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Engenharia Eléctrica

3oAno – 6o Semestre
Trabalho de Electrónica Digital

Temporizador 555

Discente: Docente:
Alex Chaquibo M. O. Aboo Eng.o Igídio Mutemba

Songo, Agosto de 2018


Engenharia Eléctrica
3oAno – 6o Semestre
Trabalho de Electrónica Digital

Temporizador 555

Discente: Docente:
Alex Chaquibo M. O. Aboo Eng.o Igídio Mutemba

Trabalho elaborado pelo estudante do


Curso de Engenharia Eléctrica do Instituto
Superior Politécnico de Songo, disciplina
de Electrónica Digital, para fins de
avaliação.

Songo, Agosto de 2018


Índice
1.Introdução ............................................................................................................................... 1

1.1.Objectivos......................................................................................................................... 2

1.1.1.Objectivo geral .......................................................................................................... 2

1.1.2.Objectivos específicos ............................................................................................... 2

2.Temporizador 555 ................................................................................................................... 3

2.1.Operação básica................................................................................................................ 6

2.1.1.Operação Monoestável .............................................................................................. 6

2.1.2.Operação Astável ....................................................................................................... 7

3.Parâmetros de Temporização ................................................................................................ 10

4.Algumas aplicações úteis ...................................................................................................... 10

5.Limitações do 555 ................................................................................................................. 12

6.Conclusão.............................................................................................................................. 13

7.Bibliografia ........................................................................................................................... 14
Temporizador 555

1.Introdução
Na actualidade podem-se encontrar no mercado circuitos integrados especialmente projetados
para implementar circuitos multivibradores (mono-estáveis e/ou astáveis) em várias faixas de
frequências. Um dos primeiros circuitos integrados disponíveis deste tipo foi o temporizador
555.

Temporizadores são circuitos que, para uma sequência de pulsos de entrada, geram um pulso
de saída de duração limitada ou com atraso.

Assim sendo, o presente trabalho visa de forma resumida abordar sobre o temporizador 555
apresentando diagramas e esquemas ilustrativo do funcionamento para melhor compreensão.

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Temporizador 555

1.1.Objectivos
1.1.1.Objectivo geral
• Fazer uma abordagem de forma coerente do temporizador 555.

1.1.2.Objectivos específicos
• Apresentar conceitos básicos sobre o temporizador 555;
• O seu modo de funcionamento de forma detalhada;
• Mostrar o diagrama funcional interno de um temporizador 555;
• Apresentar o modo de operação e os parâmetros de temporização.

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Temporizador 555

2.Temporizador 555
Na óptica de FLOYD, (2007:419), o temporizador 555 é um dispositivo, na forma de circuito
integrado, versátil e amplamente usado pois pode ser configurado em dois modos diferentes:
multivibrador monoestável ou um multivibrador astável (oscilador). Um multivibrador astável
não tem estado estável oscilando entre dois estados estáveis sem qualquer disparo externo.

É composto de um Flip-Flop do tipo RS, dois comparadores simples e um transístor de


descarga. Projectado para aplicações gerais de temporização, este integrado é de fácil aquisição
no mercado especializado de Electrónica.

Sua tensão de alimentação situa-se entre 5 e 18v, o que o torna compatível com a família
TTL de circuitos integrados e ideal para aplicações em circuitos alimentados por baterias. A
saída deste circuito integrado pode fornecer ou drenar correntes de até 200mA ou 0,2A,
podendo assim comandar diretamente relés, lâmpadas e outros tipos de carga relativamente
grandes.

Fig.1: Diagrama funcional interno de um temporizador 555 (os números dos pinos estão entre parênteses).
Fonte: Floyd 2007

Para que possamos compreender melhor o funcionamento do circuito, faremos um


estudo de cada uma das partes que o formam.

• Dois Amplificadores operacionais funcionando como Comparadores de Tensão;


• Um Divisor de Tensão formado por três Resistores de 5 K Ω;
• Um Flip-Flop tipo RS;
• Um transistor utilizado como Chave

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Temporizador 555

➢ Comparadores de Tensão:

O funcionamento dos Comparadores de Tensão neste circuito é bastante simples.

