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I
S É R I E
A
Esta 1.a série do Diário
da República é apenas
constituída pela parte A
DIÁRIO DA REPÚBLICA
Sumario177A Sup 0
SUMÁRIO
Assembleia da República Decreto-Lei n.o 183/2004:
Transpõe para a ordem jurídica nacional as Directivas
Lei n.o 34/2004: n.os 2004/31/CE e 2004/70/CE, ambas da Comissão, res-
Altera o regime de acesso ao direito e aos tribunais pectivamente de 17 de Março e de 28 de Abril, relativas
e transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva às medidas de protecção fitossanitária destinadas a evi-
n.o 2003/8/CE, do Conselho, de 27 de Janeiro, relativa tar a introdução e dispersão de organismos prejudiciais
aos vegetais e produtos vegetais na Comunidade, e a
à melhoria do acesso à justiça nos litígios transfron-
Directiva n.o 2004/32/CE, da Comissão, de 17 de Março,
teiriços através do estabelecimento de regras mínimas
que reconhece zonas protegidas na comunidade expos-
comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito desses
tas a riscos fitossanitários específicos, e altera os anexos I
litígios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4802 a VI do Decreto-Lei n.o 14/99, de 12 de Janeiro . . . . . . . 4892
o
Lei n. 35/2004:
Regulamenta a Lei n.o 99/2003, de 27 de Agosto, que Ministério da Educação
aprovou o Código do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4810
Decreto-Lei n.o 184/2004:
Estabelece o regime estatutário específico do pessoal
Ministério da Agricultura, não docente dos estabelecimentos públicos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário . . . . . . . . 4898
Desenvolvimento Rural e Pescas
Decreto-Lei n.o 182/2004:
Ministério da Saúde
Transpõe para a ordem jurídica nacional as Directivas
n.os 2003/113/CE, de 3 de Dezembro, 2003/118/CE, de Decreto-Lei n.o 185/2004:
5 de Dezembro, e 2004/2/CE, de 9 de Janeiro, da Comis- Aprova o regime jurídico aplicável às alterações dos
são, que alteram a Directiva n.o 86/363/CEE, do Con- termos das autorizações de introdução no mercado de
selho, de 24 de Julho, relativa à fixação de teores máxi- medicamentos veterinários farmacológicos concedidas
mos para os resíduos de pesticidas à superfície e no ao abrigo de procedimentos não abrangidos pelo orde-
interior dos géneros alimentícios de origem animal, alte- namento jurídico comunitário e a sua tipologia, bem
rando o Decreto-Lei n.o 51/2004, de 10 de Março . . . . . 4885 como os pressupostos necessários à sua autorização . . . 4914
4802 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
CAPÍTULO I
CAPÍTULO III
Concepção e objectivos
Protecção jurídica
Artigo 1.o
Finalidades
SECÇÃO I
1 — O sistema de acesso ao direito e aos tribunais
Disposições gerais
destina-se a assegurar que a ninguém seja dificultado
ou impedido, em razão da sua condição social ou cul-
tural, ou por insuficiência de meios económicos, o Artigo 6.o
conhecimento, o exercício ou a defesa dos seus direitos.
Âmbito de protecção
2 — Para concretizar os objectivos referidos no
número anterior, desenvolver-se-ão acções e mecanis- 1 — A protecção jurídica reveste as modalidades de
mos sistematizados de informação jurídica e de pro- consulta jurídica e de apoio judiciário.
tecção jurídica. 2 — A protecção jurídica é concedida para questões
Artigo 2.o ou causas judiciais concretas ou susceptíveis de con-
Promoção cretização em que o utente tenha um interesse próprio
e que versem sobre direitos directamente lesados ou
1 — O acesso ao direito e aos tribunais constitui uma ameaçados de lesão.
responsabilidade do Estado, a promover, designada- 3 — Lei própria regulará os sistemas destinados à
mente, através de dispositivos de cooperação com as tutela dos interesses colectivos ou difusos e dos direitos
instituições representativas das profissões forenses. só indirecta ou reflexamente lesados ou ameaçados de
2 — O acesso ao direito compreende a informação lesão.
jurídica e a protecção jurídica. 4 — No caso de litígio transfronteiriço, em que os
tribunais competentes pertençam a outro Estado da
Artigo 3.o União Europeia, a protecção jurídica abrange ainda o
Funcionamento apoio pré-contencioso e os encargos específicos decor-
rentes do carácter transfronteiriço do litígio, em termos
1 — O sistema de acesso ao direito e aos tribunais a definir por lei.
funcionará por forma que os serviços prestados aos seus
utentes sejam qualificados e eficazes. Artigo 7.o
2 — O Estado garante uma adequada remuneração Ambito pessoal
bem como o reembolso das despesas realizadas aos pro-
fissionais forenses que intervierem no sistema de acesso 1 — Têm direito a protecção jurídica, nos termos da
ao direito e aos tribunais, em termos a regular por por- presente lei, os cidadãos nacionais e da União Europeia,
taria conjunta dos Ministros das Finanças e da Justiça. bem como os estrangeiros e os apátridas com título de
3 — É vedado aos profissionais forenses que prestem residência válido num Estado membro da União Euro-
serviços no âmbito do acesso ao direito em qualquer peia, que demonstrem estar em situação de insuficiência
das suas modalidades auferir, com base neles, remu- económica.
neração diversa da que tiverem direito nos termos da 2 — Aos estrangeiros sem título de residência válido
presente lei e da portaria referida no número anterior. num Estado membro da União Europeia é reconhecido
o direito a protecção jurídica, na medida em que ele
CAPÍTULO II seja atribuído aos Portugueses pelas leis dos respectivos
Estados.
Informação jurídica 3 — As pessoas colectivas têm apenas direito à pro-
tecção jurídica na modalidade de apoio judiciário,
Artigo 4.o devendo para tal fazer a prova a que alude o n.o 1.
4 — A protecção jurídica não pode ser concedida às
Dever de informação
pessoas que alienaram ou oneraram todos ou parte dos
Incumbe ao Estado realizar, de modo permanente seus bens para se colocarem em condições de o obter,
e planeado, acções tendentes a tornar conhecido o nem, tratando-se de apoio judiciário, aos cessionários
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4803
do direito ou objecto controvertido, quando a cessão 3 — A protecção jurídica pode ser retirada oficiosa-
tenha sido realizada com o propósito de obter aquele mente ou a requerimento do Ministério Público, da
benefício. Ordem dos Advogados, da parte contrária, do patrono
nomeado ou do solicitador de execução designado.
Artigo 8.o 4 — O requerente de protecção jurídica é sempre
Insuficiência económica ouvido.
5 — Sendo retirada a protecção jurídica concedida,
1 — Encontra-se em situação de insuficiência econó- a decisão é comunicada ao tribunal competente e à
mica aquele que, tendo em conta factores de natureza Ordem dos Advogados ou à Câmara dos Solicitadores,
económica e a respectiva capacidade contributiva, não conforme os casos.
tem condições objectivas para suportar pontualmente
os custos de um processo. Artigo 11.o
2 — O disposto no número anterior aplica-se, com Caducidade
as necessárias adaptações, às pessoas colectivas não refe-
ridas no número seguinte. 1 — A protecção jurídica caduca nas seguintes situa-
3 — A insuficiência económica das sociedades, dos ções:
comerciantes em nome individual nas causas relativas a) Pelo falecimento da pessoa singular ou pela
ao exercício do comércio e dos estabelecimentos indi- extinção ou dissolução da pessoa colectiva a
viduais de responsabilidade limitada deve ser aferida quem foi concedido, salvo se os sucessores na
tendo em conta, designadamente, o volume de negócios, lide, no incidente da sua habilitação, juntarem
o valor do capital e do património e o número de tra- cópia do requerimento de apoio judiciário e os
balhadores ao seu serviço e os lucros distribuídos nos mesmos vierem a ser deferidos;
três últimos exercícios findos. b) Pelo decurso do prazo de um ano após a sua
4 — Em caso de dúvida sobre a verificação de uma concessão sem que tenha sido prestada consulta
situação de insuficiência económica, pode ser solicitado ou instaurada acção em juízo, por razão impu-
pelo dirigente máximo do serviço de segurança social tável ao requerente.
que aprecia o pedido que o requerente autorize, por
escrito, o acesso a informações e documentos bancários 2 — O apoio judiciário nas modalidade de nomeação
e que estes sejam exibidos perante tal serviço e, quando e pagamento de honorários de patrono e pagamento
tal se justifique, perante a administração tributária. faseado de honorários de patrono nomeado é incom-
5 — A prova e a apreciação da insuficiência econó- patível com o patrocínio pelo Ministério Público nos
mica devem ser feitas de acordo com os critérios esta- termos previstos no Código de Processo do Trabalho.
belecidos e publicados em anexo à presente lei.
Artigo 12.o
o
Artigo 9. Impugnação
Isenções
Da decisão que determine o cancelamento ou veri-
Estão isentos de impostos, emolumentos e taxas os fique a caducidade da protecção jurídica cabe impug-
requerimentos, certidões e quaisquer outros documen- nação judicial, que segue os termos dos artigos 27.o e 28.o
tos pedidos para fins de protecção jurídica.
Artigo 13.o
Artigo 10.o Aquisição de meios económicos suficientes
Cancelamento da protecção jurídica 1 — Caso se verifique que o requerente de protecção
1 — A protecção jurídica é retirada, quer na sua tota- jurídica possuía, à data do pedido, ou adquiriu no
lidade quer relativamente a alguma das suas moda- decurso da causa ou no prazo de quatro anos após o
lidades: seu termo, meios económicos suficientes para pagar
honorários, despesas, custas, imposto, emolumentos,
a) Se o requerente adquirir meios suficientes para taxas e quaisquer outros encargos de cujo pagamento
poder dispensá-la; haja sido declarado isento, é instaurada acção para
b) Quando se prove por novos documentos a insub- cobrança das respectivas importâncias pelo Ministério
sistência das razões pelas quais foi concedida; Público ou por qualquer outro interessado.
c) Se os documentos que serviram de base à con- 2 — Para os efeitos do número anterior, presume-se
cessão forem declarados falsos por decisão com aquisição de meios económicos suficientes a obtenção
trânsito em julgado; de vencimento na acção, ainda que meramente parcial,
d) Se, em recurso, for confirmada a condenação salvo se, pela sua natureza ou valor, o que se obtenha
do requerente como litigante de má fé; não possa ser tido em conta na apreciação da insufi-
e) Se, em acção de alimentos provisórios, for atri- ciência económica nos termos do artigo 8.o
buída ao requerente uma quantia para custeio 3 — A acção a que se refere o n.o 1 segue a forma
da demanda. sumaríssima, podendo o juiz condenar no próprio pro-
cesso, no caso previsto no número anterior.
2 — No caso da alínea a) do número anterior, o reque- 4 — Para fundamentar a decisão, na acção a que se
rente deve declarar, logo que o facto se verifique, que refere o n.o 1, o tribunal deve pedir parecer à segurança
está em condições de dispensar a protecção jurídica em social.
alguma ou em todas as modalidades concedidas, sob 5 — As importâncias cobradas revertem para o Cofre
pena de ficar sujeito às sanções previstas para a litigância Geral dos Tribunais, sem prejuízo de serem pagos des-
de má fé. pesas e honorários nos termos de nota apresentada pelo
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patrono, deduzidos os montantes devidos a título de após o decurso de quatro anos desde o trânsito em jul-
remuneração de patrono nos termos da presente lei. gado da decisão final sobre a causa.
6 — O disposto nos números anteriores não prejudica 3 — Se o requerente de apoio judiciário for uma pes-
a instauração de procedimento criminal se, para bene- soa colectiva, estabelecimento individual de responsa-
ficiar da protecção jurídica, o requerente cometer crime. bilidade limitada ou comerciante em nome individual
e a causa for relativa ao exercício do comércio, o apoio
judiciário não compreende a modalidade referida na
SECÇÃO II alínea d) do n.o 1.
Consulta jurídica
4 — No caso de pedido de apoio judiciário por resi-
dente noutro Estado membro da União Europeia para
acção em que tribunais portugueses sejam competentes,
Artigo 14.o o apoio judiciário abrange os encargos específicos decor-
rentes do carácter transfronteiriço do litígio em termos
Âmbito
a definir por lei.
1 — A consulta jurídica abrange a apreciação liminar
da inexistência de fundamento legal da pretensão, para
efeito de nomeação de patrono oficioso. Artigo 17.o
2 — A consulta jurídica pode compreender a reali- Âmbito de aplicação
zação de diligências extrajudiciais ou comportar meca-
nismos informais de mediação e conciliação, conforme 1 — O regime de apoio judiciário aplica-se em todos
constar do regulamento dos gabinetes de consulta os tribunais e nos julgados de paz, qualquer que seja
jurídica. a forma do processo.
3 — Da apreciação que conclua pela inexistência de 2 — O regime de apoio judiciário aplica-se, também,
fundamento legal de pretensão cabe reclamação para com as devidas adaptações, aos processos de contra-
o conselho distrital da Ordem dos Advogados, que asse- -ordenações e aos processos de divórcio por mútuo con-
gura sempre a reapreciação, nos termos do regulamento sentimento, cujos termos corram nas conservatórias do
dos gabinetes de consulta jurídica. registo civil.
4 — O regulamento referido nos números anteriores
é proposto pela Ordem dos Advogados e aprovado por Artigo 18.o
portaria do Ministro da Justiça.
Oportunidade do pedido de apoio judiciário
Artigo 24.o
Artigo 21.o
Autonomia do procedimento
Juízo sobre a existência de fundamento legal da pretensão
A nomeação de patrono oficioso, pela Ordem dos 1 — O procedimento de protecção jurídica na moda-
Advogados, destinada à propositura de uma acção lidade de apoio judiciário é autónomo relativamente
depende de juízo sobre a existência de fundamento legal à causa a que respeite, não tendo qualquer repercussão
da pretensão, feito em sede de consulta jurídica. sobre o andamento desta, com excepção do previsto
nos números seguintes.
2 — Nos casos previstos no n.o 4 do artigo 467.o do
Artigo 22.o Código de Processo Civil e, bem assim, nos casos em
Requerimento
que, independentemente das circunstâncias referidas
naquele normativo, está pendente impugnação da deci-
1 — O requerimento de protecção jurídica é apre- são relativa à concessão de apoio judiciário e o autor
sentado em qualquer serviço de atendimento ao público pretende beneficiar deste para dispensa da taxa de jus-
dos serviços de segurança social. tiça, deve juntar à petição inicial documento compro-
2 — O requerimento de protecção jurídica é formu- vativo da apresentação do respectivo pedido.
lado em modelo, a aprovar por portaria dos ministros 3 — Nos casos previstos no número anterior, o autor
com a tutela da justiça e da segurança social, que é deve efectuar o pagamento da taxa de justiça inicial
facultado, gratuitamente, junto da entidade referida no no prazo de 10 dias a contar da data da notificação
número anterior e pode ser apresentado pessoalmente, da decisão que indefira, em definitivo, o pedido de apoio
por telecópia, por via postal ou por transmissão elec- judiciário, sob a cominação prevista no n.o 5 do
trónica, neste caso através do preenchimento do res- artigo 467.o do Código de Processo Civil.
4806 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
4 — Quando o pedido de apoio judiciário é apresen- 4 — Se o requerimento tiver sido apresentado na pen-
tado na pendência de acção judicial e o requerente pre- dência de acção judicial, a decisão final sobre o pedido
tende a nomeação de patrono, o prazo que estiver em de apoio judiciário é notificada ao tribunal em que a
curso interrompe-se com a junção aos autos do docu- acção se encontra pendente, bem como, através deste,
mento comprovativo da apresentação do requerimento à parte contrária.
com que é promovido o procedimento administrativo. 5 — A parte contrária na acção judicial para que
5 — O prazo interrompido por aplicação do disposto tenha sido concedido apoio judiciário tem legitimidade
no número anterior inicia-se, conforme os casos: para impugnar a decisão nos termos do n.o 2.
a) A partir da notificação ao patrono nomeado da
sua designação; Artigo 27.o
b) A partir da notificação ao requerente da decisão
Impugnação judicial
de indeferimento do pedido de nomeação de
patrono. 1 — A impugnação judicial pode ser intentada direc-
tamente pelo interessado, não carecendo de constituição
Artigo 25.o de advogado, e deve ser entregue no serviço de segu-
rança social que apreciou o pedido de protecção jurídica
Prazo
ou no conselho distrital da Ordem dos Advogados que
1 — O prazo para a conclusão do procedimento admi- negou nomeação de patrono, no prazo de 15 dias após
nistrativo e decisão sobre o pedido de protecção jurídica o conhecimento da decisão.
é de 30 dias, é contínuo, não se suspende durante as 2 — O pedido de impugnação deve ser escrito, mas
férias judiciais e, se terminar em dia em que os serviços não carece de ser articulado, sendo apenas admissível
da segurança social estejam encerrados, transfere-se o prova documental, cuja obtenção pode ser requerida
seu termo para o 1.o dia útil seguinte. através do tribunal.
2 — Decorrido o prazo referido no número anterior 3 — Recebida a impugnação, o serviço de segurança
sem que tenha sido proferida uma decisão, considera-se social ou o conselho distrital da Ordem dos Advogados
tacitamente deferido e concedido o pedido de protecção dispõe de 10 dias para revogar a decisão sobre o pedido
jurídica. de protecção jurídica ou, mantendo-a, enviar aquela e
3 — No caso previsto no número anterior é suficiente cópia autenticada do processo administrativo ao tribunal
a menção em tribunal da formação do acto tácito e, competente.
quando estiver em causa um pedido de nomeação de Artigo 28.o
patrono, a tramitação subsequente à formação do acto
tácito obedecerá às seguintes regras: Tribunal competente
a) Nos casos em que o pedido tiver sido apresen- 1 — É competente para conhecer e decidir a impug-
tado na pendência de acção judicial, o tribunal nação o tribunal da comarca em que está sediado o
em que a causa está pendente notifica a Ordem serviço de segurança social que apreciou o pedido de
dos Advogados para proceder à nomeação do protecção jurídica ou, caso o pedido tenha sido for-
mandatário forense; mulado na pendência da acção, o tribunal em que esta
b) Nos casos em que o pedido não tiver sido apre- se encontra pendente.
sentado na pendência de acção judicial, incumbe 2 — Nas comarcas onde existem tribunais judiciais de
ao interessado solicitar à Ordem dos Advogados competência especializada ou de competência especí-
a nomeação do mandatário forense, mediante fica, a impugnação deve respeitar as respectivas regras
exibição do documento comprovativo da apre- de competência.
sentação do requerimento de protecção jurídica. 3 — Se o tribunal se considerar incompetente, remete
para aquele que deva conhecer da impugnação e notifica
4 — Os serviços da segurança social enviam mensal- o interessado.
mente relação dos pedidos de protecção jurídica taci- 4 — Recebida a impugnação, esta é distribuída,
tamente deferidos à comissão prevista no n.o 2 do quando for caso disso, e imediatamente conclusa ao juiz,
artigo 20.o, à Direcção-Geral da Administração da Jus- que, por meio de despacho concisamente fundamentado,
tiça, à Ordem dos Advogados, se o pedido envolver decide, concedendo ou recusando o provimento, por
a nomeação de patrono, e, se o requerimento tiver sido extemporaneidade ou manifesta inviabilidade.
apresentado na pendência de acção judicial, ao tribunal
em que esta se encontra pendente.
Artigo 29.o
o
Artigo 26. Alcance da decisão final
Notificação e impugnação da decisão
1 — A decisão que defira o pedido de protecção jurí-
1 — A decisão final sobre o pedido de protecção jurí- dica especifica as modalidades e a concreta medida do
dica é notificada ao requerente e, se o pedido envolver apoio concedido.
a designação de patrono, também à Ordem dos Advo- 2 — Para concretização do benefício de apoio judi-
gados. ciário nas modalidades previstas na alínea a) e na pri-
2 — A decisão sobre o pedido de protecção jurídica meira parte da alínea d) do artigo 16.o, deve o autor
não admite reclamação nem recurso hierárquico ou tute- juntar à petição inicial documento comprovativo da sua
lar, sendo susceptível de impugnação judicial nos termos concessão ou da apresentação do respectivo pedido.
dos artigos 27.o e 28.o 3 — O disposto no número anterior é aplicável, com
3 — A decisão a que se refere o artigo 21.o é sus- as necessárias adaptações, à apresentação das peças pro-
ceptível de impugnação para o conselho distrital da cessuais ou das notificações a que se referem os arti-
Ordem dos Advogados territorialmente competente. gos 24.o e 26.o do Código das Custas Judiciais.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4807
tecção jurídica ao arguido em processo penal aplicam-se, panhamento constituída por dois representantes do
com as necessárias adaptações, as disposições do capí- Ministério da Justiça, um representante do Ministério
tulo anterior, com excepção do disposto nos n.os 2 e das Finanças, um representante do Ministério da Segu-
3 do artigo 18.o, devendo o apoio judiciário ser requerido rança Social e do Trabalho e um representante da
até ao trânsito em julgado da decisão final. Ordem dos Advogados.
2 — Ao pedido de protecção jurídica por quem pre-
tenda constituir-se assistente ou formular ou contestar
pedido de indemnização cível em processo penal apli- Artigo 49.o
ca-se o disposto no capítulo anterior, com as necessárias Encargos da segurança social
adaptações.
Os encargos decorrentes da presente lei a assumir
pelos serviços da segurança social são suportados pelo
CAPÍTULO V Orçamento do Estado, mediante transferência das cor-
Disposições finais e transitórias respondentes verbas para o orçamento da segurança
social.
Artigo 45.o
Competências da Ordem dos Advogados
Artigo 50.o
Norma revogatória
1 — Sem prejuízo das competências próprias dos ser-
viços da segurança social, a Ordem dos Advogados É revogada a Lei n.o 30-E/2000, de 20 de Dezembro.
poderá exercer as competências previstas nesta lei, nos
exactos termos nela consagrados, por meio de unidade
orgânica própria destinada a gerir o sistema de acesso Artigo 51.o
ao direito, com autonomia funcional e organizacional Regime transitório
relativamente às suas restantes atribuições.
2 — A Ordem dos Advogados pode prever, ainda, 1 — As alterações introduzidas pela presente lei apli-
no âmbito da regulamentação da unidade orgânica pre- cam-se apenas aos pedidos de apoio judiciário que sejam
vista no número anterior, a participação dos advogados formulados após o dia 1 de Setembro de 2004.
estagiários, tendo em vista a prossecução dos interesses 2 — Aos processos de apoio judiciário iniciados até
específicos da formação e do acesso à profissão de à entrada em vigor da presente lei é aplicável o regime
advogado. legal anterior.
3 — As regras sobre selecção dos profissionais foren- 3 — Nos processos judiciais pendentes em 1 de
ses envolvidos respeitarão os princípios aplicáveis às Setembro de 2004 em que ainda não tenha sido reque-
entidades públicas e serão definidas por regulamento rido o benefício de apoio judiciário, este poderá ser
da Ordem dos Advogados, homologado pelo Ministro requerido até ao trânsito em julgado da decisão final.
da Justiça.
4 — O Estado financia a Ordem dos Advogados no
exercício das competências previstas nesta lei de acordo Artigo 52.o
com regras a definir por portaria conjunta dos Ministros
Transposição
das Finanças e da Justiça.
5 — Sem prejuízo das competências do Tribunal de A presente lei efectua a transposição parcial da Direc-
Contas, o Ministério da Justiça fiscaliza a utilização das tiva n.o 2003/8/CE, do Conselho, de 27 de Janeiro, rela-
verbas transferidas para a Ordem dos Advogados através tiva à melhoria do acesso à justiça nos litígios trans-
de representante nomeado para uma comissão de fis- fronteiriços, através do estabelecimento de regras míni-
calização a criar junto da Ordem dos Advogados, no mas comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito des-
âmbito do organismo referido no n.o 1. ses litígios.
Artigo 46.o
Artigo 53.o
Colaboração de outras instituições com a Ordem dos Advogados
Entrada em vigor
A Ordem dos Advogados pode solicitar às instituições
envolvidas no regime de acesso ao direito, designada- A presente lei entra em vigor em 1 de Setembro de
mente à Câmara dos Solicitadores, a intervenção e cola- 2004, salvo o n.o 4 do artigo 6.o e o n.o 4 do artigo 16.o,
boração adequada ao exercício das suas competências. que entram em vigor no dia 30 de Novembro de 2004.
no domicílio um subsídio de valor calculado nos termos durado até dois anos ou mais de dois anos, respec-
do n.o 3 do artigo 24.o tivamente.
3 — Para efeitos de cálculo de indemnização, toma-se
Artigo 22.o em conta a média das remunerações auferidas nos últi-
mos 12 meses ou nos meses de execução do contrato,
Suspensão ou redução caso seja de duração inferior.
A suspensão do contrato ou a redução da actividade
prevista, por motivo imputável ao beneficiário da acti- Artigo 25.o
vidade, que não seja recuperada nos três meses seguintes Proibição do trabalho no domicílio
confere ao trabalhador o direito a uma compensação
pecuniária por forma a garantir metade da remuneração Enquanto decorrer procedimento de redução tem-
correspondente ao período em falta ou, não sendo pos- porária do período normal de trabalho ou suspensão
sível o seu apuramento, metade da remuneração média, do contrato de trabalho por facto respeitante ao empre-
calculada nos termos do n.o 3 do artigo 24.o gador, de despedimento colectivo ou por extinção de
posto de trabalho e, bem assim, nos três meses pos-
teriores ao termo das referidas situações, é vedado à
Artigo 23.o
empresa contratar trabalhador no domicílio para pro-
Cessação do contrato dução de bens ou serviços na qual participem traba-
lhadores abrangidos pelo procedimento em causa, sem
1 — Qualquer das partes pode, mediante comunica-
prejuízo da renovação da atribuição de trabalho em rela-
ção escrita, denunciar o contrato para o termo de exe-
ção a trabalhadores contratados até 60 dias antes do
cução da incumbência de trabalho.
início do referido procedimento.
2 — Salvo acordo em contrário, a falta de trabalho
que origine a inactividade do trabalhador por prazo
superior a 60 dias consecutivos implica a caducidade Artigo 26.o
do contrato a partir desta data, desde que o beneficiário Segurança social
da actividade comunique por escrito a sua ocorrência,
mantendo o trabalhador no domicílio o direito à indem- O trabalhador no domicílio e o beneficiário da acti-
nização prevista no artigo seguinte. vidade ficam abrangidos, como beneficiário e contri-
3 — Qualquer das partes pode, mediante comunica- buinte, respectivamente, pelo regime geral de segurança
ção escrita, resolver o contrato por motivo de incum- social dos trabalhadores por conta de outrem, nos ter-
primento, sem aviso prévio. mos previstos em legislação especial.
4 — O beneficiário da actividade pode, mediante
comunicação escrita, resolver o contrato por motivo jus-
tificado que não lhe seja imputável nem ao trabalhador, CAPÍTULO IV
desde que conceda o prazo mínimo de aviso prévio de Direitos de personalidade
7, 30 ou 60 dias, conforme a execução do contrato tenha
durado até seis meses, até dois anos ou por período Artigo 27.o
superior, respectivamente.
Dados biométricos
5 — O trabalhador no domicílio pode, mediante
comunicação escrita, denunciar o contrato desde que 1 — O empregador só pode tratar dados biométricos
conceda o prazo mínimo de aviso prévio de 7 ou 15 do trabalhador após notificação à Comissão Nacional
dias, consoante o contrato tenha durado até seis meses de Protecção de Dados.
ou mais de seis meses, respectivamente, salvo se tiver 2 — O tratamento de dados biométricos só é per-
trabalho pendente em execução, caso em que o prazo mitido se os dados a utilizar forem necessários, ade-
é fixado para o termo da execução com o máximo de quados e proporcionais aos objectivos a atingir.
30 dias. 3 — Os dados biométricos são conservados durante
6 — No caso de extinção do contrato, o trabalhador o período necessário para a prossecução das finalidades
no domicílio incorre em responsabilidade civil pelos do tratamento a que se destinam, devendo ser destruídos
danos causados ao beneficiário da actividade por recusa no momento da transferência do trabalhador para outro
de devolução dos equipamentos, utensílios, materiais local de trabalho ou da cessação do contrato de trabalho.
e outros bens que sejam pertença deste, sem prejuízo 4 — A notificação a que se refere o n.o 1 deve ser
da responsabilidade penal a que houver lugar pela vio- acompanhada de parecer da comissão de trabalhadores
lação das obrigações do fiel depositário. ou, 10 dias após a consulta, comprovativo do pedido
de parecer.
Artigo 24.o Artigo 28.o
Indemnização Utilização de meios de vigilância a distância
1 — A inobservância do prazo de aviso prévio por 1 — Para efeitos do n.o 2 do artigo 20.o do Código
qualquer das partes confere à outra o direito a uma do Trabalho, a utilização de meios de vigilância a dis-
indemnização equivalente à remuneração correspon- tância no local de trabalho está sujeita a autorização
dente ao período de aviso prévio em falta. da Comissão Nacional de Protecção de Dados.
2 — A insubsistência dos motivos alegados pelo bene- 2 — A autorização referida no número anterior só
ficiário da actividade para resolução do contrato, nos pode ser concedida se a utilização dos meios for neces-
termos dos n.os 3 e 4 do artigo anterior, confere ao sária, adequada e proporcional aos objectivos a atingir.
trabalhador o direito a uma indemnização igual a 60 3 — Os dados pessoais recolhidos através dos meios
ou 120 dias de remuneração, consoante o contrato tenha de vigilância a distância são conservados durante o
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4815
período necessário para a prossecução das finalidades sido ou venha a ser dado a outra pessoa em
da utilização a que se destinam, devendo ser destruídos situação comparável;
no momento da transferência do trabalhador para outro b) Discriminação indirecta sempre que uma dis-
local de trabalho ou da cessação do contrato de trabalho. posição, critério ou prática aparentemente neu-
4 — O pedido de autorização a que se refere o n.o 1 tro seja susceptível de colocar pessoas que se
deve ser acompanhado de parecer da comissão de tra- incluam num dos factores característicos indi-
balhadores ou, 10 dias após a consulta, comprovativo cados no referido preceito legal numa posição
do pedido de parecer. de desvantagem comparativamente com outras,
a não ser que essa disposição, critério ou prática
Artigo 29.o seja objectivamente justificado por um fim legí-
timo e que os meios para o alcançar sejam ade-
Informação sobre meios de vigilância a distância quados e necessários;
Para efeitos do n.o 3 do artigo 20.o do Código do c) Trabalho igual aquele em que as funções desem-
Trabalho, o empregador deve afixar nos locais de tra- penhadas ao mesmo empregador são iguais ou
balho em que existam meios de vigilância a distância objectivamente semelhantes em natureza, qua-
os seguintes dizeres, consoante os casos: «Este local lidade e quantidade;
encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de d) Trabalho de valor igual aquele que corresponde
televisão» ou «Este local encontra-se sob vigilância de a um conjunto de funções, prestadas ao mesmo
um circuito fechado de televisão, procedendo-se à gra- empregador, consideradas equivalentes aten-
vação de imagem e som», seguido de símbolo iden- dendo, nomeadamente, às qualificações ou
tificativo. experiência exigida, às responsabilidades atri-
buídas, ao esforço físico e psíquico e às con-
dições em que o trabalho é efectuado.
CAPÍTULO V
Igualdade e não discriminação 3 — Constitui discriminação uma ordem ou instrução
que tenha a finalidade de prejudicar pessoas em razão
SECÇÃO I de um factor referido no n.o 1 deste artigo ou no n.o 1
do artigo 23.o do Código do Trabalho.
Âmbito
legítimo, designadamente de política de emprego, mer- do Código do Trabalho, as licenças, faltas e dispensas
cado de trabalho ou formação profissional. relativas à protecção da maternidade e da paternidade.
4 — As disposições legais ou de instrumentos de regu-
lamentação colectiva de trabalho que justifiquem os
comportamentos referidos no n.o 3 devem ser avaliadas Artigo 38.o
periodicamente e revistas se deixarem de se justificar. Sanção abusiva
1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 28.o do Código a) Convites para o preenchimento de lugares;
do Trabalho, a igualdade de retribuição implica, nomea- b) Anúncios de ofertas de emprego;
damente, a eliminação de qualquer discriminação fun- c) Número de candidaturas apresentadas para
dada no sexo, no conjunto de elementos de que depende apreciação curricular;
a sua determinação. d) Número de candidatos presentes nas entrevistas
2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 28.o de pré-selecção;
do Código do Trabalho, a igualdade de retribuição e) Número de candidatos aguardando ingresso;
implica que para trabalho igual ou de valor igual: f) Resultados dos testes ou provas de admissão
a) Qualquer modalidade de retribuição variável, ou selecção;
nomeadamente a paga à tarefa, seja estabelecida g) Balanços sociais, nos termos dos artigos 458.o
na base da mesma unidade de medida; a 464.o, bem como da legislação aplicável à
b) A retribuição calculada em função do tempo Administração Pública, relativos a dados que
de trabalho seja a mesma. permitam analisar a existência de eventual dis-
criminação de um dos sexos no acesso ao
3 — Não podem constituir fundamento das diferen- emprego, formação e promoção profissionais e
ciações retributivas, a que se refere o n.o 2 do artigo 28.o condições de trabalho.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4817
seja feita em impresso de modelo apropriado ao tra- além dos procedimentos referidos no artigo anterior,
tamento informático dos seus elementos. aplicar as seguintes medidas:
5 — Se houver modificações substanciais nos proce-
a) Limitação das quantidades do agente no local
dimentos com possibilidade de repercussão na saúde
de trabalho;
dos trabalhadores, deve ser feita, com quarenta e oito
b) Redução ao mínimo possível do número de tra-
horas de antecedência, uma nova notificação.
balhadores expostos ou susceptíveis de o serem,
da duração e do respectivo grau de exposição;
Artigo 46.o c) Adopção de procedimentos de trabalho e de
medidas técnicas que evitem ou minimizem a
Avaliação dos riscos libertação de agentes no local de trabalho;
d) Eliminação dos agentes na fonte por aspiração
1 — Nas actividades susceptíveis de exposição a agen- localizada ou ventilação geral adequada e com-
tes biológicos, físicos ou químicos que possam implicar patível com a protecção da saúde pública e do
riscos para o património genético, o empregador deve ambiente;
avaliar os riscos para a saúde dos trabalhadores, deter- e) Utilização de métodos apropriados de medição
minando a natureza, o grau e o tempo de exposição. de agentes, em particular para a detecção pre-
2 — Nas actividades que impliquem a exposição a coce de exposições anormais resultantes de
várias espécies de agentes, a avaliação dos riscos deve acontecimento imprevisível;
ser feita com base no perigo resultante da presença de f) Adopção de medidas de protecção colectiva
todos esses agentes. adequadas ou, se a exposição não puder ser evi-
3 — A avaliação dos riscos deve ser repetida trimes- tada por outros meios, medidas de protecção
tralmente, bem como sempre que houver alterações das individual;
condições de trabalho susceptíveis de afectar a exposição g) Adopção de medidas de higiene, nomeada-
dos trabalhadores a agentes referidos no número ante- mente a limpeza periódica dos pavimentos,
rior e, ainda, nas situações previstas no n.o 5 do paredes e outras superfícies;
artigo 54.o h) Delimitação das zonas de riscos e utilização de
4 — A avaliação dos riscos deve ter em conta todas adequada sinalização de segurança e de saúde,
as formas de exposição e vias de absorção, tais como incluindo de proibição de fumar em áreas onde
a absorção pela pele ou através desta. haja riscos de exposição a esses agentes;
5 — O empregador deve atender, na avaliação dos i) Instalação de dispositivos para situações de
riscos, aos resultados disponíveis de qualquer vigilância emergência susceptíveis de originar exposições
da saúde já efectuada aos eventuais efeitos sobre a saúde anormalmente elevadas;
de trabalhadores particularmente sensíveis aos riscos a j) Verificação da presença de agentes biológicos
que estejam expostos, bem como identificar os traba- utilizados fora do confinamento físico primário,
lhadores que necessitem de medidas de protecção sempre que for necessário e tecnicamente
especiais. possível;
6 — O resultado da avaliação dos riscos deve constar l) Meios que permitam a armazenagem, manusea-
de documento escrito. mento e transporte sem riscos, nomeadamente
mediante a utilização de recipientes herméticos
Artigo 47.o e rotulados de forma clara e legível;
m) Meios seguros de recolha, armazenagem e eva-
Substituição e redução de agentes cuação dos resíduos, incluindo a utilização de
recipientes herméticos e rotulados de forma
1 — O empregador deve evitar ou reduzir a utilização clara e legível, de modo a não constituírem fonte
de agentes biológicos, físicos ou químicos susceptíveis de contaminação dos trabalhadores e dos locais
de implicar riscos para o património genético, substi- de trabalho, de acordo com a legislação especial
tuindo-os por substâncias, preparações ou processos sobre resíduos e protecção do ambiente;
que, nas condições de utilização, não sejam perigosos n) Afixação de sinais de perigo bem visíveis,
ou impliquem menor risco para os trabalhadores. nomeadamente o sinal indicativo de perigo
2 — Se não for tecnicamente possível a aplicação do biológico;
disposto no número anterior, o empregador deve asse- o) Elaboração de planos de acção em casos de aci-
gurar que a produção ou a utilização do agente se faça dentes que envolvam agentes biológicos.
em sistema fechado.
