Relatório Semanal de Estágio – O que é Psicodrama?
O Psicodrama é uma técnica da psicoterapia que consiste em uma dramatização
do paciente, proporcionada pelo terapeuta. Desenvolvida pelo psiquiatra Jacob Levy Moreno (1889-1974), esta técnica, como dito, consiste na dramatização, e a partir disso, o sujeito entra em contato consigo mesmo e com sua inter-relação. Moreno tinha uma paixão por teatro desde criança, e representava para os amigos. Na adolescência, reuniu-se com um grupo de amigos e discípulos, criando uma religião centrada em criatividade, encontros e anonimato. Através desta religião, ajudavam pobres e refugiados. Em 1922, Moreno alugou um teatro, que ficou conhecido como Teatro da Espontaneidade, e ali, se reunia com atores de projeção para representar os dramas do cotidiano. Havia participação do público durante essas dramatizações, e foi a partir daí que Moreno começou a desenvolver sua proposta de psicodrama, sociodrama e axiodrama. Inicialmente, Moreno propôs uma inversão de papéis entre os atores e o público. O público passa a representar seus dramas cotidianos no espaço cênico. Esse espaço é composto pelo palco/espaço terapêutico, o protagonista/cliente e um diretor/terapeuta. Além deles, há também os egos auxiliares e o público/platéia. Através do uso de técnicas como a inversão de papéis, as pessoas conseguem uma nova percepção de si, e também, ter uma melhor percepção dos outros e do ambiente a sua volta; isso permite o surgimento do novo, de uma nova linguagem ressignificada. Para Moreno, o psicodrama busca transferir a mente para fora. Essa técnica pode ser aplicada a qualquer tipo de problema, individual ou em grupo, em crianças ou adultos. Pode ser desenvolvida em hospitais, consultórios e clínicas terapêuticas. Para esta técnica, a teoria psicodramática se pauta em alguns pilares. São exemplos, a Teoria de papéis e a Teoria da Espontaneidade. A teoria da Espontaneidade está ligada à criatividade. Compreende fenomenologia, metapsicologia e psicologia genética. Ela é uma técnica que procura resgatar a espontaneidade perdida pelo homem ao longo da vida. A psicologia genética diz que quando nascemos, vivemos nosso primeiro ato criativo. Assim, durante a nossa infância vivemos os mais diversos papéis, sendo que isso resultaria das relações e culturas que nos são impostas e que internalizamos. Todos os agentes sociais que nos relacionamos refletem condutas estereotipadas, repetitivas, ritualísticas. Porém, outras podem ajudar no desenvolvimento da espontaneidade. Isso dependerá do meio e do momento histórico social em que criança cresce e se desenvolve. Através da experiência primitiva da identidade que o destino da criança é determinado, sendo que toda essa primeira etapa tem os papéis psicossomáticos. Nessa segunda etapa é que os papéis psicodramáticos aparecem. N Teoria dos Papéis, os papéis são núcleos do desenvolvimento egóico, sendo que ao crescer a criança se diferencia e pode ampliar seu leque de papéis. Alguns desses papéis acabam inibidos e necessitaram de ser resgatados. Esse resgate é a função do psicodrama. Sobre a aplicação, temos algumas etapas, são elas: Aquecimento inespecífico/preparação: Essa é a primeira etapa. Nela, o terapeuta discute com o grupo as questões que podem ser tratadas pela dramatização. Aquecimento específico: Outro ponto importante que é realizado aqui é o estabelecimento da concentração e clima da cena. Dramatização: Aqui acontece a representação dos papéis, da dramatização em si. Comentários: Aqui o grupo compartilha as emoções vivenciadas podendo falar livremente e sem julgamentos. O Psicodrama não é uma encenação normal, assim, aqui não há plateia, pois todos vivem a dramatização e não há preocupação com a estética ou técnica. Por isso, o psicodrama é uma técnica psicoterapeuta tão importante.