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Utilizando o QGIS 3.

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Introdução ao QGIS

E-book:
Noções de SIG e QGIS – utilizando o QGIS
3.x
Ano: 2019
Todos os direitos reservados à: Hiper
Treinamentos

contato@hipertreinamentos.com.br

www.hipertreinamentos.com.br
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Introdução ao QGIS

Este E-book é uma obra organizada pelo Hiper Treinamentos e


de Autoria do Msc. João Batista Firmino Junior. E faz parte do
projeto Dominando o QGIS com o Hiper Treinamentos, que
tem o propósito de compartilhar conhecimentos e técnicas
para manuseio de dados vetoriais e raster no QGIS.
Esta obrar tem enfoque prático e teórico e seu o conteúdo foi
desenvolvido para um público que deseja iniciar os estudos em
Sistema de informação geográfico e começar a utilizar o QGIS.
Seu conteúdo é dividido em 3 capítulos, são eles: O que são
Sistema(s) de Informações Geográficas?; iniciando no QGIS
3.x; e quais as fases de um processamento?
Dessa forma, esse E-book tem o objetivo de proporcionar, a
você, um conteúdo impar e necessário para que possas
adquirir informações essenciais para iniciar os estudos em SIG
e começar a possuir práticas com QGIS 3.x.
No entanto, em razão da riqueza e do detalhamento das
informações, essa obra poderá, também, ser utilizada por
aqueles que possuem conhecimentos mais avançados em
relação ao tema em questão.
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Introdução ao QGIS

SOBRE O AUTOR

Tecnólogo em Geoprocessamento pelo IFPB e


Mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas
pela UFPB.
E possui experiência e publicações na área de
Geoprocessamento, além de atuar na educação a
distância.
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Introdução ao QGIS

Capítulo 1 – O que são Sistema(s) de Informações


Geográficas?........................................................................8
 Conceitos de Sistema(s) de Informações Geográficas
e Georreferenciamento.............................................8
 O processo desde o fenômeno geográfico ao
fenômeno cartográfico ............................................11
 Estrutura de Dados Vetorial ....................................13
 Estrutura de Dados Raster.......................................15
Capítulo 2 – Iniciando no QGIS 3.x.............................18
 O que é o QGIS 3.x: histórico, download e tela
inicial........................................................................21
 Ferramentas Básicas ................................................25
 Codificação EPSG de dados vetoriais. .....................31
 Ponto, Linha e Polígono (ou Área) ...........................32
Capítulo 3 – Quais as fases de um
processamento?...............................................................36
 Aquisição de dados vetoriais..................................38
 Aquisição de dados raster.......................................41
 Tratamento de dados..............................................43
 Produtos possíveis de dados vetoriais....................48
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O que são Sistema (s) de


Informações Geográficas?
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1. Introdução

Neste Capítulo, será abordado desde conceitos, passando pela natureza dos
fenômenos (geográficos e cartográficos), até as mais elementares estruturas de dados
suportados pelo QGIS e por qualquer software de SIG suficientemente completo.
Pode-se resumir o que virá da seguinte forma (Figura 1):

Figura 1: Processo que sintetiza este capítulo.

Vetoriais
Fenômenos que,
computacionalmente,
e
Conceitos de
sistemas que
são tratados por meio
de estruturas de Rasters
dados...
abordam...

Fonte: Organizado pelo autor.

2. Conceitos de Sistema(s) de Informações Geográficas e de


Georreferenciamento

No dia-a-dia, as pessoas lidam com desafios sob a forma de fenômenos. Desafios de


natureza profissionais, ligados às suas áreas de atuação, fazem parte da vertente abordada
neste e-book. O biólogo ao estudar, por exemplo, uma espécie associando-a a um lugar,
precisa compreender que está lidando com um processo num determinado campo,
pontuado por eventos. O mesmo ocorre com o cientista social ao abordar um conjunto de
tribos urbanas, suas relações e costumes. Ou o geógrafo, diante de fenômenos
geomorfológicos.
Dessa maneira, há uma realidade complexa, que precisa se tornar simples, num
processo de tradução, para ser manipulado a partir de metodologias e técnicas, e retornar
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– a partir de uma representação (o mapa) – para que se possa atuar sobre essa realidade
complexa.
Dessa forma, a dinâmica de “dados de entrada” (representativos dessa realidade),
com a componente geográfica, que deve passar por uma série de operações na formação
de um produto que indique, ao gestor, ou a cientistas, ou ao empresário, o conjunto de
caminhos que se pode tomar.
Como simplificar a realidade? Através de modelagem (Figura 2). É feito um modelo
de um recorte da realidade, que, ao se materializar, torna-se uma esquematização ou
esquema. A modelagem é uma construção que tenta imitar a Natureza e/ou fenômenos
humanos.

Figura 2: Esquematização do processo de tradução via Modelagem.

Fonte: Organizado pelo autor.

Essa modelagem é melhor entendida a partir de uma reunião de sistemas ou


subsistemas, ou seja, conjuntos de entidades semelhantes tais quais computadores,
receptores GNSS, estações totais, sensores imageadores, tendo em comum a condição de
verdadeiros hardwares. Hardwares que seguem instruções específicas sob a forma de
softwares ou algoritmos.
Assim, tem-se hardwares e softwares, dois sistemas ou subsistemas de um maior,
que só fazem sentido com profissionais, e que existem, respectivamente, tal qual “corpo”
e “conteúdo”. Esses profissionais podem ser entendidos como sendo o biólogo, o cientista
social, o geógrafo, que fazem parte de subsistemas ou categorias profissionais formando
o conjunto dos seres humanos ou peopleware. Mas, essas pessoas devem pensar sobre
como agir e quais técnicas, em que ordem, a serem operacionalizadas. É quando se tem o
que se pode chamar de metodologias.
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Tudo isso é conectado pela Internet e se baseia no conceito de banco de dados


geográficos – ou, a princípio, pode-se dizer que se baseia em dados que sintetizem a noção
de Lugar, para perguntas e tratamentos que envolvam o ONDE, mas também podendo
incluir o QUANDO e as devidas comparações.
Para efeito deste e-book, compreendem-se Sistema(s) de Informações Geográficas
como um corpo repleto de sistemas que se misturam para o processamento de dados
geográficos e a subsequente transformação em informações geográficas. Para tal, os
dados precisam estar ou serem georreferenciados, ou seja, associados a um sistema de
coordenadas (X e Y, ou Z).
O próprio objeto principal de um SIG é uma síntese de um recorte locacional (Figura
3). Tal como colher um conjunto de coordenadas do arranjo de árvores em um parque,
bem como dados temáticos ou alfanuméricos de natureza não-geográfica – basicamente,
descrições. Essa síntese, a partir de um receptor GNSS, têm-se dados próprios para a
computação, em determinado formato. Para, nesse ambiente, ser processado e retornar
resultados ou produtos cartográficos.

Figura 3: Porção do planeta numa tela de computador ou do mapa impresso.

Fonte: Organizado pelo autor.

Mas, centrando agora no objeto deste capítulo, podemos relacionar definições de


SIG, tais como (BURROUGH et al, 2015, p.3):
a) Uma definição “caixa de ferramentas”: “a powerful set of tools for collecting,
retrieving at will, transforming, and displaying spatial data from the real world”
(BURROUGH, 1986; BURROUGH e McDONNELL, 1998).
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Neste caso, em livre tradução, tem-se “SIG” como um poderoso conjunto de


ferramentas de coleta, recuperação, transformação e disponibilização de dados
espaciais do mundo real. Aqui são focados os aspectos mais utilitários, menos “de
sistema” e mais de “conjunto ou agrupamento de ferramentas”; menos de
“metodologias” ou “finalidade social” e mais de “praticidade”;
b) Uma definição que considera, também, comunidades de usuários, da United States
Geological Survey (2013):
a computer system capable of assembling, storing, manipulating,
and displaying geographically referenced information, i.e. data
identified according to their locations. Practicioners also regard
the total GIS as including operating personnel and the data that
go into the system.

