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Publicação digital mensal do TCE-MT

Edição Consolidada: fevereiro/2014 a junho/2020


(Divulgação de enunciados de jurisprudência com teses identificadas em casos concretos)
Elaborado pela Consultoria Técnica do TCE-MT
E-mail: boletim_juris@tce.mt.gov.br

• Este Boletim consolida os enunciados de jurisprudência, com teses identificadas em


casos concretos, divulgados em todas as edições mensais anteriores, decorrentes dos
entendimentos proferidos nas Câmaras e no Tribunal Pleno do TCE/MT, selecionados
a partir da relevância das teses firmadas e identificadas, não substituindo a
publicação oficial das decisões e seus efeitos legais. O objetivo é propiciar ao
usuário, de forma mais simplificada, o conhecimento e o acompanhamento das
decisões de maior destaque do Tribunal, sendo que, para o aprofundamento, o
leitor pode acessar o inteiro teor da deliberação e os documentos processuais,
clicando no número do processo.
• Para facilitar a pesquisa do usuário, as teses estão dispostas em áreas temáticas
e subtemas, elencadas, em cada subtema, em ordem decrescente de data de
publicação, ou seja, do julgado mais recente para o mais antigo.
2 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

identidade organizacional

NEGÓCIO VALORES
Controle da gestão dos recursos públicos. Justiça: Pautar-se estritamente por princípios de
justiça, pela verdade e pela lei, com integridade,
MISSÃO equidade, coerência, impessoalidade e
Controlar a gestão dos recursos públicos do Estado imparcialidade.
e dos municípios de Mato Grosso, mediante Qualidade: Atuar com inovação e de forma
orientação, avaliação de desempenho, fiscalização ágil, tempestiva, efetiva, eficiente e eficaz, com
Rua Conselheiro Benjamin Duarte Monteiro, nº 1 e julgamento, contribuindo para a qualidade e a base em padrões de excelência de gestão e de
Centro Político e Administrativo
CEP: 78049-915 – Cuiabá-MT
efetividade dos serviços, no interesse da sociedade. controle.
+55 65 3613-7500 Profissionalismo: Atuar com base nos princípios
tce@tce.mt.gov.br VISÃO e valores éticos e de forma independente,
www.tce.mt.gov.br
Ser reconhecido como instituição essencial ao técnica, responsável, proativa, leal e
Horário de atendimento: regime democrático, atuando pela melhoria da comprometida com a identidade institucional e
8h às 18h, de segunda a sexta-feira.
qualidade da gestão pública e no combate à com o interesse público.
corrupção e ao desperdício. Transparência: Disponibilizar e comunicar
tempestivamente, em linguagem clara e de
fácil acesso, as ações, decisões e atos de gestão
do TCE-MT, bem como as informações dos
fiscalizados sob sua guarda, no interesse da
sociedade.
Consciência Cidadã: Estimular o exercício da
cidadania e do controle social da gestão pública.

EXPEDIENTE
elaboração
Consultoria Técnica corpo deliberativo
supervisão
Roberto Carlos Figueiredo
TRIBUNAL PLENO CONSELHEIROS
Secretário Geral de Controle Externo
Presidente Conselheiro Antonio Joaquim Moraes Rodrigues Neto
coordenação e elaboração Conselheiro Guilherme Antonio Maluf Conselheiro José Carlos Novelli
Natel Laudo da Silva
Vice-Presidente Conselheiro Valter Albano da Silva
Auditor Público Externo
Conselheiro Gonçalo Domingos de Campos Neto Conselheiro Waldir Júlio Teis
+55 65 3613-7583 Conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida
Corregedor-Geral
consultoria_tecnica@tce.mt.gov.br
Conselheiro Interino Moises Maciel
MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS
Ouvidor-Geral Procurador-Geral
Conselheiro Interino Isaias Lopes da Cunha Alisson Carvalho de Alencar
Integrantes Procurador-Geral Substituto
Conselheiro Interino João Batista de Camargo Júnior William de Almeida Brito Júnior
Conselheiro Interino Luiz Carlos Azevedo Costa
Procuradores de Contas
Pereira
Gustavo Coelho Deschamps
Conselheiro Interino Ronaldo Ribeiro de Oliveira
Getúlio Velasco Moreira Filho
Conselheiro Substituto junto a Presidência Luiz
Henrique Lima
Conselheira Substituta Jaqueline Maria Jacobsen
edição Marques
Secretaria de Comunicação Social
supervisão 1ª CÂMARA
Raoni Pedroso Ricci
Presidente
Secretário de Comunicação Social
Conselheiro Interino Luiz Carlos Pereira
projeto gráfico
Integrantes
Danilo Henrique Lobato
Coordenador da PubliContas Conselheiro Gonçalo Domingos de Campos Neto
Conselheiro Interino Moises Maciel
capa
Conselheira Substituta Jaqueline Maria Jacobsen
Rodrigo Canellas
Publicitário Marques
2ª CÂMARA
+55 65 3613-7561 Presidente
publicontas@tce.mt.gov.br Conselheiro Interino João Batista de Camargo Júnior
Integrantes
Conselheiro Interino Isaias Lopes da Cunha
Conselheiro Interino Ronaldo Ribeiro
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 3

SUMÁRIO

1. AGENTE POLÍTICO.............................................................................................................................................................8
2. CÂMARA MUNICIPAL.......................................................................................................................................................8
2.1. GESTÃO E CONTROLE INTERNO...…...............………………………………....…………………………………………….................8
2.2.OUVIDORIA………….............................................................………………………………………………….......……………............…….9
2.3. FOLHA DE PAGAMENTO…………………………………………………..............……………………………...…………………..............9
2.4. DUODÉCIMO….………………………....................................................................……………………………………...............9
2.5. DIÁRIAS E VERBA INDENIZATÓRIA………………………………………………………..............………………...……………............10
2.6. DESPESAS GERAIS……………………………………………………………………………………….................………………..............11
3. CONTABILIDADE...............................................................................................................................................................11
3.1.ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL..………………………………………………………………………..……….................………….............11
3.2.EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA..…………………………………………………………………….……………………...........................12
4. CONTRATO.....................................................................................................................................................................14
4.1. DISPOSIÇÕES GERAIS: FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO E RESCISÃO.…………….....…………………………............................14
4.2. CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA...…………………………......………………………............................15
4.3. CONTRATOS DE SERVIÇOS DE TERCEIROS..…………………………………………....………………………….............................15
4.4. CONTRATOS DE LOCAÇÃO..........…………………………………………………………..…………………………...........................16
4.5. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS.…………………………………....……………………............................17
4.6. PRORROGAÇÃO CONTRATUAL E SERVIÇOS DE NATUREZA CONTINUADA...….......…………......……………………..........18
4.7. ALTERAÇÃO CONTRATUAL…….............…………………………………………………………………….……………………............21
4.8. ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS..................……………………………....…………………….............22
4.9. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS………….............………………………………………………………..…………………………...........26
5. CONTROLE INTERNO.......................................................................................................................................................27
5.1. PESSOAL E ATUAÇÃO………………………………………………………...……………………………………………..........................27
5.2. CONTROLE EM SISTEMAS ADMINISTRATIVOS ESPECÍFICOS………....……………………………………………......................27
5.3. SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES………………………………………………....……………………………………..................................28
6. CONVÊNIO E INSTRUMENTOS SIMILARES........................................................................................................................31
6.1. DESIGNAÇÃO DE FISCAL…………………………………………………………...………………………………………........................31
6.2. EXECUÇÃO, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESSARCIMENTO DE VALORES….......………………………………….....................31
6.3. CONVÊNIO ENTRE MUNICÍPIOS E ESTADO……………………………………………....……………………………..........................33
6.4. TERMO DE FOMENTO..............................................................................................................................................33
7. DESPESA.........................................................................................................................................................................33
7.1. ADIANTAMENTO E VERBA INDENIZATÓRIA………………………………………….........………………………...........................33
7.2. DIÁRIAS…………………………………………………………………………………………..........……………………………..................34
4 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

SUMÁRIO
7.3. PAGAMENTO DE MULTAS E JUROS E RESSARCIMENTO AO ERÁRIO……………........……………………………....................35
7.4. DESPESAS GERAIS E SUA LEGITIMIDADE…………………………………………………........…………...............…….................36
7.5. LIQUIDAÇÃO DA DESPESA………………………………………………………………….….........……………………........................37
7.6. MEIO DE PAGAMENTO DA DESPESA……………...………………………………………….…………………………........................38
7.7. RESTOS A PAGAR E PAGAMENTO EM ORDEM CRONOLÓGICA……………………….....………………………….....................39
7.8. DESPESA E O ATENDIMENTO AO ART. 42 DA LRF………………………………………...…………………………........................41
8. DÍVIDA ATIVA.................................................................................................................................................................42
9. EDUCAÇÃO.....................................................................................................................................................................42
9.1. MÍNIMO CONSTITUCIONAL…………………………………………….................…………………………………………………........42
9.2. GASTOS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO………….....…………………………………….................43
9.3. FUNDEB 40%..........................................................................................................................................................43
9.4. JORNADA DE TRABALHO E PISO NACIONAL DOS PROFESSORES……………………......…………………………..................44
9.5. MERENDA ESCOLAR E NUTRICIONISTA………………………………………………...………………………………........................44
9.6. TRANSPORTE ESCOLAR…………………………………………………………………..………………………………..........................44
9.7. CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR (CDCE).................................................................................45
10. FUNDO ESPECIAL..........................................................................................................................................................45
11. LICITAÇÃO.....................................................................................................................................................................46
11.1. DISPOSIÇÕES GERAIS………………………..………………………………………………………………………….............................46
11.2. ENTIDADES PRIVADAS E OBEDIÊNCIA À LEI 8.666/93………………………………………………………….............................47
11.3. PROJETO BÁSICO……………………………………………………..………………………………………………….............................47
11.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO LICITADO………………………………...…………………………………………………….......................48
11.5. RESTRIÇÃO AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO…………………....……………………………..........…………...........49
11.6. VEDAÇÃO À PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA……......………………………………......…...........51
11.7. FORMAÇÃO DE PREÇOS DE REFERÊNCIA…………………………………………………....………………………..........................52
11.8. COMPRAS E SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS……………………………………….....………………………….......................54
11.9. ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS…………………………………………….....………………………...........…….............55
11.10. TOMADA DE PREÇOS……………………………………………………………………...……………………………..........................56
11.11. CONVITE…………………………………………………………………………………….................................................……….....56
11.12. LEILÃO……………………………………………………………………………………………….......................................................57
11.13. PARCELAMENTO DO OBJETO E FRACIONAMENTO DE DESPESAS…………………….....…………………….......................57
11.14. DISPENSA DE LICITAÇÃO………………………………………………………………………..………………………..........................59
11.15. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO………………………………………………………………...……………………...........................61
11.16. HABILITAÇÃO JURÍDICA…………………………………………………………………………..……………………...........................63
11.17. HABILITAÇÃO: REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA…………………………………...…………………….........................64
11.18. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO TÉCNICA……………………………………………………..……………………..........................65
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 5

SUMÁRIO
11.19. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA………………………………..……………………........................71
11.20. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS EM CONSÓRCIO………………………………....………………………………….......................72
11.21. PROCEDIMENTO E JULGAMENTO……………………………………………………………...……………....................................72
11.22. EMISSÃO DE PARECER JURÍDICO……………………………………………………………....……………………............................74
11.23. FRAUDE À LICITAÇÃO……………………………………………………………………………...……………………..........................75
11.24. TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS………………………………………….........................75
11.25. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS……………………………………………………………………………..............................76
11.26. PREGÃO…………………………………………………………………………………………………………………...............................76
12. PATRIMÔNIO.................................................................................................................................................................79
13. PESSOAL........................................................................................................................................................................81
13.1. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONCURSO PÚBLICO………………………………………………………………….............................81
13.2. ADMISSÃO DE PESSOAL: ADVOGADO PÚBLICO / ASSESSOR JURÍDICO…………………………......................................82
13.3. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONTADOR, TESOUREIRO E CONTROLADOR INTERNO………………………….......................84
13.4. ADMISSÃO DE PESSOAL EM ENTIDADES REPRESENTATIVAS………………………………………………..............................87
13.5. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA…………………………………………………………………………………….................................88
13.6. ADMISSÃO DE PESSOAL: CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA…………………………….......................89
13.7. ADMISSÃO DE PESSOAL: NEPOTISMO………………………………………………………………………………...........................91
13.8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: SERVIDORES…………………………………………………….................................94
13.9. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: AGENTES POLÍTICOS………………………………………………...........................98
13.10. JORNADA DE TRABALHO………………………………………………………………………………………………..........................99
13.11. DESPESA COM PESSOAL……………………………………………………………………………………………..............................100
13.12. ADICIONAIS E GRATIFICAÇÕES………………………………………………………………………………………...........................101
13.13. INDENIZAÇÃO ESPECIAL E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS…………………………………..………………….......................102
13.14. REMUNERAÇÃO: DISPOSIÇÕES GERAIS E COMPONENTES………………………………..…………………..........................102
13.15. SERVIÇOS DE TERCEIROS…………………………………………………………………………………………................................104
14. PLANEJAMENTO.........................................................................................................................................................105
14.1. PRAZOS PARA ENVIO DE PEÇAS DE PLANEJAMENTO……………………………………………....………………...................105
14.2. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)……………………………………………………………………..……………........................105
14.3. CRÉDITOS ADICIONAIS…………………………………………………………………………………………………...........................106
14.4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)……………………………………………………………………….........................108
15. PRESTAÇÃO DE CONTAS...............................................................................................................................................109
15.1. DEVER DE PRESTAR CONTAS: ENVIO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES…………………….......…………….................109
15.2. CONTAS DE GOVERNO……………………………………………………………………………………...……………........................110
15.3. CONVÊNIO ...........................................................................................................................................................110
15.4 CONCESSÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO E OUTRAS FORMAS DE REPASSE..................................................................111
6 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

SUMÁRIO
15.5. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS .........................................................................................................................................112
15.6. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL ...........................................................................................................................112
16. PREVIDÊNCIA ..............................................................................................................................................................113
16.1. DISPOSIÇÕES GERAIS............................................................................................................................................113
16.2. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA..........................................................................................................................114
16.3. APLICAÇÃO DE RECURSOS NO MERCADO FINANCEIRO......................................................................................... 115
16.4. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ........................................................................................................................ 116
16.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS................................................................................................................................116
17. PROCESSUAL ................................................................................................................................................................117
17.1. DISPOSIÇÕES GERAIS.............................................................................................................................................117
17.2. COMPETÊNCIA..................................................................................................................................................... 118
17.3. CITAÇÃO...............................................................................................................................................................122
17.4. REVELIA ...............................................................................................................................................................123
17.5. NULIDADE............................................................................................................................................................ 123
17.6. MOTIVAÇÃO EM PROCESSO DE CONTAS............................................................................................................... 124
17.7. CONTAS DE GESTÃO E DE GOVERNO..................................................................................................................... 124
17.8. DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES: NATUREZA JURÍDICA.................................................................................125
17.9. MEDIDA CAUTELAR...............................................................................................................................................126
17.10. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE........................................................................................................... 128
17.11. REPRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................129
17.12. PRESCRIÇÃO.........................................................................................................................................................131
17.13. SANÇÃO PECUNIÁRIA..........................................................................................................................................132
17.14. RECURSO ORDINÁRIO......................................................................................................................................... 135
17.15. RECURSOS: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.............................................................................................................135
17.16. RECURSOS: AGRAVO........................................................................................................................................... 138
17.17. PEDIDO DE RESCISÃO............................................................................................................................................139
17.18. PEDIDO DE REVISÃO DE PARECER PRÉVIO............................................................................................................. 141
17.19. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL.............................................................................................................................141
17.20. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO...............................................................................................................................141
18. RECEITA.......................................................................................................................................................................142
19. RESPONSABILIDADE....................................................................................................................................................143
19.1. DISPOSIÇÕES GERAIS………………………………………………………………………………………………….............................143
19.2. GESTOR PÚBLICO / CHEFE DE PODER………………………………………………………………………....................................144
19.3. ADVOGADO PÚBLICO / PARECERISTA JURÍDICO……………………………………………....……………………......................149
19.4. CONTADOR…………………………………………………………………………………………....................................................150
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 7

SUMÁRIO
19.5. CONTROLADOR INTERNO………………………………………………………………………………..……………….......................150
19.6. GESTOR E FISCAL DE CONTRATOS……………………………………………………………………....……………........................151
19.7. PREGOEIRO E MEMBROS DE COMISSÃO DE LICITAÇÃO………………………………………….....………………...................152
19.8. OUTROS AGENTES PÚBLICOS…………………………………………………………………………..………………........................154
19.9. ENVIO DE INFORMAÇÕES VIA SISTEMA INFORMATIZADO……………………………………….....……………….................155
19.10. EMPRESAS CONSTRUTORAS………………………………………………………………………..………………...........................156
19.11. EMPRESAS SUBCONTRATADAS……………………………………………………………………..………………............................157
19.12. SOLIDARIEDADE: AGENTE PÚBLICO E EMPRESA CONTRATADA…………………………….....………………......................157
19.13. SOLIDARIEDADE: AGENTES PÚBLICOS……………………………………………………………..………………..........................160
19.14. SOLIDARIEDADE: GESTOR PREVIDENCIÁRIO E TERCEIROS…………………………………....………………........................161
19.15. SOLIDARIEDADE: PESSOAS JURÍDICAS E SEUS ADMINISTRADORES………………………....……………….......................161
19.16. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS……………………………………………………………………..……………...........................161
19.17. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA……………………………………………...…………….........................163
19.18. DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR E CONTRATAR……………………………….....…………...........…….........164
20. SAÚDE........................................................................................................................................................................164
20.1. APLICAÇÃO MÍNIMA…………………………………………………………………………………………..……………......................164
20.2. MEDICAMENTOS…………………………………………………………………………………………….........................................164
20.3. SERVIÇOS MÉDICOS DE TERCEIROS…………………………………………………………………………...……..........................166
20.4. ESCALA MÉDICA……………………………………………………………………………………………………...…….......................166
21. TRANSPARÊNCIA.........................................................................................................................................................167
22. TRIBUTAÇÃO...............................................................................................................................................................169
22.1. PLANTA GENÉRICA DE VALORES……………………………………………………….............................................................169
22.2. IPTU……………………………………………………………………………………………………………………….............................170
22.3. ISSQN…………………………………………………………………………………………………………………..................................170
22.4.TAXAS………………………………………………………………………………………………………………………..........................................171
22.5. PASEP…………………………………………………………………………………………………………………..................................172
8 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

1. AGENTE POLÍTICO 2. CÂMARA MUNICIPAL


Agente Político. Prefeito. Reeleição. Desincompa- 2.1. GESTÃO E CONTROLE INTERNO
tibilização do cargo. Licença remunerada para ati-
vidade política. Câmara Municipal. Vereadores. Regulamentação
1. Não há necessidade de desincompatibilização do de critérios para descontos por ausências injusti-
cargo pelo prefeito municipal para se candidatar à ficadas.
reeleição, haja vista que o artigo 14, § 6º, da Cons- A Câmara Municipal deve editar ato normativo regula-
tituição Federal exige o afastamento definitivo ape- mentando as ausências injustificadas de vereadores nas
nas para a candidatura a outros cargos políticos. sessões ordinárias e respectivos critérios para descontos
2. O prefeito não tem direito à licença remunerada de valores nos subsídios mensais e para abono por faltas.
para concorrer a cargo eletivo, visto que não é ocu-
pante de cargo efetivo da Administração, não sendo (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
aplicado aos agentes políticos os mesmos direitos tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 193/2019-TP. Julgado
dos servidores efetivos. em 30/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/05/2019.
Processo nº 14.760-5/2018).
(Denúncia. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acór-
dão nº 776/2014-TP1. Julgado em 15/04/2014. Publicado no Câmara Municipal. Recolhimento ao PASEP.
DOC/TCE-MT em 24/04/2014. Processo nº 8.467-0/2013). Não compete às câmaras municipais o recolhimento
ao PASEP referente a seus servidores, por não gozarem de
Agente Político. Responsabilidade. Delegação de personalidade jurídica de direito público interno, mas sim
competência à comissão de concurso. às respectivas prefeituras municipais.
O dever de supervisão dos atos de seus subordinados
não configura presunção absoluta de responsabilidade do (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
gestor em relação a todos os atos praticados por comissão João Batista Camargo. Acórdão nº 278/2018-TP. Julgado
instituída para averiguar a legitimidade dos documentos em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/08/2018.
exigidos em edital de concurso público, o que tornaria inó- Processo nº 26.285-4/2017).
cuo o instituto da delegação de competência.
Câmara Municipal. Controle interno. Provimento
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- das funções de controlador interno. Integração à
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 15/2014- unidade de controle interno da prefeitura.
TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 1. As funções relacionadas ao controle interno da câ-
05/03/2014. Processo nº 16.677-4/2012). mara municipal devem ser exercidas por servidor
concursado investido em cargo público específico de
controlador interno, sendo irregular a designação de
servidor efetivo de outra carreira para o desempe-
nho dessas funções.
2. Com o intuito de evitar que o custo de admissão
de um controlador interno efetivo seja maior que o
benefício, tendo em vista a existência de limitação
orçamentária e financeira, a câmara municipal, com
base em alteração legal da estrutura do sistema de
controle interno municipal, pode integrar-se à uni-
dade de controle interno da prefeitura.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-

1 TP: Tribunal Pleno.


Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 9

to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 43/2014-PC2. Julgado em 2.3. FOLHA DE PAGAMENTO


20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
Processo nº 7.825-5/2013). Câmara Municipal. Limite. Folha de pagamento.
Encargos sociais e proventos de aposentadoria e
2.2. OUVIDORIA pensão.
1. Até 31/12/2014, os encargos sociais de responsabi-
Câmara Municipal. Sistema administrativo de ouvi- lidade da administração da câmara municipal, na
doria. Acúmulo das atividades de controle interno condição de empregadora, assim como os proventos
e ouvidoria. de aposentadoria e pensão suportados diretamente
Na câmara municipal em que há reduzida estrutura pelo orçamento dos legislativos municipais, devem
administrativa e recursos materiais e humanos precários, ser excluídos do total de gastos com folha de paga-
e em que se opte por um sistema administrativo próprio mento da câmara municipal para fins de apuração
de ouvidoria, é possível que o responsável pelo controle do limite previsto no artigo 29-A, § 1º, da CF/1988,
interno seja designado para responder pelas atividades de aplicando-se esse entendimento, previsto na Reso-
ouvidoria, tendo em vista seus conhecimentos acumulados lução de Consulta nº 66/2011 do TCE-MT, a todas as
para ouvir e auxiliar os demandantes, desde que não dei- contas de gestão das câmaras municipais anteriores
xe de desempenhar suas atribuições precípuas de controle a 2015.
interno. 2. A partir de 1/1/2015, os encargos sociais de responsa-
bilidade da administração da câmara municipal, na
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- condição de empregadora, assim como os proventos
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 1.935/2014-TP. Jul- de aposentadoria e pensão suportados diretamente
gado em 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em pelo orçamento dos legislativos municipais, devem
29/09/2014. Processo nº 8.245-7/2013). compor o total de gastos com folha de pagamento
da câmara municipal para fins de apuração do limite
Câmara Municipal. Sistema administrativo de ouvi- previsto no artigo 29-A, § 1º, da CF/1988, nos termos
doria municipal. Atendimento de todos os Poderes das Resoluções de Consulta nº 26/2013 e nº 09/2014
municipais. do TCE-MT.
É possível que a câmara municipal seja integrada a um
sistema de ouvidoria que funcione para o atendimento de (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
todos os Poderes municipais, principalmente no caso em quim. Acórdão nº 1.701/2015-TP. Julgado em 23/04/2015.
que o Legislativo municipal não dispõe de estrutura admi- Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. Processo nº
nistrativa suficiente e apresente escassos recursos mate- 11.594-0/2012).
riais e humanos para criar e implementar seu sistema de
ouvidoria, tendo em vista os princípios da razoabilidade, 2.4. DUODÉCIMO
eficiência e economicidade.
Câmara Municipal. Atraso no repasse do duodéci-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- mo. Período ínfimo.
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 1.935/2014-TP. Jul- O atraso injustificado do repasse financeiro mensal ao
gado em 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em Poder Legislativo pelo Poder Executivo municipal contraria
29/09/2014. Processo nº 8.245-7/2013). o art. 29-A, § 2º, II, da Constituição Federal, mesmo se
correspondente a um período considerado ínfimo, uma
vez que ofende o princípio da separação dos poderes (art.
2º, CF/1988), constituindo crime de responsabilidade do
prefeito, podendo a câmara municipal acionar o Judiciário
por meio de mandado de segurança para resguardar o seu
direito.

2 PC: Primeira Câmara. (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro José


10 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Carlos Novelli. Parecer Prévio nº 11/2014-TP. Julgado em


12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processo nº 7.698-8/2014). ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 510/2016-TP.
Julgado em 20/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
2.5. DIÁRIAS E VERBA INDENIZATÓRIA 28/09/2016. Processo nº 1.569-5/2016).

Câmara Municipal. Despesa. Verba indenizatória Câmara Municipal. Vereadores. Verba indenizató-
para custeio de gabinete. ria. Diárias. Cumulação.
As despesas com a manutenção de gabinetes de verea- A concessão de verba indenizatória a vereadores desti-
dores devem ser submetidas ao regular processo de pla- nada ao ressarcimento de despesas decorrentes de ativida-
nejamento e execução implementado pela administração des parlamentares dentro do Município e a concessão de
da Câmara Municipal, não sendo possível o custeio de tais diárias para indenizar gastos em viagens intermunicipais e
dispêndios por meio de pagamento de verba indenizatória interestaduais desses agentes políticos são institutos que
a esses agentes políticos, sob pena de se configurar despe- podem ser cumulados, tendo em vista terem fatos gera-
sas em duplicidade, bem como indevida descentralização dores distintos, desde que autorizadas em lei municipal.
orçamentária e financeira de gastos públicos.
(Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaqueline
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos Jacobsen. Acórdão nº 440/2015-TP. Julgado em 03/03/2015.
Novelli. Acórdão nº 19/2017-TP. Julgado em 07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº
Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. Processo nº 21.704-2/2014).
1.569-5/2016).
Câmara Municipal. Vereadores. Verba indenizató-
Câmara Municipal. Diárias. Concessão por lei es- ria. Especificação de despesas em lei municipal.
pecífica. Comprovação de gastos.
A autorização para concessão de diárias no âmbito da A lei municipal que dispõe sobre concessão de verba
Câmara Municipal deve ocorrer por meio de lei específica, de natureza indenizatória a vereadores deve especificar
sendo que somente a respectiva regulamentação pode quais despesas decorrentes de atividades parlamentares
estar prevista em ato normativo próprio, nos termos da suportadas diretamente pelos vereadores serão passíveis
Resolução de Consulta nº 01/2014 do TCE-MT. de ressarcimento, com intuito de se configurar um nexo
de causalidade entre as despesas e as atividades previstas
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- na lei, nos termos da Resolução de Consulta nº 29/2011 do
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 13/2017-TP. TCE-MT, sendo obrigatória a comprovação de gastos caso
Julgado em 07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em não haja previsão legal de dispensa de apresentação de
17/02/2017. Processo nº 14.264-6/2016). comprovantes de despesas.

Câmara Municipal. Despesa. Vereadores. Verba (Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaqueline
indenizatória. Verba de Gabinete. Jacobsen. Acórdão nº 440/2015-TP. Julgado em 03/03/2015.
1. O pagamento de verba indenizatória a vereadores Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº
possui amparo constitucional, tendo por finalida- 21.704-2/2014).
de o ressarcimento do agente político pelos gastos
eventualmente realizados para desempenhar suas Câmara Municipal. Processo Legislativo. Discussão
atividades parlamentares, conforme condições es- e aprovação de Lei. Verba indenizatória. Interesse
tabelecidas na Resolução de Consulta nº 29/2011 do particular descaracterizado.
TCE- MT. A discussão e aprovação de Lei, pelos vereadores, que
2. A criação de verba indenizatória para gabinetes (Ver- crie ou implante verba indenizatória relacionada com o
ba de Gabinete) fere os artigos 37, caput, da Cons- exercício da atividade parlamentar não caracteriza maté-
tituição Federal e 129 da Constituição do Estado de ria de manifesto interesse particular, mas, sim, de interesse
Mato Grosso. público, afeto à função legislativa do ente federativo.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 11

3. CONTABILIDADE
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 12/2014-
3.1. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
05/03/2014. Processo nº 16.689-8/2012). Contabilidade. Registros contábeis. Divergências.
Saldo ajustado de contas contábeis e saldo ajus-
2.6. DESPESAS GERAIS tado de banco.
1. Compete ao gestor municipal responsável, junta-
Câmara Municipal. Despesa. Fornecimento de uni-
mente com o setor contábil, efetuar o controle e o
forme aos servidores públicos.
registro fidedigno das demonstrações contábeis na
O fornecimento de uniforme aos servidores públicos da
elaboração da contabilidade do município, de ma-
câmara municipal é legítimo e atende ao interesse público,
neira a evitar divergências entre o saldo ajustado
sendo necessária a respectiva regulamentação por ato nor-
de contas contábeis e o saldo ajustado de banco.
mativo que discipline a concessão e a utilização desse ma-
Havendo divergências ou alterações, deverão ser
terial, nos termos dos requisitos mínimos disciplinados pela
respaldadas por documentos que as justifiquem, a
Resolução de Consulta do TCE-MT nº 23/2011, que visam
fim de que possíveis inconsistências não compro-
assegurar o uso, a guarda e a conservação dos uniformes,
metam o plano de trabalho aprovado e os limites
evitando desperdício de dinheiro público.
financeiros para a sua execução. 
2. A transparência e a veracidade das demonstrações
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
contábeis são elementos indispensáveis para uma
tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 206/2014-SC3.
Administração eficiente e proba, haja vista que elas
Julgado em 18/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
permitem o acompanhamento da execução orça-
04/12/2014. Processo nº 8.238-4/2013).
mentária, o levantamento dos balanços gerais, a
análise e a interpretação dos resultados econômicos
Câmara Municipal. Despesa. Publicação em veículo
e financeiros, bem como a verificação dos créditos
de comunicação. Promoção pessoal de vereadores.
adicionais autorizados.
A matéria publicada em veículo de comunicação con-
tendo nomes e imagens de vereadores, informações de
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
cunho político-partidário, a exemplo do número de manda-
tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 4/2020-TP.
tos e enaltecimento da atuação de cada agente político no
Julgado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
Legislativo municipal, além de informações pessoais como
11/03/2020. Processo nº 16.716-9/2018).
o tempo de residência no município e o nome do cônjuge
e filhos, configura promoção pessoal, em flagrante afronta
Contabilidade. Transferências intragovernamen-
ao art. 37, §1º, da Constituição Federal, uma vez que não se
tais. Ilegalidade do registro contábil como “Em-
trata de publicidade com caráter educativo, informativo ou
préstimos”.
de orientação social, possibilitando a determinação, pelo
É ilegal a transferência de recursos financeiros entre
Tribunal de Contas, de restituição de valores ao erário com
órgãos e entidades pertencentes ao mesmo Orçamento, a
recursos próprios do chefe do Legislativo.
título de empréstimos, tendo em vista que, em essência,
caracterizam Transferências Intragovernamentais e como
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
tais devem ser registradas contabilmente. A realização de
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 206/2014-SC. Julgado
Transferências Intragovernamentais, pelo Tesouro, deve
em 18/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/12/2014.
obedecer à vinculação/destinação fixada para a respectiva
Processo nº 8.238-4/2013).
origem dos recursos arrecadados.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José Car-


los Novelli. Acórdão nº 367/2017-TP. Julgado em 15/08/2017.
Publicado no DOC/TCE-MT em 24/08/2017. Processo nº
3 SC: Segunda Câmara. 2.518-6/2015).
12 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Contabilidade. Renúncia de receita. Registro con- 3.2. EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA


tábil.
A previsão, na Lei Orçamentária Anual, de renúncia de Contabilidade. Execução orçamentária. Atenuante
receita por meio de benefícios fiscais não afasta a obriga- de execução deficitária. Poder Legislativo. Repasse
toriedade de se proceder o devido registro contábil dessa de duodécimos.
renúncia. 1. A existência de déficit da execução orçamentária do
Poder Legislativo, causada pela ausência de repasse
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Domin- ou repasse a menor dos duodécimos devidos pelo
gos Neto. Acórdão nº 608/2016-TP. Julgado em 22/11/2016. Poder Executivo, constitui atenuante da irregulari-
Publicado no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. Processo nº dade, conforme Resolução Normativa 43/2013 do
2.756-1/2015). TCE/MT. 
2. A responsabilização dos gestores nos casos de exe-
Contabilidade. Precatórios. Evidenciação em De- cução orçamentária deficitária deve considerar “os
monstrações Contábeis. obstáculos e as dificuldades reais do gestor” e “as
Os precatórios judiciais não pagos durante a execução circunstâncias práticas que houverem imposto, limi-
do orçamento em que houverem sido incluídos integram tado ou condicionado a ação do agente”, nos termos
a dívida consolidada de cada ente federado, devendo sua do artigo 22, caput e § 1º, da LINDB.
movimentação ser evidenciada nas respectivas Demonstra-
ções Contábeis e nos Relatórios de Gestão Fiscal (§ 7º do (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
art. 30 c/c alínea “b”, I, do art. 55, da LRF). to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 27/2020-TP. Julgado em
22/04/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 13/05/2020.
(Contas Anuais de Governo do Estado. Relator: Con- Processo nº 8.317-8/2019).
selheiro José Carlos Novelli. Parecer Prévio nº 1/2016-TP.
Julgado em 13/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em Contabilidade. Resultado orçamentário deficitário.
20/06/2016. Processo nº 2.339-6/2015). Contingenciamento de despesas e da movimenta-
ção financeira.
Contabilidade. Receita orçamentária. Restituição A fim de se evitar que o resultado orçamentário se
de impostos. apresente deficitário ao final do exercício financeiro, é im-
A restituição de impostos promovida pela Adminis- prescindível que o chefe do Poder Executivo, nos termos
tração Pública em favor dos contribuintes que realizaram da LRF, segundo o princípio da gestão fiscal responsável
pagamentos a maior ou de forma indevida deve ser conta- (§ 1º do art. 1º), promova o acompanhamento do Relató-
bilizada como dedução de receita orçamentária e não como rio Resumido de Execução Orçamentária (art. 53, inciso III),
despesa orçamentária, de forma que os recebimentos inde- comparando as receitas realizadas com as previstas para
vidos e restituídos aos contribuintes não afetem o cálculo o período, adotando, se necessário, em caso de aquelas
da Receita Corrente Líquida. apresentarem baixa efetividade, especialmente as de trans-
ferências correntes, o contingenciamento das despesas e da
(Contas Anuais de Governo do Estado. Relator: Con- movimentação financeira (art. 9º, caput).
selheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº
6/2014-TP. Julgado em 27/06/2014. Publicado no DOC/ (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
TCE-MT em 17/07/2014. Processo nº 7.549-3/2014). tituto Moisés Maciel. Parecer Prévio nº 5/2020-TP. Julgado
em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/03/2020.
Processo nº 16.675-8/2018).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 13

Contabilidade. Apuração do resultado orçamentá-


rio. Cancelamento de RPNP e despesas empenha- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Do-
das não liquidadas. mingos Neto. Parecer Prévio nº 141/2014-TP. Julgado em
Para apuração do resultado orçamentário do ente fe- 02/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/12/2014.
derativo, não é possível desconsiderar, automaticamente, Processo nº 7.663-5/2014).
os Restos a Pagar Não Processados (RPNP) e as despesas
empenhadas não liquidadas cancelados no encerramento Contabilidade. Superávit financeiro de exercício
do exercício, sem que tal procedimento seja regularmente anterior. Compensação de déficit de execução or-
realizado mediante Decreto do Poder Executivo, contendo çamentária.
as devidas justificativas acerca dos motivos de cancelamen- O valor do superávit financeiro do exercício anterior, não
to, visando legitimar a providência adotada. utilizado como fonte de recurso financeiro para abertura
de créditos adicionais por meio de autorização legislativa,
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro não pode compensar o déficit de execução orçamentária
Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 41/2018-TP. Julgado do exercício corrente, nem representa fator atenuante ou
em 06/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/11/2018. excludente da irregularidade caracterizada por esse déficit.
Processo nº 23.676-4/2016).
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Do-
Contabilidade. Déficit de execução orçamentária. mingos Neto. Parecer Prévio nº 141/2014-TP. Julgado em
Atenuantes. 02/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/12/2014.
São fatores atenuantes da irregularidade configurada Processo nº 7.663-5/2014).
pela existência de déficit de execução orçamentária:
a. o valor do superávit financeiro apurado no balan- Contabilidade. Superávit financeiro do exercício
ço do exercício em análise; anterior. Déficit na execução orçamentária. Com-
b. os atrasos ou não recebimento de repasses finan-
pensação. Notas explicativas no balanço orçamen-
ceiros que estavam programados para o exercício
e que serviram de fonte de recursos para empe- tário.
nho de despesas; 1. O superávit financeiro apurado em balanço patrimo-
c. o saldo patrimonial do exercício em análise supe- nial de exercício anterior, utilizado como fonte de
rior ao do exercício anterior; e recursos para abertura de créditos adicionais, deve
d. o saldo das disponibilidades financeiras do exercí- ser computado no cálculo do resultado da execução
cio em análise, suficiente para pagar as respectivas orçamentária do exercício em referência, tendo em
obrigações. vista que a abertura e a execução de créditos adicio-
nais suportados por superávit financeiro implica na
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- existência de despesa realizada sem necessidade da
tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 58/2015-SC. Julgado arrecadação de receita orçamentária, sem, contudo,
em 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015. haver prejuízo ao princípio do equilíbrio de caixa es-
Processo nº 1.997-6/2014). tabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal.
2. Deve-se indicar, no balanço orçamentário, notas ex-
Contabilidade. Economia orçamentária. Déficit de plicativas que esclareçam a utilização de recursos
execução orçamentária. do superávit financeiro do exercício anterior, bem
A existência de economia orçamentária, resultante da como sua influência no resultado orçamentário do
diferença entre a despesa autorizada e a despesa realizada exercício corrente, além da apuração detalhada
(empenhada), indicando um gasto menor que o previsto, desses valores, de forma a possibilitar a correta
porém maior que a receita arrecadada, não exclui a irregu- interpretação das informações.
laridade caracterizada por déficit da execução orçamentária
(diferença negativa entre a receita orçamentária arrecadada (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
e a despesa orçamentária executada). tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 10/2014-TP.
Julgado em 08/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/07/2014. Processo nº 7.550-7/2014).
14 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

4. CONTRATO Contrato. Inexigibilidade de licitação. Quantitativo


do objeto contratual. Previsão legal.
4.1. DISPOSIÇÕES GERAIS: FORMALIZAÇÃO, EXE- O contrato administrativo e sua respectiva minuta con-
CUÇÃO E RESCISÃO tratual, decorrentes de inexigibilidade de licitação, devem
indicar claramente o quantitativo do objeto, mesmo que
Contrato. Rescisão amigável. Conveniência para tal indicação tenha ocorrido na estimativa de consumo que
Administração. Caso fortuito ou força maior. consta do processo administrativo de inexigibilidade, uma
Nos casos de rescisão amigável de contrato adminis- vez que o estabelecimento dos elementos característicos
trativo, a lei exige apenas que haja conveniência para a do objeto é exigência prevista no art. 55, I, da Lei 8.666/93.
Administração (art. 79, II, Lei 8.666/93), não sendo neces-
sário que se comprove a ocorrência de fato imprevisível ou (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
inevitável, todavia, a partir do momento em que a Admi- tonio Joaquim. Acórdão nº 1.381/2014-TP. Julgado em
nistração justifique rescisão contratual amigável com base 12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014.
em “caso fortuito” ou “força maior”, atrai para si o ônus de Processo nº 7.507-8/2013).
provar a ocorrência de tal causa.
Contrato. Realização de show ou evento artístico.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- Pagamento antecipado de parcela contratual. Ex-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 248/2019-TP. cepcionalidade. Cláusula contratual que assegure
Julgado em 14/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em cumprimento do objeto e fixação de multa.
31/05/2019. Processo nº 4.461-0/2017). É permitido o pagamento excepcional e antecipado
de parcela contratual referente à realização de show ou
Contrato. Formalização contratual. Necessidade de de evento artístico, uma vez que é praxe de mercado que
testemunha. alguns artistas ou prestadores de serviços desse ramo só
É desnecessária a exigência de testemunhas na formali- realizem shows ou eventos por meio de recebimento finan-
zação de contrato administrativo, tendo em vista o caráter ceiro adiantado. Porém, o ente contratante, por medida de
público desse instrumento, sendo suficiente o cumprimen- cautela, deve estabelecer cláusula no instrumento contra-
to das exigências previstas no artigo 61 da Lei nº 8.666/93. tual que assegure a prestação efetiva do serviço contratado
e a fixação de multa pelo descumprimento correlato.
(Contas de Gestão. Relator: Conselheiro José Carlos
Novelli. Acórdão nº 1.984/2015-TP. Julgado em 12/05/2015. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2015. Processo nº Ricardo. Acórdão nº 952/2014-TP. Julgado em 13/05/2014.
1.853-8/2014). Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014. Processo nº
7.621-0/2013).
Contrato. Execução contratual. Apresentação de
certidões por ocasião dos pagamentos.
O contratado deve apresentar as devidas certidões por
ocasião dos pagamentos referentes ao objeto executado,
tendo em vista que, nos termos da Lei de Licitações, deve
manter, durante a execução contratual, todas as condições
de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-


tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 44/2014-SC. Julgado
em 12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
Processo nº 7.196-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 15

4.2. CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGE-


NHARIA Contrato. Obras públicas. Garantia quinquenal.
1. A administração pública deve exigir das empre-
Contrato. Serviços de engenharia comuns. ART no sas contratadas a reparação e correção dos vícios,
CREA. defeitos e incorreções verificados dentro do prazo
Os serviços de engenharia, ainda que comuns, devem de garantia quinquenal da obra pública, tendo em
possuir Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) regis- vista o disposto no artigo 618 do Código Civil, arti-
trado no respectivo CREA, tendo como amparo a Resolução go 69 da Lei nº 8.666/93 e artigo 12 do Código de
n° 1.116/2019/Confea, a Norma ABNT 16280 e o Manual de Defesa do Consumidor.
Auditoria de Obras Públicas e Serviços de Engenharia do 2. A fiscalização da execução contratual e o rece-
Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas. bimento definitivo do objeto pela administração
não exime as empresas contratadas em garantir a
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- solidez, utilidade e segurança da obra pelo prazo
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 584/2019-TP. irredutível de cinco anos, salvo se houver exclu-
Julgado em 20/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em dente de culpabilidade que interrompa o nexo de
30/08/2019. Processo nº 23.769- 8/2016). causalidade entre as falhas construtivas detecta-
das e a responsabilidade da contratada.
Contrato. Obras. Necessidade de inspeções perió- 3. É recomendável que a administração regulamente
dicas. Garantia quinquenal. e elabore rigoroso plano de fiscalização das obras
A Administração Pública tem o dever de realizar ins- executadas, de forma a possibilitar inspeções téc-
peções técnicas periódicas durante e após o término das nicas periódicas durante o período de garantia, de
obras contratadas, de maneira a avaliar, tempestivamente, maneira a avaliar a qualidade, o desempenho, a
a qualidade, o desempenho, a durabilidade e a robustez durabilidade e a robustez da obra após sua con-
da construção e de providenciar as medidas corretivas e clusão, possibilitando a constatação tempestiva
responsabilizadoras que se fizerem necessárias, em conso- de vícios de construção porventura ocorridos e o
nância com o artigo 618 do Código Civil Brasileiro e a Orien- acionamento da empresa no prazo da garantia
tação Técnica nº 3/2011 do Instituto Brasileiro de Auditoria quinquenal.
de Obras Públicas (Ibraop).
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conselhei-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- ra Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 2.145/2015-
lheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 530/2016 TP. Julgado em 19/05/2015. Publicado no DOC/TCE-MT
-TP. Julgado em 27/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em em 01/06/2015. Processo nº 17.500-5/2010).
07/10/2016. Processo nº 19.250-3/2010).
Contrato. Obra e serviços de engenharia. Inclusão
Contrato. Obras e serviços de engenharia pagos e de materiais e equipamentos, não empregados na
não executados. Restituição. obra pública, no rol de serviços executados. Não
A realização de pagamentos por obras ou serviços de previsão editalícia e contratual. Liquidação irre-
engenharia não executados implica para o beneficiário, nos gular de despesa pública. Concessão de vantagem
termos do art. 884 do Código Civil, a obrigação de restitui- indevida.
ção ao erário do valor recebido indevidamente, tendo em Não havendo previsão expressa em edital de licitação
vista o seu enriquecimento sem causa, sob pena de deter- e em contrato, os materiais e equipamentos entregues e
minação de ressarcimento e aplicação de sanção pecuniária disponíveis para utilização em obras e serviços de engenha-
pelo Tribunal de Contas. ria não podem ser inclusos no rol de serviços executados
até que sejam efetivamente empregados na obra pública.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Primeiro, porque a inclusão de materiais e equipamentos
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 255/2015-PC. não empregados na obra configura liquidação irregular de
Julgado em 11/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em despesa pública, o que permitiria o pagamento antecipa-
03/12/2015. Processo nº 6.687-7/2011). do por serviços ainda não realizados. Segundo, porque a
16 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

ausência de previsão dessa forma de medição no edital de sem a necessária formalização e justificação do
licitação e no contrato caracteriza a concessão de vantagem aditivo, é irregular, caracterizando dano ao erário
indevida ao contratado. por inexecução contratual, ensejando determina-
ção de restituição de valores e aplicação de san-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ções por parte do TCE-MT.
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 728/2014-
TP. Julgado em 01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
15/04/2014. Processo nº 26.202-1/2013). Acórdão nº 304/2017-TP Julgado em 04/07/2017. Publicado
no DOC/TCE-MT em 13/07/2017. Processo nº 22.165-1/2015).
4.3. CONTRATOS DE SERVIÇOS DE TERCEIROS
Contrato. Terceirização. Cooperativa de Trabalho.
Contrato. Aquisição de software. Licença de uso e Contratação por hora prestada não se confunde
licença permanente. Formas de remuneração pela com contrato por “posto de serviço”.
prestação dos serviços de tecnologia da informa- Nas terceirizações lícitas de serviços, mediante a con-
ção. tratação de Cooperativas de Trabalho, as respectivas liqui-
1. A contratação de software na modalidade licença dações e pagamentos das despesas devem considerar os
de uso, em detrimento da aquisição da licença valores e os critérios de preço/unidade de medida definidos
permanente, sem fundamento adequado de sua na licitação e no contrato. A contratação realizada pelo cri-
escolha, bem como sem demonstração da sua tério de “hora de serviço prestada” não deve ser liquidada/
vantajosidade, incorre em ato antieconômico e paga considerando o critério “posto de serviço por mês”,
ineficiente do Poder Público. pois além de não corresponder ao parâmetro utilizado pa-
2. Nas contratações para a prestação de serviços de ra seleção da proposta vencedora no certame de origem,
tecnologia da informação, a remuneração deve este último apresenta na sua composição de custos horas
estar vinculada a resultados, e o pagamento por mensais “cheias” (incluindo: repouso semanal remunerado,
hora trabalhada ou por posto de serviço somente feriados e outros reflexos trabalhistas), podendo eventual
poderá ser admitido quando a excepcionalidade pagamento caracterizar-se como superfaturamento por
estiver prévia e adequadamente justificada nos quantidade.
respectivos processos.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- sé Carlos Novelli. Acórdão n° 221/2017-TP. Julgado em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 898/2019- 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017.
TP. Julgado em 10/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 17.010-0/2016).
29/01/2020. Processo nº 30.012-8/2018).
Contrato. Terceirização ilícita. Cooperativa de tra-
Contrato. Cessão ou locação de mão de obra. Redu- balho. Substituição de servidores efetivos.
ção de postos de serviços contratados. Possibilida- A contratação de serviços de Cooperativas de Trabalho
de mediante aditivo de supressão ou repactuação para suprir atividades típicas e finalísticas que devem ser
contratual. desenvolvidas por servidores efetivos, contempladas em
1. É irregular a redução do número de postos de ser- cargos inseridos em Planos de Cargos, Carreiras e Salários
viços pactuado em contratos de cessão ou locação de servidores (PCCS), viola o princípio do concurso público
de mão de obra, sem que haja a correspondente previsto no inciso II do art. 37 da CF/88.
diminuição do valor do contrato. É possível que
tal redução ocorra por meio de aditivos de supres- (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo-
sões ao contrato ou de aplicação do instituto da sé Carlos Novelli. Acórdão n° 221/2017-TP. Julgado em
repactuação, quando cabível. 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017.
2. A redução do número de postos de serviços pac- Processo nº 17.010-0/2016).
tuado em contrato como forma de compensação
por eventuais aumentos de custos do contratado,
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 17

Contrato. Serviços de terceiros. Prestação de ser- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 45/2017-
viços de enfermagem. Habilitação e inscrição de SC. Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
profissional no Conselho Regional de Enfermagem. 31/10/2017. Processo nº 10.019-6/2016).
A contratação de terceiros para prestação de serviços
de enfermagem deve se pautar pela exigência de profis- Contrato. “Locação com doação ao final”. Dissimu-
sional legalmente habilitado e inscrito no Conselho Regio- lação de Contrato de Compra e Venda. Operação
nal de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre a de Crédito.
execução do serviço, nos termos do art. 2º da Lei Federal 1. A aquisição financiada de bens, realizada mediante
7.498/1986, sob pena de aplicação de multa pelo Tribunal a celebração de “contrato de locação com doação
de Contas ao gestor responsável pela contratação ilegal. ao final”, equipara-se a uma operação de crédito
(art. 29 da LRF), bem como constitui dissimulação
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- do negócio jurídico de fato (contrato de compra e
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.554/2014-TP. Julgado venda a prazo), sendo nulo o ajuste dissimulado.
em 29/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. 2. O “contrato de locação com doação ao final” não
Processo nº 7.553-1/2013). se equipara ao arrendamento mercantil financei-
ro (leasing financeiro). Este tipo de instrumento
Contrato. Assessoramento contábil. Serviços dis- financeiro (leasing), somente pode ser contratado
tintos das atribuições do cargo de contador efe- de pessoas jurídicas que tenham como objeto prin-
tivo. cipal de sua atividade a prática de operações de
É legal a contratação de serviços de assessoramento arrendamento mercantil, de bancos múltiplos com
contábil quando o objeto do contrato incluir serviços carteira de arrendamento mercantil e de institui-
distintos das atribuições operacionais previstas para o ções financeiras, observadas as regras estabeleci-
cargo efetivo de contador, ou seja, a contratação não pode das pelo Banco Central do Brasil - BCB (Resolução
abarcar os serviços de natureza contínua e permanente nº 2.309/96 do BCB).
afetos à competência do contador.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- lheiro Moisés Maciel. Acórdão nº 452/2016-TP. Julgado em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 14/2014 23/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2016.
-SC. Julgado em 13/05/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 9.092-1/2014).
27/05/2014. Processo nº 20.340-8/2013).
Contrato. Renovação de contrato de locação de
imóvel. Laudo de reajustamento oficial. Documen-
4.4. CONTRATOS DE LOCAÇÃO tação obrigatória.
O laudo de reajustamento oficial é documentação obri-
Contrato. Locação de imóvel. Aumento de valor. gatória na renovação de contrato de locação de imóvel pela
Ausência de justificativa e previsão contratual. Administração Pública, a fim de se comprovar se o preço
Superfaturamento. Restituição e multa. cobrado está compatível com o valor de mercado e se é
O aumento de valor contratual de locação de imóvel, vantajoso para a administração.
realizado pela Administração sem justificativa e previsão
contratual, em contrariedade aos artigos 55, inciso III, e 66 (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
da Lei nº 8.666/1993, configura superfaturamento e enri- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 790/2014-TP. Julgado em
quecimento sem causa por parte do contratado (art. 884, 29/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/05/2014.
Código Civil), podendo ensejar determinação de restituição Processo nº 7.330-0/2013).
do montante indevido, atualizado monetariamente, e de
aplicação de multa sobre o valor do dano ao erário pelo
Tribunal de Contas.

(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-


18 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

4.5. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚ- atividades rotineiras da Administração.


BLICOS
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Contrato. Concessão de serviço de saneamento. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 21/2018-PC.
Controle por agência reguladora. Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Na hipótese de concessão do serviço de saneamento 12/04/2018. Processo nº 14.767-2/2016).
(abastecimento de água e esgotamento sanitário), a Ad-
ministração Pública deve criar controle estatal por meio de Contrato. Prorrogação contratual. Aquisição de
agência que regule e fiscalize o serviço público concedido, combustível.
nos termos do art. 11, inciso III, da Lei Federal 11.445/2007. A aquisição de combustível caracteriza-se como com-
pra de material de consumo e não prestação de serviços,
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- devendo o respectivo contrato ter duração adstrita à vigên-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 36/2018-PC. cia dos respectivos créditos orçamentários, não cabendo
Julgado em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em a hipótese de prorrogação prevista no art. 57, II, da Lei nº
17/08/2018. Processo nº 16.046-6/2017). 8.666/93.

(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-


4.6. PRORROGAÇÃO CONTRATUAL E SERVIÇOS DE
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 428/2017-TP. Julgado
NATUREZA CONTINUADA
em 03/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2017.
Processo nº 12.571-7/2016).
Contrato. Prorrogação. Vantajosidade econômica.
1. Na prorrogação de contratos de serviços de na-
tureza continuada, a Administração deve realizar
Contrato. Prorrogação. Serviços de publicidade ins-
avaliação antecipada com intuito de comprovar a
titucional da Câmara Municipal.
Os serviços de publicidade institucional de programas,
vantajosidade econômica. Trata-se de norma de
obras, serviços e campanhas de orientação social ou de
natureza cogente, caracterizada como ato vincu-
caráter informativo contratados pela Câmara Municipal po-
lado, relacionado com os princípios da legalidade,
dem, mediante atendimento do interesse público no caso
moralidade, publicidade, eficiência e, especial-
concreto, ser considerados como de natureza contínua,
mente, motivação.
sendo possível, neste caso, a prorrogação contratual nos
2. Há necessidade de comprovação da vantajosidade
termos do art. 57, II, da Lei nº 8.666/1993.
econômica, por meio de estudos técnicos e finan-
ceiros, mesmo que haja prorrogação contratual
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
sem reajuste de valores, com reajuste baseado
Acórdão nº 404/2017-TP. Julgado em 05/09/2017. Publica-
em variações abaixo do índice de inflação ou com
do no DOC/TCE-MT em 28/09/2017. Processo nº 8.089-
decréscimo do preço contratado.
6/2013).
(Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
tituta Jaqueline Jacobsen Marques. Acórdão nº 58/2018-
Contrato. Prorrogação. Publicidade e propaganda
PC. Julgado em 29/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
institucional.
Os contratos de publicidade e propaganda institucio-
21/09/2018. Processo nº 19.785-8/2016).
nal de atos, programas governamentais, informações de
interesse público e orientações aos munícipes não podem
Contrato. Prorrogação contratual. Assessoria con-
ser prorrogados com fundamento no art. 57, II, da Lei nº
tábil e administrativa.
8.666/93, tendo em vista que seu objeto não se enquadra
Os contratos de assessoria contábil e administrativa não
na categoria de serviços de natureza continuada.
podem ser prorrogados com fundamento no artigo 57, II,
da Lei nº 8.666/93, tendo em vista que seu objeto não se (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
enquadra na categoria de serviços de natureza continuada, tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 141/2016-SC. Julgado
que são aqueles serviços essenciais, de caráter permanen- em 19/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/11/2016.
te, cuja interrupção pode comprometer a continuidade das Processo nº 2.049-4/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 19

Contrato. Prorrogação contratual. Fornecimento de Contrato. Serviços de natureza continuada. Moni-


combustíveis. toramento de velocidade em vias públicas e detec-
O fornecimento de combustíveis caracteriza-se como ção de infrações de trânsito.
venda de material de consumo e não prestação de serviços, O serviço de monitoramento de velocidade em vias
e por isso o respectivo contrato não se amolda à hipótese públicas e detecção de infrações de trânsito pode ser con-
de prorrogação prevista no art. 57, II, da Lei nº 8.666/93. tratado pela Administração Pública por período superior ao
exercício financeiro, limitado a sessenta meses (art. 57, II,
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- Lei nº 8.666/93), tendo em vista que possui característica de
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 258/2015-SC. Julgado serviço de natureza continuada que se destina a garantir a
em 10/12/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/01/2016. segurança no trânsito, de forma que sua interrupção pode
Processo nº 1.899-6/2014). causar prejuízos à sociedade.

Contrato. Prorrogação contratual. Serviços técnicos (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de assessoria contábil e administrativa. ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 2.963/2015-TP. Julgado
Os contratos de prestação de serviços técnicos de asses- em 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
soria contábil e administrativa não podem ser prorrogados Processo nº 17.077-1/2014).
com fundamento no art. 57, II, da Lei nº 8.666/93, tendo
em vista que seu objeto não se enquadra na categoria de Contrato. Prorrogação contratual. Locação de sof-
serviços de natureza contínua, que são aqueles serviços twares.
essenciais de caráter permanente cuja interrupção pode 1. Nos contratos administrativos de locação de sof-
comprometer a continuidade das atividades rotineiras da twares não é permitida a alteração do objeto
Administração. mediante acréscimo de novos softwares não con-
templados no contrato inicial, os quais devem ser
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- licitados por meio de nova licitação.
tonio Joaquim. Acórdão nº 3.345/2015-TP. Julgado em 2. Na prorrogação de contratos administrativos de
09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015. locação de softwares (art. 57, IV, Lei nº 8.666/93) é
Processo nº 1.752-3/2014). necessária a comprovação documental da obten-
ção de condições e preços mais vantajosos para
Contrato. Prorrogação contratual. Serviços técnicos a Administração, para justificar a não realização
de consultoria e assessoria advocatícia. de novo certame licitatório (art. 57, § 2º, Lei nº
Os contratos de prestação de serviços técnicos de con- 8.666/93).
sultoria e assessoria advocatícia não podem ser prorro-
gados com fundamento no art. 57, II, da Lei nº 8.666/93, (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tendo em vista que seu objeto não se enquadra na cate- tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 56/2015-PC. Julgado em
goria de serviços de natureza continuada, que são aqueles 17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/06/2015.
serviços essenciais a ponto de a sua paralisação prejudicar, Processo nº 1.389-7/2014).
interromper ou comprometer a continuidade das ativida-
des rotineiras da Administração. Contrato. Prorrogação contratual. Serviços contí-
nuos. Consultoria administrativa, contábil, finan-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- ceira e patrimonial.
tonio Joaquim. Acórdão nº 3.284/2015-TP. Julgado em Os contratos de consultoria administrativa, contábil, fi-
25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. nanceira e patrimonial celebrados pela Câmara Municipal
Processo nº 1.720-5/2014). não podem ser prorrogados com fundamento no art. 57, II,
da Lei nº 8.666/93, tendo em vista que seu objeto não se
enquadra na categoria de serviços de natureza continuada,
que são aqueles serviços dos quais a Administração não po-
de dispor sob pena de comprometimento da continuidade
de suas atividades.
20 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- Contrato. Prorrogação. Serviços de publicidade.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 56/2015-PC. Julgado em Os serviços de publicidade não são considerados de
17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/06/2015. natureza contínua, não sendo possível a prorrogação con-
Processo nº 1.389-7/2014). tratual com base no art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993,
salvo em situações excepcionais em que restar compro-
Contrato. Prorrogação de prazo. Requisitos. vado que a interrupção dos serviços pode comprometer a
Nos termos da Lei nº 8.666/93, a prorrogação de pra- continuidade das atividades do órgão, causando prejuízos
zo de contrato de prestação de serviços deve ser justifica- à administração e à sociedade.
da por escrito e previamente autorizada pela autoridade
competente para celebrar o contrato (art. 57, § 2º), ter (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
justificativa de preços por meio da realização de pesquisa tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em
de mercado (art. 26, parágrafo único, III) e ter amparo em 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
dotação orçamentária pela qual correrão as despesas adi- Processo nº 8.089-6/2013).
cionais (art. 55, V).
Contrato. Prorrogação contratual de serviços de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- natureza continuada. Fornecimento de combustí-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 45/2015-PC. Julgado em vel.
03/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/06/2015. O fornecimento de combustível não se enquadra na
Processo nº 1.427-3/2014). possibilidade de prorrogação contratual prevista no artigo
57, inciso II, da Lei 8666/93, tendo em vista que é consi-
Contrato. Serviços contínuos. Prorrogações. Inclu- derado aquisição de bens e não prestação de serviços de
são no teto da modalidade licitatória. natureza continuada.
Nos contratos administrativos referentes à prestação de
serviços contínuos, o teto da modalidade licitatória inicial- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
mente adotada na contratação deve ser observado para tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.199/2014-TP. Julgado em
o valor global da avença, incluídas as possíveis prorroga- 26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014.
ções promovidas com fundamento no art. 57, II, da Lei nº Processo nº 7.732-1/2013).
8.666/93.
Contrato. Prorrogação contratual. Serviço continu-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja- ado. Comprovação de preços e condições vanta-
queline Jacobsen. Acórdão nº 1.705/2015 -TP. Julgado em josas.
23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. No caso em que a administração pública pretender pror-
Processo nº 8.227-9/2013). rogar contrato de serviço, para o qual cabe a continuidade,
deverá comprovar, materialmente, a economicidade e van-
Contrato. Serviço contínuo. Soma do valor do con- tajosidade da prorrogação, por meio de elementos reais e
trato originário e das prorrogações. Teto da moda- precisos que os atestem, nos termos do inciso II do artigo
lidade licitatória. 57 da Lei 8.666/93, não bastando justificar a prorrogação do
A soma do valor do contrato originário, referente a ser- contrato em execução por meio de alegações meramente
viço contínuo, com os valores das prorrogações firmadas formais.
em termos aditivos não pode extrapolar o teto legal da
modalidade licitatória sob a qual se realizou o certame. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.172/2014-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- 10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014.
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 94/2014-SC. Julgado Processo nº 7.768-2/2013).
em 02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 8.227-9/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 21

Contrato. Serviços contínuos. Prorrogações. Inclu- Contrato. Alteração qualitativa de contrato de


são no teto da modalidade licitatória. obra. Necessidade de adequação de projeto básico.
Nos contratos administrativos referentes a prestação de 1. Constitui prática ilegal a revisão de projeto básico
serviços contínuos, o teto da modalidade licitatória inicial- de obra pública que transfigure o objeto original-
mente adotada na contratação deve ser observado para o mente contratado em outro de natureza e propó-
valor global da avença, incluídas as possíveis prorrogações sito diversos.
promovidas com fundamento no art. 57, II, da Lei 8.666/93. 2. A Lei nº 8.666/1993 (art. 65, I, alíneas “a” e “b”)
possibilita que sejam realizadas alterações qua-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- litativas no contrato administrativo de obra, em
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em decorrência da necessidade de adequação do res-
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. pectivo projeto básico, desde que haja:
Processo n° 7.747-0/2013). a. justificativa da existência de um fato posterior à
licitação ou conhecido posteriormente a ela, que
Contrato. Serviço contínuo. Prorrogação contratu- tenha mudado as condições contratuais;
al. Fornecedor único do serviço. Comprovação da b. respeito aos direitos do contratado, sintetizados
vantajosidade e economicidade. na manutenção da equação econômica- financei-
Na prorrogação de contrato de serviço contínuo, a Ad- ra;
ministração municipal deve comprovar documentalmente c. formalização por meio de termo aditivo;
que a prorrogação continua a ser a mais vantajosa e eco- d. não desnaturação do objeto por meio da mera
nômica, mesmo que o fornecedor seja o único que presta inserção no contexto da contratação de objetos
o serviço na localidade. novos, omitidos por conta de falhas ou defeitos
de planejamento; e
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto e. respeito aos limites estabelecidos no artigo 65, §
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 568/2014-TP. Julgado em 1º da Lei nº 8.666/1993.
18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014.
Processo nº 6.992-2/2012). (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 105/2018-
4.7. ALTERAÇÃO CONTRATUAL PC. Julgado em 24/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
13/11/2018. Processo nº 843-5/2016).
Contrato. Alterações unilaterais quantitativas
e qualitativas. Mudança da natureza do objeto. Contrato. Aditamento. Parecer jurídico.
Justificativa técnica. A mera aposição de assinatura de conformidade em mi-
Tanto as alterações contratuais unilaterais quantitativas, nutas de termo aditivo contratual, como forma de exame
que modificam a dimensão do objeto, quanto as unilaterais de legalidade, não substitui a obrigatoriedade de emissão
qualitativas, que não modificam tal dimensão, não podem de parecer jurídico nos termos previstos na Lei 8.666/93
importar em mudança da natureza do objeto contratado, (art. 38, inciso VI c/c parágrafo único).
sendo que, em qualquer caso, as alterações devem ter jus-
tificativa técnica e motivação pautada em informações ob- (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro
jetivas, passíveis de serem comprovadas, não podendo se Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 117/2018-TP.
limitar a argumentos meramente subjetivos, sem qualquer Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
parâmetro objetivo de controle. 26/04/2018. Processo nº 13.956-4/2016).

