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Diamantina
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Orientador:
Prof. Dr. Carlos Ignácio
Diamantina
2013
APADRINHAMENTO DE CALOUROS: estratégia de combate à retenção e à evasão na
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM
Orientador:
Prof. Dr. Carlos Ignácio
_______________________________________________
Profª MSc. Sandra Matias Damasceno – UFVJM
_______________________________________________
Prof. Dr. Olavo Cosme da Silva - UFVJM
______________________________________________
Prof. Dr. Carlos Ignácio - UFVJM
DEDICATÓRIA
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a minha mãe, Wilma, pelo amor, pela
amizade, pelo apoio e principalmente por estar sempre comigo, desde o começo da minha
vida, e sempre saber como me renovar, me inspirar... por ser meu porto seguro, o meu amor
maior.
Agradeço a minha irmã, Adalgiza, por ser sempre um motivo de orgulho e de seguir
em frente. Por ser minha amiga e alguém que posso contar sempre. Por estar se tornando
uma mulher incrível, e, ainda assim, ser minha menina. Te amo!
Agradeço também ao meu pai, Edmilson, pela confiança, carinho e amor, que me
fazem continuar com garra.
Agradeço a Tia Néia, por me dar suporte, por sempre estar por perto, pelo amor que
me dá forças, por ter me presenteado com um irmão, por integrar o grupo mais seleto e
importante da minha vida: o das minhas mães.
Agradeço a minha dindinha, Maria do Rosário, pelo cuidado, por ter sido por tanto
tempo uma mãe, com o significado mais profundo que essa palavra carrega, pra mim.
Eternamente grato.
Agradeço as minhas tias Nice, Vita, Beth, Laura e Séfora, e também aos meus tios
Walcyr, Marreco, Waldeir, Wanderlei, Wanildo, Wolmar (in memorium), Barão e Walber
que sempre me deram força, sempre foram exemplos de fibra e caráter.
Agradeço a Thaís, minha alma gêmea, minha parceira, melhor amiga, minha certeza
de que a vida vale a pena... por todos os momentos juntos perto e juntos longe, por ser
aquela que sempre vai me entender, pela parceria de vida.
Agradeço ao meu primo André, por ser o irmão que nunca tive, por ter
acompanhado e caminhado comigo, lado a lado, todo esse tempo, por ser sempre
companheiro e amigo e tudo o mais que alguém pode querer de alguém tão querido.
Agradeço ao meu padrinho Rhuan, por sê-lo tão intensa e carinhosamente, uma
escolha perfeita. Obrigado pela amizade e parceria!
Agradeço aos meus primos/irmãos Waguim, Igor, Lucas, Andrey, Thiago, Vinícius,
Ronan, Renan, Marcel, Henrique, Nanna, Maysa, Laurinha, Thiara, Gisona, Jey, Naninha e
Júlia pelo companheirismo, parceria, e por, além de tudo, serem meus melhores amigos.
Agradeço por todos os momentos compartilhados, por todas as farras, alegrias, pelo laço
que nos une e que eu espero que seja eterno.
Agradeço a aquele que me fez aprender tanta coisa, que é um querido, um amigo
como nenhum outro. Obrigado por estar sempre presente, mesmo, aqui, Mauro!
Agradeço a Bianca, pela amizade que é cada vez mais e mais importante para mim,
por sempre ser uma linda comigo, por ser uma amizade VERDADEIRA para a vida inteira.
Agradeço aos amigos feitos em Governador Valadares, por serem motivos de
muitas alegrias durante a minha vida.
Agradeço a Lorrayne, por ter sido meu pé-no-chão, a amizade mais inesperada e
cativante da minha passagem por Diamantina. Por ser minha companheira de alma, por ser
incrível e sempre disposta a ajudar, a me apoiar, a me suportar, a ser aquela que vai deixar
um vazio na hora da partida. Talvez não tenha a dimensão da importância que teve.
Agradeço a Carol, por ter me acolhido tão bem, por termos nos encontrado após a
separação na maternidade, pelo carinho e amizade que sempre foram fundamentais para
mim.
Agradeço aos outros membros da minha família de Diamantina, Jaíne, Aninha
Maior, Aninha Menor, Allan, Bruninha, Robertinha e Áron, por terem feito por mim coisas
que só mesmo uma família faz, por terem passado os melhores anos da vida sempre ao meu
lado, até nos momentos mais difíceis, por nunca terem me deixado faltar o que eu carrego
de mais importante na minha vida: a amizade.
Agradeço as minhas vizinhas Nati, Flor, Fabi e Michelle, por pelo carinho, pela
parceria, pelos ótimos momentos juntos, pela foto do bonde que nunca foi tirada. Vocês são
foda, no melhor sentido da palavra.
