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ABSTRACT
This report consists of a Scientific Article, with the aim of studying the “Impacts of
Ecotourism”, taking into account the political, environmental and economic dimensions.
The theme was chosen by me, since I am very interested in this type of tourism and
because I think it is still unknown to most people.
In this way, it is intended to address the “Impacts of Ecotourism”, starting with an
approach to the impacts of ecotourism in the dimensions mentioned in the
municipalities of Odemira and Arcos de Valdevez and then a study in which it is
intended to understand the impact that ecotourism has / had in the three areas, carrying
out an analysis of these two places where it is possible to verify the impact of the
construction of Ecotourism enterprises in these places.
This study will take into account interviews with two entities that practice Ecotourism.
Conceitos Básicos
Pesquisa sobre
Autores
Fontes/Citações Referências Bibliográficas
Etapas da Internet
Pesquisa
Notícias
Pesquisa do Entidades Governamentais
Tema (Câmaras Municipais)
Unidade 1 - Recolha de
Informação
Definição do
Notícias sobres as Tema
empresas Abordagem
entrevistadas Unidade 4 -
Apresentação de
Os Impactos
do Unidade 2 -
Resultados e Organização
Respostas recebidas Discussões Ecoturismo
pelas câmaras e
empresas Tipos de
entrevistadas Pesquisa
Dentro do Artigo deve
haver:
Unidade 3 -
Análise de dados Método Estrutura
turisticos Artigo Cientifico
Análise de Dados
Análise do Perfil do
Ecoturista
Envio de uma Entrevista
Apresentação através de questionários
Caracterização das Entidades
dos concelhos entrevistadas
TURISMO
O setor do Turismo tem vindo a desenvolver-se cada vez mais a nível nacional, mas
também mundial. Assim pode dizer-se que na atualidade o Turismo é um dos principais
setores de proveito para a economia nacional.
Hoje em dia existe muitas maneiras de definirmos o Turismo como, por exemplo,
segundo a definição de JAFARI, J. (2000:585) este defini-o como: “O Turismo é
definido como, não só o estudo do homem (o turista) fora do seu habitat natural,
incluindo a rede e estrutura do turismo que responde às suas várias necessidades, mas
também os locais de onde provêm estes turistas e para onde se deslocam”. Neste caso
pretende mostrar que há fatores que podem influenciar os turistas quando estes têm que
fazer a escolha do destino, pois têm que pensar sempre nas suas origens e nos diversos
fatores que podem encontrar tanto económico, sociais e culturais.
Outra definição possível e simples é a que se encontra presente no Decreto-Lei
n.º191/2009 de 17 de agosto (alínea a), art.º2) em que estabelece as bases políticas
públicas de turismo e que nos diz que o Turismo é “(…) o movimento temporário de
pessoas para destinos distintos da sua residência, por motivos de lazer, negócios ou
outros, bem como as atividades económicas geradas e as facilidades criadas para
satisfazer as suas necessidades”. Aqui demonstra o facto de o setor do Turismo
importar-se com as motivações dos turistas, visto que estes têm que pensar nas
necessidades que precisam para se sentirem satisfeitos no destino que virão a estar.
O Instituto Nacional de Estatística (I.N.E, 2011) apresenta a seguinte definição de
turismo: “atividades realizadas pelos visitantes durante as suas viagens e estadas em
lugares distintos do seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo
inferior a 12 meses, com fins de lazer, negócios ou outros motivos não relacionados
com o exercício de uma atividade remunerada no local visitado”.
ECOTURISMO
O termo Ecoturismo encontra-se ainda muito desconhecido para a maioria das pessoas
pois ainda não é clara a origem do mesmo, foi em 1965, que Hetzer mencionou pela
primeira vez o conceito de turismo responsável, identificando os quatro principais
pilares desta atividade, como a minimização dos impactos ambientais, o respeito pela
cultura local, a maximização dos benefícios da comunidade local e a satisfação dos
turistas (Fennell, 2008).