(Representação de Natureza Interna. Relator: Con- Contrato. Alterações contratuais quantitativas e


selheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº qualitativas. Limites. Pressupostos para alterações
33/2019-PC. Julgado em 08/05/2019. Publicado no DOC/ qualitativas superiores aos limites. Justificativas
TCE-MT em 29/05/2019. Processo nº 12.501-6/2016). para alterações contratuais.
1. Tanto as alterações contratuais quantitativas,
quanto as qualitativas, submetem-se aos limites
22 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei nº 4.8. ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DE CON-


8.666/93. TRATOS
2. Excepcionalmente, admite-se a possibilidade de
que alterações contratuais consensuais qualitati- Contrato. Prestação de serviços. Fiscal de contrato.
vas ultrapassem os limites previstos nos §§ 1º e 2º Procedimentos. Serviços técnicos especializados
do art. 65 da Lei nº 8.666/93, desde que atendam de consultoria prestados de maneira verbal e in-
aos seguintes pressupostos: formal.
a. não acarretarem para a Administração encar- 1. O fiscal de contrato de prestação de serviços deve
gos contratuais superiores aos oriundos de exigir seu fiel cumprimento e averiguar a quali-
uma eventual rescisão contratual por razões dade dos serviços entregues, com base no termo
de interesse público, acrescidos aos custos da de referência e nas cláusulas estabelecidas no
elaboração de um novo certame licitatório; contrato, anotando, em registro próprio, todas as
b. não possibilitarem a inexecução contratual, ocorrências, a fim de demonstrar a fiel execução
em decorrência do nível de capacidade técnica da fiscalização. Deve, ainda, ao verificar falhas ou
e econômico-financeira do contratado; erros na execução do contrato, notificar o respon-
c. decorrerem de fatos supervenientes que im- sável indicado pela contratada, para a respectiva
pliquem em dificuldades não previstas ou im- regularização, estabelecendo prazo para solução,
previsíveis por ocasião da contratação inicial; além de cientificar o gestor público do cumpri-
d. não ocasionarem a transformação do objeto mento ou não da notificação apresentada, sob
originalmente contratado em outro de natu- pena de responsabilidade.
reza e propósito diversos; 2. A prestação de serviços técnicos especializados
e. serem necessárias à completa execução do de consultoria de maneira verbal e informal, em
objeto original do contrato, à otimização do que não se comprove que as atividades e as obri-
cronograma de execução e à antecipação dos gações contratuais assumidas pela contratada
benefícios sociais e econômicos decorrentes; e tenham sido efetivamente realizadas, caracteriza
f. decorrerem da motivação de que as consequ- “informalidade”, não admitida na Administração
ências de outra alternativa (rescisão contratual Pública. Os serviços prestados devem ser com-
seguida de nova licitação e contratação) tra- provados por meio de documentos formais e fi-
riam prejuízo insuportável ao interesse público dedignos, como relatórios, atas de participação
a ser atendido pela obra ou serviço. em reuniões, emissão de pareceres etc., para a
3. Tanto as alterações contratuais quantitativas demonstração efetiva da execução do contrato,
quanto as qualitativas pressupõem necessária e, por consequência, validação da liquidação da
motivação das razões que conduziram ao respec- despesa mensal devida, em contrapartida ao ser-
tivo aditivo contratual, com demonstração explíci- viço executado com eficiência, qualidade e tem-
ta das justificativas que se paute por informações pestividade.
objetivas, passíveis de serem comprovadas, não
podendo se limitar a argumentos meramente (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
subjetivos sem qualquer parâmetro objetivo de tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 193/2019-TP. Jul-
controle. gado em 30/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
20/05/2019. Processo nº 14.760-5/2018).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to João Batista Camargo. Acórdão nº 2.815/2014-TP. Julgado Contrato. Fiscalização. Atesto em notas fiscais por
em 02/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/12/2014. secretário municipal. Princípio da segregação de
Processo nº 7.144-7/2013). funções.
1. O atesto em notas fiscais, por secretário muni-
cipal, no recebimento de produtos e serviços
referentes à secretaria sob sua gestão, ofende o
princípio da segregação de funções, pois se trata
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 23

de atribuição de fiscal de contratos. ados na realização de acompanhamentos periódi-


2. A Administração Pública deve segregar as funções cos e concomitantes à execução contratual pelos
de aprovação, execução e controle de operações, fiscais designados.
de modo que nenhuma pessoa possa ter comple-
ta autoridade sobre uma parcela significativa de (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
qualquer transação, possibilitando a realização de lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 299/2018-
uma verificação cruzada. TP. Julgado em 07/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/08/2018. Processo nº 23.798-1/2015).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 552/2018-TP. Contrato. Fiscal de contratos. Conferência e ates-
Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em tação no recebimento de produtos.
19/12/2018. Processo nº 4.981-6/2017). No âmbito do acompanhamento e fiscalização de con-
tratos (art. 67, Lei 8.666/93), é de competência do fiscal de
Contrato. Fiscalização. Regulamentação e designa- contratos a conferência de produtos entregues pelo con-
ção de fiscais contratos e suplentes. tratado, cabendo-lhe atestar em documento fiscal o rece-
De forma a não ensejar a falta ou a ineficaz fiscalização bimento para efeito de liquidação da despesa.
da execução de contratos e o desrespeito ao princípio da
eficiência, a Administração deve regulamentar rotinas e (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro
procedimentos de controle e fiscalização; designar fiscais Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 117/2018-TP.
e suplentes com vínculo efetivo, atribuindo-lhes contratos Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
com objetos similares e de acordo com a capacidade técnica 26/04/2018. Processo nº 13.956-4/2016).
de cada um; e não atribuir um grande número de contratos
a um mesmo fiscal. Contrato. Acompanhamento e fiscalização de exe-
cução contratual. Apresentação de declarações ou
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- atestados. Produção de relatórios pelo fiscal do
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 551/2018- ajuste.
TP. Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Para efeito de comprovação de acompanhamento e
19/12/2018. Processo nº 29.327-0/2017). fiscalização de execução contratual, nos termos das dis-
posições do art. 67 da Lei nº 8.666/93, a apresentação de
Contrato. Acompanhamento e fiscalização de con- declarações ou atestados que demonstrem a execução do
tratos. Relatórios de medições simplificados em objeto contratual não exime o fiscal do contrato do dever
obras públicas. Regime de empreitada por preço legal de produzir relatórios próprios que registrem todas
global. as ocorrências relacionadas ao cumprimento, ou não, do
1. A elaboração, por fiscais de contratos, de relató- ajuste.
rios de medições simplificados que se restringem
a indicar percentual de execução das etapas de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
obra pública, sem amparo em planilha descriti- tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 29/2017-PC. Julgado
va ou memorial de cálculo que detalhe quais em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/01/2018.
serviços foram efetivamente executados e/ou Processo nº 16.414-3/2017).
demonstre aderência do planejamento ao desen-
volvimento físico exato da obra, não caracteriza Contrato. Fiscal de Contrato. Representante da
efetivos acompanhamento e fiscalização da exe- Administração. Servidor efetivo, comissionado ou
cução contratual estabelecidos no art. 67 da Lei empregado público.
nº 8.666/93. O representante da Administração especialmente desig-
2. Mesmo quando o regime de execução da obra nado para acompanhar e fiscalizar a execução contratual,
pública contratada for de “empreitada por preço nos termos do artigo 67 da Lei nº 8.666/93, pode ser servi-
global”, os pagamentos devem ser pautados no dor efetivo, em comissão ou empregado público, tendo em
efetivo avanço da execução física da obra e base- vista que tal dispositivo legal não reproduz expressamente
24 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

a exigência exclusiva de servidor efetivo para tal encargo. tonio Joaquim. Acórdão nº 2.978/2015-TP. Julgado em
07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- Processo nº 1.749-3/2014).
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- Contrato. Fiscal de contrato. Designação de apenas
cesso nº 2.493-7/2015). um servidor para fiscalização de todos os contra-
tos da Administração.
Contrato. Fiscal de contratos. Responsabilidade do 1. A designação de apenas um servidor para acom-
designante. panhar e fiscalizar todos os contratos adminis-
1. Na designação de fiscal de contratos administrati- trativos celebrados pelo Poder Executivo Munici-
vos, a autoridade competente deve ter o cuidado pal não atende ao disposto no art. 67 da Lei nº
de escolher servidores probos e que detenham 8.666/93, quando verificado que os relatórios de
capacidade técnica suficiente para verificar o efeti- fiscalização foram elaborados sem o cuidado, em-
vo cumprimento do objeto pactuado, sendo que a penho e cautela necessários.
inobservância desses pressupostos poderá ensejar 2. O gestor público deve designar quantitativo sufi-
a responsabilização do designante, por culpa in ciente de servidores para o acompanhamento dos
eligendo e/ou culpa in vigilando, quando a au- contratos celebrados pela Administração, a fim de
sência ou deficiência da fiscalização dos contratos que eles tenham condições efetivas de exercer a
acarretarem danos ao erário. fiscalização dos contratos, dando cumprimento ao
2. Os processos de pagamentos de despesas devem disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/93.
estar suportados por relatórios e/ou planilhas
atestados pelo respectivo fiscal do contrato. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
tonio Joaquim. Acórdão nº 2.953/2015-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
tuto João Batista de Camargo Júnior. Acórdão nº 295/2016- Processo nº 1.681-0/2014).
TP. Julgado em 24/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
07/06/2016. Processo nº 20.777-2/2011). Contrato. Fiscal de contrato. Falta de efetividade
na fiscalização dos contratos. Proporcionalidade
Contrato. Execução e fiscalização de obras. Anota- do número de fiscais. Comprovação da atuação
ções de Responsabilidade Técnica. dos fiscais por meio de relatório detalhado.
A execução e a fiscalização de obras públicas devem ser 1. Existindo relatórios de fiscalização para todos os
realizadas por profissionais legalmente autorizados e am- contratos firmados pela Administração, a designa-
parados por Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs). ção de somente um servidor para acompanhar e
fiscalizar todos os instrumentos não é suficiente
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- para se concluir que houve falta de efetividade no
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 3.512/2015-TP. Julgado controle dos contratos, sendo necessária a eviden-
em 14/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/11/2015. ciação do real prejuízo decorrente dessa situação
Processo nº 20.976-7/2011). para configuração da irregularidade.
2. O número de servidores designados como fiscal
Contrato. Fiscal de contrato. Designação. de contratos deve ser proporcional à quantidade
A obrigatoriedade da designação de um representante dos instrumentos firmados pela Administração.
da Administração para acompanhar e fiscalizar a execução 3. A efetiva atuação dos fiscais de contratos deve
de contrato administrativo ou de instrumento congênere ser comprovada por meio de relatórios de acom-
decorre da lei (art. 67, Lei nº 8.666/93) e independe de pre- panhamento da execução contratual que contem-
visão no edital convocatório do certame ou no instrumento plem informações detalhadas sobre a execução
contratual. do objeto de cada instrumento.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- (Contas de Gestão. Relator: Conselheiro Valter Albano.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 25

Acórdão nº 1.716/2015-TP. Julgado em 05/05/2015. Publi- Contrato. Acompanhamento e fiscalização da exe-


cado no DOC/TCE-MT em 22/05/2015. Processo nº 1.597- cução de objeto contratual. Designação formal de
0/2014). fiscal de contrato. Comprovação de atuação.
A designação formal em portaria para que servidor atue
Contrato. Acompanhamento e fiscalização. Gestor como fiscal de contratos não é suficiente para atender ao
e fiscal do contrato. Atuações complementares e acompanhamento e fiscalização da execução contratual
diferentes. exigidos no artigo 67 da Lei 8.666/93, sendo necessária,
A designação de um gestor de contratos administrativos ainda, a comprovação de atuação do fiscal por meio de
e a respectiva realização de atividades de gerenciamento relatórios ou livro de ocorrências, em que indique o cum-
de contratos não suprem a exigência de acompanhamen- primento do objeto e dos prazos contratuais e os incidentes
to e fiscalização de contratos prevista no artigo 67 da Lei relacionados com a execução contratual, determinando ou
nº 8.666/93, tendo em vista que as funções de gestão e recomendando soluções para a regularização de faltas ou
fiscalização de contratos não se confundem. Enquanto o defeitos observados.
gestor do contrato, subsidiado pelas ações do fiscal do
contrato, realiza atos gerenciais como tratamento direto (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
com o contratado, exigência do cumprimento do pactuado, Ricardo. Acórdão nº 1.291/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
sugestão para eventuais modificações contratuais e apli- Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
cação de sanções e/ou rescisões, o fiscal do contrato tem 7.615-5/2013).
atuação pontual e mais específica, zelando pela correta
aplicação do que se estabeleceu no certame licitatório e Contrato. Execução contratual. Fiscal de contrato.
no instrumento contratual, o que inclui atividades como Acompanhamento e fiscalização da execução de
recebimento de notas fiscais, registro de ocorrências, ela- objeto contratual. Comprovação de atuação.
boração de relatórios, acompanhamento, em campo, da 1. O fiscal de contrato administrativo deve acompa-
execução contratual, recebimento de documentos e outras. nhar e fiscalizar a execução do objeto contratado,
não podendo se limitar à análise formal da execu-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- ção da despesa.
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.860/2014-TP. Julgado 2. A efetiva atuação dos fiscais de contratos deve ser
em 11/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014. comprovada por meio de relatórios de acompanha-
Processo nº 7.194-3/2013). mento da execução contratual, sendo insuficiente,
para a comprovação, a mera designação formal.
Contrato. Ordenador de despesas e fiscal de con-
trato. Segregação de funções. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
A atuação do ordenador de despesas como fiscal de tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.199/2014-TP. Julgado em
contratos configura lesão ao princípio da segregação de fun- 26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014.
ções. Em obediência a tal princípio, enquanto ao ordenador Processo nº 7.732-1/2013).
compete autorizar a realização de licitações e contratos e
a celebração de termo aditivo ou prorrogação de prazo, ao Contrato. Execução contratual. Fiscal de contrato.
fiscal de contrato compete exercer a função de acompanhar Designação formal. Profissional habilitado.
e fiscalizar a execução contratual. A designação do fiscal de contrato tem que ser formal,
por meio de portaria, devidamente publicada, e o profis-
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs- sional designado deve estar habilitado para as atividades
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 76/2014-SC. Julgado de acompanhamento e fiscalização da execução do objeto
em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014. contratado.
Processo nº 8.007-1/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
Albano. Acórdão nº 1.192/2014-TP. Julgado em 26/06/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº
7.562-0/2013).
26 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Contrato. Fiscal de Contrato. Mera designação nos Publicado no DOC/TCE-MT em 26/01/2017. Processo nº
últimos meses do exercício. Fim legal não atendi- 2.744-8/2015).
do.
A mera designação formal de servidor como fiscal de Contrato. Sanção administrativa. Suspensão tem-
contratos, caracterizada pela nomeação do fiscal nos últi- porária e impedimento de contratar com a Admi-
mos meses de exercício e quando restar comprovado que nistração Pública.
não ocorreu a efetiva fiscalização e acompanhamento dos A sanção administrativa de suspensão temporária de
instrumentos a ele atribuídos, não atende aos artigos 67 e participação em licitação e impedimento de contratar com
73 da Lei nº 8.666/93. a “Administração Pública”, prevista no artigo 87, III, da Lei
nº 8.666/93, deve ser interpretada de forma restrita, pro-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos duzindo seus efeitos tão somente no âmbito do Poder ou
Novelli. Acórdão nº 573/2014-TP. Julgado em 18/03/2014. Órgão autônomo sancionador e estendendo-se a todos os
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. Processo nº órgãos e entidades a ele vinculados.
10.277-6/2012).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
4.9. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ro Valter Albano da Silva. Acórdão nº 2.791/2015-TP. Julgado
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015.
Contrato. Cláusula com aplicação de multa à Ad- Processo nº 19.040-3/2014).
ministração. Inexecução ou rescisão sem culpa do
contratado. Contrato. Inexecução contratual. Aplicação de san-
É vedada a inclusão de cláusula contratual que preveja ções administrativas. Obrigatoriedade.
a aplicação de multa à Administração Pública por inexecu- Em caso de inexecução de contrato administrativo, é
ção ou rescisão contratual, não podendo o particular con- obrigatória a aplicação de uma das sanções administrati-
tratado ser beneficiário financeiro de tal cláusula penal. vas estabelecidas nos artigos 86 e 87 da Lei 8.666/93, não
Nos casos de rescisão do contrato sem culpa do contratado, sendo facultado à Administração pública simplesmente
este será ressarcido somente pelos prejuízos regularmente abster-se de aplicar a sanção cabível mediante juízo de
comprovados que houver sofrido, segundo dicção do art. conveniência e oportunidade, uma vez que a discricionarie-
79, § 2º, da Lei nº 8.666/93, não se admitindo presunções dade na aplicação de sanções em contratos administrativos
ou convenções. Portanto, como dano material não se pre- limita-se a sopesar a gravidade dos fatos e os motivos do
sume, é inconcebível a fixação desse tipo de multa, visto inadimplemento contratual para fim de escolha e gradação
que cria para a Administração a obrigação de indenizar sem da medida punitiva.
a demonstração da existência do efetivo prejuízo.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 43/2014-SC. Julgado em
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 71/2018-SC. 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/07/2014.
Julgado em 16/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 8.084-5/2013).
01/11/2018. Processo nº 1.016-2/2016).

Contrato. Multas. Compensação com créditos a


receber.
É possível que a Administração realize a compensação
de valor de multa aplicada ao contratado com os créditos
a que este tem direito a receber pela execução do contrato,
com fundamento nas disposições inseridas nos artigos 80,
IV, e 87, § 1º, da Lei nº 8.666/93.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Domin-


gos Neto. Acórdão nº 639/2016-TP. Julgado em 13/12/2016.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 27

5. CONTROLE INTERNO (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-


ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 211/2018-TP.
5.1. PESSOAL E ATUAÇÃO Julgado em 12/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/06/2018. Processo nº 18.659-7/2017).
Controle Interno. Atribuições do controlador in-
terno. Obstrução ao livre exercício de inspeções e Controle Interno. Responsável pela unidade de
auditorias determinadas pelo Tribunal de Contas. controle interno. Comunicação formal de irregu-
Configura conduta ilegal e abusiva do gestor público, a laridades.
obstrução de acesso pelo controlador interno aos sistemas O responsável pela unidade de controle interno deve
informatizados, setores, pessoas e documentos da Admi- comunicar o gestor por escrito acerca de irregularidades
nistração, prejudicando o livre exercício de inspeções e/ou constatadas, sob pena de ser responsabilizado por omissão
auditorias determinadas ou recomendadas pelo Tribunal no exercício de sua função, sendo que a mera comunicação
de Contas, incidindo no artigo 75, inciso V, da Lei Comple- verbal não supre essa obrigação.
mentar Estadual nº 269/07 (Lei Orgânica do TCE-MT).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 72/2014-SC. Julgado
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 739/2019- em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
TP. Julgado em 01/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 7.201-0/2013).
10/10/2019. Processo nº 8.801-3/2018).
5.2. CONTROLE EM SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Controle Interno. Pessoal. Admissão de controla- ESPECÍFICOS
dor interno. Requisitos. Formação em nível supe-
rior e especializações. Controle Interno. Almoxarifado. Procedimentos de
Considerando os conhecimentos específicos e qualifi- controle e registros de aquisições.
cação técnica necessários ao exercício do cargo de Contro- 1. A Administração Pública deve aperfeiçoar o con-
lador Interno, os requisitos de formação de nível superior trole dos produtos entregues no setor de almo-
em Contabilidade ou Administração e especializações em xarifado, implementando procedimentos que se
Contabilidade Pública e em Gestão Pública são razoáveis, adequem à realidade do órgão, de preferência por
havendo expressa previsão legal e no edital do concurso meio informatizado e integrado com os demais
público, e na medida em que guardam consonância com setores e que permita a checagem dos produtos
as atribuições do cargo. de maneira eficiente.
2. No setor de almoxarifado deve ocorrer o controle
(Concurso Público. Relator: Conselheiro Substituto do estoque de mercadorias e produtos e registros
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 535/2019-TP. Julgado em fidedignos sobre as aquisições, funções estas que
14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2019. necessitam observar critérios de racionalização,
Processo nº 6.237-5/2016). acondicionamento, localização, padronização,
indicadores e documentação. O setor deve apre-
Controle Interno. Admissão de pessoal. Chefe da sentar os indicadores de suas atividades, como
Controladoria Municipal. Servidor exclusivamente relatórios de eficiência, a fim de proporcionar oti-
comissionado. mização do gerenciamento e controle do histórico
É recomendável que o responsável pela Controladoria dos produtos.
Municipal seja servidor pertencente à carreira de provimen-
to efetivo de controlador/auditor interno. Contudo, haven- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
do previsão na legislação local e quadro próprio de servido- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 193/2019-TP. Julgado
res na referida carreira, não se caracteriza irregularidade a em 30/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/05/2019.
nomeação de servidor exclusivamente comissionado para Processo nº 14.760-5/2018).
chefiar o setor.
28 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Controle Interno. Controle de frequência por folha Controle Interno. Patrimônio. Controle de custos
de ponto individual. Requisitos para evitar inefeti- com manutenção de veículos, combustíveis e equi-
vidade do controle. pamentos.
1. No controle de frequência realizado por meio O controle dos custos com manutenção de veículos,
de folha de ponto individual, embora este seja combustíveis e equipamentos deve ser feito de forma in-
documento capaz de demonstrar os horários de dividualizada, sob pena de afronta ao artigo 94 da Lei nº
entrada e de saída do servidor e os intervalos pa- 4.320/64.
ra a alimentação, é necessário que o trabalhador
anote diariamente sua movimentação no local (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
de trabalho e se responsabilize por preenchê-la, Ricardo. Acórdão nº 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014.
cabendo ao gestor (empregador) verificar se esse Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº
controle está sendo preenchido corretamente e 7.591-4/2013).
sem arredondamentos ou preenchimentos como
“ponto britânico”. 5.3. SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES
2. As chefias imediatas devem ser orientadas e ca-
pacitadas para fiscalizarem a contento a jornada Controle Interno. Segregação de funções. Tesou-
de trabalho de seus subordinados, documentando reiro, presidente da CPL, pregoeiro e fiscal de con-
corretamente os eventos, a fim de evitar a inefe- tratos.
tividade do controle de jornada dos servidores. 1. O exercício concomitante das funções de tesou-
reiro, presidente da Comissão Permanente de Li-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- citação (CPL), pregoeiro e fiscal de contratos admi-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019- nistrativos não observa o princípio da segregação
TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em de funções.
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017). 2. A segregação de funções, princípio básico do siste-
ma de controle interno, consiste na separação de
Controle Interno. Gastos com combustível. Parâ- funções, nomeadamente de autorizações, apro-
metros de controle. vações, execução, controle e contabilização das
O controle efetivo, eficaz e eficiente dos gastos com operações. Pelo princípio da segregação, nenhum
combustível dos veículos da frota se perfaz com a imple- servidor ou seção administrativa deve participar
mentação de parâmetros em que se exponha, de forma ou controlar todas as fases inerentes à execução
detalhada, por veículo, a data do abastecimento, o posto e controle da despesa pública, que devem ser
de combustível, o odômetro anterior, o odômetro atual, os executadas por pessoas e setores independentes
quilômetros rodados, a quantidade de litros, o consumo, o entre si, inclusive, possibilitando a realização de
valor por litro e o total pago no abastecimento. uma verificação cruzada.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 42/2014-PC. Julgado em lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 13/2020-PC.
20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 4.126-2/2019).
Processo nº 7.802-6/2013).
Controle Interno. Segregação de funções. Ordenar
serviço e fiscalizar o contrato.
1. Ordenar serviço e fiscalizar o respectivo contrato
são atividades que obrigatoriamente devem ser
executadas por pessoas distintas, em observância
ao princípio da segregação de funções, de forma
a garantir o regular processamento da despesa
e a efetiva fiscalização da execução do contrato.
2. A segregação de funções é corolário do princípio
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 29

da eficiência da Administração Pública, insculpido físico e a do sistema de controle, para localizar possíveis
no art. 37 da Constituição Federal. divergências e garantir o fiel controle das movimentações
que envolvem a entrada e a saída de medicamentos.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019. ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019-
Processo nº 31.743-8/2017). TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017).
Controle Interno. Segregação de Funções. Elabora-
ção e pagamento da folha pelo mesmo servidor. Controle Interno. Segregação de funções. Folha de
As atividades de elaboração e de pagamento da fo- pagamento de pessoal. Elaboração e autorização.
lha de pessoal não devem ser realizadas por um mesmo 1. A designação de uma mesma pessoa e/ou setor
servidor, por afronta direta ao princípio da segregação de para a elaboração da folha de pessoal e a respecti-
funções, haja vista que se trata de atividades incompatíveis va autorização de seu pagamento viola o princípio
entre si. da segregação de funções, tendo em vista que o
acúmulo destas atividades por um mesmo agente
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- público fragiliza os controles internos do órgão/
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 40/2019- entidade, propiciando a ocorrência de erros, frau-
SC. Julgado em 24/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em des e a não efetividade da fiscalização dos atos
02/05/2019. Processo nº 3.551-3/2016). de administração.
2. O princípio da segregação de funções consiste na
Controle Interno. Segregação de funções. Compras necessidade e obrigatoriedade de a Administração
de peças e fiscalização de contratos pelo mesmo não permitir a acumulação de atividades incompa-
servidor. tíveis e conflitantes por um mesmo agente públi-
1. O exercício da função de operacionalizador do co, devendo separar o exercício das competências
processo de compras de peças para veículos e de de autorização, aprovação, execução, controle e
fiscal do respectivo contrato pelo mesmo servidor contabilização dos atos/fatos administrativos por
fere o princípio da segregação de funções. agentes distintos.
2. A segregação de funções é um princípio do con-
trole interno primordial para a sua efetividade, (Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
ligado ao princípio da moralidade administrativa tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 12/2017-PC. Julgado
(art. 37, caput, CRFB), que consiste na separação em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/11/2017.
de atribuições entre diferentes pessoas – princi- Processo nº 7.747-0/2017).
palmente das funções ou atividades-chave de au-
torização, execução, atesto/aprovação, controle, Controle Interno. Segregação de funções. Elabora-
contabilização e revisão ou auditoria. ção de contratos pela Unidade de Controle Interno.
A elaboração de contratos pela Unidade de Controle
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Interno ofende o princípio da segregação de funções, tendo
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019- em vista que fragiliza e compromete o processo de controle
TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em e fiscalização dos atos de gestão, sendo tal conduta passí-
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017). vel de aplicação de sanção pelo Tribunal de Contas.

Controle Interno. Sistema de controle de medica- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
mentos. Conferência entre estoque físico e sistema ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 5/2017-PC. Julgado em
de controle. 05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/10/2017.
Mesmo havendo sistema de controle específico, cabe Processo nº 13.752-9/2017).
ao responsável por medicamentos adotar procedimentos
de conferência sistemática entre a quantidade do estoque
30 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Controle Interno. Segregação de funções. Envio de Controle Interno. Segregação de funções. Presiden-
informações do Aplic pelo controlador interno. te da Câmara Municipal. Acúmulo de funções.
O acúmulo do exercício do cargo de controlador inter- É vedado o acúmulo das funções de autorização, li-
no com a responsabilidade pelo envio de informações por quidação e pagamento de despesas pelo presidente da
meio do sistema Aplic ao Tribunal de Contas caracteriza Câmara Municipal, tendo em vista que configura lesão ao
afronta ao princípio da segregação de funções, evidencian- princípio da segregação de funções.
do a execução de duas atividades distintas de uma mesma
operação por um mesmo servidor e impossibilitando uma (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
verificação cruzada de diferentes fases da gestão adminis- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 169/2014-SC. Julgado
trativa. em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 8.030-6/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to João Batista Camargo. Acórdão nº 266/2015-PC. Julgado Controle Interno. Segregação de funções. Desig-
em 18/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015. nação de secretário municipal como fiscal de con-
Processo nº 1.722-1/2014). trato.
É vedada a designação de secretário municipal para
Controle Interno. Segregação de funções. Desig- atuar como fiscal de contrato administrativo, por configurar
nação de secretário municipal como fiscal de con- afronta ao princípio da segregação de funções, fragilizando
trato. a fiscalização e o acompanhamento do objeto contratual.
É vedada a designação de secretário municipal para
atuar como fiscal de contrato administrativo, por configurar (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
afronta ao princípio da segregação de funções, fragilizando Albano. Acórdão nº 1.289/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
a fiscalização e o acompanhamento do objeto contratual. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
7.568-0/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.043/2015-TP. Julgado em
04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015.
Processo nº 1.246-7/2014).

Controle Interno. Segregação de funções. Recebi-


mento do objeto. Atesto da execução de despesa.
1. A realização das atividades de recebimento de
produtos e serviços e a atestação da execução de
despesa pelo controlador interno contraria o prin-
cípio da segregação de funções, tendo em vista
que o controlador interno deve realizar o controle
posterior sobre essas atividades.
2. A segregação de funções é um princípio básico
do sistema de controle interno, segundo o qual
nenhum servidor deve controlar mais de uma das
fases inerentes a uma operação de receita ou des-
pesa, para possibilitar a realização de um controle
cruzado.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 74/2015-PC. Julgado em
08/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 1.487-7/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 31

6. CONVÊNIO E INSTRUMENTOS 6.2. EXECUÇÃO, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESSAR-


CIMENTO DE VALORES
SIMILARES
Convênio. Prestação de contas. Dano ao erário.
6.1. DESIGNAÇÃO DE FISCAL
Base de cálculo. Contrapartida não financeira.
O cálculo do dano ocorrido por irregularidades na pres-
Convênio. Designação de fiscal. Comprovação de
tação de contas de convênio deve se restringir ao montante
atuação efetiva. Aplicação de multa.
de recursos repassados pela concedente, atualizado até a
1. A mera designação de fiscal de convênio por meio
data de pagamento, não devendo constar da base de cálcu-
de portaria e a respectiva prestação de contas do
lo, para ressarcimento ao erário, a contrapartida não finan-
instrumento pactuado não comprovam a efetiva
ceira arcada pelo convenente, sob pena de enriquecimento
atuação do agente público designado, que deve
sem causa do concedente.
ser demonstrada por meio de relatórios ou livro
de ocorrências, em que se indique o cumprimento
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
do objeto e dos prazos pactuados e os incidentes
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 564/2018-TP. Julgado
verificados na execução do convênio.
em 06/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/12/2018.
2. A aplicação de multa pela não comprovação de
Processo nº 17.830-6/2017).
efetiva atuação do fiscal independe de demons-
tração de dano ao erário ou dolo por parte do
Convênio. Despesas fora do prazo de vigência. Res-
gestor público designante, podendo este ser res-
sarcimento.
ponsabilizado por ato culposo decorrente de ne-
A realização de despesas, pelo convenente, fora do pra-
gligência, imprudência ou imperícia.
zo de vigência do convênio firmado, em que os dispêndios
de recursos ocorram conforme conveniência e sem justifica-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
tiva para realização extemporânea excepcional, implica no
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 96/2018-TP. Julgado em
ressarcimento dos valores gastos além do prazo previsto.
10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/04/2018.
Tal imputação visa a garantir o exercício do controle do
Processo nº 23.998-4/2015).
gasto de recursos públicos, para que as finalidades preten-
didas sejam atendidas, pois seria difícil aferir a correta apli-
Convênio. Designação de fiscal. Exigência legal.
cação de recursos quando despendidos a qualquer tempo.
Aplicação da Súmula nº 5 do TCE-MT.
A execução de convênios deve ser acompanhada e fis-
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
calizada por um servidor especialmente designado pela
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 547/2018-TP. Julgado
Administração, tendo como fundamentos legais os artigos
em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/12/2018.
67 e 116 da Lei nº 8.666/93, e a aplicação, por analogia, da
Processo nº 25.440-1/2015).
Súmula nº 5 do TCE-MT.

Convênio. Parte dos recursos aplicada. Frustração


(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
dos objetivos. Devolução integral.
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 225/2016-TP. Julgado em
1. A completa frustração dos objetivos de um convê-
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016.
nio firmado implica na condenação do responsá-
Processo nº 23.998-4/2015).
vel à devolução integral dos recursos repassados,
ainda que parte desses recursos tenha sido aplica-
da no objeto do instrumento firmado. O convênio
tem como pressuposto a sua finalidade, deven-
do alcançar seu objeto por completo, conforme
proposto no Plano de Trabalho e firmado pelas
partes.
2. A mera execução do objeto conveniado não é su-
ficiente para aprovação das contas do gestor res-
32 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

ponsável pela aplicação dos recursos repassados, Convênio. Prestação de contas. Desvio de finalida-
sendo necessário que o serviço ou obra executada de. Aplicação dos recursos em órgão ou entidade
traga, de fato, benefícios à população e atinja os pertencentes à própria Administração.
fins propostos. Restando comprovado que os recursos de convênio fo-
ram aplicados em finalidade distinta da que foi pactuada,
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- mesmo em proveito de órgão ou entidade pertencente à
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 392/2018-TP. Julgado própria Administração, o ressarcimento ao erário da conce-
em 25/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/10/2018. dente será imputado ao ente convenente, sem prejuízo da
Processo nº 18.583-3/2012). aplicação de sanções administrativas aos agentes respon-
sáveis pelo desvio de finalidade.
Convênio. Execução do objeto anterior à vigência.
Sanção pecuniária. Restituição ao erário. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
A execução do objeto de convênio realizada em data tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 73/2018-TP. Julgado em
anterior à sua vigência caracteriza irregularidade passível 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018.
de sanção pecuniária, todavia, caso fique comprovado o Processo nº 16.247-7/2012).
nexo de causalidade entre os gastos realizados e o objeto
pactuado, não é cabível ordem para restituição de valores Convênio. Necessidade de comprovação dos bene-
ao erário. fícios sociais e coletivos pactuados. Ressarcimento
integral.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- A comprovação da execução total ou parcial de obje-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 116/2018-TP. Julgado to conveniado, por si só, sem a demonstração do alcance
em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/04/2018. dos benefícios sociais e coletivos visados no convênio, não
Processo nº 4.553-5/2015). exclui a responsabilização dos agentes que deram causa
à má aplicação dos recursos transferidos, cabendo a estes
Convênio. Prestação de contas. Ausência de nexo responsáveis, nesta hipótese, o dever de ressarcimento in-
de causalidade entre as despesas realizadas e a tegral dos recursos recebidos ao órgão ou entidade conce-
execução do objeto. Ressarcimento ao erário. dente, com recursos próprios.
A não comprovação da regular execução de objeto de
convênio perante a Administração Pública, em decorrência (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
da apresentação de documentos que impossibilitam a evi- Domingos Neto. Acórdão nº 311/2016-TP. Julgado em
denciação do nexo causal entre as despesas realizadas e a 07/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/06/2016.
execução do objeto pactuado, implica em obrigatoriedade Processo nº 1.889-9/2014).
de ressarcimento ao erário por parte da entidade conve-
nente. Convênio. Omissão de prestação de contas. Devo-
lução do valor principal e rendimentos.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- A omissão no dever de prestar contas de recursos rece-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 18/2018-PC. Julgado bidos via convênios exige a devolução dos valores ao ór-
em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. gão ou entidade concedente. Neste caso, a devolução deve
Processo nº 12.311-0/2016). abranger a totalidade dos recursos originalmente transfe-
ridos e os respectivos rendimentos obtidos pela aplicação
no mercado financeiro.

(Tomada de Contas Especial. Relator Revisor: Conse-


lheiro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 241/2016-TP. Julgado
em 03/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 13/05/2016.
Processo nº 15.116-5/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 33

6.3. CONVÊNIO ENTRE MUNICÍPIOS E ESTADO 7. DESPESA


Convênio. Instrumento congênere. Município e Es- 7.1. ADIANTAMENTO E VERBA INDENIZATÓRIA
tado. Custeio direto de horas extras. Atuação de
policiais e bombeiros no âmbito municipal. Despesa. Verba indenizatória. Compatibilidade
É vedado ao município a celebração de convênio ou com o conceito de indenização.
de instrumento congênere com o Estado para ter acesso à 1. O pagamento de verba indenizatória pela Admi-
segurança pública, por meio da promoção do custeio dire- nistração Pública somente se justifica se for com-
to de horas extras realizadas por policiais civis e militares patível, em seu aspecto material, com o conceito
e por bombeiros militares no âmbito municipal, uma vez de indenização, que consiste na reparação de
que essa prática fere a repartição de competências indica- eventuais decréscimos patrimoniais decorrentes
da no artigo 144 da Constituição Federal, que estabelece de despesas custeadas pelo agente público para
a responsabilidade do Estado e da União pela segurança o exercício de sua função.
pública, e configura despesa estranha ao orçamento mu- 2. O aspecto definidor do caráter ressarcitório da
nicipal e vínculo funcional ilegal entre o servidor estadual verba indenizatória não pode ser apenas a de-
e a administração municipal. nominação que a norma porventura lhe atribua,
devendo-se analisar se a sua finalidade efetiva-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- mente se qualifica como indenizatória, bem co-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.551/2014-TP. Julgado mo se a sua implementação cotidiana reflete o
em 29/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. comando do legislador.
Processo nº 7.555-8/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
6.4. TERMO DE FOMENTO tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 22/2020-TP. Julgado
em 11/03/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2020.
Convênio e Instrumentos Similares. Parceria. Ter- Processo nº 16.634-0/2019).
mo de fomento. Acompanhamento e fiscalização.
Designação de servidor. Despesa. Verba indenizatória. Vinculação a cum-
1. A gestão municipal deve designar, na forma legal, primento de metas de trabalho.
servidor responsável para acompanhar e fiscalizar A vinculação de recebimento de verba indenizatória ao
cada termo de fomento firmado.  cumprimento de metas de trabalho é medida que burla o
2. O responsável pela fiscalização e acompanhamen- sistema remuneratório, sob pena de a respectiva lei e atos
to da execução do objeto de termo de fomento regulamentadores que preveem tal disposição terem sua
não é a controladoria municipal, mas, sim, o agen- aplicabilidade afastada no caso concreto por incidente de
te público designado por ato publicado em meio inconstitucionalidade pelo Tribunal de Contas. No lugar de
oficial de comunicação, responsável pela ges- estipular verba indenizatória, a Administração pode dispor
tão da parceria celebrada, com poderes de con- de gratificação por produtividade ou bônus de eficiência,
trole e fiscalização, conforme art. 2º, VI, da Lei com critérios objetivos de julgamento da produtividade e
13.019/2014.  tabela de valores ou porcentagens explícitas para o servi-
3. As atividades de controladoria não se confundem dor público que cumprir determinados requisitos, observa-
e nem se vinculam às atividades de fiscalização de dos os critérios constitucionais e legais para a concessão.
termo de fomento.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 562/2018-TP.
tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 8/2020-TP. Jul- Julgado em 06/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
gado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/12/2018. Processo nº 12.189-4/2013).
04/03/2020. Processo nº 14.067-8/2019).
34 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Despesa. Verba de natureza indenizatória. Paga- Despesa. Diárias e transportes não urbanos.
mento em duplicidade. Quantum fixado. Princí- É possível a concessão conjunta de diárias e passagens
pios. para traslado intermunicipal, tendo em vista que as diárias
1. É vedada a concessão de duas verbas de natureza incluem apenas os gastos com transporte urbano. A esco-
indenizatória a servidor público para compensar lha pela inclusão dos gastos com passagens e transportes
gastos ou perdas de mesma espécie inerentes ao não urbanos nas diárias deve constar da legislação de re-
desempenho do cargo, configurando pagamen- gência, em que se exponha os respectivos parâmetros.
to em duplicidade que afronta aos princípios da
moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
2. O quantum a ser fixado ou definido em lei para Acórdão nº 457/2016-TP. Julgado em 23/08/2016. Publica-
verba de natureza indenizatória deve guardar ra- do no DOC/TCE-MT em 06/09/2016. Processo nº 21.157-
zoabilidade e proporcionalidade em relação à re- 5/2014).
muneração do servidor público, de forma a evitar
que a verba caracterize complementação indevida Despesa. Diárias. Prestação de contas. Documen-
de remuneração e a observar ao princípio da mo- tos. Apresentação exclusiva de relatórios de via-
ralidade administrativa. gem.
1. Nos processos de prestação de contas de diárias,
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- a apresentação exclusiva de relatórios de viagem
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 105/2018- é insuficiente para comprovar a regular aplicação
SC. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em dos recursos concedidos.
26/11/2018. Processo nº 34.627-6/2017). 2. Nos termos do Acórdão TCE/MT nº 1.783/2003,
são documentos que devem compor a prestação
Despesa. Adiantamento e verba indenizatória. Pa- de contas de diárias: relatório de viagem, bilhetes
gamento em duplicidade. de passagem, comprovantes de participação em
É ilegal a concessão de adiantamento para atender cursos e treinamentos, além da solicitação funda-
gastos com abastecimento e manutenção de veículos já mentada, autorização pelo ordenador, notas de
cobertos por verba indenizatória, tendo em vista que con- empenho e liquidação, comprovante de recebi-
figura pagamento de despesas em duplicidade, passível de mento dos valores pelo servidor, bem como da sua
ressarcimento ao erário. devolução, quando for o caso, podendo o órgão ou
entidade concedente das diárias requerer outros
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- documentos.
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 41/2014-PC. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 87/2015-SC. Julgado
Processo nº 7.824-7/2013).
em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015.
Processo nº 2.197-0/2014).
7.2. DIÁRIAS

Despesa. Diárias. Concessão em valor integral. Com- Despesa. Diárias. Alimentação e hospedagem. Pa-
provação de pernoite. gamento em duplicidade.
As despesas com alimentação e hospedagem de ser-
A concessão de diárias em valor integral é lícita quando
vidores cobertas por concessão de diárias não podem ser
ocorrer pernoite fora do local de residência do servidor be-
realizadas por outros meios com recursos do tesouro mu-
neficiário, haja vista que seu objetivo é indenizar despesas
nicipal, por caracterizar pagamento de despesa em dupli-
com alimentação, locomoção e estadia.
cidade, passível de ressarcimento ao erário.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 42/2018-PC. tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.705/2014-TP. Jul-
Julgado em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em gado em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
17/08/2018. Processo nº 29.954-5/2017). 04/09/2014. Processo 7.542-6/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 35

7.3. PAGAMENTO DE MULTAS E JUROS E RESSARCI- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Luiz Carlos Pereira.
MENTO AO ERÁRIO Acórdão nº 1.702/2014-TP. Julgado em 19/08/2014. Publi-
cado no DOC/TCE-MT em 04/09/2014. Processo nº 7.540-
Despesa. Pagamento em atraso de energia e tele- 0/2013).
fonia. Negligência do gestor público.
A falta ou a entrega intempestiva das contas de energia Despesa. Multas e juros de mora. Devolução ao
e telefonia pelos Correios não exime o Poder Público de erário. Correção monetária. Data inicial da incidên-
cumprir tais obrigações no prazo, pois, nada obsta que o cia.
gestor público proceda à busca e emissão das respectivas Para efeito de recolhimento aos cofres públicos, com
faturas no endereço eletrônico da empresa. Em tal situa- recursos próprios, de valores decorrentes de despesa an-
ção, realizando-se o pagamento em atraso, resta caracte- tieconômica com pagamento de juros e multas ocasiona-
rizada a negligência do gestor público, o que motiva a sua dos por atrasos no cumprimento de parcelas contratuais,
responsabilização pelas despesas indevidas decorrentes de a correção monetária aplicada deve incidir a partir da data
juros e multa após o vencimento dessas contas. do fato gerador da despesa lesiva.

(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 552/2018-TP. Ricardo. Acórdão nº 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014.
Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº
19/12/2018. Processo nº 4.981-6/2017). 7.591-4/2013).

Despesa. Multas e juros decorrentes de atrasos


no pagamento de despesas. Ressarcimento após
apontamento em relatório de auditoria.
O ressarcimento ao erário de despesas ilegítimas com
multas e juros suportadas diretamente pelo órgão público,
decorrentes de atrasos no pagamento de obrigações legais
e contratuais, promovido pela autoridade responsável mes-
mo após apontamento em relatório de auditoria do Tribu-
nal de Contas, descaracteriza a irregularidade da despesa
e afasta a aplicação de sanção pecuniária ao responsável
pelos pagamentos em atraso.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 74/2015-PC. Julgado em
08/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 1.487-7/2014).

Despesa. Multas e juros decorrentes de atraso


contratual. Ressarcimento após apontamento do
Tribunal de Contas.
O ressarcimento ao erário de despesas com multas e
juros, decorrentes de atrasos no pagamento de obrigações
contratuais e suportadas diretamente pelo órgão público,
quando realizado pela autoridade responsável após apon-
tamento em relatório de auditoria do Tribunal de Contas,
não descaracteriza a irregularidade e ilegitimidade da des-
pesa, sujeitando o responsável à aplicação de multa, sem,
contudo, importar na condenação em débito, haja vista que
o ressarcimento já foi efetuado.
36 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

7.4. DESPESAS GERAIS E SUA LEGITIMIDADE (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.379/2015-TP. Julgado em
Despesa. Pagamento de proventos a servidores 15/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/10/2015.
falecidos. Monitoramento. Processo nº 1.825-2/2014).
A Administração municipal deve aprimorar o monito-
ramento do controle e identificação de servidores aposen- Despesa. Fornecimento diário de lanches a servi-
tados falecidos no curso do exercício financeiro, a fim de dores.
evitar pagamentos de proventos indevidos que lesem o A despesa com o fornecimento diário de lanches para os
patrimônio público. servidores, que não tenha sido destinado ao atendimento
de eventos relacionados às atividades do órgão ou entida-
(Auditoria Coordenada. Relator: Conselheiro Substituto de pública, é ilegítima, contrariando o entendimento con-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 240/2019-TP. Julgado em solidado na Resolução de Consulta nº 13/2010 do TCE-MT.
14/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/05/2019. Pro-
cesso nº 7.572-8/2017). (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 190/2015-PC.
Despesa. Ausência de prévio e regular amparo Julgado em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
contratual. Legitimidade da despesa. Indenização. 24/09/2015. Processo nº 6.100-0/2014).
Apuração de responsabilidades.
1. É ilegal o pagamento de despesas sem o prévio e Despesa. Fornecimento de lanches ou café da ma-
regular amparo contratual (parágrafo único do art. nhã. Legitimidade e finalidade pública.
62 da Lei nº 8.666/93). 1. A despesa com fornecimento de lanches ou café da
2. Excepcionalmente, as despesas realizadas sem manhã será legítima e terá finalidade pública caso
o prévio amparo contratual – desde que devida- seja realizada para atender situações ocasionais re-
mente legítimas, comprovadamente realizadas e lacionadas com as atividades institucionais do ente
justificadas – devem ser indenizadas pela Admi- público, a exemplo da realização de eventos.
nistração Pública, no entanto, deve-se apurar a 2. A realização de despesas habituais com forneci-
responsabilidade de quem deu causa às despe- mento de lanches e café da manhã a servidores pú-
sas sem a cobertura contratual, aplicando-se ao(s) blicos é ilegítima e não atende à finalidade pública.
agente(s) responsável(is) as sanções cabíveis em (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
face da conduta ilegal. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 1.294/2014-TP. Julgado
em 08/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Moisés Processo nº 7.888-3/2013).
Maciel. Acórdão nº 61/2016-PC. Julgado em 09/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2016. Processo nº Despesa. Pagamento pelo município de locação de
2.588-7/2015). imóvel para moradia de policial militar. Despesa
ilegítima.
Despesa. Promoção do desporto municipal. Enti- É ilegítimo o pagamento, pelo município, de locação de
dades privadas sem fins lucrativos. imóvel local para moradia de policial militar estadual que
A Administração municipal pode conceder recursos a se encontra em local diverso de sua residência, tendo em
entidades privadas sem fins lucrativos, com fins de pro- vista que é competência do Estado, e não do município,
moção do desporto local, seja o esporte educacional, o promover o estímulo ao servidor para permanência em
qual deve ser priorizado, seja o desporto de rendimento, local diferente de sua moradia, por meio de lei específica
profissional ou não, desde que a destinação de recursos que autorize o pagamento.
tenha previsão em lei específica e que atenda às condições
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
do Orçamento. Ricardo. Acórdão nº 1.163/2014-TP. Julgado em 10/06/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº
7.612-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 37

Despesa. Pagamento pelo município de aluguel Despesa. Liquidação. Atestação obrigatória dos
de imóvel para órgão de outro ente da Federação. documentos comprobatórios da despesa.
Convênio ou instrumento congênere. Os documentos que comprovam a efetiva prestação de
É ilegal o pagamento, pelo município, de despesas de serviços ou a entrega de materiais contratados pela Admi-
aluguel de imóvel para atender órgão de outro ente da nistração Pública, para fins de suporte da liquidação das
Federação sem a celebração de convênio ou de instrumento despesas públicas (art. 63 da Lei nº 4.320/1964), devem ser
congênere. atestados pelo servidor fiscal/gestor do respectivo contra-
to, não sendo admitida a apresentação de declaração de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio terceiros para cumprir tal finalidade.
Ricardo. Acórdão nº 1.078/2014-TP. Julgado em 27/05/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
7.611-2/2013). tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 243/2015-PC. Julgado
em 11/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015.
7.5. LIQUIDAÇÃO DA DESPESA Processo nº 1.532-6/2014).

Despesa. Liquidação. Atesto em notas fiscais por


Despesa. Liquidação. Locação de veículos sem a
secretário municipal. Necessidade de designação
cedência de motorista. Comprovação por meio de
de fiscal de contrato.
recibo.
O atesto em documentos comprobatórios de execução
É possível a utilização de recibo ou documento equiva-
contratual, a exemplo de notas fiscais, não representa
lente para amparar a liquidação de despesas com locação
simples assinatura documental, mas ato afeto à fase de
de veículos sem a cedência de motorista pela empresa
liquidação da respectiva despesa, embasado por procedi-
contratada, tendo em vista que a locação de bens móveis
mentos fiscalizatórios voltados à comprovação do regular
configura uma obrigação de dar e não uma prestação de
cumprimento dos contratos firmados e que deve ser reali-
serviços, à luz da Súmula Vinculante nº 31 do STF, não sen-
zado por fiscal designado e capacitado tecnicamente para
do exigível, portanto, a emissão de nota fiscal.
essa finalidade (art. 67 da Lei nº 8.666/93), não cabendo tal
mister a secretários municipais.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 170/2015-SC. Julgado
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
em 14/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/11/2015.
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 16/2017-
Processo nº 3.024-4/2014).
PC. Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
08/11/2017. Processo nº 16.099-7/2017).
Despesa. Liquidação. Atestação de documentos
Despesa. Pagamento sem comprovação docu- fiscais por servidores.
Para efeito de liquidação das despesas públicas, os do-
mental. Desvio de recursos públicos. Restituição
cumentos comprobatórios da entrega dos materiais ou da
e multa.
prestação dos serviços devem ser devidamente atestados
O pagamento de obrigações sem correspondente com-
por servidores designados para este fim e não pelo conta-
provação documental que demonstre o bom e regular em-
dor, em observância ao que dispõe o art. 63, § 2º, da Lei
prego de dinheiro público, na conformidade das leis (art.
nº 4.320/64.
93 do Decreto-Lei nº 200/1967), evidencia a ocorrência de
desvio de recursos públicos que implica na necessidade de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-
restituição ao erário, com recursos próprios do responsável,
mingos Neto. Acórdão nº 3.489/2015-TP. Julgado em
atualizados monetariamente, e em aplicação de multa pelo
14/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/11/2015.
Tribunal de Contas sobre o valor do dano causado.
Processo nº 1.517-2/2014).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 45/2017-
SC. Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
31/10/2017. Processo nº 10.019-6/2016).
38 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Despesa. Liquidação. Aquisição de medicamentos. Despesa. Liquidação. Atestação de documentos


Registro de Preços. Entrega de produto com mar- fiscais.
cas não indicadas no registro de preços. Os documentos fiscais devem ter a evidência clara de
Na fase de liquidação das despesas com a aquisição de atestação, com a identificação dos servidores responsáveis,
medicamentos, a Administração deve exigir do contratado de forma a comprovar a liquidação da despesa, ou seja,
a entrega dos produtos com a marca indicada no respectivo que os serviços foram prestados ou que os materiais foram
registro de preços, não sendo aceitável o recebimento de entregues.
produtos com marcas diferentes, ainda que com “princí-
pios ativos” iguais e tendo sido respeitados os preços e as (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
quantidades pactuadas. tituto João Batista Camargo. Acórdão nº 39/2014-PC.
Julgado em 20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio 03/09/2014. Processo nº 8.341-0/2013).
Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015.
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº Despesa. Liquidação. Pagamento de fornecedor
1.930-5/2014). por débito automático.
O pagamento a fornecedor realizado por meio de dé-
Despesa. Liquidação. Notas fiscais vencidas. bito automático em conta corrente bancária, sem a corres-
Notas fiscais vencidas não são documentos idôneos pondente nota fiscal emitida pela contratada, caracteriza
para fins de liquidação de despesa, não atendendo ao dis- procedimento inidôneo para o processamento da liquida-
posto no art. 63 da Lei 4.320/64, sendo que o efetivo re- ção da despesa, contrariando exigências da Lei 4.320/1964
colhimento de tributos referentes a essas notas não afasta quanto à verificação do direito adquirido pelo credor.
sua inidoneidade.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa- tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 35/2014-PC. Julgado
quim. Acórdão nº 2.275/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. em 13/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº Processo nº 8.279-1/2013).
7.746-1/2013).
7.6. MEIO DE PAGAMENTO DA DESPESA
Despesa. Liquidação. Abastecimento de veículos.
Nota fiscal e cupom de abastecimento. Despesa. Pagamentos. Sistema de Pagamentos
A liquidação de despesa referente a abastecimento de Brasileiro (SPB). Pagamento por Tesouraria. Con-
veículos não deve ter por base somente a nota fiscal, mas trole do fluxo financeiro.
também outros meios acessórios que complementem a 1. Os órgãos e entidades públicas devem realizar
comprovação do direito adquirido pelo credor, como os seus pagamentos por meios eletrônicos disponi-
comprovantes de abastecimento dos veículos, sob pena bilizados pelo Sistema de Pagamentos Brasileiro
de caracterização de despesa ilegítima. (SPB). A integração do sistema de pagamento com
o sistema bancário possibilita evitar a realização
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- de pagamentos ilegítimos, tais como aqueles des-
tonio Joaquim. Acórdão nº 1.697/2014-TP. Julgado em tinados a credores fictícios, realizados em duplici-
19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2014. dade, sem o processamento de despesa.
Processo nº 7.500-0/2013). 2. Não é desejável que os pagamentos sejam feitos
diretamente por Tesouraria, sendo que, em face
dos princípios da prudência e da segregação de
funções, da economia processual e da necessida-
de de facilitar o controle institucional, os paga-
mentos devem consignar-se mediante procedi-
mento bancário, a identificar expressamente os
beneficiários.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 39

3. A Administração Pública deve controlar com efici- 7.7. RESTOS A PAGAR E PAGAMENTO EM ORDEM
ência os recursos públicos, acompanhando o fluxo CRONOLÓGICA
financeiro, o que não se limita à observância da
entrada desses recursos, sendo imprescindível Despesa. Pagamento de créditos em ordem crono-
o controle eficiente da saída dos mesmos, ave- lógica. Razões de interesse público. Restos a pagar.
riguando onde estão sendo aplicados e identifi- 1. O respeito à ordem cronológica é direito subjetivo
cando a legitimidade dos credores. do credor da Administração Pública à fiel obser-
vância do procedimento estabelecido no art. 5º
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substitu- da Lei 8.666/1993.
to Moisés Maciel. Acórdão nº 362/2019-TP. Julgado em 2. A lei exige que a Administração obedeça, para
11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/06/2019. cada fonte diferenciada de recursos, a estrita or-
Processo nº 34.329-3/2017). dem cronológica das datas de suas exigibilidades,
salvo quando presentes relevantes razões de in-
Despesa. Pagamento. Operações bancárias eletrô- teresse público e mediante prévia justificativa da
nicas. Emissão de cheques. Excepcionalidade. autoridade competente, devidamente publicada.
Os pagamentos realizados pela Administração somente 3. Configurando ou não restos a pagar, os débitos
poderão ocorrer por operações bancárias eletrônicas, não contratuais pendentes devem ser pagos na ordem
podendo ser efetuados por meio de “cheques”, salvo em cronológica de suas exigibilidades mesmo quando
situações equiparáveis a caso fortuito ou de força maior transferidos de um exercício a outro, uma vez que
devidamente justificadas, nos termos da Resolução de Con- o não pagamento de todos os débitos pendentes
sulta nº 20/2014 do TCE-MT. Nessas situações excepcionais resulta em defeito na elaboração do orçamento.
do uso do cheque, o documento deve ser nominal, apre-
sentando, no verso ou anverso, descrições em que constem (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
o CPF ou CNPJ do favorecido, bem como guardar nexo com tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 38/2020-TP.
as informações dos respectivos processos de despesas que Julgado em 07/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
garantam o direito do credor ao pagamento. 04/06/2020. Processo nº 20.238-0/2019).

(Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs- Despesa. Restos a pagar. Limitação de empenho e
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 387/2017-TP. Julgado de movimentação financeira.
em 29/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2017. Para garantir que a inscrição em Restos a Pagar de des-
Processo nº 11.297-6/2017). pesas contraídas em um exercício ocorra até o limite do
saldo da disponibilidade de caixa, abstendo-se de permitir
Despesa. Folha de Pessoal. Pagamento por meio o acúmulo imotivado e excessivo de passivos financeiros
eletrônico. para exercícios futuros, o Poder Executivo municipal deve
Os pagamentos relativos à folha de pessoal, mediante promover o efetivo controle do equilíbrio fiscal das contas
emissão de cheques, contrariam a Resolução de Consulta do Município (art. 1º, § 1º, da LRF), mediante limitação de
TCE-MT nº 20/2014, devendo ser efetivados por meio de empenho e de movimentação financeira, segundo os crité-
transferência bancária eletrônica. rios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 179/2015-PC. Julgado tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 75/2019- TP.
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015. Julgado em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 1.615-2/2014). 29/01/2020. Processo nº 16.755-0/2018).
40 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Despesa. Ordem cronológica. Art. 5º, caput, Lei em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019.
8.666/93. Regulamentação. Normatização de as- Processo nº 13.879-7/2019).
pectos complementares.
1. O respeito à ordem cronológica dos pagamentos Despesa. Restos a pagar. Ordem cronológica.
é dever legal e não mera faculdade, previsto no Os débitos contratuais pendentes, inclusive os inscritos
artigo 5°, caput, da Lei 8.666/93, que deve ser em Restos a Pagar, devem ser pagos na ordem cronológi-
cumprido pelos gestores públicos e independe ca de suas exigibilidades, nos termos do art. 5º da Lei nº
de regulamentação da norma inserta na Lei de 8.666/93.
Licitações, embora seja salutar o estabelecimen-
to de referenciais e critérios objetivos que regula- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
mentem os procedimentos de pagamentos, eluci- tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 75/2016-PC. Julgado
dando, especialmente, as hipóteses de “interesse em 13/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/09/2016.
público” que justifiquem a não observância da Processo nº 2.104-0/2015).
ordem de pagamentos.
2. A normatização de aspectos complementares vi- Despesa. Pagamento. Ordem cronológica. Cance-
sando ao acompanhamento e controle interno do lamento de restos a pagar.
disposto no art. 5º, caput, da Lei 8.666/93, deve 1. Não compete ao Tribunal de Contas determinar ao
contemplar, no mínimo: gestor público o pagamento de créditos inadim-
a. a ocasião em que o credor deverá ser inserido plidos junto a terceiros, tendo em vista que a
na respectiva sequência, considerando: a.1) a tutela de interesses privados compete ao Poder
demonstração, para o ingresso na fila, do adim- Judiciário, mas tem o dever legal de verificar se o
plemento da parcela contratual mediante a apre- inadimplemento implicou em preterição na ordem
sentação de fatura ou documento equivalente cronológica de pagamentos, em desobediência ao
pelo contratado, a ser confirmada na liquidação art. 5º da Lei nº 8.666/93.
da despesa; e, a.2) o cumprimento das demais 2. O cancelamento de restos a pagar processados,
condições legais e contratuais exigíveis, como a sem a devida motivação, é conduta irregular su-
regularidade fiscal, trabalhista e com a seguridade jeita às sanções previstas na Lei Complementar
social, entre outras, também a serem confirmadas nº 269/2007.
na liquidação da despesa; (Denúncia. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acór-
b. as hipóteses de suspensão da inscrição do crédito dão nº 68/2016-SC. Julgado em 25/05/2016. Publicado no
na ordem cronológica de pagamento, em razão da DOC/TCE-MT em 07/06/2016. Processo nº 24.567-4/2015).
ausência de demonstração do cumprimento das
condições legais e contratuais pelo contratado; Despesa. Restos a pagar processados. Pagamento
c. a fixação de prazo máximo para a realização da pelo gestor sucessor.
liquidação e para o efetivo pagamento, a contar Em respeito ao princípio da continuidade administrati-
do ingresso na linha de preferência, ou para a re- va, as dívidas assumidas pelo município são de responsa-
jeição dos serviços prestados ou bens fornecidos, bilidade deste, independentemente do gestor que as con-
por desatendimento das exigências legais ou con- traiu, devendo o gestor sucessor realizar o pagamento de
tratuais; e, restos a pagar processados de exercícios anteriores, desde
d. as situações que poderão vir a constituir, ainda que legítimos, salvo justificativa plausível para não fazê-lo,
que não de forma taxativa, relevantes razões de obedecendo, no pagamento, a estrita ordem cronológica
interesse público, a permitir excepcionar a regra das datas de exigibilidade desses restos a pagar conforme
da ordem cronológica, a propósito do que esta- disposto no art. 5º da Lei nº 8.666/93.
belece a parte final do artigo 5º, caput, da Lei
8.666/1993. (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 227/2015-SC. Julgado
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- em 17/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015.
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 873/2019-TP. Julgado Processo nº 2.255-1/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 41

Despesa. Restos a pagar. Cancelamento. 7.8. DESPESA E O ATENDIMENTO AO ART. 42 DA LRF


1. É vedado o cancelamento de restos a pagar
processados não prescritos sem a comprovação de Despesa. Art. 42 da LRF. Cobertura de insuficiência
fato motivador plausível (art. 3º, caput, Resolução financeira entre fontes do Fundeb. Impossibilida-
Normativa nº 11/2009 do TCE-MT), por configurar de. Controle por fonte de recursos.
enriquecimento sem causa da Administração e 1. Para efeito de atendimento à norma do art. 42
ofensa aos princípios constitucionais da morali- da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), acerca da
dade, legalidade e segurança jurídica. não assunção de obrigação de despesa nos dois
2. Os valores relativos aos restos a pagar processa- últimos quadrimestres do mandato, quando não
dos e não prescritos devem compor as Demons- há disponibilidade de caixa suficiente, não se po-
trações Contábeis do respectivo ente federado, de utilizar o saldo positivo da Fonte Fundeb 60%
sob pena de o gestor incorrer em crime contra a para cobrir insuficiência financeira da Fonte Fun-
ordem pública. deb 40%.
2. Em se tratando de recursos vinculados, como no
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
caso de recursos do Fundeb, o controle deve ser
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.351/2015-TP. Julgado em
realizado por fonte, o que evidencia um mecanis-
09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015.
mo essencial para o controle e transparência entre
Processo nº 1.822-8/2014).
a geração da despesa, a disponibilidade de caixa
e a obrigação de pagamento, em obediência ao
Despesa. Restos a pagar. Levantamento e paga-
art. 42 da LRF.
mento por novo gestor. Ordem cronológica.
O novo gestor deve realizar levantamento dos restos a (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
pagar processados, referentes a débitos de gestões anterio- tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 54/2017-TP.
res, e providenciar o pagamento daqueles considerados le- Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
gítimos, obedecendo à ordem cronológica exigida no art. 5º 09/11/2017. Processo nº 8.210-4/2016).
da Lei nº 8.666/93, uma vez que as dívidas contraídas pela
Administração pública são de responsabilidade do respec- Despesa. Disponibilidade de caixa. Art. 42 da LRF.
tivo ente, independentemente do gestor que as contraiu. Apuração por fonte de recursos. Inclusão de restos
a pagar. Atrasos em repasses. Atenuante.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
1. Para efeito de verificação do cumprimento das dis-
lheiro Valter Albano. Acórdão nº 20/2015-TP. Julgado em
posições constantes no art. 42 da Lei de Responsa-
24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
bilidade Fiscal (LRF), a relação entre a assunção de
Processo nº 5.667-7/2014).
obrigação de despesa e a suficiente disponibilida-
de de caixa deve ser calculada, individualmente,
Despesa. Restos a pagar. Ordem cronológica. Le-
por fontes de recursos. Incluem-se como assunção
galidade da liquidação de despesas. Processo ad-
de obrigação de despesa tanto os restos a pagar
ministrativo.
processados quanto os não processados, inscritos
É dever do gestor público municipal realizar o
no exercício.
pagamento de despesas inscritas em restos a pagar com
2. Pode ser considerada como atenuante na respon-
observância da ordem cronológica, sendo que, havendo
sabilização por descumprimento das disposições
dúvidas quanto à regularidade ou legalidade dos proces-
constantes no art. 42 da LRF, considerando-se as
sos de liquidação de despesas inscritas em restos a pagar,
respectivas fontes de recursos vinculadas, a ocor-
deve ser instaurado processo administrativo para apurar a
rência de atrasos em repasses financeiros, devidos
liquidez e a exigibilidade dos créditos, bem como possíveis
a municípios, pela União e/ou Estado.
responsabilidades.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.164/2014-TP. Julgado em tituto Moisés Maciel. Parecer Prévio nº 41/2017-TP. Julgado
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. em 03/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2017.
Processo nº 7.347-4/2013). Processo nº 8.385-2/2016).
42 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

8. DÍVIDA ATIVA 9. EDUCAÇÃO


Dívida Ativa. Cobrança da Dívida Ativa municipal. 9.1. MÍNIMO CONSTITUCIONAL
Anúncios em carros de som e avisos na rádio local.
A cobrança da Dívida Ativa municipal por meio de Educação. Manutenção e Desenvolvimento do En-
anúncios em carros de som e avisos em rádio local, por sino. Mínimo constitucional. Inclusão no exercício
não atingir diretamente o devedor, não configura medida seguinte de percentual não aplicado.
efetiva e eficaz que incentive a arrecadação de receitas, Quando não atendido o percentual mínimo constitucio-
sendo recomendável que a prefeitura adote providências nal na aplicação de recursos na manutenção e desenvolvi-
mais incisivas como a notificação extrajudicial dos devedo- mento do ensino (artigo 212, CF/1988), a diferença percen-
res, a criação de um cadastro de inadimplentes e o protesto tual não aplicada deve ser incluída no orçamento do ente
extrajudicial de certidões de Dívida Ativa. federado para o exercício subsequente.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.382/2014-TP. Julgado em tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 485/2017-TP.
12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. Julgado em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 7.317-2/2013). 24/01/2018. Processo nº 8.243-0/2016).

Dívida Ativa. Cobrança. Responsabilidade fiscal. Educação. Majoração do percentual mínimo de


Medidas efetivas de cobrança. aplicação na MDE. Lei municipal. Inconstituciona-
1. No âmbito da responsabilidade da gestão fiscal lidade.
quanto à obtenção de receitas pela Administra- Não é possível à lei municipal majorar o percentual mí-
ção Pública, constituem requisitos essenciais não nimo de aplicação de recursos na Manutenção e Desenvol-
só a instituição, previsão e efetiva arrecadação vimento do Ensino previsto no artigo 212 da CF/1988, sob
de todos os tributos, como também a adoção de pena de o Tribunal de Contas afastar a aplicabilidade da
medidas efetivas para cobrança da Dívida Ativa. norma em sede de incidente processual de inconstitucio-
2. A inexistência de notificação dos contribuintes nalidade.
inscritos em Dívida Ativa configura a omissão da
gestão em adotar providências para cobrança da (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro José
dívida, não se cumprindo um dos requisitos essen- Carlos Novelli. Parecer Prévio nº 17/2015-TP. Julgado em
ciais da gestão fiscal responsável. 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015.
Processo nº 3.625-0/2014).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
Ricardo. Acórdão 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014. Educação. Mínimo constitucional. Despesas com
Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº ensino superior.
7.591-4/2013). O município pode custear as despesas com ensino supe-
rior e incluí-las no percentual mínimo de 25% destinado à
manutenção e desenvolvimento do ensino (art. 212, CF/88),
desde que atendidas, plenamente, as necessidades da edu-
cação básica municipal.

(Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaque-


line Jacobsen. Acórdão nº 2.966/2015-TP. Julgado em
30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 2.523-2/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 43

Educação. Vinculação de receita de impostos. Per- Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº


centual superior ao da CF/1988. Iniciativa de lei. 7.597-3/2013).
É inconstitucional o estabelecimento de vinculação
de receita de impostos à manutenção e desenvolvimento Educação. Limite. Manutenção e desenvolvimento
do ensino público em percentual superior ao definido na do ensino. Gastos com aquisição de instrumentos
Constituição Federal por meio de lei de iniciativa do Poder musicais.
Legislativo, tendo em vista que tal situação fere a compe- Os gastos com aquisição de instrumentos musicais não
tência constitucional do chefe do Poder Executivo de inicia- figuram no art. 70 da Lei Federal 9.394/96, por isso não
tiva privativa de lei que dispõe sobre matéria de natureza devem ser classificados como despesa de “manutenção e
orçamentária (art. 165, III, CF/1988). desenvolvimento do ensino”, ainda que o objetivo do dis-
pêndio tenha sido a realização de atividades complemen-
(Contas Anuais de Governo do Estado. Relator: Con- tares à grade curricular de ensino.
selheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº
6/2014-TP. Julgado em 27/06/2014. Publicado no DOC/ (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
TCE-MT em 17/07/2014. Processo nº 7.549-3/2014). tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 949/2014-TP. Julgado
em 13/05/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014.
9.2. GASTOS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVI- Processo nº 7.573-6/2013).
MENTO DO ENSINO
9.3. FUNDEB 40%
Educação. Despesas com manutenção e desenvol-
vimento do ensino. Merenda escolar. Educação. Superávit nos recursos do Fundeb 40%.
As despesas com merenda escolar não devem ser con- Aplicação no exercício subsequente. Parte Fundeb
sideradas no cálculo dos gastos com manutenção e de- 60%. Utilização exclusiva no exercício corrente.
senvolvimento do ensino - MDE, nos termos do art. 71, IV, 1. Sendo apurado superávit financeiro de até 5% nos
da Lei nº 9.394/1996 (LDB) e da Resolução de Consulta nº recursos recebidos do Fundeb no exercício corren-
18/2011 do TCE-MT. Contudo, a sua Classificação Funcional te, poderá ser aplicado no primeiro trimestre do
deve considerar a função 12 (Educação) e a subfunção 306 exercício subsequente, mediante abertura de cré-
(Alimentação e Nutrição), tendo em vista a necessidade de ditos adicionais (art. 21, § 2º, Lei 11.494/2007). Tal
melhor identificação dessas despesas para o fim de expur- previsão legal aplica-se exclusivamente à parte
go do cálculo da MDE (Portaria MOG nº 42/1999). disponível do Fundeb 40%.
2. A parte do Fundeb 60%, vinculada ao pagamento
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio da remuneração dos profissionais do magistério
Ricardo. Acórdão nº 3.181/2015-TP. Julgado em 11/08/2015. da educação básica em efetivo exercício na rede
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº pública, deve ser aplicada anualmente, sendo in-
1.901-1/2014). cabível, neste caso, a possibilidade prevista no art.
21, § 2º, Lei 11.494/2007.
Educação. Limite. Manutenção e desenvolvimento
do ensino. Gastos com alimentação e diárias de (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
agentes públicos. tituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 81/2017-TP.
A classificação dos gastos com alimentação e diárias de Julgado em 28/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
agentes públicos como “manutenção e desenvolvimento 14/12/2017. Processo nº 7.816-6/2016).
de ensino”, mesmo que em atividades que alcançam os
alunos, é imprópria, e, portanto, são despesas que devem Educação. Recursos do Fundeb 40%. Despesas com
ser excluídas do cálculo do percentual mínimo de gastos viagens, publicidade e serviços de limpeza e ma-
com educação. nutenção.
Os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimen-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio to da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Ricardo. Acórdão nº 1.080/2014-TP. Julgado em 27/05/2014. Educação (Fundeb), referentes à parcela disponível (40%),
44 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

devem ser aplicados exclusivamente em despesas educa- Educação. Competência legislativa municipal. Jor-
cionais vinculadas à educação básica, não sendo incluídos: nada de trabalho dos professores. “Hora-ativida-
a. viagens de servidores para tratarem de assun- de”. Percentual que contraria lei federal.
tos sem relação direta com a educação básica; Os municípios não podem estabelecer para os profes-
b. gastos com materiais de publicidade e corre- sores da educação básica, em lei específica, um percentual
latos para atender unidade administrativa de da jornada de trabalho destinado à realização de “hora-ati-
política educacional; e, vidade” inferior ao previsto na Lei Federal nº 11.738/2008,
c. serviços de limpeza e manutenção de piscina tendo em vista que a competência legislativa municipal
de unidade de apoio e suporte à inclusão da encontra limites nas disposições de Lei Nacional que regu-
educação especial. lamenta regras previstas na Constituição Federal.

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Teis. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
Acórdão nº 545/2016-TP. Julgado em 04/10/2016. Publi- lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 473/2014-TP. Julgado em
cado no DOC/TCE-MT em 14/10/2016. Processo nº 2.909- 11/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014.
2/2014). Processo nº 23.619-5/2013).

9.4. JORNADA DE TRABALHO E PISO NACIONAL 9.5. MERENDA ESCOLAR E NUTRICIONISTA


DOS PROFESSORES
Educação. Elaboração de cardápio de merenda es-
Educação. Pessoal. Piso nacional do magistério. Lei colar. Designação de nutricionista.
específica. Medidas para cumprimento. Pagamen- A elaboração de cardápio da merenda escolar deve ser
to de valores retroativos. realizada por nutricionista designado pela administração
1. O município deve atender ao piso salarial nacio- pública, cumprindo-se exigência do artigo 12 da Resolução
nal do magistério, independentemente da ela- CD/FNDE nº 26/2013, tendo em vista que a ausência desse
boração e publicação de lei municipal, devendo profissional pode comprometer a qualidade da alimenta-
adotar medidas para o correto planejamento do ção oferecida nas escolas.
impacto financeiro e orçamentário das despesas
resultantes da oneração da folha de pagamento, (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
nos termos dos requisitos indicados na Resolução tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.200/2014-TP. Julgado
de Consulta TCE/MT nº 11/2013. em 26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014.
2. É devido o pagamento de valores retroativos re- Processo nº 7.735-6/2013).
ferentes ao descumprimento do piso salarial na-
cional dos profissionais do magistério público da 9.6. TRANSPORTE ESCOLAR
educação básica (piso instituído por meio da Lei
11.738/08), e devidos a partir de 27/04/11, tendo Educação. Despesa. Município. Custeio de trans-
em vista o julgamento de mérito da ADI 4167 pelo porte de estudantes da rede estadual.
STF, que declarou a constitucionalidade do piso 1. O custeio pelo município de despesas com trans-
dos professores da educação básica e modulou porte de estudantes da rede estadual somente
os efeitos de sua decisão para que a lei passasse se justifica se tal contribuição estiver autorizada
a ser aplicável a partir daquela data. na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Lei
Orçamentária Anual (LOA), em lei específica e/ou
(Denúncia. Relator: Conselheiro Antonio Joaquim. em convênio, ajuste ou instrumento congênere.
Acórdão nº 1.861/2014-TP. Julgado em 02/09/2014. Publi- 2. Conforme a Lei nº 9.394/96, art. 10, inciso VII e
cado no DOC/TCE-MT em 25/09/2014. Processo nº 25.359- art. 11, inciso VI, há delimitação de responsabilida-
6/2013). de e atuação de cada um dos entes, Municípios e
Estados, quanto ao transporte escolar de estudan-
tes, não cabendo ao Município qualquer obrigação
com relação aos alunos da rede estadual de ensi-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 45

no, salvo quando se comprometer formalmente 10. FUNDO ESPECIAL


a tal obrigação.
Fundo Especial. Criação por autorização legislativa.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- Inscrição no CNPJ.
to João Batista Camargo. Acórdão nº 857/2019-TP. Julgado 1. A criação de fundo especial exige autorização
em 28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019. legislativa específica, a qual deverá dispor sobre
Processo nº 14.072-4/2019). seus objetivos, subordinação, atribuições, origem
e destinação dos recursos financeiros arrecadados,
9.7. CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE orçamento, responsáveis, contabilidade e respec-
ESCOLAR (CDCE) tivas prestações de contas, nos termos preconiza-
dos pelos artigos 71 a 74 da Lei nº 4.320/64.
Educação. CDCE. Atuação de servidores efetivos ou 2. Os fundos especiais são unidades orçamentárias
contratados. Presidente e tesoureiro. e não se revestem de personalidade jurídica, vin-
1. Não há impedimento legal para que servidores culando-se à estrutura organizacional da Admi-
efetivos ou contratados do quadro da Educação nistração Direta ou de entidade da Administração
participem como membros de Conselho Deli- Indireta do respectivo ente federado instituidor,
berativo da Comunidade Escolar (CDCE), e, para sendo obrigatória sua inscrição no CNPJ por exi-
que, após eleitos, concorram à vaga de presiden- gência da Instrução Normativa RFB nº 1.470/2014.
te, desde que seja respeitado o artigo 18, da Lei
7.040/1998, que destina 50% das vagas do Conse- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
lho aos representantes do segmento escolar. tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 79/2015-SC. Julgado
2. Os servidores públicos quando, na função de pre- em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015.
sidente e de tesoureiro de CDCE, atuam consul- Processo nº 2.250-0/2014).
tivamente no Conselho ou assinam cheques em
conjunto com o tesoureiro e o diretor da Esco-
la, não transacionam com o Estado, mas para
ele, pois a responsabilidade primária pela gestão
das escolas é dos diretores escolares e não dos
titulares dos Conselhos, conforme artigos 3° e 32,
da Lei 7.040/1998.
(Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 96/2020-TP. Julgado
em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2020.
Processo nº 8.964-8/2017).

Educação. CDCEs. Prestação de Contas. Escritura-


ções e demonstrações contábeis.
A autonomia configurada aos Conselhos Deliberativos
da Comunidade Escolar (CDCEs) não lhes dispensa de ado-
tar as escriturações e demonstrações contábeis, em virtu-
de do dever de prestar contas da utilização de recursos
públicos gozar de status constitucional, previsto no artigo
70, parágrafo único, da Constituição Federal.

(Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-


tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 96/2020-TP. Julgado
em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2020.
Processo nº 8.964-8/2017).
46 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

11. LICITAÇÃO Licitação. Empreitada por preço global. Contrata-


ção de serviços de manutenção com fornecimento
11.1. DISPOSIÇÕES GERAIS de peças e insumos.
1. O regime de empreitada por preço global é in-
Licitação. Comissão Permanente de Licitação. Con- compatível com a licitação para contratação de
vocação de empresas classificadas para firmar serviços de manutenção com fornecimento de
contrato. peças e insumos, devido à imprevisibilidade da
A Comissão Permanente de Licitação não detém com- demanda de reparos, característica da natureza
petência para convocar empresas classificadas para proce- desses serviços. O regime correto a ser adotado
derem à assinatura de contrato administrativo, tendo em é o de empreitada por preço unitário, no qual se
vista que tem a função de receber, examinar e julgar todos paga pelos serviços efetivamente prestados.
os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao 2. A adoção do regime de empreitada por preço
cadastramento de licitantes (art. 6º, XVI, Lei nº 8.666/93), global demanda projeto básico que esteja per-
se exaurindo sua competência com o julgamento das pro- feitamente atrelado ao objeto, constando todos
postas das licitantes, sendo os atos finais do procedimento os elementos e informações necessárias para que
licitatório realizados pela autoridade competente quanto à os licitantes possam elaborar suas propostas de
homologação e adjudicação do objeto licitado (art. 43, VI, preços com total e completo conhecimento do
Lei nº 8.666/93). objeto licitado, sendo que os pagamentos serão
realizados à medida que as etapas previstas no
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- cronograma físico-financeiro forem sendo execu-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 105/2018- tadas e atestadas pelo fiscal do contrato.
PC. Julgado em 24/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
13/11/2018. Processo nº 843-5/2016). (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 388/2018-TP.
Licitação. Competência. Autoridade competente. Julgado em 25/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Autorização para realização de licitação. Delega- 11/10/2018. Processo nº 8.949-4/2016).
ção de poderes para abertura de processo licita-
tório. Licitação. Publicidade. Termos de Adjudicação e de
1. A deflagração de certame licitatório cabe à autori- Homologação.
dade competente, sendo tal competência requisi- É necessária a publicação dos Termos de Adjudicação
to de validade dos atos administrativos realizados e de Homologação das licitações, em observância ao
na formalização do respectivo processo, de mo- princípio da publicidade insculpido no caput do art. 3º da
do que seu descumprimento configura vício de Lei de Licitações, embora não exista comando normativo
legalidade que pode ocasionar a anulação de atos expresso que obrigue a publicação de tais atos pela Admi-
praticados pelo agente incompetente. nistração.
2. Cada ente federativo pode delegar os poderes pa-
ra abertura de processo licitatório conforme a dis- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
tribuição de função em cada órgão ou entidade, Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015.
todavia, para tanto, o ato deverá ser formalizado Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº
por meio de lei específica para que haja essa au- 1.930-5/2014).
torização.
Licitação. Publicação. Concorrência, Tomada de
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Preços, Concurso e Leilão.
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 84/2018- As licitações realizadas por municípios nas modalidades
SC. Julgado em 16/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Concorrência, Tomada de Preços, Concurso e Leilão devem
26/10/2018. Processo nº 8.121-3/2017). ser publicadas no Diário Oficial do Estado (art. 21, II, Lei nº
8.666/93), ainda que haja disposição legal expressa quanto
à definição do veículo de imprensa oficial municipal, visto
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 47

que a publicação no Diário Oficial do Estado acarreta uma de fornecedores no mercado, as associações civis custeadas
maior publicidade dos certames e, consequentemente, com repasses de recursos públicos devem realizar certame
uma maior competição entre potenciais licitantes, favore- licitatório para obtenção da contratação mais vantajosa pa-
cendo a obtenção de melhores propostas. ra a Administração.

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 1.695/2015-TP. Julgado sé Carlos Novelli. Acórdão nº 2.394/2015-TP. Julgado em
em 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. 09/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/06/2015.
Processo nº 9.948-1/2012). Processo nº 3.046-5/2014).

11.2. ENTIDADES PRIVADAS E OBEDIÊNCIA À LEI 11.3. PROJETO BÁSICO


8.666/93
Licitação. Contratação direta. Execução de obra.
Licitação. Entidades privadas sem fins lucrativos. Projeto Básico. Orçamento em planilha de custos.
Adoção de certame licitatório simplificado ou co- A contratação para execução de obra, ainda que de-
tação prévia de preços. corrente de dispensa ou inexigibilidade de licitação, deve
1. Em regra, os particulares que recebem recursos prever Projeto Básico e orçamento em planilha de custos
públicos, mediante convênio, devem realizar pro- unitários.
cedimento licitatório em suas contratações, não
se aplicando tal disposição às entidades privadas (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
sem fins lucrativos. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 837/2019-TP.
2. Mesmo que não submissas a todos os proce- Julgado em 07/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
dimentos e formalidades previstas na Lei nº 21/11/2019. Processo nº 21.161-3/2019).
8.666/93, as entidades privadas sem fins lucrati-
vos, quando receberem recursos transferidos pela Licitação. Obras. Projeto Básico. Memorial Descri-
Administração, devem realizar certame licitatório tivo.
simplificado ou, no mínimo, cotação prévia de A apresentação de Memorial Descritivo em processo
preços no mercado para contratações de forne- licitatório de obras e serviços de engenharia não substitui
cedores, orientando-se pelos princípios constitu- o Projeto Básico previsto no art. 7º, § 2º, I, Lei nº 8.666/93,
cionais dispostos no art. 37 da CF/1988, como a sendo dele parte integrante, o qual deve incluir, também,
impessoalidade, a moralidade e a economicidade. o conjunto de desenhos, especificações técnicas, orçamen-
to, cronograma e demais elementos técnicos necessários e
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- suficientes à precisa caracterização da obra a ser executada
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 83/2018-PC. Julgado (art. 3º, parágrafo único, Resolução Normativa nº 39/2016
em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/10/2018. do TCE-MT).
Processo nº 31.508-7/2017).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Licitação. Associações civis e demais entidades ro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 10/2017-PC. Julgado em
de direito privado gestoras de recursos públicos. 05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/10/2017.
Aplicação dos princípios norteadores da Lei nº Processo nº 8.432-8/2016).
8.666/93.
As associações civis e demais entidades de direito pri- Licitação. Obras. Projeto Básico. Elementos indis-
vado gestoras de recursos públicos não estão obrigadas a pensáveis.
seguirem, na íntegra, as regras da Lei de Licitações e Con- O Projeto Básico é documento norteador e obrigatório
tratos, uma vez que não integram a administração Pública nas contratações de obras públicas, devendo conter ele-
direta ou indireta, devendo, contudo, observar os princípios mentos indispensáveis à obtenção de orçamento detalhado
norteadores aplicáveis às contratações públicas. Dessa for- do custo global da obra, nos termos do art. 6º, inciso IX,
ma, para a aquisição de bens ou serviços com pluralidade alínea “f “, da Lei nº 8.666/93.
48 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Licitação. Descrição do objeto. Termo de referência.
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 528/2016-TP. Julgado em Especificação clara e precisa.
27/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/10/2016. O objeto a ser contratado pela Administração Pública,
Processo nº 17.504-8/2013). previsto no termo de referência de licitação, demanda es-
pecificação clara e precisa, o suficiente para consagrar a
Licitação. Agências de Publicidade. Lei nº isonomia, a publicidade, a impessoalidade e a vinculação
12.232/2010. Briefing (projeto básico). ao instrumento convocatório, permitindo que todos os inte-
1. O briefing (projeto básico) é documento essencial ressados participem do certame, bem como oportunizando
que deve compor o instrumento convocatório das a contratação da proposta mais vantajosa.
licitações destinadas à contratação de serviços de
publicidade prestados por intermédio de agências (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de propaganda, nos termos do inciso II do art. 6º ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 158/2019-PC.
da Lei nº 12.232/2010, devendo apresentar infor- Julgado em 11/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
mações de forma precisa, clara e objetiva, a fim 22/01/2020. Processo nº 6.121-2/2017).
de propiciar aos interessados no certame dados
suficientes para a formulação da sua proposta. Licitação. Edital. Previsão de subcontratação. Cla-
2. O briefing deve apresentar, dentre outras infor- reza e precisão.
mações: a) os objetivos pretendidos; b) o público- 1. No caso de a Administração admitir a possibili-
-alvo; c) o período da campanha; d) a região ou dade de subcontratação pela empresa vencedora
o mercado de alcance; e) o valor referencial da de certame licitatório, conforme art. 72, da Lei
licitação com base em tabela oficial; f) os recursos 8.666/93, o edital de abertura deve definir de for-
próprios de comunicação disponíveis na Adminis- ma clara e precisa tal possibilidade.
tração; g) o histórico de campanhas anteriores; e 2. A cláusula editalícia que prevê ou não a possi-
h) as logomarcas a serem utilizadas. bilidade de subcontratação do objeto influencia
diretamente na formulação das propostas pelas
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- licitantes, e a sua disposição de forma confusa po-
to João Batista Camargo. Acórdão nº 263/2015-PC. Julgado de ocasionar eventual prejuízo para a execução do
em 18/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015. objeto e restrição à competição do certame.
Processo nº 1.385-4/2014). 3. Para atender aos princípios da Administração Pú-
blica, especialmente aos da legalidade e da publi-
11.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO LICITADO cidade, disciplinados no caput do art. 37 da Carta
Magna, é dever do administrador público divulgar
Licitação. Termo de Referência. Objeto sem deta- as informações indispensáveis à contratação, uma
lhamento. vez que é com base nelas que os licitantes obte-
A ausência de detalhamento no objeto de Termo de Re- rão os elementos necessários para elaboração da
ferência licitatório prejudica a competitividade do certame, proposta adequada ao objeto do certame.
por não propiciar uma clareza ao licitante quanto aos bens
que deverá empregar, bem como inviabiliza o comparativo (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
de preços, já que cada licitante pode apresentar itens de ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 91/2019-
quantidade e qualidade diferentes. A imprecisão do obje- SC. Julgado em 01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
to inviabiliza o julgamento objetivo das propostas, o qual 02/09/2019. Processo nº 18.737-2/2018).
exige critérios e parâmetros previamente estipulados no
edital. Licitação. Descrição do objeto. Especificação impre-
cisa e/ou insuficiente. Sanção pecuniária.
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- 1. Especificação imprecisa e/ou insuficiente do obje-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 17/2020- to da licitação, que não assegure aos interessados
PC. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 18.199-4/2019). a oportunidade de concorrerem em igualdade de
condições à contratação pretendida, caracteriza
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 49

irregularidade passível de aplicação de sanção 11.5. RESTRIÇÃO AO CARÁTER COMPETITIVO DA


pecuniária. LICITAÇÃO
2. A precisão do objeto é condição de legitimidade
do certame, devendo ser descrito de forma a tra- Licitação. Restrição à competição. Conhecimento
duzir a real necessidade do Poder Público, com de impugnação por e-mail ou fax somente após o
todas as características indispensáveis, excluídas envio de documento original.
as características irrelevantes e desnecessárias, 1. A cláusula de edital licitatório, ao estabelecer
passíveis de restringir a competição. que o conhecimento de pedido de impugnação
por e-mail ou fax somente ocorrerá após o en-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto vio do respectivo documento original, restringe
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 179/2018-TP. Julgado em a competitividade, pois cria empecilhos ou di-
15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2018. ficuldades às empresas licitantes de outras lo-
Processo nº 1.425-7/2014). calidades, gerando ônus desnecessário quanto
ao tempo e recursos dispendidos. Tal cláusula
Licitação. Especificação do objeto. Previsão de pa- restringe o exercício do direito de petição (art.
râmetros mínimos de qualidade. Caráter competi- 5°, XXXIV, Constituição Federal), impedindo as
tivo do certame. empresas de exercerem de modo pleno esse
A especificação minuciosa de objeto que contemple os direito, e restringe o controle social, visto que
requisitos técnicos e os parâmetros mínimos de qualidade, qualquer cidadão é parte legítima para impug-
necessários à satisfação do interesse da Administração, não nar a licitação (art. 15, § 6º e art. 41, § 1°, da
viola o caráter competitivo do respectivo certame licitató- Lei nº 8.666/93).
rio, tendo em vista que as licitações não se destinam ex- 2. A Administração Pública deve adotar todos os
clusivamente à escolha da proposta com menor preço, mas meios tecnologicamente disponíveis para que
também à proposta que atenda aos parâmetros mínimos não haja restrição à competitividade em licita-
de qualidade do objeto e que apresente preço compatível ções, sendo que seus atos devem ser pautados
com o praticado no mercado. na celeridade e eficiência, e, no caso de não
conhecer da impugnação encaminhada por e-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
-mail ou fax, estará deixando de utilizar meios
lheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 5/2015-
de comunicação rápidos e eficazes.
PC. Julgado em 15/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
06/05/2015. Processo nº 20.098-0/2014).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 403/2019-TP.
Licitação. Contratação de fornecimento de combus-
Julgado em 27/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
tível. Caracterização do objeto licitado.
10/07/2019. Processo nº 31.718-7/2018).
Nas licitações para contratação de fornecimento de
combustível, a Administração deve definir não só o valor
Licitação. Edital. Cláusula restritiva. Petição de
unitário por litro, mas também a estimativa da quantida-
esclarecimento ou impugnação junto à Adminis-
de a ser adquirida para atendimento de suas necessidades
tração ou diretamente ao pregoeiro.
durante o exercício, de forma a caracterizar corretamente o
A cláusula editalícia licitatória, com previsão para que
objeto licitado, demonstrar consonância com o orçamento
as petições de esclarecimentos ou impugnações aos termos
planejado, além de propiciar a definição correta da mo-
do edital sejam formalizadas junto ao serviço de protocolo
dalidade de licitação a ser utilizada e possibilitar que os
da Administração ou diretamente a pregoeiro, configura
participantes apresentem suas propostas de preços com
prejuízo ao caráter competitivo do certame, em afronta à
segurança.
disposição do art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 8.666/93, represen-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substi- tando óbice à participação de potenciais licitantes de outras
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 187/2014-SC. Julgado localidades.
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014.
Processo nº 8.012-8/2013). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
50 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 68/2018- Licitação. Exigência editalícia. Bens de fabricação
SC. Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em nacional. Restrição ao caráter competitivo do cer-
17/10/2018. Processo nº 16.392-9/2017). tame.
A exigência editalícia, em certame licitatório, para que
Licitação. Pregão presencial. Cláusula que restrin- os bens a serem adquiridos e entregues pela contratada se-
ge esclarecimentos ou impugnação por e-mail ou jam de fabricação nacional restringe o caráter competitivo
fax. da licitação, em afronta ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, tendo
A cláusula editalícia que veda a solicitação de esclare- em vista que a qualidade e segurança dos produtos não
cimentos ou impugnação de edital licitatório por e-mail ou decorrem da origem da fabricação (nacional ou internacio-
fax restringe a competitividade do certame, tendo em vista nal), mas da correta especificação e observância a critérios
que estabelece impeditivos e obstáculos à participação de mínimos de qualidade exigidos para cada produto.
licitantes de outras localidades. Como forma de garantia da qualidade dos produtos,
a Lei nº 8.666/93 dispõe de outros mecanismos que não
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- seja a exigência de bens de fabricação nacional, tais como:
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.280/2015-TP. Julgado indicação de marca como critério de qualidade; exigência
em 25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. de amostra; e exigência de garantia de fábrica para con-
Processo nº 2.110-5/2014). tratação.

Licitação. Habilitação. Recibo de retirada de edital. (Denúncia. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acór-
A confirmação de retirada de edital licitatório por meio dão nº 2.396/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no
de envio de recibo, como condição de habilitação em pro- DOC/TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.364-5/2014).
cedimento licitatório, viola a Lei nº 8.666/93, que dispõe,
prévia, taxativa e exclusivamente, sobre os requisitos ne- Licitação. Edital. Violação ao caráter competitivo.
cessários à habilitação dos licitantes. Exigência de entrega de bem em prazo exíguo.
A previsão em edital licitatório de prazo exíguo para
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio entrega de produtos ou prestação de serviços, para atendi-
Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. mento da frota municipal, prejudica o caráter competitivo
Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº do certame, contrariando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei
1.909-7/2014). nº 8.666/93, tendo em vista que privilegia os fornecedores
locais e restringe a participação de potenciais interessados,
Licitação. Cadastro prévio. Identificação dos lici- que ficam impossibilitados de cumprir as obrigações pre-
tantes. vistas devido à distância entre suas sedes e o município
A exigência de cadastro prévio do interessado, como licitante.
condição para fornecimento de edital de licitação por meio
eletrônico, configura tentativa ilegal de identificação dos (Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli.
participantes antes da data de realização da sessão pública Acórdão nº 13/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica-
do certame, desrespeitando-se os princípios da impessoali- do no DOC/TCE-MT em 13/03/2015. Processo nº 17.880-
dade e competitividade entre os participantes. 2/2014).

(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- Licitação. Aquisição de veículos. Cláusula restri-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº tiva.
2.989/2015-TP. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/ A exigência editalícia de modelo de sistema de câmbio,
TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº 12.711-6/2015). utilizado por apenas uma marca de veículo, na licitação
para aquisição de ônibus, caracteriza cláusula restritiva que
prejudica o caráter competitivo da licitação, nos termos do
art. 3º, § 1º, I, da Lei 8.666/93.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter


Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 51

Albano. Acórdão nº 2.548/2014-TP. Julgado em 29/10/2014. 11.6. VEDAÇÃO À PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÃO E


Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. Processo nº CONTRATAÇÃO PÚBLICA
7.571-0/2013).
Licitação. Nepotismo. Parentesco de licitante com
Licitação. Pregão. Serviços de transporte escolar. agente público. Critérios para configurar partici-
Licitação destinada a pessoas físicas. pação indireta.
A exigência editalícia em pregão destinado à contrata- 1. O grau de parentesco de sócio de empresa com
ção de serviços de transporte escolar, para que somente agente público não é situação suficiente para ca-
pessoas físicas participem do respectivo certame licitató- racterizar impedimento para participar de licita-
rio, restringe o caráter competitivo da licitação (artigo 3º, ção, visto que, para que haja vinculação indireta,
§ 1º, I, Lei 8.666/1993), por não permitir a concorrência em na dicção do art. 9º, § 3º, da Lei nº 8.666/93, o
igualdade de condições de todos os possíveis interessados agente deve pertencer ao órgão licitante e ocupar
aptos a prestar os serviços. cargo que possa influenciar a licitação.
2. O impedimento de contratar pessoas com grau
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- de parentesco com servidores, dirigentes e agen-
mingos Neto. Acórdão nº 2.489/2014-TP. Julgado em tes políticos é de ordem relativa e não absoluta,
29/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. sendo que a infração ao princípio da moralidade e
Processo nº 7.725-9/2013). da isonomia deve estar efetivamente configurada
quando a circunstância do caso concreto eviden-
Licitação. Edital. Proibição de envio de documentos ciar o favoritismo espúrio ou a influência indevida
e proposta da licitante por via postal. do agente público.
A cláusula editalícia que veda o envio de documentos
e proposta da licitante por via postal restringe a competi- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
tividade do certame. lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 21/2019-SC.
Julgado em 03/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 22/04/2019. Processo nº 29.945-6/2018).
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.199/2014-TP. Julgado em
26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Licitação. Participação de cooperativa de trabalho.
Processo nº 7.732-1/2013). Intermediação de mão obra.
É vedada a participação de cooperativa de trabalho
Licitação. Exigência de instalação de empresa ven- em licitação para contratação de serviços, quando se
cedora no município. Restrição da competitividade. configurar a intenção de intermediação de mão de
Restringe o caráter competitivo da licitação e contraria o obra com subordinação, pessoalidade e habitualidade,
art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/93, a exigência, em edital tendo em vista que o cooperativismo vislumbra a união
licitatório, para que a empresa vencedora do certame seja de trabalhadores, de forma voluntária e livre, para,
obrigada a se instalar e apresentar alvará de funcionamen- conjuntamente, obterem agregação de valor da sua
to do município contratante como condição para celebração atividade.
do contrato, quando a instalação da empresa no município
não for imprescindível para a execução do objeto contrata- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substitu-
do, uma vez que outras empresas, diante dessa exigência, to Moisés Maciel. Acórdão nº 362/2018-TP. Julgado em
podem deixar de participar do certame, tendo em vista que 28/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2018.
atrairiam para si custos de instalação, alteração de docu- Processo nº 15.398-2/2018).
mentação, entre outros.
Licitação. Participação de empresa de cônjuge do
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- vice-prefeito em licitação.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.199/2014-TP. Julgado em 1. A participação, em licitação promovida pela Pre-
26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. feitura Municipal, de empresa que tenha como
Processo nº 7.732-1/2013). sócio o cônjuge do vice-prefeito configura violação
52 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

aos princípios constitucionais da impessoalidade, preço) e outros com valores acima dos praticados
isonomia e moralidade. no mercado (sobrepreço), mas que, de forma glo-
2. Por interpretação analógica, após o advento da bal, apresenta valores menores, não espelhando
Súmula Vinculante 13 do STF, a proibição esta- a realidade e podendo ocasionar dano ao erário
belecida no art. 9º, III, da Lei nº 8.666/93 para caso se utilize quantidade maior dos itens com
participação de servidor ou dirigente em licitação sobrepreço ou quantias menores dos itens com
promovida pelo órgão ou entidade contratante, subpreço.
da qual faça parte, se estende às empresas per-
tencentes a seus familiares. (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 145/2020-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta TP. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 332/2018-TP. Julgado em 09/07/2020. Processo nº 14.595-5/2019).
21/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
Processo nº 9.343-2/2016). Licitação. Aquisições. Preços de referência.
1. A Administração deve estabelecer preços de refe-
Licitação. Participação de empresas de parentes rência nas aquisições de forma a aproximá-los aos
do gestor. preços de mercado, submetendo-os a uma análise
A participação de empresas pertencentes a parentes do crítica e detalhada pelo setor responsável em rela-
gestor público titular de Poder ou órgão em procedimentos ção aos itens de maior materialidade e relevância
licitatórios por ele promovidos afronta preceitos da Lei nº para a contratação.
8.666/93 e princípios constitucionais como a impessoalida- 2. A pesquisa de preços de referência nas aquisições
de e a moralidade. públicas deve ser a mais ampla possível, consi-
derando um conjunto (cesta) de preços aceitá-
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- veis, para evitar o risco de valores elevados nas
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.280/2015-TP. Julgado compras, podendo se limitar a cotações de for-
em 25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. necedores apenas quando não for possível obter
Processo nº 2.110-5/2014). preços referenciais nos sistemas oficiais.

11.7. FORMAÇÃO DE PREÇOS DE REFERÊNCIA (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-


ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 100/2020-
Licitação. Preço de referência. Tabela do fabrican- TP. Julgado em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
te. Outros parâmetros. Sobrepreço. Subpreço. 23/06/2020. Processo nº 13.522-4/2019).
1. A utilização da tabela referencial do fabricante,
como único parâmetro para aferição do preço Licitação. Preços de referência. Três orçamentos de
máximo para contratação de serviços licitados, fornecedores. Ampla pesquisa de preços.
atenta contra o princípio da economicidade, sen- Para a formação de preços de referência em processo
do necessária a utilização por parte de Adminis- licitatório, a Administração deve, previamente ao certame,
tração Pública de outros parâmetros de controle e realizar ampla pesquisa de preços, consultando fontes
procedimentos de verificação de preços praticáveis que sejam capazes de representar os valores praticados
no mercado, visando a proporcionar maior segu- no mercado, não se limitando à obtenção de apenas três
rança e economia.  orçamentos de fornecedores, em observância à Resolução
2. O uso de tabela do fabricante como único parâ- de Consulta nº 20/2016 do TCE-MT.
metro de preços apresenta riscos, uma vez que os
valores orçados podem ser muito superiores ao (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
efetivamente contratado, e, além disso, há o risco lheiro Substituto Luiz Henrique. Acórdão nº 131/2019-PC.
de ocorrer o chamado “jogo de planilhas”, que Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
consiste na apresentação de uma proposta com 21/11/2019. Processo nº 10.340-3/2019).
alguns itens com preços abaixo do mercado (sub-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 53

Licitação. Estimativa de preços. Coerência com va- Publicado no DOC/TCE-MT em 26/08/2016. Processo nº
lores de mercado. 1.962-3/2014).
As estimativas de preços nas licitações, demonstradas
em planilhas detalhadas, devem ser coerentes com os valo- Licitação. Aquisição de medicamentos. Preços de
res praticados no mercado, de modo que possam servir de referência.
efetivo parâmetro para as contratações a serem realizadas. 1. As compras públicas de medicamentos devem
ser balizadas pelos preços praticados no âmbito
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta dos órgãos e entidades da Administração Pública
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 72/2018-TP. Julgado em (art. 15, V, da Lei nº 8.666/93), tendo por fim a
27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. adequação da estimativa de preços aos praticados
Processo nº 23.354-4/2016). no mercado, sob pena de a Administração incorrer
em superfaturamento de preços com prejuízo ao
Licitação. Medicamentos. Pesquisa de preços. Ina- erário.
dequação da utilização de apenas 3 (três) orçamen- 2. Nas aquisições de medicamentos, a Administra-
tos. Preços praticados no âmbito da Administração ção deve observar, ainda, os preços máximos e
Pública. critérios fixados pela Câmara de Regulação do
Nos processos licitatórios para a aquisição de medica- Mercado de Medicamentos (CMED/Anvisa), além
mentos, a Administração não deve limitar a respectiva pes- de utilizar como referência os preços praticados
quisa de preços a apenas 3 (três) orçamentos apresentados no âmbito da Administração Pública.
por potenciais fornecedores, mas deve buscar várias outras 3. O balizamento de preços nas aquisições de medi-
fontes de referência, utilizando, prioritariamente, os preços camentos deve considerar as informações do Banco
praticados no âmbito da administração pública e conside- de Preços em Saúde do Ministério da Saúde (BPS/
rando as informações do Banco de Preços em Saúde do MS), tendo em vista que é uma fonte de informa-
Ministério da Saúde (BPS-MS). ção oficial dos preços de medicamentos e produtos
para a saúde praticados nas compras públicas.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Jo- 4. As tabelas de preços emitidas pela Revista Simpro
sé Carlos Novelli. Acórdão n° 248/2017-TP. Julgado em Hospitalar e pela Unimed não são aptas para o bali-
06/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/06/2017. zamento de preços nas aquisições governamentais
Processo n° 17.250-2/2016). de medicamentos, pois, em geral, não refletem os
preços praticados na esfera pública.
Licitação. Aquisições Públicas. Preços de referên-
cia. Média saneada de preços. (Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaque-
1. É inadmissível, para formação de preços de refe- line Jacobsen. Acórdão nº 3.473/2015-TP. Julgado em
rência nas aquisições públicas, a pesquisa de pre- 06/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 22/10/2015.
ços realizada junto a uma única fonte de informa- Processo nº 12.469-9/2004).
ção. A utilização de uma única fonte de informa-
ção de preços, além de ilegal, torna o balizamento Licitação. Valor de referência. Pesquisa de preços.
de preços superficial e sem a amplitude buscada Comprovação documental.
pela Lei de Licitações, podendo provocar a ocor- A Administração deve, previamente à abertura de licita-
rência de sobrepreços e/ou superfaturamentos ção, realizar pesquisa de preços de mercado para definição
(art. 15, inciso V e § 1º, c/c art. 40, § 2º, inciso II, e do valor de referência do objeto licitado. A indicação do
art. 44, § 3º, todos da Lei nº 8.666/93). valor de referência do objeto licitado, sem comprovação
2. Na detecção de sobrepreços ou superfaturamen- documental de pesquisa de preços de mercado que o sus-
tos é possível a utilização do método “média sa- tente, configura afronta ao disposto no art. 43, IV, da Lei
neada de preços”. nº 8.666/93.

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
Novelli. Acórdão nº 420/2016-TP. Julgado em 09/08/2016. tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 58/2015-SC. Julgado
54 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

em 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015. Licitação. Compras. Materiais de informática. Ga-


Processo nº 1.997-6/2014). rantia técnica.
1. O requisito da garantia técnica na compra de ma-
11.8. COMPRAS E SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS teriais de informática pela Administração, como
obrigação acessória, destina-se a certificar, por
Licitação. Sistema de Registro de Preços. Justifica- determinado período, o padrão adequado de
tiva da contratação de serviços. Metodologia para qualidade, segurança e desempenho do produto,
definição da demanda. Superdimensionamento de o que justifica a sua inclusão nos respectivos pro-
quantitativos. cessos licitatórios.
1. Para as licitações realizadas pelo Sistema de Re- 2. A não previsão de garantia técnica na compra de
gistro de Preços, a Administração deve apresentar, materiais de informática deve ser devidamente
juntamente com o Termo de Referência, a Justi- justificada pelo órgão licitante, tendo em vista a
ficativa da Contratação contendo a metodologia necessidade de se assegurar a funcionalidade dos
utilizada na definição das unidades e das quanti- bens adquiridos, com a ressalva de que a discri-
dades a serem adquiridas em função do consumo cionariedade por parte da Administração, quando
e utilização prováveis, observando o que dispõe o admitida, não pode ser utilizada pelo administra-
artigo 15, § 7º, II, da Lei nº 8.666/93. dor como justificativa de atos que contrariam o
2. A Administração deve se abster de superdimen- interesse público.
sionar os quantitativos de serviços em licitação
com registro de preços, sob o pretexto de que (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
estes serão solicitados conforme a necessidade ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 84/2019-PC.
da Administração e de que as despesas somente Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
serão geradas após o efetivo empenho, na medi- 18/09/2019. Processo nº 7.423-3/2019).
da em que se trata de prática incompatível com
os princípios que regem as contratações públicas. Licitação. Registro de preços. Ata de Registro de
3. Os danos provenientes da superestimativa de Preços. Designação de fiscal.
quantitativos na licitação com registro de preços 1. A Administração deve designar, de forma específi-
não devem ser analisados exclusivamente sob a ca e transparente, um servidor para acompanhar
perspectiva da obrigatoriedade ou não da respec- e fiscalizar a execução de Ata de Registro de Pre-
tiva contratação, tendo em vista a provável restri- ços (ARP), devendo dar-lhe ciência da atribuição
ção da competitividade do certame por inibir a do encargo, sendo recomendável que o servidor
participação de fornecedores que, embora inte- designado seja alguém que esteja lotado no setor
ressados, não detêm capacidade para atender a em que o serviço for prestado, visando conferir
demanda excessiva e desproporcional. maior efetividade à fiscalização.
4. A incompatibilidade entre as quantidades previs- 2. A inexistência de fiscalização, decorrente de de-
tas em objeto de licitação com registro de preços signação de servidor de outro setor totalmente
e a efetiva demanda da Administração possibili- alheio à execução de ARP e de falta de transparên-
ta, de forma desmedida, a “carona” ou adesão à cia no ato de designação, constitui irregularidade
Ata de Registro de Preços, o que contraria fron- grave.
talmente os preceitos que regem as contratações
públicas. (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 33/2018- SC.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Julgado em 08/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 85/2019-PC. 21/08/2018. Processo nº 22.368-9/2016).
Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
18/09/2019. Processo nº 14.965-9/2019).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 55

Licitação. Registro de Preços. Serviços de exames ticipante é condicionada à justificativa que evidencie a van-
médicos por imagem. tagem econômica ao aderente e o preço compatível com o
É possível a utilização do Sistema de Registro de Pre- mercado, bem como a anuência do órgão gerenciador. Os
ços para a contratação de serviços de exames médicos por documentos que comprovem tal vantagem são imprescin-
imagem (Raio X), mesmo que caracterizados como de na- díveis e devem ser produzidos conforme a realidade, no
tureza continuada, tendo em vista não haver vedação na rito e sequência determinados para a correta adesão a Ata
Lei 8.666/93 e desde que adotado nas hipóteses previstas de Registro de Preços, não constituindo mera formalidade
no art. 3º do Decreto Federal 7.892/2013 para impedir des- e não sendo dispensáveis após a celebração do contrato.
virtuamento da licitação.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 142/2017 -TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019.
em 04/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2017. Processo nº 31.743-8/2017).
Processo nº 11.628-9/2016).
Licitação. Ata de Registro de Preços. Adesão. Ter-
11.9. ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS mo de Referência.
A compra de produtos mediante adesão a Ata de Re-
Licitação. Adesão à Ata de Registro de Preços. Van- gistro de Preços não exime a Administração de efetuar o
tajosidade. Deveres estabelecidos na Lei 8.666/93. planejamento da despesa por meio de elaboração de Ter-
1. A contratação por adesão à Ata de Registro de Pre- mo de Referência.
ços (carona) somente será admitida se demonstra-
da a vantajosidade para a Administração Pública (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
(art. 3º, caput, Lei 8.666/1993). A justificativa dessa tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado
vantajosidade somente será devidamente funda- em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019.
mentada se houver demonstração da compatibi- Processo nº 31.743-8/2017).
lidade qualitativa e quantitativa entre a contrata-
ção pelo “órgão gerenciador” e a necessidade real Licitação. Adesão à Ata de Registro de Preços.
do “órgão não participante”. Emissão de parecer jurídico.
2. A “carona” não pode servir de pretexto para que A Administração deve adotar a emissão de parecer ju-
a Administração Pública se descuide dos demais rídico também nos processos de adesão à Ata de Registro
deveres estabelecidos pela Lei 8.666/1993, dentre de Preços, tendo em vista a necessidade de exame prévio
eles a obrigação de definir corretamente o objeto e aprovação do procedimento pela área jurídica, conforme
a ser contratado por meio da realização de estu- exige o art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/93.
dos técnicos preliminares e da consequente ela-
boração do projeto básico, pressupostos inafastá- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
veis no caso de contratação de obras ou serviços, sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.411/2015-TP. Julgado em
conforme o artigo 6º, inciso IX, c/c artigo 7º, § 2º, 22/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/10/2015.
inciso I, da Lei de Licitações. Processo nº 3.035-0/2014).

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Licitação. Ata de registro de preços. Adesão. Pro-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 149/2020-TP. cedimentos.
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em Nos processos de adesão a Registro de Preços promovi-
09/07/2020. Processo nº 35.644-1/2018). do por outro órgão ou entidade públicos, a Administração
deve comprovar, além dos requisitos previstos na legislação
Licitação. Ata de Registro de Preços. Adesão. Jus- do detentor da respectiva Ata: se a modalidade licitatória
tificativa de vantagem para o aderente. Anuência adotada no registro de preços é compatível para a contrata-
do órgão gerenciador. ção do objeto registrado; se há efetiva e estrita identidade
A adesão a Ata de Registro de Preços por órgão não par- entre o objeto pretendido pelo aderente e aquele regis-
56 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

trado; e, se há vantajosidade econômica da adesão, em Licitação. Tomada de Preços. Certificado de Regis-


detrimento da realização de licitação própria. tro Cadastral.
É ilegal a exigência prevista em edital de Tomada de
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- Preços para que as licitantes apresentem Certificado de
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 90/2015 Registro Cadastral – CRC, emitido pela Administração, co-
-SC. Julgado em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT mo condição para participação do certame, por restringir
em 31/08/2015. Processo nº 15.056-8/2014). a competitividade ao conjunto de empresas cadastradas,
sendo que a apresentação de CRC é uma faculdade legal
Licitação. Ata de registro de preços. Adesão por (art. 22, § 2º, c/c art. 32, § 3º, da Lei 8.666/93) que não se
órgão não participante. pode converter em obrigação.
A adesão à Ata de Registro de Preços, por órgão da Ad-
ministração Pública que não tenha participado da licitação (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
originária, está condicionada à comprovação dos requi- Albano. Acórdão nº 3.355/2015-TP. Julgado em 09/09/2015.
sitos previstos no art. 22, §§ 1º e 2º, do Decreto Federal Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015. Processo nº
7.892/2013, quais sejam: a) vantajosidade da utilização da 1.617-9/2014).
Ata; b) realização de consulta formal ao órgão gerenciador
da Ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão 11.11. CONVITE
e sua respectiva anuência; e c) aceitação formal do forne-
cedor beneficiário da Ata. Licitação. Convite. Minutas de edital e contrato.
Emissão de parecer jurídico.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- A emissão de parecer jurídico, baseada no parágrafo
tuta Jaqueline Jacobsen Marques. Acórdão nº 53/2015 -SC. único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993, é dispensável no caso
Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em de exame das minutas de edital e de contrato referentes
20/07/2015. Processo nº 2.254-3/2014). à licitação na modalidade Convite, visando a não tornar o
processo lento e oneroso.
11.10. TOMADA DE PREÇOS
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
Licitação. Tomada de Preços. Publicação. Resumo ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 87/2019-PC.
de edital. Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
A divulgação de aviso com resumo de edital de Tomada 18/09/2019. Processo nº 29.989-8/2017).
de Preços unicamente no Diário Oficial de Contas não aten-
de a finalidade legal de ampla publicidade, sendo também Licitação. Convite. Exame e aprovação jurídica de
necessária a publicação desse instrumento em jornal diário minutas.
de grande circulação no Estado e também, se houver, em O exame e aprovação das minutas de editais de licita-
jornal de circulação local no Município ou região (art. 21, ção por assessoria jurídica da Administração, conforme art.
III, Lei nº 8.666/93). Ainda que o Diário Oficial de Contas 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, são dispensáveis no
substitua o Diário Oficial do Estado, nos termos da Reso- caso de minutas de Convite, sendo obrigatórios, no entan-
lução Normativa nº 27/2012 do TCE-MT, tal normativo não to, para as minutas de contrato decorrentes da respectiva
afasta a obrigatoriedade legal de a Administração divulgar licitação.
o aviso de licitação em jornal diário de grande circulação
no Estado e, também, se houver, em jornal de circulação (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
no Município. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 63/2018-PC.
Julgado em 29/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 21/09/2018. Processo nº 30.468-9/2017).
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 142/2016-SC. Julgado
em 19/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/11/2016.
Processo nº 2.069-9/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 57

Licitação. Convite. Fase de abertura. Indicação da 11.12. LEI


LEILLÃO
dotação orçamentária e respectivo saldo.
Para fins de cobertura de despesa a ser contratada em Licitação. Leilão. Órgãos e entidades de Trânsito.
decorrência de licitação na modalidade Convite, a Adminis- Veículos leiloados como sucata. Comissão de ava-
tração deve indicar, ainda no procedimento de abertura do liação.
certame, não só o código da dotação orçamentária, mas, No leilão destinado à venda de veículos inservíveis, na
também, o respectivo saldo, em conformidade com as dis- condição de sucata medida por peso, não é necessária a
posições contidas nos artigos 14 e 38 da Lei nº 8.666/93. realização de avaliação prévia individual de cada equipa-
mento por comissão designada, conforme exigida no art.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- 17, II, da Lei nº 8.666/93, desde que não acarrete prejuízo
to João Batista Camargo. Acórdão nº 244/2015-PC. Julgado na prévia identificação de todos os bens sucateados, com a
em 11/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015. finalidade de se registrar a destruição nos sistemas oficiais
Processo nº 1.721-3/2014). pertinentes, observados os termos do art. 7º da Resolução
Contran nº 331/2009.
Licitação. Convite. Certificação de registro cadas-
tral prévio. (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
A participação em certame licitatório na modalidade tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 515/2017-TP. Julgado
Convite prescinde da certificação de registro cadastral pré- em 19/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/01/2018.
vio junto à unidade administrativa promotora da licitação, Processo nº 13.121-0/2016).
podendo participar do procedimento os interessados ca-
dastrados ou não, conforme previsão do § 3º do artigo 22 11.13. PARCELAMENTO DO OBJETO E FRACIONA-
da Lei 8.666/93. MENTO DE DESPESAS

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio Licitação. Parcelamento. Adjudicação por item.
Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. Agrupamento em lotes.
Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº Nas licitações cujo objeto seja divisível, é obrigatória a
1.909-7/2014). adjudicação por item, exceto quando houver prejuízo para
o conjunto ou perda de economia de escala. Enquadra-se
Licitação. Convite. Comprovação do recebimento nessa exceção, o agrupamento em lotes que permita à Ad-
do convite pelo participante do certame. ministração Pública garantir a qualidade de materiais e a
Nas licitações efetuadas na modalidade Convite, a participação de licitantes, mesmo para os itens necessários
Administração Pública deve comprovar, no respectivo pro- em menor quantidade, evitando a deserção no processo
cesso licitatório, a entrega de convite aos participantes do licitatório. Neste sentido, os objetivos das licitações devem
certame por meio de formalização do recebimento em que ser ponderados, sopesando a competitividade e a proposta
conste data, local e assinatura, não sendo o carimbo da mais vantajosa de modo que ambas convirjam para a su-
empresa, por si só, uma prova eficaz de entrega de convite premacia do interesse público.
para a pessoa jurídica.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 18/2019-TP.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.398/2014- Julgado em 19/02/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
TP. Julgado em 14/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/02/2019. Processo nº 21.803-0/2018).
11/09/2014. Processo nº 15.988-3/2012).
Licitação. Parcelamento. Objeto licitatório divisí-
vel. Licitação por itens. Licitação por lotes.
1. O parcelamento em itens, de objeto licitatório di-
visível, é medida que se impõe como regra geral,
desde que não haja prejuízo para o conjunto a ser
licitado, nem perda da economia de escala, sendo
58 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

que o agrupamento dos itens em lotes deve ser Licitação. Não parcelamento do objeto. Inviabili-
visto como alternativa excepcional, acompanhada dade técnica e/ou econômica.
de justificativa da vantagem da escolha, devida- É possível o não parcelamento do objeto licitado na con-
mente fundamentada. tratação de serviços em que restem demonstrados o risco
2. Na licitação por itens, o objeto é dividido em par- de perda da economia de escala, o possível aumento dos
tes específicas, cada qual representando um bem custos de mobilização e/ou das dificuldades no gerencia-
de forma autônoma, o que aumenta a competiti- mento dos serviços prestados por mais de uma contratada,
vidade do certame por possibilitar a participação nos termos do artigo 23, § 1º, da Lei nº 8.666/1993.
de vários fornecedores. Na licitação por lote, há o
agrupamento de diversos itens que o formarão, e, (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
para a definição do lote, a Administração Pública Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 297/2016-TP. Julgado em
deve agir com cautela, razoabilidade e proporcio- 24/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2016.
nalidade para identificar os itens que o integrarão, Processo nº 1.613-6/2014).
uma vez que os itens agrupados devem guardar
compatibilidade entre si. Licitação. Parcelamento do objeto. Fracionamento
de despesas. Serviços de transporte escolar.
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro 1. A contratação de objeto idêntico ou de mesma
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 56/2018-SC. natureza deve ser planejada pelo valor global
Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em das contratações previstas para o exercício, pre-
17/10/2018. Processo nº 11.625-4/2016). servada a modalidade licitatória compatível com
a estimativa da totalidade do valor do objeto,
Licitação. Parcelamento do objeto. Serviços de ge- adotando-se como regra o parcelamento de ob-
renciamento de combustível por cartão magnéti- jetos divisíveis, salvo nas situações nas quais se
co, fornecimento de combustível e rastreamento justifique a inviabilidade técnica e/ou econômica
veicular. do parcelamento.
1. Fere o princípio da competitividade a junção, em 2. É ilegal o fracionamento de contratações
um mesmo lote da licitação, dos serviços de ge- referentes a objetos idênticos ou de mesma natu-
renciamento de combustível por cartão magnético, reza, em que se considere o valor isolado de cada
fornecimento de combustível e de rastreamento contratação como forma de viabilizar a contínua e
veicular, uma vez que se trata de serviços de na- reiterada dispensa de licitação pelo pequeno valor
tureza divisível, podendo ser prestados de forma ou de desfigurar a modalidade licitatória cabível.
independente por empresas distintas. 3. A contratação de serviços de transporte escolar
2. É possível a contratação do serviço de gerenciamen- por meio da realização de mais de um certame li-
to de combustível por cartão magnético integrado citatório, adotando-se modalidade licitatória mais
ao fornecimento de combustível por rede de pos- simplificada do que a cabível, caso fosse consi-
tos credenciados pela contratada, em único lote da derada a estimativa do valor global dos serviços,
licitação, desde que a escolha por esta opção seja com a participação de apenas um licitante em
devidamente motivada pela Administração, con- cada certame, configura fracionamento ilegal do
forme se depreende da Resolução de Consulta nº objeto com a consequente frustração ao caráter
16/2012 do TCE-MT. competitivo da licitação.

