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RESUMO DA UNIDADE

O presente material busca apresentar elementos essenciais de um projeto de


mineração. A importância do conhecimento dos processos que englobam um projeto
de mineração mostra-se fundamental, sobretudo, pela necessidade de adequação
dos profissionais da área aos desafios impostos na exploração e tratamento de
minerais em função das novas tecnologias. Aliado a estas novas tecnologias, a
crescente preocupação com a preservação do meio ambiente também se apresenta
como ponto crucial na elaboração de um projeto de mineração, motivo pelo qual se
mostra necessário o estudo de todas as variáveis que possam influenciar de forma
positiva e/ou negativa nesta atividade. Para isso, a abordagem de um estudo de
caso servirá como fio condutor na análise de um projeto de mineração, como forma
de melhor visualizar a sua aplicabilidade no dia a dia no contexto do setor mineral.

Palavras-chave: Mineração; Exploração; Novas Tecnologias; Meio Ambiente;

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1
APRESENTAÇÃO DO MODULO .........................................................................................3
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO ...............................................................5
1.1 RECURSO E RESERVA MINERAL: ASPECTOS GERAIS E CONCEITOS
BÁSICOS...................................................................................................................................5
1.2 FASES DA ATIVIDADE MINERAL...................................................................... 10
1.3 MINERAÇÃO E SUSTENTABILIDADE .............................................................. 12
CAPÍTULO 2 – DO PLANEJAMENTO AO PROJETO.................................................. 20
2.1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA FRONT-END LOADING (FEL) .............. 20
2.2 DIMENSIONAMENTO DE FROTA ..................................................................... 25
2.3 PROJETO DE CAVA FINAL................................................................................. 27
2.4 MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO DA CAVA ........................................................... 29
2.4.1 Cones flutuantes..................................................................................................... 30
2.4.2 Algoritmo de Lerchs-Grossmann ......................................................................... 30
2.4.3 Parametrização Técnica de Reservas ................................................................ 33
CAPÍTULO 3 – PRODUÇÃO, FLUXO DE CAIXA, CUSTOS E INVESTIMENTOS . 35
3.1 PRODUÇÃO E PRINCIPAIS DEPÓSITOS DE MINERAÇÃO NO BRASIL . 35
3.2 FLUXO DE CAIXA ................................................................................................. 37
3.3 CUSTOS DE CAPITAL ......................................................................................... 40
3.4 CUSTOS OPERACIONAIS .................................................................................. 42
3.5 ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS ................................................................ 44
3.6 ELABORAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE ENGENHARIA DE MINAS......... 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 50
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 51

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APRESENTAÇÃO DO MODULO

É inegável que o constante desenvolvimento na indústria de mineração requ er,


cada vez mais, um maior aperfeiçoamento por parte dos profissionais envolvidos e
das empresas responsáveis, principalmente no que diz respeito a um maior
aproveitamento dos recursos disponíveis, aliado a investimentos e custos justos.
Nesse aspecto, o estudo do projeto de mineração é essencial para que haja o
correto conhecimento das etapas do processo, permitindo um melhor
aproveitamento dos recursos disponíveis, bem como estudos que auxiliam e
facilitam na redução de custos e desempenho dos processos de mineração.
Para isso, serão apresentadas informações básicas sobre as etapas para
elaboração de um projeto de mineração, bem como conceitos e técnicas mais
adequadas e pertinentes ao processo.
Com isso, espera-se que o leitor consiga reunir noções suficientes para
elaboração de um projeto de mineração, no intuito de perceber a real importância
desta fase, sendo esse processo inicial imprescindível para uma boa, correta e
adequada implementação de um empreendimento mineral.
Nesse aspecto, e considerando as características especificas e limitantes do
processo de mineração, é necessário que as técnicas empregadas na elaboração do
projeto de mineração permitam um maior aproveitamento destes recursos, de forma
que se tornem viáveis no atual contexto em que se inserem as atividades de
mineração, seja relativamente aos impactos ambientais, bem como economicamente
aos que investem nesta atividade.
Nas palavras do Professor Dr. Ítalo Gomes Gonçalves 1, “praticamente todos os
bens que consumimos no nosso dia a dia são oriundos da mineração. Os metais,
presentes tanto nos equipamentos eletrônicos como no aço que sustenta as
construções, têm origem em uma mina”.
Portanto, é inegável que a indústria mineral se apresenta como mais uma
forma de investimento disponível e que, dada sua importância, tem exigido cada vez

1 Coordenador do Curso de Mineração da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Projeto


Fosf ato. Disponível em: <http://projetof osf ato.com.br/mineracao -em-pauta-a-importancia-da-
mineracao/>

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mais projetos completos e com comprovada segurança, a fim de ver justificados os
riscos inerentes às atividades de mineração.
Para tanto, e no que se refere às técnicas de elaboração de um projeto de
mineração, serão abordados aspectos gerais, geotécnicos e econômicos
relacionados, bem como metodologias que auxiliem na análise e elaboração de
documentos que forneçam um panorama da sua viabilidade econômica e ambiental.

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO À MINERAÇÃO

1.1 RECURSO E RESERVA MINERAL: ASPECTOS GERAIS E CONCEITOS


BÁSICOS

Não é segredo que a economia desde os primórdios sempre teve uma intensa
relação com a extração mineral, sendo desde muito tempo a mineração um dos
setores que mais se destaca para a economia do país, pois, contribui de forma
decisiva para o desenvolvimento da sociedade.
No contexto das novas tecnologias e da crescente preocupação com a
preservação ambiental, a obtenção de matérias-primas por parte das indústrias na
exploração mineira tem buscado cada vez mais aperfeiçoamento e estudo quando
da utilização desses recursos, de forma que as normas obrigatórias ambientais
sejam cumpridas a rigor e que os métodos de exploração ocorram através de
práticas que diminuam significativamente os possíveis problemas.
No Brasil, a regulação da atividade de mineração é feita pela Agência Nacional
de Mineração (ANM). Sobre a Agência em questão, esta tem como missão “Gerir o
patrimônio mineral brasileiro, de forma social, ambiental e economicamente
sustentável, utilizando instrumentos de regulação em benefício da sociedade”.(ANM
s/d) Ainda:

“A Agência Nacional de Mineração - ANM que substitui o Departamento


Nacional de Produção Mineral - DNPM, é uma autarquia f ederal sob regime
especial, criada pela Lei número 13.575, de 26 de dezembro de 2017,
vinculada ao Ministério de Minas e Energia, dotada de personalidade
jurídica de direito público com autonomia patrimonial, administrativa e
f inanceira, tem sede e f oro em Brasília, Distrito Federal, e circunscrição em
todo o território nacional.
A ANM tem por f inalidade promover o planejamento e o f omento da
exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e
superintender as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral,
bem como assegurar, controlar e f iscalizar o exercício das atividades de
mineração em todo o território nacional, na f orma do que dispõem o Cód ig o
de Mineração, o Código de Águas Minerais, os respectivos regulament os e
a legislação que os complementa. (ANM s/d)

A importância da atividade de mineração no Brasil destaca-se, igualmente,


quando observado o cenário no qual está inserido, pois “O setor mineral – que
compreende as etapas de geologia, mineração e transformação mineral – é a base

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para diversas cadeias produtivas. Participa com 4,2% do PIB e 20% do total das
exportações brasileiras, gerando um milhão de empregos diretos, o equivalente a
8% dos empregos da indústria. O País destaca-se internacionalmente como produtor
de nióbio, minério de ferro, bauxita, manganês e vários outros bens minerais” (MME,
sd)
Dados de 2016 mostram que as substâncias da classe dos metálicos
responderam por cerca de 77% do valor total da produção mineral comercializada
brasileira. Dentre essas substâncias, oito correspondem a 98,6% do valor da
produção comercializada da classe, sendo elas: alumínio, cobre, estanho, ferro,
manganês, nióbio, níquel e ouro (Figura 1).

Figura 1 – Produção mineral comercial Brasileira.

Fonte: DNPM. Acesso em 2019.