Nos anos 70 e 80, aquando do chamado movimento ambiental o ecoturismo começou a
ganhar forma (Honey M., 1999), sendo a primeira definição atribuída a Ceballos –
Lascuráin, em 1987, que o definiu como viagens para áreas protegidas relativamente
pouco perturbadas ou puras com o objetivo específico de estudar, admirar e apreciar a
paisagem, a sua fauna e flora, bem como qualquer tipo de manifestações culturais do
presente e do passado, encontrados nesse local (Ceballos - Lascuráin, em 1987, citado
por Pires, 2002). A partir daqui surgiram várias definições de ecoturismo existindo,
atualmente, uma grande variedade de produtos e serviços classificados como eco, que
vão desde o birdwatching até mesmo à produção de caça, hotéis, operadores turísticos,
entre outros, o que muitas vezes leva a algumas confusões na clarificação do conceito
de ecoturismo e dos seus praticantes, os ecoturistas (Wearing & Neil, 2009).
O “ecoturismo” tem sido, nos últimos anos, o tipo de turismo que mais cresceu em todo
o mundo, isto porque, o número de ecoturistas que visitam áreas naturais,
principalmente reservas naturais protegidas, aumentou exponencialmente, por esse
facto, a declaração, no ano 2002, do Ano Internacional do ecoturismo, pela ONU, e a
convocação do World Ecotourism Summit (WES), pelo Programa Ambiental das
Nações Unidas (UNEP) e pela OMT, no Quebec, marcaram o ecoturismo como uma
força globalmente significante e permitiram a atual divisão do turismo em três grandes
categorias: turismo convencional ou de massas, turismo sustentável e ecoturismo
(STSC, 2003). Assim, do WES resultou a Declaração de Quebec (Q.D.), o primeiro
documento ao nível da ONU (UNEP/WTO, 2002) que reconhece o ecoturismo como o
tipo de turismo sustentável que envolve todos os seus princípios, preocupações
económicas, sociais e ambientais e os seus impactos. Distinguindo o ecoturismo dentro
do turismo sustentável através de cinco critérios principais: 1) produtos à base da
natureza; 2) mecanismos de gestão que garantam minimização de impactos; 3)
fomentação da educação ambiental; 4) contribuição ativa para a conservação de áreas
naturais e heranças culturais; 5) inclusão das comunidades locais e da população
indígena no seu planeamento e desenvolvimento, bem como em todas as operações
envolventes, contribuindo para o seu bem-estar (Q.D., 2002).
Conclui-se assim que na grande maioria das definições anteriormente referidas, estas
reforçam que o ecoturista é alguém que contribui para a preservação do ambiente
natural e cultural que visita, e não uma pessoa responsável pela perda desse meio. Além
disso, existem outros aspetos comuns que se encontram, em todas as definições acima
mencionadas, como é o caso da utilização sustentável do meio natural ou cultural, seja
ele preservado ou pouco modificado para a realização do ecoturismo e o incentivo à
conservação do mesmo e ao envolvimento das comunidades locais no seu processo de
desenvolvimento.
Por isso mesmo, se reunirmos todos os pontos comuns das definições analisadas,
obteremos uma descrição completa daquilo que deverá ser o ecoturismo, ou seja, este
pode ser definido como uma viagem para espaços naturais, para lazer, estudo ou
voluntariado, que visa o contacto direto com a natureza, a contribuição para a
conservação do ambiente natural e cultural, através da sua função educativa e do
mínimo impacto e, sobretudo, a criação de benefícios para as populações locais, bem
como o seu envolvimento no processo de desenvolvimento local.
IMPACTOS DO ECOTURISMO
Em relação aos impactos que o ecoturismo tem nestes dois municípios, estes não
poderiam ser mais positivos.