Esse, em livre tradução, sistema computacional capaz de montar, armazenar,


manipular e disponibilizar informação referenciada geograficamente (por
exemplo, dados identificados de acordo com seus locais), onde os praticantes
consideram o SIG total como incluindo o pessoal operacional e os dados que
entram no sistema. O foco, dessa maneira, distribui-se também pelas práticas fora
do escritório.
c) Para uma definição que, entretanto, considere um contexto mais completo,
Burrough et al trazem um conceito de Chrisman (1999): “Organized activity by
which people measure and represent geographic phenomena then transform these
representations into other forms while interacting with social structures”.
Ou seja, essa atividade organizada pela qual pessoas medem e representam o
fenômeno geográfico, transformando essas representações em outras formas
enquanto interagem com estruturas sociais – conceito bem resumido –, abrange,
finalmente, estruturas que determinam os projetos, a organização desses projetos
com SIG, muitas vezes a partir de formas de ação e de restrições, com certo teor
subjetivo.

Para tanto, considerem principalmente a terceira definição, baseada na ideia de se


“representar” algo. De tornar-se um vasto universo de complexidade mais simples para
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manipulação de variáveis (sob a forma de dados) e retorno a esse mesmo universo (sob a
forma de informação).
Esses dados, para armazenamento e manipulação, bem como para posterior
representação cartográfica, podem ser de estrutura vetorial ou raster. Veremos nos
capítulos finais do que se tratam essas estruturas.
Quanto à Georreferenciamento, Menzori (2017), considera o contexto de neologismo
dessa palavra, criada para que se entenda a ideia de “posicionamento” para a Geodésia e
a Cartografia. Em seu livro, na versão ebook, na Introdução, “…georreferenciar significa
determinar a posição de pontos, linhas e polígonos usando coordenadas conhecidas
referidas a um sistema único mundial” (Figura 4). Pode-se aqui considerar esse conceito,
incluindo-se também, para além de pontos, linhas e polígonos, os elementos mínimos de
uma imagem ou matriz, os pixels, que veremos no decorrer do e-book.

Figura 4: Tradução do topo da árvore em Ponto, associado a um sistema de coordenadas conhecido.

Fonte: Organizado pelo autor.

3. O processo desde o fenômeno geográfico ao fenômeno


cartográfico

Neste capítulo surge a oportunidade de se desdobrar, de se detalhar o que foi elencado


no anterior, de forma a que, numa explanação, possa-se compreender “fenômeno
geográfico” ao que seria uma transformação em “fenômeno cartográfico”, ou produtos
tais como mapas, tabelas, gráficos.
O fenômeno geográfico é aquilo que se deve pensar antes, durante e após todas as
práticas com SIG no QGIS. Trata-se de compreender o Espaço a partir da superfície da
Terra, ou melhor, fenômenos que dependem de variabilidade espacial bem como de
características intrínsecas, qualitativas, desse espaço, que pode ser compreendido como,
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de acordo com Côrrea (2017, p.16) In Castro et al (orgs.): “paisagem, região, espaço,
lugar e território”.
Será abordado neste e-book a noção genérica de Espaço no sentido teorético-
quantitativo, explicado por Côrrea (2017, p.20), na mesma obra de Castro et al (orgs.),
como sendo um caminho metodológico onde se tem uma “…concepção de espaço
derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo”. Isso devido ao fato de as
operações com o QGIS estarem muito focadas em operações quantitativas, lógicas,
devendo a abordagem mais contextual com sua profissão ser realizada por você.
O cartográfico diz respeito a produtos de uma simplificação operada sobre o
fenômeno geográfico, de forma a permitir visualização de informações e/ou manipulação
de dados. Harvey (2016) considera essa abordagem de “geográfico” e “cartográfico”
como duas esferas que conversam entre si. Sendo essa “simplificação” de que falamos
baseada em um conceito de representação como “…processo ativo de observar o mundo
e simbolizar essas observações para que tenham significado”, em livre tradução de trecho
do capítulo “Representation and Comunnication” da parte 1 de seu livro.
Seja para prever, ou entender algo que ocorre desde há muito tempo, o SIG, é uma
ferramenta preciosa para ações que vão além de mapas – ainda que eles sejam
importantes. Dessa maneira, veja o seguinte exemplo:
- Preciso determinar zonas com possibilidades de inundação, no espaço urbano, que
varia de DIFÍCIL, MEDIANA e GRANDE. Três classes. Do que preciso?
Primeiro, planejamento. Construir, com base nos objetivos, e na experiência com o
contexto, fora do escritório, de espaço geográfico, um fluxograma, incluindo-se quais
dados de entrada para o QGIS.
Depois, conseguir esses dados, cujas estruturas de armazenamento e manipulação,
você verá ainda neste capítulo.
O que interessa nesse exemplo? Categorias da Geografia serão transformadas para
mapeamento, mediante simbologias adequadas, que resumirão um processo de cálculo
por meio do computador, auxiliado pelo QGIS e por métodos e técnicas de SIG. Esse
resumo “filtra” um conjunto de variáveis DIFÍCIL para uma cor (um símbolo) no mapa;
MEDIANA, para outra cor; GRANDE, para outra cor. Partindo do geográfico para o
cartográfico, numa escala, resolução, num sistema de coordenadas atribuídas a cada pixel,
com a participação possível de desenhos com as primitivas gráficas de ponto, linha ou
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Introdução ao QGIS

polígono. Evidentemente, a sua profissão irá dar um contexto a todo o processo e aos
resultados.
Isso tudo diz respeito a um processamento computacional situado “entre” campo e
mapa, que, baseado na natureza dos fenômenos, sintetiza-os em estruturas de dados que
permitam a manipulação dos mesmos.
Os próximos dois capítulos serão sobre essas estruturas.

4. Estrutura de dados vetorial

Basicamente, essa estrutura trata de desenhos, como que realizados a mão. A


princípio, Pontos e seus conjuntos em segmentos ou isoladamente, agrupados ou não.
De que forma? Através da noção de vértice, onde um ponto deixa de ser apenas um
ponto e se torna um conjunto segmentado, formando uma linha ou uma polilinha, reta ou
encurvada. E as áreas (ou polígonos)? “Uma área é capturada como uma série de pontos
ou vértices conectados por linhas retas…” (LONGLEY, 2013, p.88).
A estrutura de dados vetorial é também um método, de acordo com Longley et al
(2013, p.87) para que fenômenos geográficos possas ser representados em computadores,
reduzindo a complexidade “…a formas que possam ser codificadas em bases de dados”.
Para Longley et al (2013, p.89), dados vetoriais são bastante úteis na representação
de dados sociais e ambientais e aplicações sociais, econômicas e administrativas. Além
disso, a resolução é variável, ou seja, você pode aproximar com uma lupa no QGIS e não
haverá perda de qualidade visual nessa manipulação. Diferente do caso seguinte: a
estrutura de dados matricial.
Como entender em detalhes e lidar com vetores? Essa estrutura aparenta trazer uma
visualização mais “exata”, porém descontínua. Ou seja, num Ponto você pode achar uma
coordenada, mas não conseguirá compreender propriamente algum fenômeno que se
modifique “em função do” Espaço através meramente de seu desenho, pois, de todo
modo, tem-se apenas um simbolismo estático. Na prática, serve mais para indicar objetos
ou eventos, ainda que haja a possibilidade do uso vetorial para a tecelagem de superfícies
contínuas, o que pode fazer com que você pense em curvas de nível (linhas encurvadas
representando zonas de mesma cota ou altura, cuja maior ou menor inclinação é dada pela
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Introdução ao QGIS

proximidade entre elas) – embora nem todos os espaços sejam visualmente preenchidos,
mas inferidos –, indicadoras das características do relevo.
Na Figura 5, você verá o exemplo de um Polígono selecionado no QGIS. E na Figura
6, um conjunto de Pontos, Linhas e Polilinhas – essas últimas demonstram a versatilidade
da estrutura vetorial, sendo possível representar curvas de nível (no caso aqui, mestras):

Figura 5: Representação em Área ou Polígono de um município do Estado de SP.