(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 55/2018- Acórdão nº 1.723/2015-TP. Julgado em 05/05/2015. Publi-
SC. Julgado em 22/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em cado no DOC/TCE-MT em 22/05/2015. Processo nº 8.546-
12/09/2018. Processo nº 23.639-0/2017). 4/2009).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 59

Licitação. Parcelamento do objeto. Serviços de as- Licitação. Fracionamento de despesas. Escolha da


sessoria contábil e previdenciária. modalidade licitatória com base no histórico de
Não é obrigatório o parcelamento do objeto nas lici- aquisições e no valor global de empenhos.
tações destinadas à contratação de serviços de assesso- A Administração Pública deve observar o princípio da
ramento contábil e previdenciário com características de anualidade do orçamento mediante planejamento dos
um conjunto de atividades que evidenciem objeto único, gastos que ocorrerão durante o exercício financeiro, ten-
desde que não haja prejuízo ao erário ou afronta à ampla do como base o levantamento do histórico das aquisições
competitividade do certame. em exercícios anteriores e o valor global dos empenhos,
visando garantir a realização de licitações na modalidade
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- adequada e não incorrer em fracionamento de despesas.
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 72/2014-PC. Julgado em
03/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
Processo nº 7.803-4/2013). sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.156/2014-TP. Julgado em
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014.
Licitação. Aquisição e instalação de fogos de arti- Processo nº 7.338-5/2013).
fício. Fracionamento.
A aquisição e a instalação de fogos de artifício para rea- 11.14. DISPENSA DE LICITAÇÃO
lização de show pirotécnico são parcelas integrantes de um
mesmo objeto, não podendo ser fracionadas, e devem ser Licitação. Dispensa. Procedimento administrativo.
conjugadas para a determinação da modalidade licitatória 1. A Lei nº 8.666/1993 determina, para as aquisições
ou dispensa. públicas, a existência de procedimento adminis-
trativo formal, autuado, protocolado e numera-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter do, de modo a organizar em volume único toda a
Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. documentação pertinente ao respectivo certame
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº licitatório, assegurando a fiscalização e o controle
7.584-1/2013). de legalidade, inclusive para dispensa de licitação.
O fato de se tratar de dispensa de licitação não
Licitação. Obrigatoriedade de parcelamento do conduz à completa informalidade do procedimen-
objeto. Não parcelamento com justificativa de in- to licitatório.
viabilidade técnica e/ou econômica. 2. Os comprovantes posteriores à contratação por
É obrigatória a previsão de parcelamento de objeto dispensa de licitação, que não se trata de peças
divisível em edital de processo licitatório, consistente na constantes de um protocolo autuado e numerado,
admissão de adjudicação por item e não por preço global, não constituem procedimento administrativo.
tendo em vista o objetivo de propiciar ampla participação
de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
a execução da totalidade do objeto, possam fazê-lo com ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 158/2019-PC.
relação a item ou unidades autônomas, ressalvadas as si- Julgado em 11/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
tuações nas quais se justifique a inviabilidade técnica e/ 22/01/2020. Processo nº 6.121-2/2017).
ou econômica do parcelamento, mediante comprovação
de prejuízo para o conjunto ou complexo do objeto a ser Licitação. Dispensa de licitação. Contratação de
contratado ou de perda da economia de escala. terceiros para realização de atividades inerentes
a cargos efetivos. Requisitos para terceirização de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- mão de obra.
mingos Neto. Acórdão nº 1.162/2014-TP. Julgado em 1. A dispensa de licitação para contratação de ser-
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. viços, com base no art. 24, II, da Lei nº 8.666/93,
Processo nº 7.726-7/2013). não ampara a contratação de terceiros para rea-
lização de atividades inerentes a cargos públicos
de provimento efetivo. As contratações, com ba-
60 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

se em tal possibilidade de licitação dispensável, vista que caracteriza desídia da Administração em realizar
referem-se à aquisição de serviços pela Adminis- os cabíveis procedimentos licitatórios com planejamento
tração Pública que não abarquem a contratação prévio, levando a uma ocorrência emergencial provocada,
de terceiros para o desempenho de funções de o que evidencia a denominada “emergência fabricada”.
categorias funcionais abrangidas pelo quadro de
pessoal do órgão ou entidade, sob pena de burla (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Waldir
à regra do concurso público e aos limites de gas- Júlio Teis. Acórdão nº 320/2017-TP. Julgado em 01/08/2017.
tos com pessoal. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2017. Processo nº
2. A terceirização de mão de obra pela Administra- 5.079-2/2015).
ção Pública deve atender cumulativamente aos
seguintes requisitos: as atividades devem ser Licitação. Dispensa. Locação de imóvel. Avaliação
acessórias às atribuições do órgão ou entidade; as prévia. Comissão especial de servidores públicos.
atividades não podem ser inerentes às categorias A avaliação prévia de imóvel a ser locado pela Admi-
funcionais do quadro de pessoal; e, não pode ser nistração Pública, a fim de comprovar a compatibilidade
caracterizada relação direta de emprego entre a do valor da locação com o valor de mercado, conforme
Administração e o prestador de serviço. exigência do inciso X do artigo 24 da Lei nº 8.666/93, pode
ser realizada por comissão especial de servidores públicos.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- A Lei de Licitações não exige que essa avaliação prévia seja
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 124/2018- realizada exclusivamente por corretor de imóveis.
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
05/12/2018. Processo nº 24.564-0/2017). (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
quim. Acórdão nº 3.083/2015-TP. Julgado em 05/08/2015.
Licitação. Dispensa. Contratação emergencial. Pro- Publicado no DOC/TCE-MT em 28/08/2015. Processo nº
jeto Básico ou Termo de Referência. 7.741-0/2013).
1. Mesmo na hipótese de contratação emergencial
para prestação de serviços, faz-se necessária a ela- Licitação. Dispensa de licitação. Certidões negati-
boração de Projeto Básico ou Termo de Referência, vas. INSS e FGTS.
nos termos do art. 7º, § 9º, da Lei 8.666/93, cons- Nas aquisições por dispensa de licitação, inclusive
tando todos elementos indicados no art. 6º, inciso nas hipóteses previstas nos incisos I e II do art. 24 da Lei
IX, da mesma Lei. 8.666/93, deve-se exigir do contratado a apresentação das
2. É possível admitir que o Projeto Básico ou o Termo certidões negativas de débitos junto ao INSS e FGTS, tanto
de Referência não apresente todos os elementos no âmbito do procedimento licitatório, quanto por ocasião
indicados no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93, em da realização dos respectivos pagamentos.
casos excepcionais, quando houver necessidade
de se afastar risco iminente de dano a pessoas, (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ao patrimônio público ou a particular. tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 82/2015-PC. Julgado em
05/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/08/2015.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- Processo nº 1.417-6/2014).
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 18/2018-TP.
Julgado em 06/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Licitação. Dispensa de licitação em situação emer-
16/03/2018. Processo nº 11.046-9/2016). gencial. Formalização em processo administrativo.
A dispensa de licitação por situação emergencial, com
Licitação. Dispensa emergencial. Ausência de pla- base no inciso IV do artigo 24 da Lei 8.666/93, deve ser for-
nejamento prévio. “Emergência fabricada”. malizada por meio de processo administrativo, atendendo-
É irregular e passível de aplicação de sanção aos respon- -se aos requisitos legais previstos no artigo 26, quais sejam:
sáveis, a contratação sucessiva dos mesmos serviços por a) caracterização da situação emergencial ou calamitosa
meio de dispensa de licitação, com fundamento em situa- que justifique a dispensa; b) razão da escolha do fornecedor
ção de emergência (art. 24, IV, Lei nº 8.666/93), tendo em ou executante; e c) justificativa do preço.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 61

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- 11.15. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO


tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 66/2014-SC. Julgado em
12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. Licitação. Inexigibilidade. Serviços jurídicos roti-
Processo nº 8.092-6/2013). neiros. Concessão de aposentadorias.
1. Os serviços jurídicos rotineiros envolvendo pro-
Licitação. Dispensa e inexigibilidade licitatórias. cessos ordinários de concessão de aposentadorias
Formalização de processo administrativo. não possuem natureza singular, não podendo ser
Nos casos de dispensa e inexigibilidade licitatórias, a contratados por inexigibilidade licitatória.
Administração Pública deve formalizar processo administra- 2. Para configurar a situação de inexigibilidade de
tivo, instruindo-o com elementos legais como a justificativa licitação, na contração de serviços, devem estar
da contratação direta, a razão da escolha do contratado e presentes três requisitos, cumulativamente: ser-
a justificativa do valor do objeto contratual por meio de viço técnico especializado; notória especialização
balizamento de preços. do contratado; e singularidade da natureza do
serviço.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.174/2014-TP. Julgado em (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 124/2019-TP. Julgado
Processo nº 7.770-4/2013). em 18/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/01/2020.
Processo nº 9.260-6/2019).
Licitação. Dispensa. Art. 24, inciso XI, Lei 8.666/93.
Contratação direta de mesma empresa com contra- Licitação. Inexigibilidade. Contratação de bandas
to anterior extinto por decurso de prazo. musicais. Empresas/empresário não exclusivos.
A dispensa de licitação prevista no inciso XI do art. 24 da A contratação de bandas musicais por inexigibilidade de
Lei 8.666/93 não se aplica à recontratação de empresa em licitação, com base no art. 25, inciso III, da Lei nº 8.666/93,
razão da extinção do contrato administrativo por decurso deve ocorrer diretamente com essas bandas ou com o seu
do seu prazo de vigência, tendo em vista que essa espécie empresário exclusivo, sendo ilegal a contratação por inter-
de contratação direta é aplicável tão somente para contrata- médio de empresas que apresentem carta de exclusividade
ção de remanescente de obra, serviço ou fornecimento em temporária ou específica para atendimento a determinado
decorrência de “rescisão contratual”, atendendo-se, ainda, evento.
aos requisitos de: a) observância da ordem de classificação
dos participantes do certame licitatório; e b) aceitação das (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
mesmas condições do contrato anterior. Domingos Neto. Acórdão nº 38/2017-SC. Julgado em
09/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/08/2017.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter Processo nº 20.961-9/2016).
Albano. Acórdão nº 1.157/2014-TP. Julgado em 10/06/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº Licitação. Inexigibilidade. Artistas. Intermediação
7.561-2/2013). de empresas.
A hipótese de contratação direta de artistas, com base
no inciso III do art. 25 da Lei nº 8.666/93, não pode ser rea-
lizada por intermédio de empresas detentoras de simples
autorização para comercialização do evento artístico, pois,
neste caso, haveria viabilidade da competição e, assim,
a obrigatoriedade de se realizar o regular procedimento
licitatório. A contratação de profissionais do meio artísti-
co, por inexigibilidade de licitação, deve ocorrer mediante
formalização contratual diretamente com o artista ou com
seu empresário exclusivo.
62 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro querem conhecimento de notória especialização, podendo
José Carlos Novelli. Acórdão nº 224/2016-TP. Julgado em ser prestados por profissional qualificado com formação
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. superior específica e registro na OAB, sem necessidade de
Processo nº 22.404-9/2015). conhecimento excepcional.

Licitação. Contrato. Inexigibilidade. Art. 25, II, Lei (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
nº 8.666/93. Serviços advocatícios para represen- Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015.
tação judicial. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº
A contratação de serviços advocatícios para represen- 1.930-5/2014).
tação judicial, sem a comprovação da natureza singular
do objeto e a demonstração da notória especialização do Licitação. Inexigibilidade. Serviços advocatícios.
prestador pretendido, não pode ser realizada por inexigi- É ilegal a contratação por inexigibilidade licitatória de
bilidade de licitação com base no inciso II do art. 25 da Lei serviços advocatícios especificados de forma ampla ou ge-
nº 8.666/93. A notória especialização é requisito objetivo, nérica, mesmo quando comprovada a notória especializa-
não podendo ser aferida pelo grau de confiança do gestor ção da empresa contratada, pois tal situação não atende
no profissional a ser contratado. ao requisito da singularidade do objeto, exigência essa dis-
posta para fins de contratação direta de serviços técnicos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Domin- profissionais especializados, nos termos do art. 25, II, da
gos Neto. Acórdão nº 3.381/2015-TP. Julgado em 15/09/2015. Lei nº 8.666/93.
Publicado no DOC/TCE-MT em 02/10/2015. Processo nº
1.530-0/2014). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 445/2015-TP. Julgado
Licitação. Contrato. Inexigibilidade. Art. 25, II, Lei em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
8.666/93. Serviços advocatícios para representação Processo nº 18.243-5/2014).
judicial.
Os serviços advocatícios de representação judicial da Licitação. Inexigibilidade. Contratação de artista
Administração no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justi- por meio de intermediador de shows.
ça e em Tribunais Superiores, sem a comprovação de que A contratação de artista por inexigibilidade licitatória
possuem natureza singular, não podem ser contratados por com base no inciso III do artigo 25 da Lei 8.666/93 deve-se
inexigibilidade de licitação com base no inciso II do art. 25 dar diretamente ou por intermédio do empresário exclusi-
da Lei 8.666/93. Tais serviços, salvo quando se tratar de vo do artista, sendo ilegal a contratação por meio de inter-
causa jurídica específica que exija conhecimento peculiar mediador de shows que apresenta carta de exclusividade
e extraordinário, devem ser realizados pela procuradoria com validade para determinado período e local.
jurídica da própria Administração.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- Ricardo. Acórdão nº 1.291/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.354/2015-TP. Julgado em Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015. 7.615-5/2013).
Processo nº 1.873-2/2014).
Licitação. Inexigibilidade. Certidão da Junta Co-
Licitação. Inexigibilidade. Serviços advocatícios mercial. Comprovação de fornecimento exclusivo.
ordinários, rotineiros e permanentes. É apta para comprovar a condição de fornecedor
Os serviços advocatícios ordinários, rotineiros e perma- exclusivo, para efeito de inexigibilidade de licitação prevista
nentes, tais como emissão de parecer em procedimentos no inciso I do art. 25 da Lei 8.666/93, a apresentação de
licitatórios e consultas em contratos, não podem ser con- certidão da Junta Comercial que ateste expressamente
tratados com base na hipótese de inexigibilidade licitatória a exclusividade da empresa, não sendo suficiente para
descrita no inciso II do art. 25 da Lei nº 8.666/93, tendo em fazer tal prova a emissão de certidão pela Junta Comercial
vista que não se constituem serviços singulares e não re- que se limita a certificar o registro de uma declaração de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 63

exclusividade emitida pela própria empresa interessada. Licitação. Habilitação jurídica. Alvará de funciona-
mento e localidade.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- Não caracteriza condição restritiva de competitividade,
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em a exigência de alvará de funcionamento e localidade para
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. comprovação de habilitação jurídica em procedimento li-
Processo nº 7.747-0/2013). citatório, tendo como objetivo certificar a regularidade e a
aptidão dos participantes, visando apurar sua idoneidade
11.16. HABILITAÇÃO JURÍDICA e garantir o fiel cumprimento do objeto contratual, e não
sendo, tal exigência, utilizada como forma de obrigação
Licitação. Habilitação jurídica. Alvará de localiza- para que os participantes estejam instalados ou venham a
ção compatível com o objeto licitatório. Restrição se instalar no município do órgão contratante.
à competição. Cabível em situação excepcional e
com justificativa expressa. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
1. A exigência de Alvará de Localização e/ou Funcio- Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
namento, em plena validade e compatível com Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
o objeto do certame, para demonstrar constitui- 1.909-7/2014).
ção de sede no município que realiza licitação na
modalidade pregão presencial, restringe indevi- Licitação. Habilitação jurídica. Alvará sanitário
damente a competitividade do certame, violando vencido.
o tratamento isonômico entre os participantes, já Não se pode impedir de participar em procedimento
que impossibilita a participação de empresas que licitatório a empresa que, em cumprimento ao edital do
não possuam sede no município. respectivo certame, tenha apresentado, na fase de habili-
2. Uma cláusula licitatória de restrição geográfica so- tação, alvará sanitário vencido, desde que acompanhado de
mente é cabível em caráter excepcional e se hou- comprovante de solicitação de renovação de licença junto
ver justificativa expressa comprovando as razões ao órgão competente, protocolado antes do vencimento do
da obrigação da localização como algo indispen- alvará apresentado para fins de habilitação, tendo em vista
sável para execução satisfatória à complexidade que a empresa não pode arcar com o ônus da morosidade
do objeto do respectivo contrato. da Administração Pública em se manifestar sobre o pedido
de renovação apresentado tempestivamente.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 156/2019- (Denúncia. Relator: Conselheiro Antonio Joaquim. Acór-
SC. Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em dão nº 12/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publicado no
21/11/2019. Processo nº 21.281-4/2018). DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 11.295-0/2014).

Licitação. Habilitação. Compatibilidade do objeto Licitação. Habilitação. Comprovação de inscrição


licitado com as atividades da empresa licitante. da empresa em conselho regional de classe.
Para fins de comprovação da compatibilidade entre o A exigência editalícia de comprovação de inscrição da
ramo de atuação do licitante e o objeto licitado, exigida empresa em conselho regional de classe do Estado onde
como condição de habilitação em processos licitatórios, é será executado o respectivo contrato, como item de habi-
insuficiente a utilização apenas do registro na Classificação litação licitatória, é ilegal e restringe a competitividade do
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), devendo tal certame, sendo possível exigir-se a apresentação dessa ins-
registro ser analisado conjuntamente com outros cadastros crição no momento da contratação da empresa vencedora.
estadual ou municipal, bem como com o contrato social da
empresa licitante. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- mingos Neto. Acórdão nº 2.333/2014-TP. Julgado em
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 179/2015-PC. Julgado 07/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/10/2014.
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015. Processo nº 7.738-0/2013).
Processo nº 1.615-2/2014).
64 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Licitação. Habilitação jurídica. Exigência de alvará 2. A regularidade fiscal não implica, necessariamen-
de funcionamento. Caráter competitivo do certa- te, na prova de quitação total de tributos com a
me. Fazenda Pública, uma vez que pode haver regu-
A exigência de apresentação de alvará de funciona- laridade perante o Fisco após o parcelamento de
mento na fase de habilitação licitatória não compromete o débitos, que suspende a exigibilidade do crédito
caráter competitivo do certame, desde que não configure tributário, conforme disposto no art. 151, inciso VI,
favorecimento ou prejuízo de licitante em razão de sede da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional).
ou domicílio, uma vez que toda e qualquer empresa de- 3. A comprovação de regularidade fiscal pode ser re-
ve possuir alvará para exercer suas atividades de forma alizada mediante apresentação da certidão nega-
regular e que tal exigência busca a segurança quanto à tiva ou certidão positiva com efeitos de negativa,
confiabilidade e idoneidade dos interessados. que possuem o mesmo caráter, nos termos da Lei
nº 5.172/1966 (artigos 205 e 206).
(Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano da Silva.
Acórdão nº 466/2014-TP. Julgado em 11/03/2014. Publicado (Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
no DOC/TCE-MT em 19/03/2014. Processo nº 8.753-0/2013). lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 82/2019-
PC. Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
11.17. HABILITAÇÃO: REGULARIDADE FISCAL E TRA- 18/09/2019. Processo nº 8.490-5/2019).
BALHISTA
Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal e traba-
Licitação. Habilitação. Certidões de Infrações Tra- lhista. Capacidade técnica. Subcontratada.
balhistas. Restrição ao caráter competitivo. É legal a exigência pela Administração de documentos
1. Não há previsão legal para se exigir, como requisi- que comprovem a regularidade fiscal e trabalhista e a ca-
to de habilitação licitatória, Certidões de Infrações pacidade técnica de subcontratada, estando de acordo com
Trabalhistas, pois o rol de documentação elenca- as normas e princípios de Direito Administrativo, contudo,
do nos artigos 27 a 31, da Lei 8.666/1993, é taxati- a exigência de tais documentos das empresas licitantes no
vo, sob pena de resultar em restrição indevida ao momento de habilitação representa restrição ao caráter
caráter competitivo do certame licitatório. competitivo do certame.
2. A Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas elen-
cada no inciso V, do art. 29, da Lei 8.666/93 difere (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
da Certidão Negativa de Infrações Trabalhistas, ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 38/2019-
pois enquanto a primeira atesta inexistência de SC. Julgado em 24/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
débitos inadimplidos para efeito de habilitação, 02/05/2019. Processo nº 25.414-2/2018).
a segunda informa ausência de constatação de
ilícitos trabalhistas cometidos pela licitante que Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi-
pode constar da cláusula de encargos da partes e dão negativa de débitos da PGE. Cláusula exces-
não como condição de habilitação. siva e restritiva.
Para fins de habilitação em processo licitatório, a exi-
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- gência de apresentação de certidão negativa de débitos de
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 17/2020- competência da Procuradoria Geral do Estado (PGE) mostra-
PC. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 18.199-4/2019). -se excessiva e restritiva ao caráter competitivo do certame,
visto que as certidões emitidas pelos órgãos fazendários
Licitação. Habilitação. Regularidade Fiscal. Certi- possuem abrangência suficiente para comprovar a regula-
dão de quitação de tributos federais. ridade ou não do licitante perante a Fazenda Pública.
1. Para fins de habilitação, a exigência de certidão
de quitação de tributos federais contraria a Lei nº (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
8.666/93, que, em seu art. 29, inciso III, impõe ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 21/2018-PC.
prova da regularidade fiscal e não comprovação Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
de quitação de tributos junto à Fazenda Pública. 12/04/2018. Processo nº 14.767-2/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 65

Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi- Social (INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
dão de quitação ou inexistência de débitos fiscais. (FGTS) deve ser apresentada pela contratada à Administra-
Restrição à competitividade. ção Pública tanto no momento da contratação quanto por
1. Para fins de habilitação em processo licitatório, ocasião dos pagamentos relativos à execução contratual.
a Administração Pública não deve exigir dos lici-
tantes a apresentação de certidão específica que (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José Car-
ateste a quitação ou inexistência de débitos fis- los Novelli. Acórdão nº 02/2014-SC. Julgado em 13/05/2014.
cais, mas, sim, certidão que comprove a regula- Publicado no DOC/TCE-MT em 16/06/2014. Processo nº
ridade fiscal, nos termos do art. 29, III, da Lei nº 7.119-6/2013).
8.666/93.
2. A comprovação de regularidade fiscal referencia- 11.18. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
da na Lei nº 8.666/1993 não se confunde com a
prova de quitação de tributos, podendo aquela Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Rede
ser demonstrada mediante apresentação da cer- credenciada. Oficinas e prestadores de serviços de
tidão negativa ou certidão positiva com efeito de lavagem.
negativa, não implicando necessariamente em O momento adequado para a exigência licitatória de
quitação com a Fazenda Pública, vez que poderia comprovação de rede credenciada de oficinas mecânicas e
haver parcelamento de débito em vigência, o que de prestadores de serviços de lavagem automotiva não é
mesmo assim acarretaria regularidade perante a o da fase de habilitação, mas, sim, o da fase de contrata-
Fazenda. ção da licitante vencedora, sob pena de ferir o princípio da
competitividade, uma vez que pode acarretar ônus desne-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- cessário aos licitantes. Deve-se conceder à vencedora da
ro Domingos Neto. Acórdão n° 267/2017-TP. Julgado em licitação prazo razoável para tal comprovação.
13/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/06/2017.
Processo nº 20.996-1/2016). (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 145/2020-
Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi- TP. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
dão que ateste quitação ou inexistência de débitos 09/07/2020. Processo nº 14.595-5/2019).
fiscais.
Para fins de habilitação em processo licitatório, a Admi- Licitação. Vistoria técnica prévia. Veículos
nistração Pública não deve exigir dos licitantes a apresenta- para transporte escolar. Restrição à competitivi-
ção de certidão específica que ateste a quitação ou inexis- dade. Outros mecanismos para verificar qualidade
tência de débitos fiscais, mas, sim, certidão que comprove de veículos. Súmula nº 6 do TCE-MT.
a regularidade fiscal (art. 29, III, Lei nº 8.666/93). Enquanto 1. A exigência editalícia de vistoria técnica prévia
a certidão negativa que comprova a quitação ou inexis- dos veículos de licitantes por órgão da Prefeitura,
tência de débitos alcança apenas os contribuintes que não para participação em pregão presencial referen-
possuem débito algum, a prova de regularidade fiscal pode te à prestação de serviços de transporte escolar,
abranger a existência de débito consentido e sob o controle resulta em indevida restrição à competitividade,
do credor, como nos casos de parcelamento. afrontando o artigo 3º, § 1º, inciso I da Lei nº
8.666/19933.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 2. Existem outros mecanismos menos onerosos que
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 35/2015-SC. Julgado a Administração Municipal pode utilizar para se
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015. precaver quanto à qualidade dos ônibus para
Processo nº 2.195-4/2014). transporte escolar a serem ofertados em certame
licitatório: previsões específicas no edital acerca
Licitação. Regularidade fiscal. INSS e FGTS. Momen- de requisitos técnicos dos veículos; exigência de
to para apresentação da prova de regularidade. que as empresas apresentem atestado de capaci-
A prova de regularidade fiscal relativa à Seguridade dade técnica para a execução do objeto etc.
66 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

3. A exigência posta na Súmula nº 6 do TCE-MT, para (Representação de Natureza Externa. Acórdão nº


que os veículos utilizados no transporte escolar 98/2019-PC. Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/
sejam objeto de constante verificação, pela Admi- TCE-MT em 15/10/2019. Processo nº 22.663-7/2018).
nistração, acerca dos equipamentos obrigatórios e
de segurança, versa sobre a fiscalização periódica Licitação. Qualificação técnica. Aquisição de me-
posterior à contratação. dicamentos e insumos farmacêuticos. Autorização
de Funcionamento de Empresa (AFE) da Anvisa. Co-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- mércio atacadista e comércio varejista de produtos
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 136/2019-PC. para saúde de uso leigo. Produtos cujo uso exija
Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em conhecimento técnico e especializado.
21/11/2019. Processo nº 6.795-4/2019). 1. A Autorização de Funcionamento de Empresa
(AFE), emitida pela Anvisa, é obrigatória para
Licitação. Qualificação técnica. Serviços de trans- aquelas empresas que lidem com medicamentos
porte escolar. Declaração de prestação de serviços e insumos farmacêuticos destinados ao uso hu-
por motorista e cópia de CNH. Afronta à isonomia mano, cosméticos, produtos de higiene pessoal,
e competitividade. perfumes saneantes e envase ou enchimento de
As exigências, para fins de qualificação técnica, para gases medicinais, salvo exceções previstas no art.
que as empresas licitantes apresentem, em certame refe- 5º da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº
rente a serviços de transporte escolar, declaração de que o 16/2014 (Anvisa), a exemplo das empresas que
motorista prestará serviços na empresa durante a vigência exercem o comércio varejista de produtos para
do contrato e cópia autenticada da Carteira Nacional de saúde de uso leigo.
Habilitação (CNH) do condutor do veículo que irá realizar 2. O comércio varejista de produtos para saúde
o transporte escolar, infringem os princípios da isonomia e compreende as atividades de comercialização de
da competitividade da licitação (art. 3º, § 1º, inciso I, Lei nº produtos para saúde de uso leigo, em quantida-
8.666/93), sendo incompatíveis com as hipóteses de qua- de que não exceda a normalmente destinada ao
lificação previstas nos incisos I a IV do art. 30 da Lei nº uso próprio e diretamente a pessoa física para uso
8.666/93. Tais exigências são desproporcionais, na medida pessoal ou doméstico (art. 2º, V, RDC nº 16/2014),
em que a finalidade buscada com a previsão editalícia lici- caso contrário será equiparado ao distribuidor ou
tatória pode ser alcançada por outros meios, menos restri- comércio atacadista.
tivos ou onerosos aos interessados. 3. O distribuidor ou comércio atacadista compreen-
de o comércio de medicamentos, insumos farma-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- cêuticos, produtos para saúde, cosméticos, produ-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 136/2019-PC. tos de higiene pessoal, perfumes e saneantes, em
Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em quaisquer quantidades, realizadas entre pessoas
21/11/2019. Processo nº 6.795-4/2019). jurídicas ou a profissionais para o exercício de su-
as atividades (art. 2º, VI, RDC nº 16/2014).
Licitação. Qualificação técnica. Empresa licitan- 4. Os produtos cujo uso exija conhecimento técnico
te. Atestado de capacidade técnica. Exigência de e especializado, como brocas de uso odontológi-
quantitativo mínimo superior a 50% dos serviços co, cânulas de traqueostomia, chassis radiográfi-
a contratar. cos, estetoscópios e fios cirúrgicos, não podem ser
Para efeito de qualificação técnica operacional da em- considerados como produtos de uso leigo, sendo
presa licitante, é irregular a exigência de atestados de capa- necessária a AFE da Anvisa para sua comerciali-
cidade técnica com quantitativo mínimo superior a 50% do zação.
quantitativo dos serviços que se pretende contratar, salvo
quando houver justificativa da necessidade de se ultrapas- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
sar esse limite, a especificidade do objeto recomendar e ra Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 83/2019-PC.
não houver comprometimento à competitividade do cer- Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
tame. 18/09/2019. Processo nº 7.093-9/2019).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 67

Licitação. Visita técnica. Contrato de serviço de ma- Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Exigên-
nutenção e conservação de rodovia não asfaltada. cia de engenheiro sanitarista/ambiental no quadro
1. É irregular a exigência de visita técnica no local permanente das licitantes.
de execução contratual cujo objeto seja a manu- A Administração não está autorizada a exigir a com-
tenção e a conservação de rodovia não asfaltada, provação de engenheiro sanitarista/ambiental no quadro
por se tratar de serviço de baixa complexidade, permanente de pessoal das licitantes, tampouco estipular
corriqueiro a qualquer empresa de engenharia, tal especialidade como requisito indispensável à qualifica-
caracterizando-se restrição à competitividade do ção técnica. É nítido, portanto, o prejuízo à amplitude da
respectivo certame. concorrência, diante da impertinência da previsão edita-
2. Para que a exigência de visita técnica seja legal, lícia que estabelece a necessidade do vínculo trabalhista
é imprescindível demonstrar sua indispensabili- entre o referido profissional e as empresas licitantes, por-
dade no caso concreto, e, ainda assim, o edital quanto, a comprovação da existência de contrato comum
deve prever a possibilidade de substituição de tal de prestação de serviços (regido pela legislação civil) é
visita por declaração do responsável técnico de suficiente para assegurar a qualificação técnica da futura
que possui pleno conhecimento do objeto a ser contratada, sem, contudo, afetar a abrangência da com-
contratado, procedimento que atende ao disposto petitividade.
no art. 30, inciso III, da Lei nº 8.666/93, sem que
se comprometa o caráter competitivo do certame. (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 173/2018-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 639/2019- 24/05/2018. Processo nº 10.028-5/2016).
TP. Julgado em 03/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
11/09/2019. Processo nº 4.784-8/2017). Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Exi-
gência de comprovação de vínculo permanente
Licitação. Habilitação. Visita técnica. Visita à obra do profissional técnico com o licitante.
por engenheiro da licitante. A exigência em edital de licitação para que empresas
1. A visita técnica como requisito de habilitação do licitantes comprovem, como requisito de qualificação téc-
certame só pode ser exigida de forma excepcio- nica, que possuem em seu quadro permanente de pessoal
nal, quando se tratar de condição imprescindível profissional graduado ou com especialização em área es-
ao conhecimento das particularidades do objeto pecífica, representa cláusula excessiva, restringe o caráter
a ser licitado e desde que esteja devidamente jus- competitivo do certame. A comprovação de vinculação do
tificada essa opção. profissional com a licitante pode ser feita, não apenas pelo
2. Não há previsão legal de que a visita técnica à vínculo ao quadro permanente, mas também com base
obra licitada deva ser realizada por engenheiro em contrato de prestação de serviços ou vínculo societário.
responsável do próprio quadro da licitante, com
a apresentação de Carteira de Identificação Profis- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
sional registrada no CREA. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 21/2018-PC.
3. Não se pode estabelecer, em edital licitatório, cri- Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
térios que possam resultar na mitigação do caráter 12/04/2018. Processo nº 14.767-2/2016).
competitivo do certame, com imposições que não
possuam fundamento legal que limitem o caráter Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Con-
competitivo da disputa. tratação de serviço de transporte escolar. Curso
específico para condutores.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Na licitação para contratação de serviços de transporte
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 611/2019-TP. Julgado em
escolar, o edital deve estabelecer, como requisito de habili-
27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019.
tação, que os condutores tenham curso de capacitação para
Processo nº 23.426-5/2015).
veículos de transporte escolar, em sintonia com o inciso
V do artigo 138 do Código de Trânsito Brasileiro e com os
68 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

incisos II e IV do artigo 30 da Lei Federal 8.666/66, sendo lheiro Domingos Neto. Acórdão n° 24/2017-SC. Julgado
irregular a exigência somente de curso de capacitação para em 17/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/05/2017.
condução de veículos de transporte coletivo de passageiros. Processo n° 17.108-5/2016).

(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs- Licitação. Habilitação. Capacidade técnico-profis-


tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 19/2018-PC. Julgado sional. Comprovação.
em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. A comprovação de qualificação técnico-profissional nas
Processo nº 14.683-8/2016). contratações públicas deve demonstrar a experiência do
responsável técnico na execução anterior de obra ou servi-
Licitação. Capacidade técnico-profissional. Exigên- ço com características semelhantes ao objeto contratado.
cia de prévio vínculo empregatício ou societário.
Restrição à competitividade. (Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
A exigência editalícia para que empresa licitante com- lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 508/2016-TP.
prove possuir, em seu quadro próprio de pessoal, profissio- Julgado em 20/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
nal com prévio vínculo empregatício ou societário, para fins 29/09/2016. Processo nº 4.333-8/2016).
de verificação de capacidade técnico-profissional na fase de
habilitação do certame, caracteriza cláusula abusiva que Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Exigên-
restringe a competitividade (art. 3°, § 1°, inciso I, c/c art. cia de vínculo empregatício.
30, § 5°, inciso I, da Lei nº 8.666/93). É ilegal, para fins de habilitação técnica em licitação,
a previsão de cláusula editalícia em que se exige do lici-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro tante a comprovação da disponibilidade de profissionais
Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 43/2017- SC. graduados em nível superior com vínculo empregatício, por
Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em contrariar o art. 30, § 5º, da Lei nº 8.666/93 e caracterizar
31/10/2017. Processo nº 21.471-0/2016). restrição ao caráter competitivo do respectivo certame.

Licitação. Habilitação. Capacidade técnico opera- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
cional. Registro em conselho profissional. to João Batista Camargo. Acórdão nº 471/2016-TP. Julgado
É ilegal, para fins de comprovação de capacidade em 30/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/09/2016.
técnico operacional de licitantes, a exigência de registro Processo nº 2.481-3/2015).
de atestados em conselho profissional, sendo permitida
tal condicionante somente para aferir a capacitação técnico Licitação. Habilitação. Visita Técnica.
profissional dos responsáveis técnicos pelo objeto licitado A exigência de visita técnica como condição de habilita-
(art. 30, § 1º, I, da Lei nº 8.666/93). ção em processos licitatórios restringe a competitividade do
certame (art. 3º, Lei nº 8.666/93), podendo ser admitida so-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo- mente nas situações em que a complexidade ou a natureza
sé Carlos Novelli. Acórdão n° 234/2017-TP. Julgado em do objeto licitado a justificar, e, quando não for este o caso,
30/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/06/2017. mostra-se suficiente a simples declaração do licitante de
Processo n° 16.320-1/2016). que tem pleno conhecimento das condições e do local em
que ocorrerá a prestação dos serviços a serem contratados.
Licitação. Habilitação. Classificação de propostas.
Certificações do tipo ISO. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
A exigência de certificações do tipo ISO e/ou outras que lheiro Valter Albano. Acórdão nº 98/2016-SC. Julgado em
apresentem as mesmas especificidades, como requisito de 17/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016.
habilitação ou classificação de propostas nas licitações pú- Processo nº 22.614-9/2015).
blicas, é ilegal, tendo em vista restringir o caráter compe-
titivo do certame.

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-


Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 69

Licitação. Obras de engenharia. Qualificação técni- Licitação. Qualificação técnica. Tempo de existên-
co-operacional. Atestados. Registro no CREA. cia ou de atuação da empresa.
A exigência de atestados para comprovação de capa- A inserção de regras ou critérios de atribuição de pon-
cidade técnico-operacional de empresa licitante só deve tuação considerando o tempo de existência, atuação ou
ocorrer quando tais documentos forem indispensáveis à experiência da empresa licitante no mercado, com fins de
garantia do cumprimento das obrigações contratuais, con- aferição de qualificação técnica estabelecida em edital lici-
forme dicção do inciso XXI, do art. 37, da CF/1988, sendo tatório, restringe a competitividade do certame.
inexigível, na contratação de obras de engenharia, o regis-
tro desses documentos no CREA. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015.
lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 341/2016-TP. Julgado Processo nº 2.036-2/2014).
em 21/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/07/2016.
Processo nº 25.726-5/2015). Licitação. Habilitação. Visita técnica. Competitivi-
dade do certame. Situações excepcionais.
Licitação. Habilitação. Capacidade Técnica Profis- A exigência de visita técnica como condição para habili-
sional. Exigência de comprovação do vínculo do tação em processos licitatórios restringe a competitividade
profissional técnico com o licitante. do certame (art. 3º, Lei 8.666/93), salvo quando se justificar
Para a comprovação de capacitação técnica profissional em face de situações excepcionais ou da complexidade do
na fase de habilitação licitatória, é ilegal a exigência, no objeto licitado, devidamente comprovadas.
edital do certame, para que o licitante possua profissional
técnico com vínculo empregatício em seu quadro perma- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
nente de pessoal. Todavia, a comprovação do vínculo de- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.354/2015-TP. Julgado em
ve ser exigida ao longo da celebração ou da execução do 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015.
contrato, podendo o profissional técnico estar vinculado à Processo nº 1.873-2/2014).
contratada por meio de contrato de prestação de serviços,
celebrado de acordo com a legislação civil comum, por vín- Licitação. Qualificação técnica. Visita técnica.
culo trabalhista ou por vínculo societário. A exigência de visita técnica como condição de qua-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- lificação/habilitação em certames licitatórios restringe a
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado competitividade, somente se justificando quando existirem
em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015. peculiaridades e características do objeto licitado que de-
Processo nº 2.036-2/2014). mandem do licitante o conhecimento prévio do local onde
os serviços serão prestados.
Licitação. Habilitação. Visita técnica. Prazo de re-
alização. (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
A exigência de realização de visita técnica pelo licitan- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 143/2015-SC. Julgado
te, como condição para participação em procedimento li- em 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015.
citatório, quando esse procedimento se justificar em face Processo nº 1.872-4/2014).
de situações excepcionais ou da complexidade do objeto
licitado, terá como prazo final aquele estabelecido para o Licitação. Qualificação técnica. Atestados sem re-
recebimento das propostas, não podendo a Administração lação com o objeto licitado.
fixar prazo menor para a visita, sob pena de restringir o Configura restrição à competitividade do certame licita-
caráter competitivo do certame. tório, em prejuízo ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, a exigência
de atestados de qualificação técnica sem relação com o
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- objeto licitado, a exemplo da solicitação de atestados de
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado obras rodoviárias, ferroviárias ou hidroviárias na contrata-
em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015. ção de serviços de elaboração de projetos arquitetônicos
Processo nº 2.036-2/2014). de edificações.
70 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli. Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Conta-
Acórdão nº 15/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica- dor no quadro permanente da licitante.
do no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 18.834- É ilegal a exigência editalícia de comprovação da exis-
4/2013). tência de contador no quadro permanente da licitante, co-
mo requisito de qualificação técnica na fase de habilitação,
Licitação. Qualificação técnica. Contratação de por tal exigência restringir a participação no certame licita-
projetos arquitetônicos. Atestados do CREA e CAU. tório e não se coadunar com o regime de trabalho aplicado
Na contratação de serviços de elaboração de projetos a esse profissional, que pode se vincular à empresa licitante
arquitetônicos, configura restrição à competitividade de lici- por outros meios que não o de vínculo permanente.
tação, em prejuízo ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, a exigência
de atestados de qualificação técnica registrados exclusiva- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José Car-
mente junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agrono- los Novelli. Acórdão nº 1/2014-SC. Julgado em 13/05/2014.
mia – CREA, sem possibilitar a apresentação de atestados Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2014. Processo nº
registrados junto ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo 7.103-0/2013).
do Estado – CAU, sendo o objeto do certame compatível
com as atividades profissionais disciplinadas e fiscalizadas Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Com-
pelo CAU, nos termos da Lei Federal nº 12.378/2010. provação de experiência. Serviços voltados à ges-
tão pública.
(Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli. É razoável e proporcional, não configurando restrição à
Acórdão nº 15/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica- competitividade na licitação, a exigência editalícia para que
do no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 18.834- o licitante comprove experiência na prestação de serviços
4/2013). voltados à gestão pública no âmbito do objeto licitado, nos
casos em que a licitação se destinar à contratação de servi-
Licitação. Qualificação técnica. Visita técnica. ços de fábrica de softwares, manutenção, suporte técnico e
A realização de visita técnica pelo licitante, como item assessoria em sistemas de gestão pública municipal.
de cumprimento da qualificação técnica prevista no art.
30 da Lei 8.666/1993, somente pode ser exigida em edital (Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano. Acórdão
do respectivo certame em situações que a complexidade nº 08/2014-TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/
ou natureza do objeto a justifique, sendo suficiente para TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº 28.195-6/2013).
os demais casos a simples declaração do licitante de que
tem pleno conhecimento das condições de execução do
objeto licitado.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-


mingos Neto. Acórdão nº 2.333/2014-TP. Julgado em
07/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/10/2014.
Processo nº 7.738-0/2013).

Licitação. Qualificação técnica. Quantidade míni-


ma de atestados ou certidões.
É ilegal a exigência editalícia de quantidade mínima de
atestados ou certidões para comprovação da qualificação
técnica da licitante, conforme prescreve o art. 30, § 1º, I,
da Lei 8.666/93.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014.
Processo nº 7.747-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 71

11.19. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO- Licitação. Parceria Público-Privada. Qualificação


-FINANCEIRA econômico-financeira. Índice de liquidez geral.
1. No caso de concessão por meio de Parceria Pú-
Licitação. Habilitação. Qualificação econômico-fi- blico-Privada (PPP), é cabível a adoção do índice
nanceira. Administração Estadual. Apresentação de liquidez geral igual a 1,5, para efeito de com-
de Balanço Patrimonial e de Demonstração do Re- provação de boa situação financeira da licitante,
sultado do Exercício por MEs e EPPs. desde que se apresente justificativas técnicas de
1. No âmbito da Administração Pública Estadual, salvo sua necessidade em devido processo administra-
em licitações de grande vulto, caracteriza-se abusiva tivo, tendo em vista que se trata de contratação
a cláusula editalícia que exige das microempresas com um longo prazo de duração e um alto custo
(MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs) a apre- de investimento.
sentação de Balanço Patrimonial e de Demonstração 2. Em PPPs e concessões públicas, a adoção de um
do Resultado do Exercício como condição para quali- índice de liquidez geral superior àqueles usual-
ficação econômico-financeira, na fase de habilitação, mente utilizados em licitações comuns, que giram
consoante os artigos 6º e 7º, inciso III, da Lei Estadu- em torno de 1,0, em obediência à norma do art.
al nº 10.442/2016. 31, § 5º, da Lei nº 8.666/93, não caracteriza irre-
2. Para as MEs e EPPs é suficiente a exigência de com- gularidade e nem restringe a competitividade do
provação de qualificação econômico-financeira por respectivo certame, tendo em vista que é meio
meio de certidões negativas, termo de opção pelo eficiente para demonstração da capacidade eco-
SIMPLES Nacional ou declaração anual de imposto nômica e da sustentabilidade financeira do licitan-
de renda. te, necessárias para o cumprimento do objeto da
parceria/concessão (art. 2º, III, Lei nº 8.987/1995
(Representação de Natureza Interna. Relator: c/c art. 4º, VII, Lei nº 11.079/2004).
Conselheiro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº
267/2018-TP. Julgado em 24/07/2018. Publicado no DOC/ (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
TCE-MT em 03/08/2018. Processo nº 20.122-7/2017). ro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 568/2016-TP. Julgado em
18/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/10/2016.
Licitação. Habilitação. Qualificação econômico-fi- Processo nº 3.500-9/2016).
nanceira. Administração Estadual. Cláusula edita-
lícia abusiva para ME e EPP. Licitação. Habilitação. Qualificação econômico-
No âmbito da Administração Pública Estadual, salvo em -financeira. Certidão negativa de protesto.
licitações de grande vulto, caracteriza-se abusiva a cláusula A exigência editalícia para apresentação de certidão
editalícia que exige das microempresas (ME) e empresas de negativa de protesto, para fins de qualificação econômico-
pequeno porte (EPP) a apresentação de Balanço Patrimonial -financeira, é ilegal, não configurando elemento constante
e de Demonstração do Resultado do Exercício como con- do rol taxativo de documentação estabelecido no art. 31
dição para qualificação econômico-financeira, na fase de da Lei nº 8.666/93.
habilitação, consoante os artigos 6º e 7º, inciso III, da Lei
Estadual 10.442/2016. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 53/2016-SC.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Julgado em 06/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 93/2018- 18/04/2016. Processo nº 24.763-4/2015).
TP. Julgado em 10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
19/04/2018. Processo nº 20.139-1/2017). Licitação. Qualificação econômico-financeira. Cer-
tidão negativa de protestos.
É ilegal e abusiva a exigência editalícia de certidão nega-
tiva de protestos como item de qualificação econômico-fi-
nanceira na fase habilitatória da licitação, por não encontrar
amparo no rol taxativo de documentos indicados no artigo
72 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

31 da Lei de Licitações. quantidade maior de empresas com menor porte que, de


outra forma, não conseguiriam participar do procedimento
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- licitatório.
mingos Neto. Acórdão nº 2.333/2014-TP. Julgado em
07/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/10/2014. (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
Processo nº 7.738-0/2013). lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 173/2018-
TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
11.20. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS EM CONSÓR- 24/05/2018. Processo nº 10.028-5/2016).
CIO
Licitação. Vedação à participação de empresas em
Licitação. Habilitação. Empresas em consórcio. consórcio.
Discricionariedade da Administração. Justificativa A previsão em edital licitatório de vedação à participa-
prévia para vedação de participação de empresas ção de empresas em consórcio deve ter correspondente
em consórcio. justificativa, tendo em vista que todos os atos administra-
1. A possibilidade de adesão de empresas reunidas tivos, mesmo aqueles caracterizados como discricionários,
em consórcio em procedimentos licitatórios é uma devem ser devidamente motivados.
discricionariedade da Administração, conforme
art. 33, caput, da Lei nº 8.666/93. No entanto, a (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
opção pela vedação de participação na licitação sé Carlos Novelli. Acórdão nº 948/2014-TP. Julgado em
dessas empresas deve ser justificada previamente, 13/05/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014.
sob pena de restrição à competitividade. Processo nº 7.345-8/2013).
2. No caso em que o objeto de certame tratar de
aquisição de relevante vulto, torna-se recomen- 11.21. PROCEDIMENTO E JULGAMENTO
dável e perfeitamente justificável a permissão de
participação de empresas consorciadas. Licitação. Procedimento. Inabilitação/desclassifica-
3. A participação nas licitações de empresas reuni- ção de propostas. Formalismo moderado. Convali-
das em consórcio amplia o universo de licitantes, dação de falhas formais. Interesse público.
uma vez que possibilita a associação de empresas 1. A existência de falhas meramente formais cometi-
que isoladamente não teriam condições de dis- das pelos licitantes, que possam ser supridas por
putar um determinado procedimento licitatório informações já disponibilizadas ou pela realização
e que, conjuntamente, conseguem disputar a li- de diligências, e que não repercutam concreta-
citação e podem garantir a execução contratual. mente, não autoriza a inabilitação ou a desclas-
sificação de propostas. 
(Representação de Natureza Externa. Acórdão nº 2. Na realização de procedimentos licitatórios, a Ad-
98/2019-PC. Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/ ministração Pública deve pautar-se pelo princípio
TCE-MT em 15/10/2019. Processo nº 22.663-7/2018). do formalismo moderado, que prescreve a adoção
de formas simples e suficientes para propiciar ade-
Licitação. Habilitação. Participação de empresas quado grau de certeza, segurança e respeito aos
em consórcio. Limitação da quantidade de pesso- direitos dos administrados, promovendo a preva-
as jurídicas. lência do conteúdo sobre o formalismo extremo,
Apesar de discricionária a decisão da Administração respeitadas, ainda, as praxes essenciais à proteção
em permitir a participação de empresas em consórcio nos das prerrogativas dos administrados, não signifi-
certames licitatórios, conforme dicção do art. 33, caput, da cando desmerecimento ao princípio da vinculação
Lei 8.666/93, e caso haja tal permissão, é defeso limitar a ao instrumento convocatório (art. 41, caput, Lei
quantidade de pessoas jurídicas na composição dos con- 8.666/1993). 
sórcios interessados a apenas duas empresas, por caracte- 3. De forma a preservar o interesse público, é possí-
rizar fraude ao caráter competitivo do certame, afastando vel, em caráter excepcional, convalidar medidas
a possibilidade de formação de um consórcio com uma irregulares como a desclassificação inadequada de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 73

licitante com base em falhas meramente formais Licitação. Anulação/revogação de certame homo-
que possam ser sanadas, relativizando-se o prin- logado e adjudicado. Observância ao contraditório
cípio da vinculação ao edital. e ampla defesa.
Antes da adoção de eventual ato de anulação ou revo-
(Tomada de Contas Ordinária. Relatora: Conselheira gação de processo licitatório já homologado e adjudicado,
Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 91/2020-TP. a Administração deve assegurar o direito de os adjudica-
Julgado em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em tários se manifestarem, em observância aos princípios do
23/06/2020. Processo nº 10.434-5/2019). contraditório e da ampla defesa, nos termos do art. 5º, LV,
da CF/1988 e do art. 49, § 3º, da Lei nº 8.666/93, tendo em
Licitação. Julgamento de propostas. Margem de vista que a anulação ou revogação de processo licitatório,
lucro mínima ou igual a zero. Exequibilidade. em decorrência do poder-dever de autotutela da Adminis-
1. Não é vedada a apresentação de proposta con- tração Pública, não dispensa a observância às garantias
tendo margem de lucro mínima ou igual a zero, fundamentais inerentes a esses princípios.
tendo em vista que a parcela correspondente ao
lucro pertence à margem discricionária da empre- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
sa licitante. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 14/2017-PC.
2. Havendo dúvidas quanto à capacidade de a em- Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
presa executar o objeto a ser contratado, a Admi- 07/11/2017. Processo nº 22.374-3/2016).
nistração deve dar a ela oportunidade de demons-
trar a exequibilidade da proposta apresentada, Licitação. Fase de abertura. Indicação da dotação
conforme as condições especificadas no edital de orçamentária com o respectivo saldo.
licitação. Para fins de aferição e garantia da suficiência de re-
3. Caso a empresa licitante tenha sua proposta clas- cursos orçamentários objetivando a cobertura de futuras
sificada, mas não consiga cumprir o compromisso licitações ou contratações, a Administração deve indicar,
firmado, estará sujeita às sanções administrativas ainda na fase de abertura do certame licitatório para com-
elencadas no artigo 87 da Lei 8.666/93. pras, serviços ou obras, inclusive nos casos de dispensa
e inexigibilidade de licitação, não só o código da dotação
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- orçamentária, mas, também, o seu respectivo saldo, em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 45/2018- conformidade com as disposições contidas nos artigos 14
TP. Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em e 38 da Lei nº 8.666/93.
21/03/2018. Processo nº 24.023-0/2017).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto João Batista Camargo. Acórdão nº 183/2015-TP. Julgado
Licitação. Revogação anterior à adjudicação e ho-
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015.
mologação do certame. Autotutela e interesse
Processo nº 1.718-3/2014).
público. Princípio do contraditório.
É possível a revogação de licitação antes da adjudicação
Licitação. Comprovação de cotação de preços no
do objeto e da homologação do certame, com base no
processo de licitação. Princípio da legalidade.
princípio da autotutela administrativa (Súmula 473 do STF)
A comprovação documental de cotação de preços no
e em razão de interesse público, independentemente de
processo de licitação nas modalidades previstas na Lei
contraditório, isso porque o vencedor do certame, antes
8.666/1993 é um ato formal vinculado ao princípio da le-
de cumpridas essas fases, não tem qualquer direito adqui-
galidade (artigo 40, § 2º, II), não se permitindo discriciona-
rido a ser protegido em face de possível desfazimento do
riedade ao administrador para que escolha atender ou não
processo de contratação.
tal mandamento legal.

(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 33/2017- tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 46/2014-SC. Julgado em
PC. Julgado em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014.
23/01/2018. Processo nº 15.308-7/2017). Processo nº 8.054-3/2013).
74 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Licitação. Formalização de propostas. Aquisição 2. O pronunciamento jurídico, emitido com base no


de veículos. Indicação de marca, modelo e ano de art. 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, deve
fabricação. ser fundamentado, ou seja, as minutas de editais
Nas licitações para aquisição de veículos, as propostas de licitação, contratos, convênios e outros ajustes
dos licitantes devem indicar a marca, modelo e ano de fa- devem ser examinados à luz dos princípios admi-
bricação, como forma de não dificultar a conferência do nistrativos, do ordenamento normativo vigente e
bem no ato de recebimento, bem como para evitar que seja da jurisprudência dos tribunais pátrios. Não basta
entregue um veículo de especificação inferior ou diferente manifestação jurídica ou simples menção no sen-
daquele que o ente público deseja adquirir com a licitação. tido de que o ato administrativo é ou não com-
patível com a legislação, sendo necessário que os
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
motivos sejam enunciados e que as razões de fato
tuto João Batista Camargo. Acórdão nº 21/2014-PC. Julgado
e de direito que embasaram o entendimento do
em 13/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2014.
parecerista sejam expostas.
Processo nº 8.315-1/2013).

(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro


11.22. EMISSÃO DE PARECER JURÍDICO
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 56/2018-SC.
Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Licitação. Pareceres jurídicos. Conteúdo genérico.
17/10/2018. Processo nº 11.625-4/2016).
1. É ilegal a emissão de pareceres jurídicos com con-
teúdo genérico, também chamados de pró-forma
ou sintéticos, e que não demonstrem o efetivo
Licitação. Parecer jurídico. Exame e aprovação de
exame da análise de edital de procedimento lici-
editais, contratos, convênios e outros ajustes. Res-
tatório e seus respectivos anexos.
ponsabilidade do Advogado Público.
1. O exame e a aprovação de minutas de editais de
2. Na emissão de pareceres jurídicos em procedi-
licitação, contratos, convênios e outros ajustes
mentos licitatórios, os procuradores e advogados
pela Procuradoria Jurídica (art. 38, parágrafo úni-
públicos devem expedir documentos devidamen-
co, Lei nº 8.666/93), por meio de parecer técnico,
te fundamentados, com a demonstração da análi-
devem ser fundamentados à luz do ordenamento
se detalhada dos termos do edital e seus anexos,
jurídico vigente, dos princípios do Direito Adminis-
contemplando os aspectos básicos e essenciais à
trativo e da jurisprudência dos Tribunais pátrios,
realização do certame, em conformidade com o
expondo razões de fato e de direito que embasam
que determina o art. 38, parágrafo único, da Lei
o entendimento defendido, não sendo suficiente
nº 8.666/1993.
a simples indicação de compatibilidade com a le-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- gislação.
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 173/2019- 2. A emissão de pareceres jurídicos sintéticos ou
SC. Julgado em 04/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em padronizados, com conteúdo genérico, sem a
11/12/2019. Processo nº 14.842-3/2019). demonstração da efetiva análise do edital e dos
respectivos anexos, é ato que contraria a Lei de
Licitação. Parecer jurídico. Responsabilização do Licitações e não afasta a responsabilidade do Ad-
parecerista. vogado Público que os assinou, por caracterizar
1. É ilegal a adoção de pareceres jurídicos sintéticos culpa por negligência no cumprimento de função
e padronizados, com conteúdo genérico, sem a essencial, obrigatória e vinculativa, nos termos da
demonstração da efetiva análise de edital licita- Lei nº 8.666/1993.
tório e dos respectivos anexos, cabendo respon-
sabilização do procurador/advogado parecerista (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
que os assinou, por restar caraterizada culpa por to João Batista Camargo. Acórdão nº 471/2016-TP. Julgado
negligência no cumprimento de função essencial, em 30/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/09/2016.
obrigatória e vinculativa, nos termos da Lei nº Processo nº 2.481-3/2015).
8.666/1993.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 75

11.23. FRAUDE À LICITAÇÃO 11.24. TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS MICRO E


PEQUENAS EMPRESAS
Licitação. Alteração contratual de empresa para
ocultar sócio impedido de contratar com o ente. Licitação. Tratamento diferenciado e simplificado.
Fraude à licitação. Declaração de inidoneidade. Previsão em instrumento convocatório.
Alteração contratual promovida para retirar da socieda- O tratamento diferenciado e simplificado concedido às
de de empresa sócio impedido de contratar com o muni- microempresas e empresas de pequeno porte nas contrata-
cípio, no intuito claro de mascarar o seu real proprietário, ções públicas, regulado pela Lei Complementar 123/2006,
configura fraude à licitação, sob pena de resultar na decla- deve ter previsão expressa no instrumento convocatório da
ração de inidoneidade para participar de licitações esta- licitação, mesmo em relação aos benefícios que desfrutem
duais ou municipais, no período de até 5 (cinco) anos, com de auto aplicabilidade.
fulcro no art. 41 da Lei Complementar Estadual nº 269/07
e no art. 295 da Resolução nº 14/2007 do TCE-MT. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 74/2014-SC. Julgado em
(Denúncia. Relator: Conselheiro Substituto Luiz Carlos 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
Pereira. Acórdão nº 24/2018-PC. Julgado em 27/03/2018. Processo nº 8.078-0/2013).
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. Processo nº
9.343-2/2016). Licitação. Edital. Previsão de tratamento diferen-
ciado somente para empresas sediadas no muni-
Licitação. Simulação. Fraude à licitação. Crime. cípio ou no Estado.
Sanções. Nos editais de licitação destinados à participação ex-
A simulação de procedimento licitatório, inclusive com clusiva de microempresas e empresas de pequeno porte,
o intuito de regularizar pagamentos por fornecimentos e/ com fundamento no inciso I do art. 48 da Lei Complemen-
ou serviços já prestados ilegalmente, caracteriza fraude tar Federal nº 123/2006, é vedado o estabelecimento de
à Licitação, incidindo os responsáveis no crime tipificado cláusula que limite o universo de possíveis participantes
no art. 90 da Lei de Licitações, e, além disso, o Tribunal somente às empresas sediadas no município ou no estado,
de Contas pode aplicar as sanções de inabilitação para o tendo em vista que tal exigência restringe de modo ilegal
exercício de cargo em comissão ou função de confiança a competitividade do certame.
aos agentes públicos infratores; e, ainda, de declaração de
inidoneidade das licitantes para participar de novas licita- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
ções públicas. lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 478/2014-TP. Julgado em
11/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- Processo nº 17.877-2/2013).
lheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 517/2017-
TP. Julgado em 19/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
24/01/2018. Processo nº 7.690-2/2015).
76 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

11.25. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS SC. Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em


21/11/2019. Processo nº 11.492-8/2019).
Licitação. Concessão. Serviço de transporte inter-
municipal. Licitação. Pregão. Contratação de locação ou licen-
A concessão do serviço de transporte intermunicipal de ciamento de sistema de gestão tributária. Padrões
passageiros ao setor privado não é obrigatória, visto que de desempenho e qualidade conhecidos. Motiva-
este serviço pode ser prestado diretamente pela Adminis- ção da não utilização do pregão.
tração Pública. Todavia, quando for delegado ao particular 1. O pregão é a modalidade licitatória indicada pa-
em regime de concessão, é necessário que previamente ra a contratação de locação ou licenciamento de
seja realizada licitação pública, em obediência ao disposto sistema de gestão tributária, quando os padrões
no art. 175, caput, da Constituição Federal. de desempenho e qualidade de tal objeto forem
conhecidos, dominados e oferecidos de forma am-
(Levantamento de Conformidade. Relator: Conse- pla no mercado, o que faz com que o serviço seja
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 315/2018-TP. definido como comum, ainda que o sistema esteja
Julgado em 14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em tipificado como sistema complexo.
06/09/2018. Processo nº 4.892-5/2017). 2. A não utilização do pregão, quando viável, deverá
ser motivada pelo gestor público.
11.26. PREGÃO 3. Ao não utilizar o pregão, quando cabível, o gestor
público deixa de propiciar um aumento da com-
Licitação. Pregão. Contração de médicos para aten- petitividade, própria dessa modalidade, a qual
dimento de urgência e emergência. Bens e serviços permite que empresas de diversos locais do país
comuns da área da saúde. Concurso para provi- participem, sem a necessidade de se deslocarem,
mento de cargos efetivos na saúde. além de possibilitar que os participantes reduzam
1. A contratação de médicos para atendimento de os seus respectivos preços.
urgência e emergência nas unidades de pronto
atendimento municipal é inviável mediante a mo- (Representação de Natureza Externa. Acórdão nº
dalidade de licitação pregão, por não se caracterizar 98/2019-PC. Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/
um serviço que pode ser definido como comum. TCE-MT em 15/10/2019. Processo nº 22.663-7/2018).
2. A Lei nº 10.520/2002 não autoriza a contratação de
pessoal para a área de saúde, mas tão somente a Licitação. Pregão. Habilitação. Diligência para apre-
contratação de bens e serviços comuns, conforme sentação de documento original.
art. 12, sendo considerados bens e serviços comuns É possível que o pregoeiro realize diligência durante
da área da saúde “aqueles necessários ao atendi- habilitação de certame licitatório para propiciar apresen-
mento dos órgãos que integram o Sistema Único de tação de documento original pelo licitante, por se tratar
Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade de saneamento de simples falha formal, não havendo que
possam ser objetivamente definidos no edital, por se falar em irregularidade na conduta do pregoeiro ou na
meio de especificações usuais do mercado”. condução do certame, portanto, em consonância com o art.
3. A Constituição Federal de 1988 estabelece, como 43, § 3º, da Lei nº 8.666/93.
regra geral, a realização de concurso público para
o provimento de cargos efetivos na área da saúde. (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
Ainda que seja possível a atuação da iniciativa pri- ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 20/2019-
vada na esfera do Sistema Único de Saúde, essa ati- SC. Julgado em 03/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
vidade é meramente complementar, não podendo 22/04/2019. Processo nº 27.711-8/2018).
o Poder Público se eximir da prestação desse ser-
viço, nos termos dos artigos 196 e 199 da CF/1988.