3 — Se a aplicação de um sistema fechado não for
tecnicamente possível, o empregador deve assegurar que Artigo 49.o
o nível de exposição dos trabalhadores seja reduzido Informação das autoridades competentes
ao nível mais baixo possível e não ultrapasse os valores
limite estabelecidos em legislação especial sobre agentes 1 — Se a avaliação revelar a existência de riscos, o
cancerígenos ou mutagénicos. empregador deve conservar e manter disponíveis as
informações sobre:
a) As actividades e os processos industriais em
Artigo 48.o
causa, as razões por que são utilizados agentes
Redução dos riscos de exposição biológicos, físicos ou químicos susceptíveis de
implicar riscos para o património genético e os
Nas actividades em que sejam utilizados agentes bio- eventuais casos de substituição;
lógicos, físicos ou químicos susceptíveis de implicar ris- b) Os elementos utilizados para efectuar a avalia-
cos para o património genético, o empregador deve, ção e o seu resultado;
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4819
sensibilidade possa ser afectada, nomeadamente nas situações em que os resultados da vigilância da saúde
por doença anterior, medicação, deficiência o justifiquem.
imunitária, gravidez ou aleitamento; Artigo 61.o
b) As recomendações da Direcção-Geral da Saúde
sobre as medidas de controlo de agentes nocivos Medição da exposição
à saúde dos trabalhadores; 1 — O empregador deve proceder à medição da con-
c) As informações técnicas existentes sobre doen- centração de agentes químicos susceptíveis de implicar
ças relacionadas com a natureza do trabalho; riscos para o património genético, tendo em atenção
d) Os potenciais efeitos alérgicos ou tóxicos resul- os valores limite de exposição profissional constantes
tantes do trabalho; de legislação especial.
e) O conhecimento de doença verificada num tra- 2 — A medição referida no número anterior deve ser
balhador que esteja directamente relacionada periodicamente repetida, bem como se houver alteração
com o seu trabalho. das condições susceptíveis de se repercutirem na expo-
sição dos trabalhadores a agentes químicos que possam
Artigo 59.o implicar riscos para o património genético.
Vacinação dos trabalhadores
3 — O empregador deve tomar o mais rapidamente
possível as medidas de prevenção e protecção adequadas
1 — O empregador deve promover a informação do se o resultado das medições demonstrar que foi excedido
trabalhador que esteja ou possa estar exposto a agentes um valor limite de exposição profissional.
biológicos sobre as vantagens e inconvenientes da vaci-
nação e da sua falta. Artigo 62.o
2 — O médico responsável pela vigilância da saúde
deve determinar que o trabalhador não imunizado con- Operações específicas
tra os agentes biológicos a que esteja ou possa estar O empregador deve tomar as medidas técnicas e orga-
exposto seja sujeito a vacinação. nizativas adequadas à natureza da actividade, incluindo
3 — A vacinação deve respeitar as recomendações da armazenagem, manuseamento e separação de agentes
Direcção-Geral da Saúde, sendo anotada na ficha clínica químicos incompatíveis, pela seguinte ordem de prio-
do trabalhador e registada no seu boletim individual ridade:
de saúde.
a) Prevenir a presença de concentrações perigosas
DIVISÃO VI
de substâncias inflamáveis ou de quantidades
Actividades condicionadas que envolvam perigosas de substâncias quimicamente instá-
agentes químicos condicionados veis;
b) Se a natureza da actividade não permitir a apli-
Artigo 60.o cação do disposto na alínea anterior, evitar a
Avaliação dos riscos presença de fontes de ignição que possam pro-
vocar incêndios e explosões ou de condições
1 — Se a avaliação revelar a existência de agentes adversas que possam fazer que substâncias ou
químicos susceptíveis de implicar riscos para o patri- misturas de substâncias quimicamente instáveis
mónio genético, o empregador deve avaliar os riscos provoquem efeitos físicos nocivos;
para os trabalhadores tendo em conta, sem prejuízo do c) Atenuar os efeitos nocivos para a saúde dos
disposto no artigo 46.o, nomeadamente: trabalhadores no caso de incêndio ou explosão
a) As informações relativas à saúde constantes das resultante da ignição de substâncias inflamáveis
fichas de dados de segurança de acordo com ou os efeitos físicos nocivos provocados por
a legislação especial sobre classificação, emba- substâncias ou misturas de substâncias quimi-
lagem e rotulagem das substâncias e prepara- camente instáveis.
ções perigosas e outras informações suplemen-
tares necessárias à avaliação dos riscos forne- Artigo 63.o
cidas pelo fabricante, em especial a avaliação Acidentes, incidentes e situações de emergência
específica dos riscos para os utilizadores;
b) As condições de trabalho que impliquem a pre- 1 — O empregador deve dispor de um plano de acção,
sença desses agentes, incluindo a sua quan- em cuja elaboração e execução devem participar as enti-
tidade; dades competentes, com as medidas adequadas a aplicar
c) Os valores limite obrigatórios e os valores limite em situação de acidente, incidente ou de emergência
de exposição profissional com carácter indica- resultante da presença no local de trabalho de agentes
tivo estabelecidos em legislação especial. químicos susceptíveis de implicar riscos para o patri-
mónio genético.
2 — No caso em que for possível identificar a sus- 2 — O plano de acção referido no número anterior
ceptibilidade do trabalhador para determinado agente deve incluir a realização periódica de exercícios de segu-
químico a que seja exposto durante a actividade, deve rança e a disponibilização dos meios adequados de pri-
esta situação ser considerada na avaliação dos riscos, meiros socorros.
bem como para a necessidade da mudança do posto 3 — Se ocorrer alguma das situações referidas no
de trabalho. n.o 1, o empregador deve adoptar imediatamente as
3 — A avaliação dos riscos deve ser repetida sempre medidas adequadas, informar os trabalhadores envol-
que ocorram alterações significativas, nas situações em vidos e só permitir a presença na área afectada de tra-
que tenha sido ultrapassado um valor limite de exposição balhadores indispensáveis à execução das reparações ou
profissional obrigatório ou um valor limite biológico e outras operações estritamente necessárias.
4822 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
O empregador deve assegurar que: 1 — A trabalhadora pode optar por uma licença por
maternidade superior em 25 % à prevista no n.o 1 do
a) Haja controlo suficiente de instalações, equi- artigo 35.o do Código do Trabalho, devendo o acréscimo
pamento e máquinas ou equipamentos de pre- ser gozado necessariamente a seguir ao parto, nos ter-
venção ou limitação dos efeitos de explosões mos da legislação da segurança social.
ou ainda que sejam adoptadas medidas imedia- 2 — A trabalhadora deve informar o empregador até
tas adequadas para reduzir a pressão de explo- sete dias após o parto de qual a modalidade de licença
são; por maternidade por que opta, presumindo-se, na falta
b) O conteúdo dos recipientes e canalizações uti- de declaração, que a licença tem a duração de 120 dias.
lizados por agentes químicos seja claramente 3 — O regime previsto nos artigos anteriores aplica-se
identificado de acordo com a legislação respei- ao pai que goze a licença por paternidade nos casos
tante à classificação, embalagem e rotulagem previstos nos n.os 2 e 4 do artigo 36.o do Código do
das substâncias e preparações perigosas e à sina- Trabalho.
lização de segurança no local de trabalho. 4 — A trabalhadora grávida que pretenda gozar parte
da licença por maternidade antes do parto, nos termos
Artigo 65.o do n.o 1 do artigo 35.o do Código do Trabalho, deve
informar o empregador e apresentar atestado médico
Informação sobre as medidas de emergência que indique a data previsível do mesmo.
1 — O empregador deve assegurar que as informa- 5 — A informação referida no número anterior deve
ções sobre as medidas de emergência respeitantes a ser prestada com a antecedência de 10 dias ou, em caso
agentes químicos susceptíveis de implicar riscos para de urgência comprovada pelo médico, logo que possível.
o património genético sejam prestadas aos serviços de 6 — Em caso de internamento hospitalar da mãe ou
segurança, higiene e saúde no trabalho, bem como a da criança durante o período de licença a seguir ao
outras entidades internas e externas que intervenham parto, nos termos do n.o 5 do artigo 35.o do Código
em situação de emergência ou acidente. do Trabalho, a contagem deste período é suspensa pelo
2 — As informações referidas no número anterior tempo de duração do internamento, mediante comu-
devem incluir: nicação ao respectivo empregador, acompanhada de
declaração emitida pelo estabelecimento hospitalar.
a) Avaliação prévia dos perigos da actividade exer- 7 — O disposto nos n.os 4 e 5 aplica-se também, nos
cida, os modos de os identificar, as precauções termos previstos no n.o 3 do artigo 35.o do Código do
e os procedimentos adequados para que os ser- Trabalho, em situação de risco clínico para a trabalha-
viços de emergência possam preparar os planos dora ou para o nascituro, impeditivo do exercício de
de intervenção e as medidas de precaução; funções, que seja distinto de risco específico de expo-
b) Informações disponíveis sobre os perigos espe- sição a agentes, processos ou condições de trabalho,
cíficos verificados ou que possam ocorrer num se o mesmo não puder ser evitado com o exercício de
acidente ou numa situação de emergência, outras tarefas compatíveis com o seu estado e categoria
incluindo as informações relativas aos procedi- profissional ou se o empregador não o possibilitar.
mentos previstos no artigo 63.o
Artigo 69.o
CAPÍTULO VI Licença por paternidade
comprovativo e, sendo caso disso, declarar qual o parcial ou em períodos sucessivos, conforme decisão
período de licença por maternidade gozado pela mãe. conjunta.
3 — O trabalhador que pretenda gozar a licença por 5 — Em qualquer dos casos referidos no número ante-
paternidade, por decisão conjunta dos pais, deve infor- rior, o trabalhador deve:
mar o empregador com a antecedência de 10 dias e:
a) Apresentar documento de que conste a decisão
a) Apresentar documento de que conste a decisão conjunta;
conjunta; b) Declarar qual o período de licença gozado pelo
b) Declarar qual o período de licença por mater- seu cônjuge, sendo caso disso;
nidade gozado pela mãe, que não pode ser infe- c) Provar que o seu cônjuge informou o respectivo
rior a seis semanas a seguir ao parto; empregador da decisão conjunta.
c) Provar que o empregador da mãe foi informado
da decisão conjunta. 6 — Se o trabalhador falecer durante a licença, o côn-
juge sobrevivo que não seja adoptante tem direito a
licença correspondente ao período não gozado ou a um
Artigo 70.o mínimo de 14 dias se o adoptado viver consigo em comu-
Condições especiais de trabalho para assistência nhão de mesa e habitação.
a filho com deficiência ou doença crónica 7 — Em caso de internamento hospitalar do candi-
dato à adopção ou do adoptando, o período de licença
1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 37.o do Código é suspenso pelo tempo de duração do internamento,
do Trabalho, o trabalhador tem direito, nomeadamente, mediante comunicação daquele ao respectivo empre-
à redução de cinco horas do período normal de trabalho gador, acompanhada de declaração passada pelo esta-
semanal para assistência a filho até 1 ano de idade com belecimento hospitalar.
deficiência ou doença crónica se o outro progenitor exer- 8 — O trabalhador candidato a adoptante não tem
cer actividade profissional ou estiver impedido ou ini- direito a licença por adopção do filho do cônjuge ou
bido totalmente de exercer o poder paternal. de pessoa que com ele viva em união de facto.
2 — Se ambos os progenitores forem titulares do
direito, a redução do período normal de trabalho pode
ser utilizada por qualquer deles ou por ambos em perío- Artigo 72.o
dos sucessivos. Dispensa para consultas pré-natais
3 — O trabalhador deve comunicar ao empregador
que pretende reduzir o período normal de trabalho com 1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 39.o do Código
a antecedência de 10 dias, bem como: do Trabalho, a trabalhadora grávida deve, sempre que
possível, comparecer às consultas pré-natais fora do
a) Apresentar atestado médico comprovativo da horário de trabalho.
deficiência ou da doença crónica; 2 — Sempre que a consulta pré-natal só seja possível
b) Declarar que o outro progenitor tem actividade durante o horário de trabalho, o empregador pode exigir
profissional ou que está impedido ou inibido à trabalhadora a apresentação de prova desta circuns-
totalmente de exercer o poder paternal e, sendo tância e da realização da consulta ou declaração dos
caso disso, que não exerce ao mesmo tempo mesmos factos.
este direito. 3 — Para efeito dos números anteriores, a preparação
para o parto é equiparada a consulta pré-natal.
4 — O empregador deve adequar a redução do
período normal de trabalho tendo em conta a prefe- Artigo 73.o
rência do trabalhador, salvo se outra solução for imposta
por exigências imperiosas do funcionamento da Dispensas para amamentação e aleitação
empresa. 1 — Para efeitos do n.o 2 do artigo 39.o do Código
Artigo 71. o do Trabalho, a trabalhadora comunica ao empregador,
com a antecedência de 10 dias relativamente ao início
Licença por adopção da dispensa, que amamenta o filho, devendo apresentar
1 — O período de licença por adopção, previsto no atestado médico após o 1.o ano de vida do filho.
n.o 1 do artigo 38.o do Código do Trabalho, é acrescido, 2 — A dispensa para aleitação, prevista no n.o 3 do
no caso de adopções múltiplas, de 30 dias por cada artigo 39.o do Código do Trabalho, pode ser exercida
adopção além da primeira. pela mãe ou pelo pai trabalhador, ou por ambos, con-
2 — Quando a confiança administrativa consistir na forme decisão conjunta, devendo o beneficiário, em
confirmação da permanência do menor a cargo do adop- qualquer caso:
tante, este tem direito a licença desde que a data em a) Comunicar ao empregador que aleita o filho,
que o menor ficou de facto a seu cargo tenha ocorrido com a antecedência de 10 dias relativamente
há menos de 100 dias e até ao momento em que estes ao início da dispensa;
se completam. b) Apresentar documento de que conste a decisão
3 — O trabalhador candidato a adopção deve infor- conjunta;
mar o empregador do gozo da respectiva licença com c) Declarar qual o período de dispensa gozado
a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência com- pelo outro progenitor, sendo caso disso;
provada, logo que possível, fazendo prova da confiança d) Provar que o outro progenitor informou o res-
judicial ou administrativa do adoptando e da idade deste. pectivo empregador da decisão conjunta.
4 — No caso de os cônjuges candidatos à adopção
serem trabalhadores, o período de licença pode ser inte- 3 — A dispensa diária para amamentação ou aleitação
gralmente gozado por um deles ou por ambos, em tempo é gozada em dois períodos distintos, com a duração
4824 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
máxima de uma hora cada, salvo se outro regime for licença parental, ou os regimes alternativos de trabalho
acordado com o empregador. a tempo parcial ou de períodos intercalados de ambos,
4 — No caso de nascimentos múltiplos, a dispensa deve informar o empregador, por escrito, do início e
referida no número anterior é acrescida de mais trinta termo do período de licença, do trabalho a tempo parcial
minutos por cada gemelar além do primeiro. ou dos períodos intercalados pretendidos.
5 — Se a mãe ou o pai trabalhar a tempo parcial, 2 — Se ambos os progenitores pretenderem gozar
a dispensa diária para amamentação ou aleitação é redu- simultaneamente a licença e estiverem ao serviço do
zida na proporção do respectivo período normal de tra- mesmo empregador, este pode adiar a licença de um
balho, não podendo ser inferior a 30 minutos. deles com fundamento em exigências imperiosas ligadas
6 — Na situação referida no número anterior, a dis- ao funcionamento da empresa ou serviço e desde que
pensa diária é gozada em período não superior a uma seja fornecida por escrito a respectiva fundamentação.
hora e, sendo caso disso, num segundo período com
a duração remanescente, salvo se outro regime for acor-
dado com o empregador. Artigo 77.o
Licenças para assistência a filho ou adoptado
Artigo 74.o e pessoa com deficiência ou doença crónica
Faltas para assistência a filho menor, 1 — Para efeitos dos n.os 3 e 4 do artigo 43.o e do
com deficiência ou doença crónica n.o 1 do artigo 44.o do Código do Trabalho, o trabalhador
1 — Para efeitos de justificação das faltas a que se tem direito a licença especial para assistência a filho
referem os artigos 40.o e 42.o do Código do Trabalho, ou adoptado ou a licença para assistência a pessoa com
o empregador pode exigir ao trabalhador: deficiência ou doença crónica se o outro progenitor exer-
cer actividade profissional ou estiver impedido ou ini-
a) Prova do carácter inadiável e imprescindível da bido totalmente de exercer o poder paternal.
assistência; 2 — Se houver dois titulares, a licença pode ser
b) Declaração de que o outro progenitor tem acti- gozada por qualquer deles ou por ambos em períodos
vidade profissional e não faltou pelo mesmo sucessivos.
motivo ou está impossibilitado de prestar a 3 — O trabalhador deve informar o empregador, por
assistência. escrito e com a antecedência de 30 dias, do início e
termo do período em que pretende gozar a licença e
2 — Em caso de hospitalização, o empregador pode declarar que o outro progenitor tem actividade profis-
exigir declaração de internamento passada pelo esta- sional e não se encontra ao mesmo tempo em situação
belecimento hospitalar. de licença ou está impedido ou inibido totalmente de
exercer o poder paternal, que o filho faz parte do seu
Artigo 75.o agregado familiar e não está esgotado o período máximo
de duração da licença.
Faltas para assistência a netos 4 — Na falta de indicação em contrário por parte do
1 — Para efeitos do artigo 41.o do Código do Tra- trabalhador, a licença tem a duração de seis meses.
balho, o trabalhador que pretenda faltar ao trabalho 5 — O trabalhador deve comunicar ao empregador,
em caso de nascimento de netos que sejam filhos de por escrito e com a antecedência de 15 dias relativa-
adolescentes com idade inferior a 16 anos deve informar mente ao termo do período de licença, a sua intenção
o empregador com a antecedência de cinco dias, decla- de regressar ao trabalho, ou de a prorrogar, excepto
rando que: se o período máximo da licença entretanto se completar.
a) O neto vive consigo em comunhão de mesa e
habitação; SECÇÃO III
b) O neto é filho de adolescente com idade inferior Regimes de trabalho especiais
a 16 anos;
c) O cônjuge do trabalhador exerce actividade pro- Artigo 78.o
fissional ou se encontra física ou psiquicamente
impossibilitado de cuidar do neto ou não vive Trabalho a tempo parcial
em comunhão de mesa e habitação com este.
1 — Para efeitos dos n.os 1 e 2 do artigo 45.o do Código
do Trabalho, o direito a trabalhar a tempo parcial pode
2 — Se houver dois titulares do direito, estes podem ser exercido por qualquer dos progenitores, ou por
gozar apenas um período de faltas, integralmente por ambos em períodos sucessivos, depois da licença paren-
um deles, ou por ambos em tempo parcial ou em perío- tal, ou dos regimes alternativos de trabalho a tempo
dos sucessivos, conforme decisão conjunta. parcial ou de períodos intercalados de ambos.
3 — Nos casos referidos no número anterior, o titular 2 — Salvo acordo em contrário, o período normal de
que faltar ao trabalho deve apresentar ao empregador: trabalho a tempo parcial corresponde a metade do pra-
a) O documento de que conste a decisão conjunta; ticado a tempo completo numa situação comparável e
b) A prova de que o outro titular informou o res- é prestado diariamente, de manhã ou de tarde, ou em
pectivo empregador da decisão conjunta. três dias por semana, conforme o pedido do trabalhador.
horário pode ser exercido por qualquer dos progenitores do mesmo, indicando o fundamento da intenção de
ou por ambos. recusa.
2 — Entende-se por flexibilidade de horário aquele 5 — O trabalhador pode apresentar uma apreciação
em que o trabalhador pode escolher, dentro de certos escrita do fundamento da intenção de recusa, no prazo
limites, as horas de início e termo do período normal de cinco dias contados a partir da sua recepção.
de trabalho diário. 6 — O empregador deve submeter o processo à apre-
3 — A flexibilidade de horário deve: ciação da entidade que tenha competência na área da
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres,
a) Conter um ou dois períodos de presença obri-
nos cinco dias subsequentes ao fim do prazo para apre-
gatória, com duração igual a metade do período
ciação pelo trabalhador, acompanhado de cópia do
normal de trabalho diário;
pedido, do fundamento da intenção de o recusar e da
b) Indicar os períodos para início e termo do tra-
apreciação do trabalhador.
balho normal diário, cada um com duração não
7 — A entidade que tenha competência na área da
inferior a um terço do período normal de tra-
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres
balho diário, podendo esta duração ser reduzida deve notificar o empregador e o trabalhador do seu
na medida do necessário para que o horário parecer, no prazo de 30 dias.
se contenha dentro do período de funciona- 8 — Se o parecer não for emitido no prazo referido
mento do estabelecimento; no número anterior, considera-se que é favorável à
c) Estabelecer um período para intervalo de des- intenção do empregador.
canso não superior a duas horas. 9 — Considera-se que o empregador aceita o pedido
do trabalhador nos seus precisos termos:
4 — O trabalhador que trabalhe em regime de fle-
xibilidade de horário pode efectuar até seis horas con- a) Se não comunicar a intenção de recusa no prazo
secutivas de trabalho e até dez horas de trabalho em de 20 dias após a recepção do pedido;
cada dia e deve cumprir o correspondente período nor- b) Se, tendo comunicado a intenção de recusar o
mal de trabalho semanal, em média de cada período pedido, não informar o trabalhador da decisão
de quatro semanas. sobre o mesmo nos cinco dias subsequentes à
5 — O regime de trabalho com flexibilidade de horá- notificação referida no n.o 7 ou, consoante o
rio referido nos números anteriores deve ser elaborado caso, no fim do prazo estabelecido nesse
pelo empregador. número;
c) Se não submeter o processo à apreciação da
Artigo 80.o entidade que tenha competência na área da
Autorização para trabalho a tempo parcial igualdade de oportunidades entre homens e
ou com flexibilidade de horário mulheres dentro do prazo previsto no n.o 6.
1 — Para efeitos do artigo 45.o do Código do Tra-
balho, o trabalhador que pretenda trabalhar a tempo Artigo 81.o
parcial ou com flexibilidade de horário deve solicitá-lo Prorrogação e cessação do trabalho a tempo parcial
ao empregador, por escrito, com a antecedência de
30 dias, com os seguintes elementos: 1 — A prestação de trabalho a tempo parcial pode
ser prorrogada até ao máximo de dois anos ou de três
a) Indicação do prazo previsto, até ao máximo de anos, no caso de terceiro filho ou mais, ou ainda quatro
dois anos, ou de três anos no caso de três filhos anos no caso de filho com deficiência ou doença crónica,
ou mais; sendo aplicável à prorrogação o disposto para o pedido
b) Declaração de que o menor faz parte do seu inicial.
agregado familiar, que o outro progenitor não 2 — A prestação de trabalho a tempo parcial cessa
se encontra ao mesmo tempo em situação de no termo do período para que foi concedida ou no da
trabalho a tempo parcial, que não está esgotado sua prorrogação, retomando o trabalhador a prestação
o período máximo de duração deste regime de de trabalho a tempo completo.
trabalho ou, no caso de flexibilidade de horário,
que o outro progenitor tem actividade profis-
sional ou está impedido ou inibido totalmente Artigo 82.o
de exercer o poder paternal; Efeitos da redução do período normal de trabalho
c) A repartição semanal do período de trabalho
pretendida, no caso de trabalho a tempo parcial. 1 — A redução do período normal de trabalho pre-
vista no n.o 1 do artigo 70.o não implica diminuição
2 — O empregador apenas pode recusar o pedido com de direitos consagrados na lei, salvo o disposto no
fundamento em exigências imperiosas ligadas ao fun- número seguinte.
cionamento da empresa ou serviço, ou à impossibilidade 2 — As horas de redução do período normal de tra-
de substituir o trabalhador se este for indispensável, balho só são retribuídas na medida em que, em cada
carecendo sempre a recusa de parecer prévio favorável ano, excedam o número correspondente aos dias de fal-
da entidade que tenha competência na área da igualdade tas não retribuídas previstas no n.o 2 do artigo 232.o
de oportunidades entre homens e mulheres. do Código do Trabalho.
3 — Se o parecer referido no número anterior for
desfavorável, o empregador só pode recusar o pedido Artigo 83.o
após decisão judicial que reconheça a existência de Dispensa de trabalho nocturno
motivo justificativo.
4 — O empregador deve informar o trabalhador, por 1 — Para efeitos do artigo 47.o do Código do Tra-
escrito, no prazo de 20 dias contados a partir da recepção balho, a trabalhadora grávida, puérpera ou lactante que
4826 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
dades entre homens e mulheres considera-se verificada, e) Faltas para assistência a filho menor ou pessoa
e em sentido favorável ao despedimento, se a mesma com deficiência ou doença crónica;
não se pronunciar no prazo de 30 dias a contar da recep- f) Licença especial para assistência a filho, incluindo
ção da cópia do processo. pessoa com deficiência ou doença crónica;
3 — A acção judicial a que se refere o n.o 5 do g) Faltas para assistência a neto;
artigo 51.o do Código do Trabalho deve ser intentada h) Condições especiais de trabalho para assistência
nos 30 dias subsequentes à notificação do parecer prévio a filho com deficiência ou doença crónica;
desfavorável ao despedimento emitido pela entidade i) Trabalho a tempo parcial para assistência a
que tenha competência na área da igualdade de opor- filho;
tunidades entre homens e mulheres. j) Trabalho em regime de flexibilidade de horário
4 — O pai tem direito, durante o gozo da licença por para assistência a filho.
paternidade, à mesma protecção no despedimento de
trabalhadora grávida, puérpera ou lactante.
Artigo 101.o
SECÇÃO VI Regime das licenças, dispensas e faltas
Disposições comuns
1 — As licenças, dispensas e faltas previstas no
Artigo 99.o artigo 41.o e nos n.os 1 e 2 do artigo 43.o do Código
do Trabalho não determinam perda de quaisquer direi-
Extensão de direitos atribuídos aos progenitores
tos, sendo consideradas como prestação efectiva de ser-
1 — O adoptante, o tutor ou a pessoa a quem for viço para todos os efeitos, salvo quanto à retribuição.
deferida a confiança judicial ou administrativa do menor, 2 — As licenças por maternidade, paternidade, adop-
bem como o cônjuge ou a pessoa em união de facto ção e a licença parental:
com qualquer daqueles ou com o progenitor, desde que
viva em comunhão de mesa e habitação com o menor, a) Suspendem o gozo das férias, devendo os res-
beneficia dos seguintes direitos: tantes dias ser gozados após o seu termo, mesmo
que tal se verifique no ano seguinte;
a) Dispensa para aleitação; b) Não prejudicam o tempo já decorrido de qual-
b) Licença especial para assistência a filho e licença quer estágio ou curso de formação, sem prejuízo
para assistência a pessoa com deficiência ou de o trabalhador cumprir o período em falta
doença crónica;
para o completar;
c) Faltas para assistência a filho menor, ou pessoa
com deficiência ou doença crónica; c) Adiam a prestação de provas para progressão
d) Condições especiais de trabalho para assistência na carreira profissional, as quais devem ter lugar
a filho com deficiência ou doença crónica; após o termo da licença.
e) Trabalho a tempo parcial;
f) Trabalho em regime de flexibilidade de horário. 3 — As licenças, dispensas e faltas previstas no n.o 1
não são cumuláveis com outras similares consagradas
2 — O adoptante e o tutor do menor beneficiam do em lei ou instrumento de regulamentação colectiva de
direito a licença parental ou a regimes alternativos de trabalho.
trabalho a tempo parcial ou de períodos intercalados 4 — As licenças previstas nos n.os 3, 4 e 5 do artigo 43.o
de ambos. e no artigo 44.o do Código do Trabalho suspendem os
3 — O regime de faltas para assistência a netos, pre- direitos, deveres e garantias das partes na medida em
visto no artigo 41.o do Código do Trabalho, é aplicável que pressuponham a efectiva prestação de trabalho,
ao tutor do adolescente, a trabalhador a quem tenha designadamente a retribuição, mas não prejudicam a
sido deferida a confiança judicial ou administrativa do atribuição dos benefícios de assistência médica e medi-
mesmo, bem como ao seu cônjuge ou pessoa em união camentosa a que o trabalhador tenha direito.
de facto. 5 — Durante as licenças previstas nos artigos 43.o e
4 — Sempre que qualquer dos direitos referidos nos 44.o do Código do Trabalho, o trabalhador tem direito
n.os 1 e 3 depender de uma relação de tutela ou confiança a aceder à informação periódica emitida pelo empre-
judicial ou administrativa do menor, o respectivo titular gador para o conjunto dos trabalhadores.
deve, para que o possa exercer, mencionar essa qua-
lidade ao empregador.
Artigo 102.o
Artigo 100.o Incompatibilidades
Condição de exercício do poder paternal
Durante o período de licença parental ou dos regimes
O trabalhador não deve estar impedido ou inibido alternativos de trabalho a tempo parcial ou de períodos
totalmente de exercer o poder paternal para que possa intercalados de ambos, de licença especial para assis-
exercer os seguintes direitos: tência a filho ou de licença para assistência a pessoa
a) Licença por paternidade; com deficiência ou doença crónica, ou ainda durante
b) Licença por adopção; o período de trabalho a tempo parcial para assistência
c) Dispensa para aleitação; a filho, o trabalhador não pode exercer outra actividade
d) Licença parental, ou os regimes alternativos de incompatível com a respectiva finalidade, nomeada-
trabalho a tempo parcial ou de períodos inter- mente trabalho subordinado ou prestação continuada
calados de ambos; de serviços fora da sua residência habitual.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4829
4 — Para justificação de faltas, o empregador pode parental gozada pelo pai, desde que sejam imediata-
exigir ao trabalhador: mente subsequentes à licença por maternidade ou por
paternidade.
a) Prova do carácter inadiável e imprescindível da 3 — O gozo das licenças parental e especial previstas
assistência; no artigo 43.o do Código do Trabalho não confere direito
b) Declaração de que os outros membros do agre- à retribuição ou a subsídio substitutivo, com excepção
gado familiar, caso exerçam actividade profis- do disposto no número anterior.
sional, não faltaram pelo mesmo motivo ou 4 — No caso de trabalhadora lactante dispensada do
estão impossibilitados de prestar a assistência. trabalho, nos termos do n.o 3 do artigo 47.o ou da alí-
nea c) do n.o 4 do artigo 49.o do Código do Trabalho,
5 — Às situações previstas nos números anteriores os direitos referidos no n.o 1 mantêm-se até um ano
após o parto.
aplicam-se os n.os 2 e 4 do artigo 109.o
5 — As faltas referidas nos artigos 40.o e 42.o do
Código do Trabalho conferem direito à retribuição,
Artigo 111.o entrando no cômputo das que podem implicar o des-
conto da retribuição de exercício.
Trabalho a tempo parcial e flexibilidade de horário
SECÇÃO II c) Cloropromazina;
d) Tolueno e xileno;
Trabalhos leves e trabalhos proibidos ou condicionados a menor
e) Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos presen-
tes na fuligem, no alcatrão ou pez da hulha.
