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Balanço Material e Energético Módulo 7

2018
Prof. Roberto Hazenfratz Marks Introdução ao Balanço de Energia
Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Motivação
Quanta potência é necessária para bombear 1250 gal/min de
água a partir de um tanque para outra unidade de processo?

Quanto carvão deve ser queimado por dia para produzir calor
suficiente e gerar vapor para movimentar as turbinas para produzir
eletricidade suficiente e, assim, satisfazer as necessidades de uma
população de 50.000 habitantes?

Problemas como esses, e tantos outros presentes na indústria


química, podem ser solucionados a partir da formulação e aplicação
de balanços de energia.

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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Motivação

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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Por que os balanços de energia?

Até então só foram apresentadas situações em que ocorrem apenas


variações de composição. Os modelos matemáticos incluíram apenas
balanços materiais. Agora, serão apresentadas situações em que
ocorrem também variações de temperatura, trazendo a necessidade
de balanços de energia.

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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Como a energia é medida?

1 BTU = 1055,06 J = 252,2 cal 5


Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Unidades de energia e potência

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Tipos de sistemas
Energia

Fluxo Fluxo

Massa Reações Químicas Massa


Energia (convecção) Energia (convecção)
Sistema Aberto

Energia

Reações Químicas
Reações Químicas

Sistema Fechado Sistema Isolado


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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Balanço de Energia e Termodinâmica

Para escrever um balanço de energia, nós precisamos saber


que tipo de energia pode entrar ou sair de um sistema. Portanto, o
balanço de energia é uma aplicação direta da primeira lei da
termodinâmica. Embora a energia assuma diversas formas, a
quantidade total de energia é constante e, quando a energia
desaparece em uma forma, ela reaparece simultaneamente em outras
formas.

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Propriedade de um sistema
Sistema: qualquer massa de material ou parte de equipamento
arbitrariamente especificado para o qual devemos dirigir nossa atenção. Tipos:
Aberto, fechado e isolado.

Propriedade: uma característica do material que pode ser medida, tal como
pressão, volume ou temperatura; ou calculada, se não for medida
diretamente, como certos tipos de energia.

Propriedade extensiva:
Propriedade intensiva:
É aquela cujo valor depende da
quantidade de matéria presente É aquela cujo valor
no sistema. Ex: massa, volume, independe da quantidade
energia interna etc. Quando de matéria presente no
essa propriedade é dividida por sistema. Ex: temperatura,
uma massa unitária, a mesma pressão, densidade etc.
torna-se uma propriedade
intensiva.

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Estado de sistema e tipos de processos

Estado do sistema: é um conjunto de propriedades intensivas de um


material, em um dado tempo, que definem o sistema, tais como:
temperatura, pressão e composição. O estado de um sistema não depende
do formato ou configuração do sistema, mas apenas de suas propriedades
intensivas.

Processo adiabático: quando o sistema não realiza troca de calor com


suas vizinhanças durante o processo. O sistema é termicamente isolado.

Processo isotérmico: A temperatura do sistema não varia durante o


processo.

Processo isobárico: A pressão do sistema não varia durante o processo.

Processo isocórico: o volume do sistema não varia durante o processo.

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Algumas formas de energia úteis para BE

Trabalho

Calor

Energia Cinética

Energia Potencial

Energia Interna

Entalpia
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Trabalho
É uma forma de energia que representa uma transferência entre o sistema e
a sua vizinhança. É a energia que flui como resposta a uma força motriz que
não seja uma diferença de temperatura entre o sistema e suas vizinhanças.

Estado 2
W  Estado1 F  d s

Sendo F é uma força externa ao sistema. O trabalho é positivo quando é


feito sobre o sistema, e negativo, quando o sistema realiza trabalho sobre a
vizinhança

Trabalho pode ser


mecânico (ex.: de
eixo), elétrico ou
de escoamento

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Calor
É uma porção do fluxo total de energia que flui através de uma fronteira do
sistema como resultado de uma diferença de temperatura entre o sistema e
as vizinhanças (potencial térmico). Calor não é armazenado nem criado
(significado de “fluxo de calor”). O calor é positivo quando é transferido para
o sistema. Caso contrário, é negativo.


