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Hiper Treinamentos - E-Book Nocoes de SIG e QGIS-1
Hiper Treinamentos - E-Book Nocoes de SIG e QGIS-1
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Introdução ao QGIS
E-book:
Noções de SIG e QGIS – utilizando o QGIS
3.x
Ano: 2019
Todos os direitos reservados à: Hiper
Treinamentos
contato@hipertreinamentos.com.br
www.hipertreinamentos.com.br
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Introdução ao QGIS
SOBRE O AUTOR
1. Introdução
Neste Capítulo, será abordado desde conceitos, passando pela natureza dos
fenômenos (geográficos e cartográficos), até as mais elementares estruturas de dados
suportados pelo QGIS e por qualquer software de SIG suficientemente completo.
Pode-se resumir o que virá da seguinte forma (Figura 1):
Vetoriais
Fenômenos que,
computacionalmente,
e
Conceitos de
sistemas que
são tratados por meio
de estruturas de Rasters
dados...
abordam...
– a partir de uma representação (o mapa) – para que se possa atuar sobre essa realidade
complexa.
Dessa forma, a dinâmica de “dados de entrada” (representativos dessa realidade),
com a componente geográfica, que deve passar por uma série de operações na formação
de um produto que indique, ao gestor, ou a cientistas, ou ao empresário, o conjunto de
caminhos que se pode tomar.
Como simplificar a realidade? Através de modelagem (Figura 2). É feito um modelo
de um recorte da realidade, que, ao se materializar, torna-se uma esquematização ou
esquema. A modelagem é uma construção que tenta imitar a Natureza e/ou fenômenos
humanos.
manipulação de variáveis (sob a forma de dados) e retorno a esse mesmo universo (sob a
forma de informação).
Esses dados, para armazenamento e manipulação, bem como para posterior
representação cartográfica, podem ser de estrutura vetorial ou raster. Veremos nos
capítulos finais do que se tratam essas estruturas.
Quanto à Georreferenciamento, Menzori (2017), considera o contexto de neologismo
dessa palavra, criada para que se entenda a ideia de “posicionamento” para a Geodésia e
a Cartografia. Em seu livro, na versão ebook, na Introdução, “…georreferenciar significa
determinar a posição de pontos, linhas e polígonos usando coordenadas conhecidas
referidas a um sistema único mundial” (Figura 4). Pode-se aqui considerar esse conceito,
incluindo-se também, para além de pontos, linhas e polígonos, os elementos mínimos de
uma imagem ou matriz, os pixels, que veremos no decorrer do e-book.
de acordo com Côrrea (2017, p.16) In Castro et al (orgs.): “paisagem, região, espaço,
lugar e território”.
Será abordado neste e-book a noção genérica de Espaço no sentido teorético-
quantitativo, explicado por Côrrea (2017, p.20), na mesma obra de Castro et al (orgs.),
como sendo um caminho metodológico onde se tem uma “…concepção de espaço
derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo”. Isso devido ao fato de as
operações com o QGIS estarem muito focadas em operações quantitativas, lógicas,
devendo a abordagem mais contextual com sua profissão ser realizada por você.
O cartográfico diz respeito a produtos de uma simplificação operada sobre o
fenômeno geográfico, de forma a permitir visualização de informações e/ou manipulação
de dados. Harvey (2016) considera essa abordagem de “geográfico” e “cartográfico”
como duas esferas que conversam entre si. Sendo essa “simplificação” de que falamos
baseada em um conceito de representação como “…processo ativo de observar o mundo
e simbolizar essas observações para que tenham significado”, em livre tradução de trecho
do capítulo “Representation and Comunnication” da parte 1 de seu livro.
Seja para prever, ou entender algo que ocorre desde há muito tempo, o SIG, é uma
ferramenta preciosa para ações que vão além de mapas – ainda que eles sejam
importantes. Dessa maneira, veja o seguinte exemplo:
- Preciso determinar zonas com possibilidades de inundação, no espaço urbano, que
varia de DIFÍCIL, MEDIANA e GRANDE. Três classes. Do que preciso?
Primeiro, planejamento. Construir, com base nos objetivos, e na experiência com o
contexto, fora do escritório, de espaço geográfico, um fluxograma, incluindo-se quais
dados de entrada para o QGIS.
Depois, conseguir esses dados, cujas estruturas de armazenamento e manipulação,
você verá ainda neste capítulo.
