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Biografia de

Jacob Levy Moreno


Professora Marília Hoinacki
História Familiar
Nome de batismo Jacob Moreno Levy, nasceu em 1889.

Descendia de uma linha de judeus sefarditas, espalhados em ondas que se


estenderam da Espanha à Turquia.

O pai de Moreno Nissin era turco, sério e autoritário. Ausentava-se muito de casa
e iniciou sem sucesso diversos negócios.

Sua mãe, Pauline era uma mulher fervorosa, cheia de ideias e sonhos, grande
contadora de histórias.

Foi primogênito de seis filhos,


Infância
Aos seis anos de idade, Moreno se mudou com a família de Bucareste para Viena.

A família era tradicional e Moreno fez seu Bar Mitzvah em uma sinagoga em
Viena.

Quando estava com quatorze anos de idade, em 1903, seu pai fez uma última
tentativa de manter a família unida e de prover o seu sustento, mudando-se para
Berlim.
Adolescência
Importantes leituras marcaram o jovem Jacob: a Bíblia, o Zohar, assim como os
filósofos Agostinho, Pascal, Spinoza, Kant, Hegel, Marx, Nietzsche e os autores
Dostoievski, Tolstoi e Goethe. Ele foi particularmente influenciado pelo
misticismo judaico e pela Cabala, com seu postulado central de que toda a
Criação é uma emanação da Divindade.
Juventude
Morou sozinho em Viena para dar continuidade a seus estudos, e se sustentava
trabalhando como tutor, sendo bem sucedido nesse trabalho com jovens.

Os pais separam-se definitivamente: o pai mudou-se para Istambul e a mãe


voltou para Viena.

Havia-se tornado rebelde; deixara crescer a barba, largara a escola e vivia uma
vida errante e boêmia.
Universidade
Aos dezenove anos, em 1908, estava matriculado na
Faculdade de Medicina de Viena.

Entre 1908 e 1914, Moreno e cinco seguidores, que


compartilhavam seus ideais, viviam na comunidade.

A Casa de Encontro era um local onde as pessoas eram


ajudadas e assistidas pelo tempo necessário. Todas as
noites havia sessões de “grupos de encontro” em que
eram discutidos os problemas e desfeitos os
ressentimentos.
Universidade
Na década de 1920, Viena era uma cidade muito
estimulante para os intelectuais e artistas.
Os cafés eram o local de encontro favorito. Moreno
frequentava com seu grupo o Café Museum, onde
conheceu personalidades como Martin Buber,
Arthur Schnitzler, Robert Musil e outros.
Em 1918 iniciou a publicação de um jornal mensal
de filosofia existencialista, o Daimon.
A companheira

Celine Zerka Toeman, o encontro


aconteceu em 1941.
Em 1952 nascia o filho Jonathan.
Em 1957 foi diagnosticado um tumor
maligno no ombro.
Ainda jovem fundou uma espécie de movimento espiritual , um teatro e uma
revista próprios e, no ápice da carreira, possuía um hospital psiquiátrico, uma
escola e uma editora.

Moreno era expressivo, carismático e criativo, e estava sempre em busca por


níveis cada vez mais altos de espontaneidade, amor e bondade.

Jacob Levy Moreno morreu em Beacon, em 1974, aos oitenta e cinco anos de
idade.
Teoria Socionômica
Socionomia

É o estudo das leis que regem o funcionamento dos grupos sociais.

Três ramificações:

● a sociodinâmica, que estuda a estrutura dos grupos sociais e sua dinâmica.


● a sociometria que se ocupa do estudo quantitativo das características
psicossociais dos grupos.
● a sociatria que se ocupa do tratamento dos sistemas sociais e tem como suas
subdivisões o psicodrama e o sociodrama.
Sociatria ● O psicodrama parte do problema de um indivíduo,
mas na terceira etapa da sessão de psicodrama, que se
chama "compartilhamento", faz-se a ponte entre o
problema do indivíduo (protagonista) e os aspectos
sociais, coletivos deste problema.

