I porque tal como ele: deambula de um lado para o outro, vive em comunhão com a natureza, observa Eu nunca guardei rebanhos, o ambiente que o rodeia. Mas é como se os guardasse. ►O sujeito poético vive em sintonia com os Minha alma é como um pastor, elementos da Natureza, sendo essencial a ausência Conhece o vento e o sol de pessoas para a criação de um ambiente de paz e E anda pela mão das Estacões felicidade. → solidão A seguir e a olhar. ►A realidade é percecionada pelo sujeito poético Toda a paz da Natureza sem gente através dos sentidos, tendo desta forma Vem sentar-se a meu lado. conhecimento do mundo que o rodeia. → primado Mas eu fico triste como um pôr do Sol das sensações. Para a nossa imaginação, Quando esfria no fundo da planície ►O sujeito poético sente tristeza com a chegada da E se sente a noite entrada noite, já que a ausência de luz o priva do sentido Como uma borboleta pela janela. que privilegia na relação com a natureza – a visão.
Mas a minha tristeza é sossego ►O sujeito poético aceita a tristeza porque esta é Porque é natural e justa natural e uma punição para os momentos em que E é o que deve estar na alma se entrega à reflexão. (A chegada da noite propicia Quando já pensa que existe o aparecimento do pensamento.) E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Com um ruído de chocalhos ►O sujeito poético expressa o desejo de abolir o Para além da curva da estrada, vício de pensar, lamentando o facto de ter Os meus pensamentos são contentes. consciência dos pensamentos. Só tenho pena de saber que eles são contentes, Porque, se o não soubesse, Em vez de serem contentes e tristes, Seriam alegres e contentes. ►O sujeito poético recusa o pensamento, considerando que este é um obstáculo à felicidade Pensar incomoda como andar à chuva plena. Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos. ►O sujeito poético revela-se um ser em paz Ser poeta não é uma ambição minha. consigo mesmo, pois não tem ambições nem É a minha maneira de estar sozinho. desejos. (…)