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PERÍCIA DE INCÊNDIOS

E EXPLOSÕES
Professor Thales Felippe Fernandes da Silva
• Manual de Perícia de Incêndios. Conhecimentos Específicos. Brasília Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal. 2019
• Manual de perícia em incêndios e explosões: conhecimentos gerais. Diretoria de
Investigação de Incêndio – Brasília: Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal,
2019.
• ARAGÃO, Ranvier Feitosa. Incêndios e Explosões. Uma introdução à Engenharia
Forense. Milenium. 2a ed. 2020.
• ALMIRALL, José R (org.); FURTON, Kenneth G (org.). Analysis and interpretation of fire
scene evidence. Forensis Sciense Techniques Series.
• NOON, Randall. Forensic engineering investigation.
• LENTINI, John J. Scientific protocols for fire investigation.

BIBLIOGRAFIA
• CONCEITOS: O QUE É, O QUE FAZ?
• TEMPERATURA DOS MATERIAIS
• COMPORTAMENTO DA FUMAÇA
• CARACTERÍSTICAS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO
• VESTÍGIOS
• EXPLOSÕES
• METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO DE INCÊDNDIOS
• CASES DE PERÍCIAS

ROTEIRO
Trata-se de uma análise técnica de:
uma situação, fato, estado...

CONCEITO
A PERÍCIA DETERMINA
1- Providências emergenciais (escoramento...);
2- Evitar futuras ocorrências similares;
3- Indicar responsável (pessoa ou evento) – foi acidental ou criminoso?;
4- Retificar o local - valorando-o - definindo valor de pagamento de
indenização... (seguros ou responsabilidade de terceiros);

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
O Serviço de investigação de incêndio impacta grande parte da
sociedade, por exemplo:
• Indústria da segurança contra incêndio;
• Indústrias em geral;
• Companhias seguradoras;
• Justiça;
• CBMSC.

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• Indústria da segurança contra incêndio
✓ O ambiente de incêndio é a prova real de tudo o que foi implementado;
✓ Considera-se todos os envolvidos na concepção, fabricação, instalação
e manutenção dos sistemas preventivos.
✓ Nas investigações
Existência
Condições de funcionamento
Utilização

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• Indústrias em geral

✓ Eletrodomésticos, mobiliário, ... Falhas de projeto, erros de fabricação

✓ Materiais utilizados na fabricação Pode dar início a um incêndio

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• Indústrias em geral

✓ No caso de falhas de equipamentos, foca-se em duas frentes:


No local - Informações do equipamento – condições
de uso
Em laboratório – testes e comparações

✓ A investigação permite determinar a responsabilidade do fabricante do


produto, do instalador, do responsável pela manutenção e do usuário.

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• Companhias segurados

✓ Estatísticas Auxiliam no levantamento de riscos nas edificações –


influenciam nos valores das indenizações

✓ Levantamento O que foi danificado e o que foi salvo

✓ Evitar fraudes
Inserção de um bem danificado na cena

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• Justiça

✓ Auxiliar na elucidação de crimes


Considerado sempre como “crime contra
incolumidade pública”

✓ Levantamento dos danos


À vida
Ao patrimônio
Ao meio ambiente

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• CBMSC

✓ Fornecer dados capazes de alimentar mudanças e o aperfeiçoamento


nas demais fases (normativa, estrutural, combate e perícia).

✓ A transformação das informações em conhecimento técnico é primordial


para a boa administração e gerenciamento dos processos produtivos e
operativos.

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
• CBMSC

✓ Na fase normativa – identificar itens que se tornaram obsoletos e


necessitam de revisão

✓ Na fase estrutural – identificar falhas dos projetos preventivos contra


incêndio, instalação e manutenção dos sistemas preventivos

✓ Na fase de combate – identificar falhas dos equipamentos (viaturas não


manutenidas, furos nas mangueiras, erros humanos)

NECESSIDADE DE
DESVENDAMENTO
FASES DO INCÊNDIO
COMPONENTES
DA COMBUSTÃO
PROPAGAÇÃO DE
INCÊNDIOS EM
EDIFÍCIOS
O novo foco surge devido a ignição dos gases no ambiente,
ocasionando o flash over.

DINÂMICA INTERNA
DINÂMICA EXTERNA
Em virtude da complexidade dos incêndios,
não há ainda um método analítico seguro
para avaliar a temperatura no ambiente de
incêndio.
AVALIAÇÃO DE
TEMPERATURA Porém, o investigador pode estimar a
EM INCÊNDIOS temperatura pela cor da chama, a cor do
concreto, e pela análise de objetos
deformados, cujo material possui
temperatura de fusão definida.
RELAÇÃO
TEMPERATURA vs COR DA CHAMA
TEMPERATURA DE FUSÃO vs
MATERIAL
COR DO CONCRETO vs
TEMPERATURA
CAUSAS

Ação
Natural Acidental Não
Humana determinada

Direta Físico-química

Indireta Biológica

CAUSAS DE INCÊNDIO
Ação Humana: De modo geral é uma ação pessoal, porém, sem a
certeza do ato intencional.
Deve ser utilizada essa opção de “causa”, quando não tivermos certeza se a
ação humana foi ou não intencional.
Podem ser de:
➢ Ação Humana Direta
➢ Ação Humana Indireta

CAUSAS DE INCÊNDIO
AÇÃO HUMANA
DIRETA
É o caso típico de incêndio criminoso, ou
seja, o incêndio teve origem por uma ação
humana intencional.
A constatação de indícios da utilização de
líquidos inflamáveis na cena de incêndio,
Ação Humana Direta
produto comumente usado por incendiários
para acelerar um incêndio, é uma boa pista
da ocorrência de um incêndio criminoso.
A investigação não tem como requisito apontar
autoria, mas sim identificar se o incêndio foi
provocado por alguém.
Compete aos órgãos de investigação no
segmento policial identificar e apontar autoria.