(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-


ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 159/2019-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 77

Licitação. Pregão. Publicidade de edital em jornal (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
da AMM. ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 397/2016-TP. Julgado em
Para fins de publicidade de editais de certames na mo- 02/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016.
dalidade pregão, conforme o vulto da licitação, a publica- Processo nº 20.518-4/2014).
ção no jornal da Associação Matogrossense dos Municípios
(AMM) não supre a obrigatoriedade de divulgação em jor- Licitação. Pregão. Proposição de recurso por em-
nal de grande circulação (art. 4º da Lei nº 10.520/2002). presa não participante do certame.
A empresa não participante de pregão não é parte le-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- gítima para propor recurso com o intuito de impugnação
lheiro Domingos Neto. Acórdão n° 29/2017-SC. Julgado de habilitação do licitante vencedor, nos termos do art. 4º,
em 07/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/06/2017. XVIII, da Lei nº 10.520/2002.
Processo n° 13.426-0/2016).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
Licitação. Pregão. Empresas licitantes com sócios lheiro Valter Albano. Acórdão nº 3.719/2015-TP. Julgado
em comum. em 16/12/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/01/2016.
A participação simultânea de empresas em Pregão, que Processo nº 21.325-0/2015).
possuam sócios em comum, por si só não constitui irregu-
laridade, sendo censurável somente quando admitida nos Licitação. Pregão eletrônico. “Taxa” de utilização
casos de: Convite; Contratação por Dispensa de Licitação; de plataforma eletrônica.
existência de relação entre as licitantes e a empresa respon- É possível a cobrança, dos licitantes vencedores em
sável pela elaboração do projeto executivo; e contratação pregão eletrônico, de “taxa” variável pela utilização de
de uma das empresas para fiscalizar serviço prestado por sistema de pregão eletrônico disponibilizado por bolsas
outra. Por outro lado, quando constatada a participação de mercadorias intermediadoras, com incidência sobre o
de empresas com sócios em comum, a Administração de- valor adjudicado, desde que com base em norma munici-
ve realizar análise detida da adequação, da variação e da pal regulamentadora e que as condições para a cobrança
economicidade das propostas de preços ou lances. de “taxa” pelo uso da plataforma eletrônica constem dos
respectivos editais licitatórios.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 158/2016-SC. Julgado (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
em 30/11/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/12/2016. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.244/2015-TP. Julgado
Processo nº 2.560-7/2015). em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015.
Processo nº 2.075-3/2014).
Licitação. Pregão. Licença de software com especi-
ficações próprias. Serviço não comum. Licitação. Pregão eletrônico. Termo de cooperação
A licença de uso e manutenção de sistema (software) técnica com bolsas de mercadorias.
desenvolvido em ambiente WEB (online), com acesso, en- É facultado ao Município firmar termo de cooperação
vio de dados e utilização das funcionalidades por meio da técnica com bolsas de mercadorias, entidades estas carac-
Internet, e disponibilização de mão de obra qualificada terizadas como sociedades civis sem fins lucrativos, para
para realizar o atendimento aos usuários e utilização de dar apoio técnico e operacional na intermediação entre a
pessoal técnico especializado para suporte online, não po- Administração e os fornecedores nos procedimentos de
de ser considerado serviço comum para fins de ser licitado pregão eletrônico, com o uso de recursos de tecnologia da
por meio da modalidade pregão. A modalidade licitatória informação, desde que inexista ônus para a Administração
“pregão” se destina a aquisição de bens e serviços comuns e haja regulamentação municipal específica sobre aquisi-
ou simples, passíveis de padronização, onde são estabele- ções na modalidade licitatória “pregão eletrônico”, em que
cidos padrões de desempenho e qualidade, por meio de se defina a possibilidade de tal cooperação.
qualificações usuais e de fácil disponibilidade no merca-
do, em observância ao art. 1º, parágrafo único, da Lei nº (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
10.520/2002. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.244/2015-TP. Julgado
78 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015. resse em participar do certame, por ocasião da


Processo nº 2.075-3/2014). retirada do edital via internet, configura tentativa
ilegal de identificação dos participantes antes da
Licitação. Pregão. Obras e serviços de engenharia. data de realização da sessão pública do pregão,
Enquadramento no conceito de “serviço comum”. desrespeitando-se os princípios da impessoalida-
Na verificação da possibilidade de adoção da moda- de e competitividade entre os participantes.
lidade “pregão” para contratação de obras e serviços de
engenharia, a complexidade do objeto não é fator único (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
e determinante para efeito de enquadrá-lo no conceito de tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 36/2015-SC. Julgado
“serviço comum”, tendo em vista que determinadas obras em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015.
ou serviços de engenharia, com maior especialização, ainda Processo nº 1.978-0/2014).
que de pequenos reparos, podem constituir, em tese, um
objeto especializado e único que se afasta da qualidade de Licitação. Edital. Pregão. Modificação de cláusula
“serviço comum”. de subcontratação parcial. Interferência na formu-
lação das propostas.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- A alteração de cláusula de edital de licitação na mo-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 90/2015 dalidade “pregão” visando possibilitar a subcontratação
-SC. Julgado em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT parcial do objeto, inicialmente vedada, deve ser publica-
em 31/08/2015. Processo nº 15.056-8/2014). da nos mesmos meios do edital original, com abertura de
novo prazo para apresentação das propostas, nos termos
Licitação. Pregão. Serviço comum. Prestação de do art. 21, § 4º, da Lei nº 8.666/93, tendo em vista que
serviços de coleta, armazenamento, transporte, tal situação configura hipótese de alteração do edital que
tratamento e disposição final de resíduos sólidos interfere diretamente na formulação das propostas dos lici-
de saúde. tantes, além de ampliar o rol de possíveis interessados em
Os serviços de coleta, armazenamento, transporte, tra- participar do certame.
tamento e disposição final de resíduos sólidos de saúde são
considerados como serviço comum, podendo ser contrata- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
dos mediante pregão, visto que os padrões de desempenho tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.563/2014-TP. Julgado
e qualidade podem ser objetivamente definidos no edital em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/11/2014.
licitatório por meio de especificações usuais do mercado Processo nº 7.549-3/2013).
(art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 10.520/2002).
Licitação. Pregão. Prazo para visita técnica.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- O prazo para realização de visita técnica, indicado em
ro Valter Albano da Silva. Acórdão nº 2.791/2015-TP. Julgado edital licitatório de pregão, deve coincidir com o prazo final
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015. para recebimento de propostas, no intuito de não se res-
Processo nº 19.040-3/2014). tringir o caráter competitivo do certame.

Licitação. Pregão. Identificação dos licitantes. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
1. Na licitação realizada na modalidade de pregão, tonio Joaquim. Acórdão nº 1.293/2014-TP. Julgado em
a identificação dos licitantes deve ocorrer apenas 08/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014.
no dia, hora e local designados para realização Processo nº 7.499-3/2013).
da sessão pública destinada ao recebimento das
propostas, respeitados os princípios da impesso-
alidade e competitividade entre os participantes
(art. 4º, VI, Lei nº 10.520/2002).
2. A exigência, em edital licitatório de pregão, de en-
vio de formulário ou recibo preenchido com dados
do potencial licitante para formalização de inte-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 79

Licitação. Pregão presencial. Edital. Previsão legal 12. PATRIMÔNIO


de publicação no Diário Oficial do Estado.
No caso de licitação na modalidade de pregão presen- Patrimônio. Inventário físico-financeiro. Procedi-
cial municipal, é obrigatória a publicação do respectivo edi- mentos.
tal no Diário Oficial do Estado quando a legislação munici- 1. Na realização do Inventário Físico-Financei-
pal assim o exigir, mesmo que haja em lei local a previsão ro por comissão específica, devem ser verifica-
de outro veículo de publicação oficial para o município. dos: a) a integridade dos bens e seu atual estado
de conservação; b) os procedimentos como a
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- fixação da plaqueta de identificação, condições
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em de uso ou forma de utilização dos bens; c) a
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. indicação dos responsáveis pela guarda de
Processo nº 7.747-0/2013). bens; d) as informações relativas à presença de
avarias que inutilizem os bens ou que ensejem
seus recolhimentos à gerência de patrimônio,
acompanhadas das medidas legais necessárias
à sua baixa contábil;  e)  o apontamento dos
bens não existentes no sistema de controle que
existem fisicamente, ou vice-versa, com sugestões
de ajustes (contábeis ou no sistema de controle)
embasados tecnicamente. 
2. A não realização do Inventário Físico-Financeiro
prejudica a conciliação entre os registros contábeis
e a existência física de bens, frustrando a fidedig-
nidade dos lançamentos no Balanço Patrimonial.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 88/2020-TP. Julgado em
19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2020.
Processo nº 14.071-6/2019).

Patrimônio. Câmara municipal. Utilização de sala


por particulares. Instrumento jurídico. Requisitos.
1. A utilização, pelos particulares, de sala no edifí-
cio da câmara municipal pressupõe algum ato de
formalização, ou instrumento jurídico do consen-
timento pela Administração, especialmente nos
casos em que esse uso se dará de maneira priva-
tiva por determinada pessoa ou pela coletividade,
pois, a utilização de bens públicos por particula-
res, seja qual for a forma jurídica adotada, deverá
sempre obedecer a uma formalidade mínima e
se materializar em um instrumento que lhe con-
fira existência e validade perante o ordenamento
jurídico.
2. Para que a câmara municipal defina qual instru-
mento jurídico utilizará para permitir o uso de
salas em seu edifício, deve proceder aos estudos
80 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

necessários acerca dos custos relacionados, da (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
qualidade lucrativa ou não da entidade benefi- ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 2.848/2014-TP. Julgado
ciária, dentre outros fatores, para então entender em 11/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014.
pela viabilidade da cessão gratuita ou onerosa da Processo nº 15.895-0/2014).
utilização do bem. 
3. O uso privativo de bens públicos deve obser- Patrimônio. Controle. Guarda e transferência de
var os seguintes requisitos: a) compatibilidade bens permanentes. Termo de responsabilidade.
com o interesse público;  b)  consentimento No âmbito do controle patrimonial de bem de natu-
d a Adminis t ração;  c)  cumprimento d a s reza permanente, é obrigatória a utilização de termos de
condições fixadas  pelo ordenamento e pela responsabilidade para guarda e transferência dos bens, de
Administração;  d)  remuneração, ressalvados forma a possibilitar a identificação e eventual responsabi-
os ca sos excepcionais de u so gratuito; lização dos agentes que os tiverem sob sua guarda, inde-
e e) precariedade, que pode variar de intensidade, pendentemente da conclusão de inventário patrimonial.
com a possibilidade de cessar o uso privativo por
vontade unilateral da Administração. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
Ricardo. Acórdão nº 1.163/2014-TP. Julgado em 10/06/2014.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 22/2020-TP. Julgado 7.612-0/2013).
em 11/03/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2020.
Processo nº 16.634-0/2019).

Patrimônio. Utilização de bens públicos em bene-


fício de particulares. Autorização legal e atendi-
mento a programa social específico.
A utilização de máquinas e equipamentos públicos pa-
ra a realização de trabalhos em propriedades particulares,
sem que haja lei regulamentando programa social especí-
fico que contemple essa possibilidade, caracteriza ofensa
aos princípios constitucionais da legalidade, moralidade e
eficiência, e descumprimento a requisitos previstos na Re-
solução de Consulta nº 42/2011 do TCE-MT.

(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-


tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 232/2015-SC. Julgado
em 24/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/01/2016.
Processo nº 2.040-0/2014).

Patrimônio. Doação. Imóvel para construção de


templo religioso.
A doação de imóvel urbano a entidade religiosa para
construção de templo religioso e suas dependências, mes-
mo que prevista em lei autorizativa, viola o princípio da
laicidade e configura afronta ao art. 19, I, da CF/1988, por
caracterizar subvenção que alcança uma congregação parti-
cular de membros de determinada religião, não atendendo
o interesse público coletivo.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 81

13. PESSOAL conforme entendimento do STF consignado na


ADIn nº 248-1.
13.1. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONCURSO PÚBLICO
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
Pessoal. Concurso público. Taxa de inscrição dife- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 104/2018-PC.
renciada. Cargos de mesmo nível de escolaridade. Julgado em 24/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
1. A previsão de taxa de inscrição de forma diferen- 13/11/2018. Processo nº 30.387-9/2013).
ciada em concurso público para cargos de mes-
mo nível de escolaridade deve ser justificada de Pessoal. Concurso público. Participação e aprova-
forma plausível pelo gestor, sob pena de ofensa ção de servidor que atuou na fase interna (prepa-
aos princípios da isonomia, razoabilidade e pro- ratória) do certame.
porcionalidade. Não havendo motivação para o 1. O servidor público, efetivo ou comissionado, pode
tratamento desigual, o respectivo edital deve ser participar de concurso público na Administração
retificado, igualando-se as taxas de inscrição para que integre, desde que não pratique qualquer ato
a mesma escolaridade.  administrativo relacionado ao certame.
2. A taxa de inscrição em concurso público deve ser 2. A participação e aprovação de servidor em concur-
fixada em edital, levando-se em consideração os so público, no qual tenha emitido parecer quanto
custos estimados indispensáveis para sua realiza- à legalidade do edital, afronta os princípios da im-
ção, a escolaridade exigida para o cargo, os ven- pessoalidade, moralidade e igualdade de compe-
cimentos, a complexidade e as etapas de seleção, tição, sendo ilegal a sua nomeação.
ressalvadas as hipóteses de isenção previstas no
instrumento convocatório. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 359/2018-TP. Julgado em
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 28/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2018.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 25/2020- Processo nº 14.737-0/2016).
SC. Julgado em 23/06/2020. Processo nº 35.970-0/2018).
Pessoal. Concursos e processos seletivos. Membros
Pessoal. Alteração da nomenclatura de cargo pú- de comissões. Parentesco com candidatos inscritos.
blico. Manutenção de funções do cargo anterior e Na composição de comissões organizadoras/examina-
equivalência salarial. Ascensão funcional. doras de concursos ou processos seletivos, a Administra-
1. Não configura ascensão funcional, investidura de- ção deve indicar e/ou manter membros/servidores que não
rivada ou contrariedade ao princípio da acessibi- sejam cônjuges, companheiros ou parentes, em linha reta,
lidade aos cargos e empregos públicos mediante colateral ou por afinidade, até terceiro grau, de candidatos
concurso público, conforme disposto no art. 37, inscritos no certame, sob pena de violação aos princípios
II, CF/88, a alteração da nomenclatura de cargo constitucionais da igualdade, da moralidade e da impes-
público por meio de lei específica, em que se pre- soalidade.
serve as mesmas funções do cargo anterior e a
equivalência salarial, mesmo ocorrendo mudança (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de nível de escolaridade. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 35/2017-SC.
2. A transformação de cargos e a transferência de Julgado em 05/07/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
servidores para outros cargos ou categorias fun- 17/07/2017. Processo nº 5.254-0/2016).
cionais, quando desacompanhadas da realização
prévia de concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos, traduzem formas inconstitucionais
de provimento no serviço público, pois implicam
no ingresso de servidores em cargos diversos da-
queles em que foram legitimamente admitidos,
82 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Atividades permanentes e finalísticas. Pessoal. Admissão. Concurso público. Prazo exíguo
Inspeção e fiscalização sanitária. Servidor comis- para inscrições. Inscrições presenciais na sede da
sionado. Administração.
Os serviços de inspeção e fiscalização sanitária muni- A previsão, em edital de concurso público, da realização
cipal, além de representarem parcela do Poder de Polícia das inscrições em um prazo exíguo e de forma exclusiva-
estatal, caracterizam atividades finalísticas de caráter per- mente presencial na sede da Administração, sem possibili-
manente que devem ser exercidas por servidores efetivos dade de inscrição por meio eletrônico, caracteriza afronta
(art. 37, II, da Constituição Federal), não podendo ser de- aos princípios da isonomia, da razoabilidade, da eficiência
sempenhadas por servidores investidos em cargos comis- e da ampla acessibilidade aos cargos, empregos e funções
sionados, tendo em vista não configurarem atribuições de públicas previstos no inciso I do art. 37 da CF/1988, uma
direção, chefia ou assessoramento. vez que beneficia quem mora no município e restringe a
inscrição de possíveis interessados que residem em outras
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- localidades.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- (Representação Interna. Relator: Conselheiro Substituto
cesso nº 2.493-7/2015). Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 155/2014-SC. Julgado
em 23/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/10/2014.
Pessoal. Admissão. Concurso público. Prazo exíguo Processo nº 11.378-6/2014).
para inscrições.
O prazo de 5 (cinco) dias concedido pela Administração 13.2. ADMISSÃO DE PESSOAL: ADVOGADO PÚBLICO
para inscrição em concurso público é exíguo para que os / ASSESSOR JURÍDICO
possíveis candidatos tomem conhecimento e consigam fa-
zer inscrição no certame, prejudicando-se o alcance de um Pessoal. Assessor jurídico. Burla ao concurso pú-
dos principais objetivos do concurso público que é o de ofe- blico. Nomenclatura do cargo.
recer ampla isonomia e competitividade aos interessados. 1. Se no exercício de cargo comissionado de assessor
jurídico não ficarem caracterizadas as atribuições
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta de direção, chefia ou assessoramento direto à au-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.212/2015-TP. Julgado em toridade nomeante e a relação de confiança, res-
11/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. tará configurada a burla ao princípio do concurso
Processo nº 4.767-8/2012). público, sendo eivada de inconstitucionalidade a
lei municipal na parte que cria tal cargo. 
Pessoal. Admissão. Concurso público. Posse fora 2. Não é a nomenclatura do cargo de “assessor ju-
do prazo legal. rídico” que o qualifica como de assessoramento,
Não há nulidade na posse em cargo público promovida mas sim as respectivas atribuições de assessoria
dentro do prazo concedido pela Administração, porém, fora direta à autoridade nomeante e a existência de
do prazo legal, excedido em razão de prorrogação excep- relação de confiança.
cional pela própria Administração em função de restrições
orçamentárias e da existência de projeto de lei em tramita- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ção que visa ampliar o prazo para a posse de servidor públi- tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 31/2020-TP.
co, devendo os princípios da segurança jurídica, da boa-fé Julgado em 22/04/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
do candidato empossado, da eficiência administrativa e da 13/05/2020. Processo nº 14.070-8/2019).
razoabilidade prevalecerem sobre o princípio da legalidade.

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-


lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 2.794/2015-TP. Julgado
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015.
Processo nº 21.358-6/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 83

Pessoal. Admissão. Cargo comissionado de asses- de profissional para realizar estas atribuições, até
sor jurídico. Atribuições permanentes. que sobrevenha concurso público para o devido
1. Configura burla ao princípio do concurso público, provimento, a contratação deve ocorrer mediante
a criação de cargo comissionado de assessor jurí- processo seletivo simplificado, sendo irregular a
dico cujas atribuições não sejam de direção, chefia contratação por meio de procedimento licitatório.
e assessoramento direto à autoridade nomeante,
sendo eivada de inconstitucionalidade a lei muni- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
cipal que cria tal cargo. ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 6/2018-PC.
2. As atribuições ordinárias, corriqueiras e perma- Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
nentes de representação judicial e extrajudicial, 21/03/2018. Processo nº 26.796-1/2017).
de consultoria e de assessoramento jurídico na
Administração Pública devem ser realizadas por Pessoal. Câmara municipal. Advogado público.
servidor investido em cargo efetivo devidamente 1. As atividades jurídicas ordinárias, corriqueiras e
aprovado em concurso público. permanentes nas câmaras municipais devem ser
realizadas por advogado público investido em car-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- go efetivo e devidamente aprovado em concurso
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 449/2019- público.
TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 2. Não é vedado ao Legislativo municipal ter cargo
10/07/2019. Processo nº 13.977-7/2017). em comissão de assessor jurídico, desde que a ele
estejam vinculadas exclusivamente atribuições de
Pessoal. Admissão. Atividades jurídicas corriquei- assessoramento direto à autoridade nomeante.
ras e permanentes. Servidores efetivos e servido-
res comissionados. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
As atividades jurídicas corriqueiras e permanentes de- Ricardo. Acórdão nº 3.038/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
vem ser executadas por servidores investidos em cargo Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
efetivo por meio de concurso público. É possível, excepcio- 1.966-6/2014).
nalmente, a criação de cargos em comissão para atribuições
de direção ou chefia das unidades técnicas jurídicas, desde Pessoal. Atividades jurídicas permanentes. Concur-
que os cargos efetivos para execução das tarefas jurídicas so público. Serviço de assessoria jurídica.
ordinárias sejam providos por servidores concursados. 1. As atividades de representação judicial e extraju-
dicial da Administração e de emissão de pareceres
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- jurídicos no âmbito de procedimentos administra-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 551/2018- tivos, como licitações e contratos, são considera-
TP. Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em das permanentes, devendo ser supridas por cargo
19/12/2018. Processo nº 29.327-0/2017). de advogado público, criado por lei e provido por
meio de concurso público (art. 37, II, da Constitui-
Pessoal. Admissão. Atribuições jurídicas contínuas ção Federal).
e permanentes. Provimento por concurso público. 2. A contratação de serviço de assessoria jurídica
Necessidade temporária. Processo seletivo simpli- mediante procedimento licitatório para a execu-
ficado. ção de atividades contínuas e permanentes, que
1. Em regra, as atribuições de representação judicial devam ser exercidas por servidores efetivos, desa-
e extrajudicial, de consultoria e assessoramento tende a regra constitucional do concurso público.
jurídico, desempenhadas de forma contínua e
permanente na Administração Pública, devem (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira
ser realizadas por servidor concursado em cargo Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 2.694/2015-
de provimento efetivo da carreira de advogado TP. Julgado em 16/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT
público (art. 37, II, CF/1988). em 30/06/2015. Processo nº 2.108-3/2014).
2. Havendo necessidade de contratação temporária
84 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Atividades jurídicas contínuas e perma- Pessoal. Cargo de assessor jurídico. Atividades
nentes. Câmara municipal. Concurso público. As- permanentes. Provimento por concurso público.
sessoramento direto. Cargo em comissão de pro- O cargo de assessor jurídico, ao qual estão vinculadas
curador jurídico. atividades permanentes de procuradoria jurídica, de repre-
1. As atribuições de representação judicial e extraju- sentação judicial da Administração e de emissão de parece-
dicial, de consultoria e de assessoramento jurídi- res jurídicos no âmbito de procedimentos administrativos
co, desempenhadas de forma contínua e perma- como licitações e contratos, deve ser provido por meio de
nente nas câmaras municipais, que não caracte- concurso público.
rizem direção, chefia ou assessoramento direto à
autoridade nomeante ou aos vereadores, devem (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
ser realizadas por servidor concursado investido tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 77/2014-SC. Julgado
em cargo de provimento efetivo de advogado pú- em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
blico (art. 37, II, CF/1988). Processo nº 7.908-1/2013).
2. É permitida a criação e o provimento de cargo em
comissão de procurador jurídico para o exercício Pessoal. Admissão. Profissional jurídico. Câmara
de atribuição de direção ou chefia do setor jurídico municipal. Atividades contínuas e permanentes.
da câmara municipal, bem como para assessora- As atribuições técnicas do profissional jurídico, de ca-
mento direto aos vereadores ou ao presidente do ráter contínuo e permanente, destinadas a atender as de-
Legislativo Municipal, devendo existir, em ambos mandas jurídicas cotidianas e ordinárias de toda a estrutura
os casos, cargos de provimento efetivo para o organizacional da câmara municipal, devem ser exercidas
exercício ordinário e permanente de atribuições por servidor admitido por meio de concurso público, inves-
como consultoria jurídica e emissão de pareceres tido em cargo contemplado em Plano de Cargos, Carreiras
no âmbito da Administração. e Salários da administração, em atendimento ao inciso II,
do artigo 37, da CF/1988.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 58/2015-PC. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
Julgado em 17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 26/2014-SC. Julgado em
29/06/2015. Processo nº 7.530-2/2015). 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/07/2014.
Processo nº 8.049-7/2013).
Pessoal. Admissão. Advocacia pública. Atribuições
contínuas e permanentes. Concurso Público. 13.3. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONTADOR, TESOU-
As atribuições de representação judicial e extrajudicial, REIRO E CONTROLADOR INTERNO
de consultoria e de assessoramento jurídico, desempenha-
das de forma contínua e permanente na Administração Pú- Pessoal. Admissão. Tesoureiro.
blica, que não caracterizem direção, chefia ou assessora- 1. A função de tesoureiro está atrelada a rotinas
mento direto à autoridade nomeante, devem ser realizadas administrativas e financeiras como lançamentos
por servidor concursado em cargo de provimento efetivo contábeis, conciliações bancárias, recebimento de
da carreira de advogado público. notas fiscais, conferência de lançamentos relativos
a compras, pagamento de folha de servidores, en-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- tre outras atividades, devendo ser desempenhada
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.990/2015-TP. Julgado por um servidor efetivo.
em 12/05/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2015. 2. A nomeação de servidor comissionado para o
Processo nº 17.778-4/2014). exercício de função de tesoureiro contraria o arti-
go 37, V, da Constituição Federal.

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-


lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 13/2020-PC.
Julgado em 20/05/2020. Processo nº 4.126-2/2019).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 85

Pessoal. Contador. Fundos de previdência. Progra- Pessoal. Contador. RPPS. Programa AMM-PREVI.
ma AMM-Previ. É legal a gestão terceirizada dos fundos de previdência
Os fundos municipais de previdência que firmaram ter- social municipais por meio do Programa AMM-PREVI, não
mo de vinculação ao Programa AMM-Previ para obterem sendo exigível, durante o período em que o município
prestação de serviços contábeis devem adotar providências, estiver vinculado ao Programa, a realização de concurso
antes mesmo do término da vigência de tal vinculação, pa- público para o cargo efetivo de contador ou a atribuição da
ra criação do cargo de contador, realização do respectivo responsabilidade técnica pela contabilidade do fundo ao
concurso público e nomeação do aprovado ou, alternativa- contador efetivo do Poder Executivo, tendo em vista que o
mente, atribuir responsabilidade pela sua contabilidade ao Programa AMM-PREVI engloba os serviços de contabilidade
contador efetivo do Poder Executivo, nos termos da Súmula do regime próprio de previdência municipal.
nº 3 do TCE-MT.
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos queline Jacobsen. Acórdão nº 3.002/2015-TP. Julgado em
Novelli. Acórdão nº 16/2017-TP. Julgado em 07/02/2017. 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. Processo nº Processo nº 8.304-6/2013).
1.968-2/2014).
Pessoal. Câmara municipal. Controlador interno e
Pessoal. Consórcio público. Contador. contador. Admissão e impacto negativo na folha
A admissão de contador no âmbito de consórcio público de pagamento. Prestação de serviços de contabi-
municipal deve ocorrer por meio de processo seletivo, em lidade por contrato administrativo.
atendimento ao art. 37, II, da CF/1988, sendo irregular a 1. O possível impacto negativo no limite de gasto
investidura desse profissional em cargo comissionado, po- com folha de pagamento de câmara municipal,
dendo o consórcio utilizar-se do contador de um dos seus decorrente da nomeação de candidatos aprovados
entes consorciados. em concurso público para os cargos de contador
ou controlador interno, não afasta a obrigação de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- provimento desses cargos por meio de concurso,
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 237/2015-SC. Julgado devendo o gestor promover os ajustes necessários
em 24/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/01/2016. para permitir as respectivas nomeações.
Processo nº 7.305-9/2014). 2. A existência de contrato de prestação de serviços
de contabilidade é irregular e não afasta a obriga-
Pessoal. Atividades contábeis da câmara munici- toriedade de nomeação de candidato aprovado
pal. Técnico em contabilidade. em concurso público para o cargo de contador,
As atividades contábeis da câmara municipal podem ser tendo em vista que as atividades desenvolvidas
exercidas por servidor efetivo investido no cargo público de possuem natureza permanente, devendo ser exe-
técnico em contabilidade, pois são pautadas na realização cutadas por servidor concursado.
da escrituração dos fatos relativos à execução orçamentária
e ao patrimônio da câmara, incluindo levantamento dos (Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
balanços e organização dos processos de despesas e de lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 62/2015-
prestação contas, que não caracterizam atividades privati- SC. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
vas dos contadores, tais como a realização de trabalhos de 20/07/2015. Processo nº 21.301-2/2014).
auditorias e perícias contábeis, nos termos da Resolução
CFC nº 560/1983.

(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-


tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 140/2015-SC. Julgado
em 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015.
Processo nº 1.236-0/2014).
86 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Admissão. Controlador interno. Concurso alização de despesas administrativas pelo regime
público suspenso por decisão judicial. próprio de previdência, a responsabilidade pela
Quando concurso público destinado à admissão de contabilidade da unidade gestora da previdência
controlador interno estiver suspenso por decisão judicial, municipal será do contador efetivo do Poder Exe-
impossibilitando a nomeação dos aprovados ou a realiza- cutivo municipal.
ção de um novo concurso, o gestor deve designar servido-
res já pertencentes ao quadro efetivo da Administração, e (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
que reúnam as qualificações necessárias para exercerem to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 171/2014-SC. Julgado
temporariamente as funções de controle interno, sendo ir- em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
regular o provimento das funções de controlador por meio Processo nº 8.215-5/2013).
de cargo em comissão.
Pessoal. Técnico em contabilidade. Exercício de
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- atribuições privativas de contador.
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.224/2015-TP. Julgado O cargo público de técnico em contabilidade não su-
em 31/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/04/2015. pre a necessidade de criação de cargo público de conta-
Processo nº 16.539-5/2014). dor, exigida nas Resoluções de Consulta TCE/MT 31/2010
e 37/2011, tendo em vista a existência de atribuições pri-
Pessoal. Admissão. Cargos de controlador e con- vativas dos contadores que não podem ser exercidas por
tador. Provimento por concurso público. Admissão técnicos em contabilidade, conforme o disposto no Decreto
em cargo comissionado. Lei 9.295/1946 e na Resolução 560/1983 do Conselho Fede-
1. Os cargos de controlador interno e contador de- ral de Contabilidade.
vem ser providos por meio de concurso público.
2. Havendo na administração municipal estruturas (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
de Controladoria e de Contadoria, compostas, res- tonio Joaquim. Acórdão nº 1.697/2014-TP. Julgado em
pectivamente, por uma equipe de controladores e 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2014.
uma de contadores efetivos, é possível a admissão Processo nº 7.500-0/2013).
de servidores comissionados para exercerem as
funções de liderança dessas equipes, dada a pró- Pessoal. Contador. Provimento do cargo. Cargo co-
pria natureza de direção e chefia dessas funções missionado. Prestador de serviços.
e tendo em vista que esses servidores comissiona- O cargo de contador deve estar previsto no quadro de
dos responderão pela coordenação das atividades cargos efetivos do órgão e provido por meio de concurso
do setor. público, uma vez que as atividades desenvolvidas por esse
profissional possuem características rotineiras e continua-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter das, não sendo possível o atendimento dessas atividades
Albano. Acórdão nº 2.406/2014-TP. Julgado em 14/10/2014. por agente nomeado em cargo de livre nomeação e exone-
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014. Processo nº ração, tampouco a contratação de prestadores de serviços
7.572-8/013). por processo licitatório.

Pessoal. Contador. Previdência municipal. Provi- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substituta
mento do cargo. Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 77/2014-SC. Julgado em
1. Em regra, o cargo de contador da unidade gestora 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
de regime próprio de previdência municipal deve Processo nº 7.908-1/2013).
ser criado por lei e provido por meio de concurso
público (art. 37, II, CF/1988).
2. Nos casos em que não forem possíveis a criação
do cargo efetivo de contador e o seu provimento
por meio de concurso público, em razão da ne-
cessidade de observância do limite legal para re-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 87

Pessoal. Contador e controlador interno. Exercício 13.4. ADMISSÃO DE PESSOAL EM ENTIDADES RE-
de atribuições por servidor efetivo comissionado. PRESENTATIVAS
É irregular a nomeação de servidor efetivo em cargo
comissionado para exercer as atribuições de contador ou Pessoal. Admissão. Associações civis de direito
de controlador interno, tendo em vista que tais atribuições privado representativas dos municípios. Não in-
não possuem natureza de direção, chefia ou assessoramen- tegrantes da Administração. Prestação de contas.
to, devendo ser exercidas por servidores efetivos aprovados Concurso público. Nepotismo.
mediante concurso público destinado ao provimento de 1. As associações civis de direito privado represen-
cargos das respectivas carreiras específicas. tativas de municípios não possuem a mesma na-
tureza dos consórcios públicos constituídos nos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- termos da Lei nº 11.107/2005, uma vez que não in-
tonio Joaquim. Acórdão nº 1.378/2014-TP. Julgado em tegram a Administração Pública direta ou indireta,
12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. não exercem atividade estatal voltada ao interes-
Processo nº 7.497-7/2013). se da coletividade e seu vínculo com os órgãos da
Administração Pública é meramente associativo,
Pessoal. Admissão. Controlador interno. Servidor sendo que o dever de prestar contas ao Tribunal
efetivo investido em cargo comissionado. não decorre da sua condição jurídica, mas sim do
É irregular a nomeação de servidor efetivo em cargo fato de receber e aplicar recursos públicos oriun-
comissionado para exercer as atribuições de controlador dos das contribuições dos municípios associados.
interno, tendo em vista que tais atribuições não possuem 2. As associações civis de direito privado represen-
natureza de direção, chefia ou assessoramento, não se en- tativas de municípios não se submetem às regras
quadrando no disposto no inciso V do artigo 37 da Consti- de admissão de pessoal aplicadas às entidades e
tuição Federal, devendo ser exercidas por servidor efetivo órgãos da administração pública, com destaque
aprovado mediante concurso público para a carreira espe- para a exigência de realização de concurso público
cífica do controle interno. (art. 37, II, CF/1988) e para a vedação da prática
de nepotismo (Súmula Vinculante nº 13 do STF),
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio embora seja recomendável que façam constar
Ricardo. Acórdão nº 1.081/2014-TP. Julgado em 27/05/2014. de seus estatutos a obrigatoriedade de seleção
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº pública para admissão de seus empregados e a
7.589-2/2013). vedação à prática do nepotismo.

Pessoal. Contador. Afastamento para exercício de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José
mandato eletivo. Substituição por agente em car- Carlos Novelli. Acórdão nº 2.394/2015 -TP. Julgado em
go comissionado. 09/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/06/2015.
A função de contador concursado, afastado para exer- Processo nº 3.046-5/2014).
cer mandato eletivo, não pode ser exercida por agente in-
vestido em cargo comissionado de chefia, assessoramento
e direção, sendo que nesse caso os serviços contábeis de-
vem ser realizados por um contador contratado tempora-
riamente, admitido mediante processo seletivo, uma vez
que resta caracterizado o excepcional interesse público.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio


Ricardo. Acórdão nº 952/2014-TP. Julgado em 13/05/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014. Processo nº
7.621-0/2013).
88 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

13.5. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ser realizada por meio de provas e, excepcional-


mente, nos casos de emergência comprovada que
Pessoal. Admissão. Profissionais da Educação. Con- impeça o teste seletivo, por análise curricular, en-
tratação temporária. Excepcional interesse público. trevista, seleção psicológica, dentre outros, desde
Necessidade permanente. que o método seja objetivo e tenha como base
1. É irregular a realização de Processo Seletivo Sim- a exigência do grau de escolaridade e tempo de
plificado para contratações temporárias futuras, experiência.
sem nenhuma vinculação com eventos excepcio-
nais, a exemplo de licenças de servidor, exonera- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ções ou suspensões de contratos de trabalho ou ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 609/2019-
algum evento presente que imporia a realização TP. Julgado em 27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
do certame. 06/09/2019. Processo nº 20.245-2/2018).
2. No que concerne à temporariedade, a educação,
por imposição constitucional, é uma necessidade Pessoal. Admissão. Profissionais da saúde. Con-
permanente do estado e, com efeito, a situação curso público. Contratação temporária. Creden-
transitória só se justifica quando há deficiência de ciamento.
pessoal para atendimento de demanda não ordi- 1. É ilícita a contratação de profissionais da área
nária de serviço. da saúde por meio de licitação na modalidade
3. O número elevado de contratações temporárias, pregão, em decorrência da existência de concurso
por meio de Processo Seletivo Simplificado, que público sub judice para admissão desses profis-
não ocorrem para substituir servidores afastados, sionais. Em razão do fato imprevisto, configurado
mas para ocupar vagas livres que deveriam ser pela suspensão judicial do concurso público, de-
ocupadas por servidores de carreira, demonstra ve-se adotar o instituto da contratação temporária
a ausência de excepcionalidade da contratação para atender o excepcional interesse público. Caso
e a omissão e falta de planejamento do gestor a experiência seja negativa com a realização do
público. processo seletivo simplificado, outra providência
possível é a adoção do instituto do credenciamen-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- to para a contratação dos serviços ou profissionais
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº de saúde, por meio de inexigibilidade licitatória.
771/2019-TP. Julgado em 15/10/2019. Publicado no DOC/ 2. A Constituição Federal estabelece o concurso
TCE-MT em 30/10/2019. Processo nº 24.283-7/2018). público como regra geral para as admissões na
Administração Pública, sendo permitido o seu
Pessoal. Admissão. Contratação temporária. Pro- afastamento somente nos casos estabelecidos na
cesso seletivo simplificado. Critérios objetivos de própria Carta Magna: admissão em cargos comis-
avaliação. Análise de títulos e certificados. sionados e contratação por tempo determinado
1. É irregular a realização de processo seletivo sim- para atender à necessidade temporária de excep-
plificado para a contratação temporária de pro- cional interesse público.
fissionais de nível superior e nível médio, sem
critérios objetivos para a avaliação (prova escrita (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ou provas e títulos), por meio de análise de títulos ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 62/2018-PC.
e certificados de caráter classificatório e eliminató- Julgado em 29/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
rio, sem que fique caracterizada a situação emer- 21/09/2018. Processo nº 21.527-9/2017).
gencial justificadora da não realização de provas
ou de provas e títulos, o que fere o artigo 37 da
Constituição Federal, na medida em que afronta a
ordem constitucional prevista para o ingresso nos
quadros dos entes públicos.
2. A avaliação de processo seletivo simplificado deve
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 89

Pessoal. Admissão. Serviços de assistência social. Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado.
Concurso público. Contratação temporária. Prazos para inscrições e recursos.
A prestação de serviços de assistência social possui na- 1. O prazo para inscrições em Processos Seletivos
tureza permanente, devendo, em regra, ser suprida por Simplificados deve ser de, no mínimo, 10 (dez)
agentes aprovados em concurso público, sendo possível, dias úteis, conforme aplicação, por analogia, do
como exceção, a contratação temporária destinada a suprir art. 7º do Decreto Federal nº 4.748/2003, que re-
necessidade de pessoal para a consecução de objetivos de gulamenta a matéria no âmbito da União.
programa temporário de assistência social, em que se con- 2. Não é razoável o prazo de 1 (um) dia útil para
figure o excepcional interesse público e a temporariedade interposição de recursos em Processo Seletivo
da contratação e haja previsão legal. Simplificado, por ser insuficiente para que a parte
interessada tome ciência do resultado do certa-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- me e proceda às ações necessárias para eventual
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 177/2018- impugnação.
TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
24/05/2018. Processo nº 25.764-8/2017). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 20/2016-TP. Julgado em
Pessoal. Admissão. Contratação temporária. Prova 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
escrita. Análise documental. Processo nº 12.274-2/2011).
A não adoção de prova escrita para contratações tem-
porárias em processos seletivos simplificados só é admitida Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado.
excepcionalmente, em situações de urgência, quando não Taxa de inscrição.
houver tempo hábil para realização de provas, correção e A isenção da taxa de inscrição em Processo Seletivo
divulgação dos resultados, conforme dicção da Resolução Simplificado deve ser disposta de forma expressa e clara
Normativa nº 41/2013 do TCE/MT. Caracterizada tal situa- no respectivo edital, para fins de se evitar qualquer dúvida
ção excepcional, é possível realizar a seleção simplificada entre os eventuais interessados em concorrer na seleção,
apenas por meio de análise documental ou curricular. tendo em vista que não se admite informações presumidas
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- na Administração Pública, considerando-se, ainda, o prin-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 22/2018-PC. cípio da transparência.
Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
12/04/2018. Processo nº 13.129-6/2016). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 20/2016-TP. Julgado em
Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado. 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
Prazos para inscrições e recursos. Processo nº 12.274-2/2011).
1. O prazo de 6 (seis) dias para inscrição em Processo
Seletivo Simplificado, inferior ao prazo mínimo de 13.6. ADMISSÃO DE PESSOAL: CARGOS EM COMIS-
10 (dez) dias úteis estabelecido no art. 7º, do De- SÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA
creto Federal nº 4.748/2003, não é razoável e vio-
la o princípio do amplo acesso ao serviço público. Pessoal. Cargo em comissão. Atribuições previs-
2. O prazo de 1 (um) dia útil para interposição de tas na lei. Percentual razoável e proporcional aos
recurso em Seletivo Simplificado não é razoável cargos efetivos.
para que o candidato tome ciência do resultado 1. Por ser exceção à regra da obrigatoriedade do con-
do certame e proceda às ações necessárias para curso público, os cargos de natureza comissiona-
eventual impugnação. da destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento, conforme determina o
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto artigo 37, V, da Constituição Federal, sendo assim,
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 117/2017-TP. Julgado em é necessário que as atribuições desses cargos es-
28/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/04/2017. tejam devidamente descritas na lei que os criou.
Processo nº 12.274-2/2011). 2. A criação de cargos comissionados deve ocorrer
90 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

em percentual razoável e proporcional à quantida- Pessoal. Cargos em comissão. Percentual mínimo


de de servidores efetivos, garantindo-se que um para servidores de carreira.
percentual mínimo desses cargos seja preenchido A Constituição dispõe que, na investidura de cargos em
por servidores de carreira. comissão, a Administração Pública deve garantir, mediante
lei, que um percentual mínimo dos cargos seja preenchi-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- do por servidores de carreira (art. 37, V, da CF/88), e caso
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 605/2019- não disponha de tal legislação, deve adotar os princípios
TP. Julgado em 27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em da proporcionalidade e da razoabilidade como critérios e
06/09/2019. Processo nº 19.512-0/2018). parâmetros para a observância de um percentual mínimo.

Pessoal. Servidor contratado temporariamente. (Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-


Exercício de função de confiança. tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão n° 200/2017-TP. Julgado
Nos termos do artigo 37, inciso V, da Constituição Fede- em 16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017.
ral, as funções de confiança devem ser providas exclusiva- Processo nº 17.011-9/2016).
mente por servidores efetivos para atribuições de direção,
chefia e assessoramento, sendo vedado o exercício por Pessoal. Cargo em comissão. Servidor efetivo apo-
servidores contratados temporariamente. sentado.
O servidor efetivo aposentado poderá exercer cargo
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs- em comissão (§ 10 do art. 37 da CF/88), não se impondo,
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 450/2018-TP. Julgado neste caso, o limite de idade da aposentadoria compulsória
em 09/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/10/2018. aos setenta anos de idade prevista no art. 40, § 1º, II, da
Processo nº 16.924-2/2016). CF/1988.

Pessoal. Investidura em cargos comissionados. (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-


Lei local para definição do perfil de probidade do lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.359/2015-
agente. Nomeação de servidores ímprobos. TP. Julgado em 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
1. É recomendável que os entes federados editem lei 29/09/2015. Processo nº 24.871-1/2013).
própria para definir o perfil de probidade para as
pessoas que poderão ocupar cargos em comissão, Pessoal. Cargo comissionado. Aplicação de lei mu-
tendo em vista a inexistência de dispositivo cons- nicipal com impedimento para ingresso no cargo.
titucional e de lei geral que estabeleçam requisi- Retrospectividade da lei.
tos sobre a matéria, buscando nomear pessoas É possível a aplicação de dispositivo de lei municipal
revestidas de reputação ilibada, em observância que trata sobre impedimento para ingresso em cargo co-
ao princípio da moralidade administrativa. missionado, de forma simétrica à Lei Complementar nº
2. Eventuais irregularidades cometidas por servi- 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), atribuindo, a partir de sua
dores nomeados para cargos em comissão, os edição, novos efeitos jurídicos a todos os que se encontram
quais tenham sido anteriormente condenados em situação impeditiva, alcançando, inclusive, nomeações
por improbidade administrativa, poderão ensejar ocorridas anteriormente, com base na retrospectividade
responsabilização da autoridade nomeante, por da lei.
“culpa in eligendo”.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Domingos
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- Neto. Acórdão nº 3.200/2015-TP. Julgado em 11/08/2015.
lheiro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 323/2017-TP. Julgado Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº
em 01/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2017. 25.093-7/2013).
Processo nº 9.175-8/2017).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 91

Pessoal. Cargo comissionado. Hipóteses de veda- sivo e desproporcional em relação ao número de cargos de
ção ao ingresso. Aplicação de lei no tempo. provimento efetivo, na situação em que esses cargos comis-
A lei municipal que estabelece hipóteses em que é ve- sionados não tenham relação com as reais necessidades da
dado o ingresso em cargos comissionados, de forma simé- administração, e que não estejam atrelados às atribuições
trica à Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), de direção, chefia ou assessoramento, devendo o gestor
alcança apenas os atos de nomeação posteriores ao início adotar providências para criação de cargos de provimento
da sua vigência, não podendo retroagir para invalidar no- efetivo e realização do respectivo concurso público.
meações ocorridas em data anterior, em respeito aos prin-
cípios da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 985/2015-TP. Processo nº 8.089-6/2013).
Julgado em 24/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
06/04/2015. Processo nº 25.093-7/2013). 13.7. ADMISSÃO DE PESSOAL: NEPOTISMO

Pessoal. Cargo comissionado. Assessor jurídico. Pessoal. Nepotismo. Nomeação de sobrinho da


Atribuições incompatíveis previstas em lei. prefeita no cargo de controlador geral. Cargo téc-
Não encontra amparo constitucional a criação, por meio nico-profissional.
de lei, de cargo comissionado de assessor jurídico para o 1. A nomeação do sobrinho da prefeita municipal,
atendimento de atribuições que não sejam de direção, como controlador geral da prefeitura, caracteriza
chefia ou assessoramento direto à autoridade nomeante, violação à vedação ao nepotismo, pois tal cargo
tendo em vista que tal situação configura inobservância ao não é de natureza política-governamental, mas téc-
princípio do concurso público. nico-profissional, não se enquadrando na exceção
estabelecida pelo STF à regra da Súmula Vinculante
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- n° 13 para o casos de nomeações em cargos polí-
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 94/2014-SC. Julgado ticos. 
em 02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014. 2. O status político conferido ao cargo de controlador
Processo nº 8.227-9/2013). geral não descaracteriza sua natureza eminente-
mente técnico-administrativa, cujo provimento
Pessoal. Cargo em comissão. Comprovação da na- exige do nomeado, habilitação técnica específica,
tureza jurídica. conferindo-lhe prerrogativas de autonomia e inde-
A simples nomenclatura do cargo em comissão não é pendência. 
suficiente para definir sua natureza jurídica e respectiva re- 3. Para se enquadrarem na exceção específica à regra
lação com atividades de direção, chefia ou assessoramento, da Súmula Vinculante 13 estabelecida pelo STF, as
uma vez que somente o conjunto de atribuições a serem nomeações em cargo político devem guardar cor-
desempenhadas pelo ocupante do cargo é que podem respondência com as funções inerentes aos agentes
comprovar sua natureza jurídica. políticos, que não são de natureza técnica-profis-
sional, mas política–governamental, e exigem
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- idoneidade moral e qualificação minimamente
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em condizente com atividades de Estado a serem de-
09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014. sempenhadas.
Processo nº 8.089-6/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 88/2020-TP. Julgado em
Pessoal. Cargos em comissão. Criação indiscrimi- 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2020.
nada, excessiva e desproporcional. Processo nº 14.071-6/2019).
Configura desvio de finalidade e prejuízo aos princípios
da eficiência e economicidade, o provimento de cargos em
comissão de forma indiscriminada, em quantitativo exces-
92 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Nepotismo. Exercício de função de con- realizada por ato formal do chefe do Executivo, tendo em
fiança por servidora efetiva filha de secretário vista que a secretária de saúde ocupa posição que lhe as-
municipal. segura influência sobre as nomeações e poder decisório
1. Configura prática de nepotismo o exercício de fun- direto acerca das contratações de profissionais para exe-
ção de confiança por servidora efetiva em subordi- cução das funções da pasta, e que estará impossibilitada
nação ao seu pai, secretário municipal, não obstan- de ter a isenção necessária para avaliar o desempenho do
te a função ser concedida por ato do prefeito muni- profissional familiar.
cipal, tendo em vista que a posição ocupada pelo
pai da servidora lhe assegura influência e poder (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
decisório direto nas concessões para servidores di- ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2018-
retamente ligados à pasta de sua responsabilidade. SC. Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
2. A vedação à existência de relação de parentesco 17/10/2018. Processo nº 16.034-2/2017).
entre o servidor nomeado e o agente hierarqui-
camente superior fundamenta-se pela impossibi- Pessoal. Nepotismo. Nomeação de sobrinho do
lidade de o parente ter a necessária isenção para Chefe de Poder. Cargo/função de natureza admi-
avaliar o desempenho do profissional familiar. nistrativa.
1. Configura prática de nepotismo a nomeação, pelo
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Chefe de Poder, de seu sobrinho para o exercício de
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 124/2018- cargo em comissão de secretário administrativo-fi-
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em nanceiro ou de função de presidente de comissão
05/12/2018. Processo nº 24.564-0/2017). de licitação, por não envolverem atribuições de
natureza política, mas, sim, administrativa, em
Pessoal. Nepotismo. Nomeação em cargo comis- afronta à vedação expressa na Súmula Vinculante
sionado. Sobrinho do vice-prefeito. nº 13 do STF.
Configura prática de nepotismo a nomeação, em cargo
2. Mesmo no caso em que o sobrinho nomeado seja
comissionado do município, do sobrinho do vice- prefeito,
servidor público efetivo vinculado ao referido Po-
não obstante a nomeação ser realizada por ato formal do
der, restará configurada a prática de nepotismo,
prefeito, tendo em vista o vice-prefeito ocupar posição de
uma vez que a autoridade nomeante estará uti-
relevo na Administração que lhe assegura influência sobre
lizando de sua influência para beneficiar familiar,
as nomeações e ser hierarquicamente superior ao cargo
em desrespeito à impessoalidade e à moralidade
do sobrinho, além de o vice-prefeito eventualmente poder
administrativa.
ocupar o cargo de prefeito interinamente e ser o primeiro
na linha de sucessão definitiva do chefe do Poder Executivo
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
municipal.
ro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 8/2018-SC. Julgado
em 11/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2018.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processo nº 17.381-9/2017).
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 129/2018-
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Pessoal. Nepotismo. Cônjuge e cunhado do prefei-
05/12/2018. Processo nº 8.798-0/2018). to. Cargo de secretário municipal. Natureza polí-
tica do cargo.
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de cônjuge de se- Não configura nepotismo a nomeação de cônjuge do
cretária municipal de saúde. Cargo comissionado prefeito ou de seu cunhado para o cargo de secretário mu-
em hospital do município. nicipal, tendo como premissa o princípio de que a Súmula
Configura nepotismo, em afronta à Sumula Vinculante
Vinculante nº 13 do STF deve ser aplicada de forma dife-
13 do STF e aos princípios da impessoalidade, moralida-
renciada nas nomeações para cargos de natureza política,
de e eficiência, a nomeação do cônjuge da secretária de
ressalvadas as situações de inequívoca falta de razoabili-
saúde municipal para o exercício de cargo em comissão
dade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de
em hospital do município, apesar de a nomeação ter sido
idoneidade moral dos nomeados.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 93

(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- Pessoal. Nepotismo. Secretário municipal adjunto.
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 16/2017- Submissão de cargo à regra do nepotismo.
PC. Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em O cargo de Secretário Municipal Adjunto possui natu-
08/11/2017. Processo nº 16.099-7/2017). reza administrativa e, portanto, está sujeito à vedação da
prática de nepotismo prevista na Súmula Vinculante nº 13
Pessoal. Nepotismo. Parente, companheiro ou côn- do STF, diferentemente do cargo de Secretário Municipal,
juge de secretário municipal. Nomeação por outra que possui natureza política e, por isso, não se submete à
autoridade. regra do nepotismo.
Configura nepotismo a nomeação de cônjuge, compa-
nheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
até o terceiro grau, de secretário municipal para o exercício selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
de cargo em comissão no âmbito da Prefeitura, mesmo que 2.397/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no DOC/
o Secretário não seja a autoridade nomeante, tendo em TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.238-0/2014).
vista o inafastável poder de influência que detém junto a
tal autoridade. Pessoal. Nepotismo. Princípio da irretroatividade.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Súmula Vinculante nº 13 do STF.
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 301/2017-TP. 1. O princípio da irretroatividade da lei aplica-se à
Julgado em 04/07/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Fe-
13/07/2017. Processo nº 8.655-0/2017). deral, tendo em vista que tal princípio incide sobre
todo ato normativo e não somente sobre a lei em
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de parentes em sentido estrito.
cargos comissionados de diferentes órgãos do 2. Não há nepotismo nas relações de parentesco exis-
Executivo. tentes entre servidores comissionados em período
Não configura nepotismo a nomeação de parentes para anterior à edição da Súmula Vinculante nº 13, em
o exercício de cargos comissionados pertencentes a diferen- razão da aplicação do princípio da irretroatividade
tes órgãos do Poder Executivo, quando não houver subordi- das leis.
nação hierárquica entre os cargos e não houver relação de 3. Configura nepotismo a manutenção nos cargos,
parentesco com a autoridade nomeante, com a autoridade após a edição da Súmula Vinculante nº 13, de ser-
a quem estão imediatamente subordinados e nem com o vidores comissionados com relação de parentesco,
Chefe do Poder. mesmo que os atos de nomeação sejam anteriores
à edição da Súmula.
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Con-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
3.055/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. Publicado no DOC/ selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº 23.647-0/2013). 2.270/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/
TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 20.794-2/2009).
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de servidor efetivo
e parente em cargos comissionados. Pessoal. Nepotismo. Providências administrativas
Não configura nepotismo as nomeações de servidor efe- de gerenciamento de pessoal.
tivo e de seu parente para exercerem cargos comissionados A mitigação do risco da existência de nepotismo no
no âmbito do mesmo Poder, quando não houver subordi- âmbito da administração pública deve ser promovida pela
nação hierárquica entre os cargos e não existir relação de gestão de cada Poder ou órgão, com a adoção de medidas
parentesco com a autoridade nomeante. administrativas de gerenciamento de pessoal, por meio
de cruzamento de dados para identificação de relações
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- de parentesco entre seus servidores, analisando concreta-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº mente aquelas situações que se encaixam na prática de
2.397/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no DOC/ nepotismo, e, na sequência, promovendo seu tempestivo
TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.238-0/2014). saneamento.
94 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Nepotismo. Servidor efetivo comissiona-


(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- do e servidor exclusivamente comissionado com
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº vínculo de parentesco.
2.270/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/ Não configura nepotismo a nomeação em cargo comis-
TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 20.794-2/2009). sionado de servidor efetivo que tenha vínculo de parentes-
co com servidor exclusivamente comissionado no âmbito
Pessoal. Nepotismo. Relação de parentesco por do mesmo Poder, quando não houver subordinação hierár-
afinidade. Sobrinho do cônjuge da autoridade no- quica entre os cargos e não existir relação de parentesco
meante. com a autoridade nomeante.
1. É vedada a nomeação de sobrinho do cônjuge da
autoridade nomeante para exercício de cargo em (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
comissão ou de função gratificada no âmbito da lheiro Valter Albano. Acórdão nº 21/2015-TP. Julgado em
administração pública, tendo em vista que a Sú- 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
mula Vinculante nº 13 do STF inclui expressamen- Processo nº 24.965-3/2013).
te a nomeação de parentes por afinidade, até o
terceiro grau, no conceito de nepotismo. Pessoal. Nepotismo. Servidor efetivo cedido. Exer-
2. A delimitação da relação de parentesco por afi- cício de cargo comissionado ou função gratificada
nidade para efeitos da legislação civil (art. 1.595, no órgão cessionário.
§ 1º, do Código Civil) não se aplica à delimitação Não caracteriza nepotismo a nomeação de servidor
da relação de parentesco para efeito de satisfação efetivo cedido para desempenho de cargo em comissão
dos princípios da impessoalidade e da moralida- ou função gratificada no órgão cessionário, desde que não
de no provimento de cargos em comissão ou de tenha vínculo de parentesco com a autoridade nomeante
confiança no âmbito da administração pública e não se encontre subordinado hierarquicamente a uma
(Súmula Vinculante nº 13). pessoa com a qual possua relação de parentesco.

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.696/2015-TP. Julgado lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 13/2014-TP. Julgado em
em 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014.
Processo nº 28.366-5/2013). Processo nº 8.189-2/2013).

Pessoal. Nepotismo. Nomeação em cargo comissio- Pessoal. Nepotismo. Nomeação de cônjuge do pre-
nado administrativo com status de cargo político. feito em cargo de secretária municipal.
A nomeação de parente até o terceiro grau do prefeito Não configura nepotismo a nomeação de cônjuge do
municipal para o exercício do cargo em comissão de pre- prefeito para assumir cargo de secretária municipal, tendo
goeiro, criado com status de cargo de secretário munici- em vista que o cargo possui natureza política e não admi-
pal, configura relação de nepotismo vedada pela súmula nistrativa.
vinculante nº 13 do STF, tendo em vista que se trata de
um artifício para conferir natureza de cargo político – que (Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano. Acórdão
não se submete às regras do nepotismo – a uma função nº 10/2014-TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/
eminentemente administrativa. TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº 16.969-2/2013).

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 13.8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: SER-
ro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 1.218/2015-TP. Julgado em VIDORES
31/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/04/2015.
Processo nº 30.065-9/2013). Pessoal. Acumulação de cargos públicos. Assisten-
te administrativo e professor.
O cargo de assistente administrativo, cujas atribuições
sejam meramente burocráticas, repetitivas e de pouca
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 95

complexidade, não tem caráter técnico ou científico, não Pessoal. Acumulação de cargos. Assistente admi-
sendo, portanto, passível de acumulação com o cargo de nistrativo e professor. Definição de cargo científico
professor, ainda que haja compatibilidade de horários, não e cargo técnico.
se enquadrando tal acumulação na exceção prevista no 1. O cargo efetivo de assistente administrativo, por
artigo 37, inciso XVI, alínea “b”, da Constituição Federal. não demandar conhecimentos técnicos ou cien-
tíficos na área de atuação e nem habilitação le-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta gal específica, é considerado cargo de natureza
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 361/2019-TP. Julgado em meramente burocrática, repetitiva e de pouca ou
11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/06/2019. nenhuma complexidade, não podendo ser acu-
Processo nº 17.227-8/2016). mulado com o cargo efetivo de professor, mesmo
que haja compatibilidade de horários.
Pessoal. Acumulação de dois cargos de profissio- 2. Para fins de acumulação com o cargo de professor,
nais de saúde. Soma de cargas horárias superior a considera-se cargo científico aquele de nível su-
60 horas semanais. perior relacionado com trabalho de pesquisa em
É possível a acumulação de dois cargos públicos pri- uma determinada área do conhecimento; e, cargo
vativos de profissionais de saúde, ainda que a soma das técnico, aquele de nível médio ou superior que
cargas horárias ultrapasse o limite de 60 (sessenta) horas aplica conhecimento de uma ciência, tais como
semanais estabelecido em norma infraconstitucional, uma técnico de enfermagem, técnico em química, ou
vez que a Constituição Federal condiciona a acumulação bacharel em contabilidade, engenharia, medicina,
lícita de cargos somente à existência de compatibilidade biologia, etc.
de horários.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ro Substituto Moisés Maciel. Revisor: Conselheiro Substituto
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 107/2018- Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 37/2018-SC. Julgado em
SC. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/08/2018.
26/11/2018. Processo nº 23.554-7/2016). Processo nº 17.227-8/2016).