Agradeço a todos aqueles que foram companheiros da República Al-Qaeda, em
especial ao Michel, Glauber, Ernane, Ricardo, Filipe, Foco, Flávio e Pedro, por além de
terem morado comigo, se tornarem bons amigos; por tantos aprendizados, pelas “Al-Qaeda
Insanas”, por terem participado de uma parte disso.
Agradeço às amizades do maternal, Lorena e Dani Ursine, por serem as
responsáveis de eu ter criado raízes aqui e que foram, e sempre serão, essenciais, as
primeiras amigas de Diamantina.
Agradeço a Gabi Queiroz, que desde o primeiro momento me acolheu como se
acolhe um irmão, desde aquele primeiro abraço em 26 de gosto de 2009... nunca
esquecerei. Uma pessoa incrível e que estará sempre entre as pessoas mais importantes que
conheci em Diamantina.
Agradeço aos outros amigos, e não menos importantes, feitos em Diamantina, por
terem passado os melhores anos da vida sempre ao meu lado, até nos momentos mais
difíceis.
Agradeço a todos os que, junto comigo, integraram a turma de calouros do BC&T
2009/2, e que, alguns mesmo a distância, mantém aquela mesma união de sempre. Vocês
foram a melhor galera para aquele tempo, e até hoje.
Agradeço a Diamantina, e também ao tempo, por me transformarem em quem sou
hoje, por terem me apresentado algumas das melhores coisas da vida.
Agradeço a todos os mestres que de alguma forma, me impulsionaram a seguir e
concluir mais essa etapa.
Agradeço ao meu orientador, Carlos Ignácio, e aos professores que compuseram a
banca do meu TCC, Sandra e Olavo, por fazerem parte desse momento tão importante da
minha vida, pelos ensinamentos e pela gentileza em, de alguma forma, auxiliar-me nesse
projeto.
Por fim agradeço a todos que acreditaram em minha capacidade e me incentivaram
nesta caminhada.
“Estou sempre de malas prontas e
insatisfeito com o aqui. Quero o lá, o sol,
quero um samba, quero também o ali...”
(Arthur Fontgaland)
RESUMO
Este trabalho é apresentado como uma estratégia para diminuir os índices de retenção e
evasão, já que esse é um problema que atinge instituições de educação superior tanto no
Brasil quanto no resto do mundo. Após um levantamento de dados feito na Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, pode-se concluir que um dos
fatores preponderantes para a evasão da universidade é a dificuldade de adaptação ao novo
mundo em que o calouro está sendo inserido. Por esse fator, explana-se nesse trabalho a
experiência do projeto-piloto do Apadrinhamento de Calouros implantado no curso de
Bacharelado em Ciência e Tecnologia na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha
e Mucuri, a fim de criar condições propícias para a permanência dos discentes ingressantes,
facilitando a adaptação a sua nova realidade, tanto no âmbito acadêmico como no social.
This work is presented as a strategy to reduce the rates of retention and evasion, since this
is a problem that affects higher education institutions in Brazil and the rest of the world.
After a data collection done at the Federal University of the Valleys of Jequitinhonha and
Mucuri - UFVJM, it can be concluded that one of the important factors for the evasion of
the university is the difficulty of adapting to the new world in which the freshman is being
inserted. For this factor, this paper explains to the experience of the pilot project
Sponsorship Freshmen deployed in the course of Bachelor of Science and Technology at
the Federal University of the Valleys Jequitinhonha and Mucuri, in order to create
favorable conditions for the permanence of entering students, facilitating the adaptation to
their new reality, both in the academic and social levels.
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 18
2.1 Objetivos Específicos.................................................................................................18
3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 19
4 METODOLOGIA................................................................................................. 23
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 25
6 CONCLUSÃO....................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 34
ANEXOS................................................................................................................... 37
Anexo A – Resolução N°. 16 ICT, de 09 de abril de 2012..................................... 37
Anexo B – Modelo do questionário respondido pelos discentes veteranos
(padrinhos).............................................................................................................. 41
Anexo C – Modelo de questionário respondido pelos discentes ingressantes
(calouros)................................................................................................................ 43
1. INTRODUÇÃO
Um problema que é comum e recorrente às universidades brasileiras são os elevados
índices de desistências e reprovações. O Projeto PET Comunidades: Estratégias para
combate a retenção e a evasão na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri – UFVJM constatou, após diversos levantamentos de dados, que, no caso especifico
da UFVJM, um dos fatores que corroboravam para a elevação desse índice era a
dificuldade de adaptação do calouro à universidade e que o desenvolvimento de estratégias
que visassem facilitar o período de adaptação era fundamental para que estes jovens
permanecessem na instituição.