Para que se entenda um projeto de mineração, faz-se necessária a


compreensão de institutos básicos da mineração, a saber: conceitos de recursos,
reservas minerais e outros termos que igualmente se relacionem com a atividade
mineral. Nas palavras de Jorge Kazuo (2001):

“Recursos e reservas minerais possuem def inições precisas, baseadas na


viabilidade econômica do bem mineral. Assim, as reservas f azem parte dos
recursos minerais que são viáveis economicamente no momento de sua

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determinação. Caso os parâmetros econômicos sejam alterados, as


reservas minerais podem voltar à classe de recursos minerais até que
retornem as condições f avoráveis, ou então permanecerão como recursos
geológicos.” (YAMANOTO, 2001 pg.34)

Ainda, segundo o autor, as principais classificações de reservas têm como


base, principalmente, sua confiança geológica e sua viabilidade econômica. Para
ele, “os recursos podem ser subdivididos em dois grupos: econômico e
subeconômico. Reservas são parte dos recursos econômicos que podem ser
lavrados e processados com lucro, enquanto os recursos subeconômicos não
podem ser lavrados com lucro sob as condições econômicas atuais.” (YAMANOTO,
1996 pg. 29)
Para Beck Nader, as “reservas minerais são as partes dos recursos minerais,
[…] que após a aplicação de todos os fatores de mineração, resultem em tonelagens
e categorias estimadas são a base de um projeto economicamente viável, após
considerar-se todos os fatores relevantes de processamento, metalúrgico,
econômico, de marketing, legal, ambiental, social e governamental.”
Relativamente aos fatores relevantes, comumente chamados de fatores
modificadores, são os fatores que podem influenciar e, consequentemente, afetar a
extração lucrativa, incluindo fatores de mineração, ambientais e sociais, por
exemplo.
Nesse mesmo contexto, a Comissão Brasileira de Recursos e Reservas
entende por recurso mineral e reserva mineral, respectivamente, como sendo:

“Um recurso mineral é uma concentração ou ocorrência de material sólido


de interesse econômico dentro ou na superf ície da crosta terrestre onde
f orma, teor ou qualidade e quantidade apresentem perspectivas razoáveis
de extração econômica. A localização, quantidade, teor ou qualidade,
continuidade ou outra característica geológica do Recurso Mineral são
conhecidos, estimados ou interpretados a partir de evidências e
conhecimento geológicos específicos, incluindo amostragem.”
[…]
“Uma Reserva Mineral é a parte economicamente lavrável de um Recurso
Mineral Medido e/ou Indicado. Isso inclui diluição e perdas que podem
ocorrer quando o material é lavrado ou extraído e é def inido
apropriadamente pelos estudos nos níveis de Pré-Viabilidade ou de
Viabilidade que incluem a aplicação de Fatores Modif icadores. Tais estud o s
demonstram que, no momento da declaração, sua extração pode ser
adequadamente justif icada. Deve-se demonstrar o ponto de ref erência no
qual as Reservas são def inidas. Normalmente é o ponto onde o minério é
entregue na planta de benef iciamento. É importante, em tod as as situações
onde esse ponto de ref erência é dif erente, tal como para um produto

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vendável, que inf ormações detalhadas garantam que o leitor seja totalment e
inf ormado sobre o que está sendo declarado.

Dessa forma, o estudo da mineração se reveste de características específicas


e especialmente relevantes quando da elaboração de um projeto de mineração,
sendo necessária uma análise detalhada que considere diversos fatores, objetivando
minimizar os riscos do empreendimento no contexto da atividade de min eração.
Os relatórios das empresas devem conter descrição sobre as características e
natureza da mineralização, apresentando informações relevantes referentes às
situação e características do depósito mineral, que podem influenciar no valor
econômico do depósito, reportando imediatamente qualquer alteração em seus
recursos ou reservas minerais.
A figura 2 mostra os termos para classificação do volume, dos teores e demais
parâmetros estimados, refletindo os diferentes níveis de confiança nas informações
geológicas e os diferentes graus de avaliações técnica econômica. Para Grossi e
Valente (2003) o detalhamento da classificação dos recursos e reservas minerais
são da seguinte forma:

Figura 2 - Classificação de recursos e reservas minerais.

Fonte: GEOKRIGAGEM (2018).

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Os parâmetros de classificação indicados na figura anterior são os adotados


no Brasil, por intermédio da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas – CBRR,
levando em consideração o grau de certeza crescente em inferido, indicado e
inferido. Neste ponto, destacamos que:

Os recursos minerais indicados e medidos podem ser convertidos em


reservas minerais prováveis e provadas, respectivamente, por meio da
aplicação dos f atores modif icadores. Estes f atores modif icadores incluem,
mas não se limitam a considerações sobre: a lavra, o processamento, a
metalurgia, a inf raestrutura, a economicidade, o mercado, os aspectos
legais, ambientais, sociais e governamentais (CBRR, 2016, p. 8).

Desta forma, os recursos minerais se classificam em:

Recurso Mineral Inferido é a parte do recurso mineral onde a tonelagem ou


volume, o teor e/ou qualidades e conteúdo mineral são estimados baseados em
amostragem limitada, com baixo nível de confiabilidade. Essa inferência é feita a
partir de informações satisfatórias (geológicas, geoquímicas ou geofísicas, sendo
utilizadas em conjunto ou separadas), aceitando, sem comprovação, que tenha
continuidade e persistência no teor e/ou qualidades, de forma que se tenha um
depósito de mérito econômico potencial. A pesquisa realizada não é detalhada e
pode incluir exposições naturais e artificiais (poços, galerias, trincheiras, e furos de
sonda).

Recurso Mineral Indicado é a parte do recurso mineral que a tonelagem ou


volume, o teor e/ou qualidades, morfologia, conteúdo mineral, parâmetros físicos e
continuidade estão estabelecidos, de forma que as estimativas realizadas são
confiáveis. Sendo assim, envolve pesquisa com amostragem direta em estações
(poços, afloramentos, galerias, trincheiras, e furos de sonda), adequadamente
espaçadas.

Recurso Mineral Medido é a parte do recurso mineral para a qual a tonelagem


ou volume, o teor e/ou qualidades, continuidade, morfologia, conteúdo mineral, e
parâmetros físicos são estabelecidos com elevado nível de confiabilidade. As
estimativas são suportadas por amostragem direta em retículo denso (trincheiras,

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afloramentos, galerias, poços e furos de sonda), de forma que se confirma a


permanência das propriedades.

Reserva Mineral Indicada é a parcela economicamente lavrável do Recurso


Mineral Indicado e, mais raramente, do Recurso Mineral Medido, para a qual a
viabilidade técnica e econômica foi demonstrada, incluindo perdas (e diluição) com a
lavra e o beneficiamento. Avaliações apropriadas, além da viabilidade técnica e
econômica, compreende elementos modificadores (fatores legais, ambientais e
sociais).

Reserva Mineral Medida é a parcela economicamente lavrável do recurso


mineral medido, incluindo perdas com a lavra e o beneficiamento, para a qual a
viabilidade técnica e econômica apresenta alto grau de confiabilidade nas
conclusões, pois, encontra-se muito bem estabelecida. Os estudos envolvem
análises de diversos elementos modificadores e comprovam que, na época em que
se reportaram as reservas, sua extração era claramente justificável, bem como
hipóteses adotadas para investimentos eram adequadas.
Sendo assim, serão abordadas questões mais específicas na elaboração de
um projeto de mineração, a fim de garantir a viabilidade de determinado
empreendimento.

1.2 FASES DA ATIVIDADE MINERAL

A mineração envolve procedimentos que vão desde a procura e descoberta de


ocorrências minerais com possível interesse econômico, até o reconhecimento do
seu tamanho, forma e valor econômico.
A atividade mineral compreende etapas anteriores a fase operacional ,
considerando que necessita de avaliações precisas e completas dos recursos
disponíveis, das reservas minerais, da otimização das cavas a fim de que se possa
analisar a real viabilidade – econômica e ambiental – da atividade de mineração.
Essas fases de avaliação e pesquisa são de extrema importância na análise de
existência ou não de interesse econômico, estabelecendo o valor econômico, assim

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como o tipo de empreendimento que esta atividade de mineração poderá suportar.


Sendo assim, a atividade de mineração pode apresentar cinco fases que estão
relacionadas entre si, complementando-se. São elas:
PROSPECÇÃO – que consiste na fase de localização e procura do bem
mineral, de forma que fiquem definidas as possíveis áreas com inídicios deste
material, a fim de que se possa definir a extensão dessa área.
EXPLORAÇÃO – sendo a fase que, após descoberto esse bem mineral,
busca-se compreender e conhecer suas características, a fim de que se possa
atribuir um valor econômico a esta ocorrência mineral.
DESENVOLVIMENTO – caracterizando-se pela fase na qual há toda a
preparação da jazida mineral, já conhecida e estudada, com o intuito de que a essa
esteja pronta para futura lavra.
LAVRA – sendo a fase pela qual tem-se o real aproveitamento econômico e
industrial da jazida mineral, motivo pelo qual há um conjunto de esforços de modo
que referida jazida tenha o devido beneficiamento mineral esperado.
RECUPERAÇÃO AMBIENTAL – E, por fim, a fase de recuperação ambiental
com o objetivo de preparação das terras que foram anteriormente degradadas pela
atividade de mineração, para que estas voltem em bom estado ao governo ou aos
particulares responsáveis.

Figura 3 – Fases da atividade de mineração

Fonte: Ministério de Minas e Energia (2019).

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É com a observância a estas fases que o processo da atividade de mineração


pode acontecer de forma responsável e adequada, sem que haja a degradação do
meio ambiente e sem que outros atores sejam prejudicados. São fases importantes
e que devem ser encaradas com o rigor necessário, a fim de que sejam garantidos
os princípios básicos do tratamento de mineração.
As fases de prospecção e pesquisa mineral poderão revelar dados promissores
para a futura lavra, se demonstrarem a existência de reservas econômicas capazes
de suportar um empreendimento de natureza industrial.
Com estas fases fecha-se o ciclo da mineração com responsabilidade
ambiental, passando a mineração a ser encarada como uma atividade meio e não
como atividade fim como era no passado.
A mineração engloba ainda o transporte, o processamento e a concentração
dos minérios e toda a infraestrutura necessária a estas operações, dando lugar aos
processos da metalurgia e da indústria transformadora.