Pessoal. Acumulação de cargos. Merendeira e pro- Pessoal. Acumulação de cargos. Cargos em comis-
fessor. são de assessor jurídico.
1. O cargo de merendeira não demanda conheci- O exercício de dois cargos em comissão de assessor ju-
mentos técnico-científicos na área de sua atuação
rídico caracteriza acumulação remunerada ilícita de cargos
e nem habilitação legal específica, sendo, por isso,
ilícita sua acumulação com o cargo de professor. públicos, nos termos previstos no art. 37, inciso XVI, da
2. Para fins de acumulação lícita com o cargo de pro- Constituição Federal.
fessor, nos termos do art. 37, XVI, alínea “b”, da
CF/1988, considera-se: (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
a. cargo científico: cargo de nível superior que
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 119/2018-TP.
trabalha com pesquisa em uma determinada
área do conhecimento; Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
b. cargo técnico: cargo de nível médio ou superior 26/04/2018. Processo nº 15.992-1/2017).
que aplica conhecimentos de uma ciência, tais como téc-
nico de enfermagem, técnico em química, ou bacharel em Pessoal. Acumulação de cargos. Cargo de profes-
contabilidade, engenharia, medicina, biologia etc. sor. Cargo de fiscal sanitário em nível médio.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 1. É lícita a acumulação do cargo de professor com o
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 396/2018- de fiscal sanitário que possua qualificação de nível
TP. Julgado em 25/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em médio, desde que as atribuições de fiscal exijam
11/10/2018. Processo nº 23.055-3/2016). conhecimentos técnicos ou científicos na área de
atuação e não alcancem atividades meramente
burocráticas ou repetitivas e haja compatibilidade
de horários.
96 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

2. Para que o cargo seja considerado técnico ou cional, abrange os cargos de nível médio ou su-
científico, possibilitando a acumulação lícita com perior que demandem conhecimentos específicos
o cargo de professor, nos termos do art. 37, XVI, na área de atuação, sendo excluídos, portanto,
“b”, da Constituição Federal, faz-se necessário o aqueles que desenvolvam atividades meramente
exame das atribuições do cargo e não de sua no- burocráticas, repetitivas e de pouca ou nenhuma
menclatura ou se tem como requisito de qualifi- complexidade.
cação o nível superior.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 312/2016-TP. Julgado em ro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 2.968/2015-TP. Julgado em
07/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/06/2016. 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 7.195-1/2015). Processo nº 7.090-4/2015).
Pessoal. Acumulação de cargos. Médico público e
Médico Regulador do SUS. Pessoal. Acumulação de cargos. Cargo de profes-
É lícita a acumulação do cargo efetivo de Médico pú- sor. Cargo de nível fundamental sem natureza téc-
blico com o cargo comissionado de Médico Regulador nica ou científica.
do SUS previsto na Lei Estadual n.º 7.990/2003, cargos É ilegal o acúmulo do cargo de professor com um cargo
esses com atribuições privativas de profissionais de de nível fundamental para o qual não se exige conhecimen-
saúde, desde que comprovada a compatibilidade de tos técnicos ou científicos e cujas atribuições se caracteri-
horários, tendo em vista a previsão constitucional no zam como de natureza burocrática, repetitiva e de pouca
art. 37, XVI, alínea “c”. ou de nenhuma complexidade, não se aplicando a exceção
prevista no art. 37, XVI, “b”, da Constituição Federal, que
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- permite a acumulação remunerada de um cargo de profes-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 157/2016 -TP. sor com outro cargo técnico ou científico.
Julgado e m 22/03/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
06/04/2016. Processo nº 8.139-6/2015). (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
Pessoal. Segregação de funções. Atividades de 2.271/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/
Contador e de gestor de finanças. TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 27.610-3/2013).
Fere o princípio da segregação de funções o exercício
das atividades de Contador e de gestor de finanças pelo Pessoal. Acumulação ilícita de cargos. Professor.
mesmo servidor. Agente Fiscal. Impossibilidade de convalidação
temporal.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- 1. É ilegal a acumulação de um cargo de professor
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 239/2015-SC. Julgado com um cargo de agente fiscal de nível médio, pa-
em 24/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/01/2016. ra o qual não se exige conhecimentos técnicos ou
Processo nº 1.405-2/2014). científicos, cujas atribuições se caracterizam como
de natureza burocrática, repetitiva e de pouca ou
Pessoal. Acumulação de cargos. Professor. Apoio de nenhuma complexidade, não caracterizando
Administrativo Educacional. hipótese constitucional de acumulação lícita pre-
1. Mesmo havendo compatibilidade de horários, não vista no art. 37, XVI, alínea “b”.
podem ser acumulados os cargos de professor e 2. A acumulação ilícita de cargos é um ato contínuo
de apoio administrativo educacional de nível fun- que não se convalida com o transcurso temporal,
damental, haja vista o cargo de apoio administra- não havendo caracterização de direito adquirido.
tivo não possuir natureza técnica ou científica, não
havendo o preenchimento dos requisitos previstos (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
no artigo 37, XVI, “b”, da CF/88. lheiro Valter Albano. Acórdão nº 70/2016-SC. Julgado em
2. A classificação de cargo técnico ou científico, para 25/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2016.
fins da acumulação permitida pelo texto constitu- Processo nº 6.769-5/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 97

Pessoal. Acumulação de cargos. Profissionais da Pessoal. Acúmulo de cargo público com estágio.
saúde. Vínculo funcional em municípios distintos. É lícito o acúmulo de cargo público de apoio adminis-
É lícita a acumulação de dois cargos de profissional da trativo com atividades de estágio, tendo em vista que a
saúde, com comprovada compatibilidade de horários, em finalidade do estágio é o aprendizado e não a remuneração
municípios distintos, cujo tempo de deslocamento entre em si, e desde que haja compatibilidade de horários.
um e outro não prejudique o efetivo cumprimento das
jornadas de trabalho em cada um deles. Nos termos da (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Resolução de Consulta TCE/MT nº 43/2011, os horários com- ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 3.250/2015-TP. Julgado
patíveis ou conciliáveis são aqueles que não prejudicam em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015.
a qualidade e a regular prestação do necessário serviço Processo nº 6.837-3/2015).
público desempenhado pelo servidor, nem a sua dignida-
de humana, cabendo à Administração aferir o somatório Pessoal. Acumulação de cargos. Cargos de provi-
da carga de jornada de trabalho de forma real, efetiva e mento efetivo de professor e enfermeiro. Carga
objetiva. horária acumulada superior a sessenta horas se-
manais.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- São acumuláveis os cargos efetivos de professor e de
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 227/2016-TP. Julgado em enfermeiro, nos termos do art. 37, XVI, alínea “b”, da Cons-
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. tituição Federal, ainda que a soma da carga horária ultra-
Processo nº 9.485-4/2015). passe o limite de sessenta horas semanais, devendo ser
observados, no caso concreto, a compatibilidade de horá-
Pessoal. Acumulação ilícita de cargos. Ressarci- rios, a regular prestação do serviço, a ausência de prejuízo
mento ao erário. à qualidade do serviço e o respeito à dignidade humana do
Na acumulação ilícita de cargos públicos, inobstante a servidor, conforme requisitos estabelecidos na Resolução
necessidade do saneamento imediato da situação ilegal, de Consulta nº 43/2011 do TCE-MT.
restando comprovada a efetiva prestação de serviços em
cada um dos cargos irregularmente acumulados, não cabe (Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
ressarcimento ao erário dos vencimentos recebidos pelo lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 855/2015-TP. Julgado
servidor público, sob pena de enriquecimento sem causa em 17/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/03/2015.
da Administração Pública. Processo nº 28.397-5/2013).

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Pessoal. Segregação de funções. Funções adminis-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 55/2016-TP. trativas e contábeis.
Julgado em 23/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em O acúmulo de funções contábeis e administrativas pe-
04/03/2016. Processo nº 12.860-0/2011). lo contador, incluindo aquelas atinentes à execução orça-
mentária, elaboração de folha de pagamento, controle da
Pessoal. Acúmulo de funções. Fiscal de contratos, tesouraria, envio de informações ao Tribunal de Contas por
tesoureiro e membro de comissão de licitação. meio do Aplic e registro dos fatos contábeis, caracteriza
Caracteriza ofensa ao princípio da segregação de fun- inobservância à segregação de funções, princípio básico do
ções o acúmulo, pelo mesmo agente público, das funções sistema de controle interno que consiste na separação das
de fiscal de contratos, de tesoureiro e de membro de co- funções de autorização, aprovação, execução, controle e
missão permanente de licitação. contabilização das operações.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 179/2015 -PC. Julgado tituto João Batista Camargo. Acórdão nº 39/2014-PC Jul-
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015. gado em 20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 1.615-2/2014). 03/09/2014. Processo nº 8.341-0/2013).
98 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

13.9. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: AGEN- Pessoal. Acumulação. Cargo temporário e mandato
TES POLÍTICOS de vereador.
É possível a acumulação de cargo temporário com o
Pessoal. Acumulação de cargos. Gestor do RPPS mandato de vereador, uma vez que o art. 38, III, da CF/1988
e secretário de finanças. Segregação de funções. não faz distinção quanto à natureza do cargo acumulável,
O acúmulo de cargo público de gestor do RPPS com se efetivo ou temporário, exigindo apenas compatibilidade
o cargo de secretário de finanças contraria o princípio de horários.
da segregação de funções. 
Embora o princípio da segregação de funções não te- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
nha previsão expressa na legislação nacional, trata-se ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 316/2018-TP.
de um princípio implícito que decorre do sistema de Julgado em 14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
controle do processamento da despesa constante da 06/09/2018. Processo nº 9.081-6/2015).
Lei Federal 4.320/64 e da Lei Complementar 101/00,
alcançando todas as fases da realização e registro das Pessoal. Acumulação de cargos. Vice-prefeito e
operações administrativas, orçamentárias, financeiras cargo em comissão.
e patrimoniais. A acumulação remunerada do cargo de vice-prefeito
com cargo em comissão de livre nomeação e exoneração
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- da administração pública direta ou indireta não tem respal-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 12/2020-TP. Julgado em do na Constituição Federal.
17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/03/2020.
Processo nº 15.940-9/2019). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 10/2015-PC.
Pessoal. Segregação de funções. Secretário de Ad- Julgado em 15/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
ministração que ocupa função de presidente da 06/05/2015. Processo nº 5.770-3/2014).
Comissão de Licitação.
Viola ao princípio da segregação de funções o fato de Pessoal. Acúmulo de funções. Atribuições de finan-
o Secretário de Administração, como solicitante de instau- ças, licitações e fiscalização de contratos.
ração de certame licitatório, ocupar também a função de É irregular a situação em que o mesmo agente público
Presidente da Comissão Permanente de Licitação, haja vista acumula as funções de secretário de finanças e de presi-
a obrigatoriedade de se segregar, entre diferentes pessoas, dente de comissão permanente de licitação, exercendo,
a função de requisitar a licitação e a de julgar o certame. concomitantemente, atribuições referentes à compra, lici-
tação, fiscalização de contrato e pagamento, uma vez que
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- configura prejuízo ao princípio da segregação de funções.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 87/2019- PC.
Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
18/09/2019. Processo nº 29.989-8/2017). to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 67/2014-PC. Julgado em
03/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014.
Processo nº 7.786-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 99

13.10. JORNADA DE TRABALHO 2. O princípio da eficiência do serviço público deve


ser o objetivo da Administração Pública, sendo de-
Pessoal. Jornada de trabalho. Médicos. Controle ver da autoridade respectiva exigir a rigorosa ob-
de frequência. Desconto financeiro. servância das normas estabelecidas para registro,
A Administração Municipal deve implantar controle controle, apuração da frequência e cumprimento
preciso da frequência e dos serviços dos médicos e planto- da jornada de trabalho dos servidores.
nistas que cumprem expediente, destacando a entrada, a
saída, as ausências e os plantões realizados, e efetivando (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
desconto financeiro dos profissionais que não tenham cum- ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 529/2019-TP.
prido de forma integral a carga horária. Não se pode impu- Julgado em 14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
tar tal desconto financeiro aos servidores públicos sem pro- 27/08/2019. Processo nº 31.998-8/2018).
vas documentais fidedignas de que estes não cumpriram
com seus deveres legais, sob pena de lesão ao princípio da Pessoal. Controle de frequência. Cumprimento da
dignidade da pessoa humana, haja vista que a verba ali- jornada laboral. Pagamento de salários.
mentícia é imprescindível para a subsistência, assim como O controle de frequência de servidores públicos não po-
haverá enriquecimento sem causa da administração pública de ser observado como mera formalidade, constatada por
pelo não pagamento por serviços efetivamente prestados. marcações de horários que não correspondem à jornada
de trabalho diária estabelecida na legislação do ente. A
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Administração deve assegurar o efetivo cumprimento da
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 143/2020-TP. jornada laboral diária de todos os servidores, não bastando
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em a simples instituição de ponto eletrônico que na prática
09/07/2020. Processo nº 36.521-1/2017). não resulte em um controle efetivo, sob pena de incorrer
em ilegalidade na realização de despesa de pagamento de
Pessoal. Jornada de trabalho. Servidores comissio- salários sem a respectiva prestação de serviço.
nados. Controle eletrônico de ponto. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
A Administração deve efetuar o controle na jornada de ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 64/2018-PC.
trabalho dos servidores comissionados com melhor eficá- Julgado em 29/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
cia, por meio de controle eletrônico de ponto, para que não 21/09/2018. Processo nº 36.675-7/2017).
incorra na ordenação de pagamentos de subsídios mensais
a servidores que não cumpriram integralmente a jornada Pessoal. Autarquias municipais. Horário de ex-
de trabalho, em atrito com os princípios da legalidade, efi- pediente e funcionamento. Redução de jornada.
ciência e com o Estatuto dos Servidores. Incompatibilidade com o pagamento de horas ex-
tras.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- 1. As entidades autárquicas municipais podem,
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 605/2019- por meio do respectivo Regimento Interno, es-
TP. Julgado em 27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em tabelecer o seu próprio horário de expediente e
06/09/2019. Processo nº 19.512-0/2018). funcionamento, observando as necessidades de
atendimento ao público, as demandas do serviço
Pessoal. Jornada de trabalho. Controle individu- e a jornada normal/legal de trabalho dos seus
alizado e informatizado. Justificativa de abonos servidores, não havendo vinculação obrigatória
de faltas. e automática ao horário adotado pela Prefeitura
1. Incumbe ao gestor público a adoção de meios Municipal.
necessários para a regularização do controle da 2. Em regra, a fixação, por ato administrativo moti-
jornada de trabalho dos servidores, adotando vado da Administração, de jornada de trabalho
sistema de controle efetivo, individualizado e in- inferior àquela definida legalmente para cada car-
formatizado do registro de frequência dos servi- go público, é incompatível com o pagamento de
dores, fazendo constar, de forma detalhada, as horas extraordinárias.
justificativas para os abonos de faltas.
100 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- dos limites de Despesas com Pessoal previstos na LRF.
lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 7/2017-SC. Julgado em
26/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2017. (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Processo nº 19.216-3/2016). tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 130/2017-TP.
Julgado em 19/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Pessoal. Consórcio Público. Empregado público. 09/02/2018. Processo nº 8.195- 7/2016).
Majoração de jornada de trabalho.
Havendo autorização normativa, justificativa e concor- Pessoal. Despesas com pessoal (art. 18, LRF). Plan-
dância expressa de empregado de Consórcio Público, cujo tões médicos.
vínculo funcional é regido pela CLT, é possível a majoração As despesas realizadas a título de plantões médicos
de sua jornada de trabalho prevista originalmente no pro- prestados com continuidade e habitualidade, com carac-
cesso seletivo autorizador da contratação, devendo haver, terísticas de gasto público regular, evidenciando uma retri-
consequentemente, a readequação proporcional da remu- buição pecuniária pela efetiva contraprestação de trabalho
neração do funcionário à nova jornada pactuada. e paga em razão de vínculo com o ente público, possuem
caráter remuneratório, e, portanto, devem ser computadas
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- como despesas com pessoal nos termos do art. 18, da Lei
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 90/2016-PC. de Responsabilidade Fiscal (LRF). Justifica-se tal cômputo,
Julgado em 25/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em ainda, porque se trata de despesas que não se enquadram
16/11/2016. Processo nº 16.152-7/2016). no rol taxativo das deduções constantes no art. 19, § 1º, da
LRF e nem constituem ressarcimento de despesas efetua-
13.11. DESPESA COM PESSOAL das ou suportadas pelo agente público.

Pessoal. Gastos com pessoal de OSCIP parceira. (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Cômputo no limite de gasto com pessoal. tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 121/2017-
Os gastos com pessoal de Organização da Sociedade TP. Julgado em 15/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Civil de Interesse Público (OSCIP), decorrentes de parceria 24/01/2018. Processo nº 25.902-0/2015).
com a Administração, quando as respectivas atividades de
interesse público executadas pela OSCIP sejam em comple- Pessoal. Controle de despesa (art. 21, parágrafo
mentação à ação estatal e estejam previstas no artigo 3º único, LRF). Concessão de RGA.
da Lei Federal nº 9.790/1999, não devem ser computados O ato referente a pagamento de Revisão Geral Anual
na aferição do limite de gasto total com pessoal do ente (RGA) aos servidores públicos, que provoca aumento nas
público parceiro. despesas com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do
mandato do chefe do Executivo municipal, não se enqua-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- dra como ato nulo de pleno direito nos termos previstos no
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 47/2018- art. 21, parágrafo único, da Lei de Responsabilidade Fiscal
TP. Julgado em 13/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (LRF).
04/12/2018. Processo nº 7.528-0/2017).
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Pessoal. Limite de gastos. Termo de parceria com tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 109/2017- TP.
Oscip. Ausência de complementação de serviços Julgado em 05/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
públicos. Substituição de servidores. 19/12/2017. Processo nº 8.259-7/2016).
As despesas oriundas de Termo de Parceria celebrado
entre a Administração e Oscip (Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público) que não estejam relacionadas
com a complementação de serviços públicos, mas que, na
prática, sejam afetas à terceirização de serviços médicos
mediante a substituição de servidores públicos, devem ser
agregadas ao montante de gastos utilizado para cálculo
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 101

Pessoal. Terceirização de serviços médicos. Substi- em 23/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/10/2014.


tuição de servidores. Plantões. Inclusão no limite Processo nº 7.738-0/2014).
de despesas com pessoal.
Os gastos decorrentes da contratação de prestação de 13.12. ADICIONAIS E GRATIFICAÇÕES
serviços médicos terceirizados, com a finalidade de se subs-
tituir servidores públicos efetivos ou empregados públicos, Pessoal. Gratificação. Previsão legal de requisitos
mesmo que a forma de execução do contrato se dê por e comprovação de situação fática especial.
plantões, amoldam-se ao disposto no art. 18, § 1º, da Lei A concessão de gratificação a servidores públicos está
de Responsabilidade Fiscal e, portanto, devem ser compu- condicionada à previsão legal dos requisitos caracterizado-
tados para efeito de observância ao limite de despesas com res da situação fática especial geradora do direito à percep-
pessoal e classificados no orçamento como “Outras Despe- ção da vantagem, bem como à comprovação da ocorrência
sas de Pessoal” e não como “Outros Serviços de Terceiros”. desses requisitos no caso concreto, sendo inadmissível o
pagamento indiscriminado de gratificação pelo gestor, sob
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira pena de restituição ao erário dos valores pagos indevida-
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 39/2017- mente.
TP. Julgado em 03/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
24/10/2017. Processo nº 8.448-4/2016). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.988/2015-TP. Julgado
Pessoal. Contratação de serviços médicos. Neces- em 12/05/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2015.
sidade permanente de pessoal. Inclusão no limite Processo nº 21.632-1/2014).
de despesas com pessoal.
Os gastos decorrentes de contratação de prestação de Pessoal. Direitos sociais. Adicional de insalubrida-
serviços médicos, a fim de suprir necessidade permanen- de. Lei regulamentadora.
te de profissionais de saúde, amoldam-se ao disposto no O pagamento de adicional de insalubridade a servidor
art. 18, § 1º, da Lei de Responsabilidade Fiscal e, portanto, público só pode ser realizado pela administração com base
devem ser computados para efeito de observância ao limi- em lei que regulamente as atividades tidas como insalu-
te de despesas com pessoal e classificados no orçamento bres, tendo em vista que, em face do princípio da estrita
como “Outras Despesas de Pessoal” e não como “Outros legalidade, o pagamento de quaisquer verbas a servidores
Serviços de Terceiros”. públicos necessita de autorização legislativa.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs- lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 19/2015-TP. Julgado
tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 32/2017- TP. em 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
Julgado em 27/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 6.717-2/2014).
17/10/2017. Processo nº 8.441-7/2016).
Pessoal. Gratificação. Percentual ou valor da con-
Pessoal. Limite de gastos com pessoal. Cômputo cessão. Previsão em lei.
com base nas despesas liquidadas. A lei que criar gratificação destinada a retribuir a con-
Para fins de apuração anual do cumprimento ao limite traprestação de serviços especiais de determinados cargos
de gastos com pessoal, em observância à Lei de Respon- ou funções deve definir, de forma precisa, percentual ou
sabilidade Fiscal, o cálculo deve ser realizado com base no valor certo e determinado da gratificação, sendo vedado o
montante das despesas liquidadas, adotando-se a mesma estabelecimento de ampla margem para a atuação discri-
forma de apuração utilizada na verificação do cumprimento cionária na sua concessão, sob pena de ofender os princí-
ao limite constitucional referente aos gastos com educa- pios da legalidade e da impessoalidade.
ção, nos termos da Resolução de Consulta do TCE-MT nº
14/2012. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 41/2014-PC. Julgado em
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- 20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 71/2014-TP. Julgado Processo nº 7.824-7/2013).
102 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Direitos sociais. Adicional de insalubrida- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
de. Laudo técnico. Albano. Acórdão nº 2.548/2014-TP. Julgado em 29/10/2014.
O pagamento de adicional de insalubridade a servidor Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. Processo nº
público só pode ser realizado com base em laudo técnico 7.571-0/2013).
realizado por peritos de áreas específicas, tendo em vis-
ta que tal adicional não consiste em uma retribuição pela 13.14. REMUNERAÇÃO: DISPOSIÇÕES GERAIS E
função desempenhada, mas, sim, em um plus pelo traba- COMPONENTES
lho realizado em condições potencialmente nocivas para o
servidor e comprovadas pela perícia. Pessoal. Remuneração. Gratificação. Concessão e
incorporação. Previsão legal. Súmula 372 do TST.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- 1. Para efeito de concessão e incorporação de gra-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 709/2014-TP. Julgado em tificação, a Súmula 372 do Tribunal Superior do
01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/04/2014. Trabalho não se aplica aos servidores estatutários,
Processo nº 7.319-9/2013). pois, diferentemente dos empregados públicos, os
direitos e vantagens do servidor estatutário não são
13.13. INDENIZAÇÃO ESPECIAL E HONORÁRIOS AD- disciplinados pela Consolidação das Leis Trabalhis-
VOCATÍCIOS tas, mas decorrentes de lei específica. 
2. A concessão de gratificação a servidores públicos
Pessoal. Indenização especial. Exoneração de ser- está condicionada à previsão legal, que deverá es-
vidor efetivo de cargo em comissão ou de função tabelecer as condições para a concessão da vanta-
de confiança. gem, incluindo: categoria de servidores beneficiá-
O pagamento de indenização especial a servidor efeti- rios, valores, hipóteses e requisitos para concessão. 
vo, em decorrência de exoneração de cargo em comissão 3. Ante à presunção de boa-fé no recebimento de gra-
ou de função de confiança, constitui afronta à Constituição tificação sem amparo legal, e em virtude de errô-
Federal, mesmo se autorizado em lei do respectivo ente, nea interpretação ou má aplicação da lei, descabe a
uma vez que se trata de perda de vínculo atrelado à livre restituição pelo servidor beneficiário do pagamento
nomeação e exoneração por parte do gestor público (art. feito pela Administração.
37, II, CF/1988).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 21/2020-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.650/2014-TP. Julgado SC. Julgado em 23/06/2020. Processo nº 20.395-5/2017).
em 25/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014.
Processo nº 7.545-0/2013). Pessoal. Remuneração. Revisão Geral Anual. Nor-
ma de eficácia limitada. Lei regulamentadora. Te-
Pessoal. Procurador municipal. Honorários advo- oria da reserva do possível.
catícios sucumbenciais. Destinação direta ou indi- 1. A disposição constitucional sobre a Revisão Geral
reta. Anual (art. 37, X) é norma programática de eficácia
Os honorários advocatícios sucumbenciais obtidos em limitada, de modo que sua efetivação depende de
demandas de ações de execução fiscal vencidas pelo mu- lei integrativa. Dessa forma, a Revisão Geral Anual
nicípio pertencem à Fazenda Pública, não podendo ser não consiste em norma de aplicabilidade imedia-
depositados diretamente na conta bancária particular do ta, dependendo de lei posterior que regulamente
procurador municipal, por contrariar o princípio da unidade o dispositivo constitucional.
de caixa previsto no § 3º, do artigo 164, da CF/1988 e artigo 2. A efetivação de normas programáticas se sub-
56 da Lei 4.320/1964, sendo possível, no entanto, a desti- mete à teoria da reserva do possível, estando,
nação, direta ou indireta, ao procurador municipal, desde portanto, condicionada à existência de capaci-
que posterior à apropriação como receita orçamentária pelo dade financeira do ente público, sendo o direito
ente público e com amparo em lei municipal que discipline decorrente dessas normas levado a efeito caso a
a matéria. exigência seja razoável e suscetível de ser atendi-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 103

da pelo orçamento. que demanda o cumprimento, não só do regra-


mento insculpido no inciso I do art. 16, c/c § 1º do
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- art. 17, da LRF, como também das exigências do
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 539/2018- art. 169, § 1º, II, da CF/88, c/c inciso II do art. 16, e
TP. Julgado em 26/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em § 2° do art. 17, ambos da LRF.
03/12/2018. Processo nº 18.348-2/2018).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
Pessoal. Remuneração. Revisão Geral Anual. Vin- lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 487/2018-TP.
culação a índice federal de correção monetária. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Requisitos para concessão. 01/11/2018. Processo nº 32.747-6/2017).
1. O índice de Revisão Geral Anual adotado pelo
Estado e municípios não pode se vincular a índi- Pessoal. Remuneração. Valores salariais recebidos
ce federal de correção monetária, o que afeta de de boa-fé. Erro exclusivo da Administração.
forma grave a autonomia e a capacidade desses Com fundamento na presunção de legalidade do ato
entes federativos de se auto organizarem, além de administrativo e no caráter alimentar das parcelas salariais,
afrontar o princípio da autonomia orçamentária e não cabe devolução de valores salariais recebidos de boa-fé
financeira. pelo servidor público, quando há erro evidenciado e exclu-
2. A fixação do índice de Revisão Geral Anual deve sivo da Administração, que não tenha efetuado o desconto
levar em conta, entre outros fatores, o incremento desses valores em folha de pagamento.
da receita corrente líquida em relação ao exercí-
cio anterior e a real capacidade financeira do ente (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
federativo de cumprir com suas obrigações cons- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 7/2018-
titucionais, legais e contratuais. SC. Julgado em 11/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
02/05/2018. Processo nº 21.837-5/2016).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 539/2018- Pessoal. Remuneração. Reajuste de vencimentos a
TP. Julgado em 26/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em categorias específicas.
03/12/2018. Processo nº 18.348-2/2018). 1. É possível a concessão de reajuste de vencimentos
a categorias funcionais específicas, desde que au-
Pessoal. Remuneração. Concessão de RGA e de rea- torizada por lei, com previsão na Lei de Diretrizes
justes de vencimentos por progressão de carreira. Orçamentárias e que haja comprovação de capa-
Prévio estudo de impacto orçamentário-financeiro. cidade orçamentária, financeira e fiscal.
1. Para a concessão de Revisão Geral Anual (RGA), 2. Diferentemente da Revisão Geral Anual – RGA
não é obrigatória, ainda que recomendável, a re- (art. 37, X, CF/1988), que se destina à reposição
alização de prévio estudo de impacto orçamentá- de perdas inflacionárias ocorridas em lapso anual
rio-financeiro previsto no art. 16, I, c/c art. 17, § 1º, anterior, o “reajuste” configura aumento real de
da LRF, por conta da exceção prevista no § 6º do vencimentos, não vinculado à correção de perdas
art. 17 da mesma LRF e tendo em vista que a RGA inflacionarias, podendo ser concedido a determi-
não representa aumento real, mas recomposição nados cargos ou categorias funcionais específicas.
do poder aquisitivo do servidor; não afastando, no
entanto, para a sua concessão, a obrigatoriedade (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de programação orçamentária e de observância ro Domingos Neto. Acórdão n° 189/2017-TP. Julgado em
aos limites da despesa com pessoal. 09/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT 16/05/2017. Proces-
2. É obrigatória a realização de prévio estudo de im- so n° 15.850-0/2016).
pacto orçamentário-financeiro para a concessão
de reajustes de vencimentos decorrentes de pro-
gressão de carreira dos servidores públicos, visto
que caracteriza despesa de caráter continuado
104 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Pessoal. Remuneração. Horas extras. Agentes pú-


Pessoal. Remuneração. Pagamento de horas ex- blicos ocupantes de cargo em comissão ou de fun-
tras. Requisitos. ção de confiança.
É ilegítimo o pagamento de horas extras sem o efetivo É vedado o pagamento de horas extras a agentes pú-
controle de horários (controle de ponto), tendo em vista a blicos ocupantes de cargo em comissão ou de função de
necessidade de comprovação da realização da sobrejorna- confiança, sob pena de ressarcimento ao erário do valor
da. A concessão de horas extraordinárias somente é pos- corrigido pelo agente que deu causa ao pagamento inde-
sível quando se justificar por necessidades excepcionais e vido, tendo em vista a vedação expressa em lei local e que
temporárias do serviço, observadas as demais condições da o desempenho dessas funções não comportam a subordi-
legislação que disciplina a matéria em cada ente. nação ao regime fixo de horas, pelo caráter de confiança
existente nesse tipo de relação.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 7/2017-SC. Julgado em (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
26/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2017. sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.382/2014-TP. Julgado em
Processo nº 19.216-3/2016). 12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014.
Processo nº 7.317-2/2013).
Pessoal. Servidores Estabilizados. Incorporação de
remuneração pelo exercício de cargo em comissão. Pessoal. Remuneração. Retenção para ressarcimen-
O servidor estabilizado nos termos do art. 19 do Ato das to ao erário. Limite percentual.
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) não faz jus A retenção mensal na remuneração do servidor, para
à incorporação de remuneração pelo exercício de cargo em cumprir o pagamento de valores referentes a ressarcimen-
comissão, tendo em vista que somente goza do direito à es- tos ao erário impostos pelo Tribunal de Contas, deve aten-
tabilidade e não possui direito adquirido ao regime jurídico der ao limite percentual de desconto mensal previsto na
dos servidores públicos efetivos, conforme precedentes do Lei Federal nº 10.820/2003.
Supremo Tribunal Federal (STF).
(Embargos de Declaração. Relatora: Conselheira Substi-
(Agravo. Relator: Conselheiro Antonio Joaquim. Deci- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 561/2014-TP. Julgado
são Administrativa nº 16/2016-TP. Julgada em 20/12/2016. em 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/04/2014.
Publicada no DOC/TCE-MT em 11/01/2017. Processo nº Processo nº 11.775-7/2012).
22.487-1/2013).

Pessoal. Remuneração. Pagamentos indevidos re- 13.15. SERVIÇOS DE TERCEIROS


cebidos de boa-fé. Erro exclusivo da administração.
O servidor público que recebe, de boa-fé, verbas re- Pessoal. Teto constitucional. Valores pagos por
muneratórias a maior, está dispensado da devolução dos serviços médicos terceirizados prestados no PSF.
valores percebidos, na situação em que o pagamento in- Os valores pagos aos profissionais da área médica pela
devido tenha se dado em decorrência de erro exclusivo prestação de serviços no Programa Saúde da Família – PSF,
da administração ao fazer interpretação equivocada da lei com base em contratações decorrentes de processo licitató-
concessória, e quando não haja influência do servidor para rio, não estão adstritos ao limite (teto) imposto pela regra
concessão da vantagem impugnada. do inciso XI, do artigo 37, da Constituição Federal, por se
tratar de contraprestação de serviços sem vínculo de natu-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- reza trabalhista com o município.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 443/2015-
TP. Julgado em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
26/03/2015. Processo nº 27.573-5/2013). Albano. Acórdão nº 1.289/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
7.568-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 105

14. PLANEJAMENTO garantir que, antes da inclusão de nova obra no orçamento


anual, estarão adequadamente atendidos todos os projetos
14.1. PRAZOS PARA ENVIO DE PEÇAS DE PLANE- em andamento e todas as despesas de conservação do
JAMENTO patrimônio público.

Planejamento. Projetos de leis orçamentárias (PPA, (Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
LDO e LOA). Prazos. Possibilidade de previsão em Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
leis orgânicas. TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Embora o art. 35, § 2º, do ADCT da Constituição da Re- 29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
pública estabeleça prazos para o encaminhamento e san-
ção dos projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) no Planejamento. LOA. Reserva de Contingência. Re-
âmbito da União Federal, tais prazos devem ser aplicáveis manejamentos, transposição e transferência de
aos Municípios somente se estes entes não fixarem outros créditos ou recursos. Princípio da exclusividade.
próprios em suas leis orgânicas, tendo em vista a sua com- As previsões, na Lei Orçamentária Anual (LOA), de des-
petência legislativa complementar. tinação e forma de utilização da Reserva de Contingência;
bem como de autorizações para remanejamentos, trans-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- posições ou transferências de créditos orçamentários ou
tituto Isaías Lopes. Parecer Prévio nº 80/2017-TP. Julgado recursos financeiros, contrariam o princípio orçamentário
em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/11/2017. constitucional da exclusividade (art. 165, § 8º), por caracte-
Processo nº 25.881-4/2015). rizarem matéria estranha à previsão de receitas e à fixação
de despesas.

14.2. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 129/2017-
Planejamento. LOA. Dotação específica para con- TP. Julgado em 15/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
selhos municipais. 24/01/2018. Processo nº 25.884-9/2015).
A Administração Municipal deve prever, na Lei Orça-
mentária Anual – LOA, dotação específica e suficiente Planejamento. Orçamento Anual. Inclusão ou exe-
para o efetivo e regular funcionamento dos conselhos mu- cução de novos programas. Compatibilidade com
nicipais, destinada à sua manutenção e a garantir infra- o PPA e a LDO.
estrutura e local adequado, lhes assegurando autonomia É vedada a execução ou inclusão em Orçamento Anual,
e independência para realizar atividades de formulação, na LOA ou por créditos adicionais, de programas e ações
acompanhamento e avaliação das políticas públicas a se- não existentes no PPA e na LDO, tendo em vista a necessi-
rem implementadas nas respectivas áreas. dade de compatibilidade programática entre as peças de
planejamento (art. 165, § 7º, da CF/1988 e art. 5º, caput,
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- da LRF).
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 67/2018-TP.
Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
07/02/2019. Processo nº 7.545-0/2017). tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 70/2017- TP.
Julgado em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Planejamento. Orçamento. LOA. Inclusão de novos 30/11/2017. Processo nº 8.443-3/2016).
projetos. Obras paralisadas/inacabadas. Aplicação
do art. 45 da LRF. Planejamento. LOA. Remanejamento, transposição
É vedado incluir na Lei Orçamentária Anual (LOA) novos e transferência de dotações orçamentárias.
projetos de obras públicas quando há ainda obras parali- A autorização prevista na Lei Orçamentária Anual –
sadas/inacabadas, em observância ao art. 45 da LRF. Com- LOA para remanejamento, transposição ou transferência
pete aos gestores públicos estabelecer sistemáticas orça- de dotações orçamentárias fere o princípio constitucional
mentárias, financeiras e operacionais que sejam capazes de da exclusividade (art. 165, § 8º), por se tratar de dispositivo
106 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

estranho à previsão da receita e fixação da despesa. Planejamento. LOA. Alteração. Créditos Adicionais.
Fonte de Recursos. Convênios. Excesso de arreca-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Sér- dação estimado. Frustração na receita. Abertura
gio Ricardo. Parecer Prévio nº 17/2016-TP. Julgado em de créditos e controle do saldo pelas emissões dos
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. empenhos.
Processo nº 870-2/2015). 1. A assinatura de convênios no decorrer do exercício
gera um “excesso de arrecadação estimado” que
14.3. CRÉDITOS ADICIONAIS pode ser utilizado como fonte para abertura de
créditos adicionais, e, caso o repasse de recursos
Planejamento. Créditos adicionais. Regularização não se concretize, haverá a frustração na receita
de créditos por retroatividade de lei. reestimada após firmado o convênio, que, contu-
Não há a possibilidade de se empregar a retroativida- do, não pode ser imputada ao gestor, pois nesse
de de lei para regularizar créditos adicionais abertos sem caso o repasse não se concretizou por motivos
prévia lei autorizadora. De acordo com o art. 167, V, da alheios à sua vontade, e, para todos os efeitos, os
Constituição Federal, a abertura de créditos adicionais deve créditos adicionais foram abertos por excesso de
ser precedida de autorização legislativa, não sendo possível arrecadação estimado dentro da tendência obser-
outra interpretação desse dispositivo. vada no exercício.
2. Os créditos decorrentes da assinatura de convê-
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira nios no decorrer do exercício, sem que tenham
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 2/2020- sido previstos quando da elaboração do orçamen-
TP. Julgado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em to, devem ser abertos na totalidade dos valores
11/03/2020. Processo nº 16.738-0/2018). autorizados pela lei, devendo o gestor controlar
o saldo aberto pelas emissões dos empenhos, tal
Planejamento. Créditos adicionais. Decretos de como previsto no art. 59 da Lei nº 4.320/64 e na
abertura. Publicidade e transparência. Resolução de Consulta nº 43/2008 do TCE/MT.
1. Os decretos executivos municipais relativos à
abertura de créditos adicionais suplementares (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
devem ser publicados em meios oficiais, como tituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 50/2019-TP.
condição de eficácia e cumprimento ao princípio Julgado em 28/11/2019. Processo nº 16.725-8/2018).
constitucional da publicidade, além de disponibi-
lizados à sociedade em portal de transparência. Planejamento. Créditos adicionais. Excesso de ar-
2. A necessidade da publicação e divulgação dos atos recadação. Convênios. Lei autorizativa. Dados do
públicos em Diário Oficial é para que estes sejam convênio.
considerados válidos e conhecidos pela sociedade Os recursos recebidos, decorrentes de convênios fir-
e para que assim possam iniciar a ter seus efeitos. mados no exercício financeiro, caracterizam excesso de
arrecadação, e, como tal, incorporam-se ao Orçamento
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira mediante lei autorizativa de créditos adicionais, a qual de-
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 51/2019- ve especificar corretamente os dados dos convênios, tais
TP. Julgado em 28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em como: número, concedente, objeto, valor e programa de
29/01/2020. Processo nº 16.718-5/2018). trabalho. No caso de utilização de recursos do próprio ente
como contrapartida em convênios, a lei deve especificar,
também, a fonte de recursos da complementação.

(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 107/2017-TP.
Julgado em 05/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
19/12/2017. Processo nº 8.236-8/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 107

Planejamento. Abertura de créditos adicionais. os valores correspondentes estabelecidos no plano de tra-


Cancelamento de restos a pagar não processados. balho do pacto colaborativo, considerados em cada exercí-
Superávit financeiro. cio financeiro pela parte nele a ser executada.
É possível a utilização de recursos disponibilizados pe-
la superveniência do cancelamento de Restos a Pagar não (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Processados como lastro financeiro para a abertura de cré- tituto Isaías Lopes. Parecer Prévio nº 65/2017-TP. Julgado
ditos adicionais, quando restar efetivamente comprovado em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/11/2017.
que o procedimento provocou um superávit financeiro na Processo nº 25.899-7/2015).
respectiva fonte de recursos. Assim, a simples baixa dos
restos a pagar, por si só, não autoriza o aproveitamento Planejamento. Créditos Adicionais. Excesso de Ar-
dos recursos correspondentes, sendo que, para tanto, há recadação.
a necessidade de constatação de que a insubsistência da 1. A apuração do excesso de arrecadação para
obrigação, após considerados todos os demais compromis- abertura de créditos adicionais deve ser realizada
sos vinculados à respectiva fonte, provou um resultado fi- por fonte de recursos, de forma a atender ao ob-
nanceiro positivo capaz de lastrear a assunção de novas jeto de sua vinculação, conforme determina o
obrigações de igual montante. parágrafo único do artigo 8º da Lei de Responsa-
bilidade Fiscal.
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- 2. É vedada a abertura de créditos adicionais por
tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 74/2017-TP. excesso de arrecadação sem recursos disponíveis,
Julgado em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em sendo que, para se evitar essa prática, a gestão
30/11/2017. Processo nº 8.262-7/2016). deve realizar um acompanhamento mensal efe-
tivo com o intuito de avaliar se os excessos de
Planejamento. Orçamento. Créditos adicionais. Su- arrecadação estimados estão adequados com a
perávit financeiro. previsão ao longo do exercício e se as fontes de
Os recursos disponibilizados por meio da apuração de recursos, nas quais foram apurados os excessos,
superávit financeiro, para fins de lastrear a autorização/ já utilizados para abertura de créditos adicionais,
abertura de créditos adicionais, devem ser calculados a permanecem apresentando resultados superavi-
partir das informações constantes do Balanço Patrimonial tários.
do exercício anterior e considerar cada fonte de recursos 3. Caso se verifique que o excesso de arrecadação
individualmente, sendo legalmente vedada a utilização de projetado para o exercício e já utilizado para aber-
valores superiores àqueles apurados. É preciso considerar, tura de crédito adicional não se concretizará, a
ainda, que os recursos oriundos de fontes vinculadas so- gestão deve adotar medidas de ajuste e de limi-
mente podem ser utilizados para a autorização/abertura tação de despesas previstas na Lei de Responsa-
de créditos adicionais relacionados à sua respectiva des- bilidade Fiscal, de forma a evitar o desequilíbrio
tinação. financeiro e orçamentário das contas públicas.
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs- 4. A diferença positiva entre as receitas arrecadadas
tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 76/2017- TP. e as despesas realizadas, constatada durante o
Julgado em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em exercício, constitui fator atenuante da irregulari-
30/11/2017. Processo nº 8.435-2/2016). dade caracterizada pela abertura de crédito adi-
cional sem a concretização do excesso de arre-
Planejamento. Abertura de créditos suplementa- cadação na respectiva fonte de recursos, desde
res. Excesso de arrecadação. Convênios. Observân- que não configure desequilíbrio fiscal das contas
cia do cronograma físico-financeiro do plano de públicas.
trabalho.
A abertura de crédito adicional suplementar, tendo co- (Contas Anuais de Governo do Estado. Relator: Con-
mo fonte de recursos o excesso de arrecadação decorrente selheiro Antonio Joaquim. Parecer Prévio nº 4/2015-TP.
do recebimento de parcelas de convênios, deve ocorrer de Julgado em 16/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
acordo com o cronograma físico-financeiro de execução e 23/06/2015. Processo nº 8.176-0/2014).
108 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

14.4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) Planejamento. LDO. Autorização para transposi-
ções, remanejamentos e transferências. Lei espe-
Planejamento. LDO. Metas Fiscais. Resultado Pri- cífica.
mário. Descumprimento. Responsabilização e san- 1. É possível prever, na Lei de Diretrizes Orçamentá-
ção específica. rias (LDO), autorização para realocação de recursos
1. O descumprimento da Meta de Resultado Primá- orçamentários por meio de transposições, remane-
rio estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da jamentos e transferências, desde que estabelecidos
LDO não implica em responsabilização automática os limites para suas realizações, sendo necessária
do chefe do Poder Executivo, pois o alcance des- lei ordinária específica para autorizar novas realoca-
sa meta é influenciado apenas parcialmente pelo ções, caso sejam atingidos os limites estabelecidos
gestor público. Por outro lado, é recomendável na referida peça orçamentária.
que o gestor avalie os fatores que impediram o 2. O art. 167, VI, da Constituição Federal, ao exigir
atingimento da meta, bem como que fixe novas prévia autorização legislativa para a realização de
metas que sejam compatíveis com a nova conjun- realocação de recursos, não indica que necessaria-
tura econômica. mente deva existir uma lei autorizativa específica
2. As metas fiscais, incluída a de resultado primá- ou particular para cada realocação de recursos, o
rio, não são regras jurídicas propriamente ditas que ofenderia a eficiência que deve pautar políti-
a serem cumpridas em quaisquer circunstâncias; cas públicas e demais atos de gestão afetados pelo
mas, sim, parâmetros de planejamento e trans- orçamento.
parência a serem observados na elaboração da lei
orçamentária anual e na execução orçamentária. (Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
Dessa forma, a princípio, não há sanção específica Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
prevista no ordenamento jurídico para o caso de TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
a meta não ser alcançada. Isso porque as regras 29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
vigentes indicam que a meta fixada deve servir
como norma programática em matéria orçamen- Planejamento. Equilíbrio fiscal. Inscrição em restos
tário-financeira; ou seja, como norte à atuação do a pagar. Necessidade de existência de saldo em
Poder Executivo. disponibilidade de caixa.
O ente público deve promover um efetivo controle do
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- equilíbrio fiscal de suas contas (art. 1º, § 1º, Lei de Res-
tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 15/2019- TP. ponsabilidade Fiscal), mediante limitação de empenho e
Julgado em 15/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em de movimentação financeira, caso necessárias, segundo
30/10/2019. Processo nº 16.721-5/2018). os critérios fixados em lei de diretrizes orçamentárias, de
modo a garantir que a inscrição em Restos a Pagar de des-
Planejamento. LDO. Autorização para remaneja- pesas contraídas no exercício seja suportada pelo saldo da
mento, transposição e transferência. disponibilidade de caixa existente, por fontes de recursos.
É possível previsão, na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), autorizando o remanejamento, a transposição e a (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
transferência de recursos orçamentários, estabelecendo os tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 83/2017- TP.
limites para as suas realizações, sendo necessária a edição Julgado em 28/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
de lei específica caso sejam atingidas as limitações cons- 14/12/2017. Processo nº 8.238-4/2016).
tantes nessa peça orçamentária.

(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 73/2018-TP.
Julgado em 06/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
07/02/2019. Processo nº 17.296-0/2017).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 109

15. PRESTAÇÃO DE CONTAS Prestação de Contas. Atividades vinculadas ao


Sistema Aplic. Designação de servidor responsá-
15.1. DEVER DE PRESTAR CONTAS: ENVIO DE DOCU- vel. Acumulação excepcional das atividades pelo
MENTOS E INFORMAÇÕES próprio gestor.
1. Em regra, os titulares dos órgãos e das entidades
Prestação de Contas. Auditorias e inspeções. For- fiscalizados pelo TCE-MT ficam obrigados a desig-
necimento de informações. Sonegação. nar, no mínimo, 1 (um) servidor efetivo para cen-
O dever de prestar contas abrange não só o encami- tralizar, em nível operacional, o relacionamento
nhamento de documentos ao Tribunal de Contas na for- com o Tribunal e responder pela coordenação das
ma regulamentar, por meio de sistema informatizado de atividades vinculadas ao Sistema Aplic na Unida-
auditoria, mas também a atuação do gestor em fornecer, de Gestora.
oportunamente, as informações necessárias à equipe de 2. Excepcionalmente, em pequenas unidades ad-
auditoria para o exercício do controle externo. Nenhum ministrativas com quadro de servidores efetivos
documento ou informação pode ser sonegado ao Tribunal reduzido ou inexistente e, desde que essa carên-
de Contas em suas inspeções ou auditorias, sob qualquer cia de pessoal seja demonstrada e justificada, as
pretexto, sob pena de caracterizar sonegação de informa- providências junto ao Sistema Aplic poderão ser
ções, que é falta grave passível de cominação de pena, nos acumuladas pelo gestor, sem caracterizar inob-
termos do artigo 215 da Constituição do Estado de Mato servância ao princípio da segregação de funções,
Grosso. tendo em vista que a remessa das informações
ao sistema tem natureza de ato de prestação de
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- contas, o que já é obrigação inerente à própria
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 53/2019- pessoa do administrador público.
TP. Julgado em 28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
29/01/2020. Processo nº 16.659-6/2018). (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 84/2015-SC. Julgado
Prestação de Contas. Envio de documentos. Justifi- em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015.
cativas para não envio. Bis in idem na penalização. Processo nº 1.877-5/2014).
1. As eventuais dificuldades encontradas pela gestão
pública para o envio de documentos ao Tribunal Prestação de Contas. Atraso no envio de documen-
de Contas devem ser devidamente informadas, tos e informações. Aplicação de multa. Previsão
com a apresentação de justificativa razoável e em resolução normativa. Princípio da legalidade.
oportuna. O que não se pode admitir é a omissão Atende ao princípio da legalidade a aplicação de mul-
na prestação de contas, prejudicando o exercício ta pelo Tribunal de Contas por atraso no cumprimento da
do controle externo, sob pena de aplicação de obrigação legal de prestar contas (art. 75, VIII, da LC nº
sanção pecuniária. 269/2007), mesmo quando os documentos e informações
2. O fato de o gestor público já ter sido penalizado que devem ser enviados ao Tribunal forem especificados
pelo não envio de documentos não induz à carac- por meio de resolução normativa, tendo em vista que ao
terização de bis in idem, que é verificado quando Tribunal, no âmbito de sua competência e jurisdição, assis-
se trata do mesmo caso concreto, e não quando te o poder para regulamentar os documentos e informa-
se reincide em infração. ções que devem integrar a prestação de contas dos seus
jurisdicionados (artigos 2º e 3º da LC nº 269/2007).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 607/2019-TP. (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
Julgado em 27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em queline Jacobsen. Acórdão nº 3.008/2015-TP. Julgado em
06/09/2019. Processo nº 5.662-6/2017). 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 7.868-9/2013).
110 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

15.2. CONTAS DE GOVERNO realização de eventos.


2. Na hipótese em que os documentos apresentados
Prestação de Contas. Apresentação de contas em na prestação de contas de convênio impossibilita-
Revisão de Parecer Prévio. Violação do devido pro- rem o estabelecimento do nexo causal entre as
cesso legal. despesas efetuadas e os fins pretendidos, cabe
A apresentação intempestiva de Contas de Governo, condenação solidária do convenente e do contra-
por ocasião de pedido de revisão de parecer prévio, não tado ao ressarcimento ao erário e aplicação de
encontra amparo normativo no art. 283-B do Regimento sanção pecuniária pelo Tribunal de Contas.
Interno do TCE-MT, violando o devido processo legal e não
sanando a irregularidade do atraso no dever de prestar (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
contas, não cabendo aplicar ao caso o princípio da verdade tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 83/2018-PC. Julgado
real. em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/10/2018.
Processo nº 31.508-7/2017).
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 306/2017-TP. Julgado em Prestação de Contas. Tomada de Contas. Convê-
04/07/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 13/07/2017. Pro- nio ou instrumento congênere. Desconsideração
cesso nº 913-0/2015). da personalidade jurídica. Responsabilidade so-
lidária.
15.3. CONVÊNIO 1. Compete à empresa convenente prestar contas
dos recursos recebidos do Poder Público por meio
Prestação de Contas. Convênio. Corresponsabilida- de convênio ou instrumento congênere.
de do gestor sucessor. Adoção de medidas legais. 2. É possível a desconsideração da personalidade
Compete ao gestor sucessor de entidade da Adminis- jurídica da convenente quando, em sede de
tração apresentar as contas referentes a recursos públicos processo de Tomada de Contas, for constatado
recebidos em convênio por seu antecessor, quando este d ano ao erário, obser vado o direito ao
não o tiver feito, ou, na impossibilidade de prestar contas contraditório e à ampla defesa.
do instrumento firmado, deve adotar as medidas legais 3. Respondem, solidariamente, pelos danos causa-
visando preservar o patrimônio público por meio de instau- dos ao erário na aplicação dos recursos públicos,
ração de Tomada de Contas Especial, sob pena de corres- a pessoa jurídica convenente e seus sócios.
ponsabilidade por conduta omissiva e aplicação de sanção
pecuniária pelo Tribunal de Contas. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 33/2018 – PC. Julgado
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/06/2018.
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 107/2018-PC. Julgado Processo nº 4.777-5/2015).
em 07/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/11/2018.
Processo nº 9.340-8/2016). Prestação de Contas. Convênio. Intempestividade.
Objeto avençado cumprido.
Prestação de Contas. Convênio. Notas fiscais e ou- A intempestividade na prestação de contas de convênio
tros documentos. Nexo causal entre despesas e não implica, por si só, em irregularidade das respectivas
objeto. contas e no ressarcimento dos valores recebidos, quando
1. Na prestação de contas de convênio, a apresenta- restar devidamente comprovado que os recursos foram
ção somente de notas fiscais para comprovação destinados e vinculados ao efetivo cumprimento do ob-
da aplicação dos recursos públicos transferidos é jeto avençado.
insuficiente, sendo necessários outros documen-
tos, tais como cópia de cheques, notas de ordem (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
bancária e/ou comprovantes de transferência ele- tituto João Batista de Camargo. Acórdão nº 1/2017- PC.
trônica, além de outros elementos como filma- Julgado em 05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
gens e/ou fotografias no caso de convênios para 04/10/2017. Processo nº 13.839-8/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 111

Prestação de Contas. Convênio. Intempestividade. Prestação de Contas. Termo de Concessão e Auxílio


Multa. à pesquisa. Omissão na prestação de contas.
A apresentação intempestiva de prestação de contas de A omissão na prestação de contas de recursos públicos
recursos recebidos por meio de convênio, restando compro- recebidos por Termo de Concessão e Auxílio a projetos de
vada a efetiva aplicação dos recursos e o atendimento às pesquisa implica no ressarcimento ao erário, com valores
demais cláusulas conveniais, não será considerada irregu- atualizados monetariamente a partir da data do fato ge-
lar, no entanto, o atraso no dever de prestação de contas rador, e em aplicação de multa ao representante legal da
enseja a aplicação pedagógica de multa. empresa beneficiária.

(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Val- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
ter Albano. Acórdão n° 16/2017-SC. Julgado em 17/05/2017. tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 233/2018 – TP. Julgado
Publicado no DOC/TCE/MT em 26/05/2017. Processo n° em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/07/2018.
13.834-7/2015). Processo nº 23.012-0/2016).

15.4. CONCESSÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO E OU- Prestação de Contas. Projeto cultural. Intempes-
TRAS FORMAS DE REPASSE tividade. Baixa escolaridade do beneficiário. Res-
ponsabilidade.
Prestação de Contas. Concessão de auxílio finan- A baixa escolaridade de pessoa beneficiária de recur-
ceiro. Intempestividade. Multa. sos públicos para execução de projeto cultural, alegada
A prestação de contas de recursos repassados pela por apenas saber ler e escrever, por si só não se revela
Administração por meio de concessão de auxílio, mesmo argumento capaz de elidir sua responsabilidade por atraso
que intempestiva, em que as provas documentais atestam ou omissão na prestação de contas dos valores recebidos
que os respectivos recursos foram efetivamente aplicados dentro do prazo legal, podendo implicar na aplicação de
na execução do objeto pactuado, deverá ser aceita, sem sanções legais e/ou na obrigação de restituição ao erário.
aplicação de ressarcimento ao erário, não se eximindo o
infrator da incidência de multa e outras penalidades. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 30/2017-PC. Julgado
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/01/2018.
Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 1/2019- SC. Processo nº 4.173-4/2015).
Julgado em 03/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
22/04/2019. Processo nº 22.899-0/2017). Prestação de Contas. Concessão de auxílio finan-
ceiro. Intempestividade. Multa por atraso. Sanção
Prestação de Contas. Concessão de Auxílio. Pres- por não acompanhamento e fiscalização.
tação omissa ou incompleta. 1. A intempestividade na prestação de contas de au-
A prestação de contas omissa ou incompleta de Con- xílio financeiro, recebido por particulares, à Admi-
cessão de Auxílio ou instrumento congênere enseja, ao nistração concedente, por si só, não implica em
agente responsável, a obrigação de devolver, com recursos irregularidade das contas quando ocorrer a devida
próprios, o valor do dano causado ao erário, corrigido e aplicação dos recursos no objeto pactuado, mas
atualizado nos termos da legislação, e, ainda, a aplicação enseja a imputação de multa àquele que prestou
de sanção pecuniária sobre o valor do dano. as contas além dos prazos definidos pelo ajuste
e/ou pela legislação de regência.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- 2. Na concessão de auxílios financeiros a particula-
tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 112/2018- SC. res, a Administração deve acompanhar e fiscalizar
Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em a execução do respectivo instrumento colaborati-
05/12/2018. Processo nº 22.585-1/2017). vo e do seu objeto. Os responsáveis que venham
a quedar-se inertes nessa obrigação poderão ser
sancionados pelo TCE-MT.
112 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro 15.6. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL


Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 322/2017- TP.
Julgado em 01/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Prestação de Contas. Tomada de Contas Especial.
14/08/2017. Processo nº 15.463-6/2015). Dispensa de instauração. Adoção de outras me-
didas.
Prestação de Contas. Contrato de Fomento. Com- A dispensa de instauração de Tomada de Contas Espe-
provantes idôneos. Nexo de causalidade entre re- cial, tendo como base valor mínimo de alçada para instau-
curso recebido e despesa. Possíveis determinações ração estabelecido por Resolução Normativa do Tribunal de
do Tribunal de Contas. Contas, não exime a autoridade competente de adotar as
A ausência de demonstração, por meio de comprovan- medidas administrativas necessárias ou as medidas judi-
tes idôneos, do nexo causal entre o recurso recebido e a ciais e extrajudiciais cabíveis à caracterização ou elisão do
despesa realizada na execução de Contrato de Fomento por dano e ao ressarcimento ao erário.
parceiro recebedor de recursos da Administração Pública,
implica em respectiva prestação de contas irregular dos (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
valores transferidos, sob pena de o Tribunal de Contas de- Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 68/2019- SC.
terminar: a) ressarcimento do dano ao erário, com valores Julgado em 01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
corrigidos a partir da data de recebimento; b) aplicação de 02/09/2019. Processo nº 32.533-3/2018).
multa sobre o valor do dano apurado; c) inabilitação para
receber benefícios junto ao órgão transferidor; e d) registro Prestação de Contas. Tomada de Contas Especial.
em cadastro de inadimplentes do órgão transferidor, em Omissão do dever de prestar contas em convênios
caso de não cumprimento do prazo para o devido ressar- ou instrumentos congêneres. Sanções.
cimento. A omissão ao dever legal de prestar contas, nos casos
de recursos públicos transferidos a particulares por meio
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Jo- de convênios ou instrumentos congêneres, constatada nos
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 111/2016-PC. Julgado em processos de Tomada de Contas Especial julgados pelo Tri-
06/12/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/01/2017. bunal de Contas, sujeita o responsável ao ressarcimento in-
Processo nº 9.654-7/2014). tegral do dano apurado e à inabilitação para receber novos
recursos, bem como à aplicação das sanções previstas no
15.5. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS artigo 287 da Resolução Normativa nº 17/2010 do TCE-MT.

(Tomada de Contas Especial. Relatora: Conselheira Subs-


Prestação de Contas. LRF. Audiências públicas qua-
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 266/2015-SC. Julgado
drimestrais. Comprovação de realização.
em 10/12/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/01/2016.
A comprovação, pelo Poder Executivo municipal, da rea-
Processo nº 12.815-5/2015).
lização de audiências públicas quadrimestrais, nas quais
se demonstra e avalia o cumprimento das metas fiscais,
Prestação de Contas. Tomada de Contas Especial.
nos termos do art. 9º, § 4º, da Lei de Responsabilidade
Fase interna. Caráter investigatório.
Fiscal – LRF, deve ser feita por meio das respectivas atas
A fase interna da Tomada de Contas Especial não é
das sessões realizadas.
meramente investigatória, visto que nessa fase a Admi-
nistração deve quantificar o dano ao erário, identificar os
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro José
responsáveis e comprovar que estes foram notificados para
Carlos Novelli. Parecer Prévio nº 56/2015-TP. Julgado em
recolhimento dos valores apurados ou para apresentarem
18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015.
defesa, possibilitando o exercício do contraditório e da am-
Processo nº 3.582-3/2014).
pla defesa, sob pena de nulidade do respectivo processo.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Valter
Albano. Acórdão nº 982/2015-TP. Julgado em 24/03/2015.
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/04/2015. Processo nº
21.554-6/2010).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 113

16. PREVIDÊNCIA (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-


tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 94/2015-SC. Julgado
16.1. DISPOSIÇÕES GERAIS em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/09/2015.
Processo nº 1.812-0/2014).
Previdência. RPPS. Empresa contratada. Gestão
da entidade previdenciária. Normatização de ro- Previdência. RPPS. Cadastro de segurados e de-
tinas e procedimentos. Formalização de processos pendentes.
administrativos. É obrigatória a manutenção de cadastro atualizado dos
1. A existência de empresa contratada, para prestar segurados e de seus dependentes no Regime Próprio de
serviços auxiliares a RPPS municipal, não exime a Previdência Social – RPPS, tendo em vista que os dados
gestão da entidade previdenciária de praticar atos dos segurados e dos seus dependentes são imprescindíveis
administrativos que demonstrem sua atuação de para a realização da avaliação atuarial do respectivo fundo
supervisão e de controle em todas as fases dos de previdência.
processos administrativos previdenciários, desde a
fase inicial, instrutória, decisória, recursal, até a fa- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo.
se de cumprimento das decisões administrativas.  Acórdão nº 436/2015-TP. Julgado em 03/03/2015. Publica-
2. A partir do momento em que o município institui do no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº 5.928-
RPPS, seja na forma de autarquia, fundo contábil 5/2010).
ou outro modelo de unidade gestora, ele reves-
te esse ente de aspectos funcionais, orgânicos e Previdência. Aposentadoria. Averbação de tempo
gerenciais necessários para que desempenhe ati- de contribuição em duplicidade.
vidades que lhes são próprias.  É vedada a utilização em duplicidade de tempo de con-
3. A gestão do RPPS deve normatizar rotinas e pro- tribuição ao INSS para fins de concessão de aposentadoria
cedimentos que garantam sua atuação tanto nos em dois cargos públicos acumuláveis, a exemplo dos cargos
processos de arrecadação quanto de concessão de de professor estadual e de professor municipal, tendo em
benefícios previdenciários, por meio da formaliza- vista que um único tempo de contribuição não pode gerar
ção de processos administrativos. dois benefícios para o segurado.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 2.409/2014-TP. Julgado
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 12/2020-TP. Julgado em em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/03/2020. Processo nº 5.411-9/2012).
Processo nº 15.940-9/2019).
Previdência. Dispensa de retenção de encargos
Previdência. Servidor aposentado por RPPS. Víncu- patronais. Serviços de escritório de contabilidade.
lo ao RGPS pelo mandato de vereador. Os serviços prestados por escritório de contabilidade
1. É possível o exercício do cargo eletivo de vereador não se enquadram na hipótese de dispensa de retenção de
por servidores aposentados vinculados a RPPS, encargos previdenciários patronais destinada à contratação
tendo em vista que nessa condição de inativida- de serviços referentes ao exercício da profissão regulamen-
de não há incompatibilidade de horários para o tada de contabilista (art. 120 da Instrução Normativa da
exercício da vereança, nos termos do que dispõe Receita Federal 971/2009), porque os escritórios de con-
o § 10, do artigo 37, c/c inciso III, do artigo 38, tabilidade, em geral, não executam somente atividades
todos da CF/1988. intrínsecas da contabilidade, mas diversos outros serviços.
2. O servidor efetivo aposentado por RPPS, quando
em exercício de mandato eletivo de vereador, é (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
contribuinte obrigatório do RGPS, devendo a Câ- to Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 80/2014-PC. Julgado em
mara Municipal providenciar os devidos recolhi- 10/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014.
mentos junto à Receita Federal do Brasil. Processo nº 8.310-0/2013).
114 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

16.2. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Julgado em 06/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em


19/08/2019. Processo nº 856-7/2019).
Previdência. Contribuições. Administração muni-
cipal. Falta de repasse de contribuição de servi- Previdência. Contribuição. Base de cálculo. Parce-
dores. Parecer prévio contrário em contas anuais las relativas ao exercício de cargo em comissão e
de governo. função de confiança.
1. A falta de repasse dos valores das contribuições Embora as parcelas relativas ao exercício de cargo em
previdenciárias, descontados das remunerações comissão e função de confiança, em regra, não integrem os
dos servidores segurados, é conduta de natureza proventos de aposentadoria, com fundamento no princípio
gravíssima que enseja emissão de parecer prévio da solidariedade do custeio da previdência, elas podem ser
contrário à aprovação das respectivas contas anu- consideradas na base de cálculo das contribuições previ-
ais de governo municipal, tendo em vista que tal denciárias, desde que haja previsão legal para tanto.
conduta configura crime de apropriação indébita
de acordo com a legislação pátria. (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
2. No âmbito das contribuições previdenciárias, a tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 450/2018-TP. Julgado
parte descontada dos servidores segurados em em 09/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/10/2018.
nenhuma hipótese pode ser tratada como receita Processo nº 16.924-2/2016).
flexível para o pagamento de outras despesas que
não as de caráter previdenciário. Previdência. RPPS. Contribuições do servidor. Base
3. A Administração municipal está obrigada consti- de cálculo. Inclusão de parcelas temporárias. Não
tucionalmente a contribuir com o custeio do seu incorporação a proventos de aposentadoria. Prin-
RPPS, realizando os recolhimentos das obrigações cípio da solidariedade previdenciária.
previdenciárias (patronais e dos segurados) dentro No âmbito do Estado de Mato Grosso, as remunerações
dos prazos estabelecidos, sob pena de responsa- referentes a gratificação por dedicação exclusiva, prevista
bilização pessoal pelos juros e multas decorrentes no art. 12 da Lei Complementar Estadual nº 206/2004, bem
de atrasos. como aquelas afetas ao exercício de funções, previstas no
art. 4º da Lei Estadual nº 7.573/2001 e art. 5º da Lei Es-
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira tadual nº 8.405/2005, incluem-se na base de cálculo das
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 45/2019- contribuições previdenciárias dos servidores da educação
TP. Julgado em 28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em estadual ao Regime Próprio de Previdência Social – RPPS,
19/12/2019. Processo nº 16.678-2/2018). contudo, não se incorporam aos proventos de aposentado-
ria. Embora não propiciarem a incorporação das remunera-
Previdência. RPPS. Alíquotas de contribuições pre- ções aos proventos de aposentadoria, essas contribuições
videnciárias. Avaliação atuarial. Déficit previden- asseguram o acesso pelo servidor aos demais benefícios
ciário. previdenciários e a própria manutenção do sistema pre-
A arrecadação de receitas oriundas das contribuições videnciário, tendo em vista a observância do princípio da
previdenciárias dos servidores e do ente público deve ser solidariedade.
suficiente para cobrir o custo normal com a folha de paga-
mento dos benefícios concedidos aos aposentados e pen- (Recurso de Agravo. Relator Revisor: Conselheiro Valter
sionistas. Nesse sentido, é imprescindível que as alíquotas Albano. Acórdão n° 258/2017-TP. Julgado em 06/06/2017.
das contribuições previdenciárias dos entes e dos servidores Publicado no DOC/TCE-MT em 14/06/2017. Processo n°
públicos sejam corretamente definidas, segundo avaliação 15.384-2/2015).
atuarial, de forma a reduzir o déficit previdenciário, bem
como evitar a utilização de recursos próprios do Tesouro
para arcar com insuficiência financeira do respectivo RPPS.