SUBSECÇÃO I
Trabalhos leves 2 — São proibidas ao menor as actividades em que
haja risco de exposição a substâncias e preparações que,
Artigo 115.o nos termos da legislação aplicável sobre classificação,
embalagem e rotulagem das substâncias e preparações
Trabalhos leves prestados por menor com idade inferior a 16 anos perigosas, sejam classificadas como tóxicas (T), muito
1 — Para efeitos do n.o 3 do artigo 55.o do Código tóxicas (T+), corrosivas (C) ou explosivas (E).
do Trabalho, consideram-se trabalhos leves os que con- 3 — São proibidas ao menor as actividades em que
sistem em tarefas simples e definidas que não exijam haja risco de exposição a substâncias e preparações que,
esforços físicos ou mentais susceptíveis de pôr em risco nos termos da legislação aplicável sobre classificação,
a integridade física, a saúde e o desenvolvimento físico, embalagem e rotulagem das substâncias e preparações
psíquico e moral do menor. perigosas, sejam classificadas como nocivas (Xn) e qua-
2 — Em empresa familiar, o menor com idade inferior lificadas por uma ou mais das seguintes frases de risco:
a 16 anos deve trabalhar sob a vigilância e direcção
de um membro do agregado familiar maior de idade. a) «R39 — perigo de efeitos irreversíveis muito
3 — São proibidos a menor com idade inferior a 16 graves»;
anos as actividades e os trabalhos a que se referem os b) «R40 — possibilidade de efeitos irreversíveis»;
artigos 122.o a 126.o c) «R42 — pode causar sensibilização por inala-
ção»;
d) «R43 — pode causar sensibilização por contacto
SUBSECÇÃO II com a pele»;
Actividades, processos e condições de trabalho proibidos a menor e) «R45 — pode causar cancro»;
f) «R46 — pode causar alterações genéticas here-
Artigo 116.o ditárias»;
Actividades
g) «R48 — riscos de efeitos graves para a saúde
em caso de exposição prolongada»;
São proibidas ao menor as seguintes actividades: h) «R60 — pode comprometer a fertilidade»;
a) Fabrico de auramina; i) «R61 — risco durante a gravidez, com efeitos
b) Abate industrial de animais. adversos na descendência».
c) Que impliquem a utilização de cubas, tanques, e 2, de acordo com a legislação relativa às prescrições
reservatórios, garrafas ou botijas que conte- mínimas de protecção da segurança e saúde dos tra-
nham agentes, substâncias ou preparações quí- balhadores contra os riscos da exposição a agentes bio-
micos referidos no artigo 119.o; lógicos durante o trabalho.
d) Que impliquem a condução ou operação de veí-
culos de transporte, tractores, empilhadores e
máquinas de terraplanagem; Artigo 125.o
e) Que impliquem a libertação de poeiras de sílica
Agentes químicos
livre, nomeadamente na projecção de jactos de
areia;
f) Que impliquem o vazamento de metais em Só podem ser realizadas por menor com idade igual
fusão; ou superior a 16 anos as actividades em que haja risco
g) Que impliquem operações de sopro de vidro; de exposição aos seguintes agentes químicos:
h) Que sejam realizados em locais de criação ou
conservação de animais ferozes ou venenosos; a) Acetato de etilo;
i) Que sejam realizados no subsolo; b) Ácido úrico e seus compostos;
j) Que sejam realizados em sistemas de drenagem c) Álcoois;
de águas residuais; d) Butano;
l) Que sejam realizados em pistas de aeroportos; e) Cetonas;
m) Que sejam realizados em actividades que decor- f) Cloronaftalenos;
ram em clubes nocturnos e similares; g) Enzimas proteolíticos;
n) Cuja cadência seja condicionada por máquinas h) Manganês, seus compostos e ligas;
e a retribuição determinada em função do i) Óxido de ferro;
resultado. j) Propano;
l) Sesquissulfureto de fósforo;
2 — São proibidas a menor com idade inferior a m) Sulfato de sódio;
16 anos as actividades que sejam realizadas em disco- n) Zinco e seus compostos.
tecas e similares.
SUBSECÇÃO III Artigo 126.o
Trabalhos condicionados a menores com idade igual
ou superior a 16 anos Condições de trabalho
Artigo 122.o Só podem ser realizadas por menor com idade igual
ou superior a 16 anos as actividades sujeitas às seguintes
Actividades, processos e condições de trabalho condicionados
condições de trabalho:
1 — Só podem ser realizadas por menor com idade
igual ou superior a 16 anos as actividades, processos a) Que impliquem a utilização de equipamentos
e condições de trabalho referidos nos artigos seguintes. de trabalho que, nos termos do artigo 6.o do
2 — O empregador deve, de modo especial, avaliar Decreto-Lei n.o 82/99, de 16 de Março, apre-
a natureza, grau e duração da exposição do menor a sentem riscos específicos;
actividades ou trabalhos condicionados e tomar as medi- b) Que impliquem demolições;
das necessárias para evitar esse risco. c) Que impliquem a execução de manobras peri-
gosas;
Artigo 123.o d) Que impliquem trabalhos de desmantelamento;
e) Que impliquem a colheita, manipulação ou
Agentes físicos
acondicionamento de sangue, órgãos ou quais-
Só podem ser realizadas por menor com idade igual quer outros despojos de animais, manipulação,
ou superior a 16 anos as actividades em que haja risco lavagem e esterilização de materiais usados nas
de exposição aos seguintes agentes físicos: referidas operações;
a) Radiações ultravioletas; f) Que impliquem a remoção e manipulação de
b) Níveis sonoros superiores a 85 dB (A), medidos resíduos provenientes de lixeiras e similares;
através do LEP,d, nos termos do regime relativo g) Que impliquem a movimentação manual de car-
à protecção dos trabalhadores contra os riscos gas com peso superior a 15 kg;
devidos à exposição ao ruído durante o trabalho; h) Que impliquem esforços físicos excessivos,
c) Vibrações; nomeadamente executados em posição ajoe-
d) Temperaturas inferiores a 0LC ou superiores a lhada ou em posições e movimentos que deter-
42LC; minem compressão de nervos e plexos nervosos;
e) Contacto com energia eléctrica de alta tensão. i) Que sejam realizados em silos;
j) Que sejam realizados em instalações frigoríficas
Artigo 124.o em que possa existir risco de fuga do fluido
de refrigeração;
Agentes biológicos
l) Que sejam realizados em matadouros, talhos,
Só podem ser realizadas por menor com idade igual peixarias, aviários, fábricas de enchidos ou con-
ou superior a 16 anos as actividades em que haja risco servas de carne ou de peixe, depósitos de dis-
de exposição a agentes biológicos dos grupos de risco 1 tribuição de leite e queijarias.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4833
e outras prestações que constituam base de inci- 70 % da retribuição que o menor deixar de
dência da taxa social única, incluindo a tota- auferir;
lidade do subsídio de refeição, referentes à dura- d) Superior a uma vez e meia a retribuição mínima
ção total da formação, com o limite máximo mensal garantida e inferior ou igual a duas vezes
de 50 % da retribuição prevista para a respectiva e meia esse valor, 60 % da retribuição que o
actividade na regulamentação colectiva aplicá- menor deixar de auferir;
vel ou, na sua falta, da retribuição mínima men- e) Superior a duas vezes e meia a retribuição
sal garantida; mínima mensal garantida e inferior ou igual a
b) Uma compensação financeira, nos termos apli- cinco vezes esse valor, 50 % da retribuição que
cáveis ao sistema de aprendizagem, quando haja o menor deixar de auferir;
envolvimento de trabalhadores seus como tuto- f) Superior a cinco vezes a retribuição mínima
res na formação prática em contexto de tra- mensal garantida, 40 % da retribuição que o
balho. menor deixar de auferir.
2 — O empregador tem, ainda, prioridade: 5 — Em qualquer situação, o montante da bolsa tem
a) No acesso a apoios públicos para a formação por limite o valor da retribuição mínima mensal garan-
qualificante do menor, quando lhe competir tida.
assegurar a sua execução, nos termos da alí- 6 — Se o menor sob tutela for tributado autonoma-
nea a) do n.o 1 do artigo 131.o; mente, o montante mensal da bolsa é determinado em
b) No acesso à formação contínua dos seus tra- função do respectivo rendimento, sendo os escalões de
balhadores e à formação específica pedagógica rendimento referidos no n.o 4 reduzidos a um terço.
dos tutores no quadro da formação de for- 7 — A bolsa é paga mensalmente pelo IEFP.
madores.
Artigo 135.o
3 — A compensação referida na alínea a) do n.o 1
é revista em função da actualização de qualquer dos Requerimento para concessão da bolsa
valores previstos, sendo paga pelo IEFP durante o
período de duração da formação, em prestações certas 1 — O requerimento da bolsa, dirigido ao IEFP, deve
mensais e após a apresentação de documentos justi- ser entregue no centro de emprego da área do local
ficativos dos encargos à delegação regional da área da de trabalho do menor, acompanhado dos seguintes
sede do empregador. documentos:
4 — O IEFP concede apoio técnico e financeiro para a) Declaração do empregador de que o menor foi
a realização da formação profissional às entidades que admitido para trabalhar a tempo completo e
apresentem pedidos de financiamento nos termos do passou a tempo parcial, com indicação da data
n.o 3 do artigo 132.o, tendo em conta as normas comu- do início deste regime, bem como das horas
nitárias e nacionais aplicáveis ao Fundo Social Europeu, semanais de trabalho normal e das retribuições
mediante acordo entre a entidade formadora e o IEFP, mensais a tempo inteiro e a tempo parcial;
cujo modelo e conteúdo são definidos por este. b) Certificado de matrícula em qualquer modali-
dade de educação ou formação referida no n.o 1
Artigo 134.o do artigo 127.o, com indicação da respectiva
Bolsa para compensação da perda de retribuição duração, ou declaração do empregador se a for-
mação for assegurada por este;
1 — A bolsa para compensação da perda de retri- c) Cópia da declaração de rendimentos para efei-
buição, prevista no n.o 2 do artigo 61.o do Código do tos do imposto sobre o rendimento de pessoas
Trabalho, concedida ao menor que se encontre em qual- singulares dos progenitores ou adoptantes do
quer das situações referidas no n.o 1 do artigo 127.o menor relativa ao ano anterior;
e passe a trabalhar a tempo parcial, rege-se pelo disposto d) Indicação dos montantes de prestações sociais
nos números seguintes. compensatórias da perda ou inexistência de ren-
2 — A bolsa é concedida ao menor durante o período dimentos, concedidas no âmbito dos regimes de
de frequência da modalidade de educação, formação protecção social a membros do agregado fami-
ou ambas. liar do menor e relativos ao ano anterior, ou
3 — Se o período referido no número anterior for declaração da sua inexistência;
superior a um ano, a bolsa é renovada se o menor tiver e) Nas situações em que o menor for tributado
aproveitamento na modalidade de educação, formação autonomamente, nos termos da legislação fiscal,
ou ambas, que frequentar. consideram-se os rendimentos próprios e os do
4 — O montante mensal da bolsa é determinado em respectivo agregado familiar, sendo este o defi-
função da retribuição que o menor deixar de auferir nido na legislação reguladora do imposto sobre
e dos seguintes escalões do rendimento mensal do seu o rendimento das pessoas singulares.
agregado familiar:
a) Inferior ou igual a metade do valor da retri- 2 — O menor que frequentar uma modalidade de for-
buição mínima mensal garantida, 100 % da retri- mação que seja directamente assegurada pelo IEFP deve
buição que o menor deixar de auferir; mencionar esse facto no requerimento, sendo dispen-
b) Superior a metade e inferior ou igual ao valor sada a prova da frequência.
da retribuição mínima mensal garantida, 85 % 3 — Se o menor, no caso de ser tributado autono-
da retribuição que o menor deixar de auferir; mamente, ou o agregado familiar a que pertença, for
c) Superior à retribuição mínima mensal garantida legalmente dispensado de apresentar a declaração rela-
e inferior ou igual a uma vez e meia esse valor, tiva aos rendimentos do ano anterior, deve mencionar
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4835
essa situação no requerimento e declarar os rendimentos artigo 16.o da Lei n.o 99/2003, de 27 de Agosto, rela-
desse ano auferidos por si ou pelo agregado familiar, tivamente a menor com idade inferior a 16 anos.
respectivamente.
4 — Para a determinação do montante da bolsa, con-
sideram-se os rendimentos constantes da declaração Artigo 139.o
referida na alínea c) do n.o 1 ou no número anterior Actividades permitidas ou proibidas
e as prestações sociais referidas na alínea d) do n.o 1.
1 — O menor pode ter participação em espectáculos
Artigo 136. o e outras actividades de natureza cultural, artística ou
publicitária, designadamente como actor, cantor, dan-
Acompanhamento çarino, figurante, músico, modelo ou manequim,
1 — O acompanhamento da aplicação do regime esta- incluindo os correspondentes ensaios.
belecido nos artigos 127.o a 135.o compete: 2 — O menor só pode participar em espectáculos cir-
censes desde que tenha pelo menos 12 anos de idade
a) Ao nível do continente, a uma comissão de e a sua actividade, incluindo os correspondentes ensaios,
acompanhamento, constituída por três repre- decorra sob a vigilância de um dos progenitores, repre-
sentantes do ministério responsável pela área sentante legal ou irmão maior.
laboral, sendo um deles o director do Depar- 3 — As situações previstas nos números anteriores
tamento de Formação Profissional do IEFP, que
preside, dois representantes do ministério res- não podem envolver qualquer contacto com animais
ponsável pela educação e um representante de ferozes.
cada um dos parceiros sociais representados na Artigo 140.o
Comissão Permanente de Concertação Social,
que deve apresentar anualmente um relatório Períodos de actividade
àqueles ministérios; 1 — A actividade do menor não pode exceder, con-
b) Ao nível regional, às delegações regionais do soante a idade deste:
IEFP e às direcções regionais de educação, que
devem apresentar anualmente um relatório à a) Menos de 3 anos — uma hora por semana ou
comissão de acompanhamento. duas horas por semana a partir de 1 ano de
idade;
2 — O acompanhamento individualizado do cumpri- b) Entre 3 e 6 anos — duas horas por dia e quatro
mento do disposto no Código do Trabalho e no presente horas por semana;
capítulo sobre a execução da formação é feito com base c) Entre 7 e 11 anos — três horas por dia e seis
em modelo simplificado aprovado pelo IEFP. horas por semana;
d) Entre 12 e 15 anos — quatro horas por dia e
SECÇÃO IV oito horas por semana.
Disposição final 2 — Durante o período de aulas da escolaridade obri-
gatória, a actividade do menor não deve coincidir com
Artigo 137.o o respectivo horário, nem de qualquer modo impos-
Especialidades do regime de apoios a acções a financiar sibilitar a sua participação em actividades escolares.
pelo Fundo Social Europeu 3 — Durante o período de aulas da escolaridade obri-
1 — O IEFP, para cumprimento das obrigações gatória, entre a actividade do menor e a frequência das
decorrentes dos artigos 127.o a 136.o, não está sujeito aulas deve haver um intervalo mínimo de duração de
a limitações à contratação de outras entidades para rea- uma hora.
lizar acções de formação financiadas pelo Fundo Social 4 — A actividade do menor deve ser suspensa pelo
Europeu (FSE). menos um dia por semana, coincidindo com dia de des-
2 — O apoio a entidade formadora externa que exe- canso durante o período de aulas da escolaridade
cute a formação que o IEFP deve assegurar, nos termos obrigatória.
do n.o 3 do artigo 131.o e do n.o 4 do artigo 132.o, 5 — O menor pode exercer a actividade em metade
está sujeito ao regime dos apoios a acções financiadas do período de férias escolares, a qual não pode exceder,
pelo FSE, nomeadamente nos procedimentos para con- consoante a sua idade:
tratar a prestação de serviço por parte de outras
entidades. a) Entre 6 e 11 anos — seis horas por dia e doze
3 — A entidade formadora externa, nos casos refe- horas por semana;
ridos no número anterior, está sujeita aos deveres dos b) Entre 12 e 15 anos — sete horas por dia e dezas-
candidatos a financiamento de acções de formação pre- seis horas por semana.
vistos no regime dos apoios a acções financiadas pelo
FSE. 6 — Nas situações referidas nas alíneas b), c) e d)
do n.o 1 e no n.o 5 deve haver uma ou mais pausas
CAPÍTULO VIII de pelo menos trinta minutos cada, de modo que a acti-
Participação de menores em espectáculos vidade consecutiva do menor não seja superior a metade
e outras actividades do período diário referido naqueles preceitos.
7 — O menor só pode exercer a actividade entre as
Artigo 138.o 8 e as 20 horas ou, tendo idade igual ou superior a
7 anos e apenas para participar em espectáculos de natu-
Âmbito
reza cultural ou artística, entre as 8 e as 24 horas.
O presente capítulo regula o artigo 70.o do Código 8 — Os n.os 1 a 6 não se aplicam a menor que já
do Trabalho, com a extensão decorrente do n.o 5 do não esteja obrigado à escolaridade obrigatória.
4836 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
com as suas obrigações profissionais, sob pena de não c) Os dias de ausência referidos nas alíneas ante-
poder beneficiar dos inerentes direitos. riores não podem exceder um máximo de quatro
por disciplina em cada ano lectivo.
Artigo 149.o
Dispensa de trabalho 2 — O direito previsto no número anterior só pode
ser exercido em dois anos lectivos relativamente a cada
1 — Para efeitos do n.o 2 do artigo 80.o do Código disciplina.
do Trabalho, o trabalhador-estudante beneficia de dis- 3 — Consideram-se ainda justificadas as faltas dadas
pensa de trabalho até seis horas semanais, sem perda pelo trabalhador-estudante na estrita medida das neces-
de quaisquer direitos, contando como prestação efectiva sidades impostas pelas deslocações para prestar provas
de serviço, se assim o exigir o respectivo horário escolar. de avaliação, não sendo retribuídas, independentemente
2 — A dispensa de trabalho para frequência de aulas do número de disciplinas, mais de 10 faltas.
prevista no n.o 1 pode ser utilizada de uma só vez ou 4 — Para efeitos de aplicação deste artigo, conside-
fraccionadamente, à escolha do trabalhador-estudante, ram-se provas de avaliação os exames e outras provas
dependendo do período normal de trabalho semanal escritas ou orais, bem como a apresentação de trabalhos,
aplicável, nos seguintes termos: quando estes os substituem ou os complementam, desde
a) Igual ou superior a vinte horas e inferior a trinta que determinem directa ou indirectamente o aprovei-
horas — dispensa até três horas semanais; tamento escolar.
b) Igual ou superior a trinta horas e inferior a trinta
Artigo 152.o
e quatro horas — dispensa até quatro horas
semanais; Férias e licenças
c) Igual ou superior a trinta e quatro horas e infe-
rior a trinta e oito horas — dispensa até cinco 1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 83.o do Código
horas semanais; do Trabalho, o trabalhador-estudante tem direito a mar-
d) Igual ou superior a trinta e oito horas — dis- car o gozo de 15 dias de férias interpoladas, sem prejuízo
pensa até seis horas semanais. do número de dias de férias a que tem direito.
2 — Para efeitos do n.o 2 do artigo 83.o do Código
3 — O empregador pode, nos 15 dias seguintes à uti- do Trabalho, o trabalhador-estudante, justificando-se
lização da dispensa de trabalho, exigir a prova da fre- por motivos escolares, pode utilizar em cada ano civil,
quência de aulas, sempre que o estabelecimento de
seguida ou interpoladamente, até 10 dias úteis de licença
ensino proceder ao controlo da frequência.
sem retribuição, desde que o requeira nos seguintes
termos:
Artigo 150.o
Trabalho suplementar e adaptabilidade a) Com quarenta e oito horas de antecedência ou,
sendo inviável, logo que possível, no caso de
1 — Ao trabalhador-estudante não pode ser exigida pretender um dia de licença;
a prestação de trabalho suplementar, excepto por motivo b) Com oito dias de antecedência, no caso de pre-
de força maior, nem exigida a prestação de trabalho tender dois a cinco dias de licença;
em regime de adaptabilidade, sempre que colidir com c) Com 15 dias de antecedência, caso pretenda
o seu horário escolar ou com a prestação de provas mais de 5 dias de licença.
de avaliação.
2 — No caso de o trabalhador realizar trabalho em
regime de adaptabilidade tem direito a um dia por mês Artigo 153.o
de dispensa de trabalho, sem perda de quaisquer direi- Cessação de direitos
tos, contando como prestação efectiva de serviço.
3 — No caso de o trabalhador-estudante realizar tra- 1 — Os direitos conferidos ao trabalhador-estudante
balho suplementar, o descanso compensatório previsto em matéria de horário de trabalho, de férias e licenças,
no artigo 202.o do Código do Trabalho é, pelo menos, previstos nos artigos 80.o e 83.o do Código do Trabalho
igual ao número de horas de trabalho suplementar e nos artigos 149.o e 152.o, cessam quando o trabalha-
prestado. dor-estudante não conclua com aproveitamento o ano
Artigo 151.o escolar ao abrigo de cuja frequência beneficiou desses
Prestação de provas de avaliação mesmos direitos.
2 — Os restantes direitos conferidos ao trabalhador-
1 — Para efeitos do artigo 81.o do Código do Tra- -estudante cessam quando este não tenha aproveita-
balho, o trabalhador-estudante tem direito a faltar jus- mento em dois anos consecutivos ou três interpolados.
tificadamente ao trabalho para prestação de provas de 3 — Os direitos dos trabalhadores-estudantes cessam
avaliação nos seguintes termos: imediatamente no ano lectivo em causa em caso de falsas
a) Até dois dias por cada prova de avaliação, sendo declarações relativamente aos factos de que depende
um o da realização da prova e o outro o ime- a concessão do estatuto ou a factos constitutivos de direi-
diatamente anterior, aí se incluindo sábados, tos, bem como quando tenham sido utilizados para fins
domingos e feriados; diversos.
b) No caso de provas em dias consecutivos ou de 4 — No ano lectivo subsequente àquele em que ces-
mais de uma prova no mesmo dia, os dias ante- saram os direitos previstos no Código do Trabalho e
riores são tantos quantas as provas de avaliação neste capítulo, pode ao trabalhador-estudante ser nova-
a efectuar, aí se incluindo sábados, domingos mente concedido o exercício dos mesmos, não podendo
e feriados; esta situação ocorrer mais do que duas vezes.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4839
1 — Sempre que a pretensão formulada pelo traba- 1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 88.o do Código
lhador-estudante no sentido de lhe ser aplicado o dis- do Trabalho, o contrato de trabalho deve conter, sem
posto no artigo 80.o do Código do Trabalho e no prejuízo de outras exigíveis para a celebração do con-
artigo 149.o se revele, manifesta e comprovadamente, trato a termo previstas no Código do Trabalho, as
comprometedora do normal funcionamento da empresa, seguintes indicações:
fixa-se, por acordo entre o empregador, trabalhador a) Nome ou denominação e domicílio ou sede dos
interessado e comissão de trabalhadores ou, na sua falta, contraentes;
comissão intersindical, comissões sindicais ou delegados b) Referência ao visto de trabalho ou ao título de
sindicais, as condições em que é decidida a pretensão autorização de residência ou permanência do
apresentada. trabalhador em território português;
2 — Na falta do acordo previsto na segunda parte c) Actividade do empregador;
do número anterior, o empregador decide fundamen- d) Actividade contratada e retribuição do traba-
tadamente, informando por escrito o trabalhador inte- lhador;
e) Local e período normal de trabalho;
ressado. f) Valor, periodicidade e forma de pagamento da
Artigo 155.o retribuição;
g) Datas da celebração do contrato e do início da
Especificidades da frequência de estabelecimento de ensino prestação de actividade.
1 — O trabalhador-estudante não está sujeito à fre-
quência de um número mínimo de disciplinas de deter- 2 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 88.o do Código
do Trabalho, o trabalhador deve ainda anexar ao con-
minado curso, em graus de ensino em que isso seja trato a identificação e domicílio da pessoa ou pessoas
possível, nem a regimes de prescrição ou que impliquem beneficiárias de pensão em caso de morte resultante
mudança de estabelecimento de ensino. de acidente de trabalho ou doença profissional.
2 — O trabalhador-estudante não está sujeito a qual- 3 — O contrato de trabalho deve ser elaborado em
quer disposição legal que faça depender o aproveita- triplicado, entregando o empregador um exemplar ao
mento escolar de frequência de um número mínimo trabalhador.
de aulas por disciplina. 4 — O exemplar do contrato que ficar com o empre-
3 — O trabalhador-estudante não está sujeito a limi- gador deve ter apensos documentos comprovativos do
tações quanto ao número de exames a realizar na época cumprimento das obrigações legais relativas à entrada
de recurso. e à permanência ou residência do cidadão estrangeiro
4 — No caso de não haver época de recurso, o tra- em Portugal, sendo apensas cópias dos mesmos docu-
balhador-estudante tem direito, na medida em que for mentos aos restantes exemplares.
legalmente admissível, a uma época especial de exame
em todas as disciplinas. Artigo 159.o
5 — O estabelecimento de ensino com horário pós- Comunicação da celebração e da cessação
-laboral deve assegurar que os exames e as provas de
avaliação, bem como serviços mínimos de apoio ao tra- 1 — Para efeitos do n.o 1 do artigo 89.o do Código
balhador-estudante decorram, na medida do possível, do Trabalho, antes do início da prestação de trabalho
no mesmo horário. por parte do trabalhador estrangeiro ou apátrida, o
6 — O trabalhador-estudante tem direito a aulas de empregador deve comunicar, por escrito, a celebração
compensação ou de apoio pedagógico que sejam con- do contrato à Inspecção-Geral do Trabalho.
sideradas imprescindíveis pelos órgãos do estabeleci- 2 — A comunicação deve ser acompanhada de um
exemplar do contrato de trabalho, que fica arquivado
mento de ensino. no serviço competente.
Artigo 156.o 3 — Verificando-se a cessação do contrato de traba-
lho, o empregador deve comunicar, por escrito, esse
Cumulação de regimes facto, no prazo de 15 dias, à Inspecção-Geral do
Trabalho.
O trabalhador-estudante não pode cumular perante 4 — O disposto nos números anteriores não é apli-
o estabelecimento de ensino e o empregador os bene- cável à celebração de contratos de trabalho com cida-
fícios conferidos no Código do Trabalho e neste capítulo dãos nacionais dos países membros do espaço econó-
com quaisquer regimes que visem os mesmos fins, mico europeu ou outros relativamente aos quais vigore
nomeadamente no que respeita à inscrição, dispensa idêntico regime.
de trabalho para frequência de aulas, licenças por moti-
vos escolares ou prestação de provas de avaliação. CAPÍTULO XI
Formação profissional
CAPÍTULO X
SECÇÃO I
Trabalhadores estrangeiros e apátridas
Âmbito
Artigo 157.o Artigo 160.o
Âmbito Âmbito
o o
O presente capítulo regula o n. 1 do artigo 88. e O presente capítulo regula o artigo 126.o do Código
o n.o 1 do artigo 89.o do Código do Trabalho. do Trabalho.
4840 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
1 — A área em que é ministrada a formação pro- 1 — O trabalhador pode utilizar o crédito de horas
fissional pode ser fixada por acordo e, na falta deste, correspondente ao número mínimo de horas de for-
é determinada pelo empregador. mação contínua anuais, se esta não for assegurada pelo
2 — Sendo fixada pelo empregador, a área de for- empregador ao longo de três anos por motivo que lhe
mação profissional tem de coincidir ou ser afim com seja imputável, para a frequência de acções de formação
a actividade desenvolvida pelo trabalhador nos termos por sua iniciativa, mediante comunicação ao emprega-
do contrato. dor com a antecedência mínima de 10 dias.
Artigo 165.o 2 — Sempre que haja interesse para a empresa e para
o trabalhador pode ocorrer a antecipação, até ao
Plano de formação
máximo de três anos, do número de horas anuais de
1 — O empregador deve elaborar planos de forma- formação.
ção, anuais ou plurianuais, com base no diagnóstico das 3 — Nas situações de acumulação de créditos, a impu-
necessidades de qualificação dos trabalhadores. tação da formação realizada inicia-se pelas horas dos
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4841
anos mais distantes, sendo o excesso imputado às horas b) 1 % a partir do início do sexto ano da duração
correspondentes ao ano em curso. do contrato.
4 — O conteúdo da formação referida no n.o 1 é esco-
lhido pelo trabalhador, devendo ter correspondência Artigo 173.o
com a actividade prestada ou respeitar a qualificações
básicas em tecnologias de informação e comunicação, Determinação do número de trabalhadores
segurança, higiene e saúde no trabalho ou numa língua A percentagem de trabalhadores contratados a termo
estrangeira.
prevista no artigo anterior é calculada com base nos
5 — O crédito de horas para formação é referido ao
números médios do total de trabalhadores contratados
período normal de trabalho, confere direito a retribuição
e conta como tempo de serviço efectivo. a termo certo e do total de trabalhadores da empresa,
relativos ao mês precedente.
Artigo 169.o
Artigo 174.o
Cessação da relação de trabalho
Compensação do aumento da taxa social única
Cessando o contrato de trabalho, o trabalhador tem
direito a receber a retribuição correspondente ao crédito 1 — No caso de trabalhador contratado a termo certo
de horas para formação que não lhe tenha sido pro- cujo contrato passe a sem termo, o empregador tem
porcionado. direito a compensar o aumento da parcela da taxa social
única com uma redução, relativamente a esse traba-
SUBSECÇÃO III
lhador, igual em percentagem e período do aumento
Envio e arquivo do relatório da formação contínua ocorrido nos termos do artigo 172.o
2 — A redução referida no número anterior não é
Artigo 170.o cumulável com qualquer outra redução da parcela da
Envio e arquivo do relatório da formação contínua taxa social única a cargo do empregador e relativa ao
mesmo trabalhador.
1 — O relatório anual da formação contínua deve ser
apresentado à Inspecção-Geral do Trabalho até 31 de
Março de cada ano. CAPÍTULO XIII
2 — O relatório referido no número anterior pode
ser apresentado por meio informático, nomeadamente Períodos de funcionamento
em suporte digital ou correio electrónico, ou em suporte Artigo 175.o
de papel.
3 — No caso de pequena, média ou grande empresa, Âmbito
o empregador deve apresentar o relatório anual da for-
mação profissional por meio informático. O presente capítulo regula o n.o 2 do artigo 171.o
4 — Os elementos necessários ao preenchimento do do Código do Trabalho.
relatório da formação contínua são fornecidos pelo ser-
viço competente do ministério responsável pela área Artigo 176.o
laboral, em endereço electrónico adequadamente publi- Período de laboração
citado.
5 — O modelo de preenchimento manual do relatório 1 — O período de laboração é fixado entre as 7 e
anual da formação contínua é impresso e distribuído as 20 horas.
pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, S. A., nas con- 2 — O ministro responsável pela área laboral, ouvidas
dições acordadas com o serviço competente do minis- as entidades públicas competentes, pode autorizar perío-
tério responsável pela área laboral. dos de laboração do estabelecimento com amplitude
6 — O empregador deve manter um exemplar do rela- superior à definida no número anterior, por motivos
tório previsto no número anterior durante cinco anos. económicos ou tecnológicos.
3 — Os ministros responsáveis pela área laboral e pelo
sector de actividade em causa podem, mediante des-
CAPÍTULO XII pacho conjunto, autorizar a laboração contínua do esta-
Taxa social única belecimento por motivos económicos ou tecnológicos.
4 — Para efeitos dos n.os 2 e 3, o empregador deve
Artigo 171.o apresentar à Inspecção-Geral do Trabalho, a quem com-
Âmbito pete a direcção da instrução do processo, requerimento
devidamente fundamentado, acompanhado de:
O presente capítulo regula o artigo 138.o do Código
do Trabalho. a) Parecer da comissão de trabalhadores ou, na
sua falta, da comissão sindical ou intersindical
Artigo 172.o ou dos delegados sindicais ou, 10 dias após a
Taxa social única consulta, comprovativo do pedido de parecer;
b) Projecto de mapa de horário de trabalho a
A parcela da taxa social única a cargo de empregador, aplicar;
cuja percentagem de trabalhadores contratados a termo c) Comprovativo do licenciamento da actividade
certo seja igual ou superior a 15 %, é aumentada, rela- da empresa;
tivamente a todos os trabalhadores contratados a termo d) Declarações emitidas pelas autoridades compe-
certo, em: tentes comprovativas de que tem a situação con-
a) 0,6 % a partir do início do quarto ano da duração tributiva regularizada perante a administração
do contrato e até ao final do quinto; tributária e a segurança social.
4842 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
podem solicitar o apoio dos serviços públicos compe- 3 — O empregador pode adoptar diferentes moda-
tentes quando careçam dos meios e condições neces- lidades de organização em cada estabelecimento.
sários à realização da formação, bem como as estruturas 4 — As actividades de saúde podem ser organizadas
de representação colectiva dos trabalhadores no que se separadamente das de segurança e higiene, observan-
refere à formação dos respectivos representantes. do-se, relativamente a cada uma, o disposto no número
anterior.
5 — Os serviços organizados em qualquer das moda-
Artigo 217.o lidades referidas no n.o 1 devem ter capacidade para
Formação dos trabalhadores exercer as actividades principais de segurança, higiene
e saúde no trabalho.
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 278.o do 6 — A utilização de serviços interempresas ou de ser-
Código do Trabalho, o empregador deve formar, em viços externos não isenta o empregador das responsa-
número suficiente, tendo em conta a dimensão da bilidades que lhe são atribuídas pela demais legislação
empresa e os riscos existentes, os trabalhadores respon- sobre segurança, higiene e saúde no trabalho.
sáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros,
de combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores,
bem como facultar-lhes material adequado. Artigo 220.o
2 — Para efeitos da formação dos trabalhadores, é Primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores
aplicável o disposto na primeira parte do n.o 2 do
artigo anterior. A empresa ou estabelecimento, qualquer que seja a
organização dos serviços de segurança, higiene e saúde
SECÇÃO III no trabalho, deve ter uma estrutura interna que assegure
as actividades de primeiros socorros, de combate a
Serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho
incêndios e de evacuação de trabalhadores em situações
SUBSECÇÃO I
de perigo grave e iminente, designando os trabalhadores
responsáveis por essas actividades.
Disposições gerais
Artigo 221.o
Artigo 218.o
Serviço Nacional de Saúde
Âmbito
1 — A promoção e vigilância da saúde podem ser
1 — A presente secção regula o artigo 276.o do Código asseguradas através das instituições e serviços integrados
do Trabalho. no Serviço Nacional de Saúde nos seguintes casos:
2 — A presente secção não se aplica aos sectores da
marinha de comércio e das pescas, com excepção da a) Trabalhador independente;
de companha, que são objecto de regulamentação b) Trabalhador agrícola sazonal e a termo;
específica. c) Aprendiz ao serviço de artesão;
d) Trabalhador do serviço doméstico;
SUBSECÇÃO II e) Pesca de companha;
f) Trabalhador de estabelecimento referido no
Organização dos serviços n.o 1 do artigo 225.o
Administração Pública com responsabilidade no desen- belecimentos distanciados até 50 km a partir do de maior
volvimento de formação profissional. dimensão, que não exerça actividades de risco elevado,
pode utilizar serviços interempresas ou serviços exter-
nos, mediante autorização do organismo do ministério
DIVISÃO II
responsável pela área laboral competente em matéria
Serviços internos de prevenção da segurança, higiene e saúde no trabalho,
desde que:
Artigo 224.o a) Apresente taxas de incidência e de gravidade
Serviços internos de acidentes de trabalho, nos dois últimos anos,
não superiores à média do respectivo sector;
1 — Os serviços internos são criados pelo empregador b) O empregador não tenha sido punido por infrac-
e abrangem exclusivamente os trabalhadores que pres- ções muito graves respeitantes à violação de
tam serviço na empresa. legislação de segurança, higiene e saúde no tra-
2 — Os serviços internos fazem parte da estrutura balho, praticadas no mesmo estabelecimento,
da empresa e dependem do empregador. nos dois últimos anos;
3 — A empresa ou estabelecimento que desenvolva c) Se verifique, através de vistoria, que respeita
actividades de risco elevado, a que estejam expostos os valores limite de exposição a substâncias ou
pelo menos 30 trabalhadores, deve ter serviços internos. factores de risco.
