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Seguros Patrimoniais – Incêndio e

Elementos da Natureza
Caracterização e Classifi cação dos Riscos

O seguro de Incêndio e Elementos da Natureza tem a função de cobrir os danos ocorridos em


imóveis (edifícios, vivendas, terrenos) e conteúdos (Ex: mobiliário, equipamentos eletrónicos)
e, por se tratar de componentes do património, enquadra-se nos seguros patrimoniais.

A cobertura de um possível dano, pressupõe a possibilidade de concretização de um


determinado risco. E quais os principais riscos nesta área?

 Incêndio;
 Raio e Explosão;
 Tempestades;
 Fenómenos Sísmicos;
 Aluimento de Terras

Para ilustrar a importância do Seguro recorremos a uma noticia que nos demonstra dois
indicadores.
https://
www.tempo.pt/noticias/actualidade/impactos-financeiros-dos-desastres-naturais-de-2021-
crise-climatica.html

“Milhares de pessoas foram afetadas” e “Os prejuízos foram de cerca de 43 bilhões de


dólares” – Estes aspetos relatados ao longo da notícia elucidam bem a importância de deter
este seguro. Na realidade todos pensamos que estas coisas nunca nos vão acontecer, mas se
virmos com atenção temos exemplos bem perto de nós, como na Alemanha e França. Por isso,
é necessário que tenhamos a noção que há a possibilidade de uma catástrofe e tendo seguro
estamos protegidos de ficar sem amparo e recursos. Se as pessoas que sofreram estes
acidentes não tinham seguro, o mais provável é que a, curto prazo, não vão conseguir restituir
o mesmo estilo de vida.

No âmbito de estabelecer a cobertura dos riscos, é feita a classificação e caracterização dos


mesmos - Isto prevê apresentar o conjunto de dados que traduzem a situação real dos bens
seguros.

Classificação dos Riscos:


A Classificação dos Riscos permite agrupá-los em dois grandes grupos:

 Riscos Simples
 Riscos Industriais
Esta classificação é feita tendo em conta:

 Natureza do Risco – Onde existe uma Listagem de Atividades da Tarifa que


estipula. (Exemplo: A atividade têxtil é de natureza industrial, ao contrário da
atividade de prestação de serviços de contabilidade) –
 Modo de Produção Utilizado – Nesta área avalia-se o desenvolvimento
tecnológico e o número existente de máquinas, para perceber se a produção é ou
não artesanal. (Exemplo: Talvez alguém tem uma avó que utilize uma maquina de
cozer das antigas para fazer as suas coisas, mas não se pode considerar Industrial,
olhando, por exemplo, para uma fábrica, em que há maior desenvolvimento
tecnológico e maior número de maquinas).
 Montante dos Capitais a Segurar – Estão estabelecidos limites de capitais para os
riscos simples, que, quando ultrapassados, tornam-se riscos industriais.

Por isso, observando estes três pontos, podemos entender que se enquadram nos riscos
industriais as situações de:

 Empresas que pratiquem uma determinada atividade discriminada na listagem de


atividades da tarifa;
 Empresas que, não praticando uma atividade presente nessa lista, detêm meios de
produção com grande capacidade tecnológica e em grande escala e que adquirem os
montantes dos capitais a segurar que ultrapassam os limites dos riscos simples.

Caracterização dos Riscos:


A caracterização dos riscos é feita seguindo três conceitos:

 Quanto à função;
 Quanto à localização;
 Quanto ao tipo de construção.

Quanto à função;

Os riscos, que pela sua natureza, não se enquadrem nos riscos industriais, são distribuídos
pelas seguintes categorias, tendo em conta a sua função:

 Habitacional – Imóveis (Vivendas e Edíficios) exclusivamente destinados à habitação e


também os conteúdos;
 Profissionais – Atividades profissionais (de qualquer natureza, seja profissional liberal
ou comercial) que não possuam as características necessárias para ser considerado
Risco Industrial

Dentro da vertente profissional, é tido em conta a natureza da atividade, dividindo-se em:


- Riscos Normais

- Riscos Agravantes

Este conhecimento permite analisar os riscos inerentes à prática da atividade. (Ex: A


prática da Serralharia Civil é mais suscetível a incêndios, do que o escritório de advogados)
Por isso, mesmo dentro do grupo dos profissionais, vão haver cotações diferentes nas
tarifas, de acordo com as características da atividade, seja ela mais perigosa, enquandrado-
se nos riscos agravantes, onde o prémio tem tendência para ser superior, ou menos
perigosa, não havendo nenhum acrescento no prémio e enquadrando-se nos riscos
normais.