O componente possui duas entradas (Inversora ‘ − ’ e Não Inversora ‘ + ’ ) e uma saída. O nível
de tensão na saída poderá ser alto (1) ou baixo (0), dependendo do nível de tensão nas entradas.

A saída será alta ( 1 𝑜𝑢 + 𝑉𝑐𝑐) sempre que a tensão na entrada não Inversora ‘ + ’ for mais
alta do que a tensão na entrada Inversora “ − “.

Fig.2: Comparador de tensão


Fonte: Valdir 2012

➢ Divisor de Tensão:

É formado por três resistores de 5 𝐾Ω. Sua função é fornecer as tensões de referência
para os comparadores de tensão. Sobre cada um dos resistores será aplicada uma tensão igual
a um terço da tensão de alimentação 𝑉𝑐𝑐.

Sendo assim, entre o terminal do terra e o primeiro resistor (ponto A) teremos uma
tensão igual a um terço de 𝑉𝑐𝑐 (𝑉𝑐𝑐/3) aplicada à entrada Não Inversora do primeiro
comparador (Disparador).

Entre o terminal do terra e o segundo resistor (ponto B) teremos uma tensão


igual a dois terços da tensão de alimentação (2 ∙ 𝑉𝑐𝑐/3) que é aplicada ao segundo
comparador (Controle).

Fig.3: Divisor de Tensão


Fonte: Valdir 2012

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Temporizador 555

➢ Flip-Flop Tipo RS:

Trata-se de um componente Digital biestável, ou seja, suas saídas podem assumir apenas dois
níveis de tensão ou níveis lógicos (zero ou um). As saídas são complementares. Enquanto
𝑄 estiver em nível lógico zero, a saída complementar 𝑄 estará em nível lógico um e vice-versa.

Quando a entrada 𝑆 (𝑆𝑒𝑡) receber um nível lógico igual a um, a saída 𝑄 será levada
para nível lógico um, ou seja, a operação 𝑆𝑒𝑡 leva a saída 𝑄 para o nível de tensão igual a 𝑉𝑐𝑐.
Quando a entrada 𝑅 (𝑅𝑒𝑠𝑒𝑡) receber um nível lógico igual a um, a saída 𝑄 será levada para
nível lógico zero, ou seja, a operação 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑡 leva a saída 𝑄 para o nível de tensão igual zero
volts.

Fig.4: Flip-Flop tipo RS


Fonte: Valdir 2012

➢ Transistor como Chave:

Quando a saída Q estiver em nível lógico um, fará com que a corrente de base leve o
transistor à saturação, ou seja, a chave entre coletor e emissor será fechada, aterrando o
terminal de coletor do transistor.

Este transistor é utilizado para descarregar capacitores externos utilizados como


base de tempo.

Fig.5: Transistor como Chave


Fonte: Valdir 2012

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Temporizador 555

2.1.Operação básica
Um temporizador 555 pode operar como um monoestável ou como um oscilador (astável).

2.1.1.Operação Monoestável
Para configurar o temporizador 555 como monoestável não-redisparável são usados um resistor
e um capacitor externos como mostra a figura 6. A largura do pulso da saída é determinada
pela constante de tempo de 𝑅1 e 𝐶1 de acordo com a fórmula:

𝑡𝑊 = 1,1𝑅1 𝐶1

Fig.6: O temporizador 555 conectado como um monoestável.


Fonte: Floyd 2007

A entrada de tensão de controle não é usada e é conectada a um capacitor de desacoplamento


𝐶2 para evitar que um ruído afete os níveis de disparo e limiar.

Antes que um pulso de disparo seja aplicado, a saída é nível baixo e o transistor de descarga
𝑄1 está ligado (on), mantendo 𝐶1 descarregado como mostra a figura 7(a). Quando um pulso
de disparo negativo (de nível alto para baixo) é aplicado no instante 𝑡0 , a saída vai para nível
alto e o transistor de descarga é desligado (off), permitindo que o capacitor 𝐶1 seja carregado
através de 𝑅1 conforme mostra a parte (b). Quando 𝐶1 se carrega até 2/3 𝑉𝐶𝐶, a saída retorna
para o nível baixo em 𝑡1 e 𝑄1 é imediatamente ligado, descarregando 𝐶1 como mostra a parte
(c). Como podemos ver, a taxa de carga de 𝐶1 determina por quanto tempo a saída permanece
em nível alto.

