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Dinâmica de Grupo

Prof.ª Graziela R. Bohrer


Moreno nasceu em Bucareste, na
Romênia, em 1889.

Aos cinco anos mudou com a


família para Viena, Áustria.
▪ 5 anos – Mudou-se para Viena.
Brincadeira de ser Deus.

▪ 1907 a 1910 - Religião do Encontro.

▪ 1908 e 1911 - Crianças nos jardins de


Viena.

▪ 1914 – Grupo de Prostitutas.

▪ 1916 – Grupo de Refugiados.

▪ 1917 - Formou-se em Medicina.

▪ 1921 – Primeira sessão


psicodramática oficial ocorreu em 1º
de abril de 1921, no Komödien Haus
de Viena.
▪ 1923 - o Teatro Espontâneo dá início
ao Teatro Terapêutico – Caso
Bárbara.

▪ 1925 – Muda-se para os Estados


Unidos. Prisão de Sing Sing. Escola
de Hudson – Reformatório de Moças.

▪ 1929 – Apresenta o Psicodrama no


Carnegie Hall.

▪ 1936 – Becon House.

▪ 1974 – Morre aos 85 anos.


▪ Em sua trajetória com
diversos grupos, Moreno
percebeu a força
reparadora que existia
neles e, por influência de
artistas, escritores e
dramaturgos, inspirou-se
na criação de um teatro
espontâneo e improvisado
que, sem roteiro, emergia a
partir de ideias da plateia
ou dos atores.
Em meados do século XX, Moreno estruturou
a Socionomia, teoria fundamentada nas
ciências humanas e sociais.

A Socionomia compreende o conceito geral


do sistema criado por Moreno.

O objetivo era a planificação e organização


dos grupos sociais. Para isso, Moreno partiu
de uma visão microssociológica para
aspectos macrossociológicos, onde
estabeleceu as redes sociométricas.

Sua proposta era de que cada indivíduo se


tornasse agente de transformação social.
Instituto Moreno, em Beacon, inaugurado em 1936
SOCIONOMIA
Ciência das leis sociais

SOCIODINÂMICA SOCIOMETRIA SOCIATRIA


Estrutura dos grupos Medida dos Tratamento dos
sociais relacionamentos sistemas sociais
Concebe a espontaneidade, a criatividade e
a sensibilidade como recursos inatos do ser
humano.

Utiliza métodos e técnicas de ação


(encenação, dramatização) para trabalhar o
ser humano e suas relações.

Permite a discussão do fenômeno


terapêutico e ou educativo em ambientes
não convencionais.
▪ PSICODRAMA COM FOCO
PSICOTERAPÊUTICO: hospitais,
consultórios e clínicas de
psicologia/psiquiatria, ambulatórios em
saúde mental...

▪ PSICODRAMA COM FOCO SÓCIO


EDUCACIONAL: escolas, empresas,
hospitais, comunidades...
MÉTODO TÉCNICA
É o caminho que se percorre para É a maneira de fazer algo.
chegar a um fim. Técnicas são os procedimentos que
serão utilizados.

▪ DUPLO
▪ PSICODRAMA ▪ ESPELHO
▪ SOCIODRAMA ▪ INVERSÃO DE PAPÉIS
▪ JORNAL VIVO ▪ SOLILÓQUIO
▪ JOGOS DRAMÁTICOS ▪ MAXIMIZAÇÃO
▪ ROLE PLAYING ▪ CONCRETIZAÇÃO
▪ ÁTOMO SOCIAL
Psicodrama é um método de ação
profundo. Ele vai além da psicoterapia
de grupo, pois amplia as possibilidades
grupais, por meio de vivências interiores
e exteriores, tornando-a mais eficaz.

Muitas questões trazidas pelos membros


do grupo são tão intensas que as
palavras não são suficientes para
expressar.

