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Leirienses Na Expansao Portuguesa
Leirienses Na Expansao Portuguesa
I- Introdução
* Investigador.
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11 - Quantos participaram
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Não é possível saber qual a região do país que mais contribuiu para a
expansão. A tradição diz-nos que a região algarvia deu agricultores, mari-
nheiros e mercadores, pois as primeiras expedições partiram de Lagos e ne-
las se comprometeram muitos da casa do Infante D. Henrique que aí viviam,
oriundos de várias localidades do país. Deve estar correta esta ideia, nome-
adamente na primeira fase dos descobrimentos, mas já após a expedição a
Ceuta o Infante percorreu o país à procura de gentes para a armada. No caso
da expansão para o Oriente, Veríssimo Serrão diz-nos que foi de entre o
Sado e o Minho que vieram os que participaram na aventura e na sua conso-
lidação, nomeadamente a partir do século XVI, contrastando então com a
reduzida participação do Alentejo e do Algarve.
7 MONTEIRO, João Gouveia - A Guerra em Portugal nos finais da Idade Média. Lisboa, Editorial
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na ExpansãoPortuguesa
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Domingos de Araújo Affonso, 1938-1941. Títulos dos Pretos, § 4. (de consulta em http://purl.pU12151).
12 AZEVEDO, Pedra (coord.) - Documentos das chancelarias reais anteriores a 1531 relativos a
Marrocos. Coimbra: Academia das Ciências de Lisboa e Imprensa da Universidade, 1915, Tomo I
(1415-1450).
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Moimenta, termo de Leiria 13. Algumas das cartas de aposentação foram es-
critas em Leiria em 1438 por Martim Gil, escrivão do rei, herdeiro de Rodrigo
Afonso, recebedor do reguengo das Aranhas 14 ou ainda pelo tabelião de Leiria
João Eanes Cutelinho"' 16. Através de cartas de perdão real, nas quais se
comutam penas pesadas, encontramos referências a alguns leirienses como,
em 1435, Estevão Fernandes, morador em Abiul, que tinha sido preso por
testemunho falso, dizendo-se ainda que "vendera corpo de Cristo", foi açoita-
do nas costas, no ventre e nos pés com 350 chibatadas, ficando "podre e
manco", foi ainda depois de 13 meses de prisão degredado para Ceuta por
quatro anos, implorava o perdão régio 17.
Temos também notícia de alguns fidalgos, ou gente de nobreza que, de
Leiria, participou na expansão no norte de África como sejam: Fernão de
Sousa 18, escudeiro e Alcaide-mor de Leiria 19 e da Casa do Infante D, Pedro;
Diogo Afonso, fidalgo, da Casa de D. Afonso V, morador em Leiria, que rece-
be perdão régio em 15 de Novembro de 1456 pela morte de João Pires, con-
tra três anos de serviço em Ceuta": Gil Eanes", monteiro e guardador da
mata de Vai bom, morador em Capelães, termo de Leiria; Vasco Martins de
Sousa Chtchoro", fidalgo da casa de D. Afonso V, capitão-mor dos ginetes,
14 Com este nome existe uma quinta na estrada de saida de Leiria para a Barosa
15 Em 1484 era tabelião em Leiria Lopo Esteves (COELHO, P. M. Laranjo (coord.) - Documentos
inéditos de Marrocos - Chancelaria de D. João li. Lisboa: Imprensa Nacional, 1943, p. 148).
16 Em 1491 era tabelião em Leiria Fernão Roiz Dantas (COELHO, P. M. Laranjo (coord.) - Documen-
tos inéditos de Marrocos - Chancelaria de D. João li. Lisboa: Imprensa Nacional, 1943, p. 361).
17 Chancelaria de D. Duarte, liv. 3, fI. 74v.
18 CRUZ, Abel dos Santos - "A Nobreza Portuguesa em Marrocos (1415-1464)". Porto, FLUP, 1995,
págS.97-122.
20 Chanc. D. Afonso V, Liv. 13. fI. 86, Lisboa; pub. por Pedro de AZEVEDO, Chancelarias Reais ... t. 11,
RA.~- Oiinica de D. Duarle de Menezes, caps. 76 e 86, pp. 196-199 e 225-227; D. Jerónimo
- istória de la Ciudad de Ceuta .... capo 58, p. 234; Livro de Linhagens do
. T. T., Chanc. D. Afonso V, liv. 9, tis. 75 e 103v. Porto, 27-28 de julho de 1462
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23 PUMA, C. A. V, capo 152, pp. 802-804; ZURARA- Crónica de D. Duarte de Menezes. caps. 143 e
154, pp. 345-349 e 368-370; D. Jerónimo de MASCARENHAS - História de la Ciudad de Ceuta ...
capo 60, p. 240; D. Fernando de MENESES - História de Tangere ... liv. 1, p. 27.