CAUSAS DE INCÊNDIO
Todavia deve ser ter cuidado na
preservação de possíveis evidências.

Ex.: Ao encontrar um frasco com restos de gasolina na


proximidade do local incendiado de gasolina encontrado
próximo a edificação o qual pode conter digitais do
incendiário.
Dentre as possibilidades de
motivações dos incendiários, tem-
se a fraude para recebimento de
seguro, a intenção de matar
alguém, destruir evidências de um
crime anterior, causar dano ao
patrimônio, terrorismo e outros.
Quano a conclusão for de ação humana
não intencional.
Ex.: um curto-circuito ocasionado por

Ação uma desconexão parcial do conductor,


próximo ao plug, da televisão.
Humana Ocorrido de tanto a pessoa desligar o

Indireta aparelho da tomada puxando pelo fio.


A pessoa apesar que de maneira indireta ,
não teve a intenção de provocar o
ncêndio.
Para configurar essa causa, deve estar
presente pelo menos uma ou mais das
modalidades culposas de ação ou
Ação omissão: imperícia, imprudência e
negligência.
Humana Imprudência pressupõe uma ação
Indireta precipitada e sem cautela. O excesso de
confiança é uma característica frequente
nos casos de imprudência.
Na negligência atuam o descuido,
indiferença ou falta de atenção.
Para que seja configurada a
imperícia é necessário constatar a
inaptidão, falta de qualificação
técnica, teórica ou prática, ou
ausência de conhecimentos
elementares e básicos da profissão.
Um exemplos prático de um incêndio
cuja causa é ação humana indireta é
quando, por negligência, se sai de
casa esquecendo um ferro elétrico
ligado próximo a outros materiais
combustíveis.

Outros exemplos: erros de projeto,


falhas de construção, falhas de
manutenção (preventiva,
programada, etc.), falhas de
instalação, etc.
CAUSAS
NATURAIS
Aquelas que provocam incêndios
independentemente da vontade
humana. Ocasionado por fenômenos
naturais, como: raios, terremotos,
ventos fortes, descargas atmosféricas.
Podem ser de:
• Natureza Físico-Química: Raio /
Sol; e
• Natureza Biológica:
Decomposição Química
CAUSA
ACIDENTAL
Causa independente da ação humana
ou natural. Pode-se considerar causa
acidental, incêndios onde a percepção
da anormalidade que o originou seja
impossível.

Por exemplo, falhas agudas em equipamentos


que funcionavam normalmente e estavam
manutenidos.
Quando não foi possível
determinar a causa do incêndio.

CAUSA INDETERMINADA
COMPORTAMENTO DO FOGO
Uma vez que a físico-química do fogo é bastante complexa, envolvendo
aprofundados e variados conhecimentos técnicos e científicos, a movimentação do
fogo, conforme já deixamos aflorar, tem um comportamento um tanto quanto
previsível, passível de precisão.

COMPORTAMENTO DO FOGO
Um foco de incêndio tende a se desenvolver de baixo para
cima, sentido a partir do qual vai se difundindo
lateralmente, espalhando-se progressivamente, de modo que
assume a forma típica de “V”, também chamada de cone
invertido, forma padrão dos focos de fogo, cuja parte mais
inferior deverá abrigar a causa do incêndio, uma vez que é o
lugar onde eclodiu a chama original, a partir da qual começou
o incêndio.

COMPORTAMENTO DO FOGO
Os padrões de queima mais comuns em superfícies verticais são:
• V invertido ou triângulo
• Coluna; e
• V

Fonte: OBACH, 2012. Fonte: OBACH, 2012.

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão V invertido ou triângulo

• Associado à baixa liberação de energia


• Mais comum, portanto, de ser visto em superfícies
não combustíveis
• Não contribuem para o desenvolvimento do
incêndio
• Não se espera por marcas no teto acima dele, pois
a coluna de gases convectivos até o teto ainda
não foi formada

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão V invertido ou triângulo

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão Coluna

• Evolução do padrão V invertido uma vez


aumentada a taxa de liberação de energia
• Coluna de gases convectivos se torna maior e mais
consistente

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão Coluna

• Formado caso não haja uma grande


interação da pluma ou da massa de
gases aquecidos ascendente a uma
superfície horizontal acima do foco (teto,
anteparo ou mesmo um móvel).

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão V ou Cone

• Ocorre devido à evolução natural do incêndio.