A busca de solução para a evasão e a retenção tem sido objeto de estudos e
pesquisas em várias partes do país e do mundo, pois tais dificuldades determinam enormes
desperdícios e das mais variadas ordens. Silva Filho afirma que:
“A evasão estudantil no ensino superior é um problema internacional que afeta o
resultado dos sistemas educacionais. As perdas de estudantes que iniciam mas
não terminam seus cursos são desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos. No
setor público, são recursos públicos investidos sem o devido retorno. No setor
privado, é uma importante perda de receitas. Em ambos os casos, a evasão é uma
fonte de ociosidade de professores, funcionários, equipamentos e espaço físico.”
(SILVA FILHO et al, 2007).
Segundo Adachi (2009), a evasão perpassa por três esferas conhecidas, que vão
desde o comportamento e as particularidades do estudante, da Instituição, e da própria
sociedade que acolhe aquele curso de graduação. (MANNO et al, 2011)
Tal resultado parece ser fruto de um encontro entre características pessoais dos
alunos e características institucionais do curso. Do lado do aluno, encontram-se pessoas
persistentes, realizadoras e perfeccionistas. Do lado da escola, especialmente nos primeiros
anos, encontra-se um curso distante daquilo que o aluno idealizou, com sobrecarga de
estudos teóricos das chamadas matérias básicas, disciplinas fragmentadas e professores
com métodos pedagógicos pouco didáticos (MILLAN et al, 1999). O curso, assim
estruturado, rouba o tempo do lazer, do sono, do convívio com pessoas fora do ambiente
acadêmico. Todo o tempo, inclusive o tempo livre, deve ser dedicado ao curso, mesmo que
em detrimento da própria saúde física e emocional (FIEDLER, 2008).
14
Entretanto, a relação custo-benefício, entre esforço e resultado, não se mostra
favorável aos estudantes neste início de sua formação. Aquele aluno que, na entrada na
faculdade, teve a confirmação clara de sua competência se vê diante de resultados, nas
primeiras provas, que em nada espelham sua autoimagem anterior. Além disso, surgem no
horizonte dúvidas angustiantes sobre a sua vocação (BELLODI, 2010)
Recentemente, Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) têm sido
estimuladas pelo Governo Federal a expandir seus cursos presenciais de graduação, elevar
gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos de graduação (TCG) para noventa por
cento e elevar a quantidade de alunos por professor para dezoito por meio do chamado
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais –
REUNI – (BRASIL, 2007b). Apesar das duras críticas deferidas por setores organizados na
educação superior (tais como associações de estudantes e sindicatos de professores),
segundo os quais o REUNI conduz ao sucateamento do ensino público superior na medida
em que os recursos prometidos não são proporcionais à expansão exigida pelo Governo,
mas, segundo o próprio decreto (BRASIL, 2007a), visam aumentar a quantidade de alunos
por professor em cada instituição, todas as IFES aderiram ao REUNI segundo informações
do Ministério da Educação (LIMA JÚNIOR et al, 2012).
Entre os artigos a respeito da evasão publicados nos periódicos mais bem avaliados
das áreas de educação e ensino de ciências e matemática, encontra-se alguma diversidade
de fundamentações teóricas e técnicas, apontando para a complexidade da questão da
permanência na educação formal em geral, e na educação científica superior, em particular
(LIMA JUNIOR e OSTERMANN, 2010). Dentre as diversas abordagens adotadas para
tratar a questão da evasão, destaca-se a sociologia da educação, que permite teorizar com
consistência os aspectos sociais, históricos e institucionais que circunscrevem o sistema de
ensino e os indivíduos que o constituem.
Em sociologia da educação, evasão e fracasso escolar tendem a ser considerados
mecanismos por meio dos quais o sistema educacional contribui para a reprodução das
classes sociais e, por outro lado, a posição dos estudantes na estrutura das relações de classe
tende a ser percebida como um fator importante do sucesso e da trajetória desses estudantes
na escola. Portanto, à luz da sociologia da educação, o problema pedagógico enfrentado
15
pelo professor de ciências de contribuir para que seus alunos se apropriem e dominem leis e
conceitos científicos, falando a linguagem da ciência com seus colegas e resolvendo
problemas selecionados segundo algum critério (tradicional ou inovador), não pode ser
separado do problema da posição desses alunos na estrutura das relações de classe (LIMA
JÚNIOR et al , 2012).
