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MÓDULO V

Processos de Interação no
AVA

UNIDADE I
Aspectos Gerais dos
Ambientes Virtuais de
Aprendizagem
Aspectos Gerais dos Ambientes Virtuais de Aprendizagem

Nesta aula, estudaremos sobre os Ambientes Virtuais de


Aprendizagem (AVA), dando um destaque especial às suas
ferramentas de interação. Uma vez que já conhecemos os
diversos recursos disponíveis no AVA SOLAR
(apresentados, em detalhes, na Aula 01), discutiremos
agora, diferentes usos que podem ser feitos, a partir
desses ambientes, com vistas à promoção da interação

Antes de prosseguir com a leitura deste tópico, assista ao vídeo a seguir, e reflita um
pouco sobre a contribuição que as tecnologias podem oferecer à difusão do conhecimento,
favorecendo o acesso à Educação em um país de dimensões continentais, como o Brasil.

Exibiremos uma reportagem do Jornal Hoje,


intitulada "SALAS DE AULA VIRTUAIS JÁ SÃO REALIDADE"
que trata sobre um formato de EaD bastante
difundido na atualidade: a EaD com suporte nas
tecnologias da Internet.

Os ambientes que dão suporte a esta EaD, baseada na Internet, são denominados
Ambientes Virtuais de Aprendizagem ou AVA.
Os AVA designam, de maneira geral, uma classe de software para criação, oferta e
gerenciamento de cursos baseados na Internet. Integram tecnologias de informação e
comunicação com a finalidade de criar um ambiente que possibilite o acompanhamento de
cursos a distância de forma autônoma e eficaz (Costa; Franco, 2005). Esses ambientes são
sistemas de ensino e aprendizagem integrados e abrangentes. São integrados pelo fato de
oferecerem um conjunto de ferramentas, em um mesmo espaço virtual, que favorecem a
interação entre os alunos e o acesso aos conteúdos do curso, visando a construção
coletiva do conhecimento. Por outro lado, são abrangentes porque, por serem baseados na
WEB, permitem o acesso de estudantes e professores de qualquer local e em qualquer
horário que desejarem

OBSERVAÇÃO: Os AVA também são


referenciados como Learning Management
System ou Espaços Virtuais de Ensino e
Aprendizagem (Dillenbourg, 2000), Escolas
Virtuais (Kenski, 2004), dentre outras
denominações. Esses ambientes são utilizados
tanto em instituições de ensino quanto em
setores de treinamento corporativo. Embora
sejam mais utilizados em cursos a distância,
nada impede que também funcionem como
recurso complementar ao ensino presencial.

◆ As ferramentas existentes nos AVA podem ser classificadas em: ferramentas


administrativas, de ensino e de interação.
Veja a descrição de cada uma, a seguir:

Ferramentas Administrativas
Possibilitam a criação de cursos, o controle de matrícula dos alunos, a definição de
perfis dos usuários, dentre outras funções

Ferramentas de Ensino
Permitem a disponibilização dos conteúdos do curso e a definição de sua estrutura
didática em itens, como: agenda, planos de aula, bibliografia etc. Incluem também as
ferramentas de avaliação da aprendizagem, tais como: controle de acessos, participação
em fóruns, chats atividades realizadas, além da divulgação dos resultados da avaliação.

Ferramentas de Interação
Viabilizam a comunicação entre os participantes do curso. As mais utilizadas são:
mensagens, fórum e chat.
Anteriormente ao advento dos AVA, algumas dessas ferramentas já existiam e eram
utilizadas isoladamente, por professores e alunos, tanto da EaD como em cursos
presenciais. Alguns professores construíam sites WEB para divulgar seus materiais
didáticos e, por vezes, utilizavam ferramentas como correio eletrônico, listas e fóruns de
discussão para se comunicarem com outros profissionais de sua área ou com seus
estudantes.

Observação: É importante ressaltar que, tanto no


desenvolvimento quanto na utilização de um
AVA, deve-se ter clareza acerca da concepção
pedagógica que se deseja trabalhar (Costa;
Franco, 2005; Dillenbourg, 2000).

Para Valentini e Soares (2005), estudos bem sucedidos num espaço virtual da WEB
dependem do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem que possibilitem a
construção de conceitos, por meio da interação entre todos os integrantes do processo
educacional: alunos, professores e objeto de conhecimento. Assim, é importante entender
que o emprego da tecnologia não é um fator suficiente para garantir a qualidade de um
curso a distância. O sucesso de programas educacionais nessa modalidade depende,
dentre outras coisas, de alunos com um bom senso crítico e de professores que sejam
parceiros de aprendizagem.
De acordo com Schlemmer (2005), o desenvolvimento de qualquer produto para a
educação é permeado por uma concepção epistemológica, ou seja, pela forma como se
acredita que a aprendizagem aconteça. Esta autora considera os elementos de definição
didático-pedagógica do AVA como um item muito importante a ser considerado em sua
criação e utilização. Em geral, duas abordagens teóricas distintas dão suporte a ambientes
dessa natureza: a empirista e a interacionista.

