. A Caridade
emana da Divindade; é essa fértil substância que prepara a mente para receber as
sementes da Sabedoria.
Cada pessoa que sofre tem uma reivindicação sagrada sobre vós. Não espereis até que o
chorar da miséria peça por socorro, mas antes avisai e assegurai aqueles que estão em
necessidade; não enveneneis pela ostentação de vossas dádivas essas águas vivas nas
quais os infortunados devem beber. Não busqueis uma recompensa por vossa Caridade
no aplauso vão; antes buscai a aprovação de vossa própria consciência.
Se a Providência vos deu riquezas, não a useis levianamente; em um espontâneo e
generoso gesto, ajudai a fazer menos aparente a desigual divisão de riquezas. Usai vossa
prerrogativa desta forma e nunca permitais a avareza, essa sórdida paixão que desfigura
vosso caráter. Que vosso coração se oponha aos frios e calculados sentimentos que a
avareza possa sugerir. Que vossa Caridade seja generosa e ativa, mas antes de tudo, que
esteja guiada pela prudência. Vosso coração deverá incentivar-vos a ajudar a toda a
Humanidade que sofre; vossa inteligência deve escolher os sofrimentos mais
importantes.
Caridade não consiste somente em dar dinheiro. O Homem não pode viver de pão
somente. Observai a miséria da infância que vos chama solicitando ajuda.
Considerai a inexperiência da juventude quando pede vosso conselho. Salvai-a dos erros
e tentações que a ameaçam; iluminai, sempre que puderdes, esses jovens corações com a
Centelha do Fogo Divino, do Gênio e da Virtude; ajudai-os a desenvolver esses Dons
para bem da Humanidade.
Vergonha merece aquele que esconde sua Luz debaixo de uma concha.
Usai vosso Dom divino da palavra, sinal exterior da dominação do Homem sobre a
Natureza, para ajudar o próximo e para iluminar em todos os corações o Fogo Sagrado
da Virtude.
Instruí, protegei, dai e confortai.
Nunca acrediteis que tenhais feito o suficiente e somente descansai para renovar vossa
força. Um dia sem fazer uma boa ação foi um dia perdido para Tito: sede
suficientemente orgulhoso para copiar seu exemplo. Ao dedicar-vos a esta paixão divina,
uma corrente interminável de felicidade brotará de dentro de vós, vossa mente se
expandirá e cada instante de vossa vida será usado valiosamente. Se sentirdes que fostes
incapazes por vós mesmos de cumprir com as boas ações que tivestes decidido cumprir,
regressai outra vez aos nossos Templos e trazei vosso ramo à trança das boas ações que
nos unem. Fazei o melhor para esses planos que a Ordem Maçônica vos sugere. Assim
aprendereis a apreciar o resultado de uma combinação de forças e sua concentração em
um objeto unido.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

Que vossa Bondade se estenda a toda Criação, até mesmo aos insetos. Não destruís nada
sem razão. Não sejais cruel com os animais, mas antes tentai aliviar seus sofrimentos e
não temais em serdes ridicularizado ao defendê-los contra a brutalidade ignorante.
Não vos desanimeis por causa da longa lista de deveres de vos são apresentados. A
natureza e a sociedade apresentar-vos-ão outros deveres com relação aos vossos
semelhantes; esses deveres não são menos sagrados que os já mencionados; são
indispensáveis para vossa felicidade pessoal. Sede afável e útil a todos, edificai pela força
do exemplo, amai vossos vizinhos, compartilhai a felicidade dos outros, nunca tenhais
inveja, pois vossa mente será presa fácil da raiva.
Um amigo vos é necessário. Um amigo real é um tesouro. Três vezes feliz é aquele que
tem um amigo. Não tenhais pressa em fazer amigos, e quando os tiverdes, não lhes
peçais provas de amizade. Perdoai vossos inimigos.
Maçom, esquecei das feridas, mas nunca vos esqueçais das boas ações. Em vosso firme e
constante desejo de chegar à perfeição moral de vosso ser interno, buscai
constantemente em vosso coração considerar vossos pensamentos internos, conhecei-
vos a vós mesmos.
Todos os Homens são membros da sociedade, vosso dever é tentar conceber nobres
ideais. Que a sublime idéia de um Deus Todo-Poderoso vos sustente e ajude. Oferecei-
Lhe diariamente uma homenagem. Vigilai e orai. Renovai a cada manhã vosso desejo de
melhorar-vos, e quando pela noite estiverdes conscientes de ter feito uma boa ação, ou
de ter conquistado uma vitória sobre vós mesmos, descansareis na paz da Providência.
A alegoria é a voz da sabedoria, estudai o simbolismo dos hieróglifos e dos emblemas
que a Ordem vos apresentar em cada Grau. Encerrai-vos em um lugar escuro para
meditar na presença de objetos luminosos, pois tereis refletido sobre a futilidade das
coisas temporais do mundo. Tendes a consciência também pela alegoria, que a Ordem
Maçônica vos ensinou, que para nela entrar tendes de desbastar o homem velho em vós e
morrer para o mal, para que renasçais para a virtude.
A venda que vos cobria os olhos é o emblema da escuridão em que os profanos se
encontram.
O Sol ilumina o Universo, a Lua suaviza as trevas da noite e guia nossos passos no meio
das sombras; pela sua presença nos anuncia que não existe nenhuma treva
suficientemente espessa para ocultar um crime aos olhos do Grande Arquiteto do
Universo.
O Compasso indica a exatidão e o correto de nossa moral.
O Esquadro serve para medir a justiça de nossas ações.
O Nível nos mostra que todos os Homens são iguais.
A vós recomendamos o estudo de todos os utensílios Maçônicos e conhecereis a verdade,
e a verdade vos libertará.
Comprai a verdade, mas nunca a vendais.
Saber a verdade, querer o bem e amar é belo e faz o justo.
Guiai-vos pela razão.
Nunca digais tudo o que sabeis, e ainda que o saibais, silenciai.
Refleti sobre vossos atos.
Aprendei a saber escutar.
Falai sempre com propósito.
Falai pouco para não cometerdes indiscrições.
Não maldizei o próximo.
Não há destino mais sublime e formoso que o do gênio que permanece discreto.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

Se estas lições ficarem gravadas em vosso coração, pronto para receber tais impressões
da virtude; se estas sábias máximas que marcam tal como são cada passo que tomais em
vossa carreira Maçônica tornam-se firmes princípios e regra inalterável de todas as
vossas ações, meu Irmão, como será a nossa alegria!
Vós ireis realizar vosso sublime destino; ireis encontrar uma vez mais essa semelhança
com a Divindade que pertenceu ao homem primitivo nesse estado de inocência, que
poetas têm celebrado sob o nome da Idade Dourada, e que a Iniciação Maçônica fez
como um de seus objetivos principais.