Além disso, foi determinado que a tutoria pode apostar no desenvolvimento
acadêmico integral, pois potencializam-se as habilidades básicas para o desempenho
acadêmico, a aprendizagem, a autoestima e o desenvolvimento de habilidades sociais. Da
mesma forma, verificou-se que o aprendizado baseado em problemas, como estratégia de
aprendizagem dentro da tutoria entre iguais, permite aumentar o vocabulário técnico e o
senso crítico, melhorar a capacidade para resolver problemas, aprimorar e priorizar o
trabalho em equipe (CARDOZO-ORTZ, 2011).
Buscando formas de sanar as dificuldades encontradas foi elaborado o Projeto
“Apadrinhamento de Calouros” que teve início como um projeto-piloto implementado no
Bacharelado de Ciência e Tecnologia – BC&T, e segue um regulamento específico (Anexo
A). O projeto propõe, estimula e acompanha a troca de experiência entre calouros e
veteranos que é mediada, por enquanto, pelo grupo PET e visa contribuir para a rápida
adaptação do aluno novato às peculiaridades próprias da universidade, da cidade e facilitar
o desenvolvimento de relações pessoais.
Paulo Freire assim afirmou:
Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças,
repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do
saber de pura experiência feito, que leva em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta,
possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história(...). (FREIRE, 1980, p.120).
16
Nesse sentido o Apadrinhamento de Calouros aparece como uma espécie de
Mentoring que pode ser compreendida como um tipo especial de relação em que,
basicamente, uma pessoa mais experiente acompanha, orienta e estimula um jovem
iniciante em sua jornada de desenvolvimento pessoal e profissional (BELLODI, 2005).
17
2. OBJETIVOS
18
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Tendo como base uma grande variedade de estudos realizados tendo em perspectiva
o estudante universitário. Pascarella e Terenzini (1991, 2005) realizaram uma revisão
literária bastante fundamentada a cerca de trabalhos referentes às modificações ocorridas no
ambiente acadêmico, sua compreensão e discussão.
Procurando pontos comuns a todas as teorias, classificaram-nas em duas categorias:
-Teorias Desenvolvimentistas: caracterizam-se pela abordagem da atenção no
resultado ou natureza da mudança;
- Modelos Teóricos de Impacto: caracterizam-se pela abordagem da origem da
mudança. (PASCARELLA; TERENZINI, 1991, 2005)
As Teorias e Modelos Desenvolvimentistas buscam identificar a natureza, a
estrutura, as dimensões e o processo do desenvolvimento intraindividual dos universitários,
descrevendo aspectos e fases do seu crescimento individual. O desenvolvimento é
entendido como um movimento geral que caminha para uma melhor caracterização,
integração e complexidade na maneira como os sujeitos pensam, atribuem valores e se
comportam. Essas teorias consideram que os indivíduos passam por níveis de
desenvolvimento ordenados, sequenciais e hierárquicos (STRANGE apud SCALI, 2009).
Os Modelos Teóricos de Impacto buscam compreender a origem ambiental ou
sociológica da mudança e se propõem a identificar variáveis que possuam capacidade de
exercer a mudança no aluno, especialmente na sua interação com o contexto universitário.
Esses modelos objetivam entender a percepção dos alunos quanto à estrutura física, às
normas e currículo da IES, aos programas e serviços acadêmicos, às atitudes, aos valores e
ao comportamento das pessoas que compartilham o mesmo ambiente e às experiências de
interação com estes componentes universitários.
Outro pesquisador da área, Tinto (1975), também realizou uma revisão teórica a
respeito de pesquisas e estudos relacionados a evasão nas universidades. Seus estudos
relacionaram os principais problemas que dificultavam o estudo desse problema, sendo eles
os diferentes tipos de evasão que acabavam sendo organizados em um só grupo, e a
ausência de dados que, além de descreverem o processo que envolve a evasão,
explicassem-no.
19
Com base nisso, foi proposto por Tinto (1975) um modelo teórico que preenchesse
essa lacuna encontrada, o modelo teórico do processo de permanência/evasão da
universidade.
O modelo proposto por Tinto (1975) pode ser entendido como um modelo
institucionalmente orientado que tem como conceitos centrais os de integração acadêmica e
social à instituição, os quais sugerem que a decisão do estudante de permanecer ou deixar a
instituição é influenciada pelo nível de conexão desenvolvido com a instituição. O modelo
sustenta que o processo de evasão da universidade deve ser visto como um processo
longitudinal de interações entre o indivíduo e os sistemas acadêmico e social na instituição.