• Quanto mais o incêndio se desenvolve, maior a taxa de liberação de
energia e também da produção de fumaça
• A ascensão e difusão da massa gasosa aquecida atinge o teto e começa
a defletir para as laterais
• Passa a preencher os espaços vazios de cima para baixo devido ao
empuxo.

PADRÕES DE QUEIMA
Padrão V ou Cone
• São deixadas, em geral, marcas mostrando
exatamente a ascensão e difusão dessa massa
aquecida

• A forma em V é
determinada pelas
características da
superfície, tamanho,
forma da fonte inicial e
das condições de
ventilação

PADRÕES DE QUEIMA
Uma queima uniforme e superficial no teto indica uma queima lenta, um lento
emergir de calor.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Já uma queima rápida fará um intenso estrago localizado, concentrado numa
área mínima, localizada logo acima da chama principal. Neste caso, o foco de
fogo possivelmente estará situado na projeção dessa deformação.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Queimas difusas numa Ao contrário, quando são mais
superfície, quando lentas, rápidas, a área de espalhamento da
são mais largas. chama é mais estreita.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
A queima lenta da madeira será uniforme, conservando o plano da
superfície original no mesmo alinhamento.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
A queima rápida da madeira deixará intensas rachaduras e uma
superfície irregular, sem conservar o plano primitivo da superfície.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Correntes de ar desviam o fogo lateralmente, inclusive incrementando a
velocidade de propagação.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Formações verticais reduzidas das edificações, tais como poços de
escadas e de elevadores, podem determinar o efeito chaminé e
promoverem a subida das chamas.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Na ausência de correntes de ar, próprias de ambientes confinados, o fogo
obedece à regra geral e queima preferencialmente para cima.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Quantidades limitadas de acelerantes sobre um piso comum, inclusive de
madeira sem carpete, geralmente queimam somente o próprio combustível,
deixando a superfície do piso praticamente incólume.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
Entretanto, em regra, a disponibilidade de acelerante permite uma rápida
movimentação e generalização do fogo.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
E a presença de substâncias combustíveis, em tese, permite o aumento do
volume do fogo, sustentando a combustão por mais tempo.

CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
CARACTERÍSTICAS DA
PROPAGAÇÃO DO FOGO
COMPORTAMENTO DA
FUMAÇA
• Exerce grande influência no
comportamento do incêndio, permite a
criação de padrões de queima

• Possui gases aquecidos, portanto


irradia calor
• A degradação do material atingido
pela fumaça pode ser um indicativo da
temperatura a que ela chegou

COMPORTAMENTO DA FUMAÇA
A fumaça pode, por exemplo, ser o fator que irá levar ao
derretimento das peças plásticas de um chuveiro, mesmo que
o incêndio tenha ocorrido no quarto.
Cabe ao investigador analisar se a degradação de um
determinado objeto foi consequência do calor gerado pela
fumaça ou causa da própria ignição.

COMPORTAMENTO DA FUMAÇA
COMPORTAMENTO DA
FUMAÇA

Da fuligem:

• A opacidade da fumaça é
principalmente oriunda da quantidade
de fuligem.

• Essa fuligem gera um caminho, o que


permite identificar o local de sua origem.

• Mobilidade – ocupa qualquer espaço


disponível em seu caminho. Carrega
calor e fuligem.
COR DA FUMAÇA vs SIGNIFICADO
VESTÍGIOS DE
UM INCÊNDIO
PADRÃO
Imaginemos um incêndio originado do lado esquerdo do
prédio representado na figura abaixo

Neste caso, o foco de fogo seria


representado pelos resíduos carbonizados
do material que queimou sobre o piso,
acompanhado de escombros da área do
teto, posicionada sobre o mesmo, que
poderia ter sido atingido diretamente
pelas chamas ou pelo calor de convecção.

VESTÍGIOS DE UM INCÊNDIO
VESTÍGIOS DE UM INCÊNDIO
Observa-se que mesmo que o teto desabasse, na
projeção da área inicialmente atingida pelo fogo,
por cima do foco de fogo, deveria haver sinais
de carbonização típicos, indicativos da
localização espacial do foco de fogo.
VAMOS PRATICAR
VESTÍGIOS DE UM INCÊNDIO
É importante se obter a informação de quando iniciou a ignição e quando
houve a extinção do fogo em cada um dos locais onde ele ocorreu, pois o fogo
se alastra, e seu combate não é necessariamente simultâneo, o que faz com
que partes da estrutura fiquem expostas a altas temperaturas por períodos
diferentes de outras, função de seu tempo efetivo de exposição ao fogo.

TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO
FOGO
Assim, as informações iniciais são:
• Tempo de duração do fogo a que ficou submetida cada uma das partes da
estrutura.
• Nível de exposição das chamas como material combustível.
• Se havia revestimento (argamassa ou outro tipo de acabamento ou forro)
protegendo a estrutura.

Temperatura
estimada
TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO
FOGO
• Metal
• Concreto
• Madeira
• PVC
• Espuma/Isopor
• Vidro/Silica
• Gases

ESTRUTURAS E MATERIAIS
CONCRETO
São bastante resistentes ao fogo tendo em vista as características
térmicas do material, que tem baixa condutividade térmica e é
praticamente incombustível, não exalando gases tóxicos ao ser
aquecido.
No entanto, o aumento da temperatura nos elementos de concreto causa
redução de sua resistência e de seu módulo de elasticidade, levando a
uma redução da rigidez da estrutura.

