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Evangelhos Falsos

por

John Robbins

Dinheiro falso se parece com dinheiro genuíno e — ele tem que


ser assim —, para poder enganar as pessoas. Evangelhos falsos
são parecidos com o real, e eles enganam a muitos.

Paulo adverte sobre os evangelhos falsos em duas de suas


cartas às igrejas da Grécia e da Ásia. Na segunda carta aos
cristãos da cidade grega de Corinto, ele condena os pregadores
e evangelistas que “prega[m] outro Jesus que não pregamos [...]
ou outro evangelho que não acolhestes”. E em sua carta às
igrejas da Galácia, Paulo escreveu: “Estou admirado de que
estejais sendo desviados tão depressa daquele que vos chamou
pela graça de Cristo para outro evangelho, que de fato não é
outro evangelho, senão que há alguns que vos perturbam e
querem perverter o evangelho de Cristo”.

Paulo irou-se com alguns pregadores, e advertiu os gálatas:


“Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo vindo do céu vos
pregue um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja
maldito”.

Essa advertência deveria fazer os pregadores pensar duas vezes


sobre o evangelho que anunciam; entretanto, vários deles
continuam a pregar evangelhos falsos. Diversos líderes
religiosos encontram-se confusos acerca do evangelho de Jesus
Cristo. Pensam que o evangelho significa: “Você precisa nascer
de novo”.

O evangelho não é isso. Tampouco é: “Você precisa ser cheio (ou


batizado com) o Espírito Santo”.

E nem também: “Você precisa ser bom”.

Na verdade, o evangelho de Jesus Cristo não é nenhuma destas


coisas:

“Você precisa ser batizado”.


“Você deve falar em línguas”.

“Você deve confessar seus pecados a um padre”.

“Você pode fazer milagres”.

“Espere pelo milagre!”.

“Você precisa ser salvo”.

“Deixe Jesus entrar em seu coração”.

“Você deve se relacionar pessoalmente (ou ter um encontro, ou


uma experiência) com Jesus Cristo”.

“Você só precisa acreditar no que a igreja ensina”.

“Arrependa-se de seus pecados”.

“Torne Jesus o Senhor de sua vida!”.

“Coloque Cristo no trono de sua vida!”.

“Jesus foi o melhor homem que já existiu”.

“Jesus deixou-nos o exemplo para que o sigamos até o céu”.

“Creia em Jesus!”.

“Aproxime-se de Deus”.

“Cristo morreu por todos e deseja que todas as pessoas sejam


salvas”.

“Jesus quer ver você feliz, saudável e rico”.

“Deus deseja que você receba a unção!”.

“Tempos difíceis não duram para sempre; pessoas duronas,


sim”.

“Você é um vencedor!”.

“Deus é amoroso demais para mandar alguém para o inferno!”.

“Faça uma decisão por Jesus”.


“Os cristãos deveriam tomar posse da Terra”.

“Jesus está voltando outra vez!”.

Todas essas mensagens, ouvidas na televisão, no rádio e nas


igrejas, todas as semanas, não são o evangelho de Jesus Cristo.
Algumas delas são verdadeiras por terem sido retiradas da
Bíblia, tal como: “Jesus está voltando de novo!”, mas o
evangelho não se resume à segunda vinda de Jesus; ele trata de
sua primeira vinda a Terra, há 2 000 anos.

Que é o evangelho?

A palavra “evangelho” significa “boas notícias”. O evangelho de


Jesus Cristo não ensina como chegar ao céu, nem sobre o que
Deus pode fazer para mudar sua vida, e certamente não diz
respeito a sucesso, prosperidade, saúde ou dinheiro. O
evangelho não dá dicas para melhorar sua experiência de vida,
levantar a auto-estima ou sobre ser bom.

Os discípulos de Jesus cometeram o erro de confundir o


evangelho com sua experiência religiosa, e Cristo os advertiu em
Lucas 10:

“Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois e os


enviou diante de si, dois em dois, a todas as cidades e lugares
para onde ele havia de ir [...] E os setenta e dois voltaram com
alegria, dizendo: Senhor, até os demônios se submetem a nós,
em teu nome. Ele lhes disse: Eu vi Satanás cair do céu como
um raio. Eu vos dei autoridade para pisar serpentes e
escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo; e nada vos fará mal
algum. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se
submetem a vós, mas pelos vossos nomes estarem escritos nos
céus”.