25 Chanc. D. Afonso V, Liv. 13. fI. 86, Lisboa; pub. por Pedro de AZEVEDO, Chancelarias Reais .. t. 11,
Ciudad de Ceuta ... capo 51, p. 204. Recebe em 1438 a verba de 60.693 reais de soldo e tença relativa
ao tempo que serviu em Ceuta: Chanc. D. Afonso V, liv. 13, fI. 163v, Sintra, 10 de setembro de 1454;
Leitura Nova. Beira, liv. 2, fI. 49; pub. in Monumenta Henricina, vol. XE, doe. 20, p. 30.
27 A. B. FREIRE, Brasões ... liv. m, p. 265
28 MASCARENHAS, D. Jerónimo de - História de la Ciudad de Ceuta ... capo 62. p. 246; Leitura Nova.
Beira.liv. 1, fI. 267, Ceuta, 7 de março de 1464; Anselmo Braamcamp FREIRE, Brasões ... liv. I, pp.
29 O titulo de marquês de Vila Real foi instituído por carta de D. João II de Portugal de 1 de março de
1489, em benefício de D. Pedro de Meneses. O titulo sucedeu ao de conde de Víla Real, que havia
31 PINA - Crónica de O Afonso V. caps. 147-148 e 156, pp. 795-798 e 810-813; ZURARA- Crónica
de D. Duarte de Menezes, caps. 144 e 154, pp. 350-352 e 362-368; LEÃO - Crónica O Afonso V, capo
32, p. 878; Manuel de FARIA E SOUSA-África Portuguesa, capo VI, p. 60; D. Fernando de MENESES
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Barba Alardo, filho Rui Barba (Correia) Alardo e de Inês (ou Maria) de Vera,
casado com Inês de Mesquita, alcaide-menor de Leiria, capitão interino em
Ceuta de 1509 a 151232; Gil d'Abreu, escudeiro e morador em Leiria, sendo
aí alcaide-pequeno, deixou fugir dois presos confiados à sua guarda, tendo
sido perdoado na pena em que foi condenado se passasse um ano em Ceuta" ;
Diogo Soares Castelo-Branco, cavaleiro da Casa do infante D. Henrique, que
foi tesoureiro da moeda da cidade de Lisboa, esteve na tomada de Ceuta e
viveu em Leiria, onde casou com Catarina da Fonseca. Foi o 1.° senhor do
Prazo do Lagar d'EI-Rei34, hoje a "Prisão Escola" de Leiria. Diogo Gonçalves
de Castelo-Branco teve um filho que lhe sucedeu de nome António Vaz de
Castelo-Branco, que foi secretário do infante D. Francisco e vem a falecer em
1723 e que escreveu "Nobiliário das famílias deste Reino".
Do lado da Igreja, muitos missionários, padres e bispos participaram na
expansão. Um dos mais relevantes, pelo empenho com que participou nas
lutas foi D. João Galvão 35, irmão primogénito do cronista-mor, embaixador e
alcaide-mor de Leiria, Duarte Galvão (ver à frente). Bispo de Coimbra, era um
misto de sacerdote e de guerreiro, "a mão que sustinha o báculo de pastor
das almas brandia com firmeza a espada", tendo participado, em 1471, nas
batalhas magrebinas em Arzila e Tanqer". Como "o bispo se mostrou tão
pontífice como soldado" foi-lhe concedido por D. Afonso V, em 25.9.1472, em
paga destes serviços, o título de conde de Arganil para si e para os seus
sucessores bispos de Coimbra".
Na fatal jornada de Alcácer-Quibir encontramos dois leirienses citados
pelos cronistas, um tal Estêvão Curado e um Rui da Vide, ambos oriundos de
Figueiró-dos-Vinhos e que foram feitos prisioneiros, tendo Rui da Vide sido
companheiro de Miguel Leitão de Andrade e, depois de resgatado, viveu em
- História de Tangere ... liv. 1, p. 25; Costa LOBO - História da Sociedade em Portugal, pp. 480-483;
Anselmo Braamcamp FREIRE - Brasões ... liv. m, pp. 268-270; Humberto Baquero MORENO, "A
Conspiração contra D. João 11: o julgamento do Duque de Bragança", in Arquivos do Centro Cultural
que a vendeu depois ao 1.° visconde de S. Sebastião, trisavô do autor deste trabalho.