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Temporizador 555

(a) Antes do disparo (b) Quando disparado

(c) No término do intervalo de carga

Fig.7: Operação do temporizador 555 como monoestável.


Fonte: Floyd 2007

2.1.2.Operação Astável
Um temporizador 555 conectado para operar como um multivibrador astável, o qual não é um
oscilador senoidal, é mostrado na figura 8. Observa-se que a entrada de limiar agora está
conectada na entrada de disparo. Os componentes externos 𝑅1 , 𝑅2 e 𝐶1 formam o circuito de
temporização que define a frequência de oscilação. O capacitor de 0,001𝜇𝐹, 𝐶2 , é conectado
na entrada de controle estritamente para desacoplamento e não tem efeito na operação; em
alguns casos ele pode ser suprimido.

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Temporizador 555

Fig.9: Saída do temporizador astável


astável Fonte: Grace 2013
Fig.8: Temporizador 555 conectado como um multivibrador astável
Fonte: Floyd 2007

Inicialmente, quando é feita a alimentação, o capacitor 𝐶1 está descarregado e a tensão


de disparo (pino 2) é 0 V. Isso faz com que a saída do comparador 𝐵 seja nível alto e a saída
do comparador 𝐴 seja nível baixo, forçando a saída do latch, e assim a base de 𝑄1, para nível
baixo mantendo o transistor desligado. Agora, 𝐶1 começa carregando através de 𝑅1 e 𝑅2 ,
conforme indicado na figura 10. Quando a tensão no capacitor alcança 1⁄3 𝑉𝑐𝑐 , o comparador

B comuta sua saída para o estado baixo; e quando a tensão no capacitor alcança 2⁄3 𝑉𝑐𝑐 , o
comparador A comuta sua saída para o estado alto. Isso reseta o latch, fazendo com que a base
de 𝑄1 passe para o nível alto desligando o transistor. Essa sequência cria um percurso de
descarga para o capacitor através de 𝑅2 e do transistor, conforme indicado. Agora o capacitor
começa a descarregar, fazendo com que o comparador 𝐴 vá para nível baixo. Quando o
capacitor se descarrega para um valor abaixo de 1⁄3 𝑉𝑐𝑐 , o comparador comuta para nível alto;
isso seta o latch, fazendo com que a base de 𝑄1 seja nível baixo desligando o transistor. Um
outro ciclo de carga inicia, e o processo se repete. O resultado é uma onda de saída retangular
cujo ciclo de trabalho depende dos valores de 𝑅1 e 𝑅2 . A frequência de oscilação é dada pela
seguinte fórmula, ou ainda pode ser determinada de forma gráfica conforme a figura 11.

1,44
𝑓=
(𝑅𝑡 + 2𝑅2 )𝐶1

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Temporizador 555

Fig.10: Operação do temporizador 555 no modo astável.


Fonte: Floyd 2007

Fig.11: Frequência de oscilação como uma função de 𝐶1 𝑒 𝑅1 + 2𝑅


Fonte: Floyd 2007

Selecionando 𝑅1 e 𝑅2 , o ciclo de trabalho da saída pode ser ajustado. Como 𝐶1 carrega através
de 𝑅1 + 𝑅2 e descarrega apenas através de 𝑅2 , os ciclos de trabalho que se aproximam de um
mínimo de 50% podem ser obtidos se 𝑅2 ≫ 𝑅1 de forma que os tempos de carga e descarga
sejam aproximadamente iguais. Uma expressão para o ciclo de trabalho é desenvolvida a
seguir. O tempo em que a saída é nível alto (𝑡𝐻 ) é o tempo que 𝐶1 leva entre 1⁄3 𝑉𝑐𝑐 e 2⁄3 𝑉𝑐𝑐 .
Esse tempo é expresso como a seguir:

𝑡𝐻 = 0,7(𝑅1 + 𝑅2 )𝐶1

O tempo em que a saída é nível baixo (𝑡𝐿 ) é o tempo que 𝐶1 leva para descarregar de 1⁄3 𝑉𝑐𝑐

para 2⁄3 𝑉𝑐𝑐 . Esse tempo é expresso como a seguir:

𝑡𝐿 = 0,7𝑅2 𝐶1

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Temporizador 555

3.Parâmetros de Temporização
➢ Tempo de Setup (𝒕𝒔 ) (preparação)
 Intervalo de tempo que precede imediatamente a transição activa do sinal de clock
durante o qual a entrada de controle deve ser mantida.