Esses 72 homens foram escolhidos e enviados pelo próprio


Jesus. Os demônios sujeitavam-se a eles. Deus realizava coisas
extraordinárias na vida deles. Seu evangelismo era um sucesso
espetacular. Entretanto, Jesus lhes ordenou solenemente: “não
vos alegreis”. Cristo deu-lhes uma ordem direta para que não se
alegrassem com suas experiências, não porque elas não fossem
motivo para regozijo, mas porque ignoravam um fato
muitíssimo mais importante, algo que não fazia parte da
experiência deles: Seus nomes estavam escritos nos céus.

Os discípulos tinham em vista a própria experiência e não o que


Deus realizara em prol deles desde a eternidade e o que Cristo
faria em breve a fim de completar o plano divino da salvação.
Cristo ordenou-lhes alegrarem-se por algo que eles nunca
haviam experimentado, algo que Deus fizera completamente
fora deles e antes de terem nascido. Isso constitui as boas
notícias, isso é o evangelho.

A maiorias dos livros, teses, programas de televisão e sermões


autodenominados “cristãos” não são nada mais que histórias
sobre experiências maravilhosas vividas por algumas pessoas.
Jogadores de futebol, astros cinematográficos, advogados
famosos, políticos e líderes religiosos — todos têm experiências
pessoais e se regozijam por causa delas. Nenhum deles versa
sobre o evangelho. Eles usam expressões do tipo “sentimentos”,
“senti”, “impressão”, “tive a sensação”, “euforia”, “orientações”,
“emoções” — todas centradas em si mesmos e em suas
experiências. Mas o evangelho de Jesus Cristo não diz respeito
ao egocentrismo e obsessão por experiências pessoais por si
sós.

O evangelho de Jesus Cristo não nos diz para sermos


bisbilhoteiros espirituais, não nos diz para procurarmos
emoções fortes ou sermos guiados por impressões ou
orientações. Ele nos diz para confiar somente no que Cristo
realizou no Calvário.

O apóstolo Paulo nos diz o que é o evangelho em 1Coríntios 15:

“Irmãos, lembro-vos do evangelho que vos anunciei, o qual


também recebestes e no qual estais firmes. Por meio dele sois
também salvos, se tiverdes com firmeza a mensagem tal como a
anunciei a vós; a não ser que tenhais crido inutilmente. Porque
primeiro vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu
por nossos pecados, Segundo as Escrituras; e foi sepultado; e
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”.

Isso é o evangelho de Jesus Cristo.

Em sua carta aos cristãos de Roma, Paulo explicou o evangelho


desta forma:
“… Pelas obras da lei ninguém será justificado diante dele; pois
pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Mas agora a
justiça de Deus manifestou-se, sem a lei, atestada pela Lei e
pelos Profetas; isto é, a justiça de Deus por meio da fé em Jesus
Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção. Porque
todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus; sendo
justificados gratuitamente pela sua graça, por meio da redenção
que há em Cristo Jesus, ao qual Deus ofereceu como sacrifício
propiciatório [algo que aplaca a ira de Deus], por meio da fé,
pelo seu sangue, para demonstração da sua justiça. Na sua
paciência, Deus deixou de punir os pecados anteriormente
cometidos; para demonstração da sua justiça no tempo
presente, para que ele seja justo e também justificador daquele
que tem fé em Jesus [...] Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé sem as obras da lei”.

Verdade e história

Em contraste com os evangelhos falsos pregados na atualidade,


o evangelho é verdadeiro, e não uma lenda ou mito. Jesus
Cristo foi um personagem humano, real, da história da
humanidade, tanto quanto Napoleão Bonaparte ou Dom Pedro
I. Alguns líderes religiosos dizem que Jesus foi um mito ou uma
lenda: ele nunca teria existido. Isso não é verdade. Ele nasceu
da virgem Maria, na pequena cidade de Belém, há 2 000 anos.
Viveu cerca de 33 anos, foi sentenciado à morte pelo governo
romano, e ressuscitou dentre os mortos três dias depois. Ao ser
açoitado e crucificado, seu sangue escorreu até o chão. Jesus
Cristo não é nenhum mito.

Em segundo lugar, o evangelho trata de fatos acontecidos no


passado: ele é histórico. O evangelho é as boas notícias a
respeito do que Jesus fez em prol de seu povo há 2 000 anos.
Ele morreu pelos pecados do seu povo, para que estes não
tivessem que morrer por causa deles. Cristo foi sepultado e ao
terceiro dia saiu vivo de seu túmulo.

