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Complexidade do tema
Problemas:
1. Passagem dos factos às normas
Factualidade à juridicidade
Organização administrativa e os seus problemas começaram por ser questões fora do
direito, da reserva do monarca
Espaço sem intervenção da lei
Seculo XIX – tema passou a ser dentro da lei, da reserva de lei
1. Houve dois propósitos
2. De legitimar democraticamente a organização administrativa – lei como
produto do parlamento, quem definia o modelo
3. Lei que intervém com o fim de racionalizar, de submeter à razão o modelo de
organização – surge o direito da organização administrativa
i. Surge no final do seculo XIX
2. Elemento formal – tem que ser titulo jurídico do poder publico que
habilita a prossecução
o Quais são as fontes que podem fixar os fins?
CRP, lei ordinária, convenção internacional, ato da U.E ou organização
internacional, regulamento, contrato adm, ou ato adm, sentença judicial –
consubstancia um tipo de poder publico
Base territorial
Génese assenta num substrato de um território com uma determinada população
Estes dois são a essência da sociedade caracterizadoras
Estados, regiões autónomas e autarquias locais
Freguesias
Municípios
Associativa
Associações publicas
Essência o facto de agruparem um conjunto de entidades
Associam entidades
Pode ser publica de entidades privadas (ordem dos advogados) às publicas mas tem na sua
base entidades privadas de ta forma que, conjugam aspetos de regime alicerçado no
principio da CRP; não pode o estado entrar nas associações publicas pois as suas bases são
de base privada
Associações publicas de entidades públicas (área metropolitana do porto) à associação de
entidades publicas de diversos municípios
Mistas à entidades publicas e privadas (associação para desenvolver o vale do Tâmega –
publico + privado)
Institucional
Institutos públicos
São de base institucional todas aquelas que, não tem base territorial nem associativa
Nota – podem funcionar as U.P como fundação de entidades publicas – universidade de lisboa á
federação de universidades publicas
Entidades adm. Independentes – exercem a sua atividade com grau de autonomia muito
superior a todas as demais, podem estar mais próximos da U.E do que PT; ex.: banco de Portugal
29/10/2019
Capacidade jurídica das entidades publicas: medida de posições jurídicas ativas e passivas
Princípios
1. Da especialidade – tem poderes inerentes à prossecução dos fins
2. Da reserva de lei – é esta que tem de definir a capacidade destas entidades
3. Poderes implícitos – se a lei define os fins então implicitamente há de dar os meios para
alcançar esses fins.
Relações intersubjetivas:
Como se definem as atribuições das entidades públicas?
1. Tese tradicional – há como regra a incomunicabilidade - cada pessoa coletiva publica tem
atribuições próprias e nunca se cruzam com as atribuições das outras entidades públicas.
Admite poderes de intervenção de uma entidade publica sobre as esferas de outras (Estado)
2. PO – elasticidade das normas definidoras de atribuições. As atribuições/interesses
materiais são repartidas em termos verticais (ex. em matéria de ambiente tem competência
sobre a matéria o Estado, RA e AL).
Princípio da subsidiariedade – pertence às entidades de âmbito mais restrito aquilo que
por elas possa ser feito. Mas se elas não o fizerem ou com tanta eficiência passa à esfera das
que têm maior âmbito.
Supletividade do direito do Estado – se as entidades públicas menores não elaborarem
normas sobre determinada matéria aplica-se a lei do Estado, que poderá de ser desaplicada
a partir do momento em que haja disciplinação sobre a matéria.
Prevalência do direito do Estado – nas diversas matérias o Estado pode emanar normas
que façam vingar, fazer realçar o interesse nacional, que compete ao Estado.
Poderes de intervenção intersubjetiva: faculdade que a ordem jurídica confere a uma entidade
publica de âmbito mais amplo para interferir na gestão de entidades publicas de âmbito mais
restrito/circunscrito.
Há poderes de intervenção sobre forma publica e sobre forma privada.
Formas jurídicas de intervenção sobre forma pública:
Fundamento:
1. Princípio da unidade da administração – dada pelo Governo – órgão superior da AP
2. De natureza política – permitir a responsabilidade política do Governo sobre o Parlamento.
Quanto mais intenção o poder de intervenção do governo mais o grau de responsabilidade
Regime da tutela:
a. Só há tutela quando a lei o prevê e nos termos da lei – tipicidade legal.
b. Só existe perante a Administração Autónoma e sobre a Indireta.
c. Com fundamento no direito de petição pode existir tutela revogatória.
d. Forma de intervenção de uma entidade superior no controlo de uma entidade
menor/tutelada
Coordenação
Visa harmonizar interesses que estão ou podem vir a estar em conflito – tentativa de definir
soluções de coerência, que permitam evitar discussões/contradições na atuação de duas
entidades publicas. Há uma entidade que tem um papel de supremacia (a coordenadora)
relativamente à entidade coordenada.