No que diz respeito ao concelho de Arcos de Valdevez, e tal como já tinha sido referido
anteriormente, segundo dados recolhidos junto da autarquia, estes referem que ao nível
político o reconhecimento da importância que o ecoturismo assumiu na política de
investimento público foi significativo. O orçamento municipal em atividades de
animação e entretenimento passaram a ter um peso no orçamento camarário que não
existia num passado mais ou menos recente. A aposta em eventos por um lado e em
infraestruturas por outro tiverem como objetivo fixar e aumentar o tempo de estadia das
pessoas que começaram a afluir a Arcos de Valdevez muito por culpa do ecoturismo,
sendo exemplo disso um programa vasto e distribuído pelos 12 meses do ano de um
conjunto de eventos que conseguiram atrair muitos visitantes. Ao mesmo tempo
investiram em infraestruturas de apoio e valorização do ecoturismo, nomeadamente a
ecovia do rio Vez, o museu da água do Rio Vez, a valorização dos socalcos de Sistelo, a
valorização do património geológico e geomorfológico com a criação do projeto
“Rochas Que Contam Histórias”, o forte investimento na Porta do PNPG (Parque
Nacional Peneda Gerês) no Mezio, a aposta na rede de trilhos qualificados e sinalizados,
e mesmo o investimento no património cultural de que é exemplo a requalificação do
“Paço de Giela” e que tiverem sempre subjacente a necessidade de alimentar e dar
sustentabilidade a um setor do turismo que busca a natureza.
Do ponto de vista económico é obvio que o impacto só podia ser muito significativo. A
taxa de ocupação dos hotéis e alojamento turístico disseminado um pouco por todo o
Concelho, mas com maior incidência no território do PNPG mas também em Sistelo a
Vila do Arcos de Valdevez foi evidente. Tal fenómeno tem efeitos multiplicadores na
restauração, mas também nos fornecedores de serviços vários de que é exemplo o
aparecimento de um autocarro panorâmico para levar as pessoas a Sistelo. Os preços de
uma maneira geral sofreram uma pressão de subida dada a forte procura que se
verificou, e há até uma empresa que surgiu em Arcos de Valdevez para fornecer tudo o
que está associado a eventos como tendas, sistemas de som, painéis publicitários e que
acabou por expandir o seu negócio a todo o Norte do País. Em conclusão, podemos
dizer que o impacto económico é muito assinalável e relevante.
Já ao nível do ambiente, não são percetíveis, pelo menos para já, impactos negativos
dignos de registo. Claro que a pressão sobre alguns locais pode exigir no futuro medidas
de proteção, mas que para já não se vislumbram como necessárias. O impacto é então
positivo, porque a população em geral e os investidores em particular perceberam que é
crucial manter preservadas as principais riquezas ambientais do Concelho para dar
sustentabilidade económica aos seus negócios. Digamos que interiorizaram que o turista
não procura “lixeiras” nem aldeias degradadas e descaracterizadas. Procura sim
natureza preservada, tranquilidade, boa gastronomia baseada em produtos locais de
qualidade. Perceberam que a galeria ripícola é que faz do rio Vez um rio de rara
qualidade ambiental e que a paisagem é um valor de enorme importância económica.
Assim podemos dizer que a defesa do ambiente ganhou muitos adeptos, mais
conscientes e mais exigentes quanto à sua preservação.
Falando agora no concelho de Odemira, por parte da autarquia não foi possível ter
qualquer tipo de informação sobre os impactos do ecoturismo na região, no entanto
através da Associação Rota Vicentina e das palavras da sua presidente, foi possível
perceber que para eles “o turismo não pode acontecer a qualquer preço”. E embora
saibam que este faria sempre parte do território, teria que ser bem feito, sustentável, e
para isso, medir e acompanhar os vários impactos sempre foi uma preocupação da
associação.