Durante esse processo as experiências do estudante com esses sistemas modificam seus
compromissos com a instituição e com o objetivo de graduar-se, de forma a levá-lo a
permanecer na instituição ou a optar por uma dentre várias formas de evasão (MERCURI et
al, 1995).
De acordo com Tinto (1975), cada indivíduo que ingressa na universidade apresenta
atributos específicos e uma bagagem de vida que influencia o desempenho desse
universitário na universidade e também em suas decisões, não sendo diferente na decisão de
evadir ou permanecer. Essas características apresentadas por ele são: atributos (sexo, raça,
habilidades específicas), experiências pré-universitárias (GPA - índice de desempenho
acadêmico, talentos acadêmico e social) e background familiar (atributos de status social,
valores e expectativas).
Sabendo das características pessoais, experiência anterior e compromisso individual
com a formação acadêmica e com universidade, a abordagem argumenta que a integração
de cada indivíduo na instituição, tanto no âmbito social quanto no acadêmico, está
intimamente ligada à continuação na universidade.
20
Figura 1. Modelo da relação entre sala de aula, aprendizagem e permanência no ensino superior (Tinto, 1997)
Tinto (1975) afirma que a evasão e suas formas dão-se, principalmente, pela
conjuntura dos fatores “compromisso do indivíduo com o objetivo de completar o ensino
superior” e “compromisso com a IES”.
Posteriormente, foi proposto por Bean (1980) um outro modelo que ia de encontro
à tentativa de explicar o fenômeno de evasão do aluno na universidade, assim como o
modelo de proposto por Tinto(1975).
Segundo Bean (1980), os fatores externos à IES são os que determinam as decisões
tomadas pelos estudantes. Alguns fatores citados são: apoio por parte da família e dos
amigos, questões financeiras, a possibilidade de transferência para outra universidade, entre
outros.
Estudando os modelos teóricos propostos por Tinto (1975) e Bean (1980), Cabrera
et al (1992 e 1993) apresentaram um estudo em que são mostrados os principais pontos
comuns e divergentes entre os dois modelos. Como pontos comuns aos dois trabalhos
analisados, pode-se observar:
1 – A permanência na instituição é resultado de um complexo conjunto de
interações ao longo do tempo;
21
2 - Características da educação pré-universitária tem efeitos na vida universitária do
aluno;
3 - A intenção de permanência na universidade é afetada pela combinação entre
características do estudante e da instituição.
Os pontos divergentes que merecem destaque estão relacionados, como citado
anteriormente, ao ponto de vista que cada um apresenta em relação aos fatores
predominantes na decisão de evadir/permanecer na universidade. O modelo teórico
proposto por Tinto (1975) aponta como possíveis determinantes na escolha dos estudantes
os fatores que dizem respeito a integração aos ambientes acadêmico e social, e
compromissos com a instituição e com a graduação. Já o modelo proposto por Bean (1980)
enfatiza a influência de fatores externos à IES e fatores psicossociais.
Ao procurarem os pontos de convergência dos modelos teóricos propostos por Tinto
(1975) e Bean (1980), Cabrera et al (1992 e 1993) chegaram a uma conclusão muito
importante: a de que, para entender verdadeiramente o processo de evasão/permanência do
discente na universidade, seria necessário combinar-se os dois modelos citados. Assim a
compreensão desse fenômeno, que é uma combinação de variáveis endógenas e exógenas,
torna-se mais abrangente e complexa, já que aí estariam envolvidos tanto os fatores
pessoais, ambientais e institucionais.
22
4. METODOLOGIA
Na primeira semana letiva são abertas, na página do curso de BC&T, as inscrições
para que os veteranos possam se inscrever no projeto como “padrinhos”. Após essa etapa,
realiza-se a seleção dos veteranos que estão aptos a participar do projeto, criado para
triagem dos veteranos, onde constam os seguintes critérios:
1) Não haver participado do projeto por mais de três vezes;
2) Se já participou de projeto em momentos anteriores, ter tido bom desempenho,
avaliado por parte dos calouros;
3) Veteranos que estão nos períodos iniciais.
Feita a seleção, informa-se aos veteranos o deferimento de sua inscrição no projeto,
e lhes é dado ciência da data do primeiro encontro. Os calouros são informados do Projeto e
de suas ações por dois modos: via email e por comunicado feito em sala de aula pelos
petianos que lhes dão as boas vindas e faz a divulgação do Projeto.
O grupo PET organiza alguns encontros coletivos entre padrinhos e calouros com o
intuito de facilitar a congregação dos mesmos. A organização desses encontros é
dependente da quantidade de alunos ingressantes. O curso de Bacharelado em Ciência e
Tecnologia com entrada de 120 alunos e o Bacharelado em Humanidades com entrada de
240 alunos exigem um grau maior de organização. Já o curso de Enfermagem com entrada
de 30 alunos não demanda tanta organização.