RITO ANTIGO E PRIMITIVO


INSTRUÇÃO DO APRENDIZ

Estudo interpretativo sobre o valor iniciático dos símbolos e alegorias do primeiro grau
maçônico e a mística doutrina neles contida

A INSTRUÇÃO SIMBÓLICA
Sendo a Maçonaria, em sua verdadeira essência tradicional e universal, uma Escola Inciática,
ou seja, uma Academia destinada à Aprendizagem, ao Exercício e ao Magistério da Verdade e
da Virtude, é natural que esta instrução deva ser esperada por parte do menos adiantados e
deva ser ministrada por aqueles que se sentem capacitados. Esta comunhão espiritual de
estudos e aspirações é a razão pela qual existem as Lojas e outros agrupamentos maçônicos.
A instrução deve ser dada como se dá a palavra: “ao ouvido”, ou em secreto entendimento e
“letra por letra”, ou seja, partindo dos primeiros elementos e com a ativa cooperação do
discípulo, cujo progresso não depende do que receber, mas daquilo que encontrar por si
mesmo, com seus próprios esforços, pelo uso que fizer da primeira instrução recebida como
meio e instrumento para descobrir a Verdade.
Após uma primeira compreensão elementar dos princípios ou rudimentos da Verdade, que
representam a opinião e o resultado do esforço pessoal do Instrutor (a primeira letra da
palavra da Sabedoria), deve seguir um período silencioso de estudo e reflexão individual, no
qual o discípulo aprende a pensar por si mesmo, avançando com seus próprios esforços pelo
Caminho que lhe foi indicado.
Este estudo e esta reflexão encontram seu amadurecimento no descobrimento da segunda
letra, que é a que o discípulo deve dar ao Instrutor, em resposta à primeira, com o objetivo de
que seja julgado digno e capacitado para receber da boca de um Mestre a terceira, que é uma
sílaba completa.

A CÂMARA DE REFLEXÕES
A Câmara de Reflexões não representa unicamente a preparação preliminar do candidato
para sua recepção, mas também é, principalmente, o ponto crítico, a crise interior, onde
começa a palingenesia que conduz à verdadeira iniciação, à realização progressiva, ao mesmo
tempo especulativa e operativa, de nosso ser e da Realidade Espiritual que nos anima,
simbolizada pelas Viagens.

40
Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

A Câmara de Reflexões, com seu isolamento e suas paredes negras, representa um período de
escuridão e de amadurecimento silencioso da alma, por meio da meditação e concentração em
si mesmo, que prepara o verdadeiro progresso efetivo e consciente, que depois será
manifestado à luz do dia.
Ao entrar nessa câmara, o candidato tem que se despojar de todos os metais que leva consigo:
deve parar de quantificar sua confiança nos valores puramente exteriores do mundo, para
poder encontrar em si mesmo, realizar e tornar efetivos os valores verdadeiros, que são os
morais e os espirituais.
Isto não quer dizer que ele deve se despojar em absoluto de tudo o que possui e adquiriu como
resultado de seus esforços, mas que unicamente deve parar de dar a essas coisas a
importância primária que pode fazer de si um escravo ou servidor das mesmas, e pôr sempre
em primeiro lugar, acima de toda consideração material ou utilitária, a fidelidade aos
Princípios e às razões espirituais.
Trata-se, conseqüente e essencialmente, do despojo de todo apego às considerações e laços
exteriores, com o objetivo de que possamos enlaçar-nos com nossa íntima Realidade Interior e
abrir-nos para a sua expressão sempre mais livre, plena e perfeita.

O GRÃO DE TRIGO
A Câmara de Reflexões constitui a Prova da Terra – a primeira das quatro provas simbólicas
dos elementos – e, por sua analogia, leva-nos aos Antigos Mistérios de Elêusis, nos quais o
iniciado estava simbolizado no grão de trigo jogado e sepultado no solo, para germinar e
abrir, com seu próprio esforço, um caminho para a luz.
A semente, para poder germinar e fazer nascer a planta, deve ser colocada no solo, no qual
morre como semente, ou seja, há o despojamento de uma forma imperfeita e a superação de
um estado de imperfeição, que foram no passado o degrau indispensável de nossos
progressos, mas que na atualidade se transformaram em uma limitação.
Essa imperfeição ou limitação que deve ser superada – os limites estreitos, nos quais se acham
encerrados nosso pensamento e nosso ser espiritual pelos erros e falsas crenças assimiladas
na educação durante a vida profana – é o que simboliza a casca da semente, produzida por ela
como proteção necessária no período de seu crescimento e é inteiramente análoga à casca
mental de nosso próprio caráter e personalidade.

A DUALIDADE DA MANIFESTAÇÃO
Embora tudo seja uno em essência, tudo se manifesta e aparece como dois. A Unidade e a
Dualidade estão assim intimamente entrelaçadas, indicando a primeira o Reino do Absoluto e
a segunda, sua expressão aparente e relativa.

AS DUAS COLUNAS
As duas colunas que se encontram no Ocidente à entrada do Templo da Sabedoria são o
símbolo do aspecto dual de toda a nossa experiência no mundo objetivo, ou reino dos
sentidos.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

O TEMPLO
O Templo é o lugar onde se desenvolvem os trabalhos maçônicos e se reúne a Loja,
manifestação do Logos, ou Palavra, que vive em cada um de seus membros e encontra em seu
conjunto uma expressão harmônica e completa.
Etimologicamente a palavra “templo” se relaciona com o sânscrito tamas, “escuridão”, de
onde vem também o latino tenebræ, “trevas”.
Significa, portanto, lugar escuro, e, conseqüentemente, “oculto”. Isto nos diz que todos os
templos deveriam ser, em princípio, antes de tudo, lugares de recolhimento e silêncio; sempre
caracterizados interiormente por essa escuridão mais ou menos completa, que favorece a
concentração do pensamento e sua elevação até o que há de menos conhecido e misterioso.
O Templo Maçônico é um quadrilátero estendido. Sua longitude vai do Oriente ao Ocidente,
ou seja, “na direção da luz”. Sua largura vai do Norte ao Sul (desde a potencialidade latente
até a plenitude do manifestado), e sua altura vai do Zênite ao Nadir. Isto quer dizer que
praticamente não possui limites e alcança todo o Universo, no qual se estende a atividade do
Princípio Construtivo, que sempre trabalha na direção da luz, como pode ser observado em
toda a natureza.
Todos os templos antigos, as catedrais, conventos e mesquitas, qualquer que fosse o uso a que
estavam destinados, apresentavam esta característica comum de estarem bem orientados, ou
seja, voltados para o Oriente, o qual coincide com o Leste, muitas vezes com uma exatidão
assombrosa.