1.3 MINERAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

Sem dúvida, a mineração movimenta fortemente a economia do nosso país,


sendo umas das principais atividades em relação à participação da indústria no
Prouto Interno Bruto (PIB) nacional. Isso porque o Brasil ainda é abundante em
resursos minerais, bem como possui um grande mercado para explorar e incentivar
a indústria extrativa mineral nas suas mais variadas formas e procedimentos.
Mas é inegável que a atividade de mineração provoca um conjunto de efeitos
não desejados e que, se não devidamente tratados, podem provocar impactos
ambientais irreversíveis. Os principais problemas originados da mineração, no Brasil,
podem ser divididos nas seguintes categorias: poluição da água, poluição do ar,
poluição sonora e subsidência do terreno.
Para exemplificar os impactos que a mineração pode causar ao meio
ambiente, podemos citar a tragédia ambiental ocorrida em 2015, quando houve o
rompimento da barragem do Fundão da mineradora Samarco, uma joint venture da
empresa brasileira Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, causando severos
prejuízos ambientais e humanos em grande escala.

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Sánchez (2002), agrupa os impactos ambientais da extração min eral sobre o


ecossistema em quatro categorias: a destruição de habitats, a sua fragmentação, a
alteração de suas características e os impactos diretos sobre a fauna, que são
originados da supressão da vegetação, do lançamento de cargas nocivas na água
ou no ar e do desencadeamento de processos erosivos (Figura 4).

Figura 4 - Etapas das atividades minerárias e os principais impactos ambientais negativos.

Fonte: Elaborada pela autora (2019).

Neste cenário, e devido a crescente preocupação com os impactos ambientais,


a atividade de mineração deve analisar, sobretudo, o aspecto da economia
ambiental no sentido de haver um maior controle das atividades degradadoras do
meio ambiente, a fim de que se harmonize o gerenciamento ambiental em conjunto
com a exploração mineral, que precisa deste avanço para continuidade e
perpetuação da atividade de extração nacional com qualidade e significativo
superávit econômico.
Conforme a figura 5, a mineração ocasiona um conjunto de consequências não
desejadas que podem ser denominadas de externalidades. No Brasil, algumas
dessas externalidades são: conflitos de uso do solo, alterações ambientais, geração
de áreas degradadas, depreciação de imóveis circunvizinhos e transtornos ao
tráfego urbano.

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Figura 5 – Impactos ambientais da mineração no Brasil.

Fonte: Farias (2002).

Nesse aspecto, há peculiaridades a serem consideradas quando do tratamen to


das concessões minerais e acompanhamento ambiental dessa atividade.
Há normas específicas e procedimentos a serem observados e cumpridos
como forma de facilitar o controle e fiscalização desse tipo de atividade.

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Entretanto, como é sabido, cada país tem a sua forma de lidar com a atividade
mineral. Sendo o Brasil um dos países que se referência quando o assunto é a
produção mineral, importante frisar, igualmente, o tratamento dado por outros países
que também se destacam nessa produção (Figura 6), como forma de analisar o
tratamento despendido na relação entre mineração e meio ambiente.
Tratando especificamente do Brasil, a Constituição Federal é pródiga ao
estabelecer e impor no artigo 225, § 2º que “àquele que explorar recursos minerais a
responsabilidade de recuperar os danos ambientais causados pela atividade de
mineração, consistente na obrigação de recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma de
lei.” Este dispositivo da nossa Constituição refere-se essencialmente à ordem social
e ao meio ambiente.
De maneira mais especifica, a matéria de Direito Mineral surgiu no Brasil em
1967, com regulamentos, legislação aplicada e outros assuntos peculiares
importantes para a atividade de minério. Assim, o Decreto-lei nº 227, que é
conhecido como Código da Mineração, sendo fiscalizado pelo Departamento
Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Ressalta-se que o Código de Mineração já passou por diversas alterações ao
longo do tempo, inclusive, bem recentemente, nos anos de 2018 e 2019, por
exemplo.
Apesar da previsão de normas como forma de atenuar os impactos causados
pela atividade de mineração, Carlos Eugênio Gomes Farias destaca os principais
problemas enfrentados relativamente às questões ambientais no que trata a
exploração de mineração brasileira, dada a dificuldade de aplicação da legislação
ambiental. São elas:
A legislação ambiental é relativamente recente, e, em mu itos casos, conflita
com a legislação mineral, datada em 1967, que estabelece prazos incompatíveis
com a legislação mineral;
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) vem estabelecendo várias
resoluções que, em diversos casos, estão aumentando as restrições à atividade
mineral. Vejamos os parâmetros de mineração e meio ambiente no Brasil e em
outros países na figura 6 a seguir:

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Figura 6 – Comparação da mineração e meio ambiente do Brasil com outros países.

Fonte: Farias (2002).

Melhor estruturação e aparelhamento dos órgãos federais, envolvidos no


licenciamento e na fiscalização, agregando um maior número de profissionais
especializados em mineração e meio ambiente. Sendo o DNPM e IBAMA os
principais órgãos federais envolvidos nessas atividades;
Os órgãos estaduais, os principais responsáveis pelo licenciamento e
fiscalização dos empreendimentos minerais, desde a fase de pesquisa até a lavra,
salvo raríssimas exceções, não dispõem de estrutura e nem de profissionais
qualificados em meio ambiente/mineração para o desempenho de suas atribuições.
Lembrando que, está tendo um esvaziamento do quadro desses profissionais devido
aos baixíssimos salários praticados. Essa situação é aumenta devido o aumento de
solicitações de licenças e fiscalizações;

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Vários empreendimentos de grande porte, pertencentes a empresas que


dispõem de recursos financeiros e técnicos para execução dos estudos ambientais
exigidos no licenciamento, que por diversas vezes sofre atrasos na liberação ou
renovação das competentes licenças, devido à falta de estrutura de análise dos
órgãos fiscalizadores e licenciadores;
Em vários Estados da Federação e diversas Prefeituras constata-se a
existência de mais de um órgão licenciador da atividade mineral, com legislações e
normas conflitantes entre si, ocasionando atrasos e prejuízos irreparáveis aos
empreendedores;
O Ministério Público, em diversos Estados, vem aumentando a sua atuação na
área ambiental, por conta das dificuldades de atuação dos órgãos fiscalizadores,
provocando assim, gravíssimos problemas ao minerador.
O Plano Nacional de Mineração também destaca a importância da
compatibilização da exploração mineral, com a devida observância às normas de
preservação ambiental, nomeadamente levando-se em consideração o gradativo
crescimento da demanda por bens minerais e consequente aumento da produção
mineral. Sobre essa questão, o Plano destaca que:

“Os órgãos f ederais, em particular o MME e o Ministério do Meio Ambiente


(MMA), vêm empreendendo esf orços no sentido de estab elecer uma
agenda comum quanto à criação de novas unidades de conservação,
licenciamento ambiental e outros tópicos relativos à mineração e meio
ambiente. A preservação ambiental deve ser considerada parte integrante
do processo de desenvolvimento sustentável, uma vez que esse
desenvolvimento só pode ser alcançado a partir da integração e sinergias
das dimensões ambiental, econômica e social.
A Lei nº 9.985/2000, que criou o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), proíbe expressamente a atividad e mineral nas
Unidades de Conservação de proteção integral e prevê regras para a
pesquisa e lavra nas unidades de uso sustentável. As Unidades de
Conservação de uso sustentável têm como objetivo compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais. No entanto, apesar de serem de uso sustentável, a
atividade mineral é expressamente proibida na Reserva Extrativista
(RESEX), motivo de questionamento jurídico nas outras.”

