Você está na página 1de 20

Memória Descritiva e Justificativa

Projeto de rede de drenagem de águas residuais.

Unidade Curricular de Projeto


Licenciatura em Engenharia Civil

-Ano Letivo 2020/2021-

Orientador: Prof. António Miguel Verdelho Paula


Prof.ª Maria Isabel Lopes Marcelino Dias de Abreu

Realizado por:
Cristiano Cesar Alves Sabatke nº33779

Lídia da Rocha Souza Lima nº38136

Julho, 2021
BRAGANÇA-PT
TERMO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR DO PROJETO DA REDE PREDIAL DE ÁGUAS
RESIDUAIS

Cristiano Cesar Alves Sabatke, aluno de Engenharia Civil, portador do Cartão de Cidadão n.º
N602618N7, residente na Rua Adelino Amaro Costa, nº25, 1DR, Bragança, inscrito na ESTIG –
Escola Superior de Tecnologia e Gestão, sobre o n.º 33779, declara, para efeitos do disposto n.º1
do Artigo 10º do Decreto-Lei n.º555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei nº136/2014, de 9 de Setembro, que o Projeto de Rede Predial de Drenagem de
Águas Residuais, de que é autor, relativo às obras de construção de uma habitação a levar a
efeito na aldeia de Samil situada na Zona Rural periférica de Bragança, cujo licenciamento foi
requerido pela Comissão de Curso de Engenharia Civil do Instituto Politécnico de Bragança,
observa as normas técnicas gerais e específicas da construção bem como as disposições legais e
regulamentares aplicáveis, designadamente o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e
Prediais de Distribuição de Águas e de Drenagem de Águas Residuais, aprovado pelo Decreto
Regulamentar nº23/1995 de 23 de Agosto e Regulamento Municipal.

Bragança, 20 de Julho de 2021

__________________________________________________

Cristiano Cesar Alves Sabatke

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


TERMO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR DO PROJETO DE REDE PREDIAL
DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Lídia da Rocha Souza Lima, aluna de Engenharia Civil, portadora do Cartão de Cidadão n.º
18020199, residente, na Av. Sá Carneiro 278, 4 DRT, Bragança, inscrito na ESTIG – Escola
Superior de Tecnologia e Gestão, sobre o n.º 38136, declara, para efeitos do disposto n.º1 do
Artigo 10º do Decreto-Lei n.º555/99, de 16 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei nº136/2014, de 9 de Setembro, que o Projeto de Rede Predial de Drenagem de
Águas Residuais, de que é autor, relativo às obras de construção de uma habitação a levar a
efeito na aldeia de Samil situada na Zona Rural periférica de Bragança, cujo licenciamento foi
requerido pela Comissão de Curso de Engenharia Civil do Instituto Politécnico de Bragança,
observa as normas técnicas gerais e específicas da construção bem como as disposições legais e
regulamentares aplicáveis, designadamente o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e
Prediais de Distribuição de Águas e de Drenagem de Águas Residuais, aprovado pelo Decreto
Regulamentar nº23/1995 de 23 de Agosto e Regulamento Municipal.