ESTRUTURAS E MATERIAIS
CONCRETO

Lascamento
(spalling)
Pipocamento
(pop ups)

ESTRUTURAS E MATERIAIS
• O colapso ocorreu 1h após o impacto dos aviões – 1h de resistência e
absorvendo calor
• Enfraquecimento das vigas – chegando ao seu ponto de fusão – gerou
sobrecarga nos pilares não atingidos
• Efeito dominó no desabamento – um patamar caindo sobre o outro
• 2400 ton por pavimento
• 200 mil toneladas de aço
• 323 mil m3 de concreto

WORLD TRADE CENTER


ENGENHARIAS NA
PERÍCIA DE INCÊNDIO
ENGENHARIA QUÍMICA
É a cinética química nesse caso acontece quando há inflamação, o fogo ele é
proveniente da energia de ativação da velocidade das moléculas, ao adicionar
calor vai gerando o aumento na velocidade das colisões. Portanto, um combustão
libera calor para o ambiente. Esse tipo de reação é muito comum, já que a maioria
da energia é derivada da queima de materiais: os Combustíveis.

ENGENHARIA DE MATERIAIS
Os tipos de materiais influenciam na combustibilidade e inflamabilidade que
influenciam o ambiente da perícia de incêndio, analisam aqueles materiais que ali
fazem parte do cenário ou então um determinado vestígio remanescente, fará toda
a diferença no relato final do laudo pericial.
Principais materiais: concreto, madeira, PVC, alumínio, vidro, cerâmica, aço, cobre,
gesso.

ENGENHARIAS NA
PERÍCIA DE INCÊNDIO
ENGENHARIA CIVIL E ARQUITETÔNICA
É evidente que um Projeto bem elaborado desde do ante-projeto, operação e
manutenção deve estruturar-se baseando nas normas de segurança contra
incêndio, um estudo deve ser realizado para a escolha de materiais que amenizem
a reação do fogo que determinaram quais os revestimento ou acabamento de
paredes e tetos que devem ser incorporados aos sistemas construtivos, elevando
a segurança da estrutura.

ENGENHARIAS NA
PERÍCIA DE INCÊNDIO
ENGENHARIA MECÂNICA
A perícia técnica de incêndio de Engenharia Mecânica recaem sobre os bens
classificados nas categorias de máquinas e equipamentos, complexos industriais,
veículos de transporte terrestre, ferroviário, aéreo e marítimo; instalações industriais e
de mineração, entre outros. São de exclusivo dos profissionais de engenharia
legalmente habilitados, devem ser classificados em consonância com as normas da
ABNT e com o Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia (CONFEA).
Nos casos de processos judiciais que requeiram perícias de engenharia, o Código de
Processo Civil faculta às partes a contratação de Engenheiro Perito como Assistente
Técnico para quesitos formulares, participar das diligências periciais e elaborar
Parecer Técnico. Em geral, essa providência resulta em substancial economia
processual e melhor qualidade da prestação jurisdicional.

ENGENHARIAS NA
PERÍCIA DE INCÊNDIO
Onde este
incêndio
iniciou?

BELICHE DESTRUÍDO PELO INCÊNDIO

CASES DE PERÍCIAS
BELICHE DESTRUÍDO PELO INCÊNDIO

CASES DE PERÍCIAS
PROPAGAÇÃO DA ESQUERDA
PARA DIREITA, DE BAIXO PARA
CIMA

CASES DE PERÍCIAS
Sabe-se que o aumento das aplicações da eletricidade no dia a
dia é o principal agente causador de diversos registros de
incêndios.
Esse fato levou ao estabelecimento de códigos que definiram
regras para a execução das instalações elétricas, visando a
segurança de cada pessoa e também de seus bens
patrimoniais.

A ELETRICIDADE COMO CAUSA


DE INCÊNDIOS
São originados por sobreaquecimento
elétrico da fiação predial decorrente dos
fenômenos elétricos, que pode tanto
comburir o revestimento plástico dos fios
(isolação) quanto os materiais que estiverem
próximos, como tecidos, plásticos e papeis,
dando início ao incêndio
A NBR-5410:2004 é a norma que
estipula as condições mínimas para o
funcionamento usual e seguro das
instalações elétricas de baixa tensão
em tensão alternada e 1500V em
tensão contínua.