A Rota Vicentina liga o Alentejo ao Algarve, cruza litoral e interior, um parque natural,
300.000 hectares de área protegida, com espécies de fauna e flora únicas, e uma
comunidade com forte ligação ao território. Por isso, em 2013 introduziram
oficialmente o turismo de caminhada, desenvolvendo mais de 450 km de trilhos, sendo,
portanto, essencial avaliar o impacto na região. Desde do início que a A.R.V. monitoriza
a nível ecológico percursos mais sensíveis, constatando que a pressão dos caminhantes
não afeta de forma negativa o ecossistema embora possa gerar alterações em zonas mais
sensíveis, como já o esperavam, sendo até que em redor dos trilhos a perturbação tenha
vindo a diminuir quando comparada com o início do estudo, o que contribuiu a
sinalética, uma maior disciplina por parte dos caminhantes e, claro, pelo trabalho levado
a cabo dos voluntários e equipas de manutenção da rota. Como o número de
caminhantes aumentou, em 2017 instalaram contadores automáticos e enviaram para o
terreno equipas que fizeram contagens manuais. Era, pois, necessário aliviar os
percursos junto à costa e levar os caminhantes ao interior, ajudando assim a combater o
isolamento e a sazonalidade dos turismos, assim como promover as zonas menos
procuradas.
A Rota Vicentina trouxe turismo e um rumo sustentável à região sem nunca perder de
vista a proteção e conservação da natureza. Pela mão dos caminhantes combatem
fragilidades entre a comunidade, conquistam confiança para continuar e monitorizam o
impacto no território e na economia.
IMPACTOS DAS ENTIDADES NOS CONCELHOS ESTUDADOS
A este tipo de turismo tem sido atribuído vários impactos, quer a nível político, como
económico ou ambiental, e que são muitas das vezes impactos positivos, embora os
negativos não possam ser esquecidos. Neste sentido quisemos tentar perceber junto das
entidades em estudo, se a criação das mesmas tinha trazido algum impacto para os
concelhos onde se localizam, tendo sido também contactadas as autarquias para obter
mais algumas informações.
Assim, e segundo as entrevistas realizadas às duas entidades conseguimos perceber que
no caso da “Figueirinha Ecoturismo”, um dos problemas referido pelos seus
proprietários, tinha sido apenas o excesso de burocracia. Alexandre Coutinho salienta
que «no entanto, os responsáveis autárquicos revelam-se conservadores face a novas
realidades no setor do turismo, como o glamping, casas em super-adobe ou casas na
árvore» e Paula Silva chega mesmo a referir, numa entrevista dada ao Diário de
Notícias que «as câmaras municipais exigem um sem-número de papéis e o processo
arrasta-se pelos corredores e gabinetes das autarquias a ponto de levar um santo ao
desespero. No nosso caso, a reconstrução de uma ruína que já estava inscrita na
caderneta demorou dois anos a ser aprovada», ainda assim, questionada sobre o assunto,
a autarquia de Odemira considera a empresa muito importante para o município, uma
vez que veio aumentar a oferta de alojamento.
Melhor sorte teve a empresa “Quinta da Lamosa” e o seu proprietário, João Serôdio, que
refere não ter tido nenhum problema e que até tiveram muito apoio por parte da
Autarquia. Esta lembra que «qualitativamente o empreendimento apenas veio reforçar a
aposta do município no ecoturismo e, portanto, veio ao encontro da aposta que o poder
político, em devido tempo, assumiu no ecoturismo. Aumentou à sua dimensão o número
de turistas neste nicho de mercado que tem obviamente tradução económica para o
Concelho e do ponto de vista ambiental reforçou a imagem do Concelho como destino
de turismo amigo do ambiente. Ou seja, qualitativamente teve impacto que não
considero significativo nas três vertentes, mas contribui para reforçar a aposta no
ecoturismo neste concelho.»
No que diz respeito aos impactos económicos e ambientais estes têm sido bastante
positivos para a empresa “Figueirinha Ecoturismo”, que segundo, Alexandre Coutinho,
veio demonstrar «que é possível viver e trabalhar num local isolado sem ligação à rede e
apenas com energia solar.» Diz ainda que, «ao longo dos anos, sempre empregámos
pessoas locais e sempre que possível, compramos todos os produtos localmente» e que
irão «reforçar agora com a criação de um pequeno ponto de venda para a promoção dos
produtores locais”.