Durante todo o período fica a cargo dos padrinhos e dos calouros a manutenção do
contato sempre quando se julgar necessário, para tirar dúvidas a respeito da vida
acadêmica, das disciplinas, empréstimo de material, informações sobre a cidade de
Diamantina, etc. Como geralmente muitos veteranos inscrevem-se para participar do
projeto, cada veterano apadrinha 1 ou 2 calouros.
Sempre no segundo encontro há uma dinâmica de grupo, para aumentar a interação
entre os veteranos e calouros. A dinâmica, geralmente, é feita por um professor e/ou alunos
da Educação Física vinculados a UFVJM e que já tem experiência com esse tipo de
atividade. Em seguida tanto os veteranos quanto os calouros respondem a um questionário
de avaliação do projeto (Anexos B e C). O recebimento do certificado de participação dos
veteranos no projeto está condicionado a avaliação positiva, realizada a partir de respostas
23
dos calouros ao questionário final. Esse certificado conta como horas complementares
exigidas no curso, seguindo a regulamentação do ICT.
Utilizaram-se as redes sociais como facilitadores de contato entre os calouros e
veteranos e também com os petianos organizadores do Apadrinhamento de Calouros, sendo
que, inclusive criou-se um perfil “Apadrinhamento de Calouros” no Facebook.
Nesse trabalho, foram analisados os últimos três projetos de apadrinhamento de
calouros do BC&T, nos períodos de 2012/1, 2012/2 e 2013/1, lembrando que em 2013/1
encerra-se o IV Apadrinhamento de Calouros.
O projeto foi posteriormente estendido a outros cursos da universidade, fazendo
hoje parte da realidade de cursos como Bacharelado em Humanidades, Nutrição e
Enfermagem.
24
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto aplicado no curso de BC&T proporcionou grande aproximação de
calouros e veteranos, comprovada através dos encontros realizados durante o semestre.
A eficácia do projeto também foi comprovada pelos questionários respondidos tanto
pelos veteranos, quanto pelos calouros. Os questionários respondidos durante os encontros
tiveram respostas positivas e animadoras para a continuação do mesmo. O segundo
encontro, em especial, foi avaliado pelos participantes como muito positivo devido a
integração que a dinâmica provocou.
Abaixo estão os dados tabulados das respostas dadas pelos calouros do período de
2012/1 e pelos padrinhos e calouros dos períodos de 2012/2 e 2013/1 as perguntas dos
questionários aplicados (Anexos B e C). Devido ao questionário aplicado em 2012/1 ser
diferente dos demais, as respostas estão em tabela separada, com as perguntas e respostas
expostas na Tabela 2.
25
O programa de Sim 28
apadrinhamento de calouros te Não 29
ajudou durante esse semestre Não participei 6
aqui na universidade?
Como foi a relação sua com o Excelente. Estamos sempre em 8
seu padrinho (ou sua contato. Me ajudou muito.
madrinha)? Boa. Sempre que preciso corro 20
atrás dele.
Ruim. Tivemos contato apenas 15
uma vez.
Tive contato mas ele (a) não 1
me ajudou quando solicitei.
Tive contato, mas não senti 2
firmeza nele(a).
Nunca tive contato com o meu 15
padrinho.