Todos esses acontecimentos independem de nossa


experiência/ sentimento. Da mesma forma como todos os seres
humanos estão condenados por causa da primeira
desobediência de Adão, nosso pai — um pecado totalmente fora
de nosso alcance —, da mesma forma todo o povo de Deus é
salvo mediante a obediência do segundo e inocente Adão, Jesus
Cristo — uma obediência totalmente fora de nosso alcance.

A Bíblia ensina que a salvação foi adquirida mediante a vida,


morte e ressurreição de Jesus Cristo — por meio de atos
totalmente fora de nosso alcance. O evangelho não é uma
experiência subjetiva, mas uma verdade objetiva.

O evangelho é verdade, não ficção. O evangelho é história, não


experiência pessoal. O evangelho é o que Jesus realizou em prol
de seu povo, e não o que as pessoas precisam fazer por ele. Os
pecadores não podem fazer nada para merecer ou herdar a
salvação. Eles não podem nem mesmo se preparar para a
salvação por estarem mortos em seus pecados.

A certeza da salvação

O evangelho é boas notícias por serem notícias de que a


salvação é absolutamente verdadeira para o povo de Deus. Não
se trata de mera possibilidade ou probabilidade.

Cristo, ao morrer por seu povo, assumiu a punição merecida


pelos pecados deles e alcançou para eles salvação real. Ele não
abriu meramente a porta do céu para que pudessem entrar
quando e se desejassem. Ele não construiu apenas uma ponte
sobre o abismo entre os seres humanos pecaminosos e o Deus
santo e perfeito para que as pessoas pudessem achegar-se a
Deus se o desejassem. Ele atravessou o abismo para levar seu
povo de volta ao céu com ele. Ao dizer: “Está consumado”, ele
não mentiu. A morte de Cristo realmente obteve a salvação
completa de seu povo. Eles não podem fazer nada para merecer
a salvação, e não podem contribuir com ela para que ela
aconteça.

O compositor de hinos do século 19 estava correto ao escrever:

Nada que minhas mãos fizeram podem salvar minh'alma


culpada.

Nada que minha carne laboriosa tenha imaginado pode tornar


meu espírito íntegro.

Nada que eu sinta ou faça pode dar-me paz com Deus.


Nenhuma de minhas orações, gemidos e lágrimas pode remover
meu peso terrível.

Tua obra somente, ó Cristo, pode livrar-me desse peso do


pecado.

Só teu sangue, ó Cordeiro de Deus, pode dar-me paz interior.

Teu amor por mim, ó Deus, não o meu, ó Senhor, por ti,

Pode arrancar-me desta perturbação tremenda e pôr meu


espírito em liberdade.

Eu louvo o Deus da graça; Confio em sua verdade e poder.

Ele me chama “seu”; Eu o chamo “meu”, meu Deus, minha


alegria e minha luz.

Este é o que me salvou, e liberalmente concede perdão.

Eu o amo porque ele me amou primeiro; vivo porque ele vive.

Nada que pudermos fazer — nenhuma oração, boa obra,


nenhum remorso — pode salvar-nos da punição merecida por
nossos pecados. Nada do que acontece conosco, ou em nós,
pode nos salvar. A salvação do pecado e do castigo eterno no
inferno provém exclusivamente de Jesus Cristo. Não é a
atuação do Espírito Santo em nós que nos salva, mas a obra de
Cristo a nosso favor, quando ele viveu de modo perfeito e
morreu, sendo inocente, há dois mil anos em Israel.

Sobre seu povo e a respeito da salvação deles, Jesus disse:


“[Minhas ovelhas] ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me
seguem. Dou-lhes a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém
as arrancará da minha mão”. Cristo dá a seu povo a vida eterna
ao outorgar-lhes a fé: “… se com a tua boca confessares Jesus
como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou
dentre os mortos, serás salvo”. Ele os faz crer no evangelho:
“Cristo morreu pelos nossos pecados”. “Porque Deus amou
tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Este é o evangelho de Jesus Cristo. Não há outra forma de ser


salvo. Creia nas boas notícias a respeito do Senhor Jesus Cristo
hoje.
 

Todas as citações bíblicas são do Novo Testamento Almeida


Século 21 (São Paulo: Vida Nova, 2005).

Evangelhos falsos é uma publicação da Trinity Foundation.


Para obter exemplares adicionais deste panfleto, ou mais
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Unicoi, Tennessee 37692, USA. Evangelhos falsos , copyright
1994, John W. Robbins.

Traduzido por: Rogério Portella

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