AS TRÊS LUZES
Três grandes colunas sustentam o Templo Maçônico: a Sabedoria, a Força e a Beleza. Estas
três colunas representam o VM, o 1º Vig e o 2º Vig, que se sentam respectivamente no
Oriente, no Sudeste e no Noroeste.
O Delta luminoso, com o olho divino no centro, brilha no Oriente acima do assento do VM
representando a Verdadeira Luz. Aos seus lados aparecem o Sol e a Lua, as duas luminárias
visíveis, manifestação direta e reflexa dessa Luz Invisível, que iluminam a nossa terra e que
simbolicamente representam a Luz Intelectual e a Luz Material.

O PAVIMENTO MOSAICO
A três passos da porta, que se encontra no Ocidente, estão situadas duas colunas, J e B,
emblemas dos princípios e dos pares opostos que dominam o mundo visível. A atividade
combinada desses dois princípios aparece manifestamente no Pavimento Mosaico em
quadros brancos e negros que se estende até o Oriente em forma de quadrilátero, ocupando o
centro do Templo.
O Pavimento Mosaico é um bonito emblema da multiplicidade oriunda da dualidade,
constituída pelos pares dos opostos que se encontram constantemente uns próximos aos
outros. Sobre esses opostos, que se encontram sobre todos os caminhos e em todas as etapas
de nossa existência, o iniciado que provou da Taça da Amargura deve marchar com ânimo
sereno e equilibrado, sem deixar se exaltar pelas condições favoráveis, nem se reprimir pelas
aparências desfavoráveis.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

APLICAÇÃO MORAL E OPERATIVA

Da doutrina simbólica dos Graus de Aprendiz

O TRABALHO DO APRENDIZ
Desbastar a pedra bruta, aproximando-a a uma forma em relação com seu destino: eis aqui a
tarefa ou trabalho simbólico ao qual tem de se dedicar todo Aprendiz para chegar a ser um Obreiro
da Inteligência criadora do Universo.
Neste trabalho simbólico, o Aprendiz é ao mesmo tempo obreiro, matéria prima e instrumento.
O trabalho mesmo consiste em despojar a pedra de suas asperezas, pondo primeiramente em
evidência as faces ocultas no estado de rudeza da pedra; depois, deve retificar essas faces, alisá-las e
retirar-lhes todas as protuberâncias que a deixam distante de uma forma harmoniosa.
É importante notar que não se trata de fazer que a pedra tome a forma de um determinado modelo
exterior, ainda que isto possa servir de incentivo e inspiração, mas o modelo ou perfeição ideal deve
ser buscado dentro da mesma pedra, de cujo foro íntimo tem de ser manifestada ou extraída a
forma própria que pertence idealmente a cada pedra. Ou seja, saindo da metáfora, trata-se de
reconhecer e manifestar a perfeição inata do ser Íntimo, da Idéia Divina que reside em cada um de
nós, cuja expressão relativa e progressiva é o objetivo constante da existência.

AS FERRAMENTAS E A OBRA
Este trabalho da pedra, que também historicamente é o primeiro trabalho humano, precisa, para
sua perfeição, de três instrumentos característicos que são o Maço, o Cinzel e a Régua de 24
Polegadas.
A Régua nos permite comprovar a retidão, ou a falta desta. Assim, nossos esforços para realizar o
ideal ao que propusemos podem ser constantemente comprovados e retificados durante as 24
horas do dia.
O maço e o cinzel representam os esforços que, por meio da Vontade e da Inteligência, precisamos
fazer para que nos aproximemos da realização efetiva de nossos Ideais.
Estas duas ferramentas devem ser usadas em conjunto, pois assim como o maço empregado sem o
auxílio do cinzel (que concentra e dirige a força daquele em harmonia com os propósitos da obra)
pode facilmente destruir a pedra em vez de moldá-la à forma ideal para seu destino, assim também
é a Vontade que não é acompanhada do claro discernimento da Verdade, e nunca pode manifestar
seus efeitos mais sutis, benéficos e duradouros.

O TOQUE
O toque, que se dá com uma pressão quase invisível, tem um sentido profundo, pois significa a
capacidade de reconhecer a qualidade real que se esconde debaixo da aparência exterior de uma
pessoa.
Enquanto o homem profano baseia seus conceitos e suas apreciações em considerações puramente
exteriores, o iniciado se esforça em vê-los todos à luz do Real e os julga de uma maneira bem
distinta: cada golpe é um esforço para penetrar debaixo da pela, ou seja, debaixo da ilusão da
aparência, até encontrar o Ser Real e a origem das atitudes humanas.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

A PALAVRA
A Palavra Sagrada do Aprendiz é a terceira pessoa aorista do verbo hebraico KUN, que significa
“estar firme, fundar, estabelecer”. Esta palavra pode ser traduzida em “ele estabelece (estabelecerá,
fundará, confirmará)”, denotando a Fé em uma realidade ou Poder Superior.
Muitos têm recorrido ao poder desta palavra nos momentos difíceis, já que não exige nem roga,
mas tão somente expressa um estado de absoluta confiança. Usada como mantra, pode ser vibrada
no interior mediante duas sílabas, mas nunca deve ser pronunciada inteira, somente soletrada ao
ouvido.
De qualquer forma, para que esta palavra chegue a ser verdadeiramente operativa e fecunda na Fé
do Aprendiz, deve estabelecer-se interiormente uma condição absoluta de firmeza sem que exista
nenhuma sombra de dúvida ou vacilo, pois somente com esta condição se podem produzir os
resultados milagrosos que lhe são atribuídos.