Fonte: QGIS 3.6.3, organizado pelo autor com dados do Geosampa.

Figura 6: Representação das primitivas gráficas Ponto (acessibilidade), Linha (logradouros) – e Polilinha
(Curvas de Nível Mestras).

Fonte: QGIS 3.6.3, organizado pelo autor com dados do Geosampa.


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Introdução ao QGIS

Veja mais em:

 http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
 https://www.usgs.gov/products/maps/gis-data

5. Estrutura de dados raster

Essa estrutura é bastante útil para o tipo de pesquisa exploratória não tanto de
medições, mas de qualidades. Quando se deseja enxergar características como cor, brilho,
intensidade, geometria, padrões bem visuais. Afinal, seu resultado é uma imagem, ou
seja, para o propósito deste e-book, um corpo matemático formado por linhas e colunas,
cujas intersecções são sub-espaços (células) contendo tons de cinza (só através de filtros
tem-se a impressão psicológica de cor).
Lembrando que, conforme Longley et al (2013, p.88), “…todo detalhe sobre variação
no interior das células é perdido, e no lugar disso a cada célula é atribuído um único
valor”. Ou seja, há um arredondamento para cada elemento mínimo da imagem, para cada
célula, variando de 0 a 255.
É uma estrutura de dados importante numa época em que a imagem digital é tão
valorizada, tanto como fotografia como na condição de modelo digital oriundo de
processos de interpolação espacial (que será visto no e-book, mais adiante).
É também campo fértil para o Sensoriamento Remoto orbital e a Fotogrametria.
Baseia-se na existência das citadas células, ou pixels (picture elements), que são “…os
menores elementos não divisíveis em uma imagem.” de acordo com Zanotta et al (2019,
p.50) e visíveis na Figura 7.
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Introdução ao QGIS

Figura 7: Nove pixels de um trecho do Mosaico da capital do Estado de SP.

Fonte: Organizado pelo autor a partir de Mosaico obtido no site Geosampa.

Em suma: a estrutura raster é aquela que nos remete à ideia de Imagem Digital ou
Matriz. Uma Imagem Digital é um corpo preenchido por minúsculas regiões, comumente
quadráticas, com um valor de tonalidade de cinza.
Útil para visualização e compreensão de fenômenos contínuos, não se materializa
apenas como Imagens como fotos ou as de satélites artificiais, mas também na qualidade
de produtos de Interpolação Espacial.
Não é “exata” como uma coordenada colhida em campo, mas revela traços de
superfície, contínuos, dentro de um limite.
Para finalizar, quanto à relação entre Vetor e Raster, pode ocorrer num exemplo
simples: o Vetor como uma camada de máscara para definir como o algoritmo deve
proceder no recorte de limites personalizados de uma Imagem.
Dessa maneira, fique atento aos desdobramentos das dicas apresentadas neste E-
book. A seguir, sintetizando o que vimos, vamos às considerações finais.

6. Considerações finais

Vimos, neste capítulo, uma ênfase no processo representacional da realidade


geográfica simplificada em sistemas de informação. Ou seja, uma verdadeira tradução
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Introdução ao QGIS

para uma estrutura manipulável mais facilmente por mentes humanas, intermediadas por
formatos computacionais. Dessa forma, para concluir, acrescente-se:

a) A Realidade;
a.1) Recorte da Realidade, com base no propósito do projeto ou na Profissão;
b) Tradução para a realidade computacional, através das estruturas vetorial e/ou
raster;
b.1) Tradução em termos de significado e de linguagem para uma estrutura visando
manipulação de dados computacionais (para formatos de arquivos como shapefile, csv,
TIF e outros);
c) Dois caminhos que podem ser trabalhados mais ou menos próximos:

- Um de natureza linear, em que se necessita apenas transformar em mapa


temático;
- Outro de natureza alinear, em que se necessita muito mais analisar, explorar,
dados, em operações estatísticas, aritméticas, booleanas, entre formatos de arquivos ou
entre estruturas de dados, etc. para se fazer um mapa temático com resultados novos ou
apenas pela exploração em si (ainda que como parte de objetivos específicos), gerando-
se relatórios, tabelas, gráficos.
Buscamos demonstrar para você o potencial de uma modelagem de fenômenos
geográficos para a realidade cartográfica, em prol de produtos contendo informações.
Deve-se ter em consideração, também, o que de fato se pode realizar com SIG em
contexto computacional:

a) Através de extração de dados de diferentes camadas de informação, demonstrar


modificações de elementos espaciais mediante – ou não – do fator “tempo.
Exemplo: trabalhos que descubram a partir de operações entre diferentes camadas,
de um mesmo lugar, desmatamento ilegal;
b) Prever situações. Por exemplo: através de imagens de satélite, no mesmo exemplo
anterior, verificar qual a tendência para o futuro, a previsão para a situação de
desmatamento florestal em 15 anos;
c) Operações de delimitação de áreas protegidas;
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Introdução ao QGIS

d) Estudos da Paisagem, entre diversas possibilidades.

Dentre essas “diversas possibilidades”, Silva e Zaidan (2018, p.21), agrupam-nas em


“…desenvolvimento (ou uso) econômico, qualidade de vida e sustentabilidade, ”.
Imagine o que o SIG, bem trabalhado, com dados de qualidade, pode gerar: mapas de uso
e ocupação da terra, mapas ou respostas para a solução da implantação de supermercados
ou agências de publicidade; rotas mais curtas ou menos onerosas para caminhões de lixo;
análise e previsão de desmatamento; descoberta de áreas vulneráveis a inundações;
Cadastro Técnico Multifinalitário; Classificações diversas do estado de uma Paisagem
dispostas num mapa; relação entre variáveis espacialmente pertinentes de delegacias,
escolas e bairros pobres; e muitas outras possibilidades.
Espera-se, enfim, que você possa ter compreendido a base inicial e necessária, de
natureza teórica, para, agora, começar a trabalhar com o QGIS.

Referências
BURROUGH, Peter A.; McDONNELL, Rachael A.; LLOYD, Christopher D.. Principles
of geographical information systems. 3a ed. United Kingdom: Oxford, 2015.
CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CÔRREA, Roberto Lobato.
Geografia: conceitos e temas. 17a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.
GEODADOS do site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
(acessado em 25 de junho de 2019).
HARVEY, Francis. A prime of GIS: fundamental geographic and cartographic concepts
(e-book). 2a ed. Nova Iorque e Londres: Guilford Press, 2016.
LONGLEY, Paul A.; GOODCHILD, Michael F.; MAGUIRE, David J.; RHIND David
W.. Sistemas e ciência da informação geográfica. Porto Alegre: Bookman, 2013.
MENZORI, Mauro. Georreferenciamento: conceitos (e-book). São Paulo: Baraúna,
2017.
SILVA, Jorge Xavier da; ZAIDAN, Ricardo Tavares (orgs.). Geoprocessamento & meio
ambiente. 3a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2018.
ZANOTTA, Daniel Capella; FERREIRA, Matheus Pinheiro; ZORTEA, Maciel.
Processamento de imagens de satélite. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
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Introdução ao QGIS