O palco do teatro psicodramático e


terapêutico é um lugar para
representação da própria vida, o lugar
do conflito.
“O psicodrama procura
prover o paciente de
mais realidade do que a
luta pela vida até então
lhe forneceu. O objetivo
é uma realidade válida.
Essa riqueza de
experiência viva de vida
auxilia o paciente a
ampliar constantemente
os controles e a direção
de si mesmo e do mundo
através de vivências e
exercícios e não apenas
através de análise.”
(Moreno, 1974, p. 124)
Se ocupa das relações intergrupais e
das ideologias coletivas.

O foco está voltado para os fatores


coletivos.

O sujeito de um Sociodrama é o
grupo. Trabalha as relações grupais
por meio de dramatizações,
buscando a solução de problemas
comuns.
O objetivo do duplo é entrar em contato
com a emoção não verbalizada do
paciente a fim de auxiliá-lo a expressá-
la.

O diretor (ou ego auxiliar) atua como se


fosse um segundo “eu”, duplicando o
paciente e ajudando-o a sentir-se a si
mesmo.

O diretor (ou ego auxiliar) expressa de


forma verbal as emoções que capta do
protagonista e que este não consegue
ou se encontra impossibilitado de
expressar.
Consiste em o diretor (ou ego
auxiliar) se colocar na postura
física que o protagonista
assume em determinado
momento, como uma fotografia.

O objetivo é permitir que o


paciente, olhando para si, de
fora da cena, tenha outras
percepções sobre si mesmo.
▪ Ou troca de papéis:

Nesta situação o paciente toma o


papel de outra pessoa e age na
dramatização como se fosse essa
pessoa. Assim, o filho pode
representar o pai, o pai pode tomar o
lugar do filho. A representação deve
ser a mais honesta e intensa possível.
É empregado para duplicar
sentimentos e pensamentos
ocultos que o paciente teve em
algumas situações, mas que
não foram expressos.

Consiste em dizer em voz alta o


que se está pensando.
▪ Auto apresentação e Átomo Social:

A auto apresentação consiste em permitir


que a pessoa partilhe situações que fazem
parte de sua vida e os conflitos em que está
envolvida.

O passo seguinte é representar as pessoas


próximas dela, que constituem o seu átomo
social. A apresentação pode relacionar-se
com situações atuais, passadas ou futuras. O
átomo social procura identificar como a
pessoa relaciona-se emocionalmente com as
pessoas de seu universo social.
PRÁTICA
PSICODRAMÁTICA

CONTEXTOS: INSTRUMENTOS: ETAPAS:


Social Palco Aquecimento
Grupal Protagonista Dramatização
Dramático Diretor Compartilhamento
Egos auxiliares
Plateia

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▪ Contexto Social: refere-se aos papéis
sociais pautados pela lei e pela cultura.

▪ Contexto Grupal: é um contexto social


terapêutico, propício para experiências
de troca e de desenvolvimento
interpessoal.

▪ Contexto Dramático: é o contexto


específico de vivências do drama, da
explicitação da mente e de
experiências dramáticas a partir de um
relato. É o cenário ou palco do
psicodrama.
1) Palco: é o espaço cênico
onde o indivíduo pode
experimentar a liberdade das
tensões e liberdade de
experiência e expressão.

2) Protagonista: ao sujeito é
solicitado ser ele mesmo no
palco e atuar livremente,
representando partes de si
ou de outras pessoas (reais
ou ilusórias) que
compartilham de seus
conflitos mentais.

3) Diretor: o diretor tem três


funções: produtor, terapeuta
e analista.
4) Egos auxiliares: os egos ou
atores terapêuticos funcionam
como extensão do diretor e
como extensão do paciente a
medida que retratam
personagens de seus dramas
vitais.

5) Público (plateia): a plateia


pode ajudar o paciente ou
pode ser ajudada por ele. Para o
protagonista, é muito importante
estar na presença de um público
disposto a aceitá-lo e
compreendê-lo, assim também o
público se beneficia quando vê
seus problemas sendo retratados
no palco.
▪ Aquecimento: é o momento da escolha do
protagonista ou do tema protagônico e da
preparação para dramatização. O aquecimento
do sujeito/grupo pode acontecer de várias
formas e é utilizado para “estimular o corpo
para atitudes e ações espontâneas”.