OS TRÊS DEVERES
A busca da Verdade nos conduzirá naturalmente a reconhecer os três deveres, objetivo de nossa
consideração no Testamento: 1º com o Princípio de Vida; 2º conosco mesmos, como expressão
individualizada e pessoal de tal Princípio; e 3º com a humanidade, na qual devemos reconhecer os
nossos irmãos.
Seu dever com o Princípio de Vida está implícito na busca da Verdade, que conduz a ver sua exata
relação com este Princípio e a reconhecê-lo como Realidade e Essência Verdadeira do todo. Mas o
maçom não pode se limitar a reconhecer a Grande Realidade do Universo como um Princípio
Abstrato; ele está convocado a fazer deste reconhecimento um uso construtivo e prático na vida
diária.
Nosso dever conosco mesmos é um trabalho pessoal e de livre pensamento. Entregarmos-nos às
atividades proveitosas para a mente e benéficas para o espírito, ou aos vícios e rotinas que nos
convertem em escravos da fatalidade, é um problema que devemos resolver por nós mesmos.
Ninguém pode nos conceder a proibição nem o consentimento.
Nosso dever ou relação com a humanidade se realiza espontaneamente quando o iniciado
reconhece um irmão em cada homem, e reconhece em cada ser vivente uma expressão do mesmo
Princípio da Vida que sente em si mesmo.
Em outras palavras, trata-se de pôr em prática os dois aspectos do mandamento ou Regra Áurea
Maçônica: Não faças ao outro o que não gostarias que te fizessem, e faz ao próximo o que desejas
para ti mesmo.

O SILÊNCIO E A DISCRIÇÃO
A disciplina do silêncio é um dos ensinamentos fundamentais da Maçonaria. Quem fala muito,
pensa pouco, ligeira e superficialmente, e a Maçonaria quer que seus adeptos tornem-se mais
pensadores que faladores. Além disso, se o maçom não adquirir na Ordem outra coisa que não a
virtude de não dizer coisas desnecessárias, não terá desperdiçado seu tempo de trabalho
especulativo.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

Não se chega à Verdade com muitas palavras nem discursos, mas com o estudo, a reflexão e a
meditação silenciosa. Conseqüentemente, aprender a calar é aprender a pensar e meditar. Por esta
razão, a disciplina do silêncio tinha uma importância tão grande na escola pitagórica, onde não era
permitido que nenhum dos discípulos falasse, sob nenhum pretexto, antes que tivesse transcorrido
os três anos de seu noviciado, período que corresponde exatamente ao da aprendizagem maçônica.
Saber calar não é menos importante que saber falar.
No silêncio as idéias se amadurecem e se esclarecem, e a Verdade aparece como a Verdadeira Palavra
que é comunicada no segredo da alma a cada ser. A arte do Silêncio é, portanto, uma arte complexa;
não consiste unicamente no mutismo covarde, mas se completa com o silêncio interior do
pensamento: quando saibamos calar o pensamento, será quando a Verdade poderá intimamente se
revelar e se manifestar em nossa consciência.
Para podermos realizar esta disciplina do silêncio, também temos de compreender o significado e o
alcance do segredo maçônico. O maçom deve calar-se diante das mentalidades superficiais ou
profanas sobre tudo aquilo que somente os que foram iniciados em sua compreensão possam
entender e apreciar.
Como sempre fizeram os iniciados, os maçons devem suportar estoicamente e deixar sem
contestações as acusações e calúnias das quais forem objetos, esperando com tranqüila segurança
que a verdade triunfe e se revele por si mesma, pela própria força inerente a ela, como sempre
inevitavelmente tem que acontecer.
Do mesmo modo, é dever do maçom cuidar de que seja observado o segredo também sobre as
partes do ritual que possam ter chegado a conhecimento do público, abstendo-se igualmente tanto
de negar quanto de confirmar a autenticidade das pretendidas revelações que se encontram nas
obras que tratam de nossa Instituição e que, muitas vezes, só transmitem uma apática ignorância
além de mera superficialidade.
A discrição do maçom que entende os segredos da Arte deve ser exercitada também com seus
irmãos de outros ritos, ou de grau inferior, ou com aqueles que ainda não possuem uma suficiente
maturidade de espírito, que é condição necessária para que eles possam fazer um uso proveitoso de
suas palavras.

CATECISMO DO PRIMEIRO GRAU

1º VIG – O que é a Maçonaria?

2º VIG – É uma crença que ensinou o primeiro homem a render homenagem à Divindade.

1º VIG – Sois Maçom?

2º VIG – MM. II. C. T. M. RR.

1º VIG – O que é um Maçom?

2º VIG – Um homem livre e de bons costumes, amigo tanto do pobre como do rico, se estes
forem virtuosos.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

1º VIG – O que entendeis por livre de bons costumes?

2º VIG – Livre dos preconceitos e erros, dos vícios e paixões que embrutecem o homem e
que fazem dele um escravo da fatalidade. De bons costumes, por ter orientado sua vida
até o mais justo, até o mais elevado e ideal.

1º VIG – O que é requerido aos que querem ser Maçons?

2º VIG – Primeiramente, pureza de coração; em segundo lugar, submissão absoluta às


formalidades da Cerimônia de Iniciação.

1º VIG – O que entendeis pela palavra “Maçom”?

2º VIG – Quando os antigos poetas falavam da fundação de uma cidade, referiam-se


alegoricamente ao estabelecimento de uma nova doutrina, fundada sobre as bases de um
poder material. Desta forma, Posseidon, o Deus da Razão, e Apolo, o Deus das Coisas
Ocultas, se apresentaram a Laomedon, na qualidade de Maçons, para ajudá-lo na
construção da cidade de Tróia. Esta é a alegoria do estabelecimento da grande Religião
Troiana.

1º VIG – Qual é a base da Maçonaria?

2º VIG – A Franco-maçonaria apresenta a carreira mais nobre àquele que anseia aprender,
e reunifica as duas qualidades que levam a humanidade para mais perto da Divindade: o
Culto da Verdade e a Prática da Caridade. Como escola de Sabedoria, a Maçonaria
floresce pelos seus exemplos, e a Sagrada União que seus membros praticam reduz as
fronteiras que separam as nações. Toda Virtude é sua província, cada nobre e generosa
ação encontra um eco em seus Templos.