Também a empresa “Quinta da Lamosa” e o seu proprietário João Serôdio orgulham-se
de só contratar mão-de-obra da freguesia em que estão inseridos, ajudando assim a
microeconomia local, o que leva a que se tornem numa entidade com etiqueta de
Turismo Responsável. João Serôdio refere ainda que os produtos que produzem
(frutícolas) são colocados à venda, nas mercearias locais e 10% de todo o seu valor é
investido na freguesia junto de infraestruturas que permitam melhorar a qualidade de
vida local, tendo ainda o cuidado de plantar, plantas autóctones no concelho de forma a
permitir a biodiversidade.
PERFIL DO ECOTURISTA
De acordo com a International Ecotourisn Society, os ecoturistas são consumidores
responsáveis, interessados em contribuir para a sustentabilidade social, económica e
ambiental. Procuram experiências verdadeiras, em áreas com pouca intervenção
humana, beneficiar as comunidades locais, minimizar a pegada ecológica nas suas
viagens, planear com sabedoria e escolher o destino conscientemente (TIES, 2011).
O ecoturista distingue-se do turista comum pela sua motivação, interesse atitude e
valores (Fennell 1999). Alguns investigadores criaram subtipos de ecoturista; (Laarman
& Durst, 1987) distinguem os turistas entre hard e soft, de acordo com o grau de
interesse na atração natural e o nível de desafio físico que envolve, sendo os turistas soft
os que tendem a ter uma experiência mais superficial e mediada (Black & Crabtree,
2007, b).
Weaver (2005) distingue dois tipos principais de ecoturismo, com base nos resultados
de sustentabilidade: o minimalista e o compreensivo. O ecoturismo compreensivo é
concentrado nos ecossistemas, em aprendizagem profunda e orientado para o
engrandecimento da sustentabilidade, enquanto que o minimalista se centra num
elemento carismático (por exemplo, o leão), a mensagem de educação é superficial e a
aproximação do status quo é adotada no sentido da sustentabilidade.
Segundo as entrevistas realizadas às duas entidades, isto é, à empresa “Figueirinha
Ecoturismo” e à empresa “Quinta da Lamosa” conseguiu-se perceber como é o perfil do
ecoturista. Assim, quando entrevistei um dos proprietários, Alexandre Coutinho, da
empresa “Figueirinha Ecoturismo” este descreveu os ecoturistas como
“Ambientalmente conscientes e muitos curiosos com o desenvolvimento do projeto, que
combina turismo ético e sustentável com agricultura biológica (permacultura), energias
renováveis, piscina biológica, comercio justo e slow food”.
O proprietário da empresa “Quinta da Lamosa”, João Serôdio, descreve os ecoturistas
como “Alguém que pensa para lá da lógica vivencial. Preocupa-se com o bem-estar do
ambiente, pretende que este bem-estar lhe possa trazer conforte e durabilidade. Percebe
que se não existir equilíbrio os recursos vão se consumir rapidamente e o conforto, a
segurança e o bem-estar desaparecem.”
Ao realizar estas entrevistas também conseguiu-se perceber a nível do perfil do
ecoturista qual é o género que mais usufrui este tipo de turismo, se há jovens que o
fazem ou pessoas que se juntam em grupos para o praticarem. Assim, podemos concluir
que na empresa “Figueirinha Ecoturismo” os ecoturistas são curiosamente sobretudo
casais jovens entre os 20 e 40 anos com e sem filhos, sendo que o casal mais jovem que
receberam tinha 16/17 anos. Em relação a grupos de amigos afirmam que não recebem
com tanta frequência e através da entrevista o proprietário diz ainda: “Geralmente, são
pessoas que gostam da natureza e com muita curiosidade em saber mais sobre a piscina
biológica e a região onde nos inserimos. Os estrangeiros ficam totalmente rendidos ao
espaço livre que nos rodeia, à tranquilidade e ao silêncio”. O proprietário, João Serôdio,
da empresa “Quinta da Lamosa” a esta questão respondeu: “É indiferente e nenhum
com especial relevância. Quanto à faixa etária diria que maioritariamente acima dos 30
anos”.