▪ Dramatização: nesta fase acontece a


encenação, a representação do drama do
protagonista ou do grupo. Aqui as cenas ou
atividades surgem para serem trabalhadas.
Protagonistas ou tema protagônicos,
representados pelos egos auxiliares, entram em
cena.

▪ Compartilhamento: neste momento os


membros do grupo exprimem seus sentimentos
e suas próprias vivências de conflitos
semelhantes.
A matriz de identidade é como uma “placenta social”, o locus onde se encontram as
raízes do indivíduo e onde este se relaciona com objetos e pessoas a sua volta. A
matriz de identidade compõe todo o universo da criança ao nascer.
Fases da Matriz:
▪ Identidade do Eu (fase do Duplo): momento de indiferenciação. A criança
necessita do outro, ou seja, de um ego-auxiliar, que faça por ela o que ela mesma
não tem condições de fazer. A criança está misturada ao mudo.
▪ Reconhecimento do Eu (fase do Espelho): nesta fase a criança concentra a
atenção em si e começa a se perceber enquanto indivíduo e reconhecer sua
singularidade como pessoa.
▪ Reconhecimento do Tu (fase de Inversão de Papéis): primeiramente ocorre a
tomada de papel do outro para, em seguida, haver a inversão. A criança já tem
condições de se colocar no papel do outro para inverter com ele posteriormente.
▪ O papel é a maneira como a pessoa funciona em um
determinado momento e situação, onde outras
pessoas e objetos estão envolvidos. A teoria dos
papéis abarca todas as dimensões da vida. Inicia no
nascimento e permanece por toda a vida do
indivíduo. Todo indivíduo desempenha diferentes
papéis, em diferentes fases do desenvolvimento.

▪ Os papéis surgem gradualmente da matriz de


identidade. Eles surgem à medida que a matriz de
identidade avança em suas fases. Paralelo a isso, os
papéis nascem e se desenvolvem.
Moreno afirma que o desenvolvimento insuficiente da espontaneidade
provoca grande número de patologias psicológicas e sociais no homem. A
espontaneidade não ocorre apenas na dimensão das palavras, mas em outras
formas de expressão, como na atuação, na interação, na fala, na dança, no
canto, no desenho. A conexão da espontaneidade com a criatividade
representou um grande avanço para o reconhecimento de que ambas são
formas elevadas de inteligência e forças primárias do comportamento
humano.

▪ Revolução Criadora
A Tele descrita por Moreno, não é empatia pura e simples, ou seja, a Tele é
uma via de mão dupla, um fenômeno que ocorre em duas direções e que
permite a subjetividade profunda entre pessoas. Num grupo socionômico, a
tele sempre está presente, mas cresce à medida que os encontros acontecem
e vai determinar a coesão dos membros do grupo. Tele é dupla empatia, é a
base do encontro.

▪ Encontro
Fonseca Filho, J. S. (1980). Psicodrama da loucura: correlações entre Buber e Moreno.
Ágora.

Gonçalves, C. S. (1998). Técnicas básicas: duplo, espelho e inversão de papéis. In


Monteiro. R. F (Org.). Técnicas fundamentais do psicodrama. Ágora.

Gonçalves, C. S., Wolf, J. R. & Allmeida, W. C. (1988). Lições de Psicodrama: introdução


ao pensamento de J. L. Moreno. Ágora.

Malaquias, M. C. (2012). Teorias de Grupo e Sociatria. In Conceição, M. I. G. & Nery,


M. P. (org.) (2012). Intervenções grupais: o psicodrama e seus métodos. Ágora.
Moreno, J. L. (2008). Psicodrama (16ª ed.). Cultrix.

Moreno J. L. (1974). Psicoterapia de grupo e psicodrama. Mestre Jou.

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