2.1.

Ética e Diversidade nos negócios

2.1.1 O que é ética?

O termo ‘’ética’’ provém do grego ethos, que significa costume ou modo de agir,
assim como o termo ‘’moral’’ vem do latim mores, que quer dizer costume, conduta ou
modo de agir, assim como ethos.
Apesar de parecer a mesma coisa, alguns pesquisadores como o espanhol A.
S. Vazquez apontam que a ética exerce a função de examinar a moral, ela define
universalmente o que é bom ou mal, o certo ou errado. Enquanto a moral é relacionada
as práticas do cotidiano, sendo mutável conforme os valores e princípios da sociedade
vigente. É possível constatar essa visão de Vazquez pelo seguinte trecho de seu livro
‘’Ética’’:
Mas a função fundamental da ética é a mesma de toda teoria: explicar,
esclarecer ou investigar uma determinada realidade, elaborando os conceitos
correspondentes. Por outro lado, a realidade moral varia historicamente e,
com ela, variam os seus princípios e as suas normas. (SANCHEZ VAZQUEZ,
Adolfo. Ética. p. 20.)

2.1.2 Ética e moral no ambiente de trabalho

Dado os conceitos de ética e moral, é importante salientar que nos dias atuais
as ações éticas das empresas têm se tornado duvidosas, como aponta a pesquisa do
Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada (CPDEC): ‘’A ética nas
organizações’’, que entrevistou 812 colaboradores de empresas privadas, públicas e
de capital misto.
Segundo a pesquisa, 69% das empresas fraudam dados e informações
financeiras visando transparecer bons resultados para atrair mais investidores. Além
disso, foi reportado que 48% das empresas dão contribuições impróprias, leia-se
suborno, para agentes governamentais.
No artigo ‘’Como agem os corruptos’’ de Leonardo da Silva Alves, foi apontado
que a corrupção no Brasil tem como principal causa a habitualidade criada pela
exploração do povo, presente desde a época do Brasil colônia.
Saindo do aspecto da corrupção, esta pesquisa aponta ainda que 85% das
empresas praticam ações discriminatórias raciais ou sexistas, como os casos de
Janine Monteiro, que trabalhava no Shopping Leblon ou da chinesa Mingxi (não é o
nome verdadeiro, ela usou um pseudônimo para esconder sua identidade), que
trabalhava na Alibaba. Além da quantidade absurda de casos de discriminação, a
pesquisa também constatou que 20% dos colaboradores já viram colegas praticarem
bullying ou assédio (moral ou sexual).
A pesquisa do CPDEC aponta ainda o receio dos colegas de relatarem práticas
antiéticas no ambiente de trabalho, cerca de 90% dos colaboradores não reportariam
condutas antiéticas.
Os colaboradores sentem medo de se manifestarem sobre essas práticas, uma
vez que elas são cometidas por figuras de autoridade dentro da empresa (como
gerentes ou presidentes). A pesquisa diz que 97% destes colaboradores tem medo
da retaliação por parte destas figuras de autoridade ou de seus colegas.

2.2 Machismo no ambiente de trabalho

Mesmo que a discriminação no ambiente de trabalho atinja todas as minorias,
são as mulheres que mais sofrem com isto. Na pesquisa ‘’Percepções sobre a
violência e o assédio contra mulheres no trabalho’’, encabeçada pelo Instituto Patrícia
Galvão em parceria com a Laudes Foundation e o Instituto Locomotiva, mostra que
36% das entrevistadas (cerca de 360 mulheres) já passaram por situações de
preconceito ou abuso no ambiente de trabalho por serem mulheres.

2.2.1 Quanto ao abuso psicológico

Também conhecido como Terrorismo Psicológico, o assédio moral é qualquer
atitude abusiva (gestos ou palavras) que fere a dignidade ou integridade de uma
pessoa, ameaçando seu emprego ou prejudicando o clima organizacional.
Na pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 36% das entrevistadas alegam ter
passado por no mínimo uma situação de assédio moral no trabalho, dentre estas: 40%
foram supervisionadas excessivamente, 40% foram xingadas ou gritaram com elas,
37% não tiveram suas opiniões levadas a sério e 33% foram humilhadas na frente dos
colegas.

2.2.2 Quanto ao abuso sexual

A Lei 12.015/2009 define o abuso sexual como todo e qualquer crime que
venha a denegrir a dignidade ou integridade sexual de alguém e prevê como pena a
reclusão de 2 a 30 anos (aumentando em até um terço se a vítima for menor de 18
anos), dependendo da situação que a vítima se encontre após a agressão.
 As voluntárias da pesquisa do Instituto Patrícia Galvão afirmaram que
passaram por situações de abuso sexual (cerca de 21%), destas: 39% receberam
ofertas para sair ou insinuações constrangedoras, 36% foram elogiadas pelo seu
corpo, 12% foram violentadas sexualmente e 4% sofreram agressões físicas (socos
ou chutes).
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA O GLOBO. Funcionária de loja no Rio relata caso de racismo: ‘’Gerente
me chamou de escrava’’. Administração de empresas, Revista pequenas
empresas grandes negócios, p. 1-1, 27 ago. 2020. Disponível em:
<https://revistapegn.globo.com/Administracao-de-
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ALVES, Leonardo da Silva. Como agem os corruptos. [S. l.], p. 1-1, jun. 2021.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/91021/como-agem-os-corruptos>. Acesso
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BRASIL. LEI Nº 12.015/2009. 2009. Disponível em

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l12015.htm>. Acesso
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(São Paulo). A ética nas organizações. Pesquisas CPDEC, Site oficial CPDEC, 13
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INSTITUTO PATRÍCIA GALVÃO; LAUDES FOUNDATION; INSTITUTO

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