➢ Tempo de Hold (𝒕𝒉 ) (manutenção)


 Intervalo de tempo que segue imediatamente após a transição activa do sinal de clock
durante o qual a entrada de controle deve ser mantida.
 Fabricantes determinam este valor e se não respeitado o flip-flop pode responder de
forma não confiável.

Para garantir que o flip-flop funcione corretamente quando ocorrer uma transição activa do
clock.

 Entradas de controle não devem mudar de estado por pelo menos 1 intervalo de tempo
𝑡𝑠(𝑚𝑖𝑛) antes da transição de clock.
 Entradas de controle não devem mudar de estado por pelo menos 1 intervalo de tempo
𝑡ℎ(𝑚𝑖𝑛) após a transição de clock.

4.Algumas aplicações úteis


Além das funções de oscilador e temporizador vistas acima, aqui vão alguns circuitos que
poderão ser de muita ajuda em montagens de projetos mais complexos.

• Gerador de bips

Fig.12: Diagrama eléctrico do circuito utilizando 555


Fonte: Braga 2016

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Temporizador 555

Este circuito consiste em dois 555 em operação astável, sendo que a saída de um (que
possui uma frequência relativamente baixa) está conectada ao reset do outro (que possui uma
frequência relativamente alta).

Na figura 13 temos o diagrama em bloco simplificado do circuito.

Fig.13: Diagrama em bloco simplificado


Fonte: Braga 2016
Este circuito é ativado com nível alto (𝑉𝑐𝑐) no pino de reset do oscilador 1. Foram colocados
capacitores de 10𝑢𝐹 entre os pinos da tensão de controle e o terra. Isto aumenta a imunidade a
2𝑉𝑐𝑐
ruídos que podem alterar esta tensão de controle para valores diferentes de .
3

Foram colocados um capacitor de 10𝑢𝐹 e um resistor de 150Ω em série com o alto-falante de


16𝛺. A função do capacitor em série é de acoplamento, ou seja, bloquear a componente
contínua do sinal, deixando passar apenas o sinal alternado. E a função do resistor é a de limitar
a corrente no alto-falante, já que a sua impedância é muito baixa.

• VCO (Oscilador Controlado por Tensão)

Fig.14: Oscilador Controlado por Tensão


Fonte: Braga 2016

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Temporizador 555

VCO é um circuito que produz um sinal de saída oscilante (geralmente uma onda quadrada ou
triangular) cuja frequência é ajustada dentro de uma faixa, controlada pelo nível de uma tensão
de entrada. Este tipo de circuito é usado para, entre outras coisas, modulação de sinais.
O circuito acima é apenas um oscilador cuja tensão de controle não é mas constante (2𝑉𝑐𝑐/3),
e sim uma tensão de entrada que é uma fração qualquer de 𝑉𝑐𝑐. Variando o potenciômetro, a
tensão de controle irá variar e consequentemente a frequência do sinal de saída também.

5.Limitações do 555
A desenvolver projectos com o CI 555 é necessário respeitar suas limitações. A seguir são
fornecidas as especificações do TLC555M e do TLC555C fabricados pela Texas Instrumentos:

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Temporizador 555

6.Conclusão
Depois duma análise cuidadosa pode-se observar que o temporizador 555 é um circuito
integrado muito importante na electrónica pois a sua aplicação é inevitável em circuitos
digitais, ele é versátil e tem um grande número de aplicações em circuitos electrónicos, sobre
tudo para gerar intervalo de tempo.

Assim sendo, este circuito integrado é de fácil aquisição no mercado especializado de


Electrónica, constituindo isso uma vantagem na sua aplicação.

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Temporizador 555

7.Bibliografia
FLOYD, Thomas L. Sistemas Digitais: fundamentos e aplicações. Porto Alegre: Bookman
9a ed. 2007

MARTINS, Geomar Machado. Princípios de Automação Industrial. 2007

DEAECTO, Grace S. Circuitos Lógicos. Faculdade de Engenharia Mecânica/UNICAMP


2013

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