Essa norma é aplicada como parâmetro


principalmente em instalações prediais, públicas e
comerciais.
Porém, essa norma possui o caráter orientador, ou seja, na execução
de projetos de eletricidade a norma não é aplicada por não ter força
de lei.
Com vistas a subsidiar a coleta de informações sobre uma perícia em incêndio relacionado
com a eletricidade, o perito deve obedecer ao Procedimento Operacional Padrão (POP) de
incêndio relacionado com a eletricidade, estabelecido pela DINVII, a saber:
• Realizar uma inspeção visual no equipamento elétrico sinistrado.
Providenciar o registro fotográfico do equipamento elétrico sinistrado e outros dispositivos
conectados a ele.
Identificar e registrar as informações contidas na placa de identificação elétrica (ou
informação similar) do equipamento sinistrado;
• Fotografar ou tirar cópia da ficha de manutenção do equipamento, da nota fiscal do
equipamento e do esquema elétrico do equipamento, caso disponíveis;
Caso o equipamento sinistrado disponha de manual do fabricante, identificar e registrar a
rede elétrica de alimentação do equipamento elétrico sinistrado (rede elétrica:
monofásica, bifásica ou trifásica); as informações elétricas possíveis do equipamento (por
exemplo, tensão elétrica, corrente elétrica, potência elétrica, resistência elétrica e outras
constantes no corpo do equipamento); a condição de todos os dispositivos elétricos e
dispositivos de proteção (fusível, disjuntor, relé térmico, disjuntor diferencial residual, relé
falta de fase, supressor de surto, chave contatora, etc) localizados na zona de origem do
incêndio ou dano elétrico, ou relacionados com a zona de origem ou foco inicial; e as
principais características de funcionamento do circuito de comando e do circuito de força;
• O perito em incêndios e explosões deve coletar e registrar informações de populares ou
testemunhas sobre o momento em que o incêndio ou o dano elétrico foi verificado;
informações de populares ou testemunhas sobre a rotina e o regime de funcionamento do
equipamento elétrico em análise; informações peculiares sobre a utilização e manutenção
do equipamento elétrico em análise pericial;
DISJUNTORES
• Os disjuntores são componentes de
segurança em um circuito elétrico
que desempenham bem a função de
preservar a integridade dos
condutores e consequentemente de
equipamentos, de locais e pessoas,
pois estes equipamentos são
projetados para atuar em situações
de anormalidade na corrente
elétrica, em um circuito qualquer.
Caso verídico, em um apartamento de Balneário Camboriú, a guarnição do
Corpo de Bombeiros foi acionada para atender uma explosão em um
apartamento.
No local, foi constatado que a explosão ocorreu dentro da churrasqueira, e
que o proprietário era ex-official do exército.
Dentro da churrasqueira não haviam quaisquer tipos de canalizações de gás.

CASE –
Explosão de churrasqueira
EXPLOSÕES
Os locais que apresentam risco de explosão são denominados áreas classificadas que
possuem uma atmosfera explosiva, ou seja, possuem substâncias no ar (como gases e
poeiras) que, ao entrarem em contato com uma fonte de ignição, geram explosão.

Para uma explosão acontecer são necessários três fatores:


1. Comburente – papel feito pelo oxigênio, sempre presente no ar
2. Substância combustível ou inflamável – pode estar em forma de gás, vapor, poeira ou
fibra
3. Fonte de ignição – pode ser uma faísca ou uma elevação de temperatura

Como na maioria dos casos é difícil de se evitar os dois primeiros fatores, é com o
terceiro (fonte de ignição) que se deve ter cuidado.

Definições e conceitos
ATMOSFERA EXPLOSIVA

“Mistura com ar, sob condições


atmosféricas, de substâncias inflamáveis
na forma de gás, vapor, poeira, fibras, ou
combustíveis suspensos os quais, após
ignição, permitem autossustentação da
propagação.”

Definições e conceitos
ÁREA CLASSIFICADA

“Área na qual uma atmosfera explosiva está


presente, ou pode estar presente, em
quantidade tal que requeira precauções
especiais para a construção, instalação e
utilização de equipamentos elétricos.”

Definições e conceitos
LOCAIS COM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

• Refinarias de petróleo • Postos de combustíveis


• Indústria de impressão de papéis • Centros de distribuição de
gás
• Indústrias têxteis
• Áreas de carpintaria
• Plantas de processamento químico
• Armazenamento de grãos
• Áreas de combustíveis
• Usinas de cana de açúcar
• Áreas de tratamento de esgoto
• Minas subterrâneas

Onde se encontram?
1. ENERGIA ESTÁTICA

É perigosa justamente por ser invisível.


Enquanto com produtos elétricos a
prevenção é mais simples, na estática ela é
mais complexa, por ser algo intangível.

O acúmulo de carga estática é bastante


comum no trabalho industrial, aumentando
ainda mais os riscos de explosão.

O que causa uma explosão?


2. POEIRA DE GRÃO

O perigo das poeiras de grão está justamente em


seu aquecimento. Na presença de uma fonte de
calor/decomposição, elas podem liberar vapores
infamáveis.
Assim, sendo também os silos espaços confinados,
gera-se uma atmosfera explosiva.

O que causa uma explosão?


2. POEIRA DE GRÃO
Acidentes comuns em silos (grãos,
refinaria de açúcar).
Ademais, é importante ressaltar que,
apesar de todos os grãos serem perigosos,
o milho requer atenção em dobro, por ser o
mais volátil deles.
CUIDADOS: Use sempre equipamentos
apropriados (antiexplosão), evite fontes de
calor e faça limpeza e manutenção
constantes.

O que causa uma explosão?


3. ANIMAIS EM DECOMPOSIÇÃO

Durante o processo, as bactérias presentes


nos corpos começam a metabolizar a
matéria orgânica, gerando gases como
fosfina (PH3) e metano (CH4), que são
combustíveis.