ANÁLISE DE DADOS
Segundo uma pesquisa no Registo Nacional de Turismo foi possível perceber que as
entidades apresentam uma classificação diferente quanto à sua tipologia. Assim, no que
diz respeito à categoria que apresenta dentro dos estabelecimentos de turismo de
habitação e de turismo no espaço rural a empresa “Figueirinha Ecoturismo” está
inserida na tipologia “Casas de Campo” (Anexo 1) enquanto que a entidade “Quinta da
Lamosa”, encontra-se inserida no grupo do “Agroturismo” (Anexo 2).
Gráfico 1 - Estabelecimentos de turismo de habitação e de turismo no espaço rural
Fonte: PORDATA
ANEXO 1
Imagem 1 - Figueirinha Ecoturismo – Casa de Campo
ANEXO 2
Vânia Silva
ANEXO 4 - RESPOSTAS DAS ENTREVISTAS
FIGUEIRINHA ECOTURISMO
1. Como surgiu a ideia de criar esta empresa?
As sementes da Figueirinha Ecoturismo foram lançadas à terra com a aquisição desta
“courela”, em maio de 1996. Mas tiveram de esperar até 2011 para começarem a
germinar, com a mudança de vida dos seus promotores, Paula Silva e Alexandre
Coutinho, abrindo ao público na Primavera de 2012.
2. Possuem parcerias ou apoios? Essas são provenientes da localidade?
Não recorremos a nenhum apoio financeiro e as nossas parcerias informais são todas
permutas de bens e serviços.
3. Que tipos de serviços oferecem ao turista/visitante?
Alojamento em casa de campo (monte alentejano) ou tenda de glamping, jantares a
pedido, piscina biológica, bicicletas, caminhadas na Rota Vicentina ou passeios a cavalo
ou de canoa no rio Mira (os dois últimos em parceria).
4. Qual o tipo de mercado emissor que vos procura e qual a faixa etária do público-
alvo?
Pequenas agências de turismo de natureza, OTA’S e organizadores de retiros. O
público-alvo situa-se na faixa dos 20 aos 50 anos.
5. Como descreve o perfil dos ecoturistas?
Ambientalmente conscientes e muito curiosos com o desenvolvimento do nosso projeto,
que combina turismo ético e sustentável com agricultura biológica (permacultura),
energias renováveis, piscina biológica, comércio justo e slow food.
6. A nível do perfil do ecoturista qual é o género (homens e mulheres) que mais
utiliza esse tipo de turismo?? Há também jovens que o fazem? Ou pessoas que se
juntam em grupos para praticarem?
Curiosamente, são sobretudo casais jovens (20-40), com e sem filhos. O casal mais
jovem tinha 16/17 anos. Também recebemos grupos de amigos, mas não com tanta
frequência. Geralmente, são pessoas que gostam da natureza e com muita curiosidade
em saber mais sobre a piscina biológica e a região onde nos inserimos. Os estrangeiros
ficam totalmente rendidos ao espaço livre que nos rodeia, à tranquilidade e ao silêncio.
7. Há algum serviço que chame mais atenção por parte dos clientes?
A piscina biológica e o seu ecossistema.
8. Podem fornecer-nos dados estatísticos sobre a vossa atividade?
A nossa atividade é muito sazonal, tendo mais ocupação (médias superiores a 50%) nos
meses de abril a outubro. Em contrapartida, geramos 5800 kWh por ano de energia
fotovoltaica e produzimos mais de 2 m3 de composto que utilizamos na nossa horta
biológica.
9. Tem concorrentes diretos? Como se destacam face aos concorrentes que
possuem?
O nosso conceito de turismo em espaço rural (casa de campo e glamping) é único na
região. Trata-se de um empreendimento familiar, em que os hóspedes são tratados como
amigos e convidados a partilhar a nossa mesa às refeições. O atendimento é feito de
uma forma personalizada e adaptado aos desejos dos hóspedes.
10. Tiveram algum problema a nível político ou autárquico para a realização do
vosso projeto?