Iniciando no QGIS 3.x


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Introdução ao QGIS

1. Introdução

O presente capítulo, que tem por objetivo principal de ensinar a você alguns
fundamentos de um software de SIG, que é baseado, em um primeiro momento, na
explicação sobre o que é o QGIS, atualmente em suas versões “3.X”.
Esse programa para SIG, cujos downloads são referentes a versões que são lançadas
de tempos em tempos, é livre, aberto ao uso, sem pagamento – ainda que aceite doações
tanto de natureza financeira como em termos de desenvolvimento de complementos ou
plug-ins, ou na detecção de erros.
Essa plataforma aberta inclui também ferramentas do Grass e do Saga,
complementos a serem “baixados”, além das ferramentas que já vêm como básicas em
cada versão.
Dessa maneira, começa explicando o que é o QGIS e o que faz um software de SIG
robusto. A parte do histórico é curta e direta, enquanto seu funcionamento é mais
detalhado.
Quanto à codificação EPSG de dados vetoriais (mas que serve também para dados
rasters, ainda que nesse caso devam ser observadas diferenças que serão explicadas no
decorrer do e-book), entenda como uma introdução. É base porque, sem esse parâmetro,
não se faz um trabalho técnico, não se produz resultados que possam ser medidos e até
qualificados corretamente.
Por fim, será ensinado algo sobre as primitivas gráficas Ponto, Linha e Polígono
(ou Área), pertinentes às manipulações que serão feitas no decorrer deste e-book.
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Introdução ao QGIS

2. O que é o QGIS 3.X: histórico, download e tela inicial

Lançado em julho de 2002 e desenvolvido por Gary Sherman (de acordo com a
Wikipédia), o software de SIG QGIS encontra-se em sua versão 3.x desde o término da
versão Las Palmas em 2016 (versão 2.18). Seu início foi na condição de mero importador
e visualizador de funções desenvolvidas no complemento espacial PostGIS do
PostgreSQL.
Mas, em meio a isso, o que faz um software de SIG? O que faz o QGIS? Disponibiliza
um conjunto de ferramentas para visualização, manipulação, mapeamento e operações
entre camadas de informação conhecidas como layers (Figura 8), bem como oferece um
ambiente gráfico para a inserção, remoção, alteração e consulta em tabelas relacionadas
(Figura 9).

Figura 8: Na tela, a representação de uma camada ou layer com padrões pontuais.

Fonte: Trecho de tela do QGIS, organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Figura 9: A representação tabular correspondente aos dados da camada mostrada na Figura 1.

Fonte: Organizado pelo autor a partir de um printscreen.

Pode-se dividir, sumariamente, o que um software de SIG deve conter e permitir fazer,
em categorias como: ferramentas de análise de dados e seus diferentes tipos e estruturas;
ferramentas para manipulação de banco de dados; ferramentas cartográficas (para fazer
os mapas); ferramentas de criação de dados, bem como os para camadas e arquivos;
ferramentas de geometria; ferramentas para gráficos e os para interpolação espacial; há
também as ferramentas de seleção e manipulação espacial.
Já didaticamente, tem-se duas vertentes num software de SIG de acordo com dois
objetivos fundamentais: ferramentas para mapear; ferramentas para analisar por meio de
operações entre camadas de informação (layers). Ou seja, há o lado cartográfico e há o
lado das operações em si. Dois grandes objetivos cuja modelagem de um QGIS tem que
abranger em sua possibilidade de tornar visível fenômenos espaciais.
Isso significa exatamente o quê? A divisão, trazida por Burrough et al (2015, p.91),
sobre tipos de Visualização em ephemeral e permanent outputs (em livre tradução,
saídas ou resultados efêmeros ou permanentes). Isso também é confirmado por Wood
(1994) In Burrough et al (2015, p.92), ao definir propósitos para visualização de dados e
informações num software de SIG, aqui disposto em Portugês: comunicação cartográfica
e visualização cartográfica. Para o primeiro propósito, o QGIS traz ferramentas de
Rótulos (os nomes de cada desenho num mapa), Simbologia (símbolos para determinado
interesse de comunicação num mapa temático); para o segundo, diversas ferramentas de
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Introdução ao QGIS

análise. Enfim, às vezes não é necessário fazer mapas, mas apenas identificar fenômenos
na tela para determinadas conclusões ou para iniciar algo.
Essa dupla via de ação é o que divide a tela do display (para monitor) da tela do layout
(para mapas). Que não é apenas “tela”, mas também ambientes de trabalho.
Em síntese, o que se quis dizer com esses parágrafos? Que o histórico do QGIS só se
faz presente pela sua evolução, que se deu nesse sentido: do ponto inicial, onde era apenas
um meio para visualização de “dados em andamento”, com operações realizadas no
teclado apenas; até um programa com um ambiente gráfico robusto, constantemente
atualizado pela comunidade, sempre gratuito, permitindo, por meio de janelas, bem como
– nessa divisão entre a representação da simples tela do monitor e a do papel do mapa –
a concretização de bons mapas. Porém, sem perder a conexão com Sistemas
Gerenciadores de Bancos de Dados – sabendo que, a estrutura modelar de um software
de SIG está no universo dos bancos de dados.
Mas, falou-se muito em teoria e pouco em prática: é preciso saber que esse tipo de
programa só pode ser corretamente obtido via download. Como proceder?
Digite: https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html. Deverá abrir uma
tela como a da Figura 10:

Figura 10: Trecho da tela de abertura do link oficial do QGIS em Português Brasileiro.

Fonte: Organizado pelo autor.

Veja que em fins de junho de 2019, o QGIS está em sua versão 3.8. Porém é uma
versão primada mais por ser recente que Long Term Release (ou LTR). A LTR, que é
mais segura, está na 3.4. O que muda? A mudança é praticamente irrelevante. Ora se
utiliza aqui a versão 3.4; ora a 3.6.
Você também pode escolher fazer o download via o OSGeo4W (uma plataforma para
baixar, via servidores diferentes, várias bibliotecas de dados espaciais, além do próprio
programa), que envolve um grau de complexidade um pouco maior; ou, recomenda-se,
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Introdução ao QGIS

fazer o download via simples instalador. Como se utiliza mais popularmente o Windows,
pode-se recomendar que se clique na zona indicada no interior do retângulo preto que foi
desenhado (Figura 11, na mesma tela, um pouco mais abaixo da Figura 10):

Figura 11: Trecho mais abaixo da mesma tela da Figura 3, com destaque em retângulo preto para os
instaladores.

Fonte: Organizado pelo autor.

Acima, na Figura 11, você opta pelo Instalador Standalone do QGIS – na época – 3.4,
para as versões de seu computador: se é de 64 bits ou 32 bits.
Uma vez feito o download, salve o arquivo em uma pasta de fácil acesso, clique e,
com os conhecimentos em Informática Básica, você irá aceitar os termos e condições do
produto, escolher uma pasta de seu computador, aguardar que o programa seja
descompactado e instalado, e poderá clicar (executar) no ícone executável. Clicamos no
ícone em que ele já inclui o Grass, um programa conexo ao QGIS.
Quando você abrir o QGIS pela primeira vez, deverá enxergar algo parecido com a
Figura 12:
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Introdução ao QGIS

Figura 12: Tela inicial do QGIS 3.6.3 de um Projeto sem nome.

Fonte: Organizado pelo autor.

No próximo capítulo, você verá as Ferramentas Básicas, e o significado parte a parte


dessa tela mostrada na Figura 12.

Veja mais em:

 https://pt.wikipedia.org/wiki/QGIS
 https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html

3. Ferramentas básicas

As primeiras ferramentas, as mais básicas, que serão iniciadas neste e-book, são
aquelas que vão incluir o menu “Projeto”, “Exibir” e “Configurações” (Figura 13):

Figura 13: Barra de menus com destaque a três menus.