Bragança, 20 de Julho de 2021

__________________________________________________

Lídia da Rocha Souza Lima

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Índice
1.Introdução .............................................................................................................................6
2.Sistema adoptado .................................................................................................................6
3.Elementos Constituintes da Rede .......................................................................................... 7
3.1.Ramal de descarga .......................................................................................................... 7
3.2.Sifão ............................................................................................................................... 7
3.3.Tubos de Queda .............................................................................................................. 7
3.4.Colectores prediais ......................................................................................................... 7
3.5.Câmaras de inspecção..................................................................................................... 7
3.6.Câmara de Ramal de Ligação ..........................................................................................8
3.7.Ramal de Ligação ............................................................................................................8
4.Dimensionamento da rede de drenagem de águas residuais .................................................8
4.1.Ramais de descarga individuais.......................................................................................8
4.2.Ramais de descarga não individuais ................................................................................9
4.3.Caudais acumulados ..................................................................................................... 10
4.4.Caudais de cálculo ........................................................................................................ 10
4.5.Diâmetro de cálculo ...................................................................................................... 11
4.6.Sifões ........................................................................................................................... 11
4.7.Tubos de Queda ............................................................................................................ 12
4.8.Colectores Prediais ....................................................................................................... 13
4.9.Câmaras de Inspecção .................................................................................................. 14
4.10.Câmara de Ramal de Ligação ...................................................................................... 14
4.11.Ramal de Ligação ........................................................................................................ 14
5.Tubagem ............................................................................................................................. 16
6.Ensaios de Rede .................................................................................................................. 16
6.1.Ensaio de estanquidade com ar ou fumo....................................................................... 16
6.2.Ensaio com água........................................................................................................... 16
6.3.Ensaio de eficiência....................................................................................................... 17
7.Bibliografia .......................................................................................................................... 18
Anexo I – Tabelas de cálculo ................................................................................................... 19
Anexo II – Peças Desenhadas..................................................................................................20

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Índice de Tabelas
Tabela 1 - Caudais de descarga dos aparelhos e equipamentos sanitários e características geométricas
dos ramais de descarga .......................................................................................................................... 9
Tabela 2 - Taxas de ocupação de tubos de queda sem ventilação secundária ........................................12
Tabela 3 - Características dimensionais das câmaras de inspeção..........................................................14
Tabela 4 - Diâmetros genéricos de tubagem .........................................................................................16
Tabela 5 - Número de aparelhos em ensaios de eficiência (edifícios de utilização doméstica) ............... 17

Índice de Ilustrações
Ilustração 1 - Distâncias máximas entre os sifões e as secções ventiladas para escoamento a secção
cheia....................................................................................................................................................... 9
Ilustração 2 - Caudais de cálculo de águas residuais domésticas em função dos caudais acumulados .... 11
Ilustração 3 - Esquema da inserção do Ramal de Ligação na rede pública do tipo directo ...................... 15

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


1.Introdução

A presente memória descritiva e justificativa caracteriza as diferentes etapas da elaboração de


um projeto de rede de drenagem de águas residuais, concebido para a construção de uma moradia
unifamiliar na aldeia de Samil situada na Zona Rural periférica de Bragança, cumprindo as exigências
do disposto no “Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de
Drenagem de Águas Residuais” (R.G.S.P.P.D.A.D.A.R.).
Tem por finalidade a conceção de uma rede de drenagem de águas residuais provenientes das
instalações sanitárias e cozinhas, caracterizando-se por conterem quantidades de matéria orgânica,
serem facilmente biodegradáveis e manterem relativa constância das suas características no tempo.
O objetivo é garantir o seu perfeito e integral funcionamento, assegurar o bom funcionamento da
rede, pela própria análise prévia e cuidado do destino final a dar aos efluentes, contribuindo assim
para um bom comportamento global do edifício, tanto do ponto de vista da economia global da
obra, como também preservando o meio ambiente envolvente e a saúde pública.

2.Sistema adotado

A rede de drenagem de águas residuais domésticas, funciona na totalidade por gravidade. É