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O século XVI viu Portugal "avançar para o Mundo". Foi uma gloriosa
época de navegações e de conquistas que se desenrolaram em três mares e
se difundiram em todos os continentes. Leiria viu imprimir-se, em 1496, o
"livro de oiro dos pilotos e dos astrónomos'?" e ofereceu madeira das suas
florestas para com ela se construírem navios. Os pescadores da região, como
os da Pederneira, os de Paredes e os de Peniche animaram por diversos
meios a marinha mercante. Lembremo-nos que ainda em 1624 se construiu o
galeão Santo António, em Peniche, com a colaboração de carpinteiros de até
da zona de Óbidos. Era de origem leiriense Pedro Eanes, ou Anes, que em
1519 conduziu do Oriente a Lisboa a nau Nazaré, trazendo 400 dobras de
oiro e 110 escravos para os oficiais da casa da Mina. Carpinteiros de Salir, de
Alfeizerão, de Peniche, breadores e calafates como João Afonso, de quem
38 De facto, Zacuto tinha composto em Iingua hebraica, cerca do ano de 1477, uma obra com o titulo
de "Composição Magna", onde eram expostos numerosos assuntos de Astronomia e onde era dada
uma coleção de tábuas astronómicas, que compreendia as que são necessárias para determinar as
declinações do Sol em cada ano. Mais tarde, em 1492, Zacuto veio para Lisboa, onde ocupou o
cargo de cosmógrafo do Rei, e então publicou em Leiria, em 1496, sob o titulo de Almanach perpetuum
celestium motuum, a sua coleção de tábuas com explicações para as usar traduzidas em latim por
José Vizinho. Este Almanaque foi depois a origem de todas as tábuas de declinação do Sol que os
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4' Parece ser uma mera conjetura como afirma Amando Cortesão. Ver: CORTESÃO, Armando - A
Suma Oriental de Tomé Pires e o livro de Francisco Rodrigues. Coimbra: 1978 e ALBUQUERQUE,
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Esta armada foi constituída por onze naus com os seguintes capitães: D.
Cristóvão da Gama (Santo António), Luís Falcão (Graça), D. Garcia de Noronha
(Santo Espírito), João de Sepúlveda (o Junco), Bernardim da Silva (Galega,
perdida), D. João de Sá (S. Bartolomeu), Rui Lourenço de Távora (Santa
Clara), D. Francisco de Menezes (Santa Cruz), D. João de Castro (Grifo),
Francisco Pereira de Berredo (Cirne) e D. Garcia de Castro (Fieis de Deus,
perdida.)
Ao chegar a Goa, seis meses depois, Fabião da Mota viu-se investido no
cargo de juiz da Alfândega em que se manteve até ao governo de Francisco
Barreto. Desta maneira o fidalgo da Quinta da Mota (Bombarral) demorou-se
no Oriente desde 1538 até 1555 e acompanhou as proezas militares dessa
época agitada. O fidalgo da Casa Real e cavaleiro de Cristo Pedro Taveira
(Gorjão) Henriques, conterrâneo do anterior, serviu na índia como militar e foi
capitão de Mombaça e almirante do Estreito do Mar Roxo.
O Padre Inácio de Azevedo, da Companhia de Jesus, seguiu com um
conjunto de 40 noviços na nau Santiago com destino ao Brasil. Esta é ataca-
da pelos corsários calvinistas, comandados por Jacques Sória, ao largo das
Ilhas Canárias, sendo martirizados e mortos todos os religiosos que nela se-
guiam. O acontecimento teve lugar a 15 de julho de 1570, tendo a notícia do
massacre chegado a Portugal a 17 de julho. Os "Quarenta Mártires do Brasil"
vieram a ser beatificados em 11 de maio de 1854 pelo Papa Pio IX. O missio-
nário pedroguense, o bem-aventurado Diogo de Andrade, incluía-se no nú-
mero destes mártires.
A listagem apresentada abaixo esteia-se nas notas de Figueiroa Rêg045•46
baseado num manuscrito atribuído ao cónego D. Flamínio, de quem foi para a
índia, mas somente listamos aqueles cuja origem é claramente indicada como
proveniente da região de Leiria e parte da Estremadura, até Torres Vedras.