Para auxiliar na promoção de maior produção sustentável no setor mineral, o


referido Plano Nacional de Mineração estabelece algumas ações voltadas para esse
objetivo, no intuito de que as empresas responsáveis estejam cada vez mais
alinhadas às práticas sustentáveis necessárias, ao uso eficiente e consciente

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quando da exploração mineral. Dentre as ações, destacam-se, por ordem de


prioridade, as seguintes:
Articulação interministerial entre MME, MTE, MS e entidades empresariais e
dos trabalhadores do setor mineral para aprimorar os programas de saúde e
segurança ocupacional.
Apoio e incentivo à utilização mais eficiente de energia elétrica e térmica e
incentivo à minimização das emissões de Gases de Efeito Estufa na mineração e,
especialmente, na transformação mineral.
Medidas de apoio e incentivo à utilização mais eficiente dos recursos hídricos
nos processos produtivos, incluindo o tratamento de efluentes e o aumento da
recirculação da água, com levantamentos periódicos sobre o uso de água na
indústria mineral.
Promoção de inventário sobre minas abandonadas ou órfãs em todo o território
nacional, incluindo informações geológicas e dados sobre a mineralização,
objetivando criar um programa nacional para as áreas impactadas.
Apoio a medidas de acompanhamento, fiscalização e controle de barragens da
mineração.
Apoio a programas de incentivo à reciclagem, reuso e reaproveitamento dos
materiais provenientes de recursos minerais.
Apoio e incentivo à produção mais eficiente, com uso das melhores técnicas
disponíveis, na lavra, no beneficiamento e na transformação mineral.
Apoio e incentivo ao uso de biomassa oriunda de produção sustentável na
fabricação, por exemplo, de ferro gusa, ferro-ligas, cerâmicas e cimento.
Estímulo à inserção da mineração nos Planos Diretores Municipais,
especialmente a de bens minerais localizados nos perímetros urbanos, com
destaque para os agregados para construção civil e argilas para a fabricação de
cerâmicas.
Torna-se, por isso, extremamente necessário que a questão ambiental seja
levada em consideração quando da exploração de atividade mineral, para que esta
atividade alcance cada vez mais sustentabilidade, devendo a mineração Manter
intima correlação sempre com as questões ambientais.

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O estudo da mineração sob o fito do desenvolvimento sustentável apresenta-se


como questão necessária e urgente, não somente por parte do setor empresarial,
que explora a atividade mas, principalmente, pelos profissionais e órgãos
responsáveis, no sentido de fornecer critérios e parâmetros suficientemente claros e
precisos, a fim de minimizar cada vez mais os impactos sociais e ambientais
causados pela atividade mineral.

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CAPÍTULO 2 – DO PLANEJAMENTO AO PROJETO

2.1 INTRODUÇÃO À METODOLOGIA FRONT-END LOADING (FEL)

Ultrapassados definições e conceitos básicos necessários ao con hecimento da


atividade de mineração, bem como o estudo de suas fases e a importante e
fundamental relação entre esta exploração, com o tema da sustentabilidade
ambiental, passaremos agora a analisar de que forma se dá o planejamento
adequado, a fim de se obter um projeto de mineração.
O planejamento do projeto funciona como pilar para que as empresas e
organizações consigam atenuar os riscos inerentes à atividade de mineração. Isso
porque a partir de um bom planejamento é possível observar detalhes e suprir falhas
que os distanciam ainda mais de alcançar os objetivos do negócio.
No contexto do setor da mineração, em que os investimentos voltados a essa
atividade são muito altos, o planejamento do projeto torna-se ainda mais
fundamental, motivo pelo qual as empresas buscam cada vez mais aperfeiçoamen to
nos seus métodos e práticas utilizados, a fim de que o desenvolvimento dos seus
projetos alcancem cada vez mais sucesso com o melhoramento dos pontos fortes e
a identificação cada vez mais ágil dos pontos fracos.
Ainda, o setor de mineração vê-se diante de novas tecnologias que, se
utilizadas a seu favor, podem contribuir de forma positiva nos procedimentos e
práticas que viabilizem o planejamento dos seus projetos, assegurando maiores
chances de alcance de metas e objetivos, influenciando diretamente na lucratividade
do setor.
Segundo o guia do PMBOK (2009), o Gerenciamento de Projetos é definido
como sendo um conjunto coordenado de atividades, que tem como principal
objetivo, atingir as expectativas dos stakeholders diretos e indiretos, de forma
positiva ou negativa, durante ou após, a conclusão do mesmo.
Nessa perspectiva, um projeto de mineração pode ser trabalhado sobre o
método FEL – Front-End Loading, que pode ser entendido como “um conjunto de
processos muito utilizados em projetos de megaempreendimentos, tecnicamente
denominados de projetos de capital. Na maior parte das vezes, estes projetos

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necessitam de grandes investimentos e a metodologia FEL é utilizada com o intuito


de minimizar os riscos de investimentos não viáveis e sem atratividade para a
organização.”2
Para Batavia (2001) o FEL pode ser definido como uma etapa, onde ocorre
uma análise da organização e dos empreendimentos da mesma, em que essa etapa
deve ser executada anteriormente à fase de engen haria de detalhamento, visto que,
a função e o objetivo dessa, é contribuir para a formação de um plano detalhado de
engenharia, que resulte na execução das atividades com o mínimo de mudanças e
retrabalhos nas fases posteriores.
O FEL pode ser considerado um método de avaliação, análise e
desenvolvimento de projetos, visando minimizar os erros ocorridos no momento do
planejamento, reduzindo mudanças e retrabalhos no processo de execução. Ainda
assim, é um instrumento de auxílio ao gerenciamento de projetos de capital,
segmentado em etapas e, além disso, é uma ferramenta/metodologia que fornece
suporte técnico a toda equipe de gestão e que resulta em melhores custos.
Nessa metodologia, de acordo com o Research and Metrics Measuring Capital
Project (2004), as fases do seu ciclo evoluem à medida que vão sendo conhecidos
os requisitos do projeto, de forma a garantir um melhor planejamento de custos e
prazos, fator este de suma importância, levando-se em consideração a alta
complexidade e os altos custos do setor de mineração (Figura 7).

Figura 7 – Evolução do conhecimento diante a complexidade do projeto de mineração.

Fonte: Research and Metrics Measuring Capital Project (2004).

2NETO, João Carlos Araújo da Silva. Avaliação de Maturidade no g erenciamento de projetos em uma
empresa de mineração em minas gerais. Belo Horizonte, 2011.

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Ainda sobre essa metodologia, acrescenta Jorge Raggi 3 que “[…] O método
FEL da Pesquisa Mineral com as normas que sustentam transparência,
materialidade e competência na gestão pode dar condições aos investidores para
sentir mais segurança”. No desenvolvimento do FEL consideramos os modelos
Aversão a Riscos e Alavancagem de Riscos. No primeiro, a pesquisa mineral avança
e após a identificação de um depósito mineral inicia o projeto da produção. No
segundo, grande parte dos trabalhos são realizados em paralelo, aumentando os
riscos do investimento, mas buscando agilidade da produção. Segundo o autor:

“O método FEL – Front-End Loading tem os passos necessários para


implantação de projeto. As etapas evoluem à medida que os dados são
mais conhecidos, mais precisos, de f orma a garantir o planejamento de
qualidade, orçamento e prazo, reduzindo de um modo concreto e
monitorado as incertezas e consequentemente os riscos. FEL, “f unnel”,
f unil, é utilizado em empreendimentos que requerem grandes f luxos de
capital, com o objetivo de minimizar os riscos de investimentos em projet o s .
É possível uma def inição detalhada do escopo dos projetos alinhando -os
aos objetivos da empresa. Dessa f orma desenvolvem-se inf ormações
estratégicas com as quais os investidores podem enf rentar riscos e tomar
decisões para alocar recursos maximizando o potencial de resultados. O
FEL é principalmente uma elevação do nível de conhecimento e precisão na
análise dos riscos técnicos e econômicos de um projeto e pode ser aplicad o
em empreendimentos de qualquer ordem de valores de investimento.”

Basicamente essa metodologia é constituída de três etapas: FEL 1, FEL 2 e


FEL 3. A etapa inicial (FEL 1) tem a função de caracterizar os objetivos do
negócio/projeto, alinhando esses com as estratégias empresariais (RAMOS, 2006;
ROMERO & ANDERY, 2008). Já a segunda etapa (FEL 2) resu lta na escolha da
melhor alternativa apresentada na etapa anterior e do planejamento das instalações,
implicando em uma melhor definição do escopo e em um maior detalhamento do
projeto (FERREIRA, 2011) . Na etapa final (FEL 3), ocorre o refino das premissas
relacionadas aos fatores estruturais das alternativas de engenharia. Com essa
metodologia prepara-se o projeto para aprovação do seu escopo, de seu
cronograma de custos, de seus prazos (VALE, 2008).
Sendo assim, o ciclo de vida do método FEL é composto por níveis que, se
aprovados pelos responsáveis da empresa, possibilitam a continuidade do projeto
ou, em caso contrário, o seu interrompimento em caso de não aprovação. Na figura

3 RAGGI, Jorge. Gestão de Projetos de Mineração, 2014.

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8, 0 Research and Metrics Measuring Capital Project (2004) ilustra esses níveis da
seguinte forma:
Figura 8 – Processo de execução do FEL.

Fonte: Research and Metrics Measuring Capital Project (2004).

Dessa forma, depreende-se da imagem acima que a metodologia FEL – Front-


End Loading compreende os processos de:
Business Appraisal ou Avaliação do Negócio, que abarca os processos para
análise de alternativas para o projeto, cálculo financeiro de investimentos, como
retorno financeiro, etc. Este processo compreende a fase de FEL1;
Conceptual Planning ou Planejamento Conceitual, que consiste em u ma visão
do conceito do projeto antes de prosseguir para uma fase posterior, em que os
recursos financeiros do projeto comecem a ser gastos. Neste caso, este processo
representa a fase de FEL2;
Basic Project Planning ou Planejamento Básico do Projeto, que representa a
fase de FEL3, a partir do qual, o projeto, já em sua versão final para aprovação, é
apresentado para o corpo executivo da organização antes que se inicie a execução
do mesmo.