constituída pelos ramais de descarga individuais dos aparelhos e equipamentos e ramais de descarga
não individuais, pelos tubos de queda, rede de coletores prediais e por uma rede coletora suspensa
na cave.
Os ramais de descarga individuais reúnem num sifão de pavimento, onde através de um ramal
não individual é feita a ligação ao tubo de queda, que segue para a rede coletora suspensa na cave.
No caso das bacias de retrete, o seu ramal individual liga diretamente ao tubo de queda, pois
possuem sifão individual e a dupla sifonagem é proibida. Os tubos de queda, conduzem as águas até
à rede suspensa. Os tubos de queda são prolongados até à cobertura, com o objetivo de ventilar a
rede, (ventilação primária).
O coletor predial, transportam as águas para a Câmara de Ramal de Ligação, localizada fora da
edificação, que liga finalmente à rede pública de drenagem de águas residuais. Estas terão como
destino final a Estação de Tratamento de Águas Residuais, de Miranda do Douro.
Toda a tubagem e sifões que constituem a rede de drenagem de águas residuais será em
Policloreto de Vinilo, PVC, pois existe grande variedade de diâmetros e acessórios disponíveis,
facilidade de manuseamento e aplicação, resistência à ação de fungos, bactérias, roedores e insetos,
possui elevada durabilidade e apresenta uma resistência bastante satisfatória contra agentes
químicos.

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


3.Elementos Constituintes da Rede

3.1.Ramal de descarga

Canalização que tem por finalidade a condução das águas residuais dos aparelhos sanitários
ou ralos para o tubo de queda, rede suspensa e coletores. Existem ramais de descarga individuais e
não individuais. Consideram-se individuais quando estes transportam as águas de um único aparelho
ou equipamento entre este e o sifão, ou tubo de queda, rede suspensa ou coletor. São não individuais
quando transportam as águas de mais do que um aparelho, ou seja, são os ramais que ligam os sifões
aos tubos de queda, rede suspensa ou coletores. Os ramais de descarga das águas das bacias de
retrete e das águas de sabão devem ser independentes.

3.2.Sifão

É um componente separador, destinado a impedir a passagem de gases do interior das


tubagens para o interior das instalações sanitárias. Todos os aparelhos sanitários devem ser servidos,
individual ou coletivamente, por sifões. É proibida dupla sifonagem. Estes devem localizar-se junto
ao dispositivo de utilização ou inserido na caixa de reunião dos ramais de descarga, instalada no
pavimento.

3.3.Tubos de Queda
Os tubos de queda têm por finalidade a condução das águas residuais domésticas, desde os
ramais de descarga até ao coletor predial, servindo simultaneamente, para ventilação das redes
predial e pública. Estes são prolongados até à sua abertura na atmosfera, e com taxas de ocupação
de acordo com o regulamento, de forma a assegurar a ventilação primária. O traçado destes é
vertical e foi sempre que possível num único alinhamento reto. Quando tal não foi possível, as
mudanças de direção foram efetuadas por curvas de concordância. Existem bocas de limpeza com
diâmetro igual ao do respetivo tubo de queda, nas mudanças de direção próximas das curvas de
concordância e na vizinhança da mais alta inserção dos ramais de descarga no tubo de queda.

3.4.Colector predial

O coletor predial destina-se a recolher as águas provenientes dos tubos de queda e a conduzi-
las para o ramal de ligação à rede pública de drenagem de águas residuais domésticas. Estes serão
enterrados e o seu traçado é retilíneo, tanto em planta como em perfil, existem câmaras de inspeção
no seu início, em mudanças de direção e em confluências.

3.5.Câmaras de inspeção

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


As câmaras de inspeção têm por finalidade assegurar as operações de limpeza e manutenção
dos coletores. A sua soleira é constituída por uma laje de betão que serve de fundação às paredes, as
paredes, também de betão têm forma retangular e como dispositivo de fecho possuem uma tampa
metálica. Como as suas alturas são inferiores a 1 m, são dispensados os dispositivos de acesso.

3.6.Câmara de Ramal de Ligação

Existe uma câmara de ramal de ligação, na extremidade jusante da rede de coletores,


estabelecendo a ligação destes ao ramal de ligação à rede pública de drenagem de águas residuais.
Esta situa-se fora da edificação, mas dentro do terreno da habitação, em local de fácil acesso e junto
à via pública.

3.7.Ramal de Ligação

O ramal de ligação tem por finalidade a condução das águas residuais prediais, desde a câmara
de ramal de ligação até à rede pública. O seu traçado deve ser retilíneo, tanto em planta como em
perfil.