O que interessa nesse exemplo? Categorias da Geografia serão transformadas para
mapeamento, mediante simbologias adequadas, que resumirão um processo de cálculo
por meio do computador, auxiliado pelo QGIS e por métodos e técnicas de SIG. Esse
resumo “filtra” um conjunto de variáveis DIFÍCIL para uma cor (um símbolo) no mapa;
MEDIANA, para outra cor; GRANDE, para outra cor. Partindo do geográfico para o
cartográfico, numa escala, resolução, num sistema de coordenadas atribuídas a cada pixel,
com a participação possível de desenhos com as primitivas gráficas de ponto, linha ou
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Introdução ao QGIS
polígono. Evidentemente, a sua profissão irá dar um contexto a todo o processo e aos
resultados.
Isso tudo diz respeito a um processamento computacional situado “entre” campo e
mapa, que, baseado na natureza dos fenômenos, sintetiza-os em estruturas de dados que
permitam a manipulação dos mesmos.
Os próximos dois capítulos serão sobre essas estruturas.
proximidade entre elas) – embora nem todos os espaços sejam visualmente preenchidos,
mas inferidos –, indicadoras das características do relevo.
Na Figura 5, você verá o exemplo de um Polígono selecionado no QGIS. E na Figura
6, um conjunto de Pontos, Linhas e Polilinhas – essas últimas demonstram a versatilidade
da estrutura vetorial, sendo possível representar curvas de nível (no caso aqui, mestras):
Figura 6: Representação das primitivas gráficas Ponto (acessibilidade), Linha (logradouros) – e Polilinha
(Curvas de Nível Mestras).
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
https://www.usgs.gov/products/maps/gis-data
Essa estrutura é bastante útil para o tipo de pesquisa exploratória não tanto de
medições, mas de qualidades. Quando se deseja enxergar características como cor, brilho,
intensidade, geometria, padrões bem visuais. Afinal, seu resultado é uma imagem, ou
seja, para o propósito deste e-book, um corpo matemático formado por linhas e colunas,
cujas intersecções são sub-espaços (células) contendo tons de cinza (só através de filtros
tem-se a impressão psicológica de cor).
Lembrando que, conforme Longley et al (2013, p.88), “…todo detalhe sobre variação
no interior das células é perdido, e no lugar disso a cada célula é atribuído um único
valor”. Ou seja, há um arredondamento para cada elemento mínimo da imagem, para cada
célula, variando de 0 a 255.
É uma estrutura de dados importante numa época em que a imagem digital é tão
valorizada, tanto como fotografia como na condição de modelo digital oriundo de
processos de interpolação espacial (que será visto no e-book, mais adiante).
É também campo fértil para o Sensoriamento Remoto orbital e a Fotogrametria.
Baseia-se na existência das citadas células, ou pixels (picture elements), que são “…os
menores elementos não divisíveis em uma imagem.” de acordo com Zanotta et al (2019,
p.50) e visíveis na Figura 7.
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Introdução ao QGIS
Em suma: a estrutura raster é aquela que nos remete à ideia de Imagem Digital ou
Matriz. Uma Imagem Digital é um corpo preenchido por minúsculas regiões, comumente
quadráticas, com um valor de tonalidade de cinza.
Útil para visualização e compreensão de fenômenos contínuos, não se materializa
apenas como Imagens como fotos ou as de satélites artificiais, mas também na qualidade
de produtos de Interpolação Espacial.
Não é “exata” como uma coordenada colhida em campo, mas revela traços de
superfície, contínuos, dentro de um limite.
Para finalizar, quanto à relação entre Vetor e Raster, pode ocorrer num exemplo
simples: o Vetor como uma camada de máscara para definir como o algoritmo deve
proceder no recorte de limites personalizados de uma Imagem.
Dessa maneira, fique atento aos desdobramentos das dicas apresentadas neste E-
book. A seguir, sintetizando o que vimos, vamos às considerações finais.