Todas as entidades públicas estão sujeitas a coordenação por parte do Governo (da república e das
RA), exceto as que estão sujeitas a um modelo de cooperação.
Cooperação
Parte do princípio do relacionamento paritário – igualdade entre Estado na atuação
coordenadora. Há uma colaboração, atuação conjunta de duas ou mais entidades consertando
interesses. Há um dever de cooperação entre as entidades administrativas que tem deveres:
1. Auxílio
2. Colaboração
3. Informação
4. Lealdade
5. Não criar obstáculos gratuitos
Estruturas orgânicas:
Órgão é um centro institucionalizado que forma e expressa uma vontade juridicamente
imputada à entidade/pessoa coletiva.
Tipos de órgãos:
Singulares
Colegiais
Centrais – exercem poderes sobre todo o território nacional
Locais – área circunscrita
Ativos – aqueles que decidem
Consultivos - opinam
De controlo – fiscalizam o que outros decidiram
Decisórios – aquele que emana a decisão do direito no caso concreto
Executivo – aquele que implementa o que outros decidiram
Simples – o órgão que tem um ou vários titulares, mas é um único centro de formação de
vontade
Complexos – órgãos que integram outros órgãos (Ex: Governo, que é formado por vários
órgãos autónomos, podendo decidir por cada membro isoladamente, por membros
conjuntos, ou pode funcionar através de Conselho de Ministros). No silêncio da lei a regra é
que a competência é de exercício individual. O conselho de ministros atua através de lei ou
de decisão pelos ministros.
Temporário
Permanente
Representativo – processo de eleição dos titulares
Não representativo
A ata:
Deve ser a síntese do que ocorreu na reunião;
Deve ter identificação do órgão, local, data, hora, objeto da convocatória e o conteúdo
deliberativo;
Condição de eficácia das decisões tomadas, se não há ata a decisão existe, mas não pode
ser aplicada.
Permite que quem vote contra uma deliberação possa fazer uma declaração de voto
exarada em ata – exclui da responsabilidade pessoal aquele que fez a declaração de voto –
relativamente à responsabilidade civil (isenção ao votar contradeclaração de voto); só
ocorre em escrutínio aberto, está claro.
Serviços públicos
Envolve cinco ideias:
1. São organizações de pessoas singulares
2. Existem no âmbito das pessoas coletivas
3. Visam implementar a atribuições das pessoas coletivas
4. Exercem funções de apoio, colaboração, execução, prestação
5. Agem sobre a iniciativa e comando dos órgãos
Ex: Divisão académica; tesouraria que existem no âmbito da pessoa coletiva faculdade de lisboa
que agem sobre o comando da direção (diretor da faculdade)
Teoria da competência
Competência explicita – resulta de forma expressa da lei
Competência implícita – competência extrai-se do fim “se a lei fixa determinados fins há de
dar os meios para a prossecução desses fins” – teorias dos poderes implícitos.
Competência dispositiva- tem o propósito de disciplinar/reconfigurar a disciplina de
determinada matéria – quem tem esta tem a revogatória, mas nem sempre o inverso assim
oé
Competência revogatória – tem o propósito de fazer cessar os efeitos do ato
Competência firme – aquela que sendo atribuída por lei, só por lei pode ser modificada ou
revogada
Competência precária – sendo atribuída por lei, pode por decisão administrativa cessar
(competência atribuída por delegação de poderes ou a competência dada por concessão)
Competência individual/singular – atribuída a um único órgão
Competência comum – a mesma competência atribuída a dois ou mais órgãos,
1. Conjunta – os dois órgãos têm de decidir ambos a mesma matéria e o ato só é
perfeito com a intervenção de ambos (portaria da competência do ministro da
educação e do das finanças)
2. Alternativas - atribuída ao órgão A ou ao B. Qualquer um deles pode validamente
decidir a matéria.
Competência de exercício normal – aquela que por via de regra pertence ao órgão x
Competência de exercício adormecido/subsidiário – só em situações excecionais é exercida
por um determinado órgão (o PAR tem uma competência de exercício adormecido em
matéria de presidência da república)
Competência delegada – lei diz que o órgão Y pode exercer a competência, mas permitindo que o
órgão X pratique também a matéria. Pode decidir. Ato através do qual Y pratique poderes de X,
casos em que se não houvesse poderes, eram da área de atuação do Y. O delegante tem duas
formas de exercer a competências:
Não significa o caos haver vários órgãos para uma matéria? Sempre que o delegante exerce os
poderes preclude a competência do delegado sobre essa matéria. Se o delegante se antecipa e
decide, os delegados já não podem decidir sobre a matéria – se o fizerem será um ato inválido.
