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Quando se fala sobre regras de convivência no mundo real, elas são muito claras para a
maioria dos jovens, mas quando o assunto é o espaço virtual, a história se complica. Basta ver
o crescente número de queixas de cyberbullying, roubos de senhas do Messenger e até falsas
páginas no Orkut que utilizam dados de outra pessoa. A cada dia mais envolvidos com a
Internet e suas diversas ferramentas, os adolescentes acabam, muitas vezes, infringindo
códigos de ética, desrespeitando o que é um bem privado, sem ter a noção de que estão
fazendo algo errado. Muitas escolas já perceberam a necessidade de discutir com seus alunos
quais os limites éticos ao se utiliza r estas novas tecnologias e este bate-papo vem gerando
bons resultados.
Na Escola Viva, a questão sobre o que é público e privado sempre é trazida para dentro de sala
de aula pelos coordenadores de série. Muitas vezes, o debate é incentivado por situações que
acontecem na escola. Segundo Sílvia Viegas, coordenadora pedagógica da 5ª à 8ª série, os
alunos não tem noção de que o que escrevem na Internet pode ser lido por qualquer pessoa
no mundo que esteja on line. “Muitos estudantes imaginam que o que está em sua página do
Orkut é visto apenas por seu grupo de amigos, quando contamos qual pode ser o real alcance
disso, eles confessam que não tinham se dado conta”, comenta. Para Sílvia, o principal desafio
da escola neste assunto é mostrar aos estudantes que as ações virtuais são ações de fato, e
que cada um tem que se responsabilizar por elas. “Se o aluno usa a senha de um colega para
entrar num jogo e rouba parte dos pontos do colega pra ele, o que ele fe z? Qual a diferença
de roubar o dinheiro da carteira do amigo? O princípio é o mesmo, a única mudança é que um
é concreto e o outro virtual. Fazemos questão de mostrar que a intenção que está por trás
destas ações ofensivas é a mesma: lesar e ofender o outro”, explica.
Já no Colégio Magno, os professores decidiram conscientizar seus alunos sobre o mau uso da
Internet de uma forma diferente. Este ano as atenções da escola estão voltadas para o
cyberbullying e p ara combatê ;-lo os alunos vã o utilizar o próprio Orkut, ferramenta que tem
sido o carro-chefe de problemas do gênero na rede. A partir de abril, os alunos de 7ª e 8ª
séries irão criar uma comunidade orkutiana para discutir o assunto. A intenção é debater esta
forma de comportamento e também dar depoimentos de casos vividos. “Queremos utilizar o
próprio espaço virtual para questionar o que leva algumas pessoas a agirem desta forma, além
de promover atitudes positivas e incentivar os jovens a utilizarem este ótimo meio de
comunicação de uma forma saudável, ética”, explica a coordenadora de curso, Cleide Ruy.
O site será desenvolvido pelos alunos no laboratório de informática do colégio em três línguas:
português, inglês e espanhol. Para complementar o trabalho, que deve seguir até o final do
primeiro semestre, os estudantes irão criar também um manual anti-cyberbullying, com dicas
de como agir com ética ao utilizar a Internet. Segundo Cleide, a chegada das novas tecnologias
provocou mudanças de comportamento e criou novos desafios para os educadores que, além
de se adaptarem às mudanças, precisam levar os alunos a refletirem sobre suas ações neste
novo ambiente
FONTE: Ao mestre com carinho. Delitos virtuais - adolescentes desconhecem os limites da ética
na Internet. Disponível em: http://www.aomestre.com.br/cmp/arquivo/159_delitos.htm
acessado em 13/09/08.