1º VIG – Nossa Instituição tem como base as leis da natureza, estas leis impõem os limites,
como um Compasso, às leis dos homens e dos Estados. A Maçonaria estuda ambas as leis
e as põe em equilíbrio, conseqüentemente tende à perfeição da legislação, das artes e das
ciências, abraçando todas elas em seu seio.

2º VIG – Aqui se aprende a Arte da Oratória, a falar no momento oportuno, a se expressar


com sabedoria e a rebater com argumento. Aprende-se a dar de bom grado, a mandar
sem dureza e a ajoelhar-se sem servidão. Dessa forma, o desconhecido encontrará um
irmão; o necessitado, um amigo; e o vencido encontrará salvadores.

1º VIG – Por tudo isso, os “Landmarks” definem a Maçonaria como a Instituição orgânica
da Moral. Uma Escola de Mistérios, que instrui, por meio dos símbolos, inspirando a
virtude e respeitando a forma na qual cada irmão rende homenagem ao GADU.

1º VIG – Qual é a vossa idade como Aprendiz?

2º VIG – Três anos, que era o tempo que os iniciados do Egito passavam em seu noviciado
e, ao cumpri-lo, eram iniciados no primeiro grau.

1º VIG – Quais são os três deveres do Aprendiz Maçom?

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – Os deveres para com Deus, para com seus semelhantes e para consigo mesmo.

1º VIG – Qual é o trabalho do Aprendiz?

2º VIG – Desbastar a pedra bruta, polindo suas asperezas e imperfeições por meio de suas
três ferramentas.

1º VIG – Que ferramentas são essas?

2º VIG – O Maço (a vontade), o Cinzel (a inteligência) e a Régua de 24 Polegadas (as 24


horas do dia que emprega em seu trabalho).

1º VIG – Onde os Aprendizes recebem seu salário?

2º VIG – Na Col J, situada no Norte (o Setentrião) e cujo nome significa “Estabilidade”.

1º VIG – Quais foram as formalidades com vossa iniciação?

2º VIG – Primeiramente fui apresentado por um amigo a quem tenho desde então por
irmão. Em seguida, fui conduzido por homens desconhecidos pelo interior da terra até
uma câmara subterrânea, onde fui deixado a sós.

1º VIG – O que representava este lugar secreto?

2º VIG – O seio da terra e o lugar da Morte, para ensinar-me que tudo o que dela sai, a ela
deve retornar, que o homem deve estar pronto para encontrar-se com o Juiz Supremo.
Que o profano que deseja tornar-se um Maçom tem de morrer para o Vício, para que
possa renascer na Virtude.

1º VIG – Com que propósito fostes ali encerrado?

2º VIG – Para isolar-me do mundo exterior e dos sentimentos profanos, condição


indispensável para a “Concentração” ou “Reflexão Íntima”, com as quais nasce o
pensamento independente e livre.

1º VIG – O que fizestes nesse lugar?

2º VIG – Fiz minha profissão de Fé.

1º VIG – E em que estado fostes introduzido?

2º VIG – Uma venda cobria meus olhos, depois fui privado de todos os metais, e para
finalizar, me desnudaram o p. e., o j. d. e o p. e o b. ee. e me prenderam com uma
corrente pesada que se pendurava em mim.

1º VIG – Por que tínheis os olhos vendados? Por que vos privaram dos metais? Por que
essa tripla desnudez? Por que se pendurava em vós uma corrente pesada?

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – Tinha meus olhos vendados para recordar-me das nuvens da ignorância na qual
vive todo homem que nunca viu a Luz. Sobre os metais 13, sendo o emblema do vício, fui
informado de que teria de abandoná-los para tornar-me um Maçom. A desnudez
superior significa o oferecimento do c. e do b. a quem vos instruís. A do j. d. significa a
humildade, dobrando-o diante do Eterno, jamais diante dos homens. A do p. e. significa
que o lugar para onde me conduziam era Sagrado. A corrente era o símbolo dos vícios
dos quais eu tinha de me libertar, tal como fiz com a corrente em minha primeira
purificação.

1º VIG – Que fizestes depois, nesse estado?

2º VIG – Fizeram-me percorrer uma longa e dolorosa viagem.

1º VIG – O que significava essa viagem?

2º VIG – Além de seu significado atual, também o de me purificar e me preparar para


receber os importantes segredos. Tem também um significado moral e representa a
tentação das paixões e a imperícia da juventude, que são obstáculos à perfeita moral do
homem. Além disso, possui um significado misterioso e representa a natureza por si
mesma, a qual deu aos homens sábios dos tempos antigos a chave de seu conhecimento.

1º VIG – Aonde vos levou esta viagem?

2º VIG – Ao Mar de Bronze, do qual emergi livre das correntes que me mantinham preso.
Ali foram-me explicadas algumas das verdades que se encontram escondidas nos
símbolos que já tinha visto.

1º VIG – O que aconteceu depois?

2º VIG – Depois de ficar assegurado de que eu desejava continuar, esse irmão me conduziu
adiante em minha viagem.

1º VIG – Que obstáculos encontrastes nesta segunda viagem?

2º VIG – Um braseiro aceso apareceu em meu caminho; fui forçado a cruzá-lo.

1º VIG – O que representa este fogo ao qual vos forçaram a cruzá-lo?

2º VIG – Todas as vicissitudes da vida humana, desde o nascimento até a morte, e a


coragem necessária para superá-las.

1º VIG – Que vos aconteceu depois que passastes por este terceiro elemento?

2º VIG – Um irmão me ofereceu uma bebida amarga, emblema do sofrimento e do


desgosto que o homem encontra nesta vida, e que o sábio suporta sem reclamar; depois
disso, ele me convidou a continuar em meu caminho.

1º VIG – Com o que vos encontrastes?

13
Os sacerdotes egípcios, antes de oferecer seus sacrifícios al Sol, se despojavam de seus anéis de ouro e ornamentos de prata.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – Fui colocado em uma região de ar. Trovões, granizos e meteoros me rodeavam, e
através da mais temerosa tempestade sobreveio-me a mais profunda calma.

1º VIG – Qual é o significado desta tempestade?

2º VIG – Indica a perplexidade que o homem encontra na plenitude da idade e que dura
até o final de sua vida.