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Portanto, ultrapassado os processos acima descritos, em caso de aprovação


há o início da execução do projeto obedecendo as seguintes etapas:
Detailed Engineering ou Engenharia Detalhada, que representa o detalhamento
do projeto de engenharia para a construção;
Construction ou Construção, que compreende a construção e execução da
engenharia detalhada do projeto;
Startup and Turnover ou Início de Operação, quando é dada a partida do
produto do projeto;
Operations ou Operação, que compreende o início de operação do produto do
projeto.

Assim, nas palavras de Jorge Raggi, “a possibilidade de utilizar o método FEL,


principalmente na pesquisa mineral, permitiria uma comunicação factual com
investidores mostrando em que estágio se encontra um projeto que trabalha com as
incertezas que existem na natureza”.
Portanto, diante do conceito, características e aplicação prática das fases do
FEL, resta claro que em relação ao projeto, esta metodologia se identifica
perfeitamente com a exploração mineral, à medida que sua implantação será
realizada de acordo com a disposição e a proposta do projeto, podendo ser em
maior ou menor escala, tal como não é preciso que esteja presente em todas as
fases da exploração de minério, já que a principal característica do FEL é a sua
adaptação ao projeto, sem fazer com que ocorra a sua descaracterização.

SAIBA MAIS
“A Metodologia FEL caracteriza-se por fazer uso de documentações de engenharia
que compõem o chamado Gerenciamento do Técnico, onde se procura garantir qu e
o produto do projeto esteja dentro das especificações técnicas esperadas.
Adicionalmente, são utilizadas estratégia de execução, estimativas e planos de
custo e a preocupação com o alinhamento estratégico, que são itens que compõem
o Gerenciamento do Trabalho, onde o foco é a definição do plan o de execução do
projeto” (DUARTE, 2018).
Disponível em: https://www.gp4us.com.br/metodologia-fel/

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2.2 DIMENSIONAMENTO DE FROTA

Considerando tudo o que já foi exposto, é notório que o mercado da atividade


mineral pode proporcionar muito lucro. Entretanto, justamente por ser a mineração
uma atividade que necessita de um alto custo de investimento, há uma constante
busca pelo equilíbrio entre um aumento da produtividade e uma redução de custos.
Dessa forma, após o planejamento que, se aprovado, dá ensejo as operações
de mineração, há a necessidade de que as ferramentas e os métodos utilizados na
referida operação possam estar cada vez mais aperfeiçoados, a fim de contribuir na
atividade de mineração, melhorando o desempenho e reduzindo os custos.
Segundo Silva (2008), a seleção e a utilização dos equipamentos podem
frequentemente tornar uma operação mineira lucrativa ou inviabilizá-la e, em outros
casos ocorrer uma operação marginal.
Ainda de acordo com Silva (2008), para a definição do tipo de equipamentos e
sistemas a serem utilizados para o manuseio de minérios, a média ou longa
distâncias, diversos aspectos devem ser considerados e avaliados, entre os quais,
capacidade manuseada, distância de transporte, topografia do terreno, infraestrutura
disponível na região, interferências com o meio ambiente e economicidade.
Nesse aspecto, o estudo do dimensionamento da frota apresenta-se de grande
relevância uma vez que interfere sobremaneira nos custos envolvidos em
determinada operação de mineração, pois, representa parcela considerável dos
custos de uma mina.
Segundo Quevedo et al. (2009), o processo de carregamento e transporte tem
grande efeito no desempenho econômico de uma mina, uma vez que envolve um
alto custo de capital investido e custo operacional. Para ÇETIN (2004) este custo
elevado se deve ao grande investimento que se requer para aquisição de
equipamentos de carga e transporte, assim como outros recursos, tais como
pessoal, combustível e custo de manutenção dos equipamentos.
Sendo assim, o tipo, o número de equipamentos a serem utilizados e a
produtividade dependem dos seguintes fatores:
Porte dos empreendimentos: vida da mina, taxa de produção, método de lavra;

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Projeto de cava: altura das bancadas, largura das frentes de trabalho, diferença
de nível entre as frentes de lavra e o destino dos caminhões;
Tipos de rocha: características do minério e do estéril, como massa específica
“in-site, empolamento, umidade, resistência à escavação, grau de fragmentação;
Projeto de deposição do estéril:no local da forma de disposição do estéril;
Projetos das estradas: largura das estradas (recomenda-se uma largura
mínima de pista igual a 3,5 vezes a largura do caminhão, o que deixa uma faixa
igual a meio caminhão de largura entre os veículos que se cruzam e nas laterais.
Caso a faixa seja estreita, o motorista se sentirá inseguro e reduzirá a velocidade ao
se aproximar um veículo em sentido contrário), inclinação longitudinal das rampas
de acesso, raio de curvatura em trechos curvos, acabamento da superfície de
rolamento;
Planejamento de lavra: número de frentes simultâneas, relação estéril/minério,
frequência de deslocamento entre as frentes de lavra;
Destino do minério: distância, tipo, dimensões e taxa de produção do
equipamento que receberá o minério do caminhão, tais como britadores, silos, pilha
para lixiviação, entre outros.
Infraestrutura de apoio: recursos de manutenção, recursos para abastecimento,
comunicações, etc.;
Equipamentos para demais operações: manutenção das estradas e frentes de
lavra desmonte de minério e do estéril, etc.

Posto isso, para a definição da quantidade ideal de máquinas necessárias para


a execução de determinado serviço é necessário o conhecimento de alguns
conceitos básicos, quais sejam:
Frota – Frota é um conjunto de equipamento com características semelhantes
que executam atividades similar.
HP – Horas programadas, é o total de horas que um equipamento está
programado para trabalhar em um determinado intervalo.
HT – Horas trabalhadas, é o total de horas que um equipamento trabalhou em
um determinado intervalo.

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HM – Horas de manutenção, é o total de horas que um equipamento ficou em


manutenção dentro de um determinado intervalo.
HD – Horas disponíveis, é o total de horas que um equipamento fica disponível
para operação quando deduzido o tempo de manutenção.

HD = HP-HM

Segundo AMARAL (2008), a seleção de equipamentos para aplicações de


mineração não é um processo bem definido. Uma das razões para isso é que não há
duas minas com características idênticas que proporcionem as mesmas condições
para seleção dos equipamentos mais adequados. As características do minério,
condições climáticas e a disposição dos depósitos são algumas das variáveis que
podem diferir entre minas, mesmo essas contendo o mesmo tipo de minério.

2.3 PROJETO DE CAVA FINAL

Para alcançar o sucesso do empreendimento mineração deve-se utilizar o


Projeto de cava final, pois, é um elemento importante, uma vez que a definição do
projeto que fornece uma melhor rentabilidade e é feita por algoritmos de otimização.
A cava final é um projeto dinâmico que é influenciado pelo conhecimento geológico,
parâmetros geotécnicos e econômicos, aspectos tecnológicos e ambientais.
Abaixo (figura 9), verifica-se um modelo de cava final a partir do algoritmo de
Cones Flutuantes, através de um depósito de cobre e molibdênio.

Figura 9 - Modelo de cava final.

Fonte: Candido (2012).

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A definição dos limites finais da cava busca maximizar o lucro ao final da vida
útil da jazida, limitados pelos parâmetros técnico-econômicos do projeto. A partir da
definição deste limite, permitindo a locação da planta de beneficiamento,
infraestruturas de superfície, pilhas de material estéril e bacias de rejeitos evitando
remobilização após o início da operação e evitando assim custos desnecessários.
O modelo de blocos, é o método mais utilizado para retratar depósitos minerais
e nos métodos computadorizados, é a base para projetos de cava final, pois,
representa o corpo de minério e armazena informações para utilização no
planejamento de lavra.
Este modelo é a individualização de porções do depósito em uma
representação cartesiana. Dessa forma, se divide o minério em um conjunto de
blocos organizados de forma sistemática no espaço, permitindo que sejam feitas as
manipulações e análises necessárias para a fase de planejamento de lavra através
da sua indexação (Figura 10).

Figura 10 - Modelo de bloco.

Fonte: Candido (2012).

Nos métodos computadorizados, o modelo de blocos é a base para projetos de


cava final, pois, representa o corpo de minério e armazena informações para
utilização no planejamento de lavra.
Para se ter uma melhor rentabilidade, a definição do projeto é feita por
algoritmos de otimização, considerando um cenário econômico definido e que, a

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cada alteração deste, torna-se atrasado devendo ser reavaliado, uma vez que a
cada modelo do bloco são atribuídos valores econômicos. Valores esses que são
calculados a partir de uma função benefício que representa o valor líquido dos
blocos, onde considera as receitas e desconta os custos.

