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O Cinismo foi uma corrente filosófica (Filosofia Cínica) fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates e como tal praticada pelos
cínicos. Para os cínicos, o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza. Como criaturas racionais, as pessoas
podem alcançar a felicidade através de um treinamento rigoroso e ao viver de modo natural para os seres humanos, rejeitando todos os
desejos convencionais de riqueza, poder, sexo e fama. Em vez disso, eles estavam a levar uma vida simples livre de todas as posses.
O cinismo se espalhou durante a ascensão do Império Romano no século quase se tornando um movimento de massa e assim eram
encontrados pedindo e pregando ao longo das cidades do Império. A doutrina desapareceu no final do século 5, embora alguns
afirmam que o cristianismo primitivo adotou muitas de suas ideias ascéticas e retóricas.
Para os Cínicos, a vida virtuosa consistia na independência, obtida através do domínio de desejos e necessidades; para encorajar as
pessoas a renunciarem aos desejos criados pela civilização e pelas convenções, os cínicos empreenderam uma cruzada de escárnio
antissocial, na esperança de mostrar, pelo seu próprio exemplo, as frivolidades da vida social.
Ao contrário da acepção moderna e vulgar da palavra para o cinismo, o objetivo essencial da vida era a conquista da virtude moral,
que somente seria obtida eliminando-se da vontade todo o supérfluo, tudo aquilo que fosse exterior. Defendiam um retorno à vida da
natureza, errante e instintiva, como a dos cães. Afirmavam que dispunha o homem de tudo que necessitava para viver, independente
dos bens materiais. A isto chamavam de autarquia.
Sua filosofia partia do princípio de que a felicidade não depende de nada externo à própria pessoa, ou seja, coisas materiais,
reconhecimento alheio e mesmo a preocupação com a saúde, o sofrimento e a morte, nada disso pode trazer a felicidade. Segundo os
cínicos, é justamente a libertação de todas essas coisas que pode trazer a felicidade que, uma vez obtida, nunca mais poderia ser
perdida.
O mais importante representante dessa corrente foi um discípulo de Antístenes chamado Diógenes. Ele vivia dentro de um barril e
possuía apenas sua túnica, um cajado e um embornal de pão. Conta-se que um dia Alexandre Magno parou em frente ao filósofo e
ofereceu-lhe, como uma prova do respeito que nutria por ele, a realização de um desejo, qualquer que fosse, caso tivesse algum.
Diógenes respondeu: “Desejo apenas que te afastes do meu Sol”. Essa resposta ilustra bem o pensamento cínico: Diógenes não
desejava nada a mais do que tinha e estava feliz assim (apenas, no momento, gostaria que seu sol fosse desbloqueado). Não tire-me o
que não pode dar-me! O Sol também pode ser entendido como a Sabedoria ou a fonte do Conhecimento.
Assim como a preocupação com o próprio sofrimento, a saúde, a morte e o sofrimento dos outros também era algo do qual os cínicos
desejavam libertar-se. Por isso que a palavra cinismo adquiriu a conotação que tem hoje em dia, de indiferença e insensibilidade ao
sentir e ao sofrer dos outros.
http://www.anarquista.net/cinismo-filosofia-cinica/