Se for o delegado a decidir primeiro? Delegante pode revogar o ato, não está proibido de decidir.
25/11/2019
Autovinculação da Administração:
Regulamento
Costume
Precedente administrativo também uma forma de autovinculação unilateral da administração.
Revogabilidade do precedente ilegal: se se admitir que uma conduta factual contrária a uma norma jurídica pode
virar precedentes, este é revogável? PO -SIM. Se uma conduta que é valida pode ser revogada, por maioria de razão
também. Essa revogabilidade pode ocorrer a qualquer momento? Não há prazo para o efeito? Se é nula nunca pode
produzir efeitos. Se é a anulável sofre da presunção que é válida até ser destruída (tem um prazo – se decorrer
consolida-se na ordem jurídica; 1 ano ou 5).
Autovinculaçao bilateral:
Contratos públicos
Acordos de concertação social
Acordos no âmbito do procedimento administrativo – acordos endo-procedimentais
Acordos substitutivos do procedimento
Convenções jurídicas inter-administrativas
Convenções de arbitragem
Contratos de cooperação
Acordos de transação em processos judiciais – partes chegam a acordo pondo termo ao processo.
Tipos de normas:
Que contem definições administrativas
Que contêm remissões administrativas
Que contêm presunções administrativas (ilidíveis)
Que criam fixões
De conflitos -visam resolver situações de colisão.
Modelo que regula o conteúdo das normas que regula a Administração Publica:
Determinação da normatividade reguladora (o que disciplina). Este problema resulta porque:
1. São muitas as normas
2. Problema da interpretação: sentido que resulta das normas
3. Integração de lacunas: Quando não há norma?
Imperfeição da normatividade:
1. A lei é hoje imperfeita, ao contrário do pensamento liberal – a lei como expressão da razão. É imperfeita
porque não consegue abarcar toda a realidade; porque recorre a conceitos indeterminados/clausulas gerais;
porque hoje há cada vez mais uma normatividade principialista - Coloca a dúvida quanto ao aplicador e
quanto ao destinatário da norma; há uma panóplia de opções em aberto; agradando a um desagrada o
outro, situação que acaba em tribunal, aumentando os litígios judiciais. Temos também normas de abertura
de conteúdo ou de situações de deslegalização (rebaixar de uma norma legislativa a norma de natureza
regulamentar). A tudo isto acresce a neufeudalização administrativa: hoje TODAS AS ENTIDADES PUBLICAS
emanam normas/regulamentos, e por vezes dentro da mesma entidade publica os órgãos emanem
regulamentos sobre as mesmas matérias - normatividade plural. Há também o sof-taw, condutas informais
da administração e também situações de incumprimento lícito da normatividade (casos de objeção de
consciência e direito de resistência) - a mesma norma pode ser vinculativa para uns e não para outros. Por
fim, há casos de inversão do sentido vinculativo da lei: casos em que é a lei que deve respeitar a atuação
administrativa (Ex: 105º/2 – contratos vinculação atuação legislativa). É o designado princípio da
contracorrente.
2. Antinomias – contradição entre as normas. Sobre a mesma matéria pode haver normas com soluções
jurídicas distintas.
Como resolver os conflitos
1. Tribunais: CRP contrariada por lei, o juiz não aprova a lei. Se lei é contrariada por regulamento, optar
pela lei. Vinculação ao critério hierárquico.
2. Administração: prefere CRP ou lei (por exemplo). Regra da excecionalidade da vinculação ao
critério hierárquico. Se cada órgão administrativo pudesse dizer que não aplica porque considera
inconstitucional geraria o caos na administração (porque cada órgão fazia de juiz). Por isso, a regra
na administração é: só a titulo excecional é que aplica o critério hierárquico: perante normas que
violam a consciência jurídica universal; quando as violas violam direitos fundamentais dotados de
aplicabilidade direta; quando a constituição sanciona expressamente a invalidade com inexistência
jurídica; se há conflito entre regulamento e lei a administrativo deve aplicar a norma que lhe é
mais próxima (regulamento). Administração vinculada à aplicação de normas inválidas.
Administração tem até agora três tipos de protagonismo da definição normativa: identifica a norma,
o sentido interpretativo e, se verifica que é inválida, a regra é a da aplicabilidade.
Mesmo nos casos em que os fazes fazem interpretação das leis o Governo pode fazer decreto lei com
eficácia retroativa, aplicando-se a lei interpretativa na lei interpretada.