1º VIG – Que fizestes depois disso?

2º VIG – Meu guia permitiu que eu continuasse minha viagem e me encontrei diante da
porta de um templo.

1º VIG – Que encontrastes ali?

2º VIG – Dois irmãos que me pararam, e depois de se assegurarem de que eu havia


passado pelos elementos, explicaram-me sobre as obrigações que teria de prestar.
Depois disso, fizeram-me bater com três pancadas à porta do Templo.

1º VIG – O que significam estas três pancadas?

2º VIG – Procurai e encontrareis (um guia), Batei e ser-vos abrirá (as portas do
Templo), Pedi e recebereis (a Luz).

1º VIG – Que aconteceu depois?

2º VIG – O VM me fez um número de perguntas que a todas respondi; após isso, com a
aprovação de todos os irmãos, fui conduzido até o altar para que pudesse prestar minha
obrigação.

1º VIG – Como fostes colocado enquanto prestavas vossa obrigação?

2º VIG – Ajoelhado com o joelho direito sobre o terceiro degrau do Altar, a mão direita no
L da L e na Esp, símbolo da Honra, e a mão esquerda com a ponta de um Com
apoiada no peito.

1º VIG – O que o VM fez então?

2º VIG – Ele me concedeu a Luz.

1º VIG – O que vistes nesse momento?

2º VIG – As Três Grandes Luzes da Maçonaria: o Sol, a Lua e o VM da Loj.

1º VIG – Que relação existe entre estas duas grandes Luzes e o VM?

2º VIG – Tal como o Sol governa o dia e a Lua reina durante a noite, assim o VM
governa a Loj para iluminá-la com sua luz e sabedoria. O Sol ilumina o Mundo, nós
deveríamos imitar esta benéfica estrela. A Lua suaviza a escuridão que as sombras da

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

noite dispersam sobre a Terá, mostra que não existe nenhuma escuridão suficientemente
densa para esconder um crime aos olhos do SADU.

1º VIG – O que vistes depois disso?

2º VIG – Três objetos, preciosos emblemas de nossos deveres.

1º VIG – Que objetos são esses?

2º VIG – O L da L que contém nosso dever para com o SADU, uma caixa de
esmolas para receber os presentes que devemos aos nossos irmãos, e uma espada para
lembrar-nos do castigo reservado aos que perjuram.

1º VIG – O que entendeis por castigo reservado aos que perjuram?

2º VIG – Que eles devem morrer para a Maçonaria, ou seja, que depois de terem sido
legalmente julgados pelo comitê encarregado das demissões, seus nomes sejam cortados
do Livro de Arquitetura e queimados nos Templos e as cinzas jogadas ao vento, de forma
que sua memória, sepultada pelo seu crime, seja rechaçada por todos e ignorada pelo
homens de boa vontade e pelos maçons de todo o mundo.

1º VIG – O que o VM fez depois disso?

2º VIG – Ele me fez avançar novamente em direção ao Leste, para ratificar minha
obrigação, depois me deu o S, o T e a P de um Aprendiz Maçom.

1º VIG – Dai-me o S.

2º VIG – (O S é dado) Isto significa que prefiro que me cortem a garganta antes que eu
revele os segredos da Maçonaria. Lembra-me de que prometi amar meus irmãos, ajudá-
los sempre que estiverem em necessidade, e trabalhar diligentemente em ordem para
aperfeiçoar meu ser e vencer minhas paixões. É chamado de S Gutural.

1º VIG – Dai o T ao nosso Ir Exp.

2º VIG – (O Exp diz: “Está correto, Ir 1º Vig!”) Significa “Procurai e


encontrareis”, “Batei e ser-vos abrirá”, “Pedi e recebereis”.

1º VIG – Dai-me a P.

2º VIG – Ir 1º Vig, não sei ler nem escrever, por isso, N.V.L.P.D.S.S.,
D.A.P.L.E.V.D.A.S. (a P é dada) Significa “estabilidade”.

1º VIG – O que o VM fez depois disso?

2º VIG – Ele me cobriu com um avental branco, embleama de pureza e de meus deveres
em minha nova vida; deu-me um par de luvas brancas, símbolo da candura, e me
recomendou que nunca maculasse a sua pureza. Então viu que eu estava já devidamente
testado e examinado pelo Ir Exp, após o que me proclamou Aprendiz Maçom do Rito
Antigo e Primitivo.
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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

1º VIG – Como terminou a Cerimônia Ritual?

2º VIG – Com um explêndido Ágape, uma das expressões do Amor.

1º VIG – Como se expressa o Amor?

2º VIG – De três formas distintas, a saber: EROS é o primeiro amor, o mais instintivo e
passional; PHILOS é um amor mais elevado e contemplativo, como o amor à sabedoria;
ÁGAPE é a terceira forma, muito acima dos convencionalismos e se traduz como o Júbilo
expresso na alegria.

1º VIG – O que era Memphis?

2º VIG – Uma cidade do Antigo Egito.

1º VIG – Que conexão existe entre o Egito e a Maçonaria?

2º VIG – Diz-se que a Maçonaria possui o Conhecimento das Leis e Verdades da Natureza,
preservado no Egito por homens de conhecimento que o ocultaram do mundo profano
através de símbolos elaborados, sendo também dessa forma que a Franco-maçonaria o
preservou. Desde as margens do Nilo foi levado a todas as partes do Mundo, onde, de
certa forma, perdeu um pouco de sua intenção original, tendo sido transmitido a nós
pelos primeiros maçons com o nome de Mistérios ou Iniciação.

1º VIG – Como fostes recebido nessa Loj de Memphis dedicada a São João?

2º VIG – Por três passos misteriosos entre o Esq e o Com.

1º VIG – Quais são os fundamentos do Templo da Sabedoria?

2º VIG – Os números misteriosos.

1º VIG – Quais são esses números misteriosos?

2º VIG – VM, os números misteriosos são o 3, o 5 e o 7.

xplicai aos IIr o significado desses números misteriosos.

2º VIG – Esses três números e sua suma constituem a essência do mistério de nossa Loj,
o segredo da entrada na Câmara do Meio, e nos manifestam o poder do Supremo
Arquiteto dos Mundos, porque foi por eles e com eles que Ele ordenou tudo o que
constitui a essência do Ser: Sabedoria, Força e Beleza; formando assim sua misteriosa
Tri-Unidade.