Q  UA T

Sendo Q a taxa de transferência de calor, A a área para transferência de calor,
ΔT é a diferença de temperatura e U o coeficiente global de troca térmica.
Mecanismos de transferência: condução, convecção ou radiação.

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Energia Cinética
É a energia que um sistema possui devido a sua velocidade em relação à
vizinhança em repouso.
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K mv 2
2

^ 1 2
Energia Cinética Específica K v
2

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Energia Potencial

É a energia que o sistema possui devido à força de corpo exercida sobre sua
massa por um campo gravitacional ou eletromagnético (para nossos
interesses) em relação a uma superfície de referência. A energia potencial
para um campo gravitacional pode ser calculada por

^
P  mgh P  gh

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Energia Interna
É a energia devido ao movimento de moléculas relativo ao centro de massa do
sistema, ao movimento rotacional e vibracional ou de interação
eletromagnética de moléculas, e ao movimento e interações de constituintes
atômicos ou subatômicos das moléculas.

Do ponto de vista microscópico, energia


interna de um sistema é simplesmente a
soma de todas as diferentes formas de
energia possuídas pelas moléculas das
substâncias que compõem o sistema, entre
as quais estão incluídas a energia molecular,
química e atômica. Em escala macroscópica,
não se consegue quantificar a energia
interna de uma forma absoluta, mas ela
pode ser determinada relativamente a
algum nível de estado ou referência,
arbitrário e conveniente, em que a energia
interna é tomada como zero.

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Energia interna e propriedades

Portanto, a energia interna é uma medida macroscópica das energias


moleculares, atômicas e subatômicas. A energia interna deve ser calculada a
partir de outras variáveis que podem ser medidas macroscopicamente, tais
como: pressão, volume, temperatura e composição. Então, pode-se escrever:

^ ^
U  U (T , Vˆ )

 ^   ^   ^ 
^
  U   U  ^
 U 
dU   
 T   CV
dT d V
 T  ^  ^ 
 V   V T  V^

^ ^ T2
U 2U1  
T1
CV dT

Você só pode calcular as diferenças em energia interna, ou calcular a energia


interna relativa a um estado de referência, mas não os valores absolutos da
energia interna. 17
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Entalpia
Esta forma de energia é definida como sendo a combinação de duas variáveis,
que aparecem frequentemente no balanço de energia em sistemas abertos.

H  U  PV

Da mesma forma que a energia interna (U), a entalpia também é calculada


através de variáveis que podem ser medidas macroscopicamente, tais como:
pressão, volume, temperatura e composição.
Calor específico
à pressão
^ ^
constante
H  H (T , P )

 ^   ^   ^ 
^
H  H  H 
dH  
 T   C P
 dT   dP
 T   P 
 P  T
 P

^ ^ T2
H 2 H1  
T1
C P dT

Assim como a energia interna, a entalpia não possui valor absoluto; apenas
variações de entalpia podem ser calculadas. 18
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Relação Energia Interna e Entalpia

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Entalpia: Cálculos
Ao contrário da Massa, a quantidade de Energia de um sistema não
pode ser medida em termos absolutos.

Temos que nos contentar em poder medir a variação de energia


ocorrida quando um sistema passa de um estado para outro. Por
exemplo, ao sofrer uma variação de temperatura.

A Entalpia (H) é a função termodinâmica que expressa a diferença de


conteúdo energético de uma substância entre a temperatura T e uma
temperatura de referência To.

H J/gmol

To 20
Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Entalpia (H) e capacidade calorífica

A Entalpia pode ser calculada a partir do conhecimento da capacidade


calorífica da substância Cp [=] J/(mol K):

H = Cp (T - To) J/mol

A capacidade calorífica é função da temperatura:

Cp = a + bT + cT2 + dT3

As constantes são tabeladas para cada substância. Para o etileno: a = 40,75


: b = 0,1147 : c = - 6,895 x 10-5 : d = 1,766 x 10-8 : T [=] oC

A Entalpia também pode ser obtida de tabelas. Ex.: entalpia do etileno (To = 273 K)
T(K) H (J/gmol)
273 0
291 770
298 1.089
300 1.182 21
Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Tipos de funções

Função ou variável de
estado: valor depende
Função ou variável de
somente do estado material
caminho: valor depende de
(temperatura, pressão, fase e
como o processo ocorre.
composição), e não de como
Calor e trabalho são
o material atinge aquele
exemplos de funções de
estado. Exemplos: entalpia e
caminho.
energia interna específicas;
pressão; temperatura.