2.4 MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO DA CAVA

A mineração é uma das atividades mais antigas da humanidade e vem


evoluindo desde seus métodos de prospecção até o beneficiamento mineral. E o
desenvolvimento da engenharia de minas e da geotecnia, nas últimas décadas,
permitiu que a mineração pudesse alcançar altos patamares de explotação. Essa
evolução se fez necessária e beneficia tanto a fatores ambientais, quanto a fatores
econômicos.
Sendo assim, para se ter sucesso com o projeto de mineração, é necessário
fazer um planejamento da cava final, que tem por objetivo determinar os limites
finais de um corpo de minério associado a teor e tonelagem, maximizando alguns
critérios econômicos que satisfaçam os requisitos práticos operacionais.
Hustrulid (2006) conceitua cava ótima na mineração, como a cava final de u ma
lavra a céu aberto, que proporciona a receita máxima para a mineradora. O
processamento para obter a cava ótima para determinada reserva leva em
consideração muitos parâmetros, além de diferentes áreas de estudo, mas que
devem ser considerados simultaneamente. Pode-se citar:
PARÂMETROS ECONÔMICOS: considerando os custos de extração, custos
de processamento, custos de venda e preço de venda;
PARÂMETROS DA LAVRA: ângulos de talude, altura de bancada e diluição;
PARÂMETROS DA USINA DE BENEFICIAMENTO: recuperação metalúrgica
e teor de corte.

Os primeiros aspectos do planejamento a longo prazo são definir a cava final,


seu tamanho e forma no final de sua vida útil, através de diversas técnicas
computacionais para determinação da cava final. Dentre as técnicas computacionais
existem diversos algoritmos que foram desenvolvidos com o objetivo de alcançar a

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configuração final da cava ótima. Os métodos mais conhecidos e universalmente


empregados pela indústria mineral são:

2.4.1 Cones flutuantes


Cones flutuantes (Pana & Davey 1973) consiste no estudo econômico de
blocos minério e estéril que caem dentro de um cone invertido, o qual se move
sistematicamente através de uma matriz, com o vértice do cone ocupando,
sucessivamente, os centros dos blocos (Figura 11). A premissa básica do trabalho é
que os benefícios líquidos, obtidos pela lavra do minério que se encontra dentro do
cone devem superar os gastos de extrair o estéril existente no dito cone.

Figura 11 – Passos do algoritmo de cones flutuantes.

Fonte: Figueiredo e Pies (2015).

2.4.2 Algoritmo de Lerchs-Grossmann


Lerchs & Grossmann (1965) desenvolveram um algoritmo matemático exato
para determinar o limite final ótimo da cava, utilizando procedimentos de
programação dinâmica em duas dimensões (ALG 2-D). Este algoritmo garante
conseguir o maior benefício possível da exploração. Implementando-se facilmente
numa planilha de cálculo.

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Utilizando a técnica de programação dinâmica, Lerchs & Grossmann (1965)


desenvolveram, juntamente com um algoritmo de otimização bidimensional de
cavas, um tratamento algébrico para dividir jazida em blocos tecnológicos.
Esse algoritmo é derivado da Teoria dos Grafos e trata o problema por meio da
procura do fecho máximo em um grafo associado. Respeitando as restrições
pertinentes ao estudo e a partir do benefício associado de lavra de um bloco i,
representado por Bi, o benefício global pode ser otimizado como a busca da
combinatória de blocos que maximizem a somatória de Bi.
Para simplificar o entendimento método de Lerchs-Grossmann 2D utilizaremos
um exemplo. Segundo Guimarães (2007), supondo um corpo mineral, onde os
blocos estéreis tenham um valor (custo) de –4.000 unidades monetárias/bloco, e os
blocos de minério apresentem um valor de 12.000 unidades/bloco, e ainda um
ângulo de talude de 45 graus. Para cada bloco são atribuídos valores baseados em
parâmetros econômicos conforme a figura abaixo:

Figura 12 – Modelo de blocos inicial valorizado economicamente.

Fonte: Guimarães (2007).

Como observado, os blocos do limite do corpo mineral pertencem, tanto ao


domínio do minério, quanto ao domínio do estéril. Foi utilizado um valor médio para
a configuração apresentada a seguir:

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Figura 13 – Modelo de blocos econômico final.

Fonte: Guimarães (2007).

A posição dos blocos será denotada utilizando-se a notação (i,j) para


posicionar espacialmente os blocos, onde i representa a linha e j a coluna em que
um determinado bloco está localizado.
Por meio de operações de soma nas colunas existentes no modelo de blocos e
rotinas de procura de valores máximos, pode-se calcular o limite da cava final
conforme figura a seguir:

Figura 14 – Limite otimizado superposto ao modelo de blocos.

Fonte: Guimarães (2007).

Johnson & Sharp (1971) propôs uma evolução do algoritmo bidimensional de


Lerchs-Grossmann. Essa modificação é referida em Barnes (1982) como o algoritmo
2 ½ D, que considera um modelo tridimensional de blocos e analisa seção a seção
em 2D até encontrar o contorno da cava final.

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SAIBA MAIS
“Publicado em 1965, o algoritmo de Helmut Lerchs e Ingo Grossmann não tinha
condições de ser utilizado na época, devido à baixa capacidade dos computadores.
Sua primeira versão comercial foi lançada em 1986 pela Whittle Programming Ltd,
programada por Jeff Whittle na linguagem Fortran.” (NANTES, 2018).
Disponível em: https://geokrigagem.com.br/lerchs-grossmann-algoritmo/

Já o Algoritmo de Lerchs-Grossmann 3D é baseado no método da teoria dos


grafos e garante encontrar o desenho ótimo de explotação da cava em três
dimensões (ALG 3D), à margem da morfologia dos blocos utilizados na otimização
econômica. Assim, o ALG 3D funciona de forma análoga, porém, as restrições estão
nas três direções. Portanto, para cada bloco, é preciso analisar a combinação com
mais vizinhos, conforme a figura 15 abaixo:

Figura 15 – Restrições para Lerchs-GrossMann 3D.

Fonte: Research and Metrics Measuring Capital Project (2004).

2.4.3 Parametrização Técnica de Reservas


A Parametrização Técnica de Reservas (Matheron, 1975; François-Borgarçon
& Guibal 1982) foi concebida por Matheron, que separou a parametrização técnica
da avaliação econômica. Numa primeira etapa as geometrias são pré-selecionadas
e, posteriormente, são avaliadas do ponto de vista econômico/financeiro.

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O algoritmo que permite a aplicação desta técnica foi concebido por François-
Bongarçon & Marechal (1976) e é conhecido como o algoritmo de Bongarçon. A
parametrização técnica trabalha a partir do conteúdo metálico recuperável de cada
bloco de lavra e dos volumes de minério e estéril.

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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mec ânicos , i ncl usiv e fo toc ópias o u
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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CAPÍTULO 3 – PRODUÇÃO, FLUXO DE CAIXA, CUSTOS E INVESTIMENTOS

3.1 PRODUÇÃO E PRINCIPAIS DEPÓSITOS DE MINERAÇÃO NO BRASIL

Segundo dados de 2015 do DNPM (Departamento Nacional da Produção


Mineral), estão cadastradas no órgão 10.841 “minas”, incluindo toda e qualquer
substância mineral e de qualquer porte. Dessas, 98,1% representam produtos para a
construção civil (britas, areias, cascalhos, argilas), além de água mineral. Apenas
1,4% das 10.841 “minas” representam minas de commodities minerais de grande e
médio porte, ou seja, minas verdadeiras e significativas na concepção internacional.
O DNPM elenca as minas de acordo com a sua produção bruta em três
categorias de porte: grande porte, acima de 1 milhão t/ano; médio porte, entre 1
milhão t/ano e 100 mil t/ano; e pequeno porte, entre 100 mil t/ano e 10 mil t/ano.
Nesta síntese serão consideradas apenas as minas com mais de 100 mil t/ano
(grande e médio portes).
Dessa forma, são apenas 155 minas brasileiras de commodities minerais de
grande e médio portes: 57 de metais ferrosos (Fe e Mn), 21 de metais preciosos
(Au), 39 de metais base e outros (Ni, Al, Cu, Zn, Cr, Nb, Sn, Titânio-Ti e Wolfrâmio-
W) e 23 de não metálicos (Fosfato-P2O5, Caulim, Amianto, Potássio-K, Grafita, e
Magnesita), além de uma de Urânio-U. As minas nacionais de Carvão, embora
algumas sejam de grande e médio portes, não fazem parte do comércio
internacional de minérios. São minas de carvão de baixo poder calorífico, utilizado
essencialmente em termoelétricas no país. O Brasil é dependente do mercado
externo para carvão metalúrgico.
O Brasil, detentor de território com extensão continental e de notável
diversidade geológica propícia a existência de jazidas de vários minerais, algumas
de classe mundial, conquistou posição de destaque no cenário global, tanto em
reservas quanto em produção mineral, esta tendo atingido no ano de 2014 o valor de
US$ 40 bilhões, o que representou cerca de 5% do PIB Industrial do país.
No Comércio Exterior, a indústria extrativa mineral contribuiu com mais de US$
34 bilhões em exportações de minérios, sendo somente o minério de ferro
responsável por US$ 25,8 bilhões deste valor. Por outro lado, significativos

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investimentos precederam tal produção de bens minerais, os quais, para dar


continuidade à exploração e ao aproveitamento de novos depósitos minerais, são
estimados em US$ 53,6 bilhões no período 2014/2018 (IBRAIM, 2015). Portanto,
segue abaixo os principais depósitos minerais do Brasil.