Você acha que há necessidade Sim 48
dos calouros recorrerem à Não 8
padrinhos (ou madrinhas) ? Não sei 6
26
Letra a 26 35
Letra b 33 58
Letra c 14 19
Letra d 2 – Assistência Estudantil 2
27
Tabela 8. Resposta a pergunta 7 do questionário dos calouros dos períodos de 2012/2 e
2013/1, em quantidade de respostas
2012/2 2013/1
Letra a 35 63
Letra b 13 16
Letra c 3 6
Tabela 10. Resposta a pergunta 2 do questionário dos padrinhos dos períodos de 2012/2 e
2013/1, em quantidade de respostas
2012/2 2013/1
Letra a 5 15
Letra b 15 33
Letra c 2 11
Letra d 0 0
Letra e 0 1
Tabela 11. Resposta a pergunta 3 do questionário dos padrinhos dos períodos de 2012/2 e
2013/1, em quantidade de respostas
2012/2 2013/1
28
Letra a 11 19
Letra b 2 7
Letra c 9 42
Letra d 1 1
Tabela 12. Resposta a pergunta 4 do questionário dos padrinhos dos períodos de 2012/2 e
2013/1, em quantidade de respostas
2012/2 2013/1
Sim 19 58
Não 3 2
Tabela 13. Resposta a pergunta 5 do questionário dos padrinhos dos períodos de 2012/2 e
2013/1, por quantidade de respostas
2012/2 2013/1
Letra a 5 13
Letra b 8 34
Letra c 9 12
Letra d 0 1
Letra e 0 0
Tabela 14. Resposta a pergunta 6 do questionário dos padrinhos dos períodos de 2012/2 e
2013/1, em quantidade de respostas
2012/2 2013/1
Letra a 3 18
Letra b 7 26
Letra c 9 14
Letra d 3 2
Letra e 0 0
29
Diante dos dados tabelados acima, abaixo seguem gráficos comparativos entre os
dados obtidos em 2012/1, 2012/2 e 2013/1, em relação às perguntas que apresentaram-se
como mais importantes para a compreensão da importância do “Apadrinhamento de
Calouros” no curso de BC&T, e que vão de encontro aos objetivos apresentados:
Figura 3 - Resposta dada pelos calouros, em relação ao auxílio prestado pelo padrinho, que
responderam positivamente a pergunta “O programa de Apadrinhamento de Calouros serviu de
ajuda para você?”, sendo o gráfico da esquerda referente à 2012/2 e o da direita referente 2013/1,
em porcentagem
Por esse comparativo, pode-se observar que o respaldo dado pelos padrinhos aos
calouros nos períodos de 2012/2 e 2013/1 foi praticamente o mesmo, sendo que a maioria
dos auxílios prestados concentra–se na vida universitária e nos estudos. Destaca-se aqui o
30
auxílio prestado nos estudos, já que essa não é uma das atividades relacionadas como papel
do padrinho, o que significa que isso está ocorrendo naturalmente que reflete o
amadurecimento das relações interpessoais.
Figura 4 - Resposta dada pelos calouros à pergunta “Como foi sua relação com seu padrinho (ou
sua madrinha)?”, sendo o gráfico da esquerda referente à 2012/1, o do centro à 2012/2 e o da
direita à 2013/1, em porcentagem
Nesse último demonstrativo, podemos observar claramente um maior
comprometimento dos padrinhos com o projeto nos primeiro e último semestres analisados.
Ainda que não seja um fator decisivo, devido a várias variáveis envolvidas, como,
por exemplo, a melhor estruturação do curso, nota-se que há uma aprovação de mais de
90% do projeto pelos participantes devido, entre outros motivos, ao crescimento individual
e psicossocial, apontados por Bean (1980) como fatores importantes na decisão entre
evasão e permanência na universidade, dos discentes envolvidos, proporcionado pela
integração dos discentes veteranos com o os calouros.
O grupo PET realizou uma investigação e constatou-se que, em um grupo de onze
alunos do BC&T evadidos ao final do primeiro semestre, apenas um deles tinha participado
do projeto o que é um indicio de que os alunos que participam efetivamente do projeto
tendem a permanecer no curso. Esse dado, em particular, ainda merece ser melhor
investigado para chegar-se a uma conclusão mais precisa e consistente.
Um dos grandes aliados do projeto foram as redes sociais, pois através dela
conseguimos um contato maior com os participantes, facilitando assim a comunicação,
sendo ela mais rápida e efetiva.
31
E, apesar de não ter o programa de apadrinhamento sido implantado em todos os
cursos, um grande avanço no curso de BHu foi alcançado, que teve como maior dificuldade
unir os veteranos com os calouros.
Na maioria dos cursos da UFVJM, os calouros já são matriculados automaticamente
nas matérias do primeiro período, o que não ocorre no curso de BHu, no qual eles possuem
liberdade de escolher as matérias a cursar, enfrentando assim muitas dúvidas e dificuldades.
Pode-se afirmar, assim, que o projeto de apadrinhamento para esse curso veio a acrescentar
nessa dinâmica.
32
6. CONCLUSÃO
O programa de Apadrinhamento de Calouros vem crescendo e facilitando a
permanência de discentes oriundos de comunidades urbanas na cidade de Diamantina, a
partir da integração dos discentes ingressantes com os discentes veteranos, auxiliada pela
transmissão de experiências aos discentes integrantes do projeto, e também por facilitar a
adaptação à nova realidade dos calouros.
Os dados apurados atestam a aprovação do projeto pelos integrantes, com aprovação
de mais de 90% dos calouros; o fortalecimento das relações interpessoais, com o
relacionamento entre padrinhos e calouros avaliado como excelente/bom também por mais
de 90%; e, inesperadamente, o apoio natural por parte dos veteranos nos estudos de seus
afilhados.