4 — A empresa com, pelo menos, 400 trabalhadores
no mesmo estabelecimento ou no conjunto dos esta- 2 — O requerimento de autorização deve ser acom-
belecimentos distanciados até 50 km do de maior dimen- panhado de parecer dos representantes dos trabalha-
são, qualquer que seja a actividade desenvolvida, deve dores para a segurança, higiene e saúde no trabalho
ter serviços internos. ou, na sua falta, dos próprios trabalhadores.
3 — A autorização referida no n.o 1 é revogada se
Artigo 225.o a empresa ou estabelecimento apresentar taxas de inci-
Actividades exercidas pelo empregador ou por trabalhador designado dência e de gravidade de acidentes de trabalho supe-
riores à média do respectivo sector, em dois anos
1 — Na empresa, estabelecimento ou conjunto de consecutivos.
estabelecimentos distanciados até 50 km do de maior 4 — Se a autorização referida no n.o 1 for revogada,
dimensão, que empregue no máximo 10 trabalhadores a empresa ou estabelecimento deve adoptar serviços
e cuja actividade não seja de risco elevado, as actividades internos no prazo de seis meses.
de segurança e higiene no trabalho podem ser exercidas
directamente pelo próprio empregador, se tiver forma- Artigo 227.o
ção adequada e permanecer habitualmente nos esta-
belecimentos. Taxas de incidência e de gravidade de acidentes de trabalho
2 — Nas situações referidas no número anterior, o Para efeitos dos artigos anteriores, as taxas de inci-
empregador pode designar um ou mais trabalhadores dência e de gravidade de acidentes de trabalho médias
para se ocuparem de todas ou algumas das actividades do sector são as apuradas pelo serviço competente do
de segurança e higiene no trabalho que tenham for- ministério responsável pela área laboral, corresponden-
mação adequada e disponham do tempo e dos meios tes às empresas obrigadas a elaborar balanços sociais,
necessários. e respeitantes aos últimos anos com apuramentos
3 — À formação adequada referida nos números disponíveis.
anteriores aplica-se o disposto no artigo 223.o
4 — O exercício das actividades previsto nos n.os 1 DIVISÃO III
e 2 depende de autorização concedida pelo organismo
Serviços interempresas
do ministério responsável pela área laboral competente
em matéria de prevenção da segurança, higiene e saúde
no trabalho. Artigo 228.o
5 — Os trabalhadores designados nos termos do n.o 2 Serviços interempresas
não devem ser prejudicados por causa do exercício das
actividades. 1 — Os serviços interempresas são criados por várias
6 — A autorização referida no n.o 4 é revogada se empresas ou estabelecimentos para utilização comum
a empresa, estabelecimento ou conjunto dos estabele- dos respectivos trabalhadores.
cimentos apresentar, por mais de uma vez num período 2 — O acordo que institua os serviços interempresas
de cinco anos, taxas de incidência e de gravidade de deve ser celebrado por escrito e aprovado pelo orga-
acidentes de trabalho superiores à média do respectivo nismo do ministério responsável pela área laboral com-
sector. petente em matéria de segurança, higiene e saúde no
7 — No caso referido no número anterior, o empre- trabalho.
gador deve adoptar outra modalidade de organização DIVISÃO IV
dos serviços de segurança e higiene no trabalho no prazo
de três meses. Serviços externos
1 — A empresa com, pelo menos, 400 trabalhadores 1 — Consideram-se serviços externos os contratados
no mesmo estabelecimento ou no conjunto dos esta- pelo empregador a outras entidades.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4849
2 — Os serviços externos têm as seguintes moda- de segurança, higiene e saúde no trabalho, a sectores
lidades: de actividade e a actividades de risco elevado.
a) Associativos — prestados por associações com
personalidade jurídica sem fins lucrativos; Artigo 231.o
b) Cooperativos — prestados por cooperativas cujo Requerimento de autorização de serviços externos
objecto estatutário compreenda, exclusiva-
mente, a actividade de segurança, higiene e 1 — O requerimento de autorização de serviços exter-
saúde no trabalho; nos deve ser apresentado pelo respectivo titular ao orga-
c) Privados — prestados por sociedades de cujo nismo do ministério responsável pela área laboral com-
pacto social conste o exercício de actividades petente em matéria de prevenção da segurança, higiene
de segurança, higiene e saúde no trabalho, ou e saúde no trabalho.
por pessoa individual com habilitação e forma- 2 — O requerimento deve indicar a modalidade de
ção legais adequadas; serviço externo, as áreas de segurança, higiene e saúde,
d) Convencionados — prestados por qualquer enti- de segurança e saúde ou de saúde, os sectores de acti-
dade da administração pública central, regional vidade, bem como, sendo caso disso, as actividades de
ou local, instituto público ou instituição inte- risco elevado para que se pretende autorização, e conter
grada no Serviço Nacional de Saúde. os seguintes elementos:
3 — O empregador pode adoptar um modo de orga- a) A identificação do requerente através do nome,
nização dos serviços externos diferente das modalidades estado civil, profissão e residência ou, consoante
previstas no número anterior, desde que seja previa- os casos, do nome e número de identificação
mente autorizado, nos termos dos artigos 230.o a 237.o de pessoa colectiva, ou ainda da designação da
4 — O contrato entre o empregador e a entidade que entidade da administração pública central,
assegura a prestação de serviços externos deve ser cele- regional ou local ou de instituto público;
brado por escrito. b) O objecto social, se o requerente for pessoa
colectiva;
DIVISÃO V
c) A localização da sede e dos seus estabele-
Autorização de serviços externos cimentos.
Artigo 230.o 3 — O requerimento deve, ainda, ser acompanhado de:
Autorização
a) Cópia autenticada da respectiva escritura pública
1 — Os serviços externos, com excepção dos prestados e das alterações e indicação da publicação no
por instituição integrada no Serviço Nacional de Saúde, Diário da República, no caso de pessoa colectiva;
carecem de autorização para o exercício da actividade b) Enumeração do pessoal técnico superior e téc-
de segurança, higiene e saúde no trabalho. nico de segurança e higiene do trabalho, médico
2 — A autorização pode ser concedida para activi- do trabalho e enfermeiro, consoante as activi-
dades das áreas de segurança, higiene e saúde, de segu- dades de segurança, higiene e saúde, de segu-
rança e higiene ou de saúde, para todos ou alguns sec- rança e saúde ou de saúde para que se pretende
tores de actividade, bem como para determinadas acti- autorização, com indicação da natureza dos res-
vidades de risco elevado. pectivos vínculos e dos períodos normais de tra-
3 — A autorização depende da satisfação dos seguin- balho ou tempos mensais de afectação;
tes requisitos: c) Enumeração de outros recursos humanos, com
a) Recursos humanos suficientes com as qualifi- a indicação das qualificações, das funções, da
cações legalmente exigidas, no mínimo dois téc- natureza dos respectivos vínculos e dos períodos
nicos superiores de segurança e higiene no tra- normais de trabalho ou tempos mensais de
balho e um médico do trabalho, para autori- afectação;
zação das actividades de segurança e higiene d) Organograma funcional;
e de saúde, respectivamente; e) Área geográfica em que se propõe exercer a
b) Instalações devidamente equipadas, com con- actividade;
dições adequadas ao exercício da actividade; f) Indicação do número de trabalhadores que pre-
c) Equipamentos e utensílios de avaliação das con- tende abranger com os serviços em estabele-
dições de segurança, higiene e saúde no trabalho cimentos industriais e em estabelecimentos
nas empresas e equipamentos de protecção indi- comerciais;
vidual a utilizar pelo pessoal técnico do reque- g) Indicação das actividades ou funções para as
rente; quais se prevê o recurso a subcontratação;
d) Qualidade técnica dos procedimentos; h) Memória descritiva e plantas das instalações;
e) Recurso a subcontratação de serviços apenas i) Inventário dos equipamentos de trabalho a uti-
em relação a tarefas de elevada complexidade lizar na sede e nos seus estabelecimentos;
e pouco frequentes. j) Inventário dos utensílios e equipamentos a uti-
lizar na avaliação das condições de segurança,
4 — A autorização para actividades de risco elevado higiene e saúde, de segurança e saúde ou de
depende de a qualificação dos recursos humanos, as saúde no trabalho, com indicação das respec-
instalações e os equipamentos serem adequados às tivas características técnicas, marcas e modelos;
mesmas. l) Inventário dos equipamentos de protecção indi-
5 — O serviço externo pode requerer que a autori- vidual a utilizar em certas tarefas ou actividades
zação seja ampliada ou reduzida no que respeita a áreas que comportem risco específico para a segu-
4850 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
rança e saúde, com indicação das respectivas 7 — As entidades referidas no número anterior ela-
marcas e modelos e, quando se justifique, dos boram os relatórios das vistorias no prazo de 15 dias.
códigos de marcação;
m) Manual de procedimentos no âmbito da gestão Artigo 233.o
do serviço, nomeadamente sobre a política de
qualidade, o planeamento das actividades e a Elementos de apreciação
política de subcontratação, bem como no âmbito 1 — O requerimento de autorização é objecto de
dos procedimentos técnicos nas áreas de acti- apreciação tendo em conta os elementos referidos no
vidade para que se requer autorização, com refe- n.o 3 do artigo 230.o, bem como a natureza jurídica
rência aos diplomas aplicáveis, a guias de pro- e o objecto social do requerente, se for pessoa colectiva.
cedimentos de organismos internacionais reco- 2 — Constituem elementos de apreciação no domínio
nhecidos, a códigos de boas práticas e a listas dos recursos humanos:
de verificação.
a) Técnicos com as qualificações legalmente exi-
4 — Se for requerida autorização para determinadas gidas, tendo em conta as actividades das áreas
actividades de risco elevado, o requerimento deve ser de segurança, higiene e saúde no trabalho para
acompanhado de elementos comprovativos de que a que se pede autorização;
qualificação dos recursos humanos e os utensílios e equi- b) A natureza dos vínculos e os períodos normais
pamentos são adequados às mesmas. de trabalho ou tempos mensais de afectação do
pessoal técnico superior e técnico de segurança
Artigo 232.o e higiene do trabalho, do médico do trabalho
e enfermeiro, consoante as áreas para que se
Instrução e vistoria pretende autorização.
1 — A direcção da instrução do procedimento de
autorização de serviços externos compete ao organismo 3 — Constituem elementos de apreciação das condi-
do ministério responsável pela área laboral competente ções de segurança, higiene e saúde no trabalho nas ins-
em matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho. talações do requerente:
2 — O organismo que assegura a direcção da instru- a) Conformidade das instalações e dos equipamen-
ção remete à Direcção-Geral da Saúde cópia do reque- tos com as prescrições mínimas de segurança
rimento e dos elementos que o acompanham, podendo e saúde no trabalho;
esta solicitar àquele os elementos necessários à instrução b) Adequação dos equipamentos de trabalho às
do requerimento, bem como esclarecimentos ou infor- tarefas a desenvolver e ao número máximo de
mações complementares. trabalhadores que, em simultâneo, deles possam
3 — O organismo que assegura a direcção da instru- necessitar.
ção pode solicitar ao requerente os elementos, escla-
recimentos ou informações necessários. 4 — Constituem elementos de apreciação no domínio
4 — Depois de verificada a conformidade dos requi- dos equipamentos e utensílios de avaliação das condi-
sitos susceptíveis de apreciação documental, o orga- ções de segurança, higiene e saúde, de segurança e saúde
nismo que assegura a direcção da instrução notifica o ou de saúde no trabalho nas empresas, consoante o con-
requerente para que indique um prazo, não superior teúdo do requerimento:
a 30 dias, após o qual a vistoria é realizada.
5 — Mediante pedido fundamentado, o organismo a) Características dos equipamentos e utensílios a
que assegura a direcção da instrução pode prorrogar utilizar na avaliação das condições de segurança,
por mais 10 dias o prazo referido no número anterior. higiene e saúde no trabalho, tendo em conta
6 — As instalações, bem como os equipamentos e os riscos potenciais dos sectores de actividade
utensílios referidos nas alíneas i), j) e l) do n.o 3 do para que se pretende autorização;
artigo anterior, são objecto de vistoria realizada pelas b) Procedimentos no domínio da metrologia rela-
entidades seguintes: tivos aos equipamentos e utensílios referidos na
alínea anterior.
a) A Direcção-Geral da Saúde e a Inspecção-Geral
do Trabalho, no que respeita às instalações, 5 — Constituem elementos de apreciação no domínio
tendo em conta as condições de segurança,
da qualidade técnica dos procedimentos as especifica-
higiene e saúde no trabalho;
ções do manual referido na alínea m) do n.o 3 do
b) A Direcção-Geral da Saúde, no que respeita
artigo 231.o
às condições de funcionamento do serviço na
área da saúde no trabalho, em matéria de equi- Artigo 234.o
pamentos de trabalho na sede e nos respectivos Alteração da autorização
estabelecimentos e de equipamentos para ava-
liar as condições de saúde no trabalho; 1 — Ao requerimento de alteração da autorização,
c) O organismo que assegura a direcção da ins- no que respeita a actividades de segurança, higiene e
trução, no que respeita a condições de funcio- saúde, de segurança e saúde ou de saúde no trabalho,
namento do serviço na área da segurança e a sectores de actividade em que são exercidas, ou a
higiene no trabalho, em matéria de equipamen- actividades de risco elevado em que o serviço pode ser
tos de trabalho a utilizar na sede e nos res- prestado, é aplicável o disposto nos artigos anteriores,
pectivos estabelecimentos, de utensílios e equi- tendo em consideração apenas os elementos que devam
pamentos para a avaliação da segurança e ser modificados por causa da alteração.
higiene no trabalho e de equipamentos de pro- 2 — Há lugar a uma nova vistoria se os elementos
tecção individual. modificados por causa da alteração da autorização
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4851
j) Recolha e organização dos elementos estatís- dores, 2 técnicos, por cada 3000 trabalhadores
ticos relativos à segurança e saúde na empresa; abrangidos ou fracção, sendo, pelo menos, um
l) Coordenação de inspecções internas de segu- deles técnico superior.
rança sobre o grau de controlo e sobre a obser-
vância das normas e medidas de prevenção nos 3 — O organismo do ministério responsável pela área
locais de trabalho. laboral competente em matéria de segurança, higiene
e saúde no trabalho, mediante parecer das autoridades
3 — Os serviços de segurança, higiene e saúde no com competência fiscalizadora, pode determinar uma
trabalho devem, ainda, manter actualizados, para efeitos duração maior da actividade dos serviços de segurança
de consulta, os seguintes elementos: e higiene em estabelecimento em que, independente-
mente do número de trabalhadores, a natureza ou a
a) Resultados das avaliações dos riscos relativas gravidade dos riscos profissionais, bem como os indi-
aos grupos de trabalhadores a eles expostos; cadores de sinistralidade, justifiquem uma acção mais
b) Lista de acidentes de trabalho que tenham oca- eficaz.
sionado ausência por incapacidade para o
Artigo 243.o
trabalho;
c) Relatórios sobre acidentes de trabalho que Informação técnica
tenham ocasionado ausência por incapacidade 1 — O empregador deve fornecer aos serviços de
para o trabalho superior a três dias; segurança e higiene no trabalho os elementos técnicos
d) Lista das situações de baixa por doença e do sobre os equipamentos e a composição dos produtos
número de dias de ausência ao trabalho, a ser utilizados.
remetidos pelo serviço de pessoal e, no caso 2 — Os serviços de segurança e higiene no trabalho
de doenças profissionais, a respectiva identi- devem ser informados sobre todas as alterações dos com-
ficação; ponentes materiais do trabalho e consultados, previa-
e) Lista das medidas, propostas ou recomendações mente, sobre todas as situações com possível repercussão
formuladas pelos serviços de segurança e saúde na segurança e higiene dos trabalhadores.
no trabalho. 3 — As informações referidas nos números anteriores
ficam sujeitas a sigilo profissional, sem prejuízo de as
4 — Se as actividades referidas nos números ante- informações pertinentes para a protecção da segurança
riores implicarem a adopção de medidas cuja concre- e saúde deverem ser comunicadas aos trabalhadores
tização dependa essencialmente de outros responsáveis envolvidos e aos representantes dos trabalhadores para
da empresa, os serviços de segurança, higiene e saúde a segurança, higiene e saúde no trabalho, sempre que
no trabalho devem informá-los sobre as mesmas e coo- tal se mostre necessário.
perar na sua execução.
DIVISÃO III
DIVISÃO II Saúde no trabalho
Segurança e higiene no trabalho
Artigo 244.o
o
Artigo 241. Vigilância da saúde
Actividades técnicas A responsabilidade técnica da vigilância da saúde cabe
1 — As actividades técnicas de segurança e higiene ao médico do trabalho.
no trabalho são exercidas por técnicos superiores ou
técnico-profissionais certificados pelo organismo do Artigo 245.o
ministério responsável pela área laboral competente em Exames de saúde
matéria de prevenção da segurança, higiene e saúde
no trabalho, nos termos de legislação especial. 1 — O empregador deve promover a realização de
2 — Os profissionais referidos nos números anterio- exames de saúde, tendo em vista verificar a aptidão física
res exercem as respectivas actividades com autonomia e psíquica do trabalhador para o exercício da actividade,
técnica. bem como a repercussão desta e das condições em que
é prestada na saúde do mesmo.
Artigo 242.o 2 — Sem prejuízo do disposto em legislação especial,
Garantia mínima de funcionamento devem ser realizados os seguintes exames de saúde:
1 — A actividade dos serviços de segurança e higiene a) Exames de admissão, antes do início da pres-
deve ser assegurada regularmente no próprio estabe- tação de trabalho ou, se a urgência da admissão
lecimento, durante o tempo necessário. o justificar, nos 15 dias seguintes;
2 — A afectação dos técnicos às actividades de segu- b) Exames periódicos, anuais para os menores e
rança e higiene no trabalho, por empresa, é estabelecida para os trabalhadores com idade superior a 50
nos seguintes termos: anos, e de dois em dois anos para os restantes
trabalhadores;
a) Em estabelecimento industrial — até 50 traba- c) Exames ocasionais, sempre que haja alterações
lhadores, 1 técnico, e, acima de 50, 2 técnicos, substanciais nos componentes materiais de tra-
por cada 1500 trabalhadores abrangidos ou frac- balho que possam ter repercussão nociva na
ção, sendo, pelo menos, um deles técnico saúde do trabalhador, bem como no caso de
superior; regresso ao trabalho depois de uma ausência
b) Nos restantes estabelecimentos — até 50 traba- superior a 30 dias por motivo de doença ou
lhadores, 1 técnico, e, acima de 50 trabalha- acidente.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4853
1 — As observações clínicas relativas aos exames de Acompanhamento e auditoria dos serviços externos
saúde são anotadas na ficha clínica do trabalhador.
2 — A ficha clínica está sujeita ao segredo profissio- Artigo 251.o
nal, só podendo ser facultada às autoridades de saúde Acompanhamento
e aos médicos da Inspecção-Geral do Trabalho.
3 — O médico responsável pela vigilância da saúde Os serviços externos, com excepção dos serviços con-
deve entregar ao trabalhador que deixar de prestar ser- vencionados, devem comunicar ao organismo do minis-
viço na empresa, a pedido deste, cópia da ficha clínica. tério responsável pela área laboral competente em maté-
ria de segurança, higiene e saúde no trabalho, no prazo
de 30 dias após a ocorrência, a interrupção ou cessação
Artigo 248.o do seu funcionamento, bem como quaisquer alterações
Ficha de aptidão que afectem a natureza jurídica e objecto social, loca-
lização da sede ou dos seus estabelecimentos, bem como
1 — Face ao resultado do exame de admissão, perió- os requisitos referidos no n.o 3 do artigo 230.o, desig-
dico ou ocasional, o médico do trabalho deve preencher nadamente as que se reportem a:
uma ficha de aptidão e remeter uma cópia ao respon- a) Diminuição do número ou da qualificação dos
sável dos recursos humanos da empresa. técnicos;
2 — Se o resultado do exame de saúde revelar a inap- b) Redução dos recursos técnicos necessários à
tidão do trabalhador, o médico do trabalho deve indicar, avaliação das condições de segurança, higiene
sendo caso disso, outras funções que aquele possa e saúde no trabalho;
desempenhar. c) Aumento do recurso a subcontratação de ser-
3 — A ficha de aptidão não pode conter elementos viços.
que envolvam segredo profissional.
4 — Sempre que a repercussão do trabalho e das con- Artigo 252.o
dições em que o mesmo é prestado se revelar nociva Auditoria
para a saúde do trabalhador, o médico do trabalho deve,
ainda, comunicar tal facto ao responsável pelos serviços 1 — A capacidade dos serviços externos autorizados
de segurança, higiene e saúde no trabalho e, bem assim, é avaliada através de auditoria, que incide sobre os requi-
se o estado de saúde o justificar, solicitar o seu acom- sitos referidos no n.o 3 do artigo 230.o, concretizados
panhamento pelo médico assistente do centro de saúde, nos termos dos n.os 2, 3, 4 e 5 do artigo 233.o
ou outro médico indicado pelo trabalhador. 2 — A auditoria é realizada pelos serviços a seguir
5 — O modelo da ficha de aptidão é fixado por por- referidos, por sua iniciativa ou, sendo caso disso, na
taria do ministro responsável pela área laboral. sequência das comunicações referidas no artigo anterior:
a) A Direcção-Geral da Saúde e a Inspecção-Geral
o do Trabalho, no que respeita às instalações,
Artigo 249.
tendo em conta as condições de segurança,
Informação técnica higiene e saúde no trabalho;
b) A Direcção-Geral da Saúde, no que respeita
O médico do trabalho tem acesso às informações refe- às condições de funcionamento do serviço na
ridas nos n.os 1 e 2 do artigo 243.o, sujeitas a sigilo área da saúde no trabalho, nomeadamente o
profissional nos termos do n.o 3 do mesmo artigo. efectivo de pessoal técnico, recurso a subcon-
4854 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
tratação, equipamentos de trabalho na sede e ou em prazo superior fixado pelo empregador aten-
nos estabelecimentos e equipamentos para ava- dendo à extensão ou complexidade da matéria.
liar as condições de saúde; 2 — Decorrido o prazo referido no número anterior
c) O organismo do ministério responsável pela sem que o parecer tenha sido entregue ao empregador,
área laboral competente em matéria de segu- considera-se satisfeita a exigência da consulta.
rança, higiene e saúde no trabalho, em relação
às condições de funcionamento do serviço na Artigo 255.o
área da segurança e higiene no trabalho, nomea-
damente o efectivo de pessoal técnico, recurso Deveres dos trabalhadores
a subcontratação, equipamentos de trabalho na 1 — Os trabalhadores devem cooperar para que seja
sede e nos estabelecimentos, equipamentos para assegurada a segurança, higiene e saúde no trabalho
a avaliação da segurança e higiene no trabalho e, em especial:
e equipamentos de protecção individual, sem
prejuízo das competências atribuídas por lei à a) Tomar conhecimento da informação prestada
Inspecção-Geral do Trabalho. pelo empregador sobre segurança, higiene e
saúde no trabalho;
3 — As entidades referidas no número anterior, no b) Comparecer às consultas e exames médicos
desempenho das competências aí previstas, podem determinados pelo médico do trabalho.
recorrer à contratação externa de serviços de técnicos
especializados, atendendo à complexidade ou especia- 2 — Os trabalhadores com funções de direcção e os
lização técnica das tarefas a realizar. quadros técnicos devem cooperar, de modo especial,
4 — Tendo em consideração as alterações comuni- em relação aos serviços sob o seu enquadramento hie-
cadas nos termos do artigo anterior ou verificadas atra- rárquico e técnico, com os serviços de segurança, higiene
vés de auditoria, ou a falta de requisitos essenciais ao e saúde no trabalho na execução das medidas de pre-
funcionamento dos serviços externos, o organismo do venção e de vigilância da saúde.
ministério responsável pela área laboral competente em
matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho pro- SUBSECÇÃO V
move a revogação da autorização ou a sua redução no
Disposições finais
que respeita a áreas de actividade de segurança, higiene
e saúde no trabalho ou a sectores de actividade. Artigo 256.o
Médico do trabalho
SUBSECÇÃO IV
1 — Considera-se médico do trabalho o licenciado em
Informação e consulta e deveres dos trabalhadores Medicina com especialidade de medicina do trabalho
reconhecida pela Ordem dos Médicos.
Artigo 253.o 2 — Considera-se, ainda, médico do trabalho aquele
a quem for reconhecida idoneidade técnica para o exer-
Informação e consulta
cício das respectivas funções, nos termos de legislação
O empregador, se não acolher o parecer dos repre- especial.
sentantes dos trabalhadores para a segurança, higiene 3 — No caso de insuficiência comprovada de médicos
e saúde no trabalho ou, na sua falta, dos próprios tra- do trabalho qualificados nos termos referidos nos núme-
balhadores, consultados nos termos das alíneas e), f) ros anteriores, a Direcção-Geral da Saúde pode auto-
e g) do n.o 3 do artigo 275.o do Código do Trabalho, rizar outros licenciados em medicina a exercer as res-
deve informá-los dos fundamentos: pectivas funções, os quais, no prazo de três anos a contar
da respectiva autorização, devem apresentar prova da
a) Do recurso a técnicos qualificados para asse- obtenção de especialidade em medicina do trabalho,
gurar o desenvolvimento de todas ou parte das sob pena de lhes ser vedada a continuação do exercício
actividades de segurança, higiene e saúde no das referidas funções.
trabalho;
b) Da designação dos trabalhadores responsáveis Artigo 257.o
pelas actividades de primeiros socorros, com- Comunicação à Inspecção-Geral do Trabalho
bate a incêndios e evacuação de trabalhadores;
c) Da designação do representante do empregador 1 — Sem prejuízo de outras notificações previstas em
que acompanha a actividade do serviço inte- legislação especial, o empregador deve comunicar à Ins-
rempresas ou do serviço externo; pecção-Geral do Trabalho os acidentes mortais ou que
d) Da designação dos trabalhadores que prestam evidenciem uma situação particularmente grave, nas
actividades de segurança e higiene no trabalho; vinte e quatro horas seguintes à ocorrência.
e) Do recurso a serviços interempresas ou a ser- 2 — A comunicação prevista no número anterior deve
viços externos. ser acompanhada de informação, e respectivos registos,
sobre todos os tempos de trabalho prestado pelo tra-
Artigo 254.o balhador nos 30 dias que antecederam o acidente.
Consulta
Artigo 258.o
1 — Na consulta dos representantes dos trabalhado- Notificações
res ou, na sua falta, dos próprios trabalhadores, nos
termos do n.o 3 do artigo 275.o do Código do Trabalho, 1 — O empregador deve notificar o organismo do
o respectivo parecer deve ser emitido no prazo de 15 dias ministério responsável pela área laboral competente em
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4855
matéria de segurança, higiene e saúde no trabalho da ponsável pela área laboral, em endereço electrónico ade-
modalidade adoptada para a organização dos serviços quadamente publicitado.
de segurança, higiene e saúde, bem como da sua alte- 7 — O modelo de suporte de papel do relatório anual
ração, nos 30 dias seguintes à verificação de qualquer é impresso e distribuído pela Imprensa Nacional-Casa
dos factos. da Moeda, S. A.
2 — O modelo da notificação é fixado por portaria 8 — O organismo do ministério responsável pela área
do ministro responsável pela área laboral. laboral competente em matéria de segurança, higiene
3 — O organismo do ministério responsável pela área e saúde no trabalho deve remeter cópias dos relatórios
laboral competente em matéria de prevenção da segu- anuais ao serviço referido no n.o 6, para efeitos esta-
rança, higiene e saúde no trabalho remete à Direcção- tísticos.
-Geral da Saúde a notificação prevista no n.o 1.
Artigo 260.o
4 — O empregador deve comunicar ao organismo do
ministério responsável pela área laboral competente em Documentação
matéria de prevenção da segurança, higiene e saúde
O empregador deve manter à disposição das entidades
no trabalho e à Direcção-Geral da Saúde, no prazo de
com competência fiscalizadora a documentação relativa
30 dias a contar do início da actividade dos serviços
à realização das actividades a que se refere o artigo 240.o,
externos, os seguintes elementos:
durante cinco anos.
a) Identificação completa da entidade prestadora
dos serviços externos; Artigo 261.o
b) O local ou locais da prestação do serviço; Encargos
c) Data de início da actividade;
d) Termo da actividade, quando tenha sido fixado; O empregador suporta os encargos com a organização
e) Identificação do técnico responsável pelo ser- e funcionamento dos serviços de segurança, higiene e
viço e, se for pessoa diferente, do médico do saúde no trabalho, incluindo exames, avaliações de expo-
trabalho; sições, testes e demais acções realizadas para a pre-
f) Número de trabalhadores potencialmente abran- venção dos riscos profissionais e a vigilância da saúde.
gidos;
g) Número de horas mensais de afectação de pes- Artigo 262.o
soal à empresa;
Taxas
h) Actos excluídos do âmbito do contrato.
1 — Estão sujeitos a taxas os seguintes actos relativos
5 — O empregador deve comunicar ao organismo do à autorização ou avaliação da capacidade de serviços
ministério responsável pela área laboral competente em externos:
matéria de prevenção da segurança, higiene e saúde
no trabalho e à Direcção-Geral da Saúde, no prazo de a) Apreciação de requerimento de autorização ou
30 dias a contar do início da actividade dos serviços alteração desta;
interempresas, os elementos referidos no número ante- b) Vistoria prévia à decisão do requerimento de
rior. autorização ou alteração desta;
6 — As alterações aos elementos referidos nos n.os 4 c) Auditoria de avaliação da capacidade do serviço
e 5 devem ser comunicadas nos 30 dias subsequentes. externo realizada na sequência da comunicação
referida no artigo 251.o ou por iniciativa dos
serviços competentes se a autorização for redu-
Artigo 259.o zida ou revogada.
Relatório de actividades
2 — As taxas referidas no número anterior são esta-
1 — O empregador deve elaborar, para cada um dos belecidas em portaria conjunta dos ministros respon-
estabelecimentos, um relatório anual da actividade dos sáveis pelas áreas das finanças e laboral, tendo em conta
serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho. os tipos de actos, as áreas de segurança, higiene e saúde
2 — O modelo do relatório é fixado por portaria do no trabalho a que os mesmos respeitam e as actividades
ministro responsável pela área laboral. de risco elevado integradas nos sectores de actividade
3 — O relatório deve ser apresentado, no mês de Abril a que a autorização se refere.
do ano seguinte àquele a que respeita, ao delegado con-
celhio de saúde e ao organismo do ministério respon-
Artigo 263.o
sável pela área laboral competente em matéria de segu-
rança, higiene e saúde no trabalho da área da localização Produto das taxas
do estabelecimento ou, se este mudar de localização
O produto das taxas referidas no artigo anterior
durante o ano a que o relatório respeita, da área da
reverte para o organismo do ministério responsável pela
sede do empregador.
área laboral competente em matéria de segurança,
4 — Se o empregador tiver mais de 10 trabalhadores,
higiene e saúde no trabalho e para a Direcção-Geral
o relatório deve ser apresentado por meio informático.
da Saúde, na seguinte proporção:
5 — O empregador com até 10 trabalhadores pode
apresentar o relatório por meio informático, nomea- a) 70 % para o organismo do ministério respon-
damente em suporte digital ou correio electrónico, ou sável pela área laboral competente em matéria
em suporte de papel. de segurança, higiene e saúde no trabalho e 30 %
6 — Os elementos auxiliares necessários ao preenchi- para a Direcção-Geral da Saúde, no caso de
mento do relatório são fornecidos pelo Departamento vistoria ou apreciação de requerimento para
de Estudos, Estatística e Planeamento do ministério res- autorização ou alteração desta, referente a ser-
4856 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
1 — O empregador deve entregar à comissão elei- 1 — As urnas de voto são colocadas nos locais de
toral, no prazo de quarenta e oito horas após a recepção trabalho, de modo a permitir que todos os trabalhadores
da comunicação que identifica o presidente e o secre- possam votar sem prejudicar o normal funcionamento
tário, o caderno eleitoral, procedendo aquela à imediata da empresa ou estabelecimento.
afixação na empresa e estabelecimento. 2 — A votação é efectuada no local e durante as horas
2 — O caderno eleitoral deve conter o nome dos tra- de trabalho.
balhadores da empresa e, sendo caso disso, identificados 3 — A votação deve ter a duração mínima de três
por estabelecimento, à data da marcação do acto horas e máxima de cinco, competindo à comissão elei-
eleitoral. toral fixar o seu horário de funcionamento, cinco dias
antes da data do acto eleitoral, não podendo o encer-
Artigo 271.o
ramento ocorrer depois das 21 horas.
Reclamações 4 — No caso de trabalho por turnos ou de horários
1 — Os trabalhadores da empresa podem reclamar, diferenciados na empresa, o acto eleitoral do turno da
no prazo de cinco dias a contar da afixação prevista noite deve preceder o do turno de dia.
no n.o 1 do artigo anterior, para a comissão eleitoral 5 — Os trabalhadores podem votar durante o seu
de quaisquer erros ou omissões constantes do caderno horário de trabalho, para o que cada um dispõe do
eleitoral. tempo para tanto indispensável.
2 — A comissão eleitoral decide as reclamações apre- 6 — Nas empresas com estabelecimentos geografica-
sentadas no prazo máximo de 10 dias, após o qual afixa mente dispersos, o acto eleitoral realiza-se em todos
as correcções do caderno eleitoral que se tenham eles no mesmo dia, horário e nos mesmos termos.
verificado. 7 — Quando, devido ao trabalho por turnos ou outros
motivos, não seja possível respeitar o disposto no
Artigo 272.o número anterior, deve ser simultânea a abertura das
Listas urnas de voto para o respectivo apuramento em todos
os estabelecimentos da empresa.
1 — As listas de candidaturas devem ser entregues, 8 — Os votantes devem ser identificados e registados
acompanhadas de declaração de aceitação dos respec- em documento próprio, com termo de abertura e encer-
tivos trabalhadores, ao presidente da comissão eleitoral. ramento, assinado e rubricado em todas as folhas pela
2 — A comissão eleitoral decide sobre a admissão das mesa eleitoral.
listas apresentadas nos cinco dias seguintes ao termo
do período de apresentação. Artigo 276.o
3 — Em caso de rejeição de admissibilidade de qual- Apuramento do acto eleitoral
quer lista apresentada, os seus proponentes podem sanar
os vícios existentes no prazo de quarenta e oito horas. 1 — O apuramento do acto eleitoral deve realizar-se
4 — Após a decisão da admissão de cada lista, o pre- imediatamente após o encerramento das urnas.
sidente da comissão eleitoral atribui-lhe uma letra do 2 — O apuramento do resultado da votação na secção
alfabeto de acordo com a ordem de apresentação. de voto é realizado pela respectiva mesa, competindo
5 — As listas devem ser imediatamente afixadas, em ao seu presidente comunicar de imediato os resultados
locais apropriados, na empresa e estabelecimento. à comissão eleitoral.