Afonso de Matos, escudeiro, de 22 anos, da Labrugeira, termo de
Torres Vedras, filho de Afonso Gomes e de Inês Vieira, foi em 1538.
Afonso de Vaza Serrão, cavaleiro fidalgo, com 1000 rs., de Torres
Vedras, filho de Francisco Vaza, foi em 1585.
Álvaro da Rocha, de Torres Vedras, filho de Gomes da Rocha e de
Inês Trigueiros, foi como escrivão na nau Espírito Santo, em 1538, co-
45 R~GO, Rogério de Figueirôa - Soldados da fndia: século XVI: notícias genealógicas e biográficas.
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mandada pelo vice-rei D.
Garcia de Noronha.
André Gorjão, cavalei-
ro, do Turcifal (Torres Ve-
dras), filho de Álvaro Anes
Gorjão, foi em 1553. Ta-
nador de Agaçaim no ano
de 1555.
Antão Marecos, escu-
deiro, de 20 anos, filho de
Rui Dias de Freitas e de Ana
Mota, todos de Torres Vedras, foi em 1563.
Antão do Rêgo, cavaleiro, marido de Margarida Varela, da Ponte do
Rol, termo de Torres Vedras e genro de Álvaro da Ponte, cavaleiro, e de
Margarida Varela, foi em 1543.
António de Barros, escudeiro, de 24 anos, de Torres Vedras, filho
de Jerónimo de Sampaio e de Branca de Barros, foi em 1563 na nau
Algarvia. Esta nau quebrou o mastro e voltou a Portugal.
António Cardoso, do Turcifal, filho de Francisco Fernandes e de
Helena Cardoso, foi 1598.
António Correia, cavaleiro-fidalgo, de Torres Vedras, filho de Luís
Correia, foi em 1585 na nau Santo Alberto.
António Galvão, fidalgo, filho de Duarte Galvão, foi para capitão nas
Molucas em 1533. Foi aí missionário.
António Homem, escudeiro de 20 anos, das Caldas da Rainha, filho
de Diogo Homem e de Catarina Dias, foi em 1553 na nau S. Bento. Esta
nau, comandada por Fernão de Álvares Cabral da Cunha, à volta para
Portugal perdeu-se na Terra do Natal.
António Lopes, escudeiro, de 16 anos, do Carrascal, termo de
Ourém, filho de Paulo Pires e de Brites de Figueiredo, foi em 1553 na
nau Ascensão.
António Pestana, escudeiro, de 18 anos, da Lourinhã, filho de Diogo
Pestana, foi em 1546.
António do Rêgo, do termo de Óbidos, filho de Pero do Rêgo e de
Margarida Álvares, foi em 1532.
António Trigueiros, escudeiro, de Torres Vedras, filho de Pedro Tri-
gueiros e Brites Vaz, foi em 1567.
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Francisco de Carvalhosa,
filho de Gomes Lourenço de
Carvalhosa e de D. Luísa de
Sampaio, da Ribeira de Maria
Afonso, solar dos Carvalhosas,
termo de Torres Vedras, foi em
1556.
Francisco Correia, escudei-
ro, 20 anos, filho de Francisco
Fernandes Correia e de Brígida
Pires, todos de Torres Vedras,
foi em 1563.
Francisco Henriques, fidalgo, com 2.000 rs. de moradia, da Ver-
moeira, termo de Torres Vedras, filho de Charles Henriques, camareiro
do Infante D. Fernando, foi por capitão da nau Chagas em 1574; morreu
em Alcácer.
Francisco Pereira, moço de
câmara, de Torres Vedras, filho
de Rodrigo Pereira e de Francis-
ca Trigueiros, foi em 1563 na nau
Graça.
Francisco do Rêgo, escu-
deiro, com 1.100 rs. de moradia,
filho de Antão do Rêgo, cavalei-
ro, e de Margarida Varela Carva-
Ihosa, todos do termo de Torres
Vedras, foi em 1554 na nau Con-
ceição, capitaneada por Miguel de Castanhoso.
Francisco Sampaio, escudeiro, de Torres Vedras, filho de Rui
Sampaio e de Leonor Roiz, foi em 1533.
Francisco de Seabra, escudeiro, filho de Fernando de Seabra e de
Catarina Roiz, do Maxial, termo de Torres Vedras, foi em 1561 na nau S.
Filipe.
Francisco Velho Dantas, escudeiro de 30 anos, filho de Sebastião
Velho e de Brázia Dantas, de Leiria, foi em 1554 na nau Conceição.