 Rural – Explorações agrícolas cuja dimensão não se enquadre nos riscos Industriais.
(Ex: Seguro de Colheitas é um seguro que cobre riscos rurais).

Apesar destes riscos na sua natureza não serem


considerados industriais, como vimos, há a ter em conta os valores dos capitais a segurar e isso
pode ter influência.
Quando ultrapassados estes valores, tornam-se riscos industriais.

Jogo – Identificar as duas situações que não correspondem a Riscos Simples


 Edifício enquadrado na função Habitacional com uma capital seguro em
1.000.000€
 Estabelecimento de uma empresa de produção de softwares com apenas 1
computador e com um capital a segurar no edifício de 250.000€
 Terreno de uma plantação de uvas com o capital a segurar de 300.000€ (Yes)
 Terreno de uma plantação de maças com o capital a segurar de 100.000€
 Estabelecimento de uma empresa de produção de couro com máquinas de última
geração e com um capital a segurar de 900.000€ (Yes)

Quanto à localização
Os riscos ao nível da sua localização estão distribuídos por quatro zonas:

 Zona A
 Zona B
 Zona C
 Zona D – Não tem Corporação de Bombeiros, tendo um agravamento em 20% em
relação à zona D

Estas zonas encontram-se configuradas de forma decrescente, em relação à qualidade


no combate à possível concretização do risco.
Para esta análise tem-se em conta:

 Características da Área Geográfica;


 Níveis de Comunicação;
 Existência de Corporações de Bombeiros – Número, quantidade de homens do
corpo ativo e material auto-operacional.
As zonas em que estão inscritos os concelhos podem-se ir alterando, consoante a
alteração destes indicadores.

Quanto à construção
Nesta área existem três tipos de riscos

 1º Risco
 2º Risco
 3º Risco
Esta distinção é feita tendo em conta as características dos edifícios, não olhando
apenas ao número de pisos
1º Risco – Paredes exteriores incombustíveis, Separação entre pisos ou existência de
placas, Estrutura do telhado com mais de 50% da cobertura incombustível.
2º Risco – Embora tendo as paredes exteriores totalmente incombustíveis, não tenham
separação entre pisos ou existência de placas e a estrutura do telhado tenha um
percentagem inferior a 50% de cobertura incombustível
3º Risco – Não tenha nenhuma das características do 1º e 2º Risco.
- Paredes exteriores combustíveis
- Não haja separação entre pisos
- Estrutura do telhado com menos de 50% de cobertura incombustível.

O material combustível constitui-se como um agravamento do risco, por ser mais


suscetível a incêndios. Ao contrário do incombustível, que dificulta a propagação.

Exemplo – Como isso influencia na tarifa


Vou-vos apresentar duas simulações de edíficos em que são iguais a nível de -
Localização, Ano Imovel, Tipo de Utilização, Número de Quartos, Área, Capital- mas
que divergem no tipo de construção

1ª Simulação
Tipo de Cobertura: Placa de Cimento
Tipo de Construção Exterior: Materiais Incombustíveis
Tem meios de prevenção e proteção contra Incendio
Exemplo 2:
Tipo de Cobertura: Telha
Tipo de Construção Exterior: Pedra, Cal e Alvenaria
Não tem meios de prevenção e proteção contra Incendio
Exemplo 3:
Tipo de Cobertura: Telha
Tipo de Construção Exterior: Pedra, Cal e Alvenaria
Não tem meios de prevenção e proteção contra Incendio
Mas em vez de ser em Lisboa, é em Viseu, o que faz com que a Zona em que está
inserida seja inferior e tenha outro agravamento.

Conclusão:
A classificação e caracterização dos riscos é essencial para o conhecimento com
exatidão das particularidades dos bens a segurar
A classificação e caracterização dos riscos é essencial para o cálculo do prémio e o
estabelecimento ou não de agravamentos.
https://www.okteleseguros.pt/simulador/casamobile/?
d=okmrh&action=simulador&gclid=Cj0KCQiAw9qOBhC-ARIsAG-
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