3 — O apuramento global do acto eleitoral é feito
pela comissão eleitoral.
Artigo 273.o
Boletins de voto e urnas
Artigo 277.o
1 — Os boletins de voto são elaborados pela comissão Acta
eleitoral nos 15 dias anteriores à data do acto eleitoral.
2 — Os boletins de voto devem conter por ordem 1 — A acta deve conter as deliberações da comissão
alfabética de admissão as listas concorrentes. eleitoral e das mesas de voto, bem como tudo o que
3 — As urnas devem ser providenciadas pela comissão se passar no procedimento eleitoral, nomeadamente
eleitoral, devendo assegurar a segurança dos boletins. quaisquer incidentes ocorridos e o apuramento do
resultado.
Artigo 274.o 2 — Os membros da comissão eleitoral e das mesas
de voto aprovam, rubricam e assinam as respectivas
Secções de voto actas.
1 — Em cada estabelecimento com um mínimo de 3 — O documento previsto no n.o 8 do artigo 275.o
10 trabalhadores deve existir, pelo menos, uma secção deve ser anexo à acta da respectiva secção de voto.
de voto.
2 — A cada secção de voto não podem corresponder Artigo 278.o
mais de 500 eleitores. Publicidade do resultado da eleição
3 — Cada mesa de voto é composta por um presi-
dente, que dirige a respectiva votação, e um secretário, 1 — A comissão eleitoral deve proceder à afixação
escolhidos pelo presidente da comissão eleitoral nos ter- dos elementos de identificação dos representantes elei-
mos do artigo 268.o, e por um representante de cada tos, bem como da cópia da acta da respectiva eleição,
lista, ficando, para esse efeito, dispensados da respectiva durante 15 dias, a partir da data do apuramento, no
prestação de trabalho. local ou locais em que a eleição teve lugar e remetê-los,
4858 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
dentro do mesmo prazo, ao ministério responsável pela 3 — No caso de representante dos trabalhadores para
área laboral, bem como aos órgãos de gestão da a segurança, higiene e saúde no trabalho ser despedido
empresa. e ter sido interposta providência cautelar de suspensão
2 — O ministério responsável pela área laboral regista do despedimento, esta só não é decretada se o tribunal
o resultado da eleição e publica-o imediatamente no concluir pela existência de probabilidade séria de veri-
Boletim do Trabalho e Emprego. ficação da justa causa invocada.
4 — As acções de impugnação judicial do despedi-
Artigo 279.o mento de representante dos trabalhadores para a segu-
rança, higiene e saúde no trabalho têm natureza urgente.
Início de actividades 5 — Não havendo justa causa, o trabalhador despe-
Os representantes dos trabalhadores só podem iniciar dido tem o direito de optar entre a reintegração na
o exercício das respectivas actividades depois da publi- empresa e uma indemnização calculada nos termos pre-
cação da eleição no Boletim do Trabalho e Emprego. vistos nos n.os 4 e 5 do artigo 439.o do Código do Tra-
balho ou estabelecida em instrumento de regulamen-
tação colectiva de trabalho, e nunca inferior à retribuição
SUBSECÇÃO III base e diuturnidades correspondentes a seis meses.
Protecção dos representantes dos trabalhadores para a segurança,
higiene e saúde no trabalho Artigo 283.o
Protecção em caso de transferência
Artigo 280.o
Os representantes dos trabalhadores para a segu-
Crédito de horas
rança, higiene e saúde no trabalho não podem ser trans-
1 — Cada representante dos trabalhadores para a feridos de local de trabalho sem o seu acordo, salvo
segurança, higiene e saúde no trabalho dispõe, para o quando a transferência resultar da mudança total ou
exercício das suas funções, de um crédito de cinco horas parcial do estabelecimento onde aqueles prestam ser-
por mês. viço.
2 — O crédito de horas é referido ao período normal
de trabalho e conta como tempo de serviço efectivo. SUBSECÇÃO IV
3 — Sempre que pretenda exercer o direito ao gozo Direitos
do crédito de horas, o representante dos trabalhadores
para a segurança, higiene e saúde no trabalho deve avi- Artigo 284.o
sar, por escrito, o empregador com a antecedência
Apoio aos representantes dos trabalhadores
mínima de dois dias, salvo motivo atendível.
1 — Os órgãos de gestão das empresas devem pôr
Artigo 281. o à disposição dos representantes dos trabalhadores para
a segurança, higiene e saúde no trabalho as instalações
Faltas
adequadas, bem como os meios materiais e técnicos
1 — As ausências dos representantes dos trabalha- necessários ao desempenho das suas funções.
dores para a segurança, higiene e saúde no trabalho 2 — Os representantes dos trabalhadores têm igual-
no desempenho das suas funções e que excedam o cré- mente direito a distribuir informação relativa à segu-
dito de horas consideram-se faltas justificadas e contam, rança, higiene e saúde no trabalho, bem como à sua
salvo para efeito de retribuição, como tempo de serviço afixação em local adequado que for destinado para esse
efectivo. efeito.
2 — As ausências a que se refere o número anterior Artigo 285.o
são comunicadas, por escrito, com um dia de antece-
Reuniões com os órgãos de gestão da empresa
dência, com referência às datas e ao número de dias
de que os respectivos trabalhadores necessitam para o 1 — Os representantes dos trabalhadores para a segu-
exercício das suas funções, ou, em caso de impossibi- rança, higiene e saúde no trabalho têm o direito de
lidade de previsão, nas quarenta e oito horas imediatas reunir periodicamente com o órgão de gestão da
ao primeiro dia de ausência. empresa para discussão e análise dos assuntos relacio-
3 — A inobservância do disposto no número anterior nados com a segurança, higiene e saúde no trabalho,
torna as faltas injustificadas. devendo realizar-se, pelo menos, uma reunião em cada
mês.
Artigo 282.o 2 — Da reunião referida no número anterior é lavrada
acta, que deve ser assinada por todos os presentes.
Protecção em caso de procedimento disciplinar e despedimento
podendo ser prejudicado, quer nas suas funções no órgão CAPÍTULO XXIV
a que pertença, quer na sua actividade profissional.
Redução da actividade e suspensão do contrato
SECÇÃO I
SUBSECÇÃO V
Artigo 292.o
Artigo 287.o
Âmbito
Informações confidenciais
O presente capítulo regula o artigo 332.o do Código
1 — Os representantes dos trabalhadores para a segu- do Trabalho.
rança, higiene e saúde no trabalho não podem revelar
aos trabalhadores ou a terceiros as informações que,
no exercício legítimo da empresa ou do estabelecimento, SECÇÃO II
lhes tenham sido comunicadas com menção expressa
Compensação retributiva
da respectiva confidencialidade.
2 — O dever de confidencialidade mantém-se após
a cessação do mandato. Artigo 293.o
3 — A violação do dever de sigilo estabelecido nos Redução do período normal de trabalho
números anteriores dá lugar a responsabilidade civil,
nos termos gerais, sem prejuízo das sanções aplicáveis 1 — A retribuição do trabalhador durante a redução
em procedimento disciplinar. do período normal de trabalho, nas situações previstas
no artigo 343.o do Código do Trabalho, é calculada pro-
porcionalmente por aplicação da fórmula fixada no
Artigo 288.o artigo 264.o do mesmo diploma.
Limite aos deveres de informação e consulta
2 — Se a retribuição determinada nos termos do
número anterior for inferior a dois terços da retribuição
O empregador não é obrigado a prestar informações normal ilíquida ou à retribuição mínima mensal garan-
ou a proceder a consultas cuja natureza seja susceptível tida, o trabalhador tem direito ao montante mais ele-
de prejudicar ou afectar gravemente o funcionamento vado, sendo-lhe devida uma compensação retributiva
da empresa ou do estabelecimento. de valor igual à diferença.
1 — Tanto a qualificação das informações como con- Ao trabalhador em situação de redução do período
fidenciais como a não prestação de informação ou a normal de trabalho ou de suspensão do contrato de
não realização de consultas ao abrigo do disposto no trabalho é devido, pelo empregador, subsídio de férias
artigo anterior devem ser justificadas por escrito, com de montante igual ao que teria direito em regime de
base em critérios objectivamente aferíveis e que assen- prestação normal de trabalho.
tem em exigências de gestão.
2 — A qualificação como confidenciais das informa- Artigo 295.o
ções prestadas e a recusa fundamentada de prestação
Subsídio de Natal
de informação ou da realização de consultas podem ser
impugnadas pelos representantes dos trabalhadores, nos O trabalhador tem direito ao subsídio de Natal por
termos previstos no Código de Processo do Trabalho. inteiro, sendo este pago em montante correspondente
a 50 % da compensação salarial pela segurança social
e o restante pelo empregador.
CAPÍTULO XXIII
Balanço social relativamente aos trabalhadores SECÇÃO III
em situação de cedência ocasional
Encerramento temporário
o
Artigo 290.
Artigo 296.o
Âmbito
Procedimento
O presente capítulo regula o n.o 5 do artigo 327.o
do Código do Trabalho. 1 — O encerramento temporário da empresa ou esta-
belecimento por facto imputável ao empregador, sem
que este tenha iniciado um procedimento com vista ao
Artigo 291.o despedimento colectivo, por extinção de postos de tra-
Balanço social
balho, à redução temporária do período normal de tra-
balho ou à suspensão do contrato de trabalho por facto
Os trabalhadores cedidos ocasionalmente são incluí- respeitante ao empregador nos termos do Código do
dos no balanço social da empresa cedente, devendo a Trabalho rege-se pelo disposto nos números seguintes.
informação ser autonomizada nos termos da portaria 2 — Para efeitos do número anterior, considera-se
que regula esta matéria. que há encerramento temporário da empresa ou esta-
4860 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
belecimento por facto imputável ao empregador sempre 2 — A proibição constante das alíneas d), e), f) e g)
que, por decisão deste, a empresa ou estabelecimento do número anterior cessa com a concordância escrita
deixar de exercer a sua actividade, bem como se houver e expressa de dois terços dos trabalhadores da empresa.
interdição de acesso aos locais de trabalho ou recusa
em fornecer trabalho, condições e instrumentos de tra- Artigo 298.o
balho que determine ou possa determinar a paralisação
da empresa ou estabelecimento. Actos de disposição
3 — O empregador deve informar os trabalhadores 1 — Os actos de disposição do património da empresa
e a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, a comis- a título gratuito realizados em situação de encerramento
são intersindical ou as comissões sindicais da empresa, temporário da empresa ou estabelecimento são anulá-
com uma antecedência não inferior a 15 dias, da fun- veis por iniciativa de qualquer interessado ou da estru-
damentação, duração previsível e consequências do tura representativa dos trabalhadores.
encerramento temporário da empresa ou estabeleci- 2 — O mesmo regime aplica-se aos actos de dispo-
mento, bem como prestar garantia nos termos dos núme- sição do património da empresa a título oneroso, rea-
ros seguintes. lizados durante o mesmo período, se deles resultar dimi-
4 — O empregador deve prestar garantia das retri- nuição da garantia patrimonial dos créditos dos tra-
buições em mora, se existirem, das retribuições refe- balhadores.
rentes ao período de encerramento temporário da
empresa ou estabelecimento e dos valores correspon- Artigo 299.o
dentes à compensação por despedimento colectivo, rela- Encerramento definitivo
tivamente aos trabalhadores abrangidos pelo encer-
ramento. O regime previsto nos artigos 296.o, 297.o e 298.o apli-
5 — Decorridos 15 dias após o não pagamento da ca-se, com as devidas adaptações, ao encerramento defi-
retribuição, a garantia deve obrigatoriamente ser uti- nitivo da empresa ou estabelecimento, sempre que este
lizada. tenha ocorrido sem ter sido iniciado um procedimento
6 — A garantia deve ser reconstituída no prazo de com vista ao despedimento colectivo ou, tratando-se de
quarenta e oito horas a contar do dia em que for microempresa, cumprido o dever de informação previsto
utilizada. no n.o 4 do artigo 390.o do Código do Trabalho ou
7 — O empregador não está adstrito ao cumprimento despedimento por extinção de posto de trabalho, sem
da obrigação de prestar a garantia prevista na parte prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 390.o daquele
final do n.o 4, sempre que dois terços dos trabalhadores diploma.
da empresa tenham manifestado a sua concordância
escrita e expressa. CAPÍTULO XXV
8 — O disposto nos números anteriores aplica-se Incumprimento do contrato
igualmente em caso de aumento da duração do encer-
ramento temporário da empresa ou estabelecimento. SECÇÃO I
Âmbito
Artigo 297.o
Artigo 300.o
Inibição de prática de certos actos
Âmbito
1 — No caso de encerramento temporário da empresa
ou estabelecimento por facto imputável ao empregador, O presente capítulo regula o n.o 2 do artigo 364.o
este não pode: do Código do Trabalho.
a) Distribuir lucros ou dividendos, pagar suprimen-
tos e respectivos juros e amortizar quotas sob SECÇÃO II
qualquer forma; Efeitos do não pagamento pontual da retribuição
b) Remunerar os membros dos corpos sociais por
qualquer meio, em percentagem superior à paga SUBSECÇÃO I
aos respectivos trabalhadores;
c) Comprar ou vender acções ou quotas próprias Efeitos gerais
aos membros dos corpos sociais;
Artigo 301.o
d) Efectuar pagamentos a credores não titulares
de garantia ou privilégio oponível aos créditos Inibição de prática de certos actos
dos trabalhadores, salvo se tais pagamentos se
1 — O empregador em situação de falta de paga-
destinarem a permitir o reinício da actividade
mento pontual de retribuições não pode:
da empresa;
e) Efectuar pagamentos a trabalhadores que não a) Distribuir lucros ou dividendos, pagar suprimen-
correspondam ao rateio proporcional do mon- tos e respectivos juros e amortizar quotas sob
tante disponível; qualquer forma;
f) Efectuar quaisquer liberalidades, seja a que b) Remunerar os membros dos corpos sociais por
título for; qualquer meio, em percentagem superior à paga
g) Renunciar a direitos com valor patrimonial; aos respectivos trabalhadores;
h) Celebrar contratos de mútuo na qualidade de c) Comprar ou vender acções ou quotas próprias
mutuante; aos membros dos corpos sociais;
i) Proceder a levantamentos de tesouraria para d) Efectuar pagamentos a credores não titulares
fins alheios à actividade da empresa. de garantia ou privilégio oponível aos créditos
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4861
data do vencimento, o trabalhador, independentemente suspende-se quando o executado prove que o incum-
de ter comunicado a suspensão do contrato de trabalho, primento do contrato se deve ao facto de ter retribuições
pode resolver o contrato nos termos previstos no n.o 1 em mora por período superior a 15 dias.
do artigo 442.o do Código do Trabalho.
2 — O direito de resolução do contrato pode ser exer- Artigo 313.o
cido antes de esgotado o período referido no número
anterior, quando o empregador, a pedido do trabalha- Salvaguarda dos direitos do credor
dor, declare por escrito a previsão de não pagamento, O tribunal notifica a entidade responsável pelas pres-
até ao termo daquele prazo, do montante da retribuição tações de desemprego da decisão que ordene a sus-
em falta. pensão da execução da sentença de despejo, bem como
3 — O trabalhador que opte pela resolução do con- da identidade do credor e do montante das prestações
trato de trabalho tem direito a: ou rendas em mora, afim de que esta assegure o res-
a) Indemnização nos termos previstos no ar- pectivo pagamento, nos termos previstos em legislação
tigo 443.o do Código do Trabalho; especial.
b) Prestações de desemprego; Artigo 314.o
c) Prioridade na frequência de curso de reconver- Cessação da suspensão da instância
são profissional, subsidiado pelo serviço público
competente na área da formação profissional. 1 — Sempre que o pagamento das prestações ou ren-
das não tenha sido assegurado pela entidade responsável
4 — A atribuição das prestações de desemprego a que pelas prestações de desemprego, a suspensão da ins-
se refere a alínea b) está sujeita ao cumprimento dos tância cessa oito dias após o recebimento, pelo traba-
prazos de garantia, às demais condições exigidas e aos lhador, das retribuições em mora.
limites fixados no regime de protecção no desemprego. 2 — Se o trabalhador não tiver recebido as retribui-
ções em mora, a suspensão cessa decorrido um ano sobre
o seu início, salvo se o executado provar que se encontra
Artigo 309.o
pendente acção judicial destinada ao pagamento dessas
Segurança social retribuições, caso em que a suspensão cessa na data
em que se verifique o pagamento coercivo das mesmas
O beneficiário com retribuições em dívida, bem como ou a impossibilidade do pagamento.
o seu agregado familiar, mantêm os direitos e deveres 3 — Requerido o prosseguimento dos autos, o exe-
no âmbito do sistema da segurança social. cutado é notificado para, no prazo de 10 dias, provar
o pagamento ou depósito, em singelo, das prestações
SECÇÃO III ou rendas em mora.
Suspensão de execuções
SECÇÃO IV
Artigo 310.o Disposição comum
Execução fiscal
Artigo 315.o
1 — O processo de execução fiscal suspende-se
quando o executado seja trabalhador com retribuições Sub-rogação legal
em mora por período superior a 15 dias, se provar que 1 — A entidade responsável pelas prestações de
de tal facto resulta o não pagamento da quantia desemprego fica sub-rogada nos direitos do trabalhador
exequenda. perante o empregador no montante correspondente às
2 — A suspensão referida no número anterior man- prestações que tiver pago nos termos dos n.os 2 e 3
tém-se até dois meses após a regularização das retri- do artigo 306.o e do artigo 313.o, acrescidas dos juros
buições em dívida, findos os quais se renova a execução de mora, não sendo liberatório o pagamento da quantia
em causa. correspondente a entidade diferente, designadamente
Artigo 311.o ao trabalhador.
2 — Para efeitos do número anterior, a entidade res-
Venda de bens penhorados ou dados em garantia
ponsável pelas prestações de desemprego deve notificar
1 — A venda, judicial ou extrajudicial, de bens penho- o empregador dos pagamentos que for efectuando.
rados ou dados em garantia justificada por falta de paga-
mento de dívidas relacionadas com a aquisição desses
bens suspende-se quando o executado prove que o CAPÍTULO XXVI
incumprimento se deve ao facto de ter retribuições em Fundo de Garantia Salarial
mora por período superior a 15 dias.
2 — Os bens a que se refere o número anterior Artigo 316.o
incluem somente o imóvel que constitui a residência
Âmbito
permanente e os demais imprescindíveis a qualquer eco-
nomia doméstica, desde que se encontrem naquela O presente capítulo regula o artigo 380.o do Código
residência. do Trabalho.
Artigo 312.o Artigo 317.o
Execução de sentença de despejo Finalidade
A execução de sentença de despejo em que a causa O Fundo de Garantia Salarial assegura, em caso de
de pedir tenha sido a falta de pagamento das rendas incumprimento pelo empregador, ao trabalhador o
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4863
pagamento dos créditos emergentes do contrato de tra- e à retenção na fonte de imposto sobre o rendimento
balho e da sua violação ou cessação nos termos dos que forem devidos.
artigos seguintes. 4 — A satisfação de créditos do trabalhador efectuada
Artigo 318.o pelo Fundo de Garantia Salarial não libera o empre-
gador da obrigação de pagamento do valor correspon-
Situações abrangidas dente à taxa contributiva por ele devida.
1 — O Fundo de Garantia Salarial assegura o paga-
mento dos créditos a que se refere o artigo anterior, Artigo 321.o
nos casos em que o empregador seja judicialmente decla- Regime do Fundo de Garantia Salarial
rado insolvente.
2 — O Fundo de Garantia Salarial assegura igual- 1 — A gestão do Fundo de Garantia Salarial cabe
mente o pagamento dos créditos referidos no número ao Estado e a representantes dos trabalhadores e dos
anterior, desde que se tenha iniciado o procedimento empregadores.
de conciliação previsto no Decreto-Lei n.o 316/98, de 2 — O financiamento do Fundo de Garantia Salarial
20 de Outubro. é assegurado pelos empregadores, através de verbas res-
3 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, peitantes à parcela dos encargos de solidariedade laboral
caso o procedimento de conciliação não tenha sequên- da taxa contributiva global, nos termos do diploma que
cia, por recusa ou extinção, nos termos dos artigos 4.o regula a desagregação da taxa contributiva dos traba-
e 9.o, respectivamente, do Decreto-Lei n.o 316/98, de lhadores por conta de outrem, na quota-parte por aque-
20 de Outubro, e tenha sido requerido por trabalhadores les devida, e pelo Estado em termos a fixar por portaria
da empresa o pagamento de créditos garantidos pelo dos ministros responsáveis pelas áreas das finanças e
Fundo de Garantia Salarial, deve este requerer judi- laboral.
cialmente a insolvência da empresa. 3 — O regime do Fundo de Garantia Salarial consta
4 — Para efeito do cumprimento do disposto nos de diploma autónomo.
números anteriores, o Fundo de Garantia Salarial deve
ser notificado, quando as empresas em causa tenham Artigo 322.o
trabalhadores ao seu serviço:
Sub-rogação legal
a) Pelos tribunais judiciais, no que respeita ao
requerimento do processo especial de insolvên- O Fundo de Garantia Salarial fica sub-rogado nos
cia e respectiva declaração; direitos de crédito e respectivas garantias, nomeada-
b) Pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias mente privilégios creditórios dos trabalhadores, na
Empresas e ao Investimento (IAPMEI), no que medida dos pagamentos efectuados acrescidos dos juros
respeita ao requerimento do procedimento de de mora vincendos.
conciliação, à sua recusa ou extinção do pro-
Artigo 323.o
cedimento.
Requerimento
Artigo 319.o
1 — O Fundo de Garantia Salarial efectua o paga-
Créditos abrangidos mento dos créditos garantidos mediante requerimento
1 — O Fundo de Garantia Salarial assegura o paga- do trabalhador, do qual consta, designadamente, a iden-
mento dos créditos previstos no artigo 317.o que se tificação do requerente e do respectivo empregador,
tenham vencido nos seis meses que antecedem a data bem como a discriminação dos créditos objecto do
da propositura da acção ou apresentação do requeri- pedido.
mento referido no artigo anterior. 2 — O requerimento é apresentado em modelo pró-
2 — Caso não haja créditos vencidos no período de prio, fixado por portaria do ministro responsável pela
referência mencionado no número anterior, ou o seu área laboral.
montante seja inferior ao limite máximo definido no 3 — O requerimento, devidamente instruído, é apre-
n.o 1 do artigo seguinte, o Fundo de Garantia Salarial sentado em qualquer serviço ou delegação do Instituto
assegura até este limite o pagamento de créditos ven- de Gestão Financeira da Segurança Social.
cidos após o referido período de referência.
3 — O Fundo de Garantia Salarial só assegura o paga- Artigo 324.o
mento dos créditos que lhe sejam reclamados até três Instrução
meses antes da respectiva prescrição.
O requerimento previsto no número anterior é ins-
o truído, consoante as situações, com os seguintes meios
Artigo 320.
de prova:
Limites das importâncias pagas
a) Certidão ou cópia autenticada comprovativa dos
1 — Os créditos são pagos até ao montante equiva- créditos reclamados pelo trabalhador emitida
lente a seis meses de retribuição, não podendo o mon- pelo tribunal competente onde corre o processo
tante desta exceder o triplo da retribuição mínima men- de insolvência ou pelo IAPMEI, no caso de ter
sal garantida. sido requerido o procedimento de conciliação;
2 — Se o trabalhador for titular de créditos corres- b) Declaração, emitida pelo empregador, compro-
pondentes a prestações diversas, o pagamento é prio- vativa da natureza e do montante dos créditos
ritariamente imputado à retribuição. em dívida declarados no requerimento pelo tra-
3 — Às importâncias pagas são deduzidos os valores balhador, quando o mesmo não seja parte
correspondentes às contribuições para a segurança social constituída;
4864 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
c) Declaração de igual teor, emitida pela Inspec- de que tem o direito de fazer parte um delegado
ção-Geral do Trabalho. designado por cada uma das listas concorrentes,
à qual compete convocar e presidir ao acto elei-
Artigo 325.o toral, bem como apurar o resultado do mesmo,
na parte não prevista no Código do Trabalho;
Prazo de apreciação b) O número, regras da eleição, na parte não pre-
1 — O requerimento deve ser objecto de decisão final vista neste capítulo, e duração do mandato dos
no prazo de 30 dias. membros da comissão de trabalhadores, bem
2 — A contagem do prazo previsto no número ante- como modo de preenchimento das vagas dos
rior suspende-se até à data de notificação do Fundo respectivos membros;
de Garantia Salarial pelo tribunal judicial ou pelo IAP- c) O funcionamento da comissão, resolvendo as
MEI, nos termos do n.o 4 do artigo 318.o questões relativas a empate de deliberações;
d) A articulação da comissão com as subcomissões
o de trabalhadores e a comissão coordenadora de
Artigo 326. que seja aderente;
Decisão e) A forma de vinculação, a qual deve exigir a assi-
natura da maioria dos seus membros, com um
A decisão proferida relativamente ao pedido é noti- mínimo de duas assinaturas;
ficada ao requerente, com a indicação, em caso de defe- f) O modo de financiamento das actividades da
rimento total ou parcial, nomeadamente, do montante comissão, o qual não pode, em caso algum, ser
a pagar, da respectiva forma de pagamento e dos valores assegurado por uma entidade alheia ao conjunto
deduzidos correspondentes às contribuições para a segu- dos trabalhadores da empresa;
rança social e à retenção na fonte do imposto sobre g) O processo de alteração de estatutos.
o rendimento.
2 — Os estatutos podem prever a existência de sub-
CAPÍTULO XXVII comissões de trabalhadores em estabelecimentos geo-
graficamente dispersos.
Comissões de trabalhadores: constituição,
estatutos e eleição Artigo 330.o
SECÇÃO I Capacidade
Âmbito Nenhum trabalhador da empresa pode ser prejudi-
cado nos seus direitos, nomeadamente de participar na
Artigo 327.o constituição da comissão de trabalhadores, na aprovação
Âmbito dos estatutos ou de eleger e ser eleito, designadamente
por motivo de idade ou função.
O presente capítulo regula o artigo 463.o do Código
do Trabalho.
Artigo 331.o
SECÇÃO II Regulamento
Constituição e estatutos da comissão de trabalhadores 1 — Com a convocação da votação deve ser publi-
citado o respectivo regulamento.
Artigo 328.o 2 — A elaboração do regulamento é da responsabi-
Constituição da comissão de trabalhadores e aprovação dos estatutos lidade dos trabalhadores que procedam à convocação
da votação.
1 — Os trabalhadores deliberam a constituição e Artigo 332.o
aprovam os estatutos da comissão de trabalhadores
mediante votação. Caderno eleitoral
2 — A votação é convocada com a antecedência 1 — O empregador deve entregar o caderno eleitoral
mínima de 15 dias por, no mínimo, 100 ou 20 % dos aos trabalhadores que procedem à convocação da vota-
trabalhadores da empresa, com ampla publicidade e ção dos estatutos, no prazo de quarenta e oito horas
menção expressa do dia, local, horário e objecto, após a recepção da cópia da convocatória, procedendo
devendo ser remetida simultaneamente cópia da con-
estes à sua imediata afixação na empresa e estabe-
vocatória ao órgão de gestão da empresa.
lecimento.
3 — Os projectos de estatutos submetidos a votação
2 — O caderno eleitoral deve conter o nome dos tra-
são propostos por, no mínimo, 100 ou 20 % dos tra-
balhadores da empresa e, sendo caso disso, agrupados
balhadores da empresa, devendo ser nesta publicitados
por estabelecimentos, à data da convocação da votação.
com a antecedência mínima de 10 dias.
Artigo 333.o
Artigo 329.o
Secções de voto
Estatutos
1 — Em cada estabelecimento com um mínimo de
1 — A comissão de trabalhadores é regulada pelos
10 trabalhadores deve haver, pelo menos, uma secção
seus estatutos, os quais devem prever, nomeadamente:
de voto.
a) A composição, eleição, duração do mandato e 2 — A cada mesa de voto não podem corresponder
regras de funcionamento da comissão eleitoral, mais de 500 votantes.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4865
3 — Cada secção de voto é composta por um pre- 2 — São aprovados os estatutos que recolherem o
sidente e dois vogais, que dirigem a respectiva votação, maior número de votos.
ficando, para esse efeito, dispensados da respectiva pres- 3 — A validade da aprovação dos estatutos depende
tação de da aprovação da deliberação de constituir a comissão
4 — Cada grupo de trabalhadores proponente de um de trabalhadores.
projecto de estatutos pode designar um representante
em cada mesa, para acompanhar a votação. Artigo 338.o
Publicidade do resultado da votação
Artigo 334.o
A comissão eleitoral deve, no prazo de 15 dias a contar
Votação da data do apuramento, proceder à afixação dos resul-
tados da votação, bem como de cópia da respectiva acta
1 — A votação da constituição da comissão de tra- no local ou locais em que a votação teve lugar e comu-
balhadores e dos projectos de estatutos é simultânea, nicá-los ao órgão de gestão da empresa.
com votos distintos.
2 — As urnas de voto são colocadas nos locais de
trabalho, de modo a permitir que todos os trabalhadores Artigo 339.o
possam votar e a não prejudicar o normal funcionamento
Alteração dos estatutos
da empresa ou estabelecimento.
3 — A votação é efectuada durante as horas de À alteração dos estatutos é aplicável o disposto nos
trabalho. artigos anteriores, com as necessárias adaptações.
4 — A votação inicia-se, pelo menos, trinta minutos
antes do começo e termina, pelo menos, sessenta minu-
tos depois do termo do período de funcionamento da SECÇÃO III
empresa ou estabelecimento.
5 — Os trabalhadores podem votar durante o respec- Eleição da comissão e das subcomissões de trabalhadores
tivo horário de trabalho, para o que cada um dispõe
do tempo para tanto indispensável. Artigo 340.o
6 — Em empresa com estabelecimentos geografica-
mente dispersos, a votação realiza-se em todos eles no Regras gerais da eleição
mesmo dia, horário e nos mesmos termos.
7 — Quando, devido ao trabalho por turnos ou outros 1 — Os membros da comissão de trabalhadores e das
motivos, não seja possível respeitar o disposto no subcomissões de trabalhadores são eleitos, de entre as
número anterior, a abertura das urnas de voto para o listas apresentadas pelos trabalhadores da respectiva
respectivo apuramento deve ser simultânea em todos empresa ou estabelecimento, por voto directo e secreto,
os estabelecimentos. e segundo o princípio de representação proporcional.
2 — O acto eleitoral é convocado com a antecedência
de 15 dias, salvo se os estatutos fixarem um prazo supe-
Artigo 335.o rior, pela comissão eleitoral constituída nos termos dos
Acta estatutos ou, na sua falta, por, no mínimo, 100 ou 20 %
dos trabalhadores da empresa, com ampla publicidade
1 — De tudo o que se passar na votação é lavrada e menção expressa do dia, local, horário e objecto,
acta que, depois de lida e aprovada pelos membros da devendo ser remetida simultaneamente cópia da con-
mesa de voto, é por estes assinada e rubricada. vocatória ao órgão de gestão da empresa.
2 — Os votantes devem ser identificados e registados 3 — Só podem concorrer as listas que sejam subscritas
em documento próprio, com termos de abertura e encer- por, no mínimo, 100 ou 20 % dos trabalhadores da
ramento, assinado e rubricado em todas as folhas pelos empresa ou, no caso de listas de subcomissões de tra-
membros da mesa, o qual constitui parte integrante da balhadores, 10 % dos trabalhadores do estabelecimento,
acta. não podendo qualquer trabalhador subscrever ou fazer
Artigo 336.o parte de mais de uma lista concorrente à mesma
estrutura.
Apuramento global 4 — A eleição dos membros da comissão de traba-
lhadores e das subcomissões de trabalhadores decorre
1 — O apuramento global da votação da constituição em simultâneo, sendo aplicável o disposto nos arti-
da comissão de trabalhadores e dos estatutos é feito gos 332.o a 336.o, com as necessárias adaptações.
por uma comissão eleitoral. 5 — Na falta da comissão eleitoral eleita nos termos
2 — De tudo o que se passar no apuramento global
dos estatutos, a mesma é constituída por um represen-
é lavrada acta que, depois de lida e aprovada pelos mem-
bros da comissão eleitoral, é por estes assinada e tante de cada uma das listas concorrentes e igual número
rubricada. de representantes dos trabalhadores que convocaram
a eleição.
Artigo 337.o
Artigo 341.o
Deliberação
Publicidade do resultado da eleição
1 — A deliberação de constituir a comissão de tra-
balhadores deve ser aprovada por maioria simples dos À publicidade dos resultados da eleição é aplicável
votantes. o disposto no artigo 338.o
4866 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
Disposições gerais
Artigo 362.o
Representantes dos trabalhadores nos órgãos Artigo 365.o
das entidades públicas empresariais
Âmbito
1 — Nas entidades públicas empresariais, as comis-
1 — O presente capítulo regula o n.o 1 do artigo 471.o
sões de trabalhadores promovem a eleição, nos termos
e o artigo 474.o do Código do Trabalho.
dos artigos 332.o a 336.o e do n.o 1 do artigo 337.o,
2 — O disposto no n.o 3 do artigo 471.o do Código
de representantes dos trabalhadores para os órgãos
do Trabalho aplica-se sem prejuízo de o acordo referido
sociais das mesmas.
no artigo 373.o poder estabelecer um âmbito mais amplo.
2 — As comissões de trabalhadores devem comunicar
3 — Se um grupo de empresas de dimensão comu-
ao ministério responsável pelo sector de actividade da
nitária abranger uma ou mais empresas ou grupos de
entidade pública empresarial a realização das eleições
empresas de dimensão comunitária, o conselho de
que promovem nos termos do número anterior.
empresa europeu ou o procedimento de informação e
3 — O número de trabalhadores a eleger e o órgão
consulta é instituído a nível daquele grupo, salvo esti-
social competente são os previstos nos estatutos das res-
pulação em contrário no acordo referido no artigo 373.o
pectivas entidades públicas empresariais.
Artigo 366.o
SECÇÃO V
Empresa que exerce o controlo
Participação nos processos de reestruturação da empresa
1 — Para efeitos do artigo 473.o do Código do Tra-
Artigo 363. o balho, presume-se que uma empresa tem influência
dominante sobre outra se, directa ou indirectamente,
Legitimidade para participar satisfizer um dos seguintes critérios:
O direito de participar nos processos de reestrutu- a) Puder designar mais de metade dos membros
ração da empresa deve ser exercido: do órgão de administração ou do órgão de
fiscalização;
a) Directamente pelas comissões de trabalhadores, b) Dispuser de mais de metade dos votos na assem-
quando se trate de reestruturação da empresa; bleia geral;
b) Através da correspondente comissão coordena- c) Tiver a maioria do capital social.
dora, quando se trate da reestruturação de
empresas do sector a que pertença a maioria
das comissões de trabalhadores por aquela 2 — Para efeitos do número anterior, os direitos da
coordenadas. empresa dominante compreendem os direitos de qual-
quer empresa controlada ou de pessoa que actue em
nome próprio, mas por conta da empresa que exerce
Artigo 364.o o controlo ou de qualquer empresa controlada.