Nenhum, apenas um excesso de burocracia. No entanto, os responsáveis autárquicos se
revelem conservadores face a novas realidades no sector do turismo, como o glamping,
casas em super-adobe ou casas na árvore.
11. De que maneira acham que a vossa empresa trouxe impacto positivo tanto a
nível ambiental como económico ao concelho?
O impacte tem sido muito positivo, por demonstrarmos que é possível viver e trabalhar
num local isolado sem ligação à rede e apenas com energia solar. Ao longo dos anos,
sempre empregámos pessoas locais. A nossa empregada atual, a Lurdes Rodrigues, é
efetiva, trabalha o ano inteiro (o que não sucede em outros turismos rurais) e ganha
acima do salário mínimo. Sempre que possível, compramos todos os produtos
localmente, componente que vamos reforçar agora com a criação de um pequeno ponto
de venda para a promoção dos produtores locais.
QUINTA DA LAMOSA
1. Como surgiu a ideia de criar esta empresa?
Em 2008 reparamos que na área do ecoturismo nada existia no território e os recursos
eram muitos uma vez que estávamos inseridos no único Parque Nacional de Portugal.
2. Possuem parcerias ou apoios? Essas são provenientes da localidade?
Não temos parceiro algum ou sócio. Em relação ao apoio e visto estamos em território
de baixa densidade e de muita sazonalidade optamos por capitais próprios para diminuir
o risco.
3. Que tipos de serviços oferecem ao turista/visitante?
Estadia, pequeno almoço, atividades (canoagem, passeios a cavalos, passeios de
bicicleta, caminhadas, stand up padell, workshop como fazer broa de milho, retiros
espirituais e de yoga).
4. Qual o tipo de mercado emissor que vos procura e qual a faixa etária do público-
alvo?
O mercado é vasto face às nossas valências, a faixa etária igualmente vasta diria dos 25
aos 70.
5. Como descreve o perfil dos ecoturistas?
Alguém que pensa para lá da lógica vivencial. Preocupa-se com o bem-estar do
ambiente, pretende que este bem-estar lhe possa trazer conforte e durabilidade. Percebe
que se não existir equilíbrio os recursos vão se consumir rapidamente e o conforto, a
segurança e o bem-estar desaparecem.
6. A nível do perfil do ecoturista qual é o género (homens e mulheres) que mais
utiliza esse tipo de turismo?? Há também jovens que o fazem? Ou pessoas que se
juntam em grupos para praticarem?
É indiferente e nenhum com especial relevância. Quanto à faixa etária diria que
maioritariamente acima dos 30 anos.
7. Há algum serviço que chame mais atenção por parte dos clientes?
O serviço que chama mais atenção dos clientes são os retiros.
8. Podem fornecer-nos dados estatísticos sobre a vossa atividade?
Nesta fase em que nos encontramos, não é possível. Podemos dizer que temos uma taxa
de ocupação de 60% ao ano.
9. Tem concorrentes diretos? Como se destacam face aos concorrentes que
possuem?
A concorrência é grande ao nível das casas de turismo, mas nos destacámo-nos pelo
serviço prestado. E nesse sector somos únicos o que nos leva a ser diferenciadores da
nossa hipotética concorrência.
10. Tiveram algum problema a nível político ou autárquico para a realização do
vosso projeto?
Não. Tivemos inclusive muito apoio por parte da Autarquia.
11. De que maneira acham que a vossa empresa trouxe impacto positivo tanto a
nível ambiental como económico ao concelho?
Começo por referir, que só contratamos mão de obra da freguesia em que estamos
inseridos. Desta forma ajudamos a microeconomia local. O que nos torna uma entidade
com etiqueta de Turismo Responsável. Os produtos que produzimos (frutícolas) são
colocados à venda, nas mercearias locais e 10% de todo o seu valor é investido na
freguesia junto de infraestruturas que permitam melhor qualidade de vida local assim
como plantamos, plantas autóctones no concelho de forma a permitir a biodiversidade.