6. Considerações finais
para uma estrutura manipulável mais facilmente por mentes humanas, intermediadas por
formatos computacionais. Dessa forma, para concluir, acrescente-se:
a) A Realidade;
a.1) Recorte da Realidade, com base no propósito do projeto ou na Profissão;
b) Tradução para a realidade computacional, através das estruturas vetorial e/ou
raster;
b.1) Tradução em termos de significado e de linguagem para uma estrutura visando
manipulação de dados computacionais (para formatos de arquivos como shapefile, csv,
TIF e outros);
c) Dois caminhos que podem ser trabalhados mais ou menos próximos:
Referências
BURROUGH, Peter A.; McDONNELL, Rachael A.; LLOYD, Christopher D.. Principles
of geographical information systems. 3a ed. United Kingdom: Oxford, 2015.
CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CÔRREA, Roberto Lobato.
Geografia: conceitos e temas. 17a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.
GEODADOS do site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
(acessado em 25 de junho de 2019).
HARVEY, Francis. A prime of GIS: fundamental geographic and cartographic concepts
(e-book). 2a ed. Nova Iorque e Londres: Guilford Press, 2016.
LONGLEY, Paul A.; GOODCHILD, Michael F.; MAGUIRE, David J.; RHIND David
W.. Sistemas e ciência da informação geográfica. Porto Alegre: Bookman, 2013.
MENZORI, Mauro. Georreferenciamento: conceitos (e-book). São Paulo: Baraúna,
2017.
SILVA, Jorge Xavier da; ZAIDAN, Ricardo Tavares (orgs.). Geoprocessamento & meio
ambiente. 3a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.
ZANOTTA, Daniel Capella; FERREIRA, Matheus Pinheiro; ZORTEA, Maciel.
Processamento de imagens de satélite. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
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Introdução ao QGIS
1. Introdução
O presente capítulo, que tem por objetivo principal de ensinar a você alguns
fundamentos de um software de SIG, que é baseado, em um primeiro momento, na
explicação sobre o que é o QGIS, atualmente em suas versões “3.X”.
Esse programa para SIG, cujos downloads são referentes a versões que são lançadas
de tempos em tempos, é livre, aberto ao uso, sem pagamento – ainda que aceite doações
tanto de natureza financeira como em termos de desenvolvimento de complementos ou
plug-ins, ou na detecção de erros.
Essa plataforma aberta inclui também ferramentas do Grass e do Saga,
complementos a serem “baixados”, além das ferramentas que já vêm como básicas em
cada versão.
Dessa maneira, começa explicando o que é o QGIS e o que faz um software de SIG
robusto. A parte do histórico é curta e direta, enquanto seu funcionamento é mais
detalhado.
Quanto à codificação EPSG de dados vetoriais (mas que serve também para dados
rasters, ainda que nesse caso devam ser observadas diferenças que serão explicadas no
decorrer do e-book), entenda como uma introdução. É base porque, sem esse parâmetro,
não se faz um trabalho técnico, não se produz resultados que possam ser medidos e até
qualificados corretamente.
Por fim, será ensinado algo sobre as primitivas gráficas Ponto, Linha e Polígono
(ou Área), pertinentes às manipulações que serão feitas no decorrer deste e-book.
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Introdução ao QGIS
Lançado em julho de 2002 e desenvolvido por Gary Sherman (de acordo com a
Wikipédia), o software de SIG QGIS encontra-se em sua versão 3.x desde o término da
versão Las Palmas em 2016 (versão 2.18). Seu início foi na condição de mero importador
e visualizador de funções desenvolvidas no complemento espacial PostGIS do
PostgreSQL.
Mas, em meio a isso, o que faz um software de SIG? O que faz o QGIS? Disponibiliza
um conjunto de ferramentas para visualização, manipulação, mapeamento e operações
entre camadas de informação conhecidas como layers (Figura 8), bem como oferece um
ambiente gráfico para a inserção, remoção, alteração e consulta em tabelas relacionadas
(Figura 9).
Pode-se dividir, sumariamente, o que um software de SIG deve conter e permitir fazer,
em categorias como: ferramentas de análise de dados e seus diferentes tipos e estruturas;
ferramentas para manipulação de banco de dados; ferramentas cartográficas (para fazer
os mapas); ferramentas de criação de dados, bem como os para camadas e arquivos;
ferramentas de geometria; ferramentas para gráficos e os para interpolação espacial; há
também as ferramentas de seleção e manipulação espacial.
Já didaticamente, tem-se duas vertentes num software de SIG de acordo com dois
objetivos fundamentais: ferramentas para mapear; ferramentas para analisar por meio de
operações entre camadas de informação (layers). Ou seja, há o lado cartográfico e há o
lado das operações em si. Dois grandes objetivos cuja modelagem de um QGIS tem que
abranger em sua possibilidade de tornar visível fenômenos espaciais.