Figura 16 – Principais depósitos minerais no Brasil.

Fonte: GEO - CONCEIÇÃO (2010).

Dados do Instituto Brasileiro de mineração (IBRAM) (2015) mostram que no


Brasil, os recursos minerais são expressivos e abrangem uma produção de 72
substâncias minerais, das quais 23 são metálicas, 45 não metálicas e 4 energéticas.
São 1.820 lavras garimpeiras; 830 complexos de água mineral; e 13.250
licenciamentos.

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Figura 17 – Minas em atividade no Brasil.

Fonte: DNPM (2015).

3.2 FLUXO DE CAIXA

Nas operações do dia a dia de uma empresa, a organização financeira é


fundamental, e para isso, o fluxo de caixa é um instrumento básico necessário para
o planejamento e o controle financeiro da mina. O fluxo de caixa é a diferença entre
as entradas e as saídas de caixa, associado a um projeto ou empreendimento,
durante um determinado período de tempo.
Em termos de avaliação econômica, é normalmente utilizado como unidade de
tempo o período de um ano. Sendo assim, os componentes e o cálculo do fluxo de
caixa deverão ser procedidos para cada ano da vida útil do projeto, de acordo com a
seguinte equação:

Fluxo De Caixa = Entrada De Caixa – Saída De Caixa

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Na mineração, para as entradas e saídas de um fluxo de caixa, Ferreira &


Andrade (2010) designam que:
“ENTRADAS:
receita pela venda de minério, concentrado, metal ou outro tipo de produto
mineral; valor recuperado pela venda de equipamentos usados;
retorno do capital de giro no f im da vida útil do empreendimento;
outras receitas não operacionais.
SAÍDAS:
despesas com aquisição de direitos minerários, royalties ou arrendamentos;
despesas com desenvolvimento da lavra (preparação para início da
produção);
investimentos para implantação da mina e usina de tratamento (máquinas,
equipamentos, obras de engenharia etc);
investimento de capital de giro (recursos para f azer f ace aos estoques e
despesas em geral, principalmente na f ase inicial de operação);
custos operacionais de lavra e tratamento (matérias -primas, água, energia,
manutenção de máquinas e equipamentos, salários, encargos sociais,
despesas administrativas etc);
impostos sobre a renda e circulação de mercadorias, compensação
f inanceira, COFINS, taxas e outros tributos.”

Para se calcular um fluxo de caixa, faz-se necessária uma longa lista de


elementos que, coletivamente, representam a diferença entre o sucesso e o fracasso
de uma empresa de mineração. Para exemplificar de uma maneira mais ordenada, o
quadro 1 a seguir lista os elementos necessários para o fluxo de caixa de uma
empresa de mineração, para o cálculo e verificação do saldo financeiro da empresa,
em relação ao período de tempo avaliado pelo elaborador do fluxo de caixa, que
geralmente é anual:
Quadro 1 - Discriminação

Fonte: ABEPRO apud FONSECA (2010).

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Durante período do fluxo de caixa o mesmo pode apresentar resultados


positivos ou negativos. Geralmente nos projetos de implantação, os períodos iniciais
podem ser negativos, por ser a fase de investimentos e maturação (Ferreira &
Andrade, 2010). E conforme se iniciam as vendas, os fluxos geralmente tornam-se
positivos. Na mineração, podem ocorrer casos de períodos negativos, que podem
ser ocasionados por alguns fatores como: expansão do projeto, modificação e
substituição de equipamentos.
Tais como: capital de giro, receita bruta, royalties, custos operacionais,
depreciação, amortização, exaustão real, receita tributável e payback (tempo
necessário de retorno do investimento).
Diante do que foi exposto, definir os custos e os investimentos de um projeto
de mineração, principalmente antes da implantação do mesmo, é uma tarefa árdua,
pois, diante do estudo de viabilidade econômica, o conhecimento dos custos
depende primordialmente da experiência de quem está elaborando o projeto.

Figura 19 - Modelo simplificado de apuração do fluxo de caixa.

Fonte: Ferreira & Andrade (2010).

A determinação da quantificação e qualificação dos custos é algo muito difícil


de fundamentar, pois, a mineração apresenta grande variabilidade devido aos
inúmeros tipos de bens minerais e seus respectivos métodos de aproveitamento.

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3.3 CUSTOS DE CAPITAL

Segundo Duchene (1993), pode-se estimar os investimentos de um projeto


através da analogia com as instalações existentes, através de cotações e através do
modelamento das principais atividades em função dos parâmetros mais adequados
(na etapa de pré-viabilidade).
Para D’Arrigo (2012), alguns parâmetros são essenciais para avaliação da
maioria dos itens de investimento, dentre eles:
• A produção diária de minério bruto para a mina subterrânea e para a
usina.
• A produção diária de minério + estéril para a mina a céu aberto.
• A tonelagem (ou o volume) de descobertura pré-lavra para a mina a céu
aberto.
• A seção e a profundidade dos poços.
• A dimensão das carregadeiras e caminhões para a mina a céu aberto.
• A dimensão dos stopes para os equipamentos da mina subterrânea.
• Índice de moabilidade para a britagem e moagem.
• Produtividade média para os efetivos.
• Os tipos de equipamentos objetivando o consumo de energia.

Como exemplo de custos de capital, segue um modelo que foi gerado pelo
software MAFMINE. O mesmo é um modelo de estimativa de custos em projetos de
mineração, em forma de um software voltado ao mercado brasileiro, com resultados
interessantes para projetos em fase de estudo conceitual (Figu ra 20).

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Figura 20 - Relatório de Custos de Capital gerado pelo MAFMINE.

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Fonte: D’Arrigo (2012).

3.4 CUSTOS OPERACIONAIS

Os custos operacionais são as despesas normalmente ligadas ao


funcionamento da explotação. Segundo Gentry e O'Neil (1984), pode-se estimar os
custos de operação por analogia com outras minas, ao menos para certas
operações, por modelamento de certas etapas em função de parâmetros pertinentes
e aplicação desses através de coeficientes admitidos ou também através da análise
detalhada do projeto.
Alguns parâmetros essenciais para a estimativa dos custos operacionais são
listados a seguir:
• A produtividade do pessoal nas diferentes operações em função do
equipamento utilizado, das condições da mina e da escala de produção.
• Os custos unitários de mão de obra (salários e encargos).
• O método de lavra para a mina.
• A rota de processo para a usina.

Esses parâmetros dão acesso aos custos diretos. Para os custos indiretos e
gerais são usados percentuais dos custos diretos ou de elementos do investimento,
tais como:
• Manutenção e reparos: 2 a 5 % do custo de consumíveis (materiais).

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• Custos indiretos: 10 a 30 % dos custos diretos.


• Custos gerais: 2 % das vendas ou faturamento.

Sendo assim, para Ferreira & Andrade (2010) é importante considerar as


seguintes classificações de custos:
• Custos Diretos - são diretamente proporcionais à quantidade produzida
(mão de obra, pessoal diretamente ligado à operação e com materiais,
energia, lubrificantes, reagentes químicos para tratamento, água,
explosivos, corpos moedores, peças de reposição dentre outros, à medida
que aumenta a produção, consequentemente, é necessário o au mento de
tais custos).
• Custos Indiretos - independem da produção realizada, ou seja, os custos
não variam com a oscilação da produção (custos com serviços
administrativos, vigilância, almoxarifado, escritórios, seguros, taxas, juros,
trabalhos gerais de preparação e de pesquisa, dentre outros).
• Custos Gerais – são considerados como despesas com comercialização,
serviços administrativos da central, serviços financeiros, dentre outros.

Como forma de melhor exemplificar e discriminar os principais custos na


mineração, destaca-se os seguintes: custos de administração (salários do pessoal
da engenharia, aluguéis de escritórios, luz, comunicações, treinamento de pessoal e
seguros), custos de comercialização (marketing e de vendas), capital de giro (capital
total), custos de produção (pessoal, material, impostos e taxas, energia elétrica,
aluguéis, serviços contratados, etc. Além dos serviços de extração, transporte
interno, beneficiamento do minério, estocagem, manuseio e carregamento) e custo
de transporte (bem mineral a ser explotado e beneficiado).
A exemplo de custos operacionais observe um modelo que foi gerado pelo
software MAFMINE:

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Figura 21 - Relatório de Custos Operacionais gerado pelo software MAFMINE.

Fonte: D’Arrigo (2012).