3 — Se duas ou mais empresas satisfizerem os cri-
Direitos de participação
térios referidos no n.o 1, estes são aplicáveis segundo
No âmbito do exercício do direito de participação a respectiva ordem de precedência.
na reestruturação da empresa, as comissões de traba- 4 — A pessoa mandatada para exercer funções numa
lhadores e as comissões coordenadoras têm: empresa, nos termos do processo de insolvência, não
se presume que tenha influência dominante sobre ela.
a) O direito de serem previamente ouvidas e de 5 — A sociedade abrangida pelas alíneas a) ou c) do
emitirem parecer, nos termos e prazos previstos n.o 5 do artigo 3.o do Regulamento (CEE) n.o 4064/89,
no n.o 2 do artigo 357.o, sobre os planos ou do Conselho, de 21 de Dezembro, relativo ao controlo
projectos de reestruturação referidos no das operações de concentração de empresas, não se con-
artigo anterior; sidera que controla a empresa de que tenha parti-
b) O direito de serem informadas sobre a evolução cipações.
dos actos subsequentes;
c) O direito de serem informadas sobre a formu- Artigo 367.o
lação final dos instrumentos de reestruturação Casos especiais de empresa que exerce o controlo
e de se pronunciarem antes de aprovados;
d) O direito de reunirem com os órgãos encar- Se a empresa que controla um grupo de empresas
regados dos trabalhos preparatórios de rees- tiver sede num Estado não membro, considera-se que
truturação; uma empresa do grupo situada em território nacional
e) O direito de emitirem juízos críticos, sugestões exerce o controlo se representar, para o efeito, a
e reclamações junto dos órgãos sociais da empresa que controla o grupo ou, na sua falta, empregar
empresa ou das entidades legalmente compe- o maior número de trabalhadores entre as empresas
tentes. do grupo situadas nos Estados membros.
4870 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
4 — A eleição ou designação dos membros do con- o direito de reunir com a administração, pelo menos
selho de empresa europeu representantes dos trabalha- uma vez por ano, para efeitos de informação e consulta.
dores de estabelecimentos ou empresas situados em ter- 2 — A reunião referida no número anterior tem lugar
ritório nacional é regulada pelo artigo 392.o um mês após a apresentação do relatório referido no
artigo anterior, salvo se o conselho de empresa europeu
Artigo 379.o aceitar um prazo mais curto.
3 — A administração deve informar as direcções dos
Funcionamento estabelecimentos ou empresas do grupo da realização
1 — O conselho de empresa europeu deve comunicar da reunião.
a sua composição à administração, a qual informa as 4 — A administração e o conselho de empresa euro-
direcções das empresas do grupo. peu devem regular, por protocolo, os procedimentos
2 — O conselho de empresa europeu que tenha pelo relativos às reuniões.
menos 12 membros deve instituir um conselho restrito
composto, no máximo, por três membros, eleitos entre Artigo 383.o
si pelos membros do conselho de empresa europeu. Informação e consulta em situações excepcionais
3 — O conselho de empresa europeu deve aprovar
o seu regulamento interno. 1 — O conselho restrito ou, na sua falta, o conselho
4 — Antes de efectuar qualquer reunião com a admi- de empresa europeu tem o direito de ser informado
nistração, o conselho de empresa europeu ou o conselho pela administração sobre quaisquer questões que afec-
restrito tem o direito de se reunir sem a presença tem consideravelmente os interesses dos trabalhadores,
daquela, podendo participar na reunião deste último nomeadamente a mudança de instalações que implique
os membros do conselho de empresa europeu repre- transferências de locais de trabalho, o encerramento de
sentantes dos trabalhadores dos estabelecimentos ou empresas ou estabelecimentos e o despedimento colec-
empresas directamente afectados pelas medidas. tivo.
5 — O conselho de empresa europeu e o conselho 2 — O conselho restrito ou, na sua falta, o conselho
restrito podem ser assistidos por peritos da sua escolha, de empresa europeu tem o direito de reunir, a seu
sempre que o julgarem necessário ao cumprimento das pedido, com a administração, ou outro nível de direcção
suas funções. da empresa ou do grupo mais apropriado com com-
petência para tomar decisões, a fim de ser informado
Artigo 380.o e consultado sobre as medidas que afectem conside-
Informação e consulta ravelmente os interesses dos trabalhadores.
3 — Antes da realização da reunião, a administração
1 — O conselho de empresa europeu tem o direito deve apresentar ao conselho de empresa europeu um
de ser informado e consultado pela administração sobre relatório, pormenorizado e fundamentado, sobre as
as questões relativas ao conjunto da empresa ou do medidas referidas no n.o 1.
grupo ou, no mínimo, a dois estabelecimentos ou empre- 4 — A reunião deve efectuar-se, com a maior bre-
sas do grupo situados em Estados membros diferentes. vidade possível, a pedido do conselho restrito ou do
2 — O conselho de empresa europeu tem igualmente conselho de empresa europeu, devendo, no primeiro
o direito de ser informado e consultado pela adminis- caso, participar também os membros do conselho que
tração sobre factos ocorridos num único Estado membro representam os trabalhadores dos estabelecimentos ou
se as suas causas ou os seus efeitos envolverem esta- empresas directamente afectados pelas medidas.
belecimentos ou empresas situados em, pelo menos, dois 5 — O conselho restrito ou o conselho de empresa
Estados membros. europeu pode emitir um parecer durante a reunião ou,
na falta de acordo sobre período superior, num prazo
Artigo 381.o de 15 dias.
Relatório anual
Artigo 384.o
1 — A administração deve apresentar ao conselho de Informação dos representantes locais
empresa europeu um relatório anual pormenorizado e
documentado sobre a evolução e as perspectivas das Os membros do conselho de empresa europeu devem
actividades da empresa ou do grupo de empresas. informar os representantes dos trabalhadores dos esta-
2 — O relatório deve conter informação sobre a estru- belecimentos ou empresas do grupo ou, na sua falta,
tura da empresa ou do grupo, situação económica e os trabalhadores sobre as informações recebidas e os
financeira, evolução provável das actividades, produção resultados das consultas realizadas.
e vendas, situação e evolução previsível do emprego,
investimentos, alterações mais importantes relativas à
organização, métodos de trabalho ou processos de pro- Artigo 385.o
dução, transferências de produção, fusões, redução da Negociação de um acordo sobre informação e consulta
dimensão ou encerramento de empresas, estabelecimen-
tos ou de partes importantes de estabelecimentos e des- 1 — Quatro anos após a sua constituição, o conselho
pedimentos colectivos. de empresa europeu pode propor à administração nego-
ciações para a instituição por acordo de um conselho
de empresa europeu ou um procedimento de informação
Artigo 382.o e consulta.
Reuniões com a administração 2 — A administração deve responder à proposta do
conselho de empresa europeu e, no decurso das nego-
1 — Após a apresentação do relatório previsto no ciações, as partes devem respeitar os princípios da boa
artigo anterior, o conselho de empresa europeu tem fé.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4873
3 — Ao acordo referido no número anterior é apli- c) Pagar as despesas de pelo menos um perito do
cável o regime dos artigos 373.o a 376.o grupo especial de negociação, bem como do
4 — Em caso de acordo, as disposições da presente conselho de empresa europeu.
secção deixam de se aplicar a partir do momento da
constituição do conselho de empresa europeu ou da 2 — Não são abrangidos pelo número anterior os
designação dos representantes dos trabalhadores no encargos dos observadores referidos no n.o 3 do
âmbito do procedimento de informação e consulta. artigo 371.o
3 — As despesas referidas no n.o 1 são, nomeada-
mente, as respeitantes à organização de reuniões,
SECÇÃO IV incluindo as do próprio grupo especial de negociação,
Disposições comuns ou do conselho de empresa europeu, ou do conselho
restrito, bem como as traduções, estadas e deslocações
e ainda a remuneração do perito.
Artigo 386.o 4 — Relativamente ao conselho de empresa europeu,
Relacionamento entre a administração e os representantes o disposto no n.o 3, excepto no que respeita a despesas
dos trabalhadores relativas a pelo menos um perito, pode ser regulado
A administração, o conselho de empresa europeu e diferentemente por acordo com a administração.
os representantes dos trabalhadores no âmbito do pro- 5 — A administração pode custear as despesas de des-
cedimento de informação e consulta devem cooperar locação e estada dos membros do grupo especial de
e agir com boa fé no exercício dos direitos e no cum- negociação e do conselho de empresa europeu com base
primento dos deveres respectivos. no regime de deslocações em serviço dos estabeleci-
mentos ou empresas em que trabalham e, relativamente
às despesas do perito, no regime aplicável aos membros
Artigo 387.o provenientes do mesmo Estado membro.
6 — Da aplicação do critério referido no número
Informações confidenciais
anterior não pode resultar um pagamento de despesas
1 — Os membros do grupo especial de negociação, de deslocação e estada a algum membro do grupo espe-
do conselho de empresa europeu, os representantes dos cial de negociação ou do conselho de empresa europeu
trabalhadores no âmbito do procedimento de informa- menos favorável do que a outro.
ção e consulta e os respectivos peritos não devem revelar 7 — O grupo especial de negociação, o conselho de
a terceiros as informações recebidas com expressa empresa europeu e o conselho restrito têm direito aos
reserva de confidencialidade, a qual deve ser justificada. meios materiais necessários ao cumprimento das res-
2 — O dever de sigilo mantém-se independentemente pectivas missões, incluindo instalações e locais de afi-
do local em que os obrigados se encontrem durante xação da informação.
e após os respectivos mandatos.
3 — O disposto nos números anteriores é extensivo SECÇÃO V
aos representantes de trabalhadores de estabelecimen-
tos ou empresas situados em Estados não membros que Disposições de carácter nacional
assistam às negociações, nos termos do n.o 3 do
artigo 371.o Artigo 389.o
4 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio- Âmbito
res, a administração apenas pode recusar a prestação
de informações que sejam classificadas como confiden- As disposições desta secção são aplicáveis aos esta-
ciais, nos termos do disposto no n.o 2 do artigo 374.o belecimentos e empresas situados em território nacional
5 — A decisão referida no n.o 4 deve ser justificada, pertencentes a empresas ou a grupos de empresas de
na medida do possível, sem pôr em causa a reserva dimensão comunitária cuja sede principal e efectiva da
da informação. administração se situe em qualquer Estado membro,
6 — O grupo especial de negociação, o conselho de bem como aos representantes dos respectivos traba-
empresa europeu e os representantes dos trabalhadores lhadores.
no âmbito do procedimento de informação e consulta Artigo 390.o
podem impugnar judicialmente a decisão da adminis-
Cálculo do número de trabalhadores
tração de exigir confidencialidade ou de não prestar
determinadas informações. 1 — Para efeito desta secção, o número de trabalha-
dores dos estabelecimentos ou empresas do grupo cor-
Artigo 388.o responde ao número médio de trabalhadores nos dois
anos anteriores ao pedido de constituição do grupo espe-
Recursos financeiros e materiais cial de negociação ou à constituição do conselho de
1 — A administração deve: empresa europeu, nos termos dos artigos 369.o e 377.o
2 — Os trabalhadores a tempo parcial são conside-
a) Pagar as despesas do grupo especial de nego- rados para efeitos do disposto no número anterior, inde-
ciação relativas às negociações, de modo que pendentemente da duração do seu período normal de
este possa exercer adequadamente as suas trabalho.
funções; 3 — Os estabelecimentos ou empresas devem infor-
b) Dotar os membros do conselho de empresa mar os interessados, a seu pedido, sobre o número de
europeu dos recursos financeiros necessários às trabalhadores e a sua distribuição pelos Estados mem-
suas despesas de funcionamento e às do con- bros, aplicando-se para o efeito o estabelecido na alí-
selho restrito, se existir; nea e) do n.o 1 do artigo 374.o
4874 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
posta que assegure o funcionamento dos serviços de desde que não ultrapasse o montante global do crédito
natureza urgente e essencial. de horas atribuído nos termos do n.o 1 e comunique
3 — Após a recepção da comunicação referida no tal facto ao empregador com a antecedência mínima
n.o 1 e, sendo caso disso, da proposta prevista no número de 15 dias.
anterior, o empregador é obrigado a pôr à disposição 5 — No caso de federação, união ou confederação
dos promotores das reuniões, desde que estes o requei- deve atender-se ao número de trabalhadores filiados
ram, local situado no interior da empresa, ou na sua nas associações que fazem parte daquelas estruturas de
proximidade, que seja apropriado à realização das mes- representação colectiva dos trabalhadores.
mas, tendo em conta os elementos da comunicação, da
proposta, bem como a necessidade de respeitar o dis-
Artigo 401.o
posto na parte final dos n.os 1 e 2 do artigo 497.o do
Código do Trabalho. Não cumulação de crédito de horas
4 — Os membros da direcção das associações sindi-
Não pode haver lugar a cumulação do crédito de horas
cais que não trabalhem na empresa podem participar
pelo facto de o trabalhador pertencer a mais de uma
nas reuniões mediante comunicação dos promotores ao
estrutura de representação colectiva dos trabalhadores.
empregador com a antecedência mínima de seis horas.
Artigo 402.o
CAPÍTULO XXXI
Faltas
Associações sindicais
1 — Os membros da direcção cuja identificação foi
Artigo 399. o comunicada ao empregador nos termos do n.o 3 do
artigo 400.o usufruem do direito a faltas justificadas.
Âmbito 2 — Os demais membros da direcção usufruem do
O presente capítulo regula o n.o 2 do artigo 505.o direito a faltas justificadas até ao limite de 33 faltas
do Código do Trabalho. por ano.
Artigo 403.o
o
Artigo 400. Suspensão do contrato de trabalho
Crédito de horas dos membros da direcção
Quando as faltas determinadas pelo exercício de acti-
1 — Sem prejuízo do disposto em instrumento de vidade sindical se prolongarem efectiva ou previsivel-
regulamentação colectiva de trabalho, o número máximo mente para além de um mês aplica-se o regime da sus-
de membros da direcção da associação sindical que pensão do contrato de trabalho por facto respeitante
beneficiam do crédito de horas, em cada empresa, é ao trabalhador.
determinado da seguinte forma:
a) Empresa com menos de 50 trabalhadores sin- CAPÍTULO XXXII
dicalizados — 1 membro;
b) Empresa com 50 a 99 trabalhadores sindicali- Participação das organizações representativas
zados — 2 membros;
c) Empresa com 100 a 199 trabalhadores sindi- Artigo 404.o
calizados — 3 membros; Âmbito
d) Empresa com 200 a 499 trabalhadores sindi-
calizados — 4 membros; O presente capítulo regula o artigo 529.o do Código
e) Empresa com 500 a 999 trabalhadores sindi- do Trabalho.
calizados — 6 membros;
Artigo 405.o
f) Empresa com 1000 a 1999 trabalhadores sin-
dicalizados — 7 membros; Modelo
g) Empresa com 2000 a 4999 trabalhadores sin-
A participação das comissões de trabalhadores ou res-
dicalizados — 8 membros;
pectivas comissões coordenadoras, associações sindicais
h) Empresa com 5000 a 9999 trabalhadores sin-
e associações de empregadores na elaboração da legis-
dicalizados — 10 membros;
lação do trabalho deve conter:
i) Empresa com 10 000 ou mais trabalhadores sin-
dicalizados — 12 membros. a) Identificação do projecto ou proposta de diploma,
seguido da indicação da respectiva matéria;
2 — Para o exercício das suas funções, cada membro b) Identificação da comissão de trabalhadores,
da direcção beneficia do crédito de horas correspon- comissão coordenadora, associação sindical ou
dente a quatro dias de trabalho por mês, mantendo o associação de empregadores que se pronuncia;
direito à retribuição. c) Âmbito subjectivo, objectivo e geográfico ou,
3 — A direcção da associação sindical deve comunicar tratando-se de comissões de trabalhadores ou
à empresa, até 15 de Janeiro de cada ano civil e nos comissões coordenadoras, o sector de actividade
15 dias posteriores a qualquer alteração da composição e área geográfica da empresa ou empresas;
da direcção, a identificação dos membros que benefi- d) Número de trabalhadores ou de empregadores
ciam do crédito de horas. representados;
4 — O previsto nos números anteriores não prejudica e) Data, assinatura de quem legalmente represente
a possibilidade de a direcção da associação sindical atri- a organização que se pronuncia ou de todos
buir créditos de horas a outros membros da mesma, os seus membros e carimbo da organização.
4876 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
1 — Qualquer árbitro deve ser substituído na com- 1 — O processo arbitral é presidido pelo árbitro desig-
posição do tribunal arbitral em caso de morte ou nado pelos árbitros nomeados pelas partes ou, na sua
incapacidade. falta, pelo designado por sorteio de entre os árbitros
2 — No caso previsto no número anterior aplicam-se constantes da lista de árbitros presidentes.
as regras relativas à nomeação de árbitros. 2 — Compete ao presidente do tribunal arbitral pre-
parar o processo, dirigir a instrução e conduzir os
trabalhos.
Artigo 414.o
Artigo 420.o
Substituição na lista de árbitros
Impedimento e suspeição
1 — Para efeitos do n.o 7 do artigo 570.o do Código
do Trabalho, qualquer árbitro deve ser substituído na O requerimento de impedimento apresentado pelas
respectiva lista em caso de morte, renúncia ou inca- partes, bem como o pedido de escusa é decidido pelo
pacidade permanente. presidente do Conselho Económico e Social.
2 — O artigo anterior aplica-se aos casos de substi-
tuição de árbitros. Artigo 421.o
Artigo 415.o Questões processuais
Limitações de actividades O tribunal arbitral decide todas as questões pro-
cessuais.
Quem fizer parte de lista de árbitros, bem como nos
dois anos subsequentes ao seu termo, desde que neste Artigo 422.o
caso tenha intervindo numa arbitragem, está impedido Contagem dos prazos
de ser membro de corpos sociais de associação sindical,
associação de empregadores e de exercer qualquer acti- Os prazos previstos neste capítulo suspendem-se aos
vidade ao serviço destas entidades. sábados, domingos e feriados.
A violação do disposto no n.o 2 do artigo 412.o ou Em todos os actos da arbitragem é utilizada a língua
no artigo anterior determina a imediata substituição do portuguesa.
árbitro na composição do tribunal arbitral e na respec- Artigo 424.o
tiva lista, bem como a impossibilidade de integrar qual- Dever de sigilo
quer lista de árbitros durante cinco anos e a devolução
dos honorários recebidos. Todas as pessoas que, pelo exercício das suas funções,
tenham contacto com o processo de arbitragem ficam
sujeitas ao dever de sigilo.
Artigo 417.o
Competência do presidente do Conselho Económico e Social
SUBSECÇÃO II
Compete ao presidente do Conselho Económico e Audição das partes
Social decidir sobre a verificação de qualquer situação
que implique a substituição de árbitro na composição Artigo 425.o
do tribunal arbitral ou na lista de árbitros, bem como
promover os actos necessários à respectiva substituição. Início da arbitragem
No caso de ausência de previsão em instrumento de No caso de acordo parcial, incidindo este sobre a
regulamentação colectiva de trabalho aplicável ou definição dos serviços mínimos, a arbitragem prossegue
acordo entre os representantes dos trabalhadores e dos em relação aos meios necessários para os assegurar.
empregadores quanto à definição dos serviços mínimos
e quanto aos meios necessários para os assegurar, até Artigo 446.o
ao termo do terceiro dia de calendário posterior ao aviso
prévio da greve, os serviços competentes do ministério Peritos
responsável pela área laboral comunicam tal facto ao O colégio arbitral pode ser assistido por peritos.
secretário-geral do Conselho Económico e Social.
1 — O mapa do quadro de pessoal pode ser apre- O presente capítulo regula a apresentação anual do
sentado por meio informático, nomeadamente em balanço social.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4881
5 — Da diligência é sempre lavrado o respectivo auto, nos n.os 1 e 2 do artigo 61.o e no n.o 3 do mesmo artigo,
que deve ser assinado pelo agente de fiscalização e pela no caso de ter sido excedido um valor limite de exposição
pessoa que tiver assistido ao acto. profissional obrigatório, no artigo 62.o, nos n.os 1, 3 e
6 — Quando a actividade seja exercida em estabe- 5 do artigo 63.o e a omissão, por parte do empregador,
lecimento do trabalhador, a Inspecção-Geral do Tra- da conduta necessária para impedir que os trabalhadores
balho deve, no mais curto prazo possível, averiguar as exerçam funções na área afectada sem respeitar as con-
condições em que o trabalho é prestado e, se for caso dições do n.o 4 do artigo 63.o, se for ultrapassado um
disso, determinar as medidas que se justifiquem por valor limite de exposição profissional obrigatório.
razões de segurança, higiene e saúde do trabalhador. 2 — Constitui contra-ordenação grave a violação do
7 — A trabalhadora grávida, puérpera ou lactante, disposto nos n.os 2, 3 e 5 do artigo 45.o, nas alíneas g)
ou os seus representantes, têm direito de requerer à e h) do artigo 48.o, nos artigos 49.o a 52.o e 54.o, nos
Inspecção-Geral do Trabalho acção de fiscalização, a n.os 1, 2, 4 e 5 do artigo 55.o, no n.o 1 do artigo 56.o,
realizar com prioridade e urgência, se o empregador nos artigos 57.o e 58.o, nos n.os 1 e 3 do artigo 59.o,
não cumprir as obrigações decorrentes do artigo 49.o no n.o 3 do artigo 60.o, no n.o 3 do artigo 61.o, no caso
do Código do Trabalho. de ter sido excedido um valor limite de exposição pro-
fissional indicativo, no n.o 2 do artigo 63.o, bem como
a omissão, por parte do empregador, da conduta neces-
SECÇÃO II sária para impedir que os trabalhadores exerçam funções
Contra-ordenações em especial
na área afectada sem respeitar as condições do n.o 4
do artigo 63.o, se for ultrapassado um valor limite de
exposição profissional indicativo, bem como dos arti-
Artigo 470.o gos 64.o e 65.o
Trabalho no domicílio Artigo 475.o
1 — Constitui contra-ordenação grave a violação do Maternidade e paternidade
disposto no n.o 2 do artigo 15.o, no n.o 3 do artigo 16.o,
nos artigos 17.o e 19.o, nos n.os 1 e 3 do artigo 20.o 1 — Constitui contra-ordenação muito grave a vio-
e nos artigos 21.o, 22.o e 25.o lação do disposto nos n.os 1, 3 e 6 do artigo 68.o
2 — Constitui contra-ordenação leve a violação do 2 — Constitui contra-ordenação grave a violação do
disposto no n.o 3 do artigo 15.o e no n.o 4 do artigo 20.o disposto no n.o 4 do artigo 70.o, nos n.os 1, 2, 6 e 7
do artigo 71.o, nos n.os 3, 4 e 5 do artigo 73.o, no n.o 2
do artigo 76.o, no n.o 2 do artigo 80.o, no artigo 96.o,
Artigo 471.o nas alíneas a) e b) dos n.os 1 e no n.o 2 do artigo 97.o,
Dados biométricos no n.o 4 do artigo 98.o e no n.o 2 do artigo 101.o
3 — Constitui, ainda, contra-ordenação grave o impe-
Constitui contra-ordenação grave a violação do dis- dimento, por parte do empregador, que a trabalhadora
posto nos n.os 1 e 3 do artigo 27.o grávida efectue a consulta pré-natal ou a preparação
para o parto durante o horário de trabalho, quando
Artigo 472.o a mesma não for possível fora desse horário, bem como
a violação do disposto no artigo 47.o do Código do
Utilização de meios de vigilância a distância Trabalho.
1 — Constitui contra-ordenação muito grave a vio- 4 — Constitui contra-ordenação leve a violação do
lação do disposto no n.o 1 do artigo 28.o disposto no artigo 67.o
2 — Constitui contra-ordenação grave a violação do 5 — O disposto nos números anteriores não é apli-
disposto no n.o 3 do artigo 28.o cável no âmbito da relação jurídica de emprego público
que confira a qualidade de funcionário ou agente da
Administração Pública.
Artigo 473.o
Igualdade Artigo 476.o
1 — O disposto no artigo 642.o do Código do Trabalho Trabalho de menores
é extensivo aos factores de discriminação referidos no 1 — Constitui contra-ordenação muito grave a vio-
n.o 3 do artigo 32.o lação do disposto no n.o 3 do artigo 115.o, nos arti-
2 — Constitui contra-ordenação muito grave a vio- gos 116.o a 121.o e nos artigos 123.o a 126.o
lação do disposto no artigo 34.o 2 — Constitui contra-ordenação grave a violação do
3 — Constitui contra-ordenação leve a violação do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 115.o, do n.o 2 do
disposto nos artigos 31.o e 40.o artigo 122.o e do n.o 2 artigo 131.o
3 — Constitui contra-ordenação leve a violação do
Artigo 474.o disposto no n.o 4 do artigo 131.o
4 — A decisão condenatória pode ser objecto de
Protecção do património genético publicidade.
1 — Constitui contra-ordenação muito grave a pro- Artigo 477.o
dução ou utilização de agentes biológicos, físicos ou quí- Participação de menores em espectáculos e outras actividades
micos susceptíveis de implicar riscos para o património
genético referidos no artigo 42.o, a violação do disposto 1 — Constitui contra-ordenação muito grave, impu-
no n.o 1 do artigo 45.o, nos n.os 1 a 5 do artigo 46.o, tável à entidade promotora, a violação do disposto nos
no artigo 47.o, nas alíneas a) a f), i) e l) a n) do artigo 48.o, n.os 2 e 3 do artigo 139.o, no artigo 140.o e nos n.os 1,
no n.o 2 do artigo 59.o, nos n.os 1 e 2 do artigo 60.o, 3 e 4 do artigo 141.o
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4883
2 — Constitui contra-ordenação grave, imputável à dívida ao trabalhador, a efectuar dentro do prazo esta-
entidade promotora, a violação do disposto no belecido para pagamento da coima.
artigo 144.o e nos n.os 2 e 3 do artigo 145.o
3 — A contra-ordenações muito graves podem ser Artigo 484.o
aplicadas, tendo em conta a culpa do agente, as seguintes
sanções acessórias: Serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho
1 — O apoio administrativo é facultado à Comissão O presente diploma transpõe para a ordem jurídica
para a Igualdade no Trabalho e no Emprego pelo IEFP. nacional as Directivas n.os 2003/113/CE, de 3 de Dezem-
2 — Os encargos com o pessoal e o funcionamento bro, 2003/118/CE, de 5 de Dezembro, e 2004/2/CE, de
da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no 9 de Janeiro, da Comissão, que alteram a Directiva
Emprego são suportados pelo orçamento do IEFP. n.o 86/363/CEE, do Conselho, de 24 de Julho, relativa
4886 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
à fixação de teores máximos para os resíduos de pes- Manuela Dias Ferreira Leite — Maria Teresa Pinto Basto
ticidas à superfície e no interior dos géneros alimentícios Gouveia — Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona —
de origem animal. Armando José Cordeiro Sevinate Pinto.
Artigo 2.o
Promulgado em 15 de Julho de 2004.
Alteração ao Decreto-Lei n.o 51/2004, de 10 de Março
ANEXO
ANEXO II
Parte A
Pendimetalina (a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Clordano (soma dos isómeros cis e trans e do oxiclordano, expressos 0,05 0,002 0,005
em clordano).
DDT (soma dos isómeros de DDT, de TDE e de DDD, expressos 1 0,04 0,05
em DDT).
Cipermetrina, incluindo outras somas de isómeros componentes (*) 0,05 (*) 0,02 (*) 0,05
(soma dos isómeros). ex 02 07 carne de aves de
capoeira.
0,2 outros produtos . . . . . .
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4887
Fenvalerato e esfenvarelato:
Soma dos isómeros RR e SS:
02 07 carne de aves de capoeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) 0,02
Outros produtos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0,2 (*) 0,02 (*) 0,02
Ciflutrina, incluindo outras misturas de constituintes isómeros (soma 0,05 (*) 0,02 (*) 0,02
dos isómeros).
Lambda-cialotrina, incluindo outras misturas de constituintes isó- 0,5 (salvo 0207 carnes de
meros (soma de isómeros). aves de capoeira).
0,05 0,02
(*) 0,02 (0207 carnes de
aves de capoeira).
Endossulfão (soma dos isómeros alfa e beta e do endossulfão-sulfato, 0,1 0,004 (*) 0,1
expressa em endossulfão).
Fentina (resíduos: fentina, expressa em catiões trifenilestanho) . . . . . (*) 0,05 (*) 0,05 (*) 0,05
Dissulfotão (resíduos: soma de dissulfotão, seus sulfóxido de dis- (*) 0,02 (*) 0,02 (*) 0,02
sulfotão e sulfona, expressa em dissulfotão).
Dicofol (resíduos: soma de isómeros P, P’, e O, P’) . . . . . . . . . . . . . . . 0,5: carne de bovinos, ovi-
nos e caprinos.
0,1: carne de aves de 0,02 (*) 0,05
capoeira.
(*) 0,05: outros . . . . . . . . . .
Abamectina (soma de avermectina B1a, da avermectina B1b e do 0,02 fígado de bovino (v. (*) 0,005 (*) 0,01
isómero delta-8,9 da avermectina B1a). Reg. n.o 3245/93).
(*) 0,01 outros produtos . . .
Flucitrinato (soma de isómeros, expressa em flucitrinato) . . . . . . . . . (*) 0,05 (*) 0,05 (*) 0,05
Procloraz (soma de procloraz e dos seus metabolitos que contenham 0,2 gordura de bovino . . . . (*) 0,02 (*) 0,1
o grupo 2,4, 6-triclorofenol, expressa em procloraz). 2,0 fígado de bovino . . . . . .
(*) 0,1 outros produtos . . .
0,5 rins de bovino . . . . . . . .
Resmetrina, incluindo outras misturas de isómeros constituintes (*) 0,1 (*) 0,1 (*) 0,1
(soma de isómeros).
Triademenol e triademefão (soma do triademenol e do triademefão) (*) 0,1 (*) 0,1 (*) 0,1
Ciclanilida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,01
Parte B
2,4 — DB (a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 carne, 0,1 (p) (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,05
fígado, rim.
Paratião-metilo (soma do paratião-metilo e do paraoxão-metilo, (*) 0,02 (*) 0,02 (*) 0,02
expressa em paratião-metilo) (b).
Fenamifos (soma de fenamifos e dos seus sulfóxido e sulfona expressa (*) 0,01 (*) 0,005 (*) 0,01
em fenamifos) (c).
Benomil, carbendazime, tiofanato-metilo (soma expressa em car- (*) 0,1 (*) 0,1 (*) 0,1
bendazime).
Mancozebe manebe, metirane, propinebe, zinebe (soma expressa em (*) 0,05 (*) 0,05 (*) 0,05
CS2).
Iprodiona, procimidona, vinclozolina (soma dos compostos e de todos (*) 0,05 (*) 0,05 (*) 0,05
os metabolitos que contenham a fracção 3,5 — dicloroanilina,
expressa em 3,5-dicloroanilina).
Daminozida (soma da daminozida e da 1,1-dimetil-hidrazina, (*) 0,05 (*) 0,05 (*) 0,05
expressa em daminozida).
Carbofurão (soma de carbofurão e do 3-hidroxi-carbofurão, expressa (*) 0,01 (*) 0,01 (*) 0,01
em carbofurão).
Tiodicarbe (resíduos: soma de metomil e de tiodicarbe, expressa (*) 0,02 (*) 0,02 (*) 0,02
em metomil).
Amitraz (resíduos: soma de amitraz e de todos os metabolitos que (*) 0,02: carne de aves de (*) 0,02
–
contenham a fracção 2,4 dimetilanilina, expressa em amitraz). capoeira.
Aldicarbe (resíduos: soma de aldicarbe, dos seus sulfóxidos e da (*) 0,01 (*) 0,01 (*) 0,01
sua sulfona, expressa em aldicarbe).
Tiabendazol (resíduos: soma de tiabendazol e de 5-hidroxi- 0,1 (com excepção das car- (*) 0,1
-tiabendazol). nes e outros produtos de
–
ovinos, bovinos e capri-
nos).
Propizamida (resíduos: soma de propizamida e de todos os meta- 0,05: gordura, fígado e rins (*) 0,01 (*) 0,02
bolitos que contêm a fracção 3,5 ácido diclorobenzóico, expressa (*) 0,02: outros . . . . . . . . . .
em propizamida).
Forato (resíduos: soma de forato e do seu derivado oxianálogo e (*) 0,05 (*) 0,02 (*) 0,05
dos respectivos sulfóxidos e sulfonas, expressa em forato).
Dicofol [resíduos: 1,1 — bis (para clorofenol) — 2,2 dicloroeta- 1,0: fígado de bovinos, ovi- (a) (a)
nol — (PPFW 152) —, expresso em dicofol]. nos e caprinos.
Cresoxime-metilo [resíduo 490M9 (1) para o leite e 490M1(2) no (*) (p) 0,02 carne, fígado, (*) (p) 0,02 leite.
caso da carne, do fígado, da gordura e dos rins, expresso em gordura.
cresoxime-metilo]. (p) 0,05 rins . . . . . . . . . . . . .
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4891
Ácido carboxilico da espiroxamina, expresso em espiroxamina . . . . . (p) 0,2 ex 0206 rins, fígado (p) 0,02 (*) (p) 0,05
(*) (p) 0,05: outros produ-
tos.
Pro-hexadiona (pro-hexadiona e seus sais, expressos em pro-he- (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,05
xadiona).
Fluroxipir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (p) 0,5 ex 0206 rins. (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
(*) (p) 0,05
Pimetrozina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,01
Bentazona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,02 (*) (p) 0,05
Piridato [soma do piridato e do seu produto de hidrólise CL 9673 0,4 (p) rins, excepto de aves (*) (p) 0,05
(6-cloro-4-hidroxi-3-fenil-piridizina), expressa em piridato]. de capoeira.
(*) (p) 0,05: outros produ-
tos.
Oxidemetão-metilo (soma do oxidemetão e da deme- (*) 0,02 (*) 0,02 (*) 0,02
tão — S — metilsulfona, expressa em oxidemetão-metilo).
Azocicloestanho e cihexaestanho (soma do azociclo estanho e do 0,2 carne de bovino . . . . . . (*) 0,05 (*) 0,05
ci hexaestanho, expressa em cihexa estanho). (*) 0,05 outros produtos . . .