4.Dimensionamento da rede de drenagem de águas residuais

Para o dimensionamento dos elementos constituintes da rede, foi utilizada a metodologia e


parâmetros impostos pelo no Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição
de Água e de Drenagem de Águas Residuais, (R.G.S.P.P.D.A.D.A.R.).
O cálculo e dimensionamento da rede de drenagem de águas residuais encontram-se em
anexo.

4.1.Ramais de descarga individuais

Pelo Anexo XIV, do R.G.S.P.P.D.A.D.A.R., são-nos fornecidos os caudais de descarga dos


aparelhos e equipamentos sanitários, assim como os diâmetros mínimos dos ramais individuais para
cada tipo de aparelho.

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Tabela 1 - Caudais de descarga dos aparelhos e equipamentos sanitários e características
geométricas dos ramais de descarga
Caudal de D. mínimo
Aparelho/Equipamento
descarga [l/min] [mm]
Bacia Retrete, Br 90 90
Banheira, Ba 60 40
Chuveiro, Ch 30 40
Bidé, Bd 30 40
Lavatório, Lv 30 40
Máq. L. Roupa, Mr 60 50
Máq. L. Louça, Ml 60 50
Lava louça, Ll 30 50

Os ramais individuais, devem apresentar inclinações entre 10 a 40 mm/m, e podem ser


dimensionados para escoamento a secção cheia, desde que sejam respeitadas as distâncias máximas
entre o sifão e a secção ventilada, indicadas no Anexo XVI, do R.G.S.P.P.D.A.D.A.R.. Caso estas
distâncias sejam excedidas, e em sistemas sem ramais de ventilação, os ramais de descarga devem
ser dimensionados para escoamento a meia secção. O traçado dos ramais individuais deve ser
retilíneo. Os ramais de descarga das bacias de retrete e os das águas de sabão, devem ser
independentes.

Ilustração 1 - Distâncias máximas entre os sifões e as secções ventiladas para escoamento a secção
cheia

4.2.Ramais de descarga não individuais


Os ramais não individuais, devem apresentar inclinações entre 10 a 40 mm/m, e devem ser
sempre dimensionados para escoamento a meia secção. O seu traçado, deve ser feito por troços
retilíneos, unidos por curvas de concordância, facilmente desobstruíveis sem necessidade de
proceder à sua desmontagem, ou por caixas de reunião. Para jusante nunca se pode diminuir o
diâmetro da tubagem. O troço vertical dos ramais de descarga não pode exceder nunca, 2m de

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


altura. A ligação dos ramais de descarga deve ser feita aos tubos de queda através de forquilhas, e
aos coletores prediais, por meio de forquilhas ou câmaras de inspeção. Não é permitida a ligação de
ramais de descarga de bacias de retrete e de águas de sabão, no mesmo plano horizontal do tubo de
queda, com forquilhas de ângulo de inserção superior a 45˚.
Os ramais de descarga podem ser embutidos, colocados à vista, ou visitáveis em tetos falsos e
galerias, ou enterrados. A sua colocação não pode afetar a resistência de elementos estruturais.
No seu dimensionamento são considerados, os caudais acumulados, os caudais de cálculo, a
rugosidade do material das tubagens e a sua inclinação. Os seus diâmetros nunca podem ser
inferiores aos dos ramais individuais que nele convergem.

4.3.Caudais acumulados
Os caudais acumulados dos ramais de descarga não individuais, correspondem à soma dos
caudais de descarga individuais, de cada aparelho que nele conflui.

4.4.Caudais de cálculo
Os caudais de cálculo dos ramais de descarga não individuais, são calculados com base no
gráfico do Anexo XV do R.G.S.P.P.D.A.D.A.R., onde é considerado um coeficiente de simultaneidade
de funcionamento dos aparelhos, e que é traduzido a seguinte fórmula.
Qc = 7,3497  Qa0,5352

Qc - Caudal de cálculo, [l / min]


Q a - Caudal acumulado, [l / min]

Apenas se utiliza para ramais em que confluem 2 ou mais aparelhos, devido à possibilidade do
funcionamento não simultâneo da totalidade dos aparelhos. Para ramais em que tal não se verifica,
o caudal de cálculo, é igual ao caudal acumulado, ou seja, ao caudal de descarga individual do
aparelho em causa.