Foi atingida grande parte dos objetivos, contudo, implantar o projeto de
apadrinhamento em todos os cursos da UFVJM, ainda não foi possível. Apesar dos
coordenadores gostarem do projeto e da própria Pró-Reitoria de Graduação recomendar aos
cursos a sua implementação, não houve ainda uma adesão de todos, mas percebe-se que há,
a cada semestre, um aumento paulatino da adesão dos cursos da UFVJM ao projeto,
demonstrado nesse semestre pelos cursos de Educação Física, Fisioterapia, Odontologia,
Agronomia e Engenharia Florestal que já solicitaram ajuda na implantação do projeto.
33
REFERÊNCIAS
BEAN, J.P. . Dropouts and turnover. The synthesis and test of a causal model of
student attrition, In: Research in Higher Education, 1980. n. 12, p. 155-87.
BRASIL. Decreto presidencial número 6.069. Diário Oficial da União, Brasília, 2007a.
34
Education, 1992. v. 63, n. 2, p. 143-164.
35
MERCURI E., MORAN R. C. e AZZI R. G. Estudo de evasão de curso no primeiro ano
da graduação de uma universidade pública estadual. Documento de Trabalho, 1995
36
ANEXOS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
DIAMANTINA – MINAS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA - ICT
CONGREGAÇÃO DO ICT
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES
37
CAPÍTULO II
DO LOCAL E DA REALIZAÇÃO
SEÇÃO I
DA TUTORIA DISCENTE ASSISTIDA
Art. 4º A Tutoria Discente Assistida constitui um instrumento de aprimoramento
pedagógico extraclasse que envolve um grupo de alunos sob a orientação de um tutor,
indicado pelo professor responsável pela disciplina.
38
Art. 6º Compete ao tutor gerenciar seu grupo de estudo, que se reunirá regularmente com
objetivo de discutir dúvidas e fazer atividades propostas pelo professor acerca do conteúdo
da disciplina.
Art. 8º Caso a disciplina possua monitores, sua atuação poderá ser estendida para o
acompanhamento e monitoramento dos tutores de forma a auxiliar o professor no controle
deste processo.
SEÇÃO II
DA TUTORIA DOCENTE
Art. 10 Ao aluno será atribuído o direito de selecionar o docente para respectiva orientação
ou dirigir-se à coordenação para encaminhamentos.
SEÇÃO III
DA TUTORIA DE APADRINHAMENTO DE CALOUROS
Art. 11 A tutoria de que trata a seção consiste na escolha de um grupo de alunos veteranos
para atuarem como tutores dos alunos ingressantes, nas tarefas:
I. Orientações sobre planejamento estratégico de cada disciplina que esses estejam
cursando;
II. Orientações de como buscar a monitoria;
III. Orientações quanto à pré-matrícula ou de como buscar essas informações na Tutoria
Docente;
IV. Esclarecimentos quanto à estrutura do curso ou de como buscar essas informações,
seja na Tutoria Docente ou na coordenação;
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V. Orientações gerais sobre a UFVJM e a cidade de Diamantina.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇOES FINAIS
Art. 13 Este regulamento poderá ser alterado por sugestão da maioria dos membros da
Congregação do ICT.
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Anexo B – Modelo do questionário respondido pelos discentes veteranos (padrinhos)
41
c.( )Redes Sociais
d.( ) Outra forma: _______________________________________________________
4. Suas informações foram úteis para facilitar a adaptação do calouro a essa nova fase?
a.( )Sim
b.( )Não
Porque:
______________________________________________________________________
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Anexo C – Modelo de questionário respondido pelos discentes ingressantes (calouros)
Nome: ___________________________________________________________________
43
b)( )Não
5. Como foi a sua relação com o seu padrinho (ou sua madrinha)?
a)( ) Excelente. Estamos sempre em contato. Me ajudou muito;
b)( ) Boa. Sempre que preciso recorro a ele;
c)( ) Ruim. Tivemos contato apenas uma vez;
d)( ) Tive contato mas ele (a) não me ajudou quando solicitei;
e)( ) Tive contato, mas não senti firmeza nele (a);
f)( ) Nunca tive contato com o meu padrinho.
6. Caso tenho havido contato, qual foi a melhor forma de contato entre você e o seu padrinho
(ou sua madrinha)?
a) ( )Pessoalmente
b) ( )Email
c) ( )Redes Sociais
d) ( )Outra forma: _________________
44
AUTORIZAÇÃO
_________________________________
Artur Elias Fernandes
artur_fernandes91@hotmail.com
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Rodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000
Alto da Jacuba
Diamantina/MG
CEP 39100-000
Telefone: 55 xx (38) 3532-1200
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