Isso significa exatamente o quê? A divisão, trazida por Burrough et al (2015, p.91),
sobre tipos de Visualização em ephemeral e permanent outputs (em livre tradução,
saídas ou resultados efêmeros ou permanentes). Isso também é confirmado por Wood
(1994) In Burrough et al (2015, p.92), ao definir propósitos para visualização de dados e
informações num software de SIG, aqui disposto em Portugês: comunicação cartográfica
e visualização cartográfica. Para o primeiro propósito, o QGIS traz ferramentas de
Rótulos (os nomes de cada desenho num mapa), Simbologia (símbolos para determinado
interesse de comunicação num mapa temático); para o segundo, diversas ferramentas de
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Introdução ao QGIS
análise. Enfim, às vezes não é necessário fazer mapas, mas apenas identificar fenômenos
na tela para determinadas conclusões ou para iniciar algo.
Essa dupla via de ação é o que divide a tela do display (para monitor) da tela do layout
(para mapas). Que não é apenas “tela”, mas também ambientes de trabalho.
Em síntese, o que se quis dizer com esses parágrafos? Que o histórico do QGIS só se
faz presente pela sua evolução, que se deu nesse sentido: do ponto inicial, onde era apenas
um meio para visualização de “dados em andamento”, com operações realizadas no
teclado apenas; até um programa com um ambiente gráfico robusto, constantemente
atualizado pela comunidade, sempre gratuito, permitindo, por meio de janelas, bem como
– nessa divisão entre a representação da simples tela do monitor e a do papel do mapa –
a concretização de bons mapas. Porém, sem perder a conexão com Sistemas
Gerenciadores de Bancos de Dados – sabendo que, a estrutura modelar de um software
de SIG está no universo dos bancos de dados.
Mas, falou-se muito em teoria e pouco em prática: é preciso saber que esse tipo de
programa só pode ser corretamente obtido via download. Como proceder?
Digite: https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html. Deverá abrir uma
tela como a da Figura 10:
Figura 10: Trecho da tela de abertura do link oficial do QGIS em Português Brasileiro.
Veja que em fins de junho de 2019, o QGIS está em sua versão 3.8. Porém é uma
versão primada mais por ser recente que Long Term Release (ou LTR). A LTR, que é
mais segura, está na 3.4. O que muda? A mudança é praticamente irrelevante. Ora se
utiliza aqui a versão 3.4; ora a 3.6.
Você também pode escolher fazer o download via o OSGeo4W (uma plataforma para
baixar, via servidores diferentes, várias bibliotecas de dados espaciais, além do próprio
programa), que envolve um grau de complexidade um pouco maior; ou, recomenda-se,
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fazer o download via simples instalador. Como se utiliza mais popularmente o Windows,
pode-se recomendar que se clique na zona indicada no interior do retângulo preto que foi
desenhado (Figura 11, na mesma tela, um pouco mais abaixo da Figura 10):
Figura 11: Trecho mais abaixo da mesma tela da Figura 3, com destaque em retângulo preto para os
instaladores.
Acima, na Figura 11, você opta pelo Instalador Standalone do QGIS – na época – 3.4,
para as versões de seu computador: se é de 64 bits ou 32 bits.
Uma vez feito o download, salve o arquivo em uma pasta de fácil acesso, clique e,
com os conhecimentos em Informática Básica, você irá aceitar os termos e condições do
produto, escolher uma pasta de seu computador, aguardar que o programa seja
descompactado e instalado, e poderá clicar (executar) no ícone executável. Clicamos no
ícone em que ele já inclui o Grass, um programa conexo ao QGIS.
Quando você abrir o QGIS pela primeira vez, deverá enxergar algo parecido com a
Figura 12:
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Introdução ao QGIS
https://pt.wikipedia.org/wiki/QGIS
https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html
3. Ferramentas básicas
As primeiras ferramentas, as mais básicas, que serão iniciadas neste e-book, são
aquelas que vão incluir o menu “Projeto”, “Exibir” e “Configurações” (Figura 13):
Logo que você iniciar um Projeto sem nome, clique em “Projeto”. Aparecerá (Figura
14):
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Introdução ao QGIS
Clicando em “Novo”, o programa vai perguntar se você quer salvar o projeto atual.