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Ilustração 2 - Caudais de cálculo de águas residuais domésticas em função dos caudais acumulados

4.5.Diâmetro de cálculo
Visto que os ramais de descarga não individuais, são dimensionados para escoamento a meia
secção, o seu diâmetro de cálculo, é calculado através da fórmula de Manning-Strickler, para
escoamentos a meia secção:

Q3 8
D=
0,4980  K 3 8  i 3 16

D - Diâmetro interior de cálculo, [m]


3
Q - Caudal de cálculo, [m / s ]
i - Inclinação do ramal, [m / m]

K - Rugosidade da tubagem, [m
13
/ s −1 ]

4.6.Sifões
O diâmetro dos sifões, a instalar nos diferentes aparelhos e equipamentos sanitários, não
devem ser inferiores aos indicados no Anexo XVI do R.G.S.P.P.D.A.D.A.R., nem exceder os dos
respetivos ramais de descarga.
O fecho hídrico dos sifões não deve ser inferior a 50mm nem superior a 75mm. Devem ser
instalados verticalmente, de modo a manter-se o seu fecho hídrico, e colocados em locais acessíveis
para facilitar as operações de limpeza e manutenção.
Quando não incorporados nos aparelhos sanitários, os sifões devem ser instalados a uma
distância não superior a 3m daqueles.

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


4.7.Tubos de Queda
Os caudais de cálculo dos tubos de queda correspondem, aos caudais acumulados dos ramais
que neles convergem, tendo em conta a simultaneidade de utilização dos aparelhos, através da
fórmula que foi usada para os caudais de cálculo dos ramais não individuais.
O diâmetro nominal dos tubos de queda, não pode ser inferior ao maior dos diâmetros dos ramais
que nele confluem, com um mínimo de 50mm e com diâmetro constante ao longo do seu
desenvolvimento. Deve formar um único alinhamento reto. Devem ser prolongados com o mesmo
diâmetro até uma altura de 0,5m acima da cobertura, para assegurar a ventilação primária, e
protegida com rede para impedir a entrada de matérias sólidas e pequenos animais. O diâmetro
mínimo de cálculo, para que não seja exigida ventilação secundária é dado pela seguinte expressão:

Qc
Dmín =
2,5

Dmín - Diâmetro mínimo, [mm]


Qc - Caudal de cálculo, [l / m]

A taxa de ocupação nos tubos de queda, deve obedecer aos limites impostos pelo Anexo XVII,
do R.G.S.P.P.D.A.D.A.R., para que a ventilação primária, em conjunto com as regras anteriormente
descritas, seja verificada.

Tabela 2 - Taxas de ocupação de tubos de queda sem ventilação secundária

Diâmetro Taxa de
[mm] ocupação, ts
50 1/3
75 1/4
90 1/5
110 1/6
125 1/6
140 1/7
160 1/7
200 1/7
250 1/7

Os diâmetros interiores de cálculo, foram obtidos através da seguinte expressão empírica:

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


D = 4,4205  Qc3 8  t s−5 8

D - Diâmetro do tubo de queda, [mm]


Qc - Caudal de cálculo, [l / m]
t s - Taxa de ocupação
Os tubos de queda foram dimensionados para uma taxa de ocupação de 1/7.