Fonte: Organizado pelo autor.

Logo que você iniciar um Projeto sem nome, clique em “Projeto”. Aparecerá (Figura
14):
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Introdução ao QGIS

Figura 14: Aba do menu “Projeto”, com destaque à opção “Novo”.

Fonte: Organizado pelo autor.

Clicando em “Novo”, o programa vai perguntar se você quer salvar o projeto atual.
A princípio, para testar, sem que se configure a Projeção, você pode clicar que “sim” e
atribuir um nome e lugar onde ficará o arquivo (um “receptáculo” para cada arquivo
efetivamente trabalhado, um conjunto basicamente de shapefiles e TIF ou jpeg,
lembrando que os shapefiles são a categoria de arquivos que vêm sempre em conjunto:
*.shp, *.shx, *.dbf e *.prj – no mínimo, o que implica em considerar por pastas ou em
.zip ou .rar).
Abra o seu novo arquivo, em *.qgz ou em *.qgs, e configure as janelas de exibição
no Menu “Exbição” e submenu “Painéis”, para que fique marcada as 3 opções em
destaque conforme o retângulo (Figura 15):
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Introdução ao QGIS

Figura 15: Destaque às opções marcadas “Browser” (para você visualizar uma espécie de “Explorador de
Arquivos”, numa janela), “Caixa de Ferramentas de processamento” (uma janela com as ferramentas) e
“Camadas” (uma janela com o rol das camadas).

Fonte: Organizado pelo autor.

Em “Configurações” você pode, quando utilizamos os dados geográficos do site


Geosampa, usar a codificação 31983 (que será explicada no próximo capítulo). Observe
(Figura 16):

Figura 16: Indo à “Opções…”.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Em “Opções…”, ao clicar, você deverá ir até “SRC” (sigla para “Sistema de


Referência de Coordenadas”) e clicar (exceto se já estiver aparecendo), conforme na
Figura 17:

Figura 17: Rol de opções. Clicar nas duas com os ícones do globo terrestre.

Fonte: Organizado pelo autor.

Em “SRC padrão para novos projetos”, ou após clicar mais abaixo em “Usar um SRC
padrão”, em ambos aparecerá (e você deverá escolher para esses dados do e-book)
conforme na Figura 18:

Figura 18: Janela de definição de projeção “Seletor de sistema de coordenadas de referência (SRC)”.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Feito isso, saia e reabra seu arquivo. A aparência deverá estar assim (Figura 19):

Figura 19: Observe na Barra de Status destacada pelo retângulo preto as coordenadas, a Escala, a Lupa ou
Zoom, a Rotação, a opção sempre marcada “Renderizar” e o EPSG indicado neste capítulo. Você
enxergará melhor em sua própria tela.

Fonte: Organizado pelo autor.

Na Barra de Ferramentas, utilizaremos a princípio (Figura 20):

Figura 20: Trecho ampliado da Barra de Ferramentas.

Fonte: Organizado pelo autor.

Os ícones da Figura 20, quase todos estão apagados porque nenhuma camada de
informação está aberta. Mas veja que o primeiro é para clicar num objeto ou evento de
uma feição geométrica da tela, vetorial, e fazer exibir uma janela com Informações pegas
da Tabela. O segundo ícone é para selecionar uma ação, muitas vezes para que ao clicar
numa feição (exemplo, numa área), fazer aparecer uma foto da fachada de uma construção
ou entrar na Wikipédia ou outro site. O terceiro abre uma aba com opções variadas de
Seleção de feições, para a realização de edições diversas que só são possíveis no Modo
Edição, que será ensinado. O quarto também é para selecionar, mas Por Valor (isso será
explicado). O quinto é para “des”selecionar a(s) seleç(ões) e o último é para abrir a tabela
associada ao arquivo vetorial ou *.shp.
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Introdução ao QGIS

Essas Ferramentas são fundamentais. Ainda há outras, também básicas, mas, como
exigem certo detalhamento na explicação, serão vistas no decorrer do E-book. Dica:
lembre-se sempre que você pode encontrar algo clicando com o botão direito do seu
mouse. No próximo capítulo, você verá o que é esse “EPSG” aplicado a dados vetoriais.

4. Codificação EPSG de dados vetoriais

Como afirma o título deste capítulo, “EPSG” surge como uma sigla para uma forma
de codificação (não apenas para dados de estrutura vetorial, mas também os de estrutura
raster). Você pode pesquisar seu significado em Inglês, mas o que interessa aqui é a sua
função. Trata-se da transformação das complexas fórmulas de Datum ou “…a origem
para as coordenadas geodésicas referenciadas…” ao elipsoide escolhido (MENEZES;
FERNANDES, 2013, p.76) numa numeração simples – associada às fórmulas de Projeção
(Geográfica ou UTM).
Elipsóide, coordenadas geodésicas, origem? Tenha foco na palavra “origem”.
Lembre-se dessa Figura 21:

Figura 21: Representação de um Sistema de Coordenadas.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

A partir dela, considere o “0” a “origem” para esse sistema específico neste texto. O
Datum é a origem, os valores de origem de um sistema geocêntrico de coordenadas (ou
seja, essa origem está no centro aproximado da Terra, é 3D e não 2D como na Figura 14),
ponto de encontro ou intersecção entre a forma “real” da Terra (o geóide) e o elipsoide (a
forma matemática da Terra). Tudo isso será explicado no próximo Módulo.
Por enquanto entenda que o Datum horizontal (o vertical já envolve outro contexto e
não deve ser misturado ao horizontal) do Brasil é denominado “SIRGAS2000”. Há um
conjunto de fórmulas complexas que o determinam, levando a valores de origem
relativos. É determinado por “…extensivas observações do campo gravítico terrestre feita
por satélites, que fornecem os fundamentos…” às informações (Nima, 1997) In Menezes
e Fernandes, 2013, p.77.
O SIRGAS2000 sozinho não é suficiente para estabelecer um código EPSG. O
“EPSG: 31983”, por exemplo, inclui a referência feito no primeiro parágrafo deste
capítulo à Projeção.
Projeção e Sistema Geodésico de Referência (que possui a origem a que nos
referimos) são estruturas diferentes. A Projeção UTM, que será explicada adiante neste
e-book, é dada em metro e segue diversas Zonas. A que inclui o município de São Paulo
é a 23 do hemisfério Sul. A união entre “SIRGAS2000” e “UTM Zona 23 S” (“S” de
“Sul”) é igual ao EPSG “31983”.
Não se preocupe em entender tudo. A Projeção (Geográfica e a UTM) bem como o
conceito de Sistema Geodésico de Referência e tudo o que for pertinente a esses dois,
será visto no início do próximo módulo.
Entenda agora apenas que, usando um código, uma “chave”, você permite ao QGIS
configurar tudo para você, trazendo à sua tela a visão ortogonal, como se o observador
estivesse voando a 90 graus em relação a um lugar, de um espaço abstrato. Por isso que
se o EPSG, ou SCR (Sistema de Referência de Coordenadas) estiver errado ou mal
transformado, você poderá não ver nada. Por exemplo: se você fizer o que foi solicitado
neste capítulo, mas digitar “31985”, o shapefile que torna possível a camada de
informação estará no lugar certo, mas sua “asa delta”, de onde você observa o solo, estará
no Oceano ou em algum litoral mais a leste. Ou seja, não aparecerá nada na tela por
falta de uma camada de informação que contenha o “31985”.
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Introdução ao QGIS

Por que não fazer tudo sem EPSG? Porque, nesse caso, você estaria lidando com um
simples Desenho. Ou com uma simples Foto (cujo sistema é o do pixel, que é 2D). O
sistema de referência do seu Desenho não permitiria medições, nem operações espaciais
mais complexas, por considerar a geometria Euclidiana, por considerar tudo plano e
infinito, sem a curvatura da Terra e podendo misturar qualquer área do planeta. O EPSG
permite a simplificação da realidade, a abstração dessa realidade para o computador
realizar operações considerando as irregularidades da curvatura da Terra.
Se você não usar o “31983”, tudo bem. Mas seu mapa será uma ficção (ou apenas
um objeto de Arte), sem conexão com a realidade, sem uma Função Matemática (ou
fórmula) capaz de correlacionar “superfície terrestre” com “tela do seu monitor”.
Agora, vamos às estruturas que são os alicerces de um arquivo vetorial. São as
primitivas gráficas: Ponto, Linha e Polígono (ou Área).