A princípio, para testar, sem que se configure a Projeção, você pode clicar que “sim” e
atribuir um nome e lugar onde ficará o arquivo (um “receptáculo” para cada arquivo
efetivamente trabalhado, um conjunto basicamente de shapefiles e TIF ou jpeg,
lembrando que os shapefiles são a categoria de arquivos que vêm sempre em conjunto:
*.shp, *.shx, *.dbf e *.prj – no mínimo, o que implica em considerar por pastas ou em
.zip ou .rar).
Abra o seu novo arquivo, em *.qgz ou em *.qgs, e configure as janelas de exibição
no Menu “Exbição” e submenu “Painéis”, para que fique marcada as 3 opções em
destaque conforme o retângulo (Figura 15):
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Introdução ao QGIS
Figura 15: Destaque às opções marcadas “Browser” (para você visualizar uma espécie de “Explorador de
Arquivos”, numa janela), “Caixa de Ferramentas de processamento” (uma janela com as ferramentas) e
“Camadas” (uma janela com o rol das camadas).
Figura 17: Rol de opções. Clicar nas duas com os ícones do globo terrestre.
Em “SRC padrão para novos projetos”, ou após clicar mais abaixo em “Usar um SRC
padrão”, em ambos aparecerá (e você deverá escolher para esses dados do e-book)
conforme na Figura 18:
Figura 18: Janela de definição de projeção “Seletor de sistema de coordenadas de referência (SRC)”.
Feito isso, saia e reabra seu arquivo. A aparência deverá estar assim (Figura 19):
Figura 19: Observe na Barra de Status destacada pelo retângulo preto as coordenadas, a Escala, a Lupa ou
Zoom, a Rotação, a opção sempre marcada “Renderizar” e o EPSG indicado neste capítulo. Você
enxergará melhor em sua própria tela.
Os ícones da Figura 20, quase todos estão apagados porque nenhuma camada de
informação está aberta. Mas veja que o primeiro é para clicar num objeto ou evento de
uma feição geométrica da tela, vetorial, e fazer exibir uma janela com Informações pegas
da Tabela. O segundo ícone é para selecionar uma ação, muitas vezes para que ao clicar
numa feição (exemplo, numa área), fazer aparecer uma foto da fachada de uma construção
ou entrar na Wikipédia ou outro site. O terceiro abre uma aba com opções variadas de
Seleção de feições, para a realização de edições diversas que só são possíveis no Modo
Edição, que será ensinado. O quarto também é para selecionar, mas Por Valor (isso será
explicado). O quinto é para “des”selecionar a(s) seleç(ões) e o último é para abrir a tabela
associada ao arquivo vetorial ou *.shp.
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Introdução ao QGIS
Essas Ferramentas são fundamentais. Ainda há outras, também básicas, mas, como
exigem certo detalhamento na explicação, serão vistas no decorrer do E-book. Dica:
lembre-se sempre que você pode encontrar algo clicando com o botão direito do seu
mouse. No próximo capítulo, você verá o que é esse “EPSG” aplicado a dados vetoriais.
Como afirma o título deste capítulo, “EPSG” surge como uma sigla para uma forma
de codificação (não apenas para dados de estrutura vetorial, mas também os de estrutura
raster). Você pode pesquisar seu significado em Inglês, mas o que interessa aqui é a sua
função. Trata-se da transformação das complexas fórmulas de Datum ou “…a origem
para as coordenadas geodésicas referenciadas…” ao elipsoide escolhido (MENEZES;
FERNANDES, 2013, p.76) numa numeração simples – associada às fórmulas de Projeção
(Geográfica ou UTM).
Elipsóide, coordenadas geodésicas, origem? Tenha foco na palavra “origem”.
Lembre-se dessa Figura 21:
A partir dela, considere o “0” a “origem” para esse sistema específico neste texto. O
Datum é a origem, os valores de origem de um sistema geocêntrico de coordenadas (ou
seja, essa origem está no centro aproximado da Terra, é 3D e não 2D como na Figura 14),
ponto de encontro ou intersecção entre a forma “real” da Terra (o geóide) e o elipsoide (a
forma matemática da Terra). Tudo isso será explicado no próximo Módulo.