(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 9/2019-TP.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 115

Previdência. RPPS. Contribuições. Alíquotas previs- eficiência do investimento, segurança, proteção e


tas em lei com base em avaliação atuarial. prudência financeiras, além do equilíbrio econô-
As alíquotas das contribuições previdenciárias devidas mico e atuarial.
a Regime Próprio de Previdência Social – RPPS devem ser
fixadas por meio de lei específica, tendo como base as alí- (Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta
quotas definidas na avaliação atuarial, de forma a garantir Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 731/2019-TP. Julgado em
a manutenção do equilíbrio atuarial do regime de previ- 01/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/10/2019.
dência, tendo em vista que a fixação de alíquotas fora dos Processo nº 4.291-9/2010).
padrões atuariais pode resultar na impossibilidade futura
de pagamento dos benefícios assegurados pelo fundo de Previdência. Dano na negociação de ativos finan-
previdência. ceiros. Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Restituição ao erário.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. Mediante a aplicação do instituto da Desconsideração
Acórdão nº 436/2015-TP. Julgado em 03/03/2015. Publica- da Personalidade Jurídica (art. 50 do Código Civil), os ad-
do no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº 5.928- ministradores e os acionistas de Instituições Financeiras
5/2010). que realizam a intermediação de operações com valores
mobiliários, bem como aqueles de empresas de consulto-
16.3. APLICAÇÃO DE RECURSOS NO MERCADO FI- ria e assessoria que recomendam essas operações, podem
NANCEIRO ser condenados pelo Tribunal de Contas a restituírem, com
recursos próprios e solidariamente, valores a Fundo de Pre-
Previdência. Aplicação dos recursos previdenciá- vidência, devido a danos provocados por negociação de
rios no mercado financeiro. Taxas mínima e máxi- títulos públicos promovida com preços superiores ao pra-
ma; e Preço Unitário (PU) da Anbima. ticados no mercado.
1. Quanto às aplicações de recursos do Regime Pró-
prio de Previdência Social, há normas específicas (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
do CMN exigindo que o gestor observe as infor- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 97/2016-
mações divulgadas diariamente por entidades SC. Julgado em 17/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
reconhecidamente idôneas, para utilização como 30/08/2016. Processo nº 11.654-8/2013).
referência, antes do efetivo fechamento da opera-
ção. O gestor público não pode operar no merca- Previdência. Dano na aquisição de ativos financei-
do financeiro sob a perspectiva de que está livre ros. Responsabilidade solidária. Gestor do RPPS,
para negociar qualquer valor de título, bastando empresa contratada e sócios administradores.
que os preços estejam entre o intervalo das taxas Respondem solidariamente pela restituição aos cofres
mínimas e máximas divulgadas pela Anbima, me- de entidade previdenciária, com recursos próprios:
nosprezando o Preço Unitário - PU também por a. o gestor administrador do RPPS, pela negligên-
ela publicado diariamente antes da abertura dos cia na aquisição de títulos públicos com base em
mercados. preços evidentemente superiores aos praticados
2. Diferentemente das taxas mínimas e máximas pelo mercado financeiro, em decorrência da não
divulgadas pela Anbima, o preço unitário é cal- observância ao disposto no § 2º, do art. 22, da
culado por meio de preços de referência para cada Resolução BACEN nº 3.506/07, que prescreve ser
título e vencimento, independentemente da sua indispensável a necessidade de consulta às insti-
participação em operações, calculados com base tuições financeiras e às informações divulgadas
em metodologias internas, e que representam os por entidades reconhecidamente idôneas do mer-
preços justos para intenção de negócios de cada cado financeiro, de modo a aferir o preço médio
entidade. 3. A observância do Preço Unitário de de títulos, ainda que públicos, a serem adquiridos
compra e venda se coaduna com a busca da su- por fundos previdenciários;
premacia do interesse público sobre o privado, b. a empresa especializada, com atividade regula-
da razoabilidade, rentabilidade, economicidade, mentada pelo Banco Central, contratada com a
116 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

finalidade de oportunizar a realização de nego- cancelamento do pagamento do benefício.


ciações com a maior vantajosidade possível, que
concorre, enquanto instituição financeira, para a (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
aquisição de títulos com preços superiores aos tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 734/2019-TP. Julgado
praticados pelo mercado, causando evidente pre- em 01/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/10/2019.
juízo à instituição previdenciária; e, Processo nº 36.676-5/2017).
c. os sócios administradores da instituição financei-
ra, nos termos do artigo 39 da Lei nº 6.024/74 c/c Previdência. RPPS. Compensação financeira. Apo-
o artigo 50 do Código Civil Brasileiro. sentadoria por invalidez.
A concessão do benefício decorrente de aposentadoria
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- por invalidez no âmbito de Regime Próprio de Previdência
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 230/2016-TP. Julgado em Social – RPPS não gera a possibilidade de compensação
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. financeira pelo Regime Geral de Previdência Social, nos ter-
Processo nº 21.557-0/2012). mos do art. 4º do Decreto Federal nº 3.112/1999.

16.4. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Domingos Ne-
to. Acórdão nº 84/2017-TP. Julgado em 14/03/2017. Publi-
Previdência. RPPS. Aposentadoria por invalidez. cado no DOC/TCE-MT em 24/03/2017. Processo nº 1.504-
Reavaliação periódica dos motivos ensejadores do 0/2014).
benefício e outras providências.
Com intuito de evitar irregularidades e em observância 16.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS
ao disposto no artigo 40, § 1º, inciso I, da Constituição Fe-
deral, que trata da aposentadoria por invalidez, a gestão Previdência. RPPS. Taxa de administração. Cômpu-
do regime próprio previdenciário municipal deve adotar as to das despesas administrativas.
seguintes providências: As despesas administrativas computadas na aferição do
a. viabilizar medidas para a reavaliação dos apo- cumprimento da taxa de administração dos RPPS devem
sentados por invalidez, de forma periódica, para ser apuradas pelo valor total empenhado, independen-
verificar se as condições de saúde que ensejaram temente do momento da sua liquidação ou pagamento,
a incapacidade ainda permanecem; conforme as disposições do art. 35 da Lei nº 4.320/64 e do
b. quando, por junta médica oficial, forem declara- art. 50, II, da Lei de Responsabilidade Fiscal.
dos insubsistentes os motivos determinantes da
aposentadoria, formalizar, mediante o instituto da (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
reversão, conforme legislação do Ente, o retorno to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 211/2015-SC. Julgado
à atividade de servidor aposentado por invalidez; em 17/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/12/2015.
c. quando verificado dano ao erário, instaurar Toma- Processo nº 1.905-4/2014).
da de Contas Especial (TCE), nos termos da Reso-
lução Normativa nº 24/2014 do TCE-MT;
d. implementar rotinas e procedimentos visando à
otimização de controle na folha de pagamento,
a fim de evitar pagamentos aos aposentados por
invalidez que exercem, indevidamente, outra ati-
vidade remunerada;
e. promover alterações na legislação, quando neces-
sárias, com a finalidade de incluir expressamente
a obrigatoriedade de os beneficiários da aposen-
tadoria por invalidez realizarem periodicamente
exame pericial médico, de maneira a confirmar
ou não a incapacidade laborativa, sob pena de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 117

Previdência. Taxa de administração. Constituição 17. PROCESSUAL


de reservas com sobras financeiras.
1. É permitida a constituição de reserva e a utilização 17.1. DISPOSIÇÕES GERAIS
das sobras financeiras da taxa de administração
de exercícios anteriores para o custeio de despe- Processual. Princípio da adstrição ou congruência.
sas necessárias à organização e ao funcionamento Aplicação no Tribunal de Contas. Princípio da ofi-
da unidade gestora do RPPS, desde que observa- cialidade.
dos os seguintes requisitos: a) o percentual da ta- 1. Não se aplica o princípio da adstrição (art. 492, ca-
xa de administração deve ser definido em lei (art. put, Código de Processo Civil) às decisões que o
15, IV, Portaria MPS n° 402/2008 e art. 41, IV, da Tribunal de Contas profere, em razão da natureza
Orientação Normativa MPS/SPS nº 02/2009); e b) epistemológica das matérias que analisa. O prin-
a reserva constituída deve ser objeto de demons- cípio da adstrição ou congruência tem sua apli-
tração contábil no balanço patrimonial (Resolução cabilidade destinada às decisões proferidas pelo
de Consulta nº 32/2010 do TCE-MT). Poder Judiciário, cuja atuação está limitada pela
2. Não é permitida a utilização das sobras financei- provocação das partes. 
ras da taxa de administração de exercícios an- 2. Em razão da natureza jurídico-administrativa
teriores para a cobertura do excesso de gastos dos processos de competência dos Tribunais de
das despesas administrativas do RPPS, quando Contas, aplica-se o princípio da oficialidade, que
a respectiva reserva não tiver sido demonstrada atribui sempre a movimentação do processo, ain-
no balanço patrimonial, tendo em vista que a au- da que instaurado por provocação do particular,
sência da demonstração contábil impossibilita o pois, uma vez iniciado, passa a pertencer ao Poder
Tribunal de Contas aferir se os valores das sobras Público. 
financeiras já foram utilizados no pagamento de 3. Ao se conjugar a competência constitucional dos
outras despesas. tribunais de contas para realizar inspeções e audi-
torias mediante iniciativa própria (art. 71, IV) com
(Recurso Ordinário. Revisora: Conselheira Substituta o princípio da oficialidade, denota-se a incompa-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 689/2015-TP. Julgado em tibilidade do princípio da adstrição com as Cortes
10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Pro- de Contas, visto que este princípio visa a garantir
cesso nº 12.378-1/2012). a inércia, característica pertencente tão somente
aos órgãos do Poder Judiciário.

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto


Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 175/2020-TP. Julgado
em 23/06/2020. Processo nº 12.400-1/2019).

Processual. Prova testemunhal. Processos de con-


trole externo. Aplicação do CPC.
1. A produção de prova testemunhal é incompatível
com os processos de controle externo, sendo que
o Tribunal de Contas se pronuncia apenas com
base em provas documentais.
2. A aplicação subsidiária do CPC no âmbito do Tri-
bunal de Contas não ocorre automaticamente em
todo e qualquer caso de “omissão” regimental,
pois pressupõe uma verificação da compatibilida-
de dos preceitos processuais civis com os proces-
sos de fiscalização.
118 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro no mérito das decisões dos Tribunais de Contas
Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 134/2020-TP. e reformá-las, salvo quando houver violação a
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em algum princípio ou norma ou não se observar o
09/07/2020. Processo nº 18.539-6/2009). devido processo legal.

Processual. Classificação de irregularidade. Com- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Waldir
petência do conselheiro relator. Júlio Teis. Acórdão nº 603/2016-TP. Julgado em 18/11/2016.
A classificação da irregularidade é de competência do Publicado no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. Processo nº
relator do processo de contas, portanto, não representa 811-7/2013).
óbice ao julgamento a adequação do achado de auditoria
promovida pelo relator com a finalidade de regularizar a 17.2. COMPETÊNCIA
capitulação para os fatos elencados nos autos e sobre os
quais o defendente já se manifestou, nos termos do art. Processual. Competência. Fiscalização do cumpri-
141, § 6º, do Regimento Interno do TCE-MT. mento de mandados judiciais.
1. Ao Tribunal de Contas não compete fiscalizar o
(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto João cumprimento de mandados judiciais referentes a
Batista Camargo. Acórdão nº 86/2019-SC. Julgado em atos ilícitos no âmbito da Administração Pública,
01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/09/2019. por não haver amparo nas suas competências
Processo nº 29.332-6/2018). constitucionais (art. 71), cabendo-lhe analisar
tais atos sob os parâmetros de legalidade, legiti-
Processual. Princípio da retroatividade. Aplicação midade e economicidade. 
às normas sancionatórias do Tribunal de Contas. 2. O Poder Judiciário é a instância juridicamente in-
O princípio constitucional da retroatividade da lei penal cumbida de verificar o descumprimento de man-
benéfica pode ser aplicado, por hermenêutica jurídica, às dados judiciais referentes a atos ilícitos, não po-
normas de natureza sancionatória impostas pelo Tribunal dendo ser substituído por outro órgão ou Poder,
de Contas, diante de sua característica de “princípio geral sob pena de afronta à independência e harmonia
do Direito sancionatório” implícita na Constituição Federal entre os Poderes (art. 2º, da CRFB). 
e pacificada na doutrina e na jurisprudência vigentes. 3. O ordenamento jurídico dispõe de instrumentos
para a imposição de sanções pelo descumprimen-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. to de decisões judiciais, a exemplo da fixação de
Acórdão nº 630/2016-TP. Julgado em 01/12/2016. Publica- multa diária ou astreintes (art. 537 do CPC), da
do no DOC/TCE-MT em 20/01/2017. Processo nº 19.253- caracterização de ato atentatório à dignidade da
8/2010). justiça ou litigância de má-fé (artigos 777 do CPC)
e até mesmo da responsabilização pela prática do
Processual. Processos administrativo e judicial. Du- crime de desobediência (art. 330 do Código Penal).
pla condenação (bis in idem). Independência das
instâncias. Reforma das decisões dos Tribunais de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
Contas pelo Judiciário. tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 22/2020-TP. Julgado
1. Não configura bis in idem ou possível dupla con- em 11/03/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2020.
denação, a existência de apreciação do mesmo Processo nº 16.634-0/2019).
fato irregular em processo administrativo no Tri-
bunal de Contas e em processo judicial, tendo Processual. Competência. Tribunal de Contas. Ma-
em vista a independência das instâncias. Tal in- téria em apreciação pelo Poder Judiciário.
dependência somente deixa de prevalecer quando A apreciação de matéria sobre irregularidade na Ad-
a decisão judicial, que declara a inexistência do ministração Pública pelo Poder Judiciário não impede a
fato ou nega sua autoria, for proferida em ação apreciação na esfera administrativa dos mesmos fatos pelo
de natureza criminal. Tribunal de Contas, que tem jurisdição própria e privativa
2. Em regra, o Poder Judiciário não pode adentrar sobre as pessoas e matérias sujeitas a sua competência, e
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 119

porque incide no regime jurídico brasileiro o princípio da (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
independência das instâncias que dispõe que os mesmos ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 91/2019-
fatos podem acarretar consequências jurídicas diversas, nas SC. Julgado em 01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
diferentes esferas da jurisdição, civil, penal e administrati- 02/09/2019. Processo nº 18.737-2/2018).
va.
Processual. Competência. Recurso de agravo con-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- tra decisão singular.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 833/2019- O fenômeno da competência relaciona-se com o órgão
TP. Julgado em 05/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em jurisdicional (relatoria) e não com o julgador (conselheiro).
19/11/2019. Processo nº 26.407-5/2017). Desse modo, a relatoria competente para apreciar recurso
de agravo interposto contra decisão singular é aquela on-
Processual. Conflito de Competência. Irrecorribili- de os autos estão tramitando e, por conseguinte, o relator
dade da decisão. competente será aquele que estiver no exercício das atri-
1. O conflito de competência é incidente proces- buições de julgador da referida relatoria.
sual de natureza interna corporis, resolvido por
instância superior, e não tem natureza recursal. (Representação Interna – Conflito de Competência. Re-
Por isso, não há direito subjetivo a ser tutelado lator: Conselheiro Domingos Neto. Acórdão nº 423/2019-
no respectivo julgamento, não se podendo falar TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
em partes a serem intimadas, mas, sim, em meros 10/07/2019. Processo nº 21.449-3/2018).
interessados, fato que justifica a irrecorribilidade
das decisões que resolvem os conflitos dessa es- Processual. Competência. Tribunal de Contas.
pécie processual. Fiscalização de licitações que envolvem recursos
2. Inexiste previsão legal para intimação pessoal dos federais.
interessados em conflito de competência, seja no O Tribunal de Contas do Estado é competente para fis-
Regimento Interno do TCE-MT, seja no Código de calizar licitações, mesmo que envolvam recursos de origem
Processo Civil de 2015, não havendo, em princípio, federal, quando houver contrapartida de recursos de ori-
ofensa aos princípios da ampla defesa e contra- gem estadual e/ou municipal.
ditório.
(Monitoramento. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Domingos queline Jacobsen. Acórdão nº 313/2019-TP. Julgado em
Neto. Acórdão nº 696/2019-TP. Julgado em 17/09/2019. 04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/06/2019.
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/09/2019. Processo nº Processo nº 12.326-9/2018).
19.856-0/2019).
Processual. Competência. Fiscalização da aplicação
Processual. Competência. Tribunal de Contas. de recursos federais do PNATE.
Determinação para instauração de procedimento Por se tratar de repasse de recursos provenientes do
administrativo. Irregularidades em certame licita- orçamento federal, não compete ao Tribunal de Contas do
tório. Estado fiscalizar a aplicação de recursos transferidos aos
Não compete ao Tribunal de contas determinar à Admi- municípios por meio do Programa Nacional de Apoio ao
nistração que instaure procedimento administrativo discipli- Transporte Escolar (PNATE), tendo em vista que tal compe-
nar para apurar responsabilidade de agentes públicos por tência pertence ao Tribunal de Contas da União.
irregularidades em certame licitatório, por extrapolar os
limites constitucionais de atuação do Tribunal. No entanto, (Tomada de Contas Especial. Relatora: Conselheira Subs-
é poder-dever do Tribunal de Contas determinar ao atual tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 483/2018-TP. Julgado
gestor, ou a quem lhe suceder, que promova a apuração em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/11/2018.
dessa responsabilidade, cabendo à Administração utilizar- Processo nº 15.739-2/2017).
-se do procedimento que entender pertinente e legal.
120 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Processual. Competência. Tribunal de Contas. De- Processual. Competência do Tribunal de Contas.


terminação para instauração de PAD. Tutela de interesse subjetivo de servidores públi-
O Tribunal de Contas possui competência para determi- cos.
nar à Administração a instauração de Processo Administra- Não se inserem na competência do Tribunal de Contas
tivo Disciplinar (PAD) visando apurar eventual transgressão a apreciação e a tutela de direitos subjetivos de servidores
de norma por servidor público, pois o texto constitucional públicos, visto que as atribuições de jurisdição da Corte de
expressamente lhe conferiu poder para assinalar prazo para Contas estão voltadas para o interesse público. A solução
que o órgão ou entidade adote as providências necessárias de controvérsias com esse teor deve ser pleiteada por meio
ao cumprimento da lei, se verificada ilegalidade, conforme de petições administrativas e/ou judiciais.
inciso IX, do artigo 71, da Constituição Federal.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 44/2018-PC.
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 443/2018-TP. Julgado em Julgado em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
09/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/10/2018. 17/08/2018. Processo nº 21.002-1/2017).
Processo nº 28.616-8/2017).
Processual. Competência. Tribunal de Contas. De-
Processual. Competência. Tribunal de Contas. Ma- terminação para análise de recurso administrativo
nifestação sobre fato apreciado na esfera penal. em procedimento licitatório.
Em decorrência do princípio da independência entre Não compete ao Tribunal de Contas determinar ao seu
as instâncias de responsabilização, a decisão adotada na jurisdicionado que analise recurso administrativo interposto
esfera penal não impede que o Tribunal de Contas se ma- por terceiro em sede de procedimento licitatório, por se
nifeste em relação ao mesmo fato, atinente às matérias de tratar de ato decorrente do poder de autotutela da Admi-
sua competência constitucional, em processo autônomo nistração.
de apuração, sujeito a rito próprio e independente, exceto
quando a decisão proferida na instância penal taxativamen- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
te declare a inexistência do fato ou negativa da autoria. ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 43/2018-
TP. Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 21/03/2018. Processo nº 27.576-0/2015).
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 81/2018-
SC. Julgado em 16/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Processual. Modificação da competência. Conexão.
26/10/2018. Processo nº 12.301-3/2015). Processo julgado.
É incabível a reunião de dois processos de contas por
Processual. Competência. Ônus da prova. Realiza- meio do instituto da conexão, caso um deles já tiver sido
ção de perícia em obra pública. julgado, conforme dicção do CPC/2015, art. 55, § 1º, e da
O ônus de demonstrar a regular aplicação dos recursos Súmula 235 do STJ, tendo em vista que inexiste risco de
públicos é do gestor responsável, não sendo competência ocorrer decisões conflitantes quando uma das demandas
do Tribunal de Contas determinar a realização de perícia já foi julgada.
em obra pública para obtenção de provas referentes a pos-
sível superfaturamento de preços. (Análise de Conflito de Competência em Representação
de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Domingos Neto.
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro Acórdão nº 16/2018-TP. Julgado em 06/03/2018. Publica-
Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 70/2018-PC. do no DOC/TCE-MT em 16/03/2018. Processo nº 20.935-
Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 0/2017).
19/10/2018. Processo nº 6.165-4/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 121

Processual. Competência. Fiscalização da aplicação Processual. Competência. Conselheiro relator. Cor-


de recursos federais. PDE. PDDE. reção de erros de cálculo de multas.
É de competência do Tribunal de Contas da União a fis- O conselheiro relator é competente para realizar corre-
calização da aplicação de recursos federais repassados por ções de ofício de erros materiais de suas decisões (art. 89,
meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação XI, Regimento Interno do TCE-MT), como no caso de cálculo
aos entes federados, nos programas PDE (Plano de Desen- errôneo de multas aplicadas, desde que não implique em
volvimento da Escola) e PDDE (Programa Dinheiro Direto alteração do critério jurídico ou fático levado em conta no
na Escola), cabendo ao Tribunal de Contas do Estado a ve- julgamento.
rificação, por ocasião da análise dos balancetes mensais e
balanços anuais, apenas do ingresso da respectiva receita. (Revisão ex offício de Contas Anuais de Gestão. Rela-
tor: Conselheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro 1.025/2014-TP. Julgado em 21/05/2014. Publicado no DOC/
Domingos Neto. Acórdão nº 376/2017-TP. Julgado em TCE-MT em 02/06/2014. Processo nº 7.040-8/2012).
22/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/09/2017.
Processo nº 10.563-5/2016). Processual. Competência. Apreciação de contrato
rescindido.
Processual. Competência. Julgamento e respon- A rescisão unilateral de contrato administrativo em exe-
sabilização de gestor e contratado. Convênio com cução pelo fiscalizado, para o qual já tenha ocorrido paga-
recursos federais. mento parcial ao contratado, não afasta a competência do
Compete ao Tribunal de Contas da União, no âmbito Tribunal de Contas em apreciar tal instrumento jurídico.
de convênio firmado entre a administração do Estado de
Mato Grosso e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos
Educação (FNDE), julgar e responsabilizar o gestor e a em- Novelli. Acórdão nº 945/2014-TP. Julgado em 13/05/2014.
presa contratada pela ocorrência de eventuais deficiências Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014. Processo nº
construtivas detectadas em obra pública realizada com os 13.123-7/2011).
respectivos recursos federais repassados.
Processual. Competência. Determinação para pa-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
gamento de créditos inadimplidos. Tribunal de
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
Contas. Poder Judiciário.
2.144/2015-TP. Julgado em 19/05/2015. Publicado no DOC/
1. Não compete ao Tribunal de Contas a determina-
TCE-MT em 01/06/2015. Processo nº 12.728-0/2013).
ção de pagamento de créditos inadimplidos pe-
la administração pública municipal, referentes a
Processual. Competência. Conselheiro relator. Cor-
serviços prestados a ela por instituições privadas,
reção de erros de escrita ou de cálculo em decisões
mesmo que os créditos decorram de despesas
colegiadas.
empenhadas, liquidadas e inscritas em restos a
O Conselheiro relator pode corrigir, de ofício ou a reque-
pagar processados, isso porque o Tribunal de Con-
rimento da parte, conforme previsão no inciso I, do artigo
tas não pode, sob pena de descumprir sua própria
463, do Código de Processo Civil, erros de natureza mate-
finalidade, promover a defesa do interesse jurídico
rial presentes em decisões colegiadas, que não afetam o
individual que busca o recebimento de suposto
mérito do conteúdo decisório, qualificados como aqueles
crédito junto à administração.
decorrentes de simples equívoco do julgador, em razão de
2. A pretensão de recebimento do crédito inadimpli-
inexatidões de fácil verificação e correção detectadas na
do pela Administração Pública municipal deve ser
sua decisão, materializadas, por exemplo, em erros de es-
proposta no âmbito do Poder Judiciário, a quem o
crita ou de cálculo aritmético.
ordenamento jurídico confere o poder coercitivo
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter de obrigar a parte inadimplente a realizar os paga-
Albano. Acórdão nº 1.208/2014-TP. Julgado em 01/07/2014. mentos por ele reconhecidos como devidos, me-
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº diante execução de título judicial ou extrajudicial.
5.551-4/2012).
122 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Denúncia. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. Acór- deve ser assinado diretamente pelo interessado,
dão nº 726/2014-TP. Julgado em 01/04/2014. Publicado no nos termos do artigo 257, II, c/c artigo 258, II, da
DOC/TCE-MT em 15/04/2014. Processo nº 20.395-5/2013). Resolução nº 14/2007 do TCE-MT. Na situação em
que o interessado não possuir mais vínculo com
17.3. CITAÇÃO a Administração, o ofício deve ser encaminhado
para o seu endereço residencial.
Processual. Citação. Servidores. Meio eletrônico. 2. A citação via edital é medida excepcional que só
Edital. Revelia. pode ser adotada depois de esgotados todos os
1. A citação pode ser enviada por meio eletrônico, meios de localização da parte interessada.
em situações que a pessoa citada componha o 3. A citação inválida, reconhecida a qualquer tempo,
quadro de servidores de algum órgão fiscalizado implica em nulidade absoluta de todos os atos
pelo Tribunal de Contas (art. 258, inciso III, Reso- processuais praticados a partir dela.
lução 14/2007). 
2. Após citação eletrônica, esgotado o prazo para (Pedido de Nulidade – Contas Anuais de Gestão. Rela-
apresentação de defesa, a nova citação será rea- tor: Conselheiro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acór-
lizada por edital e publicada no Diário Oficial de dão nº 322/2018-TP. Julgado em 14/08/2018. Publicado no
Contas do TCE/MT.  DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Processo nº 13.112-1/2012).
3. Após o decurso do prazo da citação por edital,
sem a manifestação do interessado, será decreta- Processual. Vício de citação. Cerceamento de de-
da a sua revelia para todos os efeitos (art. 140, § fesa. Nulidade de multa.
1º, Resolução 14/2007). A constatação de vício na citação de ex-gestor (recorren-
te) nos autos de processo de Representação de Natureza
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta Interna (RNI), que foi notificado tão somente para tomar
Jaqueline Jacobsen. Acórdão 20/2020-PC. Julgado em conhecimento acerca de irregularidade decorrente de acu-
20/05/2020. Processo nº 29.184-6/2019). mulação indevida de cargos por servidor público, e não
teve a oportunidade de apresentar defesa quanto ao fato
Processual. Citação. Edital. Exaurimento das mo- que lhe foi imputado, caracteriza cerceamento de defesa e
dalidades de comunicação de atos. impõe a nulidade da respectiva multa imposta.
1. A Lei Orgânica e o Regimento Interno do TCE-MT
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
preveem a possibilidade de citação por edital, so-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 280/2018-TP. Julgado em
bretudo na hipótese em que a citação por ofício
31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/08/2018. Pro-
não obtenha êxito.
cesso nº 9.460-9/2017).
2. O Regimento Interno não estipula, em nenhum de
seus dispositivos, que deva haver o exaurimento
Processual. Citação. Edital. Diligências para locali-
das outras modalidades de comunicação dos atos
zação do interessado.
para, só então, ser realizada por edital.
Nos processos de competência do Tribunal de Contas, a
citação via editalícia é válida, contudo, deve ser precedida
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
de outros procedimentos ou diligências que busquem a lo-
Isaías Lopes da Cunha. Revisor: Conselheiro Substituto
calização da parte interessada, a exemplo de pesquisas em
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 531/2019-TP. Julgado em
cadastros de órgãos públicos ou concessionárias de serviços
14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2019.
públicos; e pesquisas na internet, incluindo redes sociais.
Processo nº 26.913-1/2018).

(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Waldir Júlio


Processual. Citação. Via postal ou via edital. Nuli-
Teis. Acórdão nº 32/2017-TP. Julgado em 14/02/2017. Publi-
dade de atos posteriores à citação inválida.
cado no DOC/TCE-MT em 22/02/2017. Processo nº 10.827-
1. A citação em processo de contas deve ser reali-
8/2016).
zada inicialmente pela via postal, mediante ofí-
cio registrado com aviso de recebimento, o qual
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 123

Processual. Citação. Ex-gestor. em 27/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/10/2017.


A citação de ex-gestor deve ocorrer inicialmente via Processo nº 4.401-6/2013).
postal (art. 257, II e art. 258, II, da Resolução nº 14/2007
do TCE-MT) no endereço informado em registro eletrônico Processual. Defesa. Revelia. Efeito.
no Tribunal de Contas e não via malote digital na sede da A revelia para apresentação de defesa em processo de
Administração, o que, neste caso, configura citação invá- contas produz o efeito de se presumirem verdadeiros os
lida que cerceia o direito de defesa do ex-gestor, geran- fatos trazidos em relatório técnico de auditoria.
do nulidade de todos os atos subsequentes em relação à
sua pessoa, devendo-se conceder nova e regular citação (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
e oportunidade de defesa como forma de materializar os Ricardo. Acórdão nº 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014.
princípios do contraditório e da ampla defesa. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº
7.591-4/2013).
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro José Carlos
Novelli. Acórdão nº 3.331/2015-TP. Julgado em 01/09/2015. 17.5. NULIDADE
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/09/2015. Processo nº
21.514-7/2014). Processual. Nulidade. Litisconsórcio passivo neces-
sário no processo de contas.
17.4. REVELIA 1. Não constitui nulidade processual o fato de não
constarem do polo passivo de Tomada de Contas
Processual. Decretação de revelia. Efeitos nos pro- Especial todos os responsáveis solidários, pois não
cessos de controle externo. há, no processo de contas, a figura do litisconsór-
A decretação de revelia nos processos de controle exter- cio passivo necessário.
no não faz presumir verdadeiras as irregularidades apon- 2. A inexistência de chamamento de outros respon-
tadas, incidindo somente os atos de aspecto processual, sáveis solidários não enseja nulidade processual,
na medida em que nesses processos o direito probatório visto que o débito imputado a somente um dos
deve sempre ser direcionado à busca da verdade material corresponsáveis dá a este a possibilidade de rea-
ou real, consoante ao princípio da indisponibilidade do in- ver, via ação regressiva, ressarcimento do débito
teresse público. imputado.
3. Caso haja o envolvimento de outros agentes nos
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- desvios de recursos praticados, tal fato não irá in-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 73/2018-TP. Julgado em fluenciar na gravidade da conduta do responsável
27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. indicado pelo Tribunal de Contas e não tem o con-
Processo nº 16.247-7/2012). dão de interferir nos aspectos de sua condenação.

Processual. Alegações finais. Caráter facultativo. (Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta
Não aplicação da revelia. Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 332/2019-TP. Julgado em
A apresentação de alegações finais prevista no art. 141, 04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/06/2019.
§ 2º, da Resolução nº 14/2007 (Regimento Interno do TCE/ Processo nº 26.888-7/2015).
MT) – quando da manutenção de irregularidades não sa-
nadas na análise de defesa de processos de prestação ou Processual. Nulidade. Efeitos. Vícios de legalidade
tomada de contas, para que o interessado ou seu procu- em licitação.
rador busque uma última vez formar o convencimento do As nulidades nos procedimentos licitatórios por vícios
julgador – não possui caráter obrigatório, mas, sim, facul- de legalidade: a) operam retroativamente; b) contaminam
tativo, e por isso não cabe a declaração de revelia daqueles os contratos ou ajustes deles decorrentes; c) não geram di-
que optarem por não exercer essa faculdade. reito à indenização ou à restituição em favor do contratado,
salvos nas hipóteses em que este comprovar sua boa-fé; e
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- d) atribuem o ônus da prova da boa-fé ao contratado.
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 425/2017-TP. Julgado
124 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Homologação de Cautelar em Representação de Na- Processual. Nulidade. Não inclusão de processo em


tureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto Luiz Carlos pauta de julgamento.
Pereira. Acórdão nº 20/2019-TP. Julgado em 19/02/2019. É nulo o julgamento quando o respectivo processo
Publicado no DOC/TCE-MT em 28/02/2019. Processo nº não constou anteriormente da pauta de julgamento, por
35.648-4/2018). violação do direito ao contraditório e à ampla defesa.

Processual. Querela Nullitatis. Aplicação no Tribu- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
nal de Contas. João Batista Camargo. Acórdão nº 571/2014-TP. Julgado em
A possibilidade de aplicação do instituto processual da 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/04/2014.
Querela Nullitatis (declaração de nulidade de decisão em Processo nº 5.546-8/2012).
razão de vício na citação do réu revel), no âmbito do Tribu-
nal de Contas, justifica-se pela autorização regimental de 17.6. MOTIVAÇÃO EM PROCESSO DE CONTAS
aplicação subsidiária das normas do processo civil aos pro-
cessos de contas, sendo competente, para apreciar o pedi- Processual. Motivação per relationem ou aliunde
do, o relator que proferiu a decisão supostamente viciada. em processo de contas.
Nos processos administrativos em geral, é permitida a
(Conflito de Competência. Relator: Conselheiro Domingos motivação per relationem ou aliunde, podendo o conse-
Neto. Acórdão nº 260/2018-TP. Julgado em 24/07/2018. lheiro relator de processo de contas mencionar, nas razões
Publicado no DOC/TCE-MT em 03/08/2018. Processo nº de decidir, a utilização dos fundamentos consignados nos
22.229-1/2017). pareceres e relatórios técnicos acostados nos autos duran-
te a fase instrutiva, não sendo obrigado a rechaçar toda
Processual. Nulidade. Ausência de nome de advo- argumentação apresentada pelo defendente durante a
gado em pauta de julgamento. instrução.
A ausência de nome de advogado, representante de
jurisdicionado, na publicação de pauta de julgamento de (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto Luiz
sessão plenária, não caracteriza vício processual capaz de Carlos Pereira. Revisora: Conselheira Substituta Jaqueline
implicar em anulação das respectivas decisões, quando Jacobsen. Acórdão nº 537/2018-TP. Julgado em 13/11/2018.
esta falha não resultar em cerceamento da defesa e o re- Publicado no DOC/TCE-MT em 29/11/2018. Processo nº
corrente permanecer inerte na fase instrutória. 11.184-8/2017).

(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substitu- 17.7. CONTAS DE GESTÃO E DE GOVERNO


to Moisés Maciel. Acórdão nº 102/2018-TP. Julgado em
10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/04/2018. Processual. Contas de gestão. Coisa julgada. Fatos
Processo nº 875-3/2015). não apreciados.
Os fatos não apreciados em julgamento de contas de
Processual. Nulidade. Ausência de juízo de admis- gestão podem ser objeto de fiscalização e apuração de
sibilidade. responsabilidade em processos autônomos, como o de
A alegação recursal de falha de natureza procedimental Auditoria de Conformidade, mormente porque os atos de
em processo de contas, como a ausência de juízo de admis- gestão são examinados mediante técnica de amostragem,
sibilidade previsto regimentalmente, não é suficiente para não havendo coisa julgada em relação às irregularidades
se declarar nulidade processual, havendo necessidade de não detectadas anteriormente.
demonstração de prejuízo ao recorrente.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Luiz Henrique
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos Lima. Acórdão nº 415/2018-TP. Julgado em 02/10/2018.
Novelli. Acórdão nº 945/2014-TP. Julgado em 13/05/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/10/2018. Processo nº
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/05/2014. Processo nº 21.471-0/2016).
13.123-7/2011).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 125

Processual. Contas de Governo. Emissão de Pare- Processual. Contas iliquidáveis. Força maior ou
cer Prévio. Direcionamento das recomendações ao caso fortuito.
chefe do Poder Executivo. Serão declaradas iliquidáveis as contas com impossi-
As recomendações exaradas em parecer prévio emitido bilidade material de julgamento, no caso de força maior
pelo Tribunal de Contas, em sede de contas de governo, de- ou caso fortuito, comprovadamente alheios à vontade do
vem ser direcionadas diretamente ao chefe do Poder Exe- responsável, sendo insuficiente, para essa declaração, o
cutivo (efetivo responsável e parte no polo processual), de simples fato da não quantificação de dano ao erário.
modo a conferir máxima efetividade ao art. 284-A, inciso
VIII, da Resolução 14/2007 (Regimento Interno do TCE-MT), (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
cientificando-se o Poder Legislativo com vistas a fornecer Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 799/2014-TP.
subsídios ao exercício de seu julgamento político. Julgado em 29/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
09/05/2014. Processo nº 17.881-0/2012).
(Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
Processual. Contas irregulares. Apontamentos não
TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
constantes de relatórios técnicos.
29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
O gestor não pode ter suas contas julgadas irregulares
com base em apontamentos não constantes de relatórios
Processual. Contas anuais. Coisa julgada. Fatos não
técnicos, uma vez que não se estaria possibilitando a prer-
apreciados.
rogativa de defesa.
O julgamento das contas de determinado exercício fi-
nanceiro não faz coisa julgada em relação aos fatos não
(Recurso Ordinário. Reator: Conselheiro Valter Albano
apreciados pelo Tribunal de Contas no desempenho de sua
da Silva. Acórdão nº 663/2014-TP. Julgado em 25/03/2014.
função fiscalizatória, tendo em vista que os atos de gestão
Publicado no DOC/TCE-MT em 01/04/2014. Processo nº
e de governo são analisados mediante técnica de amostra-
7.043-2/2012).
gem. Portanto, os atos irregulares não apreciados em julga-
mento de contas anuais podem ser objeto de fiscalização e
17.8. DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES: NATU-
de apuração de responsabilidade em processos autônomos
REZA JURÍDICA
de denúncia, representação ou tomada de contas.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- Processual. Determinações do Tribunal de Contas.
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº Natureza.
2.270/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/ 1. As determinações emitidas pelo Tribunal de Con-
TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 20.794-2/2009). tas são de observância cogente pelos seus fisca-
lizados, cabendo aos responsáveis pelos órgãos
Processual. Contas de Gestão. Coisa Julgada. Irre- fiscalizados cumpri-las, sob pena de multa, nos
gularidades não detectadas. moldes regimentais e legais.
O julgamento de contas de gestão pelo Tribunal de Con- 2. A Constituição Federal estabeleceu, à luz do
tas não faz coisa julgada sobre irregularidades não detecta- princípio da simetria, em seu artigo 71, IX, que
das, tendo em vista que a apreciação das contas de gestão os Tribunais de Contas dos Estados possuem
é instruída por meio de procedimentos de fiscalização rea- competência para, diante de uma ilegalidade,
lizados por amostragem, de forma que o órgão de controle determinar que os órgãos e entidades adotem as
externo pode, em outros processos, identificar e apontar providências para o fiel cumprimento da lei, assi-
impropriedades não detectadas anteriormente, bem como nalando, inclusive, prazo para o cumprimento da
determinar sua correção e/ou aplicar as sanções cabíveis. respectiva determinação.

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
quim. Acórdão nº 26/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 193/2019-TP. Julgado
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº em 30/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/05/2019.
10.404-3/2012). Processo nº 14.760-5/2018).
126 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

17.9. MEDIDA CAUTELAR


Processual. Determinações do Tribunal de Contas.
Caráter. Processual. Medida Cautelar. Suspensão de pre-
As determinações do Tribunal de Contas contidas em gão. Inexistência de orçamento básico.
suas decisões têm caráter cogente, de modo que os ges- É passível de suspensão, por meio de medida cautelar,
tores públicos estão obrigados a cumpri-las, devendo ob- o pregão que contenha vícios que maculam a sua
servá-las nos seus exatos termos, uma vez que não lhes realização, em virtude da inexistência de orçamento básico
é uma faculdade efetivá-las, mas um dever. No caso de detalhado em planilha de quantitativos e preços unitários
dúvidas ou inconformismo, os gestores devem apresentar, de cada serviço a ser executado, violando o princípio da
tempestivamente, os recursos cabíveis, não lhes sendo per- economicidade e prejudicando a transparência e a isonomia
mitido optar por não cumprir ou cumprir parcialmente a entre os licitantes.
determinação, sob pena de incorrer em sanções.
(Homologação de Cautelar em Representação de Natu-
(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto reza Interna. Relator: Conselheiro Substituto Moisés Maciel.
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 62/2019-TP. Julgado em Acórdão nº 38/2019-TP. Julgado em 28/02/2019. Publica-
12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/03/2019. do no DOC/TCE-MT em 12/03/2019. Processo nº 37.405-
Processo nº 12.049-9/2017). 9/2018).

Processual. Recomendações do Tribunal de Contas. Processual. Medida cautelar. Pregão presencial.


Natureza. Exigência de amostras na fase de habilitação.
As recomendações exaradas pelo Tribunal de Contas É passível de suspensão, por medida cautelar, o pregão
não representam mera sugestão, pois fundam-se no aten- presencial em que se exige amostras do objeto licitado na
dimento ao princípio constitucional da eficiência adminis- fase de habilitação, restringindo o caráter competitivo do
trativa (art. 37, caput, CF/1988) e buscam a satisfação do certame e acarretando ônus desnecessários e excessivos
interesse público, portanto, devem ser cumpridas pelos fis- aos interessados, configurando o fumus boni iuris; sendo
calizados, sendo livre aos gestores adotarem as melhores consubstanciado o periculum in mora pelo fato de que tal
soluções e práticas administrativas para implementá-las. exigência limita a participação de interessados no certame.

(Homologação de Cautelar em Representação de Natu-


(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
reza Interna. Relator: Conselheiro Substituto Isaías Lopes
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 296/2016-TP. Julgado em
da Cunha. Acórdão nº 37/2019-TP. Julgado em 28/02/2019.
24/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2019. Processo nº
Processo nº 21.129-0/2015).
35.512-7/2018).

Processual. Medida cautelar. Exoneração de servi-


dor em estágio probatório. Avaliação de desempe-
nho inadequada.
É cabível a adoção de medida cautelar, pelo Tribunal
de Contas, para determinar ao chefe do Poder Executivo
Municipal que se abstenha de emitir ato de exoneração
de servidor público em estágio probatório, quando não
ocorrer avaliação de desempenho adequada, por restarem
caracterizados o fumus boni iuris, pela possibilidade de da-
no ao servidor em decorrência da avaliação incorreta de
seu desempenho, e o periculum in mora, pela culminação
em dano grave e de difícil reparação ao servidor caso não
ocorra a concessão de cautelar. Tal concessão de medida
cautelar encontra amparo também no art. 20 da Lei de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 127

Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), o qual Geral Anual (RGA) a servidores públicos do ente federati-
dispõe que a Administração não deve tomar decisão com vo, quando a respectiva concessão for superior à variação
base em valores jurídicos abstratos, sem que sejam consi- acumulada da inflação no período referencial e/ou quando
deradas as consequências práticas da decisão. ocorrer extrapolação do limite de despesa total com pes-
soal (DTP) do Poder Executivo, previsto no art. 20 da Lei de
(Homologação de Medida Cautelar em Representação Responsabilidade Fiscal.
de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Substituto João
Batista Camargo. Acórdão nº 481/2018-TP. Julgado em (Homologação de Medida Cautelar em Representação
23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/11/2018. de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto Isaías
Processo nº 24.175-0/2018). Lopes da Cunha. Acórdão nº 186/2018-TP. Julgado em
22/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2018.
Processual. Medida cautelar. Suspensão de pro- Processo nº 18.348-2/2018).
cesso seletivo simplificado. Falha em critérios de
avaliação. Processual. Medida Cautelar. Tomada de Preços.
É passível de suspensão, por meio de medida cautelar, Habilitação. Cláusulas restritivas.
o processo seletivo simplificado que não possua definição É passível de suspensão, por meio de medida cautelar,
de critérios objetivos para avaliação (prova escrita ou pro- o edital de licitação de Tomada de Preços que contenha
vas e títulos), em que seja adotada apenas a análise de tí- cláusula exigindo dos licitantes, como condição de cadas-
tulos e certificados, sem a devida comprovação de situação tramento, a apresentação de todos os documentos relati-
emergencial para não aplicação de avaliação por provas ou vos à fase de habilitação, bem como cláusula que exija a
provas e títulos. comprovação cumulativa de Garantia e de Capital Circulan-
te Líquido e Patrimônio Líquido mínimos, pois tais exigên-
(Homologação de Medida Cautelar em Representa- cias restringem a competitividade do certame.
ção de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 255/2018-TP. Julgado em (Homologação de Medida Cautelar em Representa-
17/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/07/2018. Pro- ção de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Substituto
cesso nº 20.245-2/2018). Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 17/2018-TP. Julgado em
06/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/03/2018.
Processual. Medida cautelar. Suspensão de aquisi- Processo nº 33.530-4/2017).
ção de item licitatório. Desclassificação de licitante
por exigência não prevista em edital. Processual. Medida Cautelar. Execução de contrato
É passível de suspensão, por meio de medida cautelar, de obras públicas.
a aquisição de item licitado quando restar demonstrado 1. É cabível a adoção de medida cautelar inaudita
que ocorreu a desclassificação de empresa licitante por não altera pars (sem que seja ouvida a outra parte),
apresentar laudo técnico para comprovar a similaridade de pelo Tribunal de Contas, com intuito de suspensão
produtos, sem que tal exigência constasse no edital da li- de execução contratual e respectivos pagamentos,
citação. quando constatado o descumprimento de cláusu-
las contratuais acerca de normas técnicas de se-
(Homologação de Medida Cautelar em Representação gurança em obras públicas (pressuposto de fumus
de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto João boni iuris) e o perigo de dano ao patrimônio públi-
Batista Camargo. Acórdão nº 229/2018-TP. Julgado em co por paralisação dessas obras sem justificativas
20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/07/2018. plausíveis (pressuposto de periculum in mora).
Processo nº 13.760-0/2018). 2. A medida cautelar para suspensão de execução
de contrato de obra pública visa prevenir, conser-
Processual. Medida Cautelar. Suspensão no paga- var, defender ou assegurar a eficácia de um direi-
mento de RGA. to, a fim de garantir a boa aplicação de recursos
É cabível a adoção de medida cautelar, pelo Tribunal de públicos e o fiel cumprimento ao instrumento con-
Contas, com intuito de suspender o pagamento de Revisão tratual, bem como evitar o perigo da consumação
128 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

de eventual dano irreparável ao patrimônio públi- atos do Poder Público, o Tribunal de Contas pode realizar a
co e a direitos dos usuários. modulação da respectiva decisão adotando efeitos ex nunc,
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- de modo a se prestigiar o princípio da segurança jurídica.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 406/2017-TP.
Julgado em 21/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
03/10/2017. Processo nº 24.790-1/2017). ro Substituto Moisés Maciel. Relator-Revisor: Conselheiro
Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 478/2017-TP.
17.10. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Julgado em 05/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
19/12/2017. Processo nº 24.100-8/2015).
Processual. Incidente de inconstitucionalidade. Lei
que cria cargo em comissão para atividades buro- Processual. Incidente de inconstitucionalidade.
cráticas e técnicas. Acréscimos remuneratórios irregulares. Boa-fé do
A criação legal de cargo em comissão, para o desem- servidor e erro exclusivo da Administração.
penho de atividades burocráticas e técnicas de inserção e As leis locais que preveem o pagamento de acréscimos
envio de informações pelo sistema Aplic, configura afronta remuneratórios a servidores públicos, em descumprimento
à exigência constitucional para que o cargo em comissão ao art. 37, XIV, da CF/1988, são passíveis da aplicação de
abarque somente atribuições de assessoramento, chefia e incidente de inconstitucionalidade pelo Tribunal de Con-
direção (art. 37, V), sob pena de a respectiva lei de criação tas, não sendo cabível, no entanto, a devolução de valores
ter sua aplicabilidade afastada no caso concreto, em inci- percebidos de boa-fé por servidor, quando constatado erro
dente de inconstitucionalidade, pelo Tribunal de Contas. exclusivo da Administração e tendo em vista o caráter ali-
mentar da verba recebida.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 138/2018- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
TP. Julgado em 24/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em ro José Carlos Novelli. Acórdão n° 223/2017-TP. Julgado em
08/05/2018. Processo nº 16.241-8/2017). 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017. Pro-
cesso n° 15.282-0/2016).
Processual. Incidente de inconstitucionalidade.
Dispositivo de lei municipal. Acúmulo de cargo Processual. Constitucionalidade. Concessão de
ou função pelo vice-prefeito. Prévia autorização acúmulo de adicional e gratificação por lei.
do Legislativo. Implica em ofensa ao art. 37, XIV, da CF/1988, a lei que
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, concede a servidor gratificações ou adicionais calculados
pode afastar, por meio de incidente de inconstitucionalida- sobre o valor de sua remuneração, estando esta já acres-
de, a aplicabilidade de dispositivo constante de lei orgânica cida de outras gratificações/adicionais, por caracterizar o
municipal que exige prévia autorização da Câmara Muni- chamado “repique” ou “efeito cascata”, podendo o Tribunal
cipal para que vice-prefeito possa acumular outro cargo de Contas afastar a aplicabilidade de tal norma por meio
ou função de confiança, já que tal exigência contraria o do instituto de incidente de inconstitucionalidade.
princípio da separação dos poderes, consubstanciado no
artigo 2º da CF/1988. (Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão n° 200/2017-TP. Julgado
(Denúncia. Relator: Conselheiro Substituto Luiz Carlos em 16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017.
Pereira. Acórdão nº 46/2018-TP. Julgado em 13/03/2018. Processo nº 17.011-9/2016).
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/03/2018. Processo nº
18.266-4/2016). Processual. Constitucionalidade. Leis que criam
cargos em comissão. Atribuições incompatíveis.
Processual. Constitucionalidade. Inaplicabilidade São inconstitucionais as leis que criam cargos em comis-
de lei municipal. Modulação de efeitos. são que não se destinem às atribuições de direção, chefia
Na determinação de inaplicabilidade de lei municipal, ou assessoramento, sob pena de o Tribunal de Contas afas-
em sede de apreciação de constitucionalidade de leis e de tar, em sede de incidente de inconstitucionalidade e com
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 129

efeitos ex nunc, a sua aplicação no caso concreto. cuja finalidade é contribuir para o aprimoramen-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- to da gestão pública por meio de emissão de de-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em terminações e recomendações, bem assim pela
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- fixação de prazo para adoção de providências e
cesso nº 2.493-7/2015). sustação de atos irregulares, evitando a reiteração
de condutas com vícios idênticos.
17.11. REPRESENTAÇÃO
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processual. Representação. Arquivamento de pro- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 149/2020-TP.
cesso. Anulação de certame licitatório. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
A anulação, de ofício, de certame licitatório pela Ad- 09/07/2020. Processo nº 35.644-1/2018).
ministração, não é causa suficiente para arquivamento de
respectivo processo de representação no âmbito do Tribu- Processual. Representação. Irregularidades em lici-
nal de Contas, em que se apura possíveis fatos irregula- tação revogada. Perda do objeto. Exame do mérito.
res do certame, visto que a procedência da representação A revogação de licitação e dos atos dela decorrentes,
possui caráter pedagógico, com a finalidade de se evitar a para a qual tenham sido apontados irregularidades, não
reiteração da prática de atos administrativos contrários à conduz, necessariamente, à perda do objeto de respectiva
legislação, sobretudo aqueles que podem onerar considera- Representação em trâmite no Tribunal de Contas, tendo em
velmente ou mesmo lesar o patrimônio público. Apesar da vista a necessidade do exame de mérito para o exercício
necessária procedência do processo de representação, a fim das funções corretiva (orientação pedagógica da unidade
de instruir o administrador público a evitar reiterados erros, jurisdicionada) e sancionatória, com a finalidade de evitar
não é razoável a aplicação de multa regimental aos respon- a repetição das condutas irregulares.
sáveis por irregularidades no certame analisado, quando
anulado de ofício pela parte representada em tempo hábil (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
e não ter causado lesão aos princípios administrativos ou ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 159/2019-
dano ao erário. SC. Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/11/2019. Processo nº 11.492-8/2019).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 146/2020-TP. Processual. Representação. Perda de interesse pro-
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em cessual. Homologação/adjudicação superveniente
09/07/2020. Processo nº 11.384-0/2019). de objeto licitado.
A superveniente homologação/adjudicação de objeto
Processual. Representação. Revogação ou anula- licitado pela Administração não implica a perda de inte-
ção de certame licitatório. Perda do objeto. resse processual na Representação em trâmite no Tribunal
1. A revogação ou anulação de certame licitatório de Contas em que se alegam nulidades no procedimento
pela Administração não implica em perda auto- licitatório.
mática do objeto de processo de representação
que aprecia tal licitação no Tribunal de Contas, de- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
vendo-se ater às peculiaridades do caso concreto. ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 833/2019-
2. Sempre que um pronunciamento meritório se TP. Julgado em 05/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
revelar útil para consagrar a função corretiva ou 19/11/2019. Processo nº 26.407-5/2017).
pedagógica do Tribunal de Contas, o interesse pú-
blico existente na declaração do melhor direito Processual. Representação. Perda do objeto. Anu-
aplicável justificará a existência de interesse pro- lação ou revogação de processo licitatório pela
cessual, sendo lícito o prosseguimento processual.  Administração.
3. Justifica-se a análise meritória de processos de A revogação ou anulação, pela Administração, de pro-
fiscalização perante o tribunal de contas pela sua cesso licitatório com irregularidades praticadas não ocasio-
natureza, notadamente a sua função corretiva, na a perda do objeto do respectivo processo de Represen-
130 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

tação de Natureza Interna que apura tais fatos irregulares ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 69/2019-TP.
no âmbito do Tribunal de Contas, sendo que o exame do Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
mérito de tal processo objetiva, didaticamente, evitar a 25/03/2019. Processo nº 14.056-2/2018).
reiteração dos mesmos erros verificados. O simples fato
de ocorrer revogação ou anulação do pleito licitatório não Processual. Representação. Licitante. Legitimidade
elimina, em tese, a ilicitude que estava em curso. para atuar como parte processual e propor recur-
sos.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- 1. O licitante que representa ao Tribunal de Con-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 82/2019- tas contra irregularidades na aplicação da Lei nº
PC. Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 8.666/93 não é parte nos respectivos autos, não
18/09/2019. Processo nº 8.490-5/2019). possuindo legitimidade para neles propor recur-
sos, visto que sua participação se encerra com a
Processual. Representação. Terceiro representante. apresentação da própria representação, conforme
Legitimidade para proposição de recurso. disposição expressa do art. 219, § 2º, Resolução nº
1. O Tribunal de Contas pode ser provocado por ter- 14/2007 do TCE/MT.
ceiros, por meio de denúncias e representações, 2. O representante, ao comunicar irregularidades nos
contudo, o representante, em regra, não é con- procedimentos licitatórios, trazendo fatos, provas
siderado parte no processo, não podendo nele e indícios de ilegalidade, exerce a função de cola-
atuar, ou mesmo apresentar qualquer tipo de borador do Tribunal de Contas, com o intuito de
recurso, quando houver decisão contrária à sua preservar o interesse público primário e, ao mesmo
pretensão. tempo, auxiliar a fiscalização da gestão dos recur-
2. O terceiro que tenha realizado representação não sos públicos.
é parte processual, não possuindo legitimidade
para propor recurso de agravo, seja porque o pró- (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
prio Regimento Interno do TCE-MT lhe nega essa Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 380/2018-TP. Julgado
condição, seja porque a natureza dos processos em 18/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/09/2018.
de controle externo não comporta a defesa de Processo n° 26.407-5/2017).
direitos e interesses privados.
3. A condição do representante perante o órgão de Processual. Representação Interna. Ausência de
controle externo é de colaborador, não de parte notificação do defendente. Nulidade.
ou interessado, cuja participação encerra-se com A ausência de notificação do defendente, para apresen-
o protocolo da representação. tação de alegações finais em representação de natureza
interna, não acarreta nulidade absoluta que justifique a
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta anulação do trânsito em julgado do respectivo acórdão,
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 617/2019-TP. Julgado em quando o princípio da ampla defesa tiver sido assegurado e
27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019. se da análise técnica da defesa não resultar em inovação ou
Processo nº 26.119-0/2018). em agravamento da tipicidade das condutas consideradas
irregulares.
Processual. Representação. Perda do objeto. Anu-
lação de pregão irregular. (Pedido de Rescisão. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
A anulação, pela Administração, de pregão presencial queline Jacobsen. Acórdão nº 2.960/2015-TP. Julgado em
com atos irregulares praticados não ocasiona a perda do 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
objeto do respectivo processo de Representação que apura Processo nº 18.946-4/2013).
tais atos, na medida em que seu prosseguimento tem ca-
ráter didático para o gestor público sob a jurisdição do Tri- Processual. Representação Interna. Abertura de
bunal de Contas, evitando a reiteração dos mesmos erros. processo. Denúncia anônima.
1. A abertura de processo de Representação Interna,
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- com base exclusivamente em denúncia anônima,
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 131

não encontra amparo constitucional, tendo em


vista a vedação ao anonimato prevista no inciso (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
IV, do art. 5º, da CF/1988. Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 133/2020-TP.
2. A denúncia anônima pode servir como fonte de Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
informação inicial para a realização de investiga- 09/07/2020. Processo nº 19.584-7/2015).
ção preliminar pelas unidades técnicas do Tribunal
de Contas, com o objetivo de averiguar a veraci- Processual. Prescrição intercorrente. Atividades de
dade dos fatos denunciados. controle externo.
3. É admissível a aber tura de processo de Não se aplica às atividades de controle externo, exer-
Representação Interna proposta por unidade téc- cidas pelo Tribunal de Contas, a prescrição intercorrente
nica do Tribunal de Contas, tendo como base ele- prevista no art. 1º, § 1º, da Lei Federal nº 9.873/99, por se
mentos de provas obtidos a partir de investigação tratar de instituto direcionado a cuidar, especificamente, de
preliminar da veracidade dos fatos noticiados por prazos prescricionais de ações punitivas da Administração
meio de denúncia anônima. Pública Federal no exercício do poder de polícia.

(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 683/2015- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 104/2018-PC.
TP. Julgado em 10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em Julgado em 24/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
25/03/2015. Processo nº 27.421-6/2013). 13/11/2018. Processo nº 30.387-9/2013).