6. Ponto, Linha e Polígono (ou Área)

Ponto é uma Primitiva Geográfica cujas ocorrências são desenhos que podem
representar, dependendo da Escala, por exemplo, o topo de uma árvore. Com uma
coordenada XY atribuível a ela, ou seja, sua localização pelo sistema de coordenadas que
pode ser geográfico, em longitude e latitude. (Figura 22)

Figura 22: Rol de Simbologia do QGIS para Ponto.

Fonte: Organizado pelo autor.

Essa primitiva gráfica também pode ser um vértice de uma linha ou de linhas
formadoras de polígonos. Além disso, podem ser usadas como representação de amostras
para interpolação espacial. Exemplo: uma grade regular de pontos representando o XY
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Introdução ao QGIS

de cada lugar, mais um valor Z para altitude e um valor M para a quantidade medida de
uma substância como o cádmio.
Em termos de modelagem de banco de dados geográficos, o Ponto é a classe,
genérica de todas as ocorrências que podem ser representados por um ponto. A
“Entidade” ponto abrange copas de árvores, ocorrências de eventos como crimes,
amostras de substâncias como ouro, sem se confundir com cada caso ou ocorrência
particular. Exemplo na Figura 23:

Figura 23: Esquematização do que pode ser um Ponto.

Fonte: Organizado pelo autor.

Linha enquanto “Entidade” pode representar rios e logradouros diversos. Podendo


ser definida como “…all linear features built up of straight-line segments made 33po f
two or more coordinates.” (em livre tradução, é “toda característica linear construída a
partir de segmentos retos feitos por 2 ou mais coordenadas”). (BURROUGH et al, 2015,
p.54). Ou seja, a partir de 2 pontos próximos, traça-se uma linha. A partir de vários pontos
em segmento reto, uma estrada, por exemplo. Observe parte dos modelos de linha
disponível no QGIS, na Figura 24;
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Introdução ao QGIS

Figura 24: Rol da Simbologia para Linha no QGIS.

Fonte: Organizado pelo autor.

Polígonos podem ser representados da forma mais elementar através de dois pontos
XY nas bordas. Um ponto à esquerda inferior e um ponto à direita superior, formando um
enquadramento máximo que vai de um lado e posição a outro lado e posição, como na
Figura 25 (usando a ferramenta de Selecionar Feições por Área, clicando do ponto à
esquerda inferior e levando o mouse a outro ponto XY, no ponto superior direito,
conforme destacado). O Polígono aparece representado tenuamente, como Seleção dos
Pontos, nessa Figura. Burrough et al apresentam bem isso (2015, p.55).

Figura 25: Trecho de uma camada no QGIS. Observe as áreas destacadas em preto.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Ou representado por no mínimo 3 linhas, formando um triângulo (com linhas retas


de tamanhos não muito diferentes). Vemos na Figura 26 os polígonos clássicos, no QGIS:

Figura 26: Rol da Simbologia para Polígono no QGIS.

Fonte: Organizado pelo autor.

Para Burrough et al (2015) permite análises de propriedades espaciais (os autores


falam em propriedades topológicas, mas aqui tratadao sob a denominação “espaciais”
porque ainda veremos o que é “topologia”) de Áreas, de acordo com Forma, Vizinhança
e Hierarquia.
Se no Ponto ficamos apenas com o XY, e por vezes as coordenadas XYZ; e com a
Linha ficamos com o valor do Comprimento; o Polígono permite o cálculo de Área.
Quando uma estrutura é formada por vários polígonos, por exemplo, uma superfície 3D,
tem-se a possibilidade de se calcular o volume.
Em síntese, a partir dessas formas básicas, e do anteriormente exposto no decorrer
deste capítulo, tem-se os elementos necessários para que se possa lidar com aquisição e
tratamento de dados vetoriais e matriciais, bem como com os produtos de dados vetoriais.

7. Considerações finais

Este capítulo seguiu um ritmo capaz de ao menos trazer o básico aliado a alguns
eventuais aprofundamentos dos conteúdos, das práticas em QGIS 3.X.
Uma síntese apropriada para este capítulo se dá na seguinte progressão (Figura 27):
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Introdução ao QGIS

Figura 27: Esquema-síntese deste capítulo.

Orientação
das
Noção Ponto, Linha
Ferramentas camadas
inicial sobre e Polígono
Básicas por meio da
QGIS (ou Área)
codificação
EPSG

Fonte: Organizado pelo autor.

No próximo capítulo, finalmente você verá como adquirir dados geográficos, de


ambas as estruturas vetorial e raster, como tratar esses dados para que eles possam ser
utilizados corretamente e mostrará alguns produtos possíveis a partir de dados de entrada
vetoriais.
Sigamos adiante!

Referências

BURROUGH, Peter A.; McDONNELL, Rachael A.; LLOYD, Christopher D.. Principles
of geographical information systems. 3a ed. United Kingdom: Oxford, 2015.
GEODADOS do site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
(acessado em 25 de junho de 2019).
MENEZES, Paulo Márcio Leal de; FERNANDES, Manoel do Couto. Roteiro de
cartografia. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
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Introdução ao QGIS

Quais as fases de um
processamento?
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Introdução ao QGIS

1.Introdução

Neste capítulo, você verá como os dados vetoriais são produzidos originalmente e
como adquiri-los. O mesmo com os dados rasters, entretanto, com um foco maior nos
elementos que você deverá levar em consideração quando buscar mapear a partir de
imagens de satélite artificial ou de Fotogrametria Aérea.
Em seguida, algumas questões pertinentes à tratamento de dados. O ponto principal
abordado está na verificação da integridade dos dados conforme sua codificação
posicional nos metadados; o uso da transformação no QGIS de dados de tabela para
shapefile de pontos; e como importar arquivos de Desenho no formato DWG ou no
formato DXF para uso no QGIS – ainda que em linhas gerais.
No final, uma explanação sobre os produtos possíveis a partir de dados vetoriais.

2.Aquisição de dados vetoriais

A aquisição de dados para uso prático em Sistemas de Informações Geográficas, e


mais precisamente em um software de SIG(s) como o QGIS, não poderá existir sem um
Planejamento consistente.
Para tal, você deve considerar seus objetivos, sobretudo no caso deste capítulo, para
dados vetoriais. O que será necessário para a concretização desses objetivos? Ao mesmo
tempo, haverá questões que dirão respeito à recursos financeiros, autorizações, qualidade
dos produtos, prazos.
Exemplo: para um serviço que necessite de um grau muito alto de precisão, a
aquisição de dados vetoriais deve ocorrer por meio da Topografia dita “convencional”,
com Estação Total (Figura 28). Pois, no caso, permite precisões – se bem realizado o
levantamento topográfico – na ordem do milímetro. Porém, poderia ser oneroso e
complexo, com equipes muito grandes. Outra opção seria o uso da Fotogrametria Aérea
(Figura 29), para precisões na casa dos centímetros.
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Introdução ao QGIS

Figura 28: Exemplo de uma Estação Total.

Fonte: https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/medicao-sem-prisma/estacao-total-trimble-c5
(acessado em 29 de junho de 2019).