Por enquanto entenda que o Datum horizontal (o vertical já envolve outro contexto e
não deve ser misturado ao horizontal) do Brasil é denominado “SIRGAS2000”. Há um
conjunto de fórmulas complexas que o determinam, levando a valores de origem
relativos. É determinado por “…extensivas observações do campo gravítico terrestre feita
por satélites, que fornecem os fundamentos…” às informações (Nima, 1997) In Menezes
e Fernandes, 2013, p.77.
O SIRGAS2000 sozinho não é suficiente para estabelecer um código EPSG. O
“EPSG: 31983”, por exemplo, inclui a referência feito no primeiro parágrafo deste
capítulo à Projeção.
Projeção e Sistema Geodésico de Referência (que possui a origem a que nos
referimos) são estruturas diferentes. A Projeção UTM, que será explicada adiante neste
e-book, é dada em metro e segue diversas Zonas. A que inclui o município de São Paulo
é a 23 do hemisfério Sul. A união entre “SIRGAS2000” e “UTM Zona 23 S” (“S” de
“Sul”) é igual ao EPSG “31983”.
Não se preocupe em entender tudo. A Projeção (Geográfica e a UTM) bem como o
conceito de Sistema Geodésico de Referência e tudo o que for pertinente a esses dois,
será visto no início do próximo módulo.
Entenda agora apenas que, usando um código, uma “chave”, você permite ao QGIS
configurar tudo para você, trazendo à sua tela a visão ortogonal, como se o observador
estivesse voando a 90 graus em relação a um lugar, de um espaço abstrato. Por isso que
se o EPSG, ou SCR (Sistema de Referência de Coordenadas) estiver errado ou mal
transformado, você poderá não ver nada. Por exemplo: se você fizer o que foi solicitado
neste capítulo, mas digitar “31985”, o shapefile que torna possível a camada de
informação estará no lugar certo, mas sua “asa delta”, de onde você observa o solo, estará
no Oceano ou em algum litoral mais a leste. Ou seja, não aparecerá nada na tela por
falta de uma camada de informação que contenha o “31985”.
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Introdução ao QGIS
Por que não fazer tudo sem EPSG? Porque, nesse caso, você estaria lidando com um
simples Desenho. Ou com uma simples Foto (cujo sistema é o do pixel, que é 2D). O
sistema de referência do seu Desenho não permitiria medições, nem operações espaciais
mais complexas, por considerar a geometria Euclidiana, por considerar tudo plano e
infinito, sem a curvatura da Terra e podendo misturar qualquer área do planeta. O EPSG
permite a simplificação da realidade, a abstração dessa realidade para o computador
realizar operações considerando as irregularidades da curvatura da Terra.
Se você não usar o “31983”, tudo bem. Mas seu mapa será uma ficção (ou apenas
um objeto de Arte), sem conexão com a realidade, sem uma Função Matemática (ou
fórmula) capaz de correlacionar “superfície terrestre” com “tela do seu monitor”.
Agora, vamos às estruturas que são os alicerces de um arquivo vetorial. São as
primitivas gráficas: Ponto, Linha e Polígono (ou Área).
Ponto é uma Primitiva Geográfica cujas ocorrências são desenhos que podem
representar, dependendo da Escala, por exemplo, o topo de uma árvore. Com uma
coordenada XY atribuível a ela, ou seja, sua localização pelo sistema de coordenadas que
pode ser geográfico, em longitude e latitude. (Figura 22)
Essa primitiva gráfica também pode ser um vértice de uma linha ou de linhas
formadoras de polígonos. Além disso, podem ser usadas como representação de amostras
para interpolação espacial. Exemplo: uma grade regular de pontos representando o XY
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Introdução ao QGIS
de cada lugar, mais um valor Z para altitude e um valor M para a quantidade medida de
uma substância como o cádmio.
Em termos de modelagem de banco de dados geográficos, o Ponto é a classe,
genérica de todas as ocorrências que podem ser representados por um ponto. A
“Entidade” ponto abrange copas de árvores, ocorrências de eventos como crimes,
amostras de substâncias como ouro, sem se confundir com cada caso ou ocorrência
particular. Exemplo na Figura 23:
Polígonos podem ser representados da forma mais elementar através de dois pontos
XY nas bordas. Um ponto à esquerda inferior e um ponto à direita superior, formando um
enquadramento máximo que vai de um lado e posição a outro lado e posição, como na
Figura 25 (usando a ferramenta de Selecionar Feições por Área, clicando do ponto à
esquerda inferior e levando o mouse a outro ponto XY, no ponto superior direito,
conforme destacado). O Polígono aparece representado tenuamente, como Seleção dos
Pontos, nessa Figura. Burrough et al apresentam bem isso (2015, p.55).