Fenpropimorfe, forma ácido carboxilico (BF 421-2), expresso em 0,3 fígado de bovinos, capri- 0,01 (*) 0,01
fenpropimorfe. nos, suínos e ovinos.
0,05 rins de bovinos, capri-
nos, suínos e ovinos.
(*) 0,01 carne, gordura e
miudezas comestíveis de
aves de capoeira.
0,02 carne de bovinos,
caprinos, suínos e ovinos.
0,01 outros produtos . . . . .
Clofentezina (soma de todos os compostos que contenham o grupo 0,1 fígado de bovinos, ovi- (*) 0,05 (*) 0,02
2-clorobenzoilo, expressa em clofentezina). nos e caprinos.
(*) 0,05 outros produtos . . .
2,4 — D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 (p) rins (excepto de aves (*) (p) 0,01 (*) (p) 0,01
de capoeira).
(*) (p) 0,05 outros produtos
4892 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
Famoxadona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Sulfossulfurão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Fenehexamida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Acibenzolar-S-metilo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,02 (*) (p) 0,02 (*) (p) 0,02
Diquato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Isoproturão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05 (*) (p) 0,05
Etofumesato (soma do etofumesato e do seu metabolito metanos (*) (p) 0,1 (*) (p) 0,1 (*) (p) 0,1
sulfonato de 2,3-dihidro-3,3-dimetil-2-oxo-benzofurano-5-ilo,
expresso em etofumesato).
A Directiva n.o 2000/29/CE, do Conselho, de 8 de O presente diploma transpõe para a ordem jurídica
Maio, relativa às medidas de protecção fitossanitária interna as Directivas n.os 2004/31/CE e 2004/70/CE, da
destinadas a evitar a introdução e dispersão de orga- Comissão, respectivamente de 17 de Março e de 28 de
nismos prejudiciais aos vegetais e produtos vegetais na Abril, relativas às medidas de protecção fitossanitária
Comunidade, não necessitou de ser transposta para a destinadas a evitar a introdução e dispersão de orga-
ordem jurídica interna por se tratar de uma directiva nismos prejudiciais aos vegetais e produtos vegetais na
de consolidação, sendo que o direito que esta directiva Comunidade, e a Directiva n.o 2004/32/CE, da Comissão,
codificou já se encontrava transposto para o direito de 17 de Março, que reconhece zonas protegidas na
nacional pelo Decreto-Lei n.o 14/99, de 12 de Janeiro, Comunidade expostas a riscos fitossanitários específicos.
republicado pelo Decreto-Lei n.o 517/99, de 4 de Dezem-
bro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei
n.o 63/2000, de 19 de Abril. Artigo 2.o
Por força da aprovação de outras directivas comu-
Alterações ao Decreto-Lei n.o 14/99, de 12 de Janeiro
nitárias, o citado decreto-lei foi alterado pelos Decre-
tos-Leis n.os 160/2000, 269/2001, 172/2002, 142/2003, Os anexos I, II, III, IV, V e VI do Decreto-Lei n.o 14/99,
231/2003 e 83/2004, respectivamente de 27 de Julho, de 12 de Janeiro, republicado pelo Decreto-Lei
de 6 de Outubro, de 25 de Julho, de 2 de Julho, de n.o 517/99, de 4 de Dezembro, na redacção que lhe
27 de Setembro e de 14 de Abril. foi dada pelos Decretos-Leis n.os 63/2000, 160/2000,
As Directivas n.os 2004/31/CE e 2004/70/CE, da 269/2001, 172/2002, 142/2003, 231/2003 e 83/2004, res-
Comissão, respectivamente de 17 de Março e de 28 de pectivamente de 19 de Abril, de 27 de Julho, de 6 de
Abril, que alteram a Directiva n.o 2000/29/CE, do Con- Outubro, de 25 de Julho, de 2 de Julho, de 27 de Setem-
selho, de 8 de Maio, relativa às medidas de protecção bro e de 14 de Abril, são alterados nos termos do anexo
fitossanitária destinadas a evitar a introdução e disper- ao presente diploma, do qual faz parte integrante.
são de organismos prejudiciais aos vegetais e produtos
vegetais na Comunidade, bem como a Directiva Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 de
n.o 2004/32/CE, da Comissão, de 17 de Março, que altera Junho de 2004. — José Manuel Durão Barroso — Maria
a Directiva n.o 2001/32/CE, da Comissão, de 8 de Maio, Teresa Pinto Basto Gouveia — Armando José Cordeiro
que reconhece zonas protegidas na Comunidade expos- Sevinate Pinto.
tas a riscos fitossanitários específicos, vêm introduzir
alterações ao regime fitossanitário comunitário. Promulgado em 15 de Julho de 2004.
Importa, assim, transpor para a ordem jurídica interna
as citadas directivas, introduzindo alterações aos ane- Publique-se.
xos I a VI do referido Decreto-Lei n.o 14/99, de 12 de O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Janeiro.
Assim: Referendado em 16 de Julho de 2004.
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte: O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4893
ANEXO
(a que se refere o artigo 2.o)
1 — Bemisia tabaci Genn. (populações europeias) . . . . . . . . . . . . . . . . . . FI, IRL, P (Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes, Beira Litoral, Beira
Interior, Ribatejo e Oeste, Alentejo, Madeira e Açores), S, UK.
1.1 — Daktulosphaira vitifoliae (Fitch) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CY.
2 — Globodera pallida (Stone) Behrens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . FI, LV, SI, SK.
3 — Leptinotarsa decemlineata Say . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . CY, E (Ibiza e Minorca), FI (distritos de Åland, Häme, Kymi, Pir-
kanmaa, Satakunta, Turku, Uusimaa), IRL, M, P (Açores e Madeira),
S (departamentos de Blekinge, Gotlands, Halland, Kalmar e Skåne),
UK.
4 — Liriomyza bryoniae (Kaltenbach) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IRL, UK (Irlanda do Norte).
2 — No anexo I, parte B, alínea b), n.o 1, e no anexo IV, parte B, n.os 20.1, 20.2, 22, 23, 25, 26, 27.1, 27.2
e 30, o texto da coluna da direita passa a ter, respectivamente, a seguinte redacção:
«DK, F (Bretanha), FI, IRL, LT, P (Açores), UK (Irlanda do Norte).»
6.1 — Eutetranychus orientalis Klein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vegetais de Citrus L., Fortunella Swingle, Poncirus Raf., e seus híbridos,
excepto frutos e sementes.
5 — No anexo II, parte B, alínea a), n.o 6, a alínea d) passa a ter a seguinte redacção:
6:
d) Ips sexdentatus Börner . . . . . . Vegetais de Abies Mill., Larix Mill., Picea A. Dietr., Pinus CY, IRL, UK (Irlanda do Norte, Ilha
L. e Pseudotsuga Carr., com mais de 3 m de altura, excepto de Man).
frutos e sementes, madeira de coníferas (Coniferales) com casca
e casca isolada de coníferas.
6 — No anexo II, parte B, alínea b), n.o 2, o texto telbaldo, Barbona, Piacenza d’Agide, Vescovana,
da coluna da direita passa a ter a seguinte redacção: S. Urbano, Boara Pisani, Masi e, na província de Verona,
os municípios de Palù, Roverchiara, Legnago, Castag-
«A [Burgenland, Caríntia, Baixa Áustria, Tirol (dis- naro, Ronco all’Adige, Villa Bartolomea, Oppeanno,
trito administrativo de Lienz), Estíria, Viena], E, F (Cór- Terrazzo, Isola Rizzi e Angiari), IRL, LT, LV, P, SI,
sega), FI, I (Abruzzi; Apulia; Basilicata; Calabria; Cam- SK, UK (Irlanda do Norte, Ilha de Man e ilhas
pania; Emília Romagna: províncias de Forlì-Cesena, Anglo-Normandas).»
Parma, Piacenza e Rimini; Friuli-Venezia Giulia; Lazio; 7 — No anexo II, parte B, alínea d), n.o 1, o texto
Liguria; Lombardia; Marche; Molise; Piemonte; Sarde- da coluna da direita passa a ter a seguinte redacção:
nha; Sicília; Trentino-Alto Adige: província autónoma
de Trento; Toscânia; Umbria; Valle d’Aosta; Veneto: «EL, F (Córsega), I, M, P.»
excepto, na província de Rovigo, os municípios de
Rovigo, Polesella, Villamarzana, Fratta Polesine, San 8 — No anexo III, parte A, n.o 12, no texto da coluna
Bellino, Badia Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pontecchio da direita, são suprimidos os termos «Chipre» e «Malta».
Polesine, Arquà Polesine, Costa di Rovigo, Occhiobello, 9 — No anexo III, parte A, n.o 14, no texto da coluna
Lendinara, Canda, Ficarolo, Guarda Veneta, Frassinelle da direita, são suprimidos os termos «Chipre», «Estó-
Polesine, Villanova del Ghebbo, Fiesso Umbertiano, nia», «Letónia», «Lituânia» e «Malta».
10 — No anexo III, parte A, n.o 15, o texto da coluna
Castelguglielmo, Bagnolo di Po, Giacciano com Baru-
da direita passa a ter a seguinte redacção:
chella, Bosaro, Canaro, Lusia, Pincara, Stienta, Gaiba,
Salara e, na província de Padova, os municípios de Cas- «Países terceiros, excepto Suíça.»
4894 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
11 — No anexo III, parte B, o n.o 1 é substituído pelos n.os 1 e 2, respectivamente, com a seguinte redacção:
1 — Quando apropriado e sem prejuízo das proibições aplicáveis aos A [Burgenland, Caríntia, Baixa Áustria, Tirol (distrito administrativo
vegetais constantes da parte A, n.os 9, 9.1 e 18, do anexo III, vegetais de Lienz), Estíria, Viena], E, F (Córsega), FI, I (Abruzzi; Apulia;
e pólen vivo para polinização de: Amelanchier Med., Chaenomeles Basilicata; Calabria; Campania; Emília Romagna: províncias de For-
Lindl., Crataegus L., Cydonia Mill., Eriobotrya Lindl., Malus Mill., lì-Cesena, Parma, Piacenza e Rimini; Friuli-Venezia Giulia; Lazio;
Mespilus L., Pyracantha Roem., Pyrus L. e Sorbus L., excepto frutos Liguria; Lombardia; Marche; Molise; Piemonte; Sardenha; Sicília;
e sementes, originários de países terceiros, excepto Suíça, e os que Trentino-Alto Adige: província autónoma de Trento; Toscânia;
estão reconhecidos como isentos de Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. Umbria; Valle d’Aosta; Veneto: excepto na província de Rovigo,
et al., de acordo com o procedimento comunitário adequado, ou os municípios de Rovigo, Polesella, Villamarzana, Fratta Polesine,
naqueles em que tenham sido estabelecidas áreas livres em relação San Bellino, Badia Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pontecchio Pole-
a Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al., em conformidade com sine, Arquà Polesine, Costa di Rovigo, Occhiobello, Lendinara,
as normas internacionais pertinentes relativas às medidas fitossa- Canda, Ficarolo, Guarda Veneta, Frassinelle Polesine, Villanova del
nitárias, e reconhecidas como tal de acordo com o procedimento Ghebbo, Fiesso Umbertiano, Castelguglielmo, Bagnolo di Po, Giac-
comunitário adequado. ciano com Baruchella, Bosaro, Canaro, Lusia, Pincara, Stienta, Gaiba
e Salara e, na província de Padova, os municípios de Castelbaldo,
Barbona, Piacenza d’Agide, Vescovana, S. Urbano, Boara Pisani,
Masi e, na província de Verona, os municípios de Palù, Roverchiara,
Legnago, Castagnaro, Ronco all’Adige, Villa Bartolomea, Oppeanno,
Terrazzo, Isola Rizzi, Angiari), IRL, LT, LV, P, SI, SK, UK (Irlanda
do Norte, Ilha de Man e ilhas Anglo-Normandas).
2 — Quando apropriado e sem prejuízo das proibições aplicáveis aos A [Burgenland, Caríntia, Baixa Áustria, Tirol (distrito administrativo
vegetais constantes da parte A, n.os 9, 9.1 e 18, do anexo III, vegetais de Lienz), Estíria, Viena], E, F (Córsega), FI, I (Abruzzi; Apulia;
e pólen vivo para polinização de: Cotoneaster Ehrh. e Photinia davi- Basilicata; Calabria; Campania; Emília Romagna: províncias de For-
diana (Dcne.) Cardot, excepto frutos e sementes, originários de países lì-Cesena, Parma, Piacenza e Rimini; Friuli-Venezia Giulia; Lazio;
terceiros, excepto os que estão reconhecidos como isentos de Erwinia Liguria; Lombardia; Marche; Molise; Piemonte; Sardenha; Sicília;
amylovora (Burr.) Winsl. et al., de acordo com o procedimento comu- Trentino-Alto Adige: província autónoma de Trento; Toscânia;
nitário adequado, ou naqueles em que tenham sido estabelecidas Umbria; Valle d’Aosta; Veneto: excepto, na província de Rovigo,
áreas livres em relação a Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al., os municípios de Rovigo, Polesella, Villamarzana, Fratta Polesine,
em conformidade com as normas internacionais pertinentes relativas San Bellino, Badia Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pontecchio Pole-
às medidas fitossanitárias, e reconhecidas como tal de acordo com sine, Arquà Polesine, Costa di Rovigo, Occhiobello, Lendinara,
o procedimento comunitário adequado. Canda, Ficarolo, Guarda Veneta, Frassinelle Polesine, Villanova del
Ghebbo, Fiesso Umbertiano, Castelguglielmo, Bagnolo di Po, Giac-
ciano com Baruchella, Bosaro, Canaro, Lusia, Pincara, Stienta, Gaiba
e Salara e, na província de Padova, os municípios de Castelbaldo,
Barbona, Piacenza d’Agide, Vescovana, S. Urbano, Boara Pisani,
Masi e, na província de Verona, os municípios de Palù, Roverchiara,
Legnago, Castagnaro, Ronco all’Adige, Villa Bartolomea, Oppeanno,
Terrazzo, Isola Rizzi, Angiari), IRL, LT, LV, P, SI, SK, UK (Irlanda
do Norte, Ilha de Man e ilhas Anglo-Normandas).
12 — No anexo IV, parte A, secção I, n.o 34, no texto da coluna da esquerda, são suprimidos os termos «Estónia»,
«Letónia» e «Lituânia».
13 — No anexo IV, parte A, secção I, n.o 53, no texto da coluna da esquerda, a seguir ao termo «Índia»
é inserido o termo «Irão».
14 — No anexo IV, parte A, secção I, n.o 54, no texto da coluna da esquerda, a seguir ao termo «Índia» é
inserido o termo «Irão».
15 — No anexo IV, parte B, n.os 6, 12 e 14.5, o texto da coluna da direita passa a ter, respectivamente, a
seguinte redacção:
16 — No anexo IV, parte B, n.o 20.3, o texto da coluna da direita passa a ter a seguinte redacção:
17 — No anexo IV, parte B, os n.os 21 e 21.1 passam a ter, respectivamente, a seguinte redacção:
21 — Vegetais e pólen Quando apropriado, e sem prejuízo das proibições aplicáveis aos vege- A [Burgenland, Caríntia, Baixa Áustria,
vivo para polinização de tais constantes da parte A, n.os 9, 9.1 e 18, do anexo III e da parte B, Tirol (distrito administrativo de Lienz),
Amelanchier Med., n.o 1, do anexo III, constatação oficial de que: Estíria, Viena], E, F (Córsega), FI, I
Chaenomeles Lindl., (Abruzzi; Apulia; Basilicata; Calabria;
Cotoneaster Ehrh., Cra- a) Os vegetais são originários de países terceiros reconhecidos Campania; Emília Romagna: províncias
taegus L., Cydonia Mill., como isentos de Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al. de de Forlì-Cesena, Parma, Piacenza e
Eriobotrya Lindl., Malus acordo com o procedimento comunitário adequado; ou Rimini; Friuli-Venezia Giulia; Lazio;
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4895
Mill., Mespilus L., Pho- b) Os vegetais são originários de zonas livres de países terceiros, Liguria; Lombardia; Marche; Molise; Pie-
tinia davidiana (Dcne.) estabelecidas em relação a Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. monte; Sardenha; Sicília; Trentino-Alto
Cardot, Pyracantha et al., em conformidade com as normas internacionais per- Adige: província autónoma de Trento;
Roem., Pyrus L. e Sor- tinentes relativas às medidas fitossanitárias, e reconhecidas Toscânia; Umbria; Valle d’Aosta;
bus L., excepto frutos e como tal de acordo com o procedimento comunitário ade- Veneto: excepto, na província de Rovigo,
sementes. quado; ou os municípios de Rovigo, Polesella, Vil-
c) Os vegetais são originários de um dos seguintes cantões da lamarzana, Fratta Polesine, San Bellino,
Suíça: Berna (com excepção dos distritos de Signau e Trach- Badia Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pon-
selwald), Fribourg, Grisons, Ticino, Vaud e Valais; ou tecchio Polesine, Arquà Polesine, Costa
d) Os vegetais são originários das zonas protegidas referidas na di Rovigo, Occhiobello, Lendinara,
coluna da direita do presente n.o 21; ou Canda, Ficarolo, Guarda Veneta, Fras-
e) Os vegetais foram produzidos ou, no caso de serem trans- sinelle Polesine, Villanova del Ghebbo,
portados para uma «zona tampão», mantidos e tratados por Fiesso Umbertiano, Castelguglielmo,
um período de pelo menos sete meses, incluindo o intervalo Bagnolo di Po, Giacciano com Baru-
de 1 de Abril a 31 de Outubro do último ciclo vegetativo chella, Bosaro, Canaro, Lusia, Pincara,
completo, num campo: Stienta, Gaiba e Salara e, na província
de Padova, os municípios de Castelbaldo,
aa) Situado a 1 km, pelo menos, aquém dos limites de Barbona, Piacenza d’Agide, Vescovana,
uma «zona tampão» oficialmente designada com S. Urbano, Boara Pisani, Masi e, na pro-
50 km2, no mínimo, em que os vegetais hospedeiros víncia de Verona, os municípios de Palù,
sejam submetidos a um regime de controlo oficial- Roverchiara, Legnago, Castagnaro,
mente aprovado e supervisado, estabelecido pelo Ronco all’Adige, Villa Bartolomea,
menos antes do início do ciclo vegetativo completo Oppeanno, Terrazzo, Isola Rizzi,
anterior ao último ciclo vegetativo completo e des- Angiari), IRL, LT, LV, P, SI, SK, UK
tinado a minimizar o risco de dispersão de Erwinia (Irlanda do Norte, Ilha de Man e ilhas
amylovora (Burr.) Winsl. et al. a partir dos vegetais Anglo-Normandas).
ali produzidos; uma descrição pormenorizada dessa
«zona tampão» será mantida à disposição da Comissão
e dos Estados membros; uma vez estabelecida a «zona
tampão», a área exterior ao campo e a uma faixa de
terreno circundante de 500 m de largura deve ser ins-
peccionada oficialmente pelo menos uma vez depois
do início do último ciclo vegetativo completo, no
momento mais adequado, devendo ser imediatamente
retirados todos os vegetais que apresentem sintomas
da presença de Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et
al.; os resultados dessas inspecções serão transmitidos
todos os anos à Comissão e aos outros Estados mem-
bros até 1 de Maio; e
bb) Oficialmente aprovado, da mesma forma que a «zona
tampão», antes do início do ciclo vegetativo completo
anterior ao último ciclo vegetativo completo, para a
cultura de vegetais, em conformidade com as exigên-
cias previstas no presente n.o 21; e
cc) Declarado, da mesma forma que uma faixa de terreno
circundante com pelo menos 500 m de largura, isento
de Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al., desde o
início do último ciclo vegetativo completo, em resul-
tado de inspecções oficiais efectuadas, pelo menos:
– Duas vezes no próprio campo, no momento mais
adequado, ou seja, uma vez de Junho a Agosto
e outra de Agosto a Novembro; e
– Uma vez na faixa de terreno circundante, no
momento mais adequado, ou seja, de Agosto a
Novembro; e
18 — No anexo IV, parte B, são aditados os n.os 21.2 e 21.3, respectivamente, com a seguinte redacção:
21.2 — Frutos de Vitis L. Os frutos devem estar isentos de folhas e constatação oficial de que: CY.
a) São originários de uma área reconhecida como isenta de Dak-
tulosphaira vitifoliae (Fitch); ou
b) Foram produzidos num local reconhecido como isento de Dak-
tulosphaira vitifoliae (Fitch) em resultado de inspecções oficiais
efectuadas durante os dois últimos ciclos de vegetativos com-
pletos; ou
c) Foram submetidos a fumigação ou a outro tratamento ade-
quado contra Daktulosphaira vitifoliae (Fitch).
21.3 — Colmeias, de 15 de Existência de documentos comprovativos de que as colmeias: A [Burgenland, Caríntia, Baixa Áustria,
Março a 30 de Junho. Tirol (distrito administrativo de Lienz),
a) São originárias de países terceiros reconhecidos como isentos Estíria, Viena], E, F (Córsega), FI, I
de Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al. de acordo com (Abruzzi; Apulia; Basilicata; Calabria;
o procedimento comunitário adequado; ou Campania; Emília Romagna: províncias
b) São originárias de um dos seguintes cantões da Suíça: Berna de Forlì-Cesena, Parma, Piacenza e
(com excepção dos distritos de Signau e Trachselwald), Fri- Rimini; Friuli-Venezia Giulia; Lazio;
bourg, Grisons, Ticino, Vaud e Valais; ou Liguria; Lombardia; Marche; Molise; Pie-
c) São originárias das zonas protegidas referidas na coluna da monte; Sardenha; Sicília; Trentino-Alto
direita do presente n.o 21.3; ou Adige: província autónoma de Trento;
d) Foram sujeitas a uma medida de quarentena adequada, antes Toscânia; Umbria; Valle d’Aosta; Veneto:
do transporte. excepto, na província de Rovigo, os muni-
cípios de Rovigo, Polesella, Villamar-
zana, Fratta Polesine, San Bellino, Badia
Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pontecchio
Polesine, Arquà Polesine, Costa di
Rovigo, Occhiobello, Lendinara, Canda,
Ficarolo, Guarda Veneta, Frassinelle
Polesine, Villanova del Ghebbo, Fiesso
Umbertiano, Castelguglielmo, Bagnolo di
Po, Giacciano com Baruchella, Bosaro,
Canaro, Lusia, Pincara, Stienta, Gaiba e
Salara e, na província de Padova, os muni-
cípios de Castelbaldo, Barbona, Piacenza
d’Agide, Vescovana, S. Urbano, Boara
Pisani, Masi e, na província de Verona,
os municípios de Palù, Roverchiara, Leg-
nago, Castagnaro, Ronco all’Adige, Villa
Bartolomea, Oppeanno, Terrazzo, Isola
Rizzi, Angiari), IRL, LT, LV, P, SI, SK,
UK (Irlanda do Norte, Ilha de Man e
ilhas Anglo-Normandas).
31 — Frutos de Citrus L., Sem prejuízo das exigências aplicáveis aos frutos constantes da parte A, EL, F (Córsega), I, M, P.
Fortunella Swingle, secção II, n.o 30.1, do anexo IV:
Poncirus Raf. e seus
a) Os frutos devem estar isentos de folhas e pedúnculos; ou
híbridos, originários de
b) No caso dos frutos com folhas ou pedúnculos, constatação
E, CY e F (com excep-
oficial de que os frutos estão embalados em contentores que
ção da Córsega).
foram oficialmente selados e que se manterão selados durante
o seu transporte em zonas protegidas, reconhecidas para os
frutos em questão, apresentando os contentores uma marca
distinta a indicar no passaporte.
20 — No anexo V, parte A, secção II, o n.o 1.9 passa 22 — No anexo V, parte B, secção II, n.o 7, alínea b),
a ter a seguinte redacção: são suprimidos os termos «Estónia», «Letónia» e «Lituâ-
nia».
«1.9 — Frutos (cápsulas) de Gossypium spp., algodão
não descaroçado e frutos de Vitis L.» 23 — No anexo V, parte B, secção II, é aditado o
n.o 6.1, com a seguinte redacção:
21 — No anexo V, parte B, secção I, nos n.os 1 e 8,
a seguir ao termo «Índia» é inserido o termo «Irão». «6.1 — Frutos de Vitis L.»
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4897
«ANEXO VI
b) Bactérias
1 — Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccum- Espanha, Grécia, Portugal.
faciens (Hedges) Col.
2 — Erwinia amylovora (Burr.) Winsl. et al. . . . . . Áustria [Burgenland (*), Caríntia (*), Baixa Áustria (*), Tirol: distrito administrativo de
Lienz (*), Estíria (*), Viena (*)], Eslováquia (*), Eslovénia (*), Espanha, Finlândia, França
(Córsega), Irlanda (*), Itália [Abruzo; Apúlia (*); Basilicata; Calábria; Campânia; Emí-
lia-Romanha: províncias de Forlí-Cesena (*), Parma (*), Piacenza (*) e Rimini (*); Friul-
-Venécia Júlia; Lácio; Ligúria; Lombardia (*); Marche; Molise; Piemonte; Sardenha; Sicília;
Trentino-Alto Adige: província autónoma de Trento (*); Toscana; Úmbria; Vale de Aosta;
Veneto (*): excepto, na província de Rovigo, os municípios de Rovigo, Polesella, Vil-
lamarzana, Fratta Polesine, San Bellino, Badia Polesine, Trecenta, Ceneselli, Pontecchio
Polesine, Arquà Polesine, Costa di Rovigo, Occhiobello, Lendinara, Canda, Ficarolo,
Guarda Veneta, Frassinelle Polesine, Villanova del Ghebbo, Fiesso Umbertiano, Cas-
telguglielmo, Bagnolo di Po, Giacciano con Baruchella, Bosaro, Canaro, Lusia, Pincara,
Stienta, Gaiba e Salara e, na província de Pádua, os municípios de Castelbaldo, Barbona,
Piacenza d’Agide, Vescovana, S. Urbano, Boara Pisani, Masi e, na província de Verona,
os municípios de Palù, Roverchiara, Legnago, Castagnaro, Ronco all’Adige, Villa Bar-
tolomea, Oppeanno, Terrazzo, Isola Rizzi e Angiari], Portugal, Reino Unido (Irlanda
do Norte, Ilha de Man e ilhas Anglo-Normandas).
4898 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
c) Fungos
1 — Glomerella gossypii Edgerton . . . . . . . . . . . . . Grécia.
2 — Gremmeniella abietina (Lag.) Morelet . . . . . Irlanda, Reino Unido (Irlanda do Norte).
3 — Hypoxylon marmmatum (Wahl.) J. Miller . . . . Irlanda, Reino Unido (Irlanda do Norte).
tração escolar ou, estando-o, se preveja a sua ausência 2 — A formação do pessoal não docente compreende
ou impedimento por um período superior a 30 dias, ainda a formação para chefe de serviços de adminis-
as respectivas funções são exercidas pelo assistente de tração escolar, prevista no n.o 2 do artigo 11.o, e a for-
administração escolar de mais elevada categoria em mação para mudança de nível na carreira de auxiliar
exercício de funções nesse estabelecimento, a nomear de acção educativa, prevista no n.o 1 do artigo 19.o,
pelo órgão executivo. ambas definidas no anexo IV ao presente diploma.
2 — Quando se verificar a vacatura do lugar, o exer- 3 — A formação do pessoal não docente prossegue
cício de funções em regime de substituição é assegurado os objectivos estabelecidos no artigo 8.o do Decreto-Lei
nos termos do número anterior, por períodos sucessivos n.o 50/98, de 11 de Março, e ainda:
de seis meses, até ao provimento do lugar por concurso.
3 — O exercício de funções nos termos do número a) A melhoria da qualidade dos serviços prestados
anterior por dois períodos sucessivos constitui um indi- à comunidade escolar;
cador da necessidade de abertura de concurso. b) A aquisição de capacidades e competências que
4 — Ao regime de substituição é aplicável o disposto favoreçam a construção da autonomia das esco-
no n.o 3 do artigo 23.o do Decreto-Lei n.o 427/89, de las e dos agrupamentos de escolas e dos res-
7 de Dezembro, na redacção dada pelo Decreto-Lei pectivos projectos educativos;
n.o 102/96, de 31 de Julho, sendo considerado todo o c) A promoção na carreira dos funcionários, tendo
tempo independentemente da escola ou agrupamento em vista a sua realização profissional e pessoal.
de escolas onde foi prestado.
5 — Às funções desempenhadas em regime de subs-
tituição cabe o vencimento correspondente ao escalão 1 4 — A formação inicial para a carreira de assistente
da categoria do substituído. de acção educativa é a prevista no anexo IV ao presente
6 — A experiência profissional adquirida no exercício diploma.
de funções em regime de substituição é obrigatoria- 5 — A formação contínua pode ser organizada em
mente ponderada nos métodos de selecção relativos aos módulos, que correspondam a módulos da formação
concursos para a categoria de chefe de serviços de admi- inicial ou da formação referida no n.o 2.
nistração escolar. 6 — A formação prevista nos n.os 2, 4 e 5 apenas
pode assumir as modalidades de cursos de formação
Artigo 27.o ou módulos capitalizáveis de cursos de formação.
7 — A formação contínua é obrigatoriamente pon-
Horário de trabalho derada em concursos de acesso.
Compete ao órgão executivo da escola fixar os horá-
rios de trabalho, no âmbito das flexibilidades permitidas Artigo 31.o
pelo Decreto-Lei n.o 259/98, de 18 de Agosto, de forma
a determinar os regimes de prestação de trabalho e os Certificação e avaliação das acções de formação
horários mais adequados à garantia do regular cum-
primento das funções cometidas a cada grupo pro- 1 — A apreciação técnico-pedagógica e a certificação
fissional. das acções de formação competem à Direcção-Geral
Artigo 28.o dos Recursos Humanos da Educação.
2 — Sem prejuízo dos deveres de avaliação a que as
Isenção de horário de trabalho
entidades formadoras estão obrigadas, a Direcção-Geral
O chefe de serviços de administração escolar goza dos Recursos Humanos da Educação promove, em arti-
de isenção de horário de trabalho, sem prejuízo da obser- culação com o Centro de Estudos e Formação Autár-
vância do dever geral de assiduidade e do cumprimento quica, a avaliação anual da formação destinada ao pes-
da duração semanal de trabalho legalmente estabele- soal não docente, com vista ao seu aperfeiçoamento,
cida, não lhe sendo devida, por isso, qualquer remu- à adequação aos objectivos definidos e à divulgação de
neração por trabalho prestado fora do horário normal. resultados.
Artigo 32.o
Artigo 29.o
Férias Requisitos dos formadores
O mapa de férias do pessoal não docente em exercício 1 — Podem ser formadores, no âmbito da formação
de funções é aprovado pelo órgão executivo da escola prevista no artigo 30.o, todos aqueles que estiverem cer-
ou do agrupamento de escolas, de modo a assegurar tificados pelo Conselho Científico-Pedagógico da For-
o normal funcionamento do estabelecimento de edu- mação Contínua ou pelo Instituto do Emprego e For-
cação ou de ensino. mação Profissional em áreas e domínios directamente
relacionados com as acções respeitantes à formação a
CAPÍTULO VIII ministrar.
2 — Podem também ser formadores, mediante deci-
Formação são fundamentada do director-geral dos Recursos
Humanos da Educação, os indivíduos possuidores de
Artigo 30.o currículo relevante nas matérias sobre que incida a
formação.
Regras gerais
3 — O estatuto de formador a que se refere o número
1 — A formação do pessoal não docente compreende anterior é concedido pelo director-geral dos Recursos
a formação inicial e a formação contínua, nos termos Humanos da Educação para determinada acção de
da lei geral. formação.
4904 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
Artigo 39.o
CAPÍTULO IX Suspensão preventiva
Estatuto disciplinar 1 — A suspensão preventiva é proposta pelo órgão
executivo da escola ou do agrupamento de escolas ou
Artigo 35.o pelo instrutor do processo e decidida pelo membro do
Regime disciplinar
Governo competente ou pelo director regional de edu-
cação, conforme o arguido seja ou não membro de um
Ao pessoal não docente é aplicável o Estatuto Dis- órgão de administração e gestão do estabelecimento de
ciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração educação ou de ensino.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4905
2 — O prazo previsto no n.o 1 do artigo 54.o do Esta- de limpeza, arrumação e acompanhamento em geral do
tuto Disciplinar pode ser prorrogado até ao final do funcionamento dos estabelecimentos de educação ou
ano escolar, sob proposta da entidade competente para de ensino.
instaurar o processo disciplinar e com os fundamentos 2 — O disposto no número anterior deve obrigato-
previstos na lei. riamente ter em consideração a necessária racionali-
Artigo 40.o zação dos recursos, bem como os períodos de encer-
ramento da actividade lectiva.
Aplicação das penas
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
8
535
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
7
Artigo 56.o
500
290
249
300
249
Contratos administrativos de provimento
–
–
–
–
–
–
6
Os contratos administrativos de provimento celebra-
337
295
269
249
360
480
269
238
285
238
337
dos ao abrigo do Decreto-Lei n.o 344/99, de 26 de
5
Escalões
Agosto, podem ser renovados até um limite máximo
de seis anos, se não forem oportunamente denunciados
316
274
254
228
345
465
254
228
269
228
316
4
nos termos da lei geral, relevando para o cômputo dos
seis anos o período de contrato já existente antes da
295
259
238
218
337
420
244
218
254
218
295
3
entrada em vigor do presente diploma.
280
249
228
209
326
390
233
209
238
209
280
2
Artigo 57.o
269
238
222
199
316
370
222
199
228
199
269
Regime transitório da avaliação de desempenho
1
1 — Enquanto não for publicado o diploma de adap-
Administração escolar . . . . . . . .
Apoio educativo . . . . . . . . . . . . .
Chefia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — Quando não seja possível aplicar o disposto no
biblioteca e documentação.
superior hierárquico.
Artigo 58.o
Norma revogatória
Administrativo . . . . . . . . . . .
Apoio educativo . . . . . . . . . .
Publique-se.
