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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

Bruna Naves

Camila Slywitch Lima

Jairla Gomes

ITENS PONTUAIS SOBRE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

MONTE CARMELO – MG
2022
Bruna Teodoro Naves

Camila Slywitch Lima

Jairla Gomes

ITENS PONTUAIS SOBRE IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO

Trabalho apresentado como pré-


requisito na disciplina de Irrigação e
Drenagem do curso de Agronomia
da Universidade Federal de
Uberlândia, campus Monte
Carmelo.

Docente: Dr. Eusímio Fraga

Monte Carmelo - MG
2022
Sumário
1 Introdução.....................................................................................4
2 Objetivo.........................................................................................4

3 Material e Métodos.................................... ..................................4

4 Resultados....................................................................................9
5 Conclusão...................................................................................12

6 Referências.................................................................................12
1. INTRODUÇÃO

O método da irrigação por aspersão é pressurizado, sendo assim torna-


se necessário o dimensionamento de um sistema de bombeamento que seja
capaz de acionar os aspersores que serão utilizados. É fundamental definir
corretamente qual o sistema de bombeamento para que não ocorra
desuniformidade na aplicação da lâmina de água (MANTOVANI et al., 2009).

Segundo a ANA 2017, a área irrigada no Brasil aumentou de maneira


expressiva, saltando de 462 mil hectares para 6,95 milhões de hectares,
podendo expandir mais de 45% até 2030, alcançando 10 milhões de hectares.

Esse desenvolvimento está intimamente relacionado com a necessidade


de desenvolvimento de uma agricultura que atenda ao crescimento
populacional mundial, que por sua vez, exige cada vez mais produtos em
qualidade e quantidade cada vez maiores (DE MORAIS et al., 2018).

2. OBJETIVO

Capacitar os estudantes sobre o método de irrigação por aspersão,


apresentar seus componentes e ferramentas correlacionadas.

3. MATERIAL E MÉTODOS

De início foi apresentado um bombeamento simples (Figura 1) aplicado


para qualquer sistema de irrigação que tenha uma pressurização, o que
acontece na maioria dos projetos atualmente, é ter um sistema de captação
mandando a água para reservatórios, mananciais, poços artesianos ou semi
artesianos (Figura 2).
A escolha da motobomba deve atender a necessidade do
empreendedor, por exemplo, se tivermos um sistema de captação no qual
iremos mandar a água para o reservatório será certo modelo de bomba, caso
formos mandar a água do reservatório para o sistema de irrigação é outra
motobomba. Normalmente se tem uma relação de que quando é necessário
pouca pressão, a curva da motobomba necessariamente deve apresentar alta
vazão e baixa altura manométrica total, podendo acontecer também ao
contrário, onde precisa-se de uma alta pressão é necessário uma motobomba
com um curva de alta pressão, maior altura manométrica total e a vazão
menor, é possível também a associação de bombas, sendo bombas em série
ou em paralelo, no caso de bombas em série uma bomba fica na frente da
outra, uma das bombas retira a água do reservatório e joga logo na outra
bomba aumentando a pressão de recalque. Já as bombas em paralelo, que
ficam dispostas lado a lado, o dobro de vazão está sendo captado, já que
ambas estão captando a mesma quantidade e é importante que as duas
trabalharem na mesma altura manométrica, tendo como recomendação ter as
duas bombas iguais.

O sistema de bombeamento visto em aula prática apresenta as


seguintes informações:

Bomba (Figura 3):

Marca: DANCOR
Modelo: CAM W14
Potência: 3 CV
Voltagem: 220 V

São separados por linha de sucção e linha de recalque, sendo a linha de


sucção para tirar a água da fonte (Figura 4), podendo estar abaixo ou acima do
nível da bomba, o ideal é colocar o nível da água acima do da bomba,
trabalhando com um sistema de bombeamento afogado, diminuído o risco de
entrada de ar que acaba gerando cavitação na mesma.

Na extremidade da linha de sucção de um sistema, sua perda de carga é


negativa, já que os acessórios se encontram na água e sendo assim é
necessária uma válvula que impeça o fluxo reverso, impedindo que a água que
está dentro da tubulação volte para o reservatório, denominada de válvula de
pé, podendo ter na sua extremidade um crivo, que é uma ferramenta que
impede a entrada de partículas mais grosseiras dentro do sistema (Figura 5).

Normalmente o diâmetro da linha de sucção é um diâmetro comercial


superior ao diâmetro dimensionado no recalque que seria a tubulação após a
motobomba. É importante verificar a pressão obtida na linha de sucção,
realizada com um vacuômetro que (mede a pressão negativa) e também após
a motobomba um medidor de pressão denominado manômetro (mede a
pressão positiva) (Figura 6), esses equipamentos são importantes para que
estejamos sempre a par do funcionamento do sistema de irrigação, se está na
pressão desejada, se há a presença de vazamentos no campo.

É importante que no momento da partida o registro esteja fechado, pois


se a motobomba for ligada com o registro aberto já que a tubulação está vazia,
a demanda por água será alta, portanto, a ela irá trabalhar com uma
amperagem grande, correndo o risco de desligar o sistema o que diminui sua
vida útil. É importante então garantir que o sistema esteja todo preenchido para
garantir o ponto de operação. Existem válvulas que são capazes de realizar
essa função, controlando a passagem de água para o sistema de irrigação.