Figura 25: Trecho de uma camada no QGIS. Observe as áreas destacadas em preto.
7. Considerações finais
Este capítulo seguiu um ritmo capaz de ao menos trazer o básico aliado a alguns
eventuais aprofundamentos dos conteúdos, das práticas em QGIS 3.X.
Uma síntese apropriada para este capítulo se dá na seguinte progressão (Figura 27):
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Introdução ao QGIS
Orientação
das
Noção Ponto, Linha
Ferramentas camadas
inicial sobre e Polígono
Básicas por meio da
QGIS (ou Área)
codificação
EPSG
Referências
BURROUGH, Peter A.; McDONNELL, Rachael A.; LLOYD, Christopher D.. Principles
of geographical information systems. 3a ed. United Kingdom: Oxford, 2015.
GEODADOS do site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
(acessado em 25 de junho de 2019).
MENEZES, Paulo Márcio Leal de; FERNANDES, Manoel do Couto. Roteiro de
cartografia. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
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Introdução ao QGIS
Quais as fases de um
processamento?
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Introdução ao QGIS
1.Introdução
Neste capítulo, você verá como os dados vetoriais são produzidos originalmente e
como adquiri-los. O mesmo com os dados rasters, entretanto, com um foco maior nos
elementos que você deverá levar em consideração quando buscar mapear a partir de
imagens de satélite artificial ou de Fotogrametria Aérea.
Em seguida, algumas questões pertinentes à tratamento de dados. O ponto principal
abordado está na verificação da integridade dos dados conforme sua codificação
posicional nos metadados; o uso da transformação no QGIS de dados de tabela para
shapefile de pontos; e como importar arquivos de Desenho no formato DWG ou no
formato DXF para uso no QGIS – ainda que em linhas gerais.
No final, uma explanação sobre os produtos possíveis a partir de dados vetoriais.
Fonte: https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/medicao-sem-prisma/estacao-total-trimble-c5
(acessado em 29 de junho de 2019).
Mas, indo direto ao ponto: e no caso de dados vetoriais, do tipo shapefile? Tem-se os
receptores GNSS (união de constelações de satélites artificiais, como a união entre o GPS
e o GLONASS), conforme na Figura 30. Através do método e técnica apropriados, você
pode obter coordenadas válidas para produtos que irão se transformar em pontos, linhas
ou polígonos. Não com a mesma precisão da Topografia, mas ainda assim algo útil para
mapeamento.
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Introdução ao QGIS
Fonte: https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/receptores-gps-gnss/receptores-gnss-rtk/receptor-
trimble-r10-rtk (acessado em 29 de junho de 2019).
O propósito deste capítulo será mais prático que no anterior. Afinal, se seu objetivo
é fazer mapas, precisa levar em consideração algumas questões antes de qualquer
teorização sobre a aquisição de dados rasters ou matriciais.
Sobre dados raster, no mínimo leve em conta conceitos como resolução espacial e
escala, bem como se esses dados serão obtidos via Sensoriamento Remoto orbital ou
Fotogrametria Aérea – o que exigirá uma série de conhecimentos sobre tipos de sensores,
usados em diferentes projetos de alguns governos, tipos de alvos, periodicidade dos
satélites, tamanho da cena no solo, de acordo com o grau de complexidade do seu
trabalho.
Para trabalhar no QGIS ou em outro software de SIG, com dados raster, haverá, para
um bom mapa temático, a necessidade de manter uma boa relação entre escala e resolução
espacial. “A resolução espacial de uma imagem (ou sensor) está relacionada à capacidade
em descrever as características geométricas dos alvos nela contidos, como forma e
tamanho” (ZANOTTA et al, 2019, ps.51-52), ou seja, é o “menor espaço” (ou pixel)
indivisível da imagem em que uma característica do solo pode ser vista – o que vai
depender da altura do sensor no momento da foto ou imageamento. Isso se relaciona à
escala, que é a relação entre o tamanho adimensional (sem ser em metro, centímetro ou
quilômetro etc.) da imagem no papel para a cobertura do sensor em campo.