O que causa uma explosão?


4. LIXO ACUMULADO
O acúmulo de lixo também pode ser perigoso por gerar metano. Contendo matéria
orgânica, o processo de decomposição do lixo é parecido com o dos cadáveres, em que
suas bactérias geram o gás.
Assim, especialmente com o acúmulo de lixo em espaços confinados, uma atmosfera
explosiva é produzida, bastando uma fonte de ignição para causar um grande acidente.

O que causa uma explosão?


5. Tecido/Fibra

Indústrias que trabalham com tecidos, papéis e celulose de forma geral, também correm
altos riscos de explosão.
Isso porque as fibras, assim como a poeira de grãos, podem ser combustíveis. Com isso,
basta uma fonte de ignição para gerar uma explosão.

O que causa uma explosão?


6. Cana de açúcar
Muitos já sabem que o álcool é um produto altamente combustível, sendo uma das
principais causas de explosão e incêndios em acidentes no país. Porém, outros derivados
da cana-de-açúcar também são arriscados, como o próprio açúcar.
Agindo de forma similar à poeira de grãos, altas concentrações de açúcar em espaços
confinados podem gerar grandes estragos. Basta uma fonte de calor, ou até mesmo um
atrito ou eletricidade estática, para ter início uma explosão.
Além disso, com o bagaço também não é diferente. Os restos da cana também são
combustíveis potentes. Assim, seu descarte em grandes quantidades também é bastante
perigoso, principalmente em espaços confinados.
Fonte: https://raclite.com.br/agronegocio/6-principais-causas-de-explosao-que-voce-provavelmente-nao-sabia/

O que causa uma explosão?


ESTRUTURAS E MATERIAIS
Algumas possibilidades:
• Auto-ignição: É a temperatura na qual o vapor de uma determinada
substância entra em combustão espontaneamente, apenas pelo contato
com o ambiente naquela temperatura.
• Temperatura de Combustão: é a menor temperatura na qual o vapor sobre o
líquido queima de forma continua uma vez tendo sofrido ignição. A

CASE –
Explosão em lancha
Cuidado com as compressões adiabáticas!

Ao comprimir um gás de forma adiabática, este sofre elevação na sua


temperatura. Cuidado para que a temperatura de auto ignição não seja
atingida no interior do compressor:
ESTRUTURAS E MATERIAIS
Limites de
inflamabilidade
• Caso verídico, em um estaleiro de Itajaí, a guarnição foi acionada para
atender um incêndio em uma embarcação.
• No local foi constatado que houve uma explosão no tanque de combustível.
• Como esta explosão aconteceu?

CASE –
Explosão em lancha
Explosímetro
Fonte: http://www.sinditestrs.org.br/strs/legislacao/306765fd014aa69d58da2d4db32bcc15.pdf
Estudo de Caso – CBM Goiás
ESTRUTURAS E MATERIAIS
A explosão numa instalação de envase de oxigênio da White Martins
deixou oito feridos, em Fortaleza. Duas pessoas estão internadas. A
explosão atingiu casas, carros e um posto de gasolina.
A prefeitura de Fortaleza afastou o risco de falta de oxigênio para
pacientes com Covid porque os hospitais são abastecidos por uma outra
unidade da White Martins. A empresa não informou a causa do acidente
e afirmou que está buscando alternativas para o enchimento dos
cilindros.

Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2021/04/24/explosao-em-instalacao-da-white-martins-deixa-oito-feridos-em-fortaleza.ghtml
Se você fosse o profissional que
faria a perícia de incêndio na cena,
quais seriam suas hipóteses da
causa da explosão?
INCÊNDIO EM RESIDÊNCIA DE
MADEIRA
INCÊNDIO EM OFICINA MECÂNICA
INVESTIGAÇÃO
PERICIAL DE
INCÊNDIO
1. Plano de Investigação 7. Determinação do foco inicial

2. Inspeção do local 8. Reconstituição

9. Análise dos materiais e dados


3. Coleta de informações
10. Comprovação do agente gerador do
4. Determinação da zona de origem fogo

5. Esquadrinhamento 11. Determinação das causas e subcausas

6. Escavação dos escombros 12. Croqui

13. Laudo pericial

PROCEDIMENTOS
1. PLANO DE INVESTIGAÇÃO

Planejamento Geral:
• Planejamento da atividade, organização antes de sair ao local
sinistrado
• Preparação de materiais, previsão de sala e veículo

Planejamento Específico:
• Voltando a cada uma das perícias que serão realizadas.
Ex.: contato prévio com as testemunhas, levantamento da certidão de
ocorrência, consulta da situação da edificação, separação de materiais
específicos que o caso exija.
2. INSPEÇÃO DO LOCAL

• Inspeção visual externa e interna


• Análise geral: condições climáticas (vento…), existência de árvores
e /ou barreiras
• Levantamento de hipóteses
• Não é apenas uma etapa de investigação. Acompanha todas as
demais
• Não confundir a inspeção com a simples tarefa de fotografar
• É nesta fase que se define o sentido de propagação das chamas
O PERITO deve adotar os seguintes procedimentos:
➢ Dar a volta em toda a edificação para obter uma impressão geral da situação;
➢ Fazer um croqui de cada parede que mostre as posições (não necessariamente o estado) das portas
e janelas;
➢ Dar uma segunda volta, examinando minuciosamente, as paredes;
➢ Marcar no croqui de cada parede qualquer sinal do incêndio ou do trabalho dos bombeiros;
➢ Fazer registro fotográfico de cada parede exterior, mostrando a parede inteira;
➢ Retirar fotografias aproximadas de qualquer circunstância anômala;
➢ Registrar cada condição particular e anotar nos esquemas as fotografias correspondentes às
mesmas; e
➢ Verificar o telhado ou laje da edificação.