1º VIG – Como se compõe uma Loj?

2º VIG – Três a governam, cinco a formam e sete a fazem justa e perfeita.

1º VIG – Quem são os três que governam a Loj?

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – O VM e os dois VVig.

1º VIG – Por que dizeis que três governam uma Loj?

2º VIG – Porque o homem está composto de um corpo, um espírito e uma alma, a qual se
faz de intermediária unindo os dois primeiros.

1º VIG – Por que cinco formam uma Loj?

2º VIG – Porque o homem tem cinco sentidos, dos quais três são essenciais ao Maçom: a
visão para ver o S, a audição para escutar a P, e o tato para interpretar o T.
Também representam ao homem na plenitude do cânon de Leonardo e Durero, já que o
homem em sua posição astral tende a transmutar-se em uma estrela de cinco pontas,
expressa nas cinco luzes da Loj.

1º VIG – Por que sete a fazem justa e perfeita?

2º VIG – Por que estes são os sete oficiais principais da Loj e porque este número contém
em si grandes e sublimes mistérios. Ao projetar a Luz branca sobre um delta em forma
de prisma, ela se descompõe em sete cores; cada cor corresponde a uma vibração de luz
determinada, cada vibração corresponde a uma nota da escala musical, e cada som rege
um circuito orgânico desde a medula espinhal.

1º VIG – Assim o é, Ir 2º Vig. Além dos sete oficiais que fazem uma Loj Justa e
Perfeita, representam também os sete dias que o Todo-Poderoso levou para criar o
Universo, e os sete anos que foram necessários para construir o Templo de Salomão.
Indica também as sete esferas celestiais, correspondendo aos sete dias da semana. Por
fim, as propriedades do número são tantas, que os antigos proclamavam que ele
governava o Universo.

1º VIG – O que entendeis por Loj?

2º VIG – Quando os Maçons se reúnem em Loj são somente porções da Loj Universal,
assim, cada maçom em qualquer Loj a que assiste forma parte da Loj Universal; pois
a Maçonaria é somente uma, apesar de seus diferentes ritos, da mesma forma que a raça
humana é uma só, apesar das diferentes línguas. Nós viajamos rumo ao mesmo objetivo,
todos os maçons deveriam dar e receber o beijo da paz e formar o laço indissolúvel que a
filosofia uniu.

1º VIG – Que dimensões tem a Loj?

2º VIG – Longitude, do Oriente ao Ocidente. Latitude, do Norte ao Sul. E sua Altura, desde
o Zênite até o Centro da Terra.

1º VIG – O que sustenta a Loj?

2º VIG – Três grandes pilares, que são chamados Sabedoria, Força e Beleza.

1º VIG – Quem representa a Sabedoria?

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

2º VIG – O VM da Loj, que se senta no Leste, porque dali ele orienta os trabalhadores
e mantém a Loj em harmonia.

1º VIG – Quem representa a Força?

2º VIG – O 1º Vig no Sudoeste.

1º VIG – Quem representa a Beleza?

2º VIG – O 2º Vig no Noroeste.

1º VIG – Por que são chamados de Força e Beleza?

2º VIG – Porque Força e Beleza são a perfeição de cada coisa: a Sabedoria inventa, a Força
e a Beleza sustentam.

1º VIG – Como estava coberta vossa Loj?

2º VIG – Por um teto celestial decorado por estrelas e duas grandes luzes que de longe
dispersam as nuvens.

1º VIG – Possui a Franco-maçonaria segredos além de seus SS e PP?

2º VIG – Os antigos mistérios não eram somente um curso teórico e prático de filosofia
moral e religiosa, mas também era uma instituição para perpetuar as primeiras tradições
da raça humana. Cada iniciado, depois de completada sua iniciação, aprendia a
sabedoria que chamarei de virtude. O iniciado gozava de completa felicidade pelo
conhecimento das maravilhas da natureza, que inspiravam nele um sentimento que o
elevava sobre seus companheiros. Tal era a finalidade dos grandes mistérios da
antiguidade, tal é também a finalidade da Franco-maçonaria nos dias de hoje. O real
princípio da Maçonaria escrito em Caldeu está preservado na Sagrada Área do Rito
Antigo e Primitivo e em parte na Grande Loja da Escócia, em Edimburgo, e nas abóbadas
do Convento dos Maronitas, no Monte Líbano.

1º VIG – Assim o é, Ir 2º Vig, pois a intenção moral não é a única intenção direta da
Maçonaria. A ordem escocesa de Santo André da Escócia e os Cavaleiros da Palestina por
si só conhecem o segredo, mas o segredo da Maçonaria é inviolável por sua natureza,
pois o Maçom que o conhece certamente o guardará para si mesmo e não o comunicará
nem sequer aos de sua irmandadde, em quem deposita completa confiança; estes irmãos
ainda não foram capazes de obter este conhecimento por eles mesmos, pois não seriam
capazes de apreciá-lo, ainda que lhes fosse dado verbalmente.

2º VIG – Nosso objetivo nunca foi o de comunicar nossos Sagrados Segredos ao público em
geral, nós os sabemos e eles atravessaram as eras sem serem submetidos à mínima
alteração; existe hoje tal como era quando estava escondido nos Templos misteriosos de
Tebas e Elêusis, e excitava a veneração de todo o mundo, enquanto o Maçom comum,
satisfeito com um mistério aparente, contenta-se em pronunciar palavras das quais
ignora seu significado e em repetir sinais incorretos. O observador filosófico busca as
primeiras causas das eras passadas no significado real de nossa instituição; se algum
acontecimento coroou seus esforços, se a lâmpada do estudo foi capaz de guiar seus
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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

passos na escuridão do labirinto dos mistérios antigos e, ávido pela instrução, ele vem
bater às portas de nossos Templos, será entre os sucessores dos sábios de Memphis onde
encontrará conhecimento novo.

1º VIG – Quando o Rito Antigo e Primitivo celebra a festa da Ordem?

2º VIG – No equinócio da primavera, sob o nome de O Despertar da Natureza.

1º VIG – Qual é a etimologia dos graus simbólicos?

2º VIG – O Aprendiz aprende; o Companheiro compartilha e compreende; o Mestre


empreende.