4.8.Colectores Prediais
O diâmetro nominal dos coletores prediais, não pode ser inferior ao maior dos diâmetros das
canalizações a eles ligadas, com um mínimo de 100 mm. A sua secção não pode diminuir no sentido
do escoamento. Quanto à inclinação, esta deve situar-se entre 10 e 40 mm/m. O escoamento pode
ocorrer, no máximo, a meia secção.
No dimensionamento dos coletores prediais, foram considerados os caudais de cálculo, a
inclinação dos coletores e a rugosidade do material (PVC). Os coletores foram dimensionados,
considerando escoamento a meia secção.
Os caudais de cálculo são obtidos da mesma fórmula que foi usada para os tubos de queda e
ramais não individuais. Considerando os caudais acumulados das canalizações que neles convergem
e através da fórmula apresentada em baixo, é considerada a simultaneidade de funcionamento dos
aparelhos.

Qc = 7,3497  Qa0,5352

Qc - Caudal de cálculo, [l / min]


Q a - Caudal acumulado, [l / min]

Os diâmetros dos coletores foram obtidos pela fórmula de Manning-Strickler, para escoamento
a meia secção:
Q3 8
D=
0,4980  K 3 8  i 3 16

D - Diâmetro interior de cálculo, [m]


3
Q - Caudal de cálculo, [m / s ]
i - Inclinação do coletor, [m / m]

K - Rugosidade da tubagem, [m
13
/ s −1 ]

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Não deve existir nos coletores, qualquer dispositivo ou obstáculo que impeça a ventilação da rede
pública através da rede predial e o escoamento em superfície livre da rede predial para a rede púbica.

4.9.Câmaras de Inspeção
As câmaras de inspeção, devido a possuírem alturas inferiores a 1m, dispensam-se os
dispositivos de acesso. A dimensão mínima em planta das câmaras de inspeção, para alturas
inferiores a 1m, não deve ser inferiora 0,8 da sua altura, medida da soleira ao pavimento. As câmaras
consecutivas, não devem distar entre si mais de 15m. É obrigatória a implantação de câmaras de
visita nas confluências de coletores, em mudanças de direção, inclinação e de diâmetros, dos
coletores.

Tabela 3 - Características dimensionais das câmaras de inspeção

4.10.Câmara de Ramal de Ligação

O dimensionamento da câmara de ramal de ligação, é realizado, obedecendo às mesmas


regras que foram utilizadas para o dimensionamento das câmaras de inspeção. Não deve existir na
câmara de ramal de ligação, qualquer dispositivo ou obstáculo que impeça a ventilação da rede
pública através da rede predial e o escoamento em superfície livre da rede predial para a rede púbica.

4.11.Ramal de Ligação

As redes de drenagem de águas residuais domésticas dos edifícios abrangidos pela rede
pública, que é o caso do edifício em estudo, devem ser obrigatoriamente ligadas a esta por ramais
ligação.
O caudal de cálculo do ramal de ligação foi calculado da mesma forma que os caudais de cálculo
da rede de coletores. Considerando o caudal acumulado do coletor que nele converge e através da
fórmula apresentada em baixo, é considerada a simultaneidade de funcionamento dos aparelhos,
conhecendo-se assim o caudal de cálculo.

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Qc = 7,3497  Qa0,5352

Qc - Caudal de cálculo, [l / min]


Q a - Caudal acumulado, [l / min]

A inclinação do ramal de ligação não deve ser inferior a 10mm/m, sendo aconselhável que este
esteja entre 20 a 40 mm/m. O ramal de ligação do edifício foi dimensionado com 20mm/m de
inclinação.
A altura de escoamento não deve exceder meia secção, independentemente de o sistema
público ser separativo ou unitário.
O diâmetro nominal mínimo admitido nos ramais de ligação é de 125mm.

A inserção do ramal de ligação na rede de drenagem pública, de acordo com o Artigo 151˚ do
R.G.S.P.P.D.A.D.A.R., pode fazer-se:
• Nas câmaras de visita ou, direta ou indiretamente, nos coletores.
• A inserção direta dos ramais de ligação nos coletores só é admissível para diâmetros destes
últimos superiores a 500mm e deve fazer-se a um nível superior a dois terços de altura daquele.
• Por meio de forquilhas simples com um ângulo de incidência igual ou inferior a 67˚30’, sempre
no sentido do escoamento, de forma a evitar perturbações na veia líquida principal. Através da
aplicação um “tê”, desde que a altura da lâmina líquida do coletor se situe a nível inferior ao da lâmina
líquida do ramal.