Fiador Francisco Velho, seu tio.
Gabriel do Rêgo, escudeiro, filho de Pero Fernandes do Rêgo e de
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des e de Maria Lopes, todos de Leiria, foi em 1558 na nau Graça, capita-
neada por D. Constatino.
Mendo Henriques, filho de Frutos ou Frutuoso Henriques e primo
de João Soares (ver acima), todos do Bombarral, foi em 1561 e morreu
em 1588.
Nicolau de Almeida, escudeiro, filho de Acácio Botado de Almeida e
de Maria Trigueiros, todos de Torres Vedras, foi em 1593 e morreu em
1594 no cerco de Chaul. Era irmão de João Botado de Almeida (ver
acima).
Nicolau Trigueiros, moço da câmara, filho de Pedro Trigueiros e de
Brites Vaz, todos de Torres Vedras, foi em 1574 e lá morreu em 1582.
Era irmão de Lopo Trigueiros (ver acima).
Nuno Fróis, filho de Álvaro
Fróis e de Violante Vaz, todos de
Torres Vedras, foi em 1530.
Pedro Varela, moço da câ-
mara, filho de Heitor Varela (ver
acima), cavaleiro-fidalgo, de Tor-
res Vedras, e de Antónia de Ma-
galhães, foi em 1591.
Pero Lopes, moço da câma-
ra, filho de Pero Gonçalves Pi-
menta e de Catarina Pimentel,
todos de Torres Novas, foi em
1574 na nau Santa Bárbara.
Pero Vaz Henriques, moço
de câmara com 405 rs. de mora-
dia, filho de Duarte Vaz de Torres Vedras, foi em 1544 por feitor de Achem.
Rafael Botado de Almeida, escudeiro, filho de Acácio Botado de
Almeida e de Maria Trigueiros, todos de Torres Vedras, foi em 1593 e
morreu em 1600 em combate contra o "célebre e temível Maomed Cunale
Marcá". Era irmão de João Botado de Almeida (ver acima).
Rui Dias de Avelar, Juiz dos Órfãos da vila de Atouguia, foi em
1598, na armada do vice-rei D. Luís de Ataíde.
Lourenço de Carvalho, escudeiro, de 25 anos, filho de António de
Carvalho e de Isabel Fernandes, de Peniche, foi em 1561 na nau S.
Filipe.
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47 Pena é que não se encontrem os demais volumes, pois estes ficam-se pelo antropónimo
Albuquerque.
"LAGOA, 4.° Visconde de - Grandes e humildes na epopeia portuguesa do Oriente: (séculos XV,
XVI e XVII). Visconde de Lagoa. - Lisboa: [s.n.]. 1942-1943. - 2 vol.
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49 AZEVEDO, Carlos A. Moreira - Ordem de Santo Agostinho em Portugal (1256 - 1834). Lisboa:
Universidade Católica, 2011, pp 303 e segs.
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50 AMARAL, Luís - Livros de Matrículas dos Moradores da Casa Real- foros e ofícios 1641-1744.
Lisboa: Guarda-Mar, Voll e 11.
51 O título existiu em duas famílias: na antiga houve condes, marqueses e duques e na moderna
apenas condes.
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54 POUSAO-SMITH, Sela - "Rodrigues Lobo, os Vila Real e a estratégia da dissimulato". Lisboa: Ed,
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60 AUBIN, Jean - "Ouarte Galvão". Paris, separata do arquivo do Centro Cultural Português. Paris:
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Os graves acontecimentos políticos nos fins do século XVI e princípi-
os do século XVII determinaram uma longa pausa na expansão ultramarina.
Diminuíram as navegações. Enfraqueceu sensivelmente o comércio. Baixou
a atividade dos estaleiros navais. Cessaram as conquistas e explorações nos
três continentes onde a soberania de Portugal se fizera reconhecer.
Era desoladora no princípio do século XVII a falta de pilotos experimen-
tados. Nas escolas de pilotagem, dirigidas por Lavanha até 160862 e depois
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" Foi discípulo de Pedra Nunes, sendo também ele mestre em Matemática e Cosmografia. Em Julho
de 1608, foi escolhido para quarto cosmógrafo-mor do Reino, cargo que exerceu a nível interino, em
substituição do titular, João Baptista Lavanha, devido às longas e frequentes permanências deste
último em Espanha. Conhecido pelo seu vasto saber, foi autor de uma valiosa obra científica, que lhe
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