APÊNDICE UM

LIÇÕES DA JUSTIÇA

Virtus est bona qualitas mentis, qua recte vivitur et qua nemo male utitur 14.

Lede atentamente estas lições da Justiça, nela achareis o que esperaremos de vós se chegardes a
ser um Aprendiz Iniciado.

O homem, cercado por um mundo de vícios e perversidade, busca a justiça por toda parte,
sem achá-la em nenhuma. É consciente, em certa maneira, de que não é possível achar a
medida total da justiça na transitoriedade deste mundo. As palavras ouvidas tantas vezes:
“não há justiça neste mundo”, possivelmente sejam frutos de uma simplicidade muito fácil,
embora haja nelas também um princípio de verdade profunda. De certo modo, a justiça é
maior que o homem, maior que as dimensões de sua vida terrena, maior que as possibilidades
de estabelecer nesta vida relações plenamente justas entre os homens, os ambientes, a
sociedade, os grupos sociais, as nações etc. Todo homem vive e morre com certa sensação de
insaciabilidade de justiça, porque o mundo não é capaz de satisfazer plenamente um ser
criado à imagem e semelhança de seu Criador, nem no âmago da pessoa nem nos distintos
aspectos da vida humana. E assim, através desta fome de justiça é como o homem chega até os
portais de nosso Templo. Nós lhes inculcamos o Dom da Piedade, que aperfeiçoa a Virtude da
Justiça. Este dom espiritual sana o coração de todo tipo de dureza e o abre à ternura para com
o próximo e para com o SADU, que é a Justiça mesma: “Bem-aventurados os que têm
fome e sede de justiça porque eles serão saciados”.
Com este sentido maçônico de justiça ante os olhos, deveis considerá-la a dimensão
fundamental da vida do maçom no mundo profano. Esta é a dimensão ética. A justiça é
princípio inerente à existência e coexistência das Lojas maçônicas, que com seu impulso
14
A virtude é uma boa qualidade da mente, pela qual uma pessoa vive com retidão, e que ninguém usa para o mal.

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Rito Antigo e Primitivo Liturgia do Grau 1

civilizador a expandem às comunidades humanas, às nações e aos povos. Além disso, a justiça
é regra primitiva da vida interna das Lojas Maçônicas e princípio fundamental de coexistência
entre os diferentes Ritos e Obediências em que se divide a Maçonaria. Neste terreno extenso e
diferenciado, o Maçom e a Maçonaria procuram continuamente justiça para o mundo: este é
um processo perene e uma tarefa de suma importância.
Através do tempo, a justiça foi tendo definições mais apropriadas segundo as distintas
relações e aspectos. Daí o conceito de justiça comutativa, distributiva, legal ou social. Tudo
isso é testemunho de como a justiça tem uma significação fundamental na ordem moral entre
os homens, nas relações sociais e entre os diferentes povos e nações. Pode dizer-se que o
sentido da existência do homem sobre a terra está vinculado à justiça. Definir corretamente
quanto se deve a cada um por parte de todos e, ao mesmo tempo, a todos por parte de cada
um, o que se deve ao homem de parte do homem nos diferentes sistemas e relações, defini-lo
e, sobretudo, levá-lo a efeito, é a maior coisa pela qual vive cada um dos maçons e graças a
qual suas vidas têm sentido.
Por isso, através dos séculos de existência humana sobre a Terra, é permanente o esforço
contínuo e a luta constante para organizar com justiça o conjunto da vida social em seus
vários aspectos. É necessário olhar com respeito os múltiplos programas e a atividade,
reformadora, às vezes, das distintas tendências e dos sistemas. De uma vez por todas é
necessário ser consciente de que não se trata aqui dos sistemas, mas sim da justiça e do
homem. Não pode viver o homem para o sistema, mas sim deve viver o sistema para o
homem. Por isso há que se defender do aniquilamento dos sistemas sociais, econômicos,
políticos, culturais etc., que devem ser sensíveis ao homem e ao seu bem integral; deveis ser
capaz de reformar-vos a vós mesmos e reformar vossas próprias estruturas segundo as
exigências da verdade total sobre o homem. Desse ponto de vista tereis que valorizar o grande
esforço que sempre fomentou nossa Augusta Instituição, tendendo a definir e consolidar os
direitos do homem na vida da humanidade de todos os tempos.
Portanto, é necessário que cada um de nós possa viver em um contexto de justiça e, mais
ainda, que cada um seja justo e atue com justiça em relação à Fraternidade que o acolhe.
A Maçonaria pretende inspirar o amor fraterno entre todos seus membros e, mais ainda, para
com toda a Humanidade. Neste convite está tudo que se refere à justiça. Não pode existir
amor sem justiça. O amor suplanta a justiça, mas ao mesmo tempo encontra sua verificação
na justiça. Até o pai e a mãe, ao amarem seu filho, devem ser justos com ele. Se a justiça
cambalear, também o amor e a fraternidade correm perigo.
Ser justo significa dar a cada um quanto lhe é devido. Isto se refere aos bens temporários de
natureza material. O melhor exemplo pode ser a retribuição do trabalho, ou o chamado direito
ao fruto do próprio trabalho e da própria terra. Mas o homem lhe deve também a reputação, o
respeito, a consideração, a fama que mereceu. Quanto mais conhecemos o homem, mais ele
nos revela sua personalidade, seu caráter, sua inteligência e seu coração. E tanto mais nos
damos conta — e devemos nos dar conta! — do critério com que devemos “medi-lo” e o que
significa ser justo com ele. Os maçons praticam estes princípios nobres uns com os outros,
procurando dar a cada operário o salário que lhe corresponde e, assim, despedi-los sempre do
trabalho contentes e satisfeitos.
Por tudo isso é necessário se aprofundar continuamente no conhecimento da justiça. Não é
esta uma ciência teórica. É virtude, é capacidade do espírito humano, da vontade humana e,
inclusive do coração. A justiça tem muitas implicações e muitas formas. Há também um
modelo de justiça que se refere ao que o homem deve ao Princípio Criador, e outro que se
relaciona com o que se deve a si mesmo. Estes são temas fundamentais, vastos de per se, e que
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têm de ser ilustrados pela contemplação, pela transcendência, pelo estudo e pelo debate, que
constituem o marco mais apropriado para a instrução.

GRANDE LOJA REGULAR DE SÃO PAULO

Editado no ano 2006.

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