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Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM

Estágio Básico II – Jacqueline Sabino

Aluna: Roberta Alexandre Ferreira – 21103332

Relatório Semanal de Estágio – O que é Psicodrama?

O Psicodrama é uma técnica da psicoterapia que consiste em uma dramatização


do paciente, proporcionada pelo terapeuta. Desenvolvida pelo psiquiatra Jacob
Levy Moreno (1889-1974), esta técnica, como dito, consiste na dramatização, e
a partir disso, o sujeito entra em contato consigo mesmo e com sua inter-relação.
Moreno tinha uma paixão por teatro desde criança, e representava para os
amigos. Na adolescência, reuniu-se com um grupo de amigos e discípulos,
criando uma religião centrada em criatividade, encontros e anonimato. Através
desta religião, ajudavam pobres e refugiados. Em 1922, Moreno alugou um
teatro, que ficou conhecido como Teatro da Espontaneidade, e ali, se reunia com
atores de projeção para representar os dramas do cotidiano. Havia participação
do público durante essas dramatizações, e foi a partir daí que Moreno começou
a desenvolver sua proposta de psicodrama, sociodrama e axiodrama.
Inicialmente, Moreno propôs uma inversão de papéis entre os atores e o público.
O público passa a representar seus dramas cotidianos no espaço cênico. Esse
espaço é composto pelo palco/espaço terapêutico, o protagonista/cliente e um
diretor/terapeuta. Além deles, há também os egos auxiliares e o público/platéia.
Através do uso de técnicas como a inversão de papéis, as pessoas conseguem
uma nova percepção de si, e também, ter uma melhor percepção dos outros e
do ambiente a sua volta; isso permite o surgimento do novo, de uma nova
linguagem ressignificada.
Para Moreno, o psicodrama busca transferir a mente para fora. Essa técnica
pode ser aplicada a qualquer tipo de problema, individual ou em grupo, em
crianças ou adultos. Pode ser desenvolvida em hospitais, consultórios e clínicas
terapêuticas.
Para esta técnica, a teoria psicodramática se pauta em alguns pilares. São
exemplos, a Teoria de papéis e a Teoria da Espontaneidade.
A teoria da Espontaneidade está ligada à criatividade. Compreende
fenomenologia, metapsicologia e psicologia genética. Ela é uma técnica que
procura resgatar a espontaneidade perdida pelo homem ao longo da vida. A
psicologia genética diz que quando nascemos, vivemos nosso primeiro ato
criativo.
Assim, durante a nossa infância vivemos os mais diversos papéis, sendo que
isso resultaria das relações e culturas que nos são impostas e que
internalizamos. Todos os agentes sociais que nos relacionamos refletem
condutas estereotipadas, repetitivas, ritualísticas. Porém, outras podem ajudar
no desenvolvimento da espontaneidade. Isso dependerá do meio e do momento
histórico social em que criança cresce e se desenvolve.
Através da experiência primitiva da identidade que o destino da criança é
determinado, sendo que toda essa primeira etapa tem os papéis
psicossomáticos. Nessa segunda etapa é que os papéis psicodramáticos
aparecem.
N Teoria dos Papéis, os papéis são núcleos do desenvolvimento egóico, sendo
que ao crescer a criança se diferencia e pode ampliar seu leque de
papéis. Alguns desses papéis acabam inibidos e necessitaram de ser
resgatados. Esse resgate é a função do psicodrama.
Sobre a aplicação, temos algumas etapas, são elas:
Aquecimento inespecífico/preparação: Essa é a primeira etapa. Nela, o
terapeuta discute com o grupo as questões que podem ser tratadas pela
dramatização.
Aquecimento específico: Outro ponto importante que é realizado aqui é o
estabelecimento da concentração e clima da cena.
Dramatização: Aqui acontece a representação dos papéis, da dramatização em
si.
Comentários: Aqui o grupo compartilha as emoções vivenciadas podendo falar
livremente e sem julgamentos.
O Psicodrama não é uma encenação normal, assim, aqui não há plateia, pois
todos vivem a dramatização e não há preocupação com a estética ou
técnica. Por isso, o psicodrama é uma técnica psicoterapeuta tão importante.

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