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
Auxiliar de acção educativa . . . . Apoio educativo . . . . . . . . . . . . . Auxiliar de acção educativa de nível 2 . . . . . . . 204 218 228 238 – – – –
Auxiliar de acção educativa de nível 1 . . . . . . . 142 151 160 170 181 189 204 218
Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . Cozinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cozinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cozinheiro principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194 199 204 214 222 238 – –
Cozinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 151 160 170 181 189 204 218
N.o 177 — 29 de Julho de 2004
ANEXO II
Escalões
Técnico superior . . . . . . . . . . Técnica superior . . . . . . . . . . . . . Serviço social . . . . . . . . . . . . . . . . Assessor principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 710 770 830 900 – – – –
Assessor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 610 660 690 730 – – – –
Técnico superior principal . . . . . . . . . . . . . . . . . 510 560 590 650 – – – –
Técnico superior de 1.a classe . . . . . . . . . . . . . . 460 475 500 545 – – – –
Técnico superior de 2.a classe . . . . . . . . . . . . . . 400 415 435 455 – – – –
Estagiário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321 – – – – – – –
Psicólogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Serviços de psicologia e orien- Assessor principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 710 770 830 900 – – – –
tação. Assessor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 610 660 690 730 – – – –
Técnico superior principal . . . . . . . . . . . . . . . . . 510 560 590 650 – – – –
Técnico superior de 1.a classe . . . . . . . . . . . . . . 460 475 500 545 – – – –
Técnico superior de 2.a classe . . . . . . . . . . . . . . 400 415 435 455 – – – –
Estagiário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 321 – – – – – – –
DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A
4909
4910 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
d) Atender e apreciar reclamações ou sugestões tíveis de serem aprendidos no próprio local de trabalho
sobre o serviço prestado, propondo soluções; num curto espaço de tempo.
e) Comunicar infracções disciplinares ao pessoal Ao cozinheiro compete:
a seu cargo;
f) Requisitar ao armazém e fornecer material de a) Organizar e coordenar os trabalhos na cozinha,
limpeza, de primeiros socorros e de uso corrente refeitório ou bufete, tarefas cometidas à cate-
nas aulas; goria de cozinheiro principal, quando exista;
g) Comunicar estragos ou extravios de material e b) Confeccionar e servir as refeições e outros
equipamento; alimentos;
h) Afixar e divulgar convocatórias, avisos, ordens c) Prestar as informações necessárias para a aqui-
de serviço, pautas, horários, etc.; sição de géneros e controlar os bens consumidos
i) Levantar autos de notícia ao pessoal auxiliar diariamente;
de acção educativa relativos a infracções dis- d) Assegurar a limpeza e arrumação das instala-
ciplinares verificadas. ções, equipamentos e utensílios de cozinha, do
refeitório e do bufete, bem como a sua con-
Carreira de auxiliar de acção educativa servação.
Ao auxiliar de acção educativa incumbe o exercício Carreiras de pessoal em extinção
de funções de apoio geral, incluindo as de telefonista
e operador de reprografia, desenvolvendo e incenti- Mantêm-se em vigor os conteúdos funcionais previs-
vando o respeito e apreço pelo estabelecimento de edu- tos no anexo XXI ao Decreto-Lei n.o 223/87, de 23 de
cação ou de ensino e pelo trabalho que, em comum, Maio, e na Portaria n.o 63/2001, de 30 de Janeiro, para
nele deve ser efectuado. Ao auxiliar de acção educativa as carreiras/categorias a extinguir quando vagarem men-
compete, no exercício das suas funções, designada- cionadas no artigo 53.o
mente:
ANEXO IV
a) Participar com os docentes no acompanha- Formação profissional
mento das crianças e dos jovens durante o
período de funcionamento da escola, com vista A — Formação para chefe de serviços de administração escolar
a assegurar um bom ambiente educativo;
b) Exercer tarefas de atendimento e encaminha- Carga
mento de utilizadores da escola e controlar Conteúdos programáticos
horária
entradas e saídas da escola;
c) Cooperar nas actividades que visem a segurança 1 — Sistema educativo em Portugal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
de crianças e jovens na escola;
d) Providenciar a limpeza, arrumação, conservação 1) Organização do sistema educativo (estruturas
e boa utilização das instalações, bem como do centrais, regionais e locais).
2) Estruturação da oferta educativa.
material e equipamento didáctico e informático 3) Órgãos de administração, gestão, orientação
necessário ao desenvolvimento do processo pedagógica e apoio educativo.
educativo; 4) Regime de administração, autonomia e gestão
e) Exercer tarefas de apoio aos serviços de acção dos estabelecimentos de educação ou de ensino.
5) Organização da administração local e articulação
social escolar; com o sistema educativo (estruturas, órgãos e
f) Prestar apoio e assistência em situações de pri- competências).
meiros socorros e, em caso de necessidade, 6) As associações de pais e outros parceiros do sis-
acompanhar a criança ou o aluno a unidades tema educativo.
de prestação de cuidados de saúde;
g) Estabelecer ligações telefónicas e prestar infor- 2 — Relações humanas e liderança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
mações; 1) Relações interpessoais, com o mundo, a socie-
h) Receber e transmitir mensagens; dade e a escola.
i) Zelar pela conservação dos equipamentos de 2) Gestão de conflitos.
3) Conceito de líder e de liderança.
comunicação; 4) A tomada de decisão.
j) Reproduzir documentos com utilização de equi- 5) Motivação de grupos.
pamento próprio, assegurando a limpeza e 6) A comunicação, a linguagem e o atendimento.
manutenção do mesmo e efectuando pequenas
reparações ou comunicando as avarias veri- 3 — Regime de carreiras do pessoal docente e não docente 35
ficadas; 1) Relação jurídica de emprego.
l) Assegurar o controlo de gestão de stocks neces- 2) Recrutamento e selecção.
sários ao funcionamento da reprografia; 3) Mobilidade.
m) Efectuar, no interior e exterior, tarefas indis- 4) Promoção, progressão e remunerações.
5) Avaliação do desempenho.
pensáveis ao funcionamento dos serviços; 6) Duração e horário de trabalho.
n) Exercer, quando necessário, tarefas de apoio de 7) Férias, faltas e licenças.
modo a permitir o normal funcionamento de 8) Regime disciplinar.
9) Regime de aposentação.
laboratórios e bibliotecas escolares. 10) Segurança social e acção social complementar.
210
Carga
–
8
Conteúdos programáticos
horária
196
5 — Administração escolar e procedimento administrativo 18
–
7
1) Código do Procedimento Administrativo.
181
230
2) Gestão dos processos administrativos do pessoal
6
docente e não docente.
3) Gestão dos processos administrativos do pessoal
171
215
discente.
5
Escalões
4) Acesso aos documentos administrativos.
162
205
4
6 — Qualidade e modernização administrativa . . . . . . . . . . 24
1) Missão da Administração Pública e qualidade dos
152
196
3
serviços públicos.
2) Gestão da qualidade.
3) Cultura organizacional.
142
191
4) Gestão de recursos e parcerias.
2
5) O processo de mudança.
6) Papel das tecnologias de informação e comu-
132
186
nicação.
Cozinheiro principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Cozinheiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
B — Formação inicial para assistentes de acção educativa
Carga
Conteúdos programáticos
horária
C — Sistema educativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1) Organização e administração escolar.
2) Qualidade do serviço público de educação.
Área funcional
Carga
Conteúdos programáticos
horária
ANEXO VI
Carreira/dotação
ANEXO VII
Carreiras a extinguir
Escalões
Categorias
1 2 3 4 5 6 7 8
de medicamentos veterinários farmacológicos consta da Foram ouvidas a Ordem dos Médicos Veterinários
Portaria n.o 388/2000, de 30 de Junho, que harmonizou e a Ordem dos Farmacêuticos, bem como as associações
as normas nacionais com as regras comunitárias até representativas da indústria farmacêutica e dos profis-
agora em vigor. sionais de registos e regulamentação farmacêutica.
As modificações introduzidas recentemente nos pro- Assim:
cedimentos comunitários aplicáveis tornam conveniente, Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
neste momento, a alteração do regime a que obedece Constituição, o Governo decreta o seguinte:
o procedimento nacional, mantendo a harmonização,
na medida adequada, com os procedimentos comuni- Artigo 1.o
tários, para benefício das empresas titulares, simplifi-
cação dos procedimentos e optimização do desempenho Objecto
do Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento O presente diploma aprova o regime jurídico aplicável
(INFARMED) e da Direcção-Geral de Veterinária às alterações dos termos das autorizações de introdução
(DGV), atentas as respectivas atribuições neste domínio. no mercado de medicamentos veterinários farmacoló-
Deste modo, à semelhança do que o Regula- gicos concedidas ao abrigo de procedimentos não abran-
mento (CE) n.o 1084/2003, da Comissão, de 3 de Junho, gidos pelo ordenamento jurídico comunitário e a sua
dispõe no plano comunitário, o presente diploma esta- tipologia, bem como os pressupostos necessários à sua
belece e regulamenta três tipos de procedimentos a que autorização.
podem estar submetidas as alterações a autorizações
de introdução no mercado concedidas ao abrigo do pro- Artigo 2.o
cedimento nacional. Definições
Apesar de algumas especialidades de regime proce-
dimental, passam a coexistir dois tipos principais de pro- Para os efeitos do disposto neste diploma, entende-se
cedimentos de alteração dos termos de uma autorização por:
de introdução no mercado de um medicamento vete- a) «Alteração dos termos de uma autorização de
rinário farmacológico ao abrigo de um procedimento introdução no mercado» a alteração dos termos
nacional. em que uma autorização de introdução no mer-
Em primeiro lugar, os de alteração menor, de tipo IA cado de um medicamento veterinário foi con-
ou de tipo IB, os primeiros a operar de modo célere cedida, desde que não seja qualificável como
e a exigir um elevado grau de eficácia por parte da extensão;
Administração, enquanto os segundos impõem uma ava- b) «Alteração menor ou alteração de tipo IA ou
liação mais cuidadosa, geralmente exigindo avaliação alteração de tipo IB» a alteração prevista no
técnico-científica. Prevê-se mesmo que os particulares anexo I ao presente diploma, que dele faz parte
possam beneficiar de um mecanismo de aprovação auto- integrante, desde que respeite as condições aí
mática ou tácita de alterações por parte da Admi- previstas;
nistração. c) «Alteração maior ou alteração de tipo II» a alte-
Por outro lado, este novo quadro permitirá orientar ração que não possa ser qualificada como alte-
a intervenção do INFARMED e da DGV para pro- ração menor ou como extensão de uma auto-
cedimentos novos de verificação da conformidade do rização de introdução no mercado de um medi-
fabrico e comercialização dos medicamentos com os res- camento veterinário;
pectivos termos de autorização de introdução no mer- d) «Extensão» a alteração de valor equivalente a
cado através da realização de inspecções dirigidas de uma nova autorização, nos casos previstos no
pré e pós-comercialização, reforçando, igualmente, a anexo II ao presente diploma, que dele faz parte
melhor adequação de recursos às práticas já em vigor integrante, que pressupõe a apresentação de um
na verificação da conformidade dos produtos avaliados
novo pedido de autorização de introdução no
no âmbito dos procedimentos centralizado e de reco-
mercado de um medicamento veterinário;
nhecimento mútuo.
e) «Transferência» a mudança do titular de uma
Em segundo lugar, os de alteração maior ou de tipo II,
autorização de introdução no mercado de um
a exigir uma maior formalização e uma análise mais
medicamento veterinário, desde que não se tra-
completa dos pedidos, em ordem a uma decisão célere
duza apenas na mudança do nome do titular,
e adequada.
que permanece o mesmo;
Assim, é possível concentrar os recursos existentes
na análise das alterações com implicações mais rele- f) «Medida urgente de segurança» uma alteração
vantes ou que coloquem especiais problemas de saúde transitória da informação sobre o medicamento
pública, designadamente de qualidade, segurança ou efi- constante da autorização de introdução no mer-
cácia, avaliados no quadro dos procedimentos e com- cado que afecta as informações de segurança
petências instituídos pelo Decreto-Lei n.o 184/97, de 26 previstas no resumo das características do medi-
de Julho. camento, nomeadamente indicações, posologia,
Carácter específico continua a revestir o procedi- contra-indicações, advertências e reacções
mento de transferência do titular de uma autorização adversas, espécies alvo e intervalo de segurança,
de introdução no mercado quando não se trate apenas em virtude de novos dados relacionados com
da mudança do nome do mesmo, que se mantém inal- a segurança da utilização do medicamento.
terado. Do mesmo modo, prevê-se que a inscrição das
alterações na tipologia definida no presente diploma Artigo 3.o
e concretizada nos anexos ao mesmo possa ser moldada, Alterações excluídas
de acordo com a evolução do progresso técnico e cien-
tífico, pelo INFARMED, permitindo a manutenção da O presente diploma não se aplica às extensões das
harmonização com o direito comunitário. autorizações de introdução no mercado de medicamen-
4916 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
tos veterinários abrangidas pelo disposto no anexo II, abrigo do número anterior se o conselho de adminis-
as quais ficam sujeitas ao regime jurídico previsto para tração do INFARMED não se pronunciar no prazo
a autorização de introdução no mercado de medica- previsto.
mentos veterinários. 3 — A notificação de uma alteração de tipo IB em
Artigo 4.o conformidade com o disposto nos n.os 1 e 2 do
artigo anterior deve ser validada pelo INFARMED no
Classificação das alterações e competência prazo de cinco dias contados da data da notificação.
1 — As alterações aos termos de uma autorização de 4 — De harmonia com o disposto no n.o 2 do
introdução no mercado abrangidas pelo disposto no pre- artigo 4.o, as notificações de alterações de tipo IB vali-
sente diploma classificam-se como: dadas nos termos do n.o 3 consideram-se tacitamente
deferidas se, no prazo de 30 dias contados da validação
a) Menores ou de tipo I, regidas pelo disposto nos e sem prejuízo do disposto nos números seguintes, o
artigos 5.o e 6.o; INFARMED não proferir acto expresso de indeferi-
b) Maiores ou de tipo II, que se regem pelo disposto mento devidamente fundamentado, não havendo lugar
no artigo 7.o; à audiência a que se referem os artigos 100.o e seguintes
c) Transferências, que se regem pelo disposto no do Código do Procedimento Administrativo (CPA),
artigo 8.o aprovado pelo Decreto-Lei n.o 442/91, de 15 de Novem-
bro, na redacção que lhe foi conferida pelo Decreto-Lei
2 — A competência para a instrução e decisão dos n.o 6/96, de 31 de Janeiro.
procedimentos regulados neste diploma cabe ao Ins- 5 — Em caso de indeferimento, o notificante pode
tituto Nacional da Farmácia e do Medicamento alterar a notificação, por forma a atender aos funda-
(INFARMED), ao qual igualmente compete definir, por mentos da deliberação, aplicando-se, com as devidas
deliberação do conselho de administração, as instruções adaptações, o previsto nos n.os 3 e 4, ou apresentar nova
e normas a observar para a apresentação das notificações notificação.
e dos pedidos de alteração abrangidos pelo disposto 6 — Se a notificação prevista nos n.os 1, 3 e 4 for
no presente diploma, em colaboração com a Direcção- apresentada de forma irregular ou não se apresentar
-Geral de Veterinária (DGV) ou a Comissão Técnica devidamente instruída, o INFARMED, no prazo de
de Medicamentos Veterinários (CTMV), no âmbito das cinco dias contados da apresentação da mesma, convida
respectivas competências. o notificante a completar ou corrigir a notificação em
prazo que não excederá os cinco dias consecutivos.
Artigo 5.o 7 — Se, após a recepção da notificação, devidamente
Das alterações de tipo I instruída, o INFARMED considerar necessária a pres-
tação de informações complementares, solicita as mes-
1 — Por cada alteração menor de tipo IA ou de tipo IB mas ao notificante, fixando um prazo para o efeito.
o titular da autorização de introdução no mercado deve 8 — Os prazos previstos nos n.os 1, 3 e 4 suspendem-se
submeter ao INFARMED uma notificação, com cópia até ao termo dos prazos previstos ou fixados ao abrigo
à DGV, instruída com os seguintes elementos: dos n.os 6 e 7, considerando-se indeferidos os pedidos
a) Documentação comprovativa da alteração pro- de alteração se a notificação não for completada ou
duzida, incluindo os documentos modificados corrigida ou as informações transmitidas.
em virtude da alteração; 9 — Os actos praticados pelo INFARMED ao abrigo
b) Comprovativo do pagamento das taxas devidas; do presente artigo são comunicados ao notificante e
c) Referência a outras notificações apresentadas à DGV.
ou a apresentar relativamente a alterações do Artigo 7.o
mesmo tipo e da mesma autorização de intro-
dução no mercado, salvo no caso previsto no Decisão das alterações de tipo II
número seguinte;
d) Versão revista do resumo das características do 1 — De harmonia com o disposto no n.o 2 do
medicamento, da rotulagem ou do folheto infor- artigo 4.o, a decisão sobre a autorização de alterações
mativo, se a alteração implicar uma tal revisão. maiores ou de tipo II a uma autorização de introdução
no mercado de um medicamento veterinário compete
2 — Se uma alteração menor de tipo IA implicar ao conselho de administração do INFARMED, nos ter-
outras alterações de tipo IA ou se uma alteração de mos previstos nos números seguintes.
tipo IB implicar alterações de tipo IA e ou de tipo IB, 2 — Por cada alteração, o titular da autorização de
estas podem ser incluídas numa única notificação, a qual introdução no mercado do medicamento veterinário
deve descrever a relação existente entre as várias alte- deve submeter ao INFARMED um pedido, com cópia
rações do mesmo tipo efectuadas, sem prejuízo do paga- à DGV, instruído com os seguintes elementos:
mento das taxas devidas por cada alteração.
a) Dados e documentos comprovativos previstos
Artigo 6.o para a instrução de um requerimento de auto-
rização de introdução no mercado de um medi-
Decisão das alterações de tipo I
camento veterinário;
1 — A notificação de uma alteração de tipo IA em b) Dados justificativos da alteração solicitada;
conformidade com o disposto nos n.os 1 e 2 do artigo c) Versão revista dos documentos alterados na
anterior deve ser objecto de deliberação do conselho sequência do pedido, incluindo, se for caso
de administração do INFARMED, no prazo de 14 dias. disso, o resumo das características do medica-
2 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 5 a 8, pre- mento, a rotulagem ou o folheto informativo,
sume-se tacitamente deferida a alteração notificada ao se a alteração implicar uma tal revisão;
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4917
Condições: Condições:
1) O método de análise deve permanecer inalte- 1) As especificações do produto acabado de liber-
rado (por exemplo, permite-se uma alteração tação e de fim do prazo de validade permanecem
a nível da dimensão ou temperatura da coluna, inalteradas;
mas não um tipo diferente de coluna ou de 2) Especificações suplementares (à Farmacopeia
método); não se detectam quaisquer impurezas Europeia) inalteradas relativas às impurezas e
novas; a requisitos específicos do produto (por exem-
2) Foram efectuados estudos de (re)validação ade-
plo, perfis de dimensão das partículas, forma
quados, em conformidade com as normas orien-
polimórfica), se for aplicável;
tadoras aplicáveis;
3) A substância activa será analisada imediata-
3) Os resultados da validação do método compro-
vam que o novo procedimento analítico é, pelo mente antes da utilização, se o certificado de
menos, equivalente ao anterior; conformidade da Farmacopeia Europeia não
4) Nenhum método analítico novo diz respeito a contemplar qualquer período de reensaio, ou
uma técnica inovadora não normalizada ou a se não forem fornecidos os dados de apoio ao
uma técnica normalizada utilizada de forma período de reensaio;
inovadora; 4) O processo de fabrico da substância activa, das
5) A substância activa, as matérias-primas, produ- matérias-primas, produto intermédio ou reagen-
tos intermédios ou reagentes não são substân- tes não inclui a utilização de materiais de origem
cias biológicas. humana ou animal para os quais seja exigida
uma avaliação dos dados relativos à segurança
14 — Alteração do fabricante da substância activa ou vírica.
das matérias-primas, produto intermédio ou reagentes
do processo de fabrico da substância activa, na ausência 16 — Apresentação de um certificado de conformi-
de um certificado de conformidade da Farmacopeia dade da EET (encefalopatias espongiformes transmis-
Europeia: síveis) da Farmacopeia Europeia novo ou actualizado
a) Alteração do local de um fabricante já aprovado para uma substância activa ou matérias-primas, produto
(substituição ou adição). Condições — 1), 2) e intermédio ou reagentes utilizados no processo de
4) (v. infra) — tipo IB; fabrico da substância activa para um fabricante e um
b) Novo fabricante (substituição ou adição). Con- processo de fabrico actualmente aprovados — tipo IB.
dições — 1), 2), 3) e 4) — tipo IB. 17 — Alteração de:
3) Nenhum excipiente novo deve incluir o uso de 3) Os resultados da validação do método compro-
materiais de origem humana ou animal rela- vam que o novo procedimento analítico é, pelo
tivamente aos quais seja necessária uma ava- menos, equivalente ao anterior;
liação de dados de segurança vírica; 4) Nenhum método analítico novo diz respeito a
4) Não diz respeito a um medicamento que con- uma técnica inovadora não normalizada ou a
tenha uma substância activa biológica; uma técnica normalizada utilizada de forma
5) Foram iniciados estudos de estabilidade de inovadora;
acordo com as normas orientadoras aplicáveis 5) O excipiente não é um excipiente biológico.
em, pelo menos, dois lotes à escala piloto ou
lotes à escala de produção; os dados de esta- 21 — Apresentação de um certificado de conformi-
bilidade relativos a um mínimo de três meses dade da Farmacopeia Europeia novo ou actualizado rela-
estão à disposição do requerente e há garantias tivo a um excipiente:
de que estes estudos serão concluídos. Os dados
a) Por um fabricante actualmente aprovado. Con-
serão imediatamente transmitidos à autoridade
dições — 1), 2) e 3) (v. infra) — tipo IA;
competente, caso estejam fora das especifica-
b) Por um novo fabricante (substituição ou adi-
ções ou potencialmente fora das especificações
ção):
no fim do prazo de validade aprovado (com pro-
posta de acção). 1) Substância esterilizada. Condições — 1),
2) e 3) — tipo IB;
19 — Alteração da especificação de um excipiente: 2) Outras substâncias. Condições — 1), 2) e
3) — tipo IA.
a) Limites de especificação mais estreitos. Condi-
ções — 1), 2) e 3) (v. infra) — tipo IA; condi-
Condições:
ções — 2) e 3) — tipo IB;
b) Adição de um novo parâmetro de ensaio à espe- 1) As especificações para libertação do produto
cificação. Condições — 2), 4) e 5) — tipo IB. acabado e as especificações relativas ao fim do
prazo de validade permanecem inalteradas;
Condições: 2) Especificações suplementares (à Farmacopeia
Europeia) inalteradas relativas aos requisitos
1) A alteração não resulta de qualquer compro-
específicos do produto (por exemplo, perfis de
misso assumido em avaliações anteriores (por
dimensão das partículas, forma polimórfica), se
exemplo, durante um procedimento de pedido
aplicável;
de autorização de introdução no mercado ou
3) O processo de fabrico do excipiente não inclui
um procedimento de alteração de tipo II);
a utilização de materiais de origem humana ou
2) A alteração não deve resultar de acontecimentos
animal para os quais seja exigida uma avaliação
imprevistos ocorridos durante o fabrico;
dos dados relativos à segurança vírica.
3) Qualquer alteração deve efectuar-se dentro do
intervalo dos limites actualmente aprovados;
22 — Apresentação de um certificado de conformi-
4) Nenhum método analítico novo diz respeito a
dade EET da Farmacopeia Europeia novo ou actualizado
uma técnica inovadora não normalizada ou a
relativo a um excipiente — por um fabricante actual-
uma técnica normalizada utilizada de forma
mente aprovado ou por um novo fabricante (substituição
inovadora;
ou adição).
5) A alteração não diz respeito a adjuvantes das
Condições — nenhuma — tipo IA.
vacinas ou a excipientes de origem biológica.
23 — Alteração da origem de um excipiente ou rea-
gente, passando de material de risco em matéria de
20 — Alteração do procedimento analítico de um TSE para material vegetal ou sintético:
excipiente:
a) Excipiente ou reagente utilizado no fabrico de
a) Alteração menor de um procedimento analítico uma substância activa biológica ou no fabrico
aprovado. Condições — 1), 2), 3) e 5) (v. infra) — de um produto acabado que contenha uma subs-
tipo IA; tância activa biológica. Condições — 1) (v. infra) —
b) Alteração menor de um procedimento analítico tipo IB;
aprovado aplicável a um excipiente biológico. b) Outros casos. Condições — 1) — tipo IA.
Condições — 1), 2) e 3) — tipo IB;
c) Outras alterações de um procedimento analí-
Condições:
tico, incluindo a sua substituição por um novo
procedimento analítico. Condições — 2), 3), 4) 1) As especificações de libertação do excipiente
e 5) — tipo IB. e do fim do prazo de validade do produto aca-
bado e do excipiente permanecem inalteradas.
Condições:
24 — Alteração na síntese ou na recuperação de
1) O método de análise deve permanecer inalte-
fabrico de um excipiente que não consta da Farmacopeia
rado (por exemplo, permite-se uma alteração
(quando descrita no processo) — tipo IB.
a nível da dimensão ou temperatura da coluna,
Condições:
mas não um tipo diferente de coluna ou de
método); não se detectam quaisquer impurezas 1) As especificações não são afectadas negativa-
novas; mente; não há alteração do perfil qualitativo
2) Foram efectuados estudos de (re)validação ade- e quantitativo de impurezas ou das propriedades
quados, em conformidade com as normas orien- físico-químicas;
tadoras aplicáveis; 2) O excipiente não é uma substância biológica.
4922 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
2) Qualquer ajustamento menor da formulação, estes estudos serão concluídos. Os dados serão
para manter o peso total, deve ser obtido imediatamente enviados à autoridade compe-
mediante um excipiente maioritário na formu- tente caso estejam fora das especificações ou
lação do produto acabado; potencialmente fora das especificações no fim
3) A especificação do produto acabado foi actua- do prazo de validade aprovado (com proposta
lizada apenas no que diz respeito ao de acção).
aspecto/odor/sabor e, se for caso disso, à supres-
são ou à adição de um ensaio de identificação; 36 — Alteração da forma ou das dimensões do reci-
4) Foram iniciados estudos de estabilidade (a piente ou fecho:
longo prazo e acelerados) de acordo com as
normas orientadoras aplicáveis em, pelo menos, a) Formas farmacêuticas esterilizadas e medica-
dois lotes à escala piloto ou em lotes à escala mentos biológicos. Condições — 1), 2) e 3)
de produção. Os dados de estabilidade relativos (v. infra) — tipo IB;
a um mínimo de três meses estão à disposição b) Outras formas farmacêuticas. Condições — 1),
do requerente e há garantias de que estes estu- 2) e 3) — tipo IA.
dos serão concluídos. Os dados serão imedia-
tamente enviados à autoridade competente caso Condições:
estejam fora das especificações ou potencial-
mente fora das especificações no fim do prazo 1) Não há alteração da composição quantitativa
de validade aprovado (com proposta de acção). ou qualitativa do recipiente;
Além disso, devem realizar-se ensaios de fotoes- 2) A alteração não se refere a uma componente
tabilidade, se aplicável; fundamental do material de acondicionamento
5) Quaisquer componentes novos devem cumprir que afecte o fornecimento, a utilização, a segu-
o disposto nas normas aplicáveis (por exemplo, rança ou a estabilidade do produto acabado;
os Decretos-Leis n.os 80/93, de 15 de Março, 3) Em caso de alteração do espaço livre ou do
e 94/98, de 15 de Abril, relativos aos corantes, rácio de superfície/volume, foram iniciados estu-
e a Portaria n.o 620/90, de 3 de Agosto, na sua dos de estabilidade de acordo com as normas
redacção actual, relativa aos aromatizantes); orientadoras aplicáveis em, pelo menos, dois
6) Nenhum dos novos componentes inclui a uti- lotes à escala piloto (três, no caso de medica-
lização de materiais de origem humana ou ani- mentos biológicos) ou lotes à escala de produção
mal no processo para os quais seja necessária e os dados de estabilidade relativos a um mínimo
uma avaliação em matéria de segurança vírica de três meses (seis meses, no caso de medi-
ou de cumprimento da actual «norma orien- camentos biológicos) estão à disposição do
tadora sobre a minimização do risco de trans- requerente. Há garantias de que estes estudos
missão das encefalopatias espongiformes ani- serão concluídos e os dados serão imediata-
mais através dos medicamentos humanos e mente enviados à autoridade competente caso
veterinários». estejam fora das especificações ou potencial-
mente fora das especificações no fim do prazo
35 — Alteração do peso do revestimento dos com- de validade aprovado (com proposta de acção).
primidos ou alteração do peso do invólucro das cápsulas:
a) Formas farmacêuticas orais de libertação ime- 37 — Alteração da especificação do produto acabado:
diata. Condições — 1), 3) e 4) (v. in-
fra) — tipo IA; a) Limites de especificação mais estreitos. Condi-
b) Formas farmacêuticas gastrorresistentes, de liber- ções — 1), 2) e 3) (v. infra) — tipo IA; condi-
tação modificada ou de libertação prolongada. ções — 2) e 3) — tipo IB;
Condições — 1), 2), 3) e 4) — tipo IB. b) Adição de um novo parâmetro de ensaio. Con-
dições — 2), 4) e 5) — tipo IB.
Condições:
Condições:
1) O perfil de dissolução do novo produto, deter-
minado com base em, pelo menos, dois lotes 1) A alteração não resulta de qualquer compro-
à escala piloto, é comparável ao antigo. No que misso de revisão dos limites de especificação
diz respeito aos medicamentos à base de plantas, assumido em avaliações anteriores (por exem-
em que os ensaios de dissolução poderão não plo, durante um procedimento de pedido de
ser exequíveis, o tempo de desintegração do autorização de introdução no mercado ou um
novo produto deve ser comparável ao antigo; procedimento de alteração de tipo II);
2) O revestimento não constitui um factor crítico 2) A alteração não deve resultar de acontecimentos
para o mecanismo de libertação; imprevistos ocorridos durante o fabrico;
3) A especificação do produto acabado foi apenas 3) Qualquer alteração deve efectuar-se dentro do
actualizada, se aplicável, no que respeita ao peso intervalo dos limites actualmente aprovados;
e às dimensões; 4) Nenhum método analítico novo diz respeito a
4) Foram iniciados estudos de estabilidade de uma técnica inovadora não normalizada ou a
acordo com as normas orientadoras aplicáveis uma técnica normalizada utilizada de forma
em, pelo menos, dois lotes à escala piloto ou inovadora;
à escala de produção, os dados de estabilidade 5) O procedimento analítico não é aplicável a uma
relativos a um mínimo de três meses estão à substância activa biológica ou a um excipiente
disposição do requerente e há garantias de que biológico do medicamento.
N.o 177 — 29 de Julho de 2004 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 4925
38 — Alteração do procedimento analítico do pro- de desagregação do novo produto deve ser com-
duto acabado: parável ao antigo;
2) As especificações do produto acabado de liber-
a) Alteração menor de um procedimento analítico tação e de fim do prazo de validade permanecem
aprovado. Condições — 1), 2), 3), 4) e 5) inalteradas (excepto as dimensões).
(v. infra) — tipo IA;
b) Alteração menor de um procedimento analítico 41 — Alteração da dimensão da embalagem do pro-
aprovado aplicável a uma substância activa bio- duto acabado:
lógica ou a um excipiente biológico. Condi-
ções — 1), 2), 3) e 4) — tipo IB; a) Alteração do número de unidades (por exemplo,
c) Outras alterações de um procedimento analí- comprimidos, ampolas, etc.) de uma embala-
tico, incluindo a sua substituição ou a adição gem:
de um novo procedimento analítico. Condi- 1) A alteração insere-se no intervalo das
ções — 2), 3), 4) e 5) — tipo IB. dimensões actualmente aprovadas para
as embalagens. Condições — 1) e 2)
Condições: (v. infra) — tipo IA;
2) A alteração não se insere no intervalo
1) O método de análise deve permanecer inalte- das dimensões actualmente aprovadas
rado (por exemplo, permite-se uma alteração para as embalagens. Condições — 1) e
ao nível da dimensão ou temperatura da coluna, 2) — tipo IB;
mas não um tipo diferente de coluna ou de
método); b) Alteração do peso de enchimento/volume de
2) Foram efectuados estudos de (re)validação ade- enchimento de produtos multidose não paren-
quados, em conformidade com as normas orien- téricos. Condições — 1) e 2) — tipo IB.
tadoras aplicáveis;
3) Os resultados da validação do método compro- Condições:
vam que o novo procedimento analítico é, pelo 1) A nova dimensão da embalagem deve ser coe-
menos, equivalente ao anterior; rente com a posologia e a duração do tratamento
4) Nenhum método analítico novo diz respeito a aprovados no resumo das características do
uma técnica inovadora não normalizada ou a medicamento;
uma técnica normalizada utilizada de forma 2) O material de acondicionamento primário per-
inovadora; manece inalterado.
5) O procedimento analítico não é aplicável a uma
substância activa biológica ou a um excipiente 42 — Alteração de:
biológico do medicamento.
a) Prazo de validade do produto acabado:
39 — Alteração ou adição da gravação, do relevo ou 1) Embalagem comercial fechada. Condi-
de outras marcações (excepto as ranhuras/marcações de ções — 1), 2) e 3) (v. infra) — tipo IB;
partição) de comprimidos ou da marcação gráfica de 2) Após a abertura inicial. Condições — 1)
cápsulas, incluindo substituição ou adição de tintas uti- e 2) — tipo IB;
lizadas na marcação do produto — tipo IA. 3) Após diluição ou reconstituição. Condi-
Condições: ções — 1) e 2) — tipo IB;
1) As especificações do produto acabado de liber- b) Condições de armazenamento do produto aca-
tação e de fim do prazo de validade permanecem bado ou do produto diluído/reconstituído. Con-
inalteradas (excepto no que diz respeito ao dições — 1), 2) e 4) — tipo IB.
aspecto);
2) Qualquer tinta nova deve cumprir o disposto Condições:
na legislação farmacêutica aplicável.
1) Os estudos de estabilidade foram realizados em
conformidade com o protocolo actualmente
40 — Alteração das dimensões dos comprimidos, cáp- aprovado. Os estudos devem comprovar que as
sulas, supositórios ou pessários sem alteração da sua especificações relevantes acordadas continuam
composição quantitativa ou qualitativa nem do seu peso a ser observadas;
médio: 2) A alteração não deve resultar de acontecimentos
a) Formas farmacêuticas gastroresistentes, de liber- imprevistos ocorridos durante o fabrico nem de
tação modificada ou de libertação prolongada e dúvidas sobre a estabilidade;
comprimidos com ranhura. Condições — 1) e 2) 3) O prazo de validade não excede cinco anos;
4) O produto em causa não é um medicamento
(v. infra) — tipo IB; biológico.
b) Todos os restantes comprimidos, cápsulas, supo-
sitórios e pessários. Condições — 1) e 2) — 43 — Adição, substituição ou supressão de um dis-
tipo IA. positivo de medição ou administração que não faça parte
integrante do acondicionamento primário (excluem-se
Condições: os dispositivos espaçadores para inaladores de válvula
1) O perfil de dissolução do produto reformulado doseadora):
é comparável ao antigo. Para os medicamentos 1) Adição ou substituição. Condições — 1)
à base de plantas, em que os ensaios de dis- e 2) (v. infra) — tipo IA;
solução poderão não ser exequíveis, o tempo 2) Supressão. Condições — 3) — tipo IB.
4926 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 177 — 29 de Julho de 2004
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2
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3
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