NO EXTERIOR DA EDIFICAÇÃO
O PERITO deve adotar os seguintes procedimentos:
➢ Iniciar o processo de verificação partindo da área menos atingida para a área mais atingida pelo
incêndio.
➢ Verificar os acessos da edificação (sinais de arrombamento).
➢ Verificar o estado das portas e janelas interiores observando a existência de sinais de fuligens e
de danos causados pelo calor e pelas chamas.
➢ Registrar ou recolher como prova objetos estranhos às dependências.
➢ Observar e registrar o material combustível existente nas dependências.
➢ Observar, sinalizar e registrar nas áreas não atingidas e danificadas pelo incêndio as instalações
elétricas, gás canalizado, máquinas e equipamentos, e os sistemas de proteção contra incêndio.
➢ Avaliar o desempenho dos sistemas de proteção contra incêndio e pânico.
➢ Determinar as áreas mais atingidas pelo incêndio e o motivo da severidade.

NO INTERIOR DA EDIFICAÇÃO
➢ Determinar a zona de origem do incêndio.
➢ Isolar a zona de origem realizando os registros fotográficos.
➢ Observar e registrar as características da queima dos materiais encontrados na zona de
origem.
➢ Determinar os primeiros materiais combustíveis que foram queimados na zona de
origem.
➢ Realizar se necessário a raspagem ou escavação dos locais ou dos materiais encontrados
na zona de origem.
➢ Estabelecer as possíveis fontes de ignição na zona de origem.
➢ Sinalizar, registrar e coletar em recipientes adequados as amostras da zona de origem,
bem como das demais encontradas no interior da edificação; e
➢ Manter a edificação, ou parte dela, isolada e íntegra até que se proceda a reconstituição
ou termine as análises de campo, ou ainda se conclua o laudo de investigação de incêndio

NO INTERIOR DA EDIFICAÇÃO
3. COLETA DE INFORMAÇÕES
• Depoimentos e entrevistas (vizinhos, porteiros, proprietários, policiais, outras
testemunhas), no intuito de abandonar prejulgamentos e para se ter uma visão do
local na posição desses terceiros.

• Pistas e vestígios: resquícios de combustíveis, cães farejadores, explosímetro,


detector de gases.

• Registros: grau de queima dos materiais nessa zona de origem c/ coleta... (posição
dos objetos, composição, conteúdo e dimensões dos cômodos...).

• Anotações, fotografias

• Preferencialmente durante o incêndio ou logo após a sua ocorrência

• Se a tomada de depoimentos ocorrerem muito tempo depois do incêndio, tende a


ser ineficaz
3. COLETA DE INFORMAÇÕES

INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
1- Nome, contatos e a ligação da testemunha com o evento
2- O ano da construção e/ou de reforma
3- O estado das trancas e travas em portas e janelas
4- Inadequação de uso dos aparelhos elétricos ou equipamentos de combustão
5- As atitudes e pessoas suspeitas antes do incêndio
6- Tipo de Localização, Ocupação e Construção (LOC)
7 - O tempo de uso e se foi alterado (reformas, ampliações)
8 - O estado de conservação e manutenção
9 - Materiais de construção (combustíveis/inflamáveis)
10 - Os materiais/mercadorias armazenadas
4. DETERMINAÇÃO DA ZONA DE
ORIGEM

• Cômodo ou área da edificação onde o ocêndio teve início

• No interior da Zona de Origem, há uma confusão maior no


tocante ao sentido de propagação das chamas

• Por essa razão, também pode ser chamada de “Zonda de


Confusão”

• Em regra, haverá uma intensidade maior de queima


6. ESCAVAÇÃO DE ESCOMBROS

• Não necessariamente ocorrerá apenas nesse momento, na


verdade pode ser realizada a todo instante, inclusive para a
determinação da zona de origem

• Durante a atividade de remoção dos escombros, é necessário


atentar para a preservação dos materiais queimados no local
original, para que por meio da análise do posicionamento, seja
possível determiner o sentido da propagação.
6. ESCAVAÇÃO DE ESCOMBROS

• A função da escavação é determinar a sequência de propagação


do fogo para os materiais à sua volta e posterior ampliação das
chamas e da fumaça.
• A escavação consiste em encontrar e coletar o material que
relaciona o surgimento do fogo à propagação e determinar o seu
posicionamento tanto no plano horizontal como no vertical,
isolando, assim, as possíveis causas do incêndio.
6. ESCAVAÇÃO DE ESCOMBROS