Figura 29: Exemplo de um drone, um tipo de Veículo Aéreo Não-Tripulado.

Fonte:https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/vants/parrot/anafi-work (acessado em 29 de junho de


2019).

Mas, indo direto ao ponto: e no caso de dados vetoriais, do tipo shapefile? Tem-se os
receptores GNSS (união de constelações de satélites artificiais, como a união entre o GPS
e o GLONASS), conforme na Figura 30. Através do método e técnica apropriados, você
pode obter coordenadas válidas para produtos que irão se transformar em pontos, linhas
ou polígonos. Não com a mesma precisão da Topografia, mas ainda assim algo útil para
mapeamento.
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Introdução ao QGIS

Figura 30: Um receptor GNSS.

Fonte: https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/receptores-gps-gnss/receptores-gnss-rtk/receptor-
trimble-r10-rtk (acessado em 29 de junho de 2019).

A captura de dados vetoriais primários, de acordo com Longley et al (2013, p. 235)


são obtidos via GPS (uma das constelações de satélites, entre outras como o GLONASS,
russo) e levantamento topográfico, embora no mesmo trecho os autores afirmem que “…à
medida que mais topógrafos utilizam o GPS de forma rotineira, a distinção entre os dois
fica cada vez mais difusa.”
Os mesmos autores (2013, p.239), consideram a captura de dados vetoriais
secundários, por meio da Vetorização, que “…é o processo de conversão de dados
matriciais em dados vetoriais. O oposto é chamado de rasterização.”. Algo dessa natureza
ocorre na Fotogrametria, por exemplo, em se tratando do uso de ortofotos. Uma ortofoto
“…is a photograph showing images of objects in their true orthographic positions” (é
uma fotografia mostrando imagens de objetos que você deve entender como sendo
perfeitamente vistos de cima, a 90 graus, em suas verdadeiras posições ortográficas), além
disso, “Because they are planimetrically correct, ortophotos can be used as maps for
making direct measurements of distances, angles, positions, and areas without making
corrections for image displacements” (aqui você deve entender que é devido a essas fotos
serem planimetricamente corretas, podem ser usadas como mapas para medições diretas
de distâncias, ângulos, posições e áreas sem a realização de correções), conforme Wolf et
al (2014, p.332).
O que se quis dizer com o parágrafo anterior? Que é possível extrair dados na
estrutura vetorial através de imagens vistas bem verticalmente, de cima. Através de alguns
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Introdução ao QGIS

métodos, há a possibilidade de se desenhas pontos, linhas e polígonos. Já no caso das


curvas de nível, a partir de um Modelo Digital do Terreno, há como gerar isso no QGIS.
Seja como for, você precisa ter em mente também a parte prática do processo em se
tratando de download de dados vetoriais de fontes abertas. Há diversas fontes na Internet
para isso, dentre elas as já citadas no primeiro capítulo, além do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística). No final do segundo capítulo, essa possibilidade de download
será melhor detalhada.
Enfim, em síntese, pode-se entender que é possível adquirir dados vetoriais a partir
de receptores GNSS ou a partir da vetorização de imagens.
Entretanto, e sobre essas imagens? Como elas podem ser adquiridas? Isso será visto
no próximo capítulo.

3. Aquisição de dados rasters

O propósito deste capítulo será mais prático que no anterior. Afinal, se seu objetivo
é fazer mapas, precisa levar em consideração algumas questões antes de qualquer
teorização sobre a aquisição de dados rasters ou matriciais.
Sobre dados raster, no mínimo leve em conta conceitos como resolução espacial e
escala, bem como se esses dados serão obtidos via Sensoriamento Remoto orbital ou
Fotogrametria Aérea – o que exigirá uma série de conhecimentos sobre tipos de sensores,
usados em diferentes projetos de alguns governos, tipos de alvos, periodicidade dos
satélites, tamanho da cena no solo, de acordo com o grau de complexidade do seu
trabalho.
Para trabalhar no QGIS ou em outro software de SIG, com dados raster, haverá, para
um bom mapa temático, a necessidade de manter uma boa relação entre escala e resolução
espacial. “A resolução espacial de uma imagem (ou sensor) está relacionada à capacidade
em descrever as características geométricas dos alvos nela contidos, como forma e
tamanho” (ZANOTTA et al, 2019, ps.51-52), ou seja, é o “menor espaço” (ou pixel)
indivisível da imagem em que uma característica do solo pode ser vista – o que vai
depender da altura do sensor no momento da foto ou imageamento. Isso se relaciona à
escala, que é a relação entre o tamanho adimensional (sem ser em metro, centímetro ou
quilômetro etc.) da imagem no papel para a cobertura do sensor em campo.
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Introdução ao QGIS

Brewer (2016, p.37) ressalta as “recomendações de A. Jon Kimerling” nessa relação,


afirmando: “Kimerling’s recommendations on matching resolution and appropriate
mapping scales for desktop screen resolutions (100 pixels per inch) are useful…” ou “As
recomendações de Kimerling sobre combinar resolução e escalas apropriadas de mapa
para resoluções de tela em computadores de mesa são úteis…”. O que isso significa?
Fique atento ao fato de que há uma relação, na escolha de dados rasters, para aquisição,
entre a escala pretendida do seu mapa e a resolução espacial das imagens. É preciso
combinar ambas para um denominador comum adequado. Isso a partir da interpretação
do conteúdo desse link: http://blogs.esri.com/esri/arcgis/2011/02/28/dem-resolution-
output-map-pixel-density-and-largest-appropriate-map-scale/.
Uma vez que você compreende o que significa a relação entre esses dois elementos,
poderá planejar melhor ao pesquisar dados oriundos do Sensoriamento Remoto orbital
(sensores localizados em satélites artificiais) ou da Fotogrametria Aérea.
Basicamente, dados rasters primários são adquiridos por captura de padrões de
energia eletromagnética refletida do solo; enquanto os dados secundários são obtidos
mediante, por exemplo, escaneamento de mapas antigos, entre outros métodos –
sobretudo métodos que se utilizam de algoritmos para interpolação espacial, cujo
significado será visto no decorrer deste e-book.
Em resumo, normalmente é como se você tirasse uma foto sem pretensões para SIG,
e teria o dado raster. Ao vetorizar traços da pessoa na foto, desenhando, teria o dado
vetorial. Sendo possível escanear os traços vetoriais e, com perda de informação, ter uma
nova imagem.
No “Vaja mais em”, locais na Internet onde você pode encontrar dados vetoriais e
rasters (além do site Geosampa, citado no primeiro capítulo), entre links com outras
informações úteis. No próximo capítulo, será visto como tratar os dados vetoriais e os
dados rasters para uso no QGIS.

Veja mais em:


 http://dados.gov.br/dataset;
 http://forest-gis.com/;
 http://geo.joaopessoa.pb.gov.br/digeoc/htmls/;
 https://earthexplorer.usgs.gov/;
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Introdução ao QGIS

 http://blogs.esri.com/esri/arcgis/2011/02/28/dem-resolution-output-map-pixel-
density-and-largest-appropriate-map-scale/;
 https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/receptores-gps-gnss/receptores-
gnss-rtk/receptor-trimble-r10-rtk
 https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/vants/parrot/anafi-work;
 https://www.santiagoecintra.com.br/produtos/medicao-sem-prisma/estacao-total-
trimble-c5.