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Balanço de Energia Geral
Balanço de energia macroscópico

Acúmulo de Transferência de Transferência de


Energia energia para o energia do sistema
= + Sistema através das - Através das
No interior do
sistema Fronteiras do fronteiras do
sistema sistema

Geração de Consumo de
Energia Energia
+ No interior do - No interior do
sistema sistema

Esta equação pode ser aplicada tanto para um simples equipamento,


quanto para uma unidade complexa de processamento.

Termos de geração e consumo: envolvem processos tais como reações


químicas, decaimento radioativo ou desaceleração de nêutrons. 23
Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Semelhança entre Balanços
Fluxo
Energia (calor ou trabalho)

Fluxo Fluxo
SISTEMA
Massa Reações Químicas Massa
Energia (convecção) Energia (convecção)

Os dois mecanismos são contemplados nos Balanços Massa e de Energia

Forma Geral do balanço da quantidade G (massa ou de energia):

(Taxa: quantidade de G por unidade de tempo)

Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de


Taxa de
Entrada - Saída de G + Geração - Consumo
Acumulação =
de G de G de G
de G
Fluxos Reações 24
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Balanço de energia sem reação

Desconsiderando fluxo de matéria (correntes)


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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
BE para sistemas fechados (sem reação)

Quando a fronteira de um sistema não permite a transferência de matéria


entre o sistema e as suas vizinhanças, o sistema é fechado, e sua massa é
necessariamente constante. Desta forma, toda energia que passa através
das fronteiras e sua vizinhança é transferida como calor ou trabalho. Então,
a variação total de energia das vizinhanças deve ser igual à energia
transferida para ela ou retirada dela, na forma de calor ou trabalho.
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BE para sistemas fechados (sem reação)

ΔE = Et2 – Et1 = ΔU + ΔK + ΔP = ±Q ± W

Δ(energia das vizinhanças) = ±Q ± W


Δ(energia do sistema) = ΔU + ΔK + ΔP
Δ(energia das vizinhanças) = Δ(energia do sistema)

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BE para sistemas abertos (sem reação)

Agora expande-se o balanço para incluir a energia associada com a massa que
está escoando para dentro e para fora do sistema, conforme a figura abaixo.

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BE para sistemas abertos (sem reação)

Transferência de energia para


^ ^ ^
dentro pelo escoamento de (U 1  K1  P1 ) m1
massa
Transferência de energia para fora ^ ^ ^
(U 2  K 2  P 2 )m2
devido ao escoamento de massa
^ ^ ^ ^ ^ ^
Acúmulo E  mt 2 (U  K  P) t 2  mt1 (U  K  P) t1

Transferência líquida de calor ±Q


Transferência líquida de trabalho ±W
mecânico ou elétrico
Transferência líquida pelo
^ ^
trabalho de pressão para P1 V 1 m1  P2 V 2 m2
introduzir ou remover massa

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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
BE para sistemas abertos (sem reação)

^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^
E  (U 1  K1  P1 ) m1  (U 2  K 2  P 2 ) m2  Q  W  P1 V 1 m1  P2 V 2 m2

Simplificações
^ ^ ^
E   Q  W   ( H  K  P ) m
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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
BE para sistemas abertos (sem reação)

Se houver mais que uma corrente de entrada e saída:

^ ^ ^ ^ ^ ^
E  Et 2  Et1   m (H  K  P )   m (H
Entrada
i i i i
Saída
s s  Ks  Ps )  Q  W

Reescrevendo para um sistema que receba uma quantidade Q de calor e


efetue uma quantidade W de trabalho sobre a vizinhança:

^ ^ ^ ^ ^ ^
E  Et 2  Et1   m (H
Entrada
i i  Ki  Pi )   m (H
Saída
s s  Ks  Ps )  Q  W

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Módulo 7 - Introdução ao Balanço de Energia
Resumo de símbolos para Balanço Geral de Energia

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