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http://blogs.esri.com/esri/arcgis/2011/02/28/dem-resolution-output-map-pixel-
density-and-largest-appropriate-map-scale/;
https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/receptores-gps-gnss/receptores-
gnss-rtk/receptor-trimble-r10-rtk
https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/vants/parrot/anafi-work;
https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/medicao-sem-prisma/estacao-total-
trimble-c5.
4.Tratamento de dados
Para dados vetoriais, considere, antes de tudo, a integridade dos dados e o propósito
do seu trabalho. Se o propósito for apenas treino, com dados de fontes abertas, ainda
assim será importante a integridade posicional do material (lembrando que, neste
capítulo, serão sempre utilizados dados do Geosampa).
Pesquise sobre a codificação EPSG e se realmente o que aparece na tela, no caso da
codificação “31983”, condiz com o EPSG. Exemplo: veja se no pacote de dados há um
arquivo como o mostrado na Figura 31:
Figura 31: Arquivo Excel aberto em uma das abas, contendo valores de Datum.
Caso não haja dados em shapefile, mas em csv (comma separated values ou “valores
separados por vírgula”) ou DWG ou DXF: no primeiro caso, use a ferramenta “Criar
camada de pontos a partir de tabela” (Figuras 33, 34 e 35):
Figura 34: Janela da ferramenta, onde se tem a camada de entrada, o campo X e o campo Y, e o SRC
preenchido.
No segundo caso, use a ferramenta acessada conforme na Figura 36 – mas, caso não
esteja disponível no seu QGIS, você pode fazer aparecer clicando em “Configurações”
(menu), e no submenu “Atalhos de Teclado”, gerando janela conforme na Figura 37. Na
Figura 38, o funcionamento básico da Janela de importação.
Figura 39: Um dos possíveis usos de dados na estrutura vetorial com geometria de Polígono (ou Área).
O que importa é trazer outros resultados possíveis, como curvas de nível, mapas
cadastrais, mapas de uso e ocupação do solo, enfim, de variados temas, com a utilização
de pontos, linhas e/ou polígonos.
Entretanto, para uso em produtos que apresentem características de relevo ou
topografia, são mais indicados dados rasters, muitas vezes oriundos de interpolação
espacial. É possível citar, também, os mapas de densidade de pontos ou”kernel”, que,
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apesar de serem feitos a partir de resultados rasters, começam com dados de entrada
vetoriais de natureza pontual. Um exemplo consta na Figura 40, retirado de um Seminário
que ministrei individualmente para a disciplina de SIG Livre do Curso Superior de
Tecnologia de Geoprocessamento do IFPB. Trata-se da seguinte ilustração a partir da
concentração de propriedades rurais georreferenciados para um determinado órgão:
Figura 40: Ilustração contendo o Estado da Paraíba, para um Mapa de Densidade Kernel.
Para finalizar, esses exemplos devem ter mostrado a você que há também a
possibilidade de trabalho conjunto entre vetores (dados de entrada) e rasters (saída ou
ouotput). Como numa Fórmula de uma Função Matemática, em que há um Dado vertorial,
que passa por uma Operação, resultando em produtos úteis para gestores, clientes e
cientistas – dependendo, claro, da qualidade dos dados de entrada.
6. Considerações finais
Referências
BREWER, Cynthia A.. Designing better maps: a guide for GIS users. 2a ed. Califórnia:
ESRI, 2016.
GEODADOS. Dados retirados do site Geosampa. Para o mapa do Brasil, dados
geográficos e os da Densidade Demográfica retirados do IBGE. Para a explicação sobre
“densidade Kernel”, na época os dados foram retirados do site Jampa em Mapas e do
site do Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF).
LONGLEY, Paul A.; GOODCHILD, Michael F.; MAGUIRE, David J.; RHIND David
W.. Sistemas e ciência da informação geográfica. Porto Alegre: Bookman, 2013.
ZANOTTA, Daniel Capella; FERREIRA, Matheus Pinheiro; ZORTEA, Maciel.
Processamento de imagens de satélite. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
WOLF, Paul R.; DEWITT, Bon A.; WILKINSON, Benjamein E.. Elements of
Photogrammetry with applications in GIS. 4a ed. Estados Unidos da América: McGraw-
Hill Education, 2014.
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