Considerou-se que a inserção do ramal de ligação na rede pública é do tipo direto.

Ilustração 3 - Esquema da inserção do Ramal de Ligação na rede pública do tipo directo

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Não deve existir no ramal de ligação, qualquer dispositivo ou obstáculo que impeça a ventilação
da rede pública através da rede predial e o escoamento em superfície livre da rede predial para a rede
púbica.

5.Tubagem
No dimensionamento da rede de drenagem de água residuais, foi utilizada uma tabela de
diâmetros genéricos de tubagem (apresentada abaixo), pelo que alguns catálogos comerciais
possam apresentar pequenas variações em relação aos valores genéricos nos diâmetros interiores
de tubos com o mesmo diâmetro nominal. Optou-se por usar esta tabela, pela dificuldade em
arranjar catálogos comerciais com a totalidade dos valores e características necessárias ao
dimensionamento realizado.

Tabela 4 - Diâmetros genéricos de tubagem


Diâmetro
DN [mm]
interior [mm]
40 36,4
50 45,6
75 70,6
90 85,6
110 105,1
125 119,5

6.Ensaios de Rede
É obrigatória a realização de ensaios de estanquidade e de eficiência, para assegurar o correto
funcionamento da rede de drenagem de águas residuais.

6.1.Ensaio de estanquidade com ar ou fumo

Neste ensaio o sistema é submetido a uma injeção de ar ou fumo à pressão de 400 Pa, cerca de
40 mm de coluna de água, através de uma extremidade, obturando-se as restantes ou colocando
nelas sifões com o fecho hídrico regulamentar. Não se deve verificar qualquer variação de pressão,
durante pelo menos 15 minutos. No caso de ser utilizado ar em vez de fumo, deve adicionar-se
produto de cheiro ativo, como por exemplo hortelã, para facilitar a localização de fugas.

6.2.Ensaio com água

Neste ensaio submetem-se os coletores prediais a uma carga igual à resultante de eventual
obstrução. Tamponam-se os coletores e cada tubo de queda é cheio de água até à cota
correspondente à descarga do menos elevado dos aparelhos que nele descarregam. Nos coletores

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


prediais enterrados, através de um manómetro ligado à extremidade inferior tamponada, é medida
a pressão nesse local, não devendo apresentar abaixamento de pressão, pelo menos durante 15
minutos.

6.3.Ensaio de eficiência

O ensaio de eficiência corresponde à observação do comportamento dos sifões quanto a


fenómenos de auto sifonagem e sifonagem induzida, esta a observar em conformidade com o anexo
XXII.

Tabela 5 - Número de aparelhos em ensaios de eficiência (edifícios de utilização doméstica)

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


7.Bibliografia

- Decreto Regulamentar n.º 23/95, de Agosto.

- Sebenta da Unidade Curricular de Física e Tecnologia das Construções II, presente na plataforma
virtual.ipb, fornecida pela Docente Maria Isabel Abreu.

- Manual dos Sistemas Prediais de Distribuição e Drenagem de Águas, Vítor M. Ramos Pedroso,
LNEC 2000.

- Rodrigues, José Alves, Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de
Água e de Drenagem de Águas Residuais, Aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 23/95, de
Agosto, com Remissões Relativas à Integração dos Respetivos Artigos (R.G.S.P.P.D.A.D.A.R.),
Editora Rei dos Livros, 5.ªEdição (2004).

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Anexo I
– Tabelas de cálculo

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS


Anexo II
– Peças Desenhadas

PROJETO DE REDE DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS

Você também pode gostar