• Essa fase permite também inferir quais objetos fazem ou não


parte do ocorrido (verifica-se se houve colocação de material
posteriormente).
• Fazer o esquadrinhamento de toda a área, ou seja, dividi-la em
quadrantes para definir uma única rota de entrada e saída no
cenário do incidente e maximizar as ações de busca e limpeza
dos quadrantes.
7. DETERMINAÇÃO DO FOCO INICIAL

• Local exato onde o incêndio se iniciou

IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES GERADORAS DE FOGO JUNTO AO FOCO


INICIAL
• Determinar se há focos de eletricidade no local;
• Verificar a composição química dos materiais envolvidos no
incêndio;
• Verificar as condições do tempo na região.
7. DETERMINAÇÃO DO FOCO INICIAL

SENTIDO DA QUEIMA PELA PROFUNDIDADE DE CARBONIZAÇÃO


A identificação do sentido da queima é realizada pela verificação da
profundidade da carbonização com o auxílio de equipamento ou, se
necessário, por testes de laboratórios.
8. RECONSTITUIÇÃO

• Embora esteja elencada nesta fase do checklist, a reconstituição


deve ser realizada durante toda a investigação.

• Deve ser efetuada, se possível, na presença das testemunhas,


posicionando os objetos à medida que são encontrados no
processo de escavação

• Pode-se também utilizer fotografias realizadas antes do incêndio e


plantas da edificação
9. ANÁLISE DOS MATERIAIS E DADOS

• Se necessário, realizar estudos laboratoriais dos vestígios e materiais coletados


na cena do sinistro (Ex.: um forno pode irradiar calor para um móvel próximo?)

• E/ou comparar com estudos e publicações já existentes (Ex.: Instituto de


Pesquisas Tecnológicas, Centro de Monitoramento e Manejo do Fogo)

• Fase que permite estabelecer o nexo de causalidade de cada coisa com a


dinâmica do incêndio

• Cotejar cada um dos vestígios encontrados na cena e com as declarações


prestadas pelas testemunhas

• Analisar as hipóteses já formuladas, visando identificar a forma de surgimento


do incêndio
10. COMPROVAÇÃO DO AGENTE
GERADOR DO FOGO

• Verifica-se a possível existência de agentes geradores de fogo


(agentes causais) e a relaçãodestes com o processo de propagação,
os materiais queimados e o foco inicial

• Em seguida, parte-se para a eliminação desses possíveis agentes,


verificando qual deles foi causa e quais foram as consequências do
incêndio
11. DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS E
SUBCAUSAS

• As causas e subcausas são normalmente determinadas no próprio


local. Todavia, em alguns casos isso somente será possível após a
análise minuciosa das fotografias realizadas

• Também pode ser necessário o apoio de laboratórios específicos


para testes, experiências e análise do material supostamente
relacionado à geração do fogo.
EVENTO
AGENTE
SUBCAUSA
CAUSA
11. DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS E
SUBCAUSAS

EVENTOS CAUSAIS
11. DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS E
SUBCAUSAS

AGENTES CAUSAIS
11. DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS E
SUBCAUSAS

SUBCAUSAS
11. DETERMINAÇÃO DAS CAUSAS E
SUBCAUSAS

Evento: combustão de óleo


quente Evento: combustão espontânea
Agente Causal: fritadeira Agente Causal: produto químico
Subcausa: superfície aquecida Subcausa: fonte de calor
Causa: acidental ou ação Causa: acidental
humana indireta

Evento: fagulha
Agente Causal: ventilador de teto
Subcausa: falha de equipamento
Causa: acidental
12. CROQUI

• Devem ser utilizados todos os recursos visuais que auxiliem na


compreensão do laudo

• O croqui deve ser sempre realizado, com o maior ou menor


complexidade, dependendo da natureza e do detalhamento que se
fizer necessário
12. CROQUI
13. LAUDO PERICIAL

• Descrever sobre todas as etapas realizadas

• Identificar as causas

• Parecer técnico

• Anexar: documentos, imagens, estudos, depoimentos, laudos


técnicos
13. LAUDO PERICIAL

São requisitos para desenvolvimento fundamentais da perícia seguinte:


1 – Apresentação do Laudo Pericial;
2 – Objetivo da perícia de engenharia mecânica;
3 – Pressupostos, ressalvas e fatores limitantes;
4 – Caracterização física e descrição detalhada do bem;
5 – Histórico;
6 – Indicadores básicos das condições de operação e manutenção;
7 – Indicação do (s) método (s) e procedimento (s) utilizado (s);
8 – Detalhamento do que foi constatado e inclusão de fotografias;
9 – Identificação e fundamentação do resultado;
10 – Conclusão.
INCÊNDIO NA
SUBESTAÇÃO 02.Jul.2021

ELÉTRICA DE ITAJAÍ
Aplicar em duplas, um caso real ou fictício a
metodologia de uma investigação pericial de
incêndio envolvendo todo o conhecimento
adquirido até o presente momento.
Sugestões de temas:
• Incêndio criminoso
VAMOS • Incêndio em residência
PRATICAR • Incêndio em petroquímica
• Incêndio em indústria têxtil
• Incêndio em estabelecimento com reunião
de público

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