◆ Abordagem empirista
Representa uma concepção mais tradicional de utilização dos AVA. Ela é verificada
quando o AVA é utilizado como um espaço para a disponibilização de conteúdos pelos
professores, com a possibilidade de envio de trabalhos pelos alunos e a obtenção dos
resultados da avaliação. Essa forma de utilização dos AVA pode acontecer mesmo quando
o ambiente dispõe de ferramentas de interação. Basta que os projetistas do curso a
distancia não incluam o uso dessas ferramentas em sua metodologia.

◆ Abordagem interacionista
Nessa abordagem, os espaços de interação e elaboração coletiva de saberes são
priorizados, permitindo a formação de grupos de discussão entre os estudantes, a troca de
conhecimentos em murais, uma identificação visual dos participantes etc. A abordagem
interacionista representa a utilização dos AVA dentro de uma linha mais progressista da
EaD, na qual os alunos são estimulados, não apenas a participarem do curso, mas também
a atuarem de forma autônoma, desenvolvendo sua própria trajetória de aprendizagem. As
ferramentas de interação, portanto, devem estar integradas aos conteúdos do curso para
permitirem um aprofundamento dos conhecimentos construídos (Dillenbourg, 2000).

Segundo Pimentel et al (2005, p. 81), os AVA devem ser:

“ricos em recursos para experiências variadas, utilizando novas tecnologias de


comunicação, que valorizem a capacidade de pensar e de se expressar com

clareza,dsolucionar problemas e de tomar decisões adequadamente. ”


◆ Os seguintes conceitos pedagógicos são centrais para compreender o
desenvolvimento e uso de um AVA, numa abordagem interacionista:

Concluímos este tópico, defendendo o pressuposto de que os AVA precisam ser


planejados dentro de uma concepção progressista do processo educacional, valorizando
uma comunicação ampla entre os participantes (professores-tutores e alunos), formando
seus conceitos a partir do compartilhamento de conhecimentos. Uma concepção contrária a
esta apenas servirá para reproduzir práticas de ensino tradicionais e que contribuem pouco
para o desenvolvimento do ser humano na sociedade comtemporânea.
Nos tópicos seguintes, desenvolveremos a concepção de interação na EaD,dentro e
fora dos AVA, apresentando diferentes ferramentas que viabilizam a comunicação a
distância. Abordaremos ferramentas assíncronas (correio eletrônico, lista de discussão,
fórum e blog) e síncronas (chat e videoconferência), evidenciando seus respectivos usos
pedagógicos.

OLHANDO DE PERTO
Para aprofundar seus conhecimentos sobre AVA leia os artigos indicados a
seguir:

1. Educação a Distância e Tecnologia: contribuições dos ambientes virtuais de aprendizado


(Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida – WIE/SBC 2002).
2. A institucionalização do ROODA na UFRGS: em busca de novos espaços pedagógicos
(Patricia Alejandra Behar, Sílvia Meirelles Leite, Leandro A. P. dos Santos – SBIE 2005).
3. Uma Taxonomia para Ambientes de Aprendizagem Suportados pela Web (Francisco
Milton Mendes Neto & Francisco Vilar Brasileiro – WIE/SBC 2002).
4. Estado da Arte em Espaços Virtuais de Ensino e Aprendizagem (Neide Santos – Revista
Brasileira de Informática na Educação, n° 4, pp: 75-94). encontramos a professora
Elizabeth Almeida (PUCSP) discutindo sobre aspectos de qualidade dessa modalidade
REFERÊNCIAS

COSTA, L. A. C.; FRANCO, S. R. K. Ambientes Virtuais de Aprendizagem e suas


Possibilidades Construtivistas. Anais do Global Congress on Engineering and
Technology Education - GCETE. Acesso em: 20 jul. 2005.

DILLENBOURG, P. Workshop On Virtual Learning Environments. EUN Conference


Learning in the new millennium: building new education strategies for schools, University of
Geneva, 2000. Disponível em:
https://tecfa.unige.ch/tecfa/publicat/dil-papers-2/Dil.7.5.18.pdf. Acesso em: 20 jul. 2005.

PIMENTEL, M.; WERNER, S.; BIANCHI, B.; CHIBANTE, L.; LUCENA, M.; LERNER, M.
MOREIRA, V.; BRASIL, B.; GOMES, M.; SILVA, P.; LOURO, R. A Participação do Instituto
Telemar na Formação Comunidades Digitais de Aprendizagem. WORKSHOP DE
INFORMÁTICA NA ESCOLA - WIE/SBC 2005, São Leolpoldo. Anais da SBC. 2005.

SCHLEMMER, E. Metodologias para educação a distância no contexto da formação de


comunidades virtuais de aprendizagem. In: BARBOSA, R. M. (org). Ambientes Virtuais de
Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2005. pp. 29-49.

VALENTINI, C. B.; SOARES, E. M. S. (orgs). Aprendizagem em ambientes virtuais. 1ª


ed. Caxias do Sul: EDUCS, v. 1, pp. 77-86, 2005.

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