Figura 1 Figura 2
Figura 3 Figura 4

Figura 5 Figura 6

É necessário que para o bom funcionamento dos aspersores haja uma


pressão ideal de funcionamento. A escolha dos aspersores vai de acordo com
a necessidade e também o tamanho da área, pois é necessário que a área total
seja irrigada sem falhas, eles possuem uma tecnologia que permite o controle
do giro de irrigação, para isso, analisar a distância entre linhas e entre os
aspersores é crucial, também é importante escolher os aspersores conforme a
vazão de trabalho, sendo o mais utilizado o aspersor de impacto (Figura 7 - tido
como exemplo em nossa aula).
Com o impacto gerado no aspersor, o eixo que existe na parte inferior do
mesmo começa a girar, permitindo assim a irrigação de toda a área (Figura 8).
É válido ressaltar que em um dos lados do aspersor é trabalhado com um
ângulo de alcance inferior, porém a mesma pressão de trabalho. O que permite
essa mesma vazão é a mudança do bico que está na ponta, permitindo que a
vazão permaneça a mesma.

A altura do aspersor impacta no alcance do jato, sendo o vento um fator


de intervenção. O aspersor estando mais alto joga a água mais longe, logo tem
uma menor intensidade de aplicação. A marca interfere também na qualidade e
vida útil dos aspersores, é importante ressaltar também que a cor da ponta dos
aspersores indica a vazão e o ângulo de trabalho, o que facilita no momento da
compra.

Temos como opção, o regulador de pressão, que é instalado na base do


aspersor, permitindo que passe somente a pressão desejada dentro de uma
faixa de trabalho.

Figura 7 Figura 8

4. RESULTADOS

Em aula foi tido como distância de 12m entre linha e 6m entre aspersores, foi
vista a pressão do sistema através do manômetro, que estava indicando de 2,5
bar (25 mca) em cada ponta, mesmo com uma delas sendo de maior vazão
(Figura 9), para conferir o funcionamento do sistema tivemos auxílio de um
balde graduado e um pedaço de mangueira (Figura 10), teste em que mostra
se os aspersores estavam regulados e em bom estado de conservação. Para
sabermos a pressão de trabalho do aspersor utilizado, tiramos os dados do
catálogo abaixo e em seguida foi feito o cálculo:

 Espaçamento entre aspersores -> 6m x 6m = 36m²


 Espaçamento entre linhas -> 12m x 12m = 144m²
 Vazão (Q) -> 1,509 m³/h = 1.509 L/h

Segue abaixo os resultados da medição do funcionamento em campo


fizemos e os cálculos para aferição do sistema, comparando-o com o catálogo
(cálculos feitos acima):

 Para o bico do aspersor com maior comprimento em 10 segundos


foram coletados 3,5 litros de água;

0,35 L/s=1,26 m ³ /h=1.260 L/h

IA ( mmh )= 1260
36

IA ( mmh )=35 mm/h


 Para o bico do aspersor com menor comprimento em 20 segundos
foram coletados 1,5 litros de água.

0,075 L/s=0,27 m³ /h=270 L/h

IA ( mmh )= 270
36

IA ( mmh )=7 ,5 mm /h
Figura 9 Figura 10
Observamos a rotação dos aspersores por minuto, no qual tivemos
um resultado bem convincente:

 1min e 17s - 3 voltas


 1min e 16s - 3 voltas
 1min e 16s - 3 voltas

Figura 11

5. CONCLUSÃO

A importância da irrigação consiste em complementar a disponibilidade da


água provida pela chuva, proporcionando ao solo teor de umidade suficiente
para suprir as necessidades hídricas das culturas. Com isso vem a importância
de os agricultores escolher o tipo de irrigação ideal para sua cultura de
interesse.
A irrigação por aspersão por se tratar de uma técnica precisa, que tem se
mostrado altamente eficiente em função da uniformidade na distribuição de
água, adaptabilidade a diversas culturas e solos, alto controle do volume de
água, possibilidade de aplicação de fertilizantes, além da possibilidade da
automação, que reduz a mão de obra.
Também podemos observar que com os cálculos de IA o aspersor em
questão está em bom estado de conservação e rendimento, segundo o
catálogo de características operacionais do aspersor Agropolo MV – 360 – 2
bocais.

6. REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUA. Estudo da ANA aponta em 45% potencial de


expansão da irrigação no Brasil até 2030. Disponível em:
http://sbera.org.br/pt/2017/10/estudo-da-ana-aponta-em-45-potencial-de-
expensao-da-irrigacao-no-brasil-ate-2030/ . Acesso em: 29 jan. 2022.
DE MORAES, D. D. V.; FORATTO, L. C.; GUALBERTO, R. SISTEMA DE
IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO VIA AUTOPROPRELIDO: REVISÃO DE
LITERATURA. Revista Unimar Ciências, v. 26, n. 1-2, 2018.
MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios
e métodos. 3. ed. 355p., atual. e ampl. Viçosa, MG: UFV, 2009.

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