3.5 ESTIMATIVAS DE INVESTIMENTOS

O setor mineral é um dos que realiza os maiores investimentos privados no


Brasil. Segundo Ibraim (2015) a última apuração, período 2014 a 2018 é de US$
53,6 bilhões. Os Estados de MG e Pará concentram os maiores investimentos,
41,8% e 21,93%, respectivamente. Demais estados não listados possuem valores
menores que 3%, representando um total de 5,53% (Figura 21).

Figura 21 – Investimento por período 2014 a 2018 por estado brasileiro.

Fonte: IBRAM (2015).

Os primeiros estudos de viabilidade para algum projeto de mineração são


iniciados após a determinação das reservas interessantes de minério. Os estudos
têm a finalidade de mostrar se o investimento em detalhamento geológico,
planejamento de layout da mina, estudos metalúrgicos e outras atividades podem

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valer a pena. Segue uma tabela com estimativa de investimento no setor de


mineração.
Figura 22 - Investimentos conforme estudo conceitual.

Fonte D’Arrigo (2012).

3.6 ELABORAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE ENGENHARIA DE MINAS

A elaboração dos documentos de engenharia é de suma importância, pois, as


técnicas empregadas interferem diretamente no sucesso da mina.
Para isso, a elaboração dos projetos de mineração deverá abordar diversos
tópicos, dentre eles: sumário de equipamentos, fluxogramas, balanços e desenhos
de arranjo.
Além disso, deve-se ainda considerar aspectos gerais do projeto; engenharia
de projeto, mercado e avaliação de custo e de receita, uma vez que essas

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informações servem de base à montagem do fluxo de caixa e à avaliação econ ômica


do empreendimento.
Conforme o Ministério do Meio Ambiente (MMA) (2001), a extração mineral
compreende a “mineração”, cuja característica principal é o conhecimento do
jazimento mineral e o desenvolvimento da atividade de forma tecnicamente
planejada, em etapas sucessivas de pesquisa mineral, implantação, operação e
desativação, e o “garimpo”, extração mineral através de métodos rudimentares e
tradicionais, sem conhecimento do jazimento e sem projeto técnico específico.
Existem diversas formas de extração, incluindo os processos de pesquisa
mineral, lavra e beneficiamento;
• quanto aos minerais considerados, este manual aborda todos os minerais
metálicos, não metálicos e industriais, fertilizantes, carvão mineral,
minerais radioativos, gemas, água mineral, e agregados para a
construção civil.
• quanto ao beneficiamento mineral, considera-se todas as atividades até a
obtenção de um concentrado ou de um produto mineral bruto, ou seja:
britagem, peneiramento/lavagem, concentração por processos físicos ou
químicos.

Conforme o documento “Diretrizes Ambientais para o Setor Mineral” (MMA,


1997), Em termos técnicos, a atividade de extração mineral que é definida como
“mineração” engloba as atividades de pesquisa, lavra e beneficiamento de minerais,
e se caracteriza pela existência de um plano de aproveitamento econômico de um
corpo mineral conhecido. A atividade assim definida compreende três etapas, que
correspondem à implantação, operação e desativação. Neste sentido, a mineração
configura-se como uma forma de “uso temporário do solo”.
Para empreendimentos de mineração com significativo impacto ambiental de
âmbito nacional ou regional, a competência para efetuar o licenciamento ambiental é
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), órgão
federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

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Conforme o Decreto no 97.632/69, os empreendimentos de mineração estão


obrigados a submeter o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) à
aprovação do órgão estadual de meio ambiente competente (FARIAS, 2002).
A figura a seguir mostra as etapas de um empreendimento de mineração, com
documentação necessária, a correspondência entre estas e o processo de
licenciamento e inspeção ambiental.

Figura 23 - Correspondência entre as etapas de mineração, concessão mineral e licenciamento


ambiental.

Fonte: MMA (2001).

Na etapa de Pesquisa (planejamento), no setor mineral (Departamento


Nacional de Produção Mineral) são necessários os seguintes documentos: Plan o de
pesquisa com consistência dos trabalhos diante da avaliação pretendida; a
realização da pesquisa que deve conter levantamentos e estudos geológicos e de
engenharia; solicitação para lavra experimental com justificativas e plano para lavra
experimental; expedição de guia de utilização que autoriza a lavra experimental;
relatório de pesquisa com a documento de avaliação de viabilidade técnica e
econômica (conceitual); aprovação do relatório de pesquisa com concordância oficial

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à viabilidade técnica e econômica; elaboração do Plano de Aproveitamento


econômico com o projeto básico de engenharia.
Na mesma etapa e em paralelo ao setor mineral, são necessários documentos
para o setor ambiental (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente- IBAMA), sendo eles:
Termo de referência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) com a consistência dos
trabalhos ante a avaliação pretendida; Estudos e levantamentos do EIA com o
levantamentos e estudos ambientais; Plano de Controle Ambien tal (PCA) para
pesquisa mineral com a descrição dos sistemas de controle e reabilitação para lavra
experimental; Concessão de Licença de Operação para Pesquisa Mineral (LOP) qu e
autoriza a lavra experimental; EIA (Estudo de Impacto Ambiental), documento de
avaliação de viabilidade ambiental (conceitual); Concessão da Licença Prévia (LP)
com a concordância oficial à viabilidade ambiental; Elaboração do Plano de Controle
Ambiental (PCA) com projetos básicos ambientais, Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas - PRAD, planos de emergência e fechamento.
Assim, o Plano de Aproveitamento Econômico da jazida (PAE), o Plano de
Recuperação de Área Degradada (PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos
exigidos para a obtenção da Licença Prévia, cuja tramitação é concomitante ao do
pedido de concessão de lavra.
Para a etapa de implantação, no setor mineral (DNPM) é necessária a
Aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico que habilita a concessão de
lavra e, por conseguinte, a implantação do empreendimento. E no setor ambiental
Concessão da Licença de Instalação (LI) onde habilita a concessão de lavra e
autoriza a implantação do empreendimento. De acordo com as especificações
constantes do Plano de Controle Ambiental aprovado, a Licença de Instalação (LI) -
autoriza o início de implantação do empreendimento mineiro.
Na etapa de operação, no setor mineral, são necessários os documentos:
Concessão de lavra que autoriza o aproveitamento mineral (operação), os Relatórios
anuais de lavra (RAL) e fiscalizações com acompanhamento do aproveitamento do
jazimento dentro da técnica, das leis e das normas. Já no setor ambiental são
necessários a Concessão da Licença de Operação (LO) que autoriza a Operação do
empreendimento e o Relatório de monitoramento, renovação da LO, fiscalizações
com acompanhamento dos efeitos ambientais do empreendimento e garantia de

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atendimento a leis e normas e revisão do PRAD. De acordo com o previsto nas


Licenças Prévia e de Instalação, a Licença de Operação (LO) - autoriza, após as
verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seu s
equipamentos e instalações de controle de poluição.
Na etapa de fechamento (desativação) no setor mineral, são necessárias a
Solicitação de caducidade da concessão com documento comprovando exaustão do
jazimento ou inviabilidade do aproveitamento e a Aprovação da caducidade da
concessão que extingue a concessão, após vistoria e comprovação dos termos da
solicitação e do cumprimento do PRAD. Na mesma etapa, e para o setor ambiental,
são necessários o Plano de fechamento (incluindo PRAD) com documento de
planejamento do fechamento, incluindo PRAD – (Plano de Recuperação de Áreas
Degradadas) e “Descomissionamento ambiental” (procedimento não regulamentado)
com comprovação do cumprimento do plano de fechamento e do PRAD.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

FERREIRA, G. E.; ANDRADE, J. G. Elaboração e avaliação econômica de


projetos de mineração. In: Tratamento de minérios, 5.ed. Rio de Janeiro:
CETEM/MCT, 2010.

SILVA, N. C. S. Metodologia de planejamento de lavra incorporando riscos e


incertezas para a obtenção de resultados operacionais. 2008. 124p. Tese
(Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de
Engenharia de Minas e de Petróleo. São Paulo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento é essencial para que se tenha sucesso com o


empreendimento. A elaboração do projeto de mineração visa aumentar os valores
econômicos do empreendimento, uma vez que as diversas técnicas utilizadas para
elaboração do projeto de mineração são como uma estratégia para aumentar os
valores econômicos, considerando as restrições técnicas, ambientais, operacionais,
e de segurança.
Para construção um projeto de mineração é necessário que sejam
considerados diversos métodos para desenvolvimento de projetos, dentre eles, o
dimensionamento da frota e a cava ótima final, e aliada a isto, está a utilização dos
vários programas computacionais.
Além disso, o controle do fluxo de caixa e a estimativa de investimentos e os
custos de produção têm papel primordial para o sucesso do empreendimento de
minérios, uma vez que uma boa gestão é baseada na organização e no controle
financeiro. Portanto, o fluxo de caixa é importantíssimo na condução da empresa,
resultando no sucesso da mesma.

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REFERÊNCIAS

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FERREIRA, G. E.; ANDRADE, J. G. Elaboração e avaliação econômica de


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