● No sociodrama parte-se de um problema coletivo, de


um tema vivido pelo grupo e na etapa do
"compartilhamento" cada participante do grupo entra
em contato com sua versão pessoal daquele drama.
Origem do psicodrama
Teatro da Espontaneidade - Caso Bárbara
Bárbara era uma atriz da companhia de teatro espontâneo de Moreno e na hora de se
criarem os papéis, assumia sempre os papéis de pessoa meiga e bondosa. George, um
espectador habitual do Teatro da Espontaneidade, apaixonou-se por Bárbara e
casaram-se. Na convivência diária, Bárbara revelou-se o oposto do que se apresentava
no teatro: era irritada, grosseira, uma megera. George começou a ficar infeliz e relatou
seus problemas conjugais a Moreno, que disse-lhe que ia tentar ajudá-lo. A partir de
então passou a pedir a Bárbara que assumisse os papéis de megera e, desde que os
assumiu, Bárbara começou a mudar em casa. Cada vez que começava a fazer uma cena
de irritação com George, lembrava-se do papel desempenhado no teatro na noite
anterior e começava a rir e conseguiu adotar outro tipo de atitude.
Origem do psicodrama
Caso Bárbara

George relatou o que estava ocorrendo a Moreno e este


percebeu o potencial terapêutico da dramatização. A
partir daí George e Bárbara passaram a levar para o
palco do teatro suas próprias histórias, histórias de suas
famílias de origem, cenas de infância, sonhos e projetos
para o futuro. Os expectadores também comentavam
com Moreno o quanto aquelas cenas os tocavam e
ajudavam a refletir e a mudar. A partir daí Moreno
começou a estruturar o psicodrama como um ato
terapêutico, utilizando conceitos vindos do teatro.

Aos poucos foi sendo levado para o contexto da


psicoterapia individual e de consultório,
transformando-se de um ato psicoterapêutico único em
um processo psicoterápico de tempo variado.
O tripé do psicodrama: contextos, instrumentos e etapas.
Os contextos são três:
1 - o social, constituído pelo tempo cronológico real, pela realidade social de cada
comunidade, com suas características antropológicas, culturais, econômicas e
políticas;
2 -o contexto grupal, formado pela realidade do grupo terapêutico, com seus
terapeutas e clientes;
3 - o contexto dramático, constituído pela realidade dramática, pelo "como se", no
tempo fenomenológico, subjetivo e no espaço fenomenológico,virtual, construído
sobre o espaço concreto, devidamente delimitado.
O tripé do psicodrama: contextos, instrumentos e etapas.
Os instrumentos são cinco:
1 - cenário, que é o espaço delimitado destinado à dramatização, no qual as ações
desenrolam-se "como se" fossem reais;
2 - o protagonista, que é a pessoa que emerge, com o consentimento do grupo,
para a dramatização:
3 - diretor, que é o terapeuta que coordena a sessão;
4 - ego-auxiliar, que é quem interage na cena com o protagonista, fazendo os
papéis complementares ao que o protagonista está desempenhando;
5 - público, que é o conjunto dos demais participantes do grupo.
O tripé do psicodrama: contextos, instrumentos e etapas.
As etapas são três:
1 - o aquecimento, que é a mobilização do grupo para que surja um protagonista
e um tema;
2 - a dramatização, que é a representação da cena ou do tema trazido, com o
protagonista ou todo o grupo presentificando o problema no cenário;
3 - o compartilhar, que é o momento em que cada participante do grupo comenta
como foi tocado pelas cenas vividas na dramatização, como aquele drama do
outro se inscreve na sua vivência; é também o momento em que o protagonista
reflete sobre o que viveu em cena e se faz a transposição do vivido no contexto
dramático para os contextos grupal e social.
Conceito de papel ou Teoria dos Papeis
Considera que o ego é formado pelos diversos papéis que a pessoa desempenha
na vida.

O desempenho dos papéis no contexto dramático leva o cliente a entender como


seus papéis se tornaram fonte de problemas e experimentar, através da
dramatização, formas de ir transformando satisfatoriamente os seus papéis.

● Tipos de Papéis:
○ Papéis Psicossomáticos;
○ Papéis Sociais;
○ Papéis Psicodramáticos
Conceito de espontaneidade
A capacidade que opera no presente, no aqui e agora, propelindo o indivíduo a
dar uma resposta adequada a uma nova situação ou uma resposta nova e também
adequada para uma situação já conhecida.

E a adequação da resposta se julga pelo fato de a resposta propiciar o bem


comum.
A epígrafe
“Aqui jaz o homem que trouxe a alegria para a psiquiatria.”

Jacob Levy Moreno

(1889 -1974)
Bibliografia
• ALMEIDA, W.C. Moreno: encontro existencial com as psicoterapias. São Paulo:
Ágora, 1991.

• GONÇALVES, C.S. Lições de Psicodrama: Introdução ao pensamento de


J.L.Moreno.São Paulo: Ágora, 1988.

• MORENO, J.L. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. São Paulo: Mestre Jou, 1959.

• _____________ Psicodrama. São Paulo: Cultrix, 1997.

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