4.Tratamento de dados

Para dados vetoriais, considere, antes de tudo, a integridade dos dados e o propósito
do seu trabalho. Se o propósito for apenas treino, com dados de fontes abertas, ainda
assim será importante a integridade posicional do material (lembrando que, neste
capítulo, serão sempre utilizados dados do Geosampa).
Pesquise sobre a codificação EPSG e se realmente o que aparece na tela, no caso da
codificação “31983”, condiz com o EPSG. Exemplo: veja se no pacote de dados há um
arquivo como o mostrado na Figura 31:

Figura 31: Arquivo Excel aberto em uma das abas, contendo valores de Datum.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Essa codificação também pode ser encontrada na ferramenta do QGIS intitulada


“Pesquisar Projeção” (Figura 32), caso você digite no buscador da sua caixa de
ferramentas de processamento:

Figura 32: Janela “Pesquisar projeção”.

Fonte: Organizado pelo autor a partir do QGIS versão 3.6.3.

Caso não haja dados em shapefile, mas em csv (comma separated values ou “valores
separados por vírgula”) ou DWG ou DXF: no primeiro caso, use a ferramenta “Criar
camada de pontos a partir de tabela” (Figuras 33, 34 e 35):

Figura 33: Digitando na Caixa de Ferramentas de processamento.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Figura 34: Janela da ferramenta, onde se tem a camada de entrada, o campo X e o campo Y, e o SRC
preenchido.

Fonte: Organizado pelo autor.

Figura 35: Camada gerada, com os pontos.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

No segundo caso, use a ferramenta acessada conforme na Figura 36 – mas, caso não
esteja disponível no seu QGIS, você pode fazer aparecer clicando em “Configurações”
(menu), e no submenu “Atalhos de Teclado”, gerando janela conforme na Figura 37. Na
Figura 38, o funcionamento básico da Janela de importação.

Figura 36: Caminho para Importar camadas de DWG ou DXF.

Fonte: Organizado pelo autor.

Figura 37: Outro caminho.

Fonte: Organizado pelo autor.


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Introdução ao QGIS

Figura 38: Janela “Importar DWG/DXF” e seu aspecto geral.

Fonte: Organizado pelo autor.

Veja na última Figura como o QGIS se utiliza daquilo que no ArcGIS é o


Geodatabase. Trata-se do formato “.gpkg”, cuja explicação detalhada foge do escopo
deste e-book.
Enfim, lembre-se que se você se utiliza do formato shapefile, ele virá sempre em
conjunto de arquivos. Nunca tente abrir apenas um deles, ou copiar, para trabalho, apenas
1. Sempre compacte em .rar ou .zip, ou transfira por pastas com arquivos de mesmo nome
mas de diferentes formatos, como o de banco de dados, o de índice, o de desenho, o de
projeção. Conforme explicado no capítulo anterior.
Quanto às imagens, você também pode pesquisar se o EPSG é mesmo o anunciado,
bem como verificar a coerência entre o que aparece na imagem e o que se espera,
conforme a Zona (isso será visto ainda neste e-book, sobre projeção UTM). Também não
se esqueça dos metadados presentes nas missões dos satélites, como o Landsat, por
exemplo, com dados sobre periodicidade das imagens, altura do sensor, radiometria,
tamanho da imagem e tamanho (no solo) da área coberta etc.
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Introdução ao QGIS

5.Produtos possíveis de dados vetoriais

Este capítulo é mais para apresentar os possíveis resultados da manipulação de dados


vetoriais. Entre eles, é possível o foco no mapeamento coroplético.
Um mapa coroplético é aquele cujos valores são atribuídos a feições. Um exemplo
não de um mapa coroplético, mas de uma ilustração que pode servir para um, consta na
Figura 39, cuja intensidade dos valores de cor foi dado através da densidade demográfica
por Estados da Federação, obtidos no link:
 https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?dados=10&uf=00.

Figura 39: Um dos possíveis usos de dados na estrutura vetorial com geometria de Polígono (ou Área).

Fonte: Ilustração organizada pelo autor.

O que importa é trazer outros resultados possíveis, como curvas de nível, mapas
cadastrais, mapas de uso e ocupação do solo, enfim, de variados temas, com a utilização
de pontos, linhas e/ou polígonos.
Entretanto, para uso em produtos que apresentem características de relevo ou
topografia, são mais indicados dados rasters, muitas vezes oriundos de interpolação
espacial. É possível citar, também, os mapas de densidade de pontos ou”kernel”, que,
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Introdução ao QGIS

apesar de serem feitos a partir de resultados rasters, começam com dados de entrada
vetoriais de natureza pontual. Um exemplo consta na Figura 40, retirado de um Seminário
que ministrei individualmente para a disciplina de SIG Livre do Curso Superior de
Tecnologia de Geoprocessamento do IFPB. Trata-se da seguinte ilustração a partir da
concentração de propriedades rurais georreferenciados para um determinado órgão:

Figura 40: Ilustração contendo o Estado da Paraíba, para um Mapa de Densidade Kernel.

Fonte: Seminário realizado pelo autor numa disciplina do curso de Geoprocessamento.

Para finalizar, esses exemplos devem ter mostrado a você que há também a
possibilidade de trabalho conjunto entre vetores (dados de entrada) e rasters (saída ou
ouotput). Como numa Fórmula de uma Função Matemática, em que há um Dado vertorial,
que passa por uma Operação, resultando em produtos úteis para gestores, clientes e
cientistas – dependendo, claro, da qualidade dos dados de entrada.

6. Considerações finais

Duas tecnologias são fundamentos para os Sistema(s) de Informações Geográficas:


a tecnologia dos computadores e os satélites (tanto os para Sensoriamento Remoto orbital
e Fotogrametria Aérea, como as constelações que formam a rede GNSS).
A partir dessas tecnologias, a noção de operação entre dados. A lógica de “dados de
entrada”, “regras de operação” e “informações ou dados de saída”.
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Introdução ao QGIS

Entre os “dados de entrada”, os na estrutura vetorial e os na estrutura raster num


casamento, numa relação em que um pode servir para gerar o outro tipo.
Depois, as “regras de operação”, a partir dos objetivos de um Projeto, tais como até
mesmo Adição, Subtração, Multiplicação, Divisão de valores contidos em pixels, uniões
ou intersecções de dados vetoriais numa integração entre camadas, operações espaciais
ou topológicas, tudo seja numa perspectiva de gerar diferentes camadas de dados a partir
de uma só, até gerar uma só camada de dados a partir de várias.
Dessa maneira, fases de um processamento passíveis de serem propostas são,
respondendo à pergunta-título deste capítulo: Planejamento, Aquisição de Dados,
Tratamento de Dados, Operações, Resultados (tal como o Mapa).
Veja como há possibilidades num programa como o QGIS, que permite parte do
tratamento de dados, operações e o tratamento cartográfico, com ferramentas para se gerar
um mapa temático.
Enfim, este capítulo finaliza um pacote de informações bem básicas sobre SIG(s) e
QGIS. Espero que as informações fornecidas possam te auxiliar na busca pelo
conhecimento a respeito do SIG(s) e, também, na utilização do software QGIS.

Referências

BREWER, Cynthia A.. Designing better maps: a guide for GIS users. 2a ed. Califórnia:
ESRI, 2016.
GEODADOS. Dados retirados do site Geosampa. Para o mapa do Brasil, dados
geográficos e os da Densidade Demográfica retirados do IBGE. Para a explicação sobre
“densidade Kernel”, na época os dados foram retirados do site Jampa em Mapas e do
site do Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF).
LONGLEY, Paul A.; GOODCHILD, Michael F.; MAGUIRE, David J.; RHIND David
W.. Sistemas e ciência da informação geográfica. Porto Alegre: Bookman, 2013.
ZANOTTA, Daniel Capella; FERREIRA, Matheus Pinheiro; ZORTEA, Maciel.
Processamento de imagens de satélite. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
WOLF, Paul R.; DEWITT, Bon A.; WILKINSON, Benjamein E.. Elements of
Photogrammetry with applications in GIS. 4a ed. Estados Unidos da América: McGraw-
Hill Education, 2014.
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Introdução ao QGIS

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