Processual. Representação de Natureza Externa. Processual. Prescrição intercorrente. Atividades de


Apresentação de fatos irregulares pelo vereador controle externo.
ao Tribunal de Contas. Não se aplica às atividades de controle externo, exer-
A apresentação de alegação de fatos irregulares ocorri- cidas pelo Tribunal de Contas, a prescrição intercorrente
dos na Administração ao Tribunal de Contas, pelo vereador, prevista no art. 1º, § 1º, da Lei Federal nº 9.873/99, por se
deve ser recebida como Representação de Natureza Exter- tratar de instituto jurídico direcionado a cuidar, especifica-
na, uma vez que se trata de autoridade pública munici- mente, de prazos prescricionais de ações punitivas da Ad-
pal que representa a população no Legislativo municipal, ministração Pública Federal, Direta e Indireta, no exercício
incidindo o artigo 224, inciso I, alínea “a”, do Regimento do poder de polícia.
Interno do TCE-MT, não cabendo, nessa condição, o recebi-
mento como denúncia com base no artigo 217 do mesmo (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
Regimento. Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 82/2018-PC.
Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 19/10/2018. Processo nº 19.703-3/2007).
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.405/2014-TP. Julgado
em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014. Processual. Prescrição. Pretensão punitiva. Multas.
Processo nº 7.552-3/2013). Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de
multas pelo Tribunal de Contas em processos do controle
17.12. PRESCRIÇÃO externo, em alinhamento às regras de prescrição adotadas
pela Administração Pública Federal por força do art. 1º da
Processual. Prescrição. Pretensão punitiva. Lei nº 9.873/99.
A prescrição da pretensão punitiva, nos processos de
controle externo de competência do Tribunal de Contas, (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Waldir
subordina-se ao prazo geral de 10 anos previsto no artigo Júlio Teis. Acórdão nº 402/2017-TP. Julgado em 05/09/2017.
205 do Código Civil, tendo como marco inicial a ocorrência Publicado no DOC/TCE-MT em 28/09/2017. Processo nº
da irregularidade sancionada e como marco interruptivo o 24.207-1/2004).
ato que ordenar a citação.
132 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Processual. Prescrição. Aplicação de multas. Pres- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Moi-
crição intercorrente. sés Maciel. Acórdão nº 217/2016-TP. Julgado em 19/04/2016.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. Processo nº
multa pelo Tribunal de Contas (pretensão punitiva), ado- 18.883-2/2015).
tando-se, por analogia, a regra prescricional consignada no
art. 1º da Lei Federal nº 9.873/1999, aplicando-se, também, Processual. Prescrição intercorrente. Tribunal de
no âmbito da Corte de Contas, o instituto da prescrição Contas.
intercorrente. Nos processos de competência do Tribunal de Contas,
quanto à pretensão punitiva, não se aplica o instituto da
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Júlio prescrição intercorrente.
Teis. Acórdão nº 430/2016-TP. Julgado em 16/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016. Processo nº (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
12.469-9/2004). selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
3.550/2015-TP. Julgado em 21/10/2015. Publicado no DOC/
Processual. Prescrição. Ressarcimento ao erário. TCE-MT em 26/11/2015. Processo nº 23.949-6/2004).
A pretensão ressarcitória no âmbito dos processos da
competência do Tribunal de Contas, considerando a ocor- 17.13. SANÇÃO PECUNIÁRIA
rência de desvios ou má aplicação de recursos públicos,
é imprescritível, com fundamento no artigo 37, § 5º, da Processual. Multa administrativa. Natureza.
Constituição da República. A multa administrativa aplicada pelo Tribunal de Con-
tas não possui natureza de tributo, mas sim de sanção,
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Júlio visando a reprimir (caráter penalizador) o agente público
Teis. Acórdão nº 430/2016-TP. Julgado em 16/08/2016. que concorre, a título de dolo ou culpa, para a prática de
Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016. Processo nº ilegalidades, e a evitar que estas voltem a ocorrer (caráter
12.469-9/2004). pedagógico).

Processual. Prescrição. Aplicação de multas pelo (Recurso Ordinário. Acórdão nº 874/2019-TP. Julgado
Tribunal de Contas. em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de Processo nº 2.636-0/2015).
multas pelo Tribunal de Contas, alinhando-se às regras de
prescrição adotadas pela Administração Pública Federal, Processual. Tribunal de Contas. Multa administra-
conforme previsões legais de Direito Público, a exemplo do tiva. Multa por atos de improbidade.
art. 1º da Lei Federal nº 9.873/1999, não sendo adequada a 1. A multa aplicada pelo Tribunal de Contas tem
aplicação dos prazos prescricionais estabelecidos no Código como fundamento sua Lei Orgânica e não se con-
Civil, por configurarem regras de natureza privada. funde com a multa prevista na Lei 8.429/1992 por
atos de improbidade administrativa.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Sérgio 2. As instâncias administrativa e judicial são inde-
Ricardo. Acórdão nº 393/2016-TP. Julgado em 02/08/2016. pendentes, razão pela qual não há impedimento
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016. Processo nº para a apreciação concomitante do mesmo fato
24.146-6/2013). pelo Poder Judiciário e no âmbito do controle ex-
terno do Tribunal de Contas, podendo haver a dis-
Processual. Prescrição. Aplicação de multa admi- cussão e responsabilização em ambas as esferas,
nistrativa pelo Tribunal de Contas. sem que isto represente um bis in idem.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
multa administrativa pelo Tribunal de Contas. Tal inteli-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 38/2019-PC. Julgado em
gência alinha-se às regras de prescrição adotadas pela Ad-
08/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/05/2019.
ministração Pública Federal, nos termos do art. 1º da Lei
Processo nº 17.084-4/2018).
Federal nº 9.873/1999.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 133

Processual. Sanções pecuniárias. Dosimetria. Cri- Processual. Aplicação de multa. Ausência de dano
térios. ao erário.
No âmbito da jurisdição do Tribunal de Contas, não ca- A ausência de dano ao erário não é suficiente para
be explicitar quais foram os critérios objetivos e específicos afastar uma possível aplicação de multa pelo Tribunal de
utilizados na dosimetria de sanções pecuniárias impostas, Contas por condutas praticadas por agentes públicos em
visto que o seu quantum não está vinculado à capacida- desconformidade com a lei.
de econômica ou à condição social do responsável, como (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
ocorre no Direito Penal. Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 116/2017-TP. Julgado em
28/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/04/2017.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Processo nº 8.489-1/2011).
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 503/2018-TP. Julgado em
30/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/11/2018. Pro- Processual. Sanções. Empresas contratadas. Servi-
cesso nº 2.512-7/2015). dor público e/ou gestor público.
A possibilidade de imputação de sanções pelo Tribunal
Processual. Aplicação de multa. Ausência de dano de Contas do Estado de Mato Grosso, às empresas con-
ao erário. Inexistência de dolo ou má-fé. tratadas por seus fiscalizados, restringe-se às situações de
1. A ausência de dano ao erário não afasta a possi- dano ao erário e de fraude, sendo que no caso de des-
bilidade de aplicação de multa pelo Tribunal de cumprimento ou inadimplência contratual cabe à própria
Contas, por se tratar de sanção pecuniária que vi- Administração imputar à contratada as sanções previstas
sa a punição do agente que age em desconformi- no contrato e na Lei nº 8.666/93. A aplicação, pelo Tribunal,
dade com o ordenamento jurídico, como forma de de multa por ato praticado com grave infração à norma
reprimenda e/ou prevenção de novos atos ilícitos legal ou regulamentar pode alcançar somente o servidor
ou ilegítimos. público e/ou gestor responsável, nos termos do art. 75, III,
2. A aplicação de penalidades pelo Tribunal de Con- c/c art. 77, da Lei Complementar nº 269/2007 (Lei Orgânica
tas não pressupõe a existência de dolo ou má-fé do TCE-MT).
por parte do gestor público, que pode ser respon-
sabilizado por ato culposo decorrente de negligên- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
cia, imprudência ou imperícia. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 648/2016-TP. Julgado
em 16/12/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/01/2017.
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto Processo nº 2.094-0/2015).
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 318/2018-TP. Julgado em
14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
Processo nº 3.106-2/2016). tas. Princípio da vedação ao confisco.
As multas aplicadas pelo Tribunal de Contas são con-
Processual. Sanção pecuniária. Falecimento do sideradas títulos executivos (art. 71, § 3°, CF/1988), o que
agente público. possibilita sua imediata execução, e não se submetem ao
Constatado o falecimento de ex-agente público, res- princípio constitucional da vedação ao confisco (art. 150, IV)
ponsável por atos de gestão inquinados de ilegalidade e que é aplicado no âmbito do Direito Tributário.
apreciados em processo de contas, não se aplica respectiva
sanção pecuniária devido à extinção de punibilidade (art. (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substitu-
107, Código Penal) e porque a sanção tem caráter persona- to Moisés Maciel. Acórdão nº 14/2016-TP. Julgado em
líssimo nos termos do art. 5º, inciso XLV, da Constituição 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
Federal. Processo nº 27.362-7/2015).

(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto Luiz


Henrique Lima. Acórdão nº 34/2018-PC. Julgado em
15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/06/2018.
Processo nº 21.565-1/2017).
134 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Processual. Sanção pecuniária. Falecimento de ges- Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
tor. Trânsito em julgado de decisão. Princípio da tas. Irregularidades não classificadas em regula-
intransmissibilidade da pena. mento normativo específico.
O falecimento de gestor antes do trânsito em julgado O regulamento normativo específico do Tribunal de
de decisão do Tribunal de Contas que tenha aplicado multa Contas que estabelece a classificação de irregularidades
pela prática de atos ilegais, embora não seja óbice à conti- e os parâmetros para gradação das multas confere maior
nuidade do processo e à condenação pelo ressarcimento de transparência à tutela prestada, mas não se presta a atri-
eventual prejuízo causado ao erário, é causa de extinção da buir caráter exaustivo ao rol de situações classificadas co-
pretensão punitiva do Estado, tendo em vista que, segundo mo irregulares, sendo que as irregularidades não classifi-
o princípio constitucional da intransmissibilidade da pena cadas também são passíveis de sanção.
(art. 5º, XLV), a sanção de natureza personalíssima não po-
de ser imputada e executada em desfavor dos sucessores. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 19/2015-TP. Julgado
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja- em 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
queline Jacobsen. Acórdão nº 2.393/2015-TP. Julgado em Processo nº 6.717-2/2014).
02/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2015.
Processo nº 12.651-9/2007). Processual. Envio extemporâneo de informações
por desatualização de sistema. Caso fortuito e for-
Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul- ça maior não configurados.
ta. Princípio da legalidade. A falta de atualização de sistema informatizado, por
A aplicação de multa pelo Tribunal de Contas, com fun- meio do qual se envia documentos e informações ao Tri-
damento no art. 70, I, c/c art. 75, VIII, da Lei Complementar bunal de Contas, em regra, não é motivo suficiente para
nº 269/2007, por atraso no cumprimento da obrigação legal caracterizar caso fortuito ou força maior, não se podendo
de envio de documentos e informações definidas por meio então cogitar a exclusão de penalidade pelo encaminha-
de resolução normativa, atende ao princípio da legalidade, mento extemporâneo de informações.
tendo em vista que ao Tribunal, no âmbito de sua compe-
tência e jurisdição, assiste o poder para regulamentar os (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
documentos e informações que devem ser apresentados Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 555/2014-TP. Julgado em
por seus jurisdicionados (artigos 2º e 3º da Lei Complemen- 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014.
tar nº 269/2007). Processo nº 16.913-7/2013).

(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 697/2015-TP. Julgado em tas. Irregularidades não classificadas em regula-
10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Pro- mento normativo específico.
cesso nº 19.486-7/2012). O regulamento normativo específico do Tribunal de
Contas que estabelece parâmetros de gradação das mul-
tas e a classificação de irregularidades confere maior trans-
parência à tutela prestada, mas não se presta a atribuir
caráter exaustivo ou taxativo ao rol de situações classifi-
cadas como irregulares, sendo que as irregularidades não
classificadas também são passíveis de aplicação de multa.

(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu-


to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 16/2014-TP. Julgado
em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014.
Processo nº 13.932-7/2011).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 135

17.14. RECURSO ORDINÁRIO Processual. Recurso. Alcance de exclusão de multa


a demais interessados.
Processual. Recurso ordinário. Ausência de argu- A exclusão de multa deferida a recorrente, por meio do
mentos concretos. Rediscussão da matéria. Des- afastamento de irregularidade em análise de recurso inter-
necessidade de apreciação de todos argumentos posto, alcança os demais interessados multados em virtude
pelo julgador. da mesma ocorrência, tendo em vista a dicção do artigo
1. A mera insatisfação em sede recursal, sem a apre- 509 do Código Processual Civil (art. 1.005 do novo CPC), de
sentação de robustos e concretos argumentos, que “o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos
com base em novos elementos capazes de alterar aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses”.
a decisão recorrida, limitando-se a reproduzir os
mesmos argumentos apresentados em sede de (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Júlio
defesa e buscando-se tão somente a rediscussão Teis. Acórdão nº 106/2016-TP. Julgado em 08/03/2016.
da matéria, implica em não provimento do respec- Publicado no DOC/TCE-MT em 18/03/2016. Processo nº
tivo recurso ordinário. 3.044-9/2014).
2. A alegação de insuficiência de fundamentação na
decisão recorrida, por si só, não autoriza o provi- 17.15. RECURSOS: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
mento recursal, pois, desde que demonstre mo-
tivo suficiente para fundar a decisão, o julgador, Processual. Embargos de declaração. Reforma de
para expressar sua convicção, não se obriga a ater- Acórdão. Enfrentamento de todos argumentos
-se aos fundamentos indicados pelo interessado e opostos.
muito menos a responder um a um todos os seus 1. A intenção do embargante em reformar Acórdão
argumentos. prolatado pelo Tribunal de Contas, por entender
ter sido equivocado o respectivo julgamento, não
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto é cabível na estreita via dos Embargos de Decla-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 468/2017-TP. Julgado em ração, porque esse recurso é incompatível com a
30/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/12/2017. Pro- pretensão de se adentrar no mérito do julgado,
cesso nº 12.361-7/2012). com o fim de revisitar matéria já devidamente
apreciada.
Processual. Recurso Ordinário. Inaplicabilidade do 2. Os fundamentos dos Embargos de Declaração de-
efeito devolutivo amplo. vem conservar o intuito claro e manifesto de sa-
Os recursos ordinários interpostos ao TCE/MT são rece- near vícios acidentais, eventualmente observados
bidos com efeito devolutivo, o qual obriga o reexame ape- na essência da respectiva decisão, concernentes à
nas dos pontos explicitamente especificados e delimitados alguma hipótese de obscuridade, contradição ou
na peça recursal, sendo inaplicável o “efeito devolutivo am- omissão, o que pode, apenas como consequência
plo”. Por isso, nesses recursos não são apreciados pedidos direta e necessária à reparação do defeito identifi-
genéricos e imprecisos, conforme preceito do art. 273, V, cado, ter efeito infringente (modificativo).
do Regimento Interno do TCE/MT (Resolução nº 14/2007). 3. O artigo 489, § 1°, VI, do Código de Processo Civil
não exige o enfrentamento de todos os argumen-
(Embargos de Declaração. Relatora: Conselheira Substi- tos da defesa opostos em embargos de declara-
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 147/2017-TP. Julgado ção, mas apenas daqueles capazes de infirmar a
em 04/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2017. conclusão adotada pelo julgador.
Processo nº 2.909-2/2014).
(Embargos de Declaração. Relatora: Conselheira Substi-
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 638/2019-TP. Julgado
em 03/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/09/2019.
Processo nº 10.028-5/2016).
136 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Processual. Recursos. Embargos de declaração.


Obscuridade, contradição ou erro material. Re- (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi-
quisitos da contradição. tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 358/2019-TP. Julgado
1. Os embargos de declaração são cabíveis somen- em 11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/06/2019.
te quando houver, no ato decisório, obscuridade, Processo nº 24.529-1/2015).
omissão, contradição ou erro material, não sen-
do viável a sua oposição com o escopo único de Processual. Recursos. Embargos declaratórios. Con-
reapreciação do julgado, salvo nos casos em que tradição. Características.
se constate quaisquer dos vícios apontados e a 1. A contradição que autoriza a oposição de em-
correção destes leve à modificação da decisão bargos declaratórios é a interna, ou seja, a dis-
embargada. crepância existente entre as proposições no bojo
2. A contradição ocorre quando o acórdão trouxer do próprio julgado impugnado, e não entre a sua
proposições entre si inconciliáveis, contradição conclusão pessoal – a do embargante – e o que
essa que pode existir entre as proposições conti- foi discutido nos autos.
das na motivação ou entre proposições da parte 2. A contradição para efeito de embargos declarató-
decisória, isto é, incompatibilidade entre capítulos rios caracteriza-se quando ocorre uma oposição
do acórdão, podendo surgir, também, entre pro- real entre os fundamentos e a decisão. Nesse
posição enunciada na motivação decisória e o dis- caso, por regra, não há reabertura total do julga-
positivo ou entre a ementa e o corpo do acórdão. mento, mas apenas a reavaliação de premissas
3. Não cabe alegação de contradição entre o acórdão decisórias já constantes do ato decisório, elimi-
embargado e “doutrina”, “jurisprudência” ou mes- nando-se aquela que fere o espírito real do ato
mo “comando legal”. embargado.

(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi- (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 533/2019-TP. Julgado em tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 208/2019-TP. Julgado
14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2019. em 07/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2019.
Processo nº 11.385-9/2016). Processo nº 19.886-2/2013).

Processual. Embargos de declaração. Reforma de Processual. Embargos de Declaração. Omissão.


julgamento singular homologado pelo Plenário. Motivação per relationem ou aliunde.
Carece de interesse recursal (artigos 17 e 996 do CPC), 1. Não caracteriza omissão, para efeito de provimen-
sob o prisma da utilidade, a recorrente que maneja em- to de Embargos de Declaração, a adoção de ra-
bargos declaratórios pleiteando a reforma de julgamento zões de decidir pelo conselheiro relator com base
singular que já foi objeto de homologação pelo Plenário em fundamentos expostos em relatório técnico
do Tribunal de Contas, de modo que o seu provimento ou parecer ministerial, chamada motivação per
não representaria nenhum resultado prático à embargante. relationem ou aliunde.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi- 2. A aplicação da motivação aliunde, caracterizada
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 407/2019-TP. Julgado pela indicação ou declaração de concordância com
em 27/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019. os fundamentos apresentados em relatório técni-
Processo nº 11.672-6/2019). co ou parecer ministerial, não configura negativa
de apreciação da demanda e não representa ofen-
Processual. Embargos de declaração. Efeitos infrin- sa ao princípio da motivação dos atos decisórios
gentes. do Tribunal de Contas.
É admitido, em caráter excepcional, o uso de embargos
de declaração com efeitos infringentes (modificativos), para (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu-
a correção de contradição existente no acórdão recorrido, to João Batista Camargo. Acórdão nº 441/2018-TP. Julgado
quando tal medida for decisiva para o resultado do em 09/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/10/2018.
julgamento. Processo nº 7.853-0/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 137

Processual. Embargos de Declaração protelatórios. sé Carlos Novelli. Acórdão nº 407/2016-TP. Julgado em


Aplicação de multa. 02/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016.
Quando manifestamente protelatórios os embargos de Processo nº 3.023-6/2014).
declaração, consubstanciados na pretensão de não só redis-
cutir questões de fato e de direito que foram suficientemen- Processual. Embargos de declaraçãsoo. Interposi-
te analisadas e decididas em deliberações anteriores, como ção antes do termo inicial do prazo.
também na formulação de quesitos confusos e vagos, cabe A oposição de embargos de declaração antes da publi-
aplicação de multa ao embargante, conforme disposição cação da decisão recorrida é tempestiva, tendo em vista
do art. 1026, § 2º, do Código de Processo Civil, aplicável às que nos termos do art. 218, § 4º, do Código de Processo
Cortes de Contas. Civil, o ato praticado antes do termo inicial do prazo recur-
sal deve ser considerado tempestivo.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 333/2018-TP. Julgado em
Acórdão nº 252/2016-TP. Julgado em 03/05/2016. Publica-
21/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
do no DOC/TCE-MT em 13/05/2016. Processo nº 15.688-
Processo nº 875-3/2015).
4/2014).

Processual. Embargos de declaração por omissão. Processual. Recursos. Embargos de Declaração.


Análise de todos argumentos. Rediscussão do mé- Apreciação de todos os argumentos das partes.
rito. Não cabe o conhecimento de recurso de embargos de
1. Os embargos de declaração por omissão não se
declaração por omissão proposto em razão de ausência de
prestam a forçar o conselheiro relator a proceder
enfrentamento, pelo conselheiro relator, de todos os ar-
análise pontual de todos os argumentos apresen-
gumentos apresentados pelas partes na decisão recorrida,
tados pela defesa, caso os fundamentos apresen-
tendo em vista que o relator não está obrigado a responder
tados na decisão tenham sido suficientes para
a todas as alegações das partes, desde que os fundamen-
amparar o posicionamento final.
tos apresentados na decisão tenham sido suficientes para
2. A pretensão de rediscussão do mérito de matéria
amparar o posicionamento final do órgão julgador.
decidida pelo Tribunal de Contas é incompatível
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi-
com a espécie recursal Embargos de Declaração.
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.995/2015-TP. Julgado
em 12/05/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2015.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Sérgio
Processo nº 8.106-0/2013).
Ricardo. Acórdão nº 460/2016-TP. Julgado em 23/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2016. Processo nº
Processual. Embargos de declaração. Enfrentamen-
25.485-1/2015).
to de alegações pelo conselheiro relator.
A ausência de enfrentamento pelo conselheiro relator
Processual. Embargos de declaração por omissão. de todas as alegações das partes, por ocasião de manifesta-
Análise de todos argumentos. Rediscussão do mé- ção final, não caracteriza omissão, cabendo indeferimento
rito. aos respectivos embargos de declaração propostos, tendo
1. Os embargos de declaração por omissão não se
em vista que o relator não está obrigado a responder a
prestam a forçar o Conselheiro relator a proceder
todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado
análise pontual de todos os argumentos apresen-
motivo suficiente para fundamentar a decisão e quando já
tados pela defesa, caso os fundamentos apresen-
incorpora, às suas razões de decidir, as análises empreen-
tados na decisão tenham sido suficientes para
didas pela unidade técnica ou pelo Ministério Público de
amparar o posicionamento final.
Contas.
2. A pretensão de rediscussão do mérito de matéria
decidida pelo Tribunal de Contas é incompatível (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu-
com a espécie recursal Embargos de Declaração. to Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 1.408/2014-TP. Julgado
em 14/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/09/2014.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Jo- Processo nº 8.463-8/2012).
138 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Processual. Embargos de declaração. Reanálise de rada e fundamentada no contexto fático probatório dos
matéria apreciada. autos e a contradição ocorrer entre a decisão embargada e
A proposição de reanálise de matéria já apreciada pelo outro julgado que adota posicionamento diverso, uma vez
Tribunal em Contas em decisão anterior, com vistas à sua que, a contradição, apta a ensejar embargos declaratórios,
reforma, não é cabível por meio de embargos de declara- deve residir no próprio texto do acórdão embargado, de
ção, que se destina somente a suprir obscuridade, afastar tal forma que se verifique uma ausência de conexão lógica
contradições e eliminar omissões da decisão recorrida. entre a fundamentação utilizada e a parte dispositiva do
julgado.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 1.187/2014-TP. (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu-
Julgado em 10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 16/2014-TP. Julgado
04/07/2014. Processo nº 6.976-0/2012). em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014.
Processo nº 13.932-7/2011).
Processual. Embargos de declaração. Não provi-
mento por não invocação de corresponsabilidade 17.16. RECURSOS: AGRAVO
pela parte em defesa.
Não há que se falar em omissão, não cabendo provi- Processual. Recurso de agravo. Reabertura da ins-
mento dos respectivos embargos de declaração, o fato de trução processual por inconformismo com decisão
o julgador não ter apenado os supostos corresponsáveis por recorrida.
ato administrativo irregular, quando a corresponsabilidade Não cabe provimento de agravo contra julgamen-
não tenha sido invocada pela parte na defesa, ou seja, no to singular, quando o recorrente almeja a reabertura da
momento processual oportuno. instrução processual por não se conformar com a decisão
exarada, deixando de indicar error in judicando ou er-
(Embargos de Declaração. Relatora: Conselheira Substi- ror in procedendo que justifique a retratação da decisão
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 569/2014-TP. Julgado agravada, ou, ainda, mudanças das circunstâncias fáticas
em 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/04/2014. ou jurídicas. Assim, incabível agravo que deixa de atacar
Processo nº 5.582-4/2012). especificamente os fundamentos da decisão recorrida, de
forma a demonstrar que o entendimento esposado merece
Processual. Embargos de declaração. Erro material modificação.
por valor de multa. Provimento parcial.
Quando detectado erro material no momento da leitura (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
do voto, que consista na diferença entre o valor da multa Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 78/2019-TP. Julgado em
publicado e o valor lido no Tribunal Pleno, e que seja in- 19/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/03/2019.
capaz de comprometer o raciocínio jurídico desenvolvido Processo nº 34.688-8/2017).
pelo relator, devem ser providos parcialmente os respecti-
vos embargos de declaração, para tão somente elucidar tal Processual. Agravo. Legitimidade recursal.
ponto, sem qualquer modificação da conclusão da decisão. A parte que não interpôs recurso ordinário não é legíti-
ma para propor agravo contra a decisão que negou conhe-
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu- cimento a recurso ordinário postulado por terceiros.
to João Batista Camargo. Acórdão nº 577/2014-TP. Julgado
em 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Waldir Teis.
Processo nº 12.608-0/2012). Acórdão nº 1.299/2014-TP. Julgado em 08/07/2014. Publi-
cado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº 17.495-
Processual. Recursos. Embargos de declaração. 5/2013).
Contradição entre a decisão embargada e outros
precedentes.
Não cabe a interposição de embargos de declaração
quando a decisão embargada estiver devidamente ampa-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 139

Processual. Recursos. Agravo regimental. Ausência em 18/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/09/2018.


de previsão regimental. Processo nº 19.086-1/2018).
Não cabe a interposição de agravo regimental no
âmbito do Tribunal de Contas, por ausência de previsão Processual. Pedido de Rescisão. Novas provas.
regimental, visto que o rol dos recursos passíveis de in- 1. O Pedido de Rescisão é medida de caráter excep-
terposição é, regra geral, exaustivo, não se permitindo ao cional que não constitui espécie recursal, tendo
recorrente instituir, a seu critério, os meios e as formas de como pressupostos indispensáveis – além daque-
se impugnar uma decisão. les comuns às outras naturezas processuais – a
decisão de mérito irrecorrível e a configuração de
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto um dos requisitos específicos regimentais (art.
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 31/2014-TP. Julgado em 251, I a VI, da Resolução 14/2007 do TCE-MT), não
18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. sendo o simples inconformismo do interessado
Processo nº 5.393-7/2011). motivo suficiente para aplicação de tal instituto.
2. Para efeito de cabimento do Pedido de Rescisão,
Processual. Recursos. Interposição de recurso não considera-se “novo elemento de prova” um docu-
previsto em regimento. Caráter protelatório. mento desconhecido pelo Tribunal no momento
A interposição de recurso não previsto no Regimento da decisão, mas existente à época dos fatos.
Interno do Tribunal de Contas, após a interposição de Em-
bargos de Declaração não conhecido pelo Tribunal Pleno, (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
que se limita a transcrever os mesmos argumentos utiliza- Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 320/2018-TP. Julgado em
dos em recurso anterior, possui caráter protelatório, com 14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
possibilidade de aplicação de multa ao recorrente. Processo nº 8.645-2/2016).

(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto Processual. Pedido de Rescisão. Reanálise de argu-
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 31/2014-TP. Julgado em mentos ou rediscussão de teses.
18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. A rescisão de acórdão é medida excepcionalíssima, visto
Processo nº 5.393-7/2011). que desconstitui a coisa julgada e, portanto, não possui
a finalidade de reanalisar os argumentos de defesa apre-
17.17. PEDIDO DE RESCISÃO sentados anteriormente ou rediscutir teses que já foram
apreciadas e julgadas para efeito de reforma de decisão,
Processual. Pedido de Rescisão. Novo elemento de devendo o objeto do pedido limitar-se às hipóteses previs-
prova. Rediscussão do mérito. tas no art. 58 da Lei Complementar Estadual nº 269/2007
1. O “documento novo” ou “novo elemento de c/c art. 251 do Regimento Interno do TCE-MT.
prova” hábil para amparar Pedido de Rescisão é
aquele que já existia ao tempo da prolação do jul- (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
gado rescindendo, mas que não foi apresentado Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 121/2018-TP. Julgado
ao Tribunal de Contas, por não ter o autor da res- em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/04/2018.
cisória conhecimento da existência do documento Processo nº 15.218-8/2016).
ao tempo do processo primitivo ou por não lhe
ter sido possível juntá-lo aos autos em virtude de Processual. Pedido de Rescisão. Impossibilidade
motivo estranho a sua vontade. de reexame ou rediscussão de fatos ou teses já
2. O Pedido de Rescisão não pode servir como meio apreciadas.
para rediscussão de mérito, haja vista o seu cará- O Pedido de Rescisão não possui a finalidade de reana-
ter excepcional, conforme prescreve o § 8º, do art. lisar argumentos de defesa apresentados anteriormente
251, do Regimento Interno do TCE-MT. ou de rediscutir teses já apreciadas e julgadas em proces-
so que originou a decisão irrecorrível, sendo necessário
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi- ao proponente, para desconstituir a decisão rescindenda,
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 381/2018-TP. Julgado dentre outros motivos elencados no art. 251 da Resolução
140 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

nº 14/2007 (Regimento Interno do TCE-MT), comprovar a de não concessão de certidão negativa, em razão
ocorrência de violação literal a dispositivo de lei e/ou a do descumprimento do pagamento de condena-
superveniência de novos elementos de prova. ção pecuniária imposta pelo Tribunal de Contas,
não configuram risco de lesão irreparável ou de
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto difícil reparação para efeito de concessão de efeito
Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 408/2017-TP. Julgado suspensivo a Pedido de Rescisão.
em 21/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/10/2017.
Processo nº 11.270-4/2017). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 1.707/2015-TP. Julgado em
Processual. Pedido de Rescisão. Novos elementos 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015.
de prova. Documento novo. Processo nº 6.067-4/2015).
Entende-se como “documento novo”, passível de cons-
tituir superveniência de novos elementos de prova capazes Processual. Pedido de Rescisão. Reexame ou redis-
de ensejar um pedido de rescisão, nos termos do art. 251, II, cussão de fatos e provas.
do Regimento Interno do TCE-MT, aquele que foi ignorado O Pedido de Rescisão não admite reexame ou rediscus-
pela parte no processo originário, seja porque não sabia são de fatos e provas do processo que originou a decisão ir-
de sua existência, seja porque não era possível fazer uso recorrível, uma vez que não se trata de instituto regimental
durante o trâmite desse processo. destinado à verificação de acerto ou desacerto no exame
de provas, sendo cabível somente nas hipóteses taxativas
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Valter Albano. previstas no art. 251 do Regimento Interno do Tribunal de
Acórdão nº 46/2017-TP. Julgado em 21/02/2017. Publica- Contas (Resolução nº 14/2007).
do no DOC/TCE-MT em 03/03/2017. Processo nº 12.210-
6/2016). (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 731/2014-TP. Julgado em
Processual. Pedido de Rescisão. Conversão de mul- 01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/04/2014.
tas. Comparação com outros julgamentos. Processo nº 10.612-7/2013).
A título de argumento justificador de Pedido de Resci-
são, a simples comparação com o julgamento de contas Processual. Pedido de Rescisão. Omissão acerca de
de outros jurisdicionados, por si só, não é suficiente para ação judicial contra agentes públicos. Não carac-
converter multas em recomendações e/ou determinações terização de prova falsa ou vício no julgamento.
legais, tendo em vista que cada sanção aplicada se funda- A omissão em relatório técnico preliminar de auditoria
menta em circunstâncias próprias inerentes a cada caso ou em relatório técnico de defesa acerca de ação judicial
concreto. proposta contra agentes públicos, em que se apura possí-
veis desvios de verbas públicas, não caracteriza prova falsa
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Domingos ou qualquer vício capaz de contaminar o julgamento das
Neto. Acórdão nº 196/2016-TP. Julgado em 12/04/2016. respectivas contas, tendo em vista que os acórdãos profe-
Publicado no DOC/TCE-MT em 20/04/2016. Processo nº ridos pelo colegiado do Tribunal de Contas não estão ads-
6.451-3/2013). tritos aos relatórios técnicos, mas sim conduzido pelo voto
do conselheiro relator, elaborado após análise de todos os
Processual. Pedido de Rescisão. Efeito suspensivo. fatos, argumentos e documentos contidos no processo.
Requisitos.
1. A concessão de efeito suspensivo a Pedido de (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Valter Albano
Rescisão está condicionada à existência de prova da Silva. Acórdão nº 481/2014-TP. Julgado em 11/03/2014.
inequívoca e da verossimilhança do alegado, bem Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014. Processo nº
como a fundado receio de dano irreparável ou de 10.787-5/2012).
difícil reparação à parte interessada (§ 2º, art. 251,
Resolução nº 14/2007 do TCE-MT).
2. A possibilidade de execução judicial do infrator e
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 141

17.18. PEDIDO DE REVISÃO DE PARECER PRÉVIO 17.19. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

Processual. Revisão de Parecer Prévio. Reanálise Processual. Tomada de Contas Especial. Contas Ili-
de fundamentos de fato e de direito. quidáveis. Identificação dos responsáveis.
Não é cabível Pedido de Revisão de Parecer Prévio vi- O processo de Tomada de Contas Especial será arqui-
sando a reanálise de fundamentos de fato e de direito que vado sem julgamento de mérito, e as respectivas contas
embasaram o parecer contrário à aprovação da respectiva declaradas iliquidáveis, quando o conjunto probatório
contas anuais de governo, haja vista que tal instituto não constante dos autos se mostrar insuficiente para identifi-
ostenta natureza recursal, sendo considerado um incidente car os responsáveis pelo dano apontado, comprometendo
processual de natureza administrativa, destinado a corrigir a individualização das condutas, situação essa necessária
eventuais erros materiais ou de cálculo, nos termos do art. para qualquer instrumentalização punitiva.
283-B, V, c/c art. 283-A do Regimento Interno do TCE/MT.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
(Pedido de Revisão de Parecer Prévio. Relator: Conse- Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 135/2018-TP.
lheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 123/2018- Julgado em 24/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
TP. Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/05/2018. Processo nº 4.010-0/2017).
26/04/2018. Processo nº 8.452-2/2016).
17.20. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO
Processual. Revisão de Parecer Prévio. Rediscussão
de teses jurídicas e discussão de fatos novos. Processual. Ressarcimento ao erário. Natureza ju-
O Pedido de Revisão de Parecer Prévio não se presta rídica. Responsabilidade solidária. Aplicação dos
a rediscutir teses jurídicas ou a tratar de fatos novos não princípios da intranscendência e individualização
discutidos no momento processual oportuno e apropria- da pena.
do, mas somente a corrigir eventuais erros materiais ou de Dada a natureza jurídica de reparação civil atribuída às
cálculo, conforme lição do inciso V do artigo 283-B, c/c art. condenações em ressarcimento de valores ao erário, não
283-A do Regimento Interno do TCE/MT. é cabível afastar a responsabilidade solidária imputada ao
agente público, por ato que implique dano ao erário, com
(Pedido de Revisão de Parecer Prévio. Relatora: Conse- fundamento nos princípios da intranscendência e da indi-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 97/2018- vidualização da pena, uma vez que esses princípios devem
TP. Julgado em 10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em ser aplicados apenas no momento de sopesamento das
19/04/2018. Processo nº 8.448-4/2016). condutas individuais dos agentes para fins de definição da
dosimetria de multa.

(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto Luiz


Carlos Pereira. Revisora: Conselheira Substituta Jaqueline
Jacobsen. Acórdão nº 537/2018-TP. Julgado em 13/11/2018.
Publicado no DOC/TCE-MT em 29/11/2018. Processo nº
11.184-8/2017).
142 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

18. RECEITA Receita. Incentivos. Outorga de créditos tributários


como forma de “pagamento” de contrato de obra
Receita. COSIP. Custeio de despesas não vinculadas pública.
à iluminação pública. É ilegal a concessão de créditos outorgados do ICMS
É ilegal a aplicação das receitas oriundas da arrecada- à empresa que celebra contrato com o Estado para exe-
ção da Contribuição para o Custeio do Serviço de Ilumina- cução de obra pública, como forma de “pagamento” pela
ção Pública (COSIP) em despesas não vinculadas à Ilumi- execução da obra, os quais, posteriormente, seriam nego-
nação Pública, a exemplos do consumo de energia elétrica ciados com uma segunda empresa contribuinte do ICMS,
em prédios públicos de uso especial e contas do serviço que compensaria os créditos outorgados com sua dívida
de telefonia. junto à Fazenda, tendo em vista que esse procedimento: a)
implicaria na criação de uma forma de extinção do crédito
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- tributário não prevista no Código Tributário Nacional; b)
lheiro Waldir Júlio Teis. Acórdão n° 251/2017-TP. Julgado configuraria a concessão de incentivo indevido a particular,
em 06/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/06/2017. para realização de obra contratada pelo próprio Estado,
Processo n° 25.561-0/2015). em afronta ao interesse público e ao disposto no artigo
174 da CF/1988; c) criaria o risco de pagamento em dupli-
Receita. Tributos. IPTU. Isenção em lei de cessão cidade pela execução da obra, em razão da deficiência no
de bem público. Lei específica. controle da liquidação e do pagamento da despesa; e d)
É inconstitucional a concessão de isenção do IPTU por extrapolaria o poder regulamentar e criaria modalidade
meio de lei que dispõe sobre a cessão de bem público de incentivo fiscal não concedido por meio de convênio do
municipal a determinada empresa, tendo em vista que a ICMS, celebrado mediante deliberação dos Estados e do
concessão de qualquer benefício fiscal só pode se dar me- Distrito Federal, em afronta ao disposto no artigo 155, § 2º,
diante lei específica que regule exclusivamente a matéria XII, alínea “g”, da CF/1988.
ou o correspondente tributo ou contribuição, nos termos
do art. 150, § 6º, da Constituição Federal. (Contas Anuais de Governo do Estado. Relator: Con-
selheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- 6/2014-TP. Julgado em 27/06/2014. Publicado no DOC/
lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 435/2015-TP. Julgado TCE-MT em 17/07/2014. Processo nº 7.549-3/2014).
em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
Processo nº 30.620-7/2013).

Receita. Arrecadação. Previsão orçamentária. Re-


ceita corrente líquida. Valores de ISSQN com exi-
gibilidade suspensa judicialmente.
Os valores referentes a ISSQN sobre fato gerador espe-
cífico, com exigibilidade suspensa por medida judicial, não
devem fazer parte da previsão orçamentária de arrecada-
ção, nem serem inclusos no cálculo da receita corrente lí-
quida dos exercícios em que não ingressarem efetivamente
no tesouro municipal, tendo em vista que, de acordo com
o regime orçamentário da receita, pertencem ao exercí-
cio financeiro as receitas nele arrecadadas (art. 35, I, Lei
4.320/1964).

(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Val-


ter Albano. Parecer Prévio nº 105/2014-TP. Julgado em
29/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014.
Processo nº 7.722-4/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 143

19. RESPONSABILIDADE (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-


ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 400/2017-TP. Julgado
19.1. DISPOSIÇÕES GERAIS em 05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/09/2017.
Processo nº 2.952-1/2016).
Responsabilidade. Dano ou prejuízo por ato ilícito.
Culpa lato sensu. Responsabilidade. Agentes públicos. Aplicação de
1. Nos Tribunais de Contas, a responsabilização dos multa. Nexo de causalidade.
agentes públicos independe de dano ou prejuízo Para a responsabilização de agente público pelo Tribu-
causado por ato ilícito, sendo necessário somente nal de Contas, mediante aplicação de multa em decorrência
que esteja presente a culpa lato sensu. da prática de ato irregular, não é necessária a caracteri-
2. A culpa lato sensu abrange o dolo e a culpa stric- zação de dolo ou de dano ao erário, sendo suficiente a
to sensu. No dolo a conduta é intencional e na comprovação do nexo de causalidade entre a conduta do
culpa stricto sensu o autor da conduta não quer o responsável e o ato ilegal.
resultado, mas, por negligência, imprudência ou
imperícia, pratica a conduta. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
quim. Acórdão nº 3.005/2015-TP. Julgado em 07/07/2015.
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 329/2019-TP. Julgado em 7.659-7/2013).
04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/06/2019.
Processo nº 9.216-9/2018). Responsabilidade. Dano ao erário. Gestor falecido.
Reconhecida a responsabilidade patrimonial de reparar
Responsabilidade. Natureza subjetiva. Conduta danos causados ao erário por gestor já falecido, referido
culposa. ônus deve ser imputado aos seus sucessores até o limite do
A responsabilidade dos jurisdicionados perante o Tri- valor do patrimônio transferido, não se aplicando no caso,
bunal de Contas é de natureza subjetiva, caracterizada a previsão constitucional da intransmissibilidade da pena
mediante a presença de simples culpa stricto sensu (por (art. 5º, XLV), tendo em vista a natureza indenizatória do
imprudência, negligência ou imperícia), sendo desneces- ressarcimento de dano ao erário.
sária a conduta dolosa ou com má-fé, baseando-se nos
pressupostos de: quantificação do dano; identificação da (Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
conduta culposa; e demonstração do nexo causal entre a queline Jacobsen. Acórdão nº 2.393/2015-TP. Julgado em
conduta e o dano causado. 02/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2015.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Processo nº 12.651-9/2007).
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 321/2018-TP. Julgado em
14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Responsabilidade. Acumulação ilícita de cargos.
Processo nº 1.628-4/2014). Ressarcimento ao erário.
Na hipótese de acumulação ilícita de cargos públicos, a
Responsabilidade. Pessoas jurídicas de direito pri- efetiva prestação dos serviços, a compatibilidade de horá-
vado. Dano ao erário. Possibilidade de responsabi- rios e a boa-fé do agente público afastam a condenação de
lização solidária. ressarcimento ao erário dos valores recebidos pelo servidor,
A atividade de controle exercida pelo Tribunal de Con- uma vez que tal medida sancionatória configuraria enrique-
tas abrange sob sua fiscalização as pessoas jurídicas de cimento sem causa da Administração Pública.
direito privado que participem de ações governamentais
desenvolvidas com recursos públicos, inclusive quando for- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
necedoras de bens e/ou serviços, sendo afeta à competên- lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 10/2015-PC.
cia da Corte de Contas a possibilidade de, eventualmente, Julgado em 15/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
promover a responsabilização solidária dessas pessoas nos 06/05/2015. Processo nº 5.770-3/2014).
casos em que concorram ou provoquem, de alguma forma,
danos ao erário.
144 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Responsabilidade. Irregularidade na gestão de re- caracterização de erro grosseiro na sua conduta,


cursos públicos. Natureza subjetiva. com respectiva aplicação de sanção pecuniária.
A responsabilidade perante o Tribunal de Contas por 2. O erro grosseiro é aquele manifesto, evidente,
irregularidade na gestão de recursos públicos é de natureza inescusável, praticado com culpa grave, caracte-
subjetiva, devendo recair sobre os administradores públicos rizado por ação ou omissão com elevado grau de
e demais responsáveis que derem causa à irregularidade negligência, imprudência ou imperícia.
em decorrência da não observância do dever de cuidado
em suas condutas. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 24/2020-
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- SC. Julgado em 23/06/2020. Processo nº 23.547-4/2016).
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 676/2015-
TP. Julgado em 10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em Responsabilidade. Levantamento patrimonial.
25/03/2015. Processo nº 9.114-6/2013). Gestor.
Ainda que, com base em normatização interna, o inven-
Responsabilidade. Pagamento de juros e multas. tariamento dos bens móveis e imóveis da Administração
Excludente de responsabilidade. Municipal seja de competência do setor de Patrimônio, ca-
O agente público que deu causa ao pagamento de juros be a responsabilização da autoridade gestora, mesmo que
e multas, decorrentes do atraso de obrigações contratuais, indireta, no caso de conduta omissiva em não assegurar
só pode se eximir do dever de ressarcir os cofres públicos a realização de levantamento do patrimônio, haja vista o
caso comprove a ocorrência de fato excludente de respon- seu dever constitucional, inderrogável e intransferível de
sabilidade que se equipare à força maior ou caso fortuito. encaminhar ao Tribunal de Contas, por meio do Balanço
Geral Anual, os lançamentos constantes do Balanço Patri-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- monial que espelhem a devida conciliação entre os regis-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 724/2014-TP. Julgado em tros contábeis e a existência física dos bens.
01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/04/2014.
Processo nº 7.106-4/2013). (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 88/2020-TP. Julgado em
Responsabilidade. Pagamento indevido de servi- 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2020.
ços. Processo nº 14.071-6/2019).
O pagamento de serviços não executados, ou execu-
tados com material inferior ao especificado no contrato, Responsabilidade. Contratação irregular de ser-
enseja aplicação de multa referente a atos de gestão ilegal, viços. Parecer jurídico com erro grosseiro. Gestor
ilegítimo ou antieconômico de que resulte dano ao erário. público.
A decisão tomada com base em parecer jurídico com
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- erro grosseiro, permitindo-se a contratação irregular de ser-
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 469/2014-TP. Julgado viços permanentes por meio de licitação, em detrimento de
em 11/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014. concurso público, não afasta, por si só, a responsabilidade
Processo nº 14.589-0/2007). do gestor público supervisor dos atos.

19.2. GESTOR PÚBLICO / CHEFE DE PODER (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 11/2020-
Responsabilidade. Negligência na emissão de em- SC. Julgado em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
penho prévio. Erro grosseiro. Gestor público. 15/06/2020. Processo nº 27.659-6/2017).
1. O gestor público que negligencia o dever legal de
observar as normas que regem as despesas pú- Responsabilidade. Controle da jornada de traba-
blicas, especialmente quanto à obrigatoriedade lho. Gestor público. Erro grosseiro
de emissão de empenho prévio à realização da A negligência do gestor público no dever de determinar
despesa, é passível de responsabilização pela a instauração de um controle preciso da jornada de traba-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 145

lho dos servidores públicos implica na responsabilização licitatório viciado.


por erro grosseiro, indicando culpa grave, nos termos do 2. A caracterização clara, precisa, completa e ade-
art. 28 da LINDB (Decreto-Lei 4.657/1942), o qual preco- quada do objeto no edital licitatório é condição
niza que “o agente público responderá pessoalmente por essencial para validade do certame licitatório, se-
suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou gundo o disposto nos artigos 14 e 40, I, da Lei nº
erro grosseiro”. 8.666/1993, representando requisito indispensável
à boa e regular execução do contrato.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 143/2020-TP. (Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 113/2018-
09/07/2020. Processo nº 36.521-1/2017). PC. Julgado em 07/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
14/11/2018. Processo nº 13.212-8/2016).
Responsabilidade. Prefeito municipal. Ausência de
dolo ou má-fé. Delegação de atribuições. Culpa in Responsabilidade. Gestor público. Deficiência do
vigilando e in eligendo. projeto básico de obra pública.
1. Ainda que não haja evidência de dolo ou má-fé 1. O gestor deve ser responsabilizado por autorizar e
do prefeito municipal na prática de ilegalidades, homologar processo licitatório com projeto básico
é inescapável a aferição de sua responsabilização desprovido dos elementos técnicos necessários e
a título de culpa in vigilando e in eligendo, pois suficientes para a caracterização da execução de
lhe é exigível assegurar o regular funcionamento obra, bem como planilha orçamentária em des-
da máquina administrativa, mediante o cumpri- conformidade com a Lei nº 8.666/93.
mento dos deveres de natureza governamental 2. Ainda que se entenda pela ausência de dolo, o
e administrativa e através da fiscalização de atos gestor incide em culpa grave, tanto in vigilando
delegados. quanto diretamente, por negligência e imprudên-
2. A delegação pressupõe a existência de hierarquia, cia, bem como por erro grosseiro, inescusável, ao
da qual decorrem o controle, supervisão, fiscaliza- aprovar o projeto básico deficiente, respondendo
ção, aprovação, revisão e avocação das atribuições pelo fato irregular.
delegadas aos delegatários, sob pena de respon-
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
der o delegante, por culpa in vigilando e por culpa
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 299/2018-
in eligendo.
TP. Julgado em 07/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/08/2018. Processo nº 23.798-1/2015).
(Recurso Ordinário. Acórdão nº 874/2019-TP. Julgado
em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019.
Responsabilidade. Ausência de custos unitários
Processo nº 2.636-0/2015).
e BDI em certame licitatório. Gestor municipal,
Responsabilidade. Definição imprecisa de objeto presidente de comissão permanente de licitação
licitatório. Gestor público deflagrador do certame. e parecerista jurídico.
Presidente da Comissão Permanente de Licitação. Respondem pela ausência de detalhamento dos custos
1. São responsáveis pela irregularidade decorrente unitários e pela não indicação de BDI (Benefícios e Despe-
de definição imprecisa de objeto licitatório: o ges- sas Indiretas) na planilha orçamentária de certame licitató-
tor público que autoriza a deflagração do certa- rio de obra pública: o ex-administrador público municipal,
me licitatório, assinando o respectivo edital que por ter autorizado a licitação; o presidente da Comissão
contenha imprecisão perceptível de seu objeto, o Permanente de Licitação (CPL) e o parecerista jurídico por
que caracteriza evidente erro grosseiro; e o presi- não identificarem ou indicarem a irregularidade.
dente da Comissão Permanente de Licitação que (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
assina o edital licitatório e conduz a sessão de re- ro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 236/2018 – TP.
cebimento de envelopes e abertura de propostas, Julgado em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
contribuindo para a realização de procedimento 05/07/2018. Processo nº 23.426-5/2015).
146 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Responsabilidade. Deficiência de projeto básico de (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
obra pública. Gestor municipal. tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 84/2017- TP.
A responsabilização de ex prefeito municipal pela de- Julgado em 28/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
ficiência de projeto básico de obra pública deve ser rela- 14/12/2017. Processo nº 8.246-5/2016).
tivizada, porquanto a confecção e análise técnica de tal
instrumento cabem ao secretário do setor solicitante e Responsabilidade. Gestor e cessionário. Solidarie-
ao presidente da comissão permanente de licitação. Aos dade. Cessão de bens móveis. Extravio. Ressarci-
administradores municipais, a responsabilidade pela in- mento ao erário.
completude de projetos básicos deve ser atribuída com Respondem, solidariamente, pelo extravio de bem pa-
fundamento na culpa in eligendo e/ou culpa in vigilando. trimonial móvel, objeto de cessão de uso: o gestor público
que não promoveu medidas fiscalizatórias para assegurar
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- a fiel execução do ajuste, de modo a evitar que eventual
ro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 236/2018 – TP. desídia ou má-fé do cessionário pudesse provocar prejuízos
Julgado em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em irreversíveis ou de difícil ou onerosa reparação ao erário; e
05/07/2018. Processo nº 23.426-5/2015). o cessionário que não devolve o bem cedido; cabendo-lhes
o ressarcimento aos cofres públicos, com recursos próprios
Responsabilidade. Ordenador de despesas. Despe- e atualizados com juros e correção monetária.
sas ilegítimas. Juros, correção monetária e multas.
O ordenador de despesas, ao autorizar pagamentos de (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
despesas ilegítimas que ensejam a incidência de acréscimos lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 15/2017-
moratórios (juros, correção monetária e multas), deve ime- PC. Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
diatamente adotar as providências necessárias para identi- 07/11/2017. Processo nº 15.803-8/2016).
ficar o agente responsável, a causa do atraso, o montante
incorrido impropriamente, possíveis causas de atenuantes Responsabilidade. Repasse de duodécimo superior
ou excludentes da conduta do agente, e, sendo o caso, a limite constitucional. Não exclusão de responsa-
adotar medidas aptas a garantir o ressarcimento dos va- bilidade do chefe do Executivo.
lores aos cofres públicos. Caso o ordenador de despesas Havendo repasses de duodécimos ao Legislativo mu-
permaneça inerte ou omita-se em empregar as medidas nicipal em valor superior ao limite constitucional, não são
imprescindíveis a fim de apurar as responsabilidades dos suficientes para exclusão de responsabilidade do Chefe do
agentes causadores das despesas lesivas, bem como não Executivo municipal, as alegações de ausência de má-fé, de
adote atitudes para a devida devolução aos cofres, deverá inexistência de prejuízo ao erário, e o estrito cumprimento
ser responsabilizado pelo dano, ressarcindo ao erário com à previsão de Lei Orçamentária Anual (LOA). Para evitar tal
recursos próprios. situação irregular, o Prefeito deve ajustar o orçamento da
Câmara e reduzir os repasses de duodécimos, sob pena de
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- incorrer em crime de responsabilidade.
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 14/2018-PC.
Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
21/03/2018. Processo nº 18.969-3/2016). tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 45/2017- TP.
Julgado em 10/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Responsabilidade. Chefe do Executivo. Não deta- 31/10/2017. Processo nº 8.452-2/2016).
lhamento de Orçamento Fiscal e Seguridade So-
cial. Responsabilidade. RPPS. Plano de amortização de
É de responsabilidade do chefe do Poder Executivo, e déficit atuarial. Ausência de demonstração de via-
não do contador do ente público municipal, o não deta- bilidade orçamentária e financeira.
lhamento de valores específicos referentes ao Orçamento No caso de ausência de demonstração de viabilidade
Fiscal e Seguridade Social na LOA, visto que tal peça de orçamentária e financeira para a implementação de Plano
planejamento se trata de lei de iniciativa do Executivo, con- de Amortização de déficit atuarial, no âmbito de Regime
forme dispõe o artigo 165, inciso III, da Constituição Federal. Próprio de Previdência Social (RPPS), podem ser responsa-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 147

bilizados: Responsabilidade. Dirigente máximo. Deficiência


a. o gestor do fundo previdenciário, quando não em projetos básicos de engenharia.
promover os estudos técnicos do relatório de 1. Toda licitação para execução de obra pública deve
avaliação atuarial e o seu encaminhamento ao obrigatoriamente ser precedida de projeto básico
Chefe do Poder Executivo; e de engenharia detalhado, o qual deve apresentar
b. o Prefeito municipal, se encaminhar ao Legisla- as especificações do objeto, os quantitativos de
tivo Projeto de Lei que buscar aprovar tal Plano materiais e serviços, preços e prazos de execução
de Amortização sem a referida demonstração, (art. 7º da Lei nº 8.666/93).
exigida pelo § 2º do art. 19 da Portaria MPS nº 2. Não cabe a responsabilização direta e imediata
403/2008. do dirigente máximo de um órgão ou entidade
pela deficiência constatada em projetos básicos
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs- de engenharia elaborados por técnicos especiali-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 44/2017-SC. Julgado em zados, salvo comprovação da existência de erros
11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/10/2017. Pro- grosseiros, manifestos à vista do “homem médio”.
cesso nº 19.142-6/2016). Neste caso, o dirigente máximo pode ser respon-
sabilizado com fundamento na culpa in eligendo
Responsabilidade. Prefeito. Controlador interno. e/ou culpa in vigilando.
Ausência de normas do sistema de controle inter-
no. (Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
Cabe responsabilizar o prefeito municipal pela não edi- lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 244/2016-TP.
ção de instruções normativas que regulamentem normas, Julgado em 03/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
rotinas e procedimentos do sistema de controle interno do 13/05/2016. Processo nº 307-7/2012).
Poder Executivo municipal, bem como o controlador inter-
no quando não emite alerta à autoridade e/ou ao Tribunal Responsabilidade. Chefe do Executivo municipal.
de Contas acerca de tal omissão. Falhas na elaboração da LOA pelo contador.
As falhas na elaboração da Lei Orçamentária Anual
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs- municipal são de responsabilidade do chefe do Executivo,
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão n° 15/2017-SC. Julgado ainda que tenha se valido do auxílio de contador para a
em 17/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/05/2017. confecção do documento, tendo em vista que o orçamento
Processo n° 12.751-5/2016). anual é estabelecido em lei de iniciativa do Chefe do Poder
Executivo, devendo o agente político ser responsabilizado
Responsabilidade. Gestor público. Culpa em homo- por culpa in vigilando e/ou culpa in eligendo quando não
logação de procedimentos licitatórios. corrigir as falhas detectadas e/ou escolher mal os seus as-
O gestor público que por ato oficial homologa procedi- sessores técnicos, respectivamente.
mentos licitatórios, consequentemente aprovando todos
os procedimentos até então adotados, em que restarem (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Do-
comprovados fatos irregulares ou ilegais, poderá responder mingos Neto. Parecer Prévio nº 74/2015-TP. Julgado em
subjetivamente por culpa in eligendo e culpa in vigilando, 01/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/09/2015.
independentemente de ter agido com dolo ou má-fé e de Processo nº 3.271-9/2014).
ter havido dano ao erário, devendo sua conduta ser san-
cionada na forma da lei. Responsabilidade. Gestor público. Divulgação de
informações em portal de transparência por em-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto presa contratada.
Luiz Carlos Pereira. Acórdão n° 209/2017 -TP. Julgado em A contratação de empresa pela Administração para dis-
16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017. Pro- ponibilização de informações e dados públicos em portal
cesso n° 5.093-8/2015). de transparência, a fim de dar cumprimento à Lei de Acesso
à Informação (Lei nº 12.527/2011), não afasta a responsabili-
dade do gestor público por eventuais falhas, interrupções
148 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

ou omissões na efetiva divulgação informacional à socie- somado às prorrogações, se encontra abaixo do limite da
dade, tendo em vista ser sua a obrigação de fazer cumprir modalidade licitatória adotada no certame, mesmo que a
a referida norma nacional. contratação originária e a respectiva escolha da modalida-
de tenham ocorrido em gestão anterior.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
ro Antonio Joaquim. Acórdão nº 3.058/2015-TP. Julgado em to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 94/2014-SC. Julgado
04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. em 02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 7.553-1/2015). Processo nº 8.227-9/2013).

Responsabilidade. Gestor público. Inadimplência Responsabilidade. Gestor atual. Providências para


junto a credores. Ausência de repasse de verbas devolução ao erário. Juros e multas.
estaduais. O atual gestor deve adotar providências para que o res-
Não cabe a aplicação de sanção pecuniária pelo Tribunal ponsável que deu causa ao atraso no pagamento de obri-
de Contas ao gestor público, em decorrência de inadim- gações previdenciárias, em gestões anteriores, ressarça ao
plência junto a credores, quando restar comprovada que a erário os valores pagos pela atual gestão a título de juros e
causa do atraso nos pagamentos é a ausência de repasse multas, sob pena de responsabilização solidária.
de verbas estaduais, sendo necessário, porém, que se pro-
mova o pagamento integral dos valores devidos tão logo (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
existam disponibilidades, obedecida a ordem cronológica tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 22/2014-PC. Julgado
das exigibilidades. em 13/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2014.
Processo nº 8.247-3/2013).
(Denúncia. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. Acór-
dão nº 984/2015-TP. Julgado em 24/03/2015. Publicado no Responsabilidade. Gestor, parecerista jurídico e
DOC/TCE-MT em 06/04/2015. Processo nº 7.090-4/2014). pregoeiro. Ausência de detalhamento de objeto
de pregão.
Responsabilidade. Gestor público. Prestação de O gestor, o parecerista jurídico e o pregoeiro podem ser
contas irregular de diárias. Deficiência de norma responsabilizados por, respectivamente, autorizar, aprovar
regulamentadora. e processar procedimento licitatório na modalidade pregão
O gestor público responde pela prestação de contas ir- que não contenha a especificação detalhada do objeto lici-
regular de diárias apresentada por servidor público, quan- tado, da qual decorra prejuízo à ampla competitividade, à
do a norma regulamentadora referente à concessão não transparência e à eficiência do certame.
apresentar os critérios para a prestação de contas estabe-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
lecidos no Acórdão 1.783/2003 e na Resolução de Consulta
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.200/2014-TP. Julgado
nº 01/2014 do Tribunal de Contas, devendo-se afastar a
em 26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014.
responsabilidade do servidor indenizado quando tenha agi-
Processo nº 7.735-6/2013).
do de acordo com a norma do respectivo poder ou órgão.
Responsabilidade. Dirigente máximo. Ausência de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- pessoal e de normatização.
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.563/2014-TP. Julgado O dirigente máximo responde pelas irregularidades
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/11/2014. referentes à ausência de designação de pessoal para a rea-
Processo nº 7.549-3/2013). lização do controle interno e pela ausência de normatiza-
ção das rotinas internas e procedimentos de controle do
Responsabilidade. Gestor do contrato. Prorrogação Sistema de Controle Interno.
de contrato sem observância ao teto da modalida-
de licitatória. (Contas Anuais de Gestão. Relator: João Batista Camar-
Responde pela prorrogação indevida de contrato ad- go. Acórdão nº 1.086/2014-TP. Julgado em 27/05/2014.
ministrativo de serviço contínuo, o gestor que promove a Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº
prorrogação sem observar se o valor total do instrumento, 7.142-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 149

19.3. ADVOGADO PÚBLICO / PARECERISTA JURÍDICO (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 107/2019-PC.
Responsabilidade. Cláusulas restritivas de edital Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
licitatório. Parecerista jurídico, pregoeiro e prefei- 15/10/2019. Processo nº 29.537-0/2017).
to.
Na individualização de condutas, quanto a irregulari- Responsabilidade. Advogado público. Parecer jurí-
dades em cláusulas de edital licitatório que culminam na dico sobre minutas de editais de licitação e contra-
restrição injustificada à competitividade do certame, de- tos. Hipóteses de não responsabilização.
vem ser responsabilizados e sujeitos à aplicação de multa Os pareceres jurídicos emitidos sobre minutas de editais
pecuniária: de licitação e contratos administrativos (art. 38, parágrafo
a. o parecerista jurídico, que incorre em erro gros- único, Lei 8.666/93) têm natureza obrigatória, não havendo
seiro ou culpa grave, ao deixar de exercer correta- que se falar em responsabilização do parecerista quando
mente o dever profissional que lhe compete, não o ato está devidamente fundamentado e se defende tese
identificando e explicitando a evidente restrição jurídica aceitável, com amparo em lição doutrinária ou ju-
da competitividade nas cláusulas do certame; risprudencial, bem como não reste comprovado culpa grave
b. o pregoeiro, que atua como o signatário do edital ou dolo do advogado público ou inexista nexo causal entre
do certame, presumindo-se ser ele o responsável o parecer emitido e eventual dano causado ao erário.
pelas cláusulas previstas no instrumento convo-
catório, a despeito de a elaboração do edital não (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
ser prevista na legislação como uma de suas atri- Ricardo. Acórdão nº 3.046/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
buições; Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
c. o prefeito municipal, ao praticar o ato de homo- 1.943-7/2014).
logação do certame, atraindo para si a responsa-
bilidade pelos vícios nele contidos, uma vez que Responsabilidade. Parecerista jurídico. Contrata-
seu ato consiste em aprovação hierárquica sobre ção com preços superiores aos de mercado.
os atos do procedimento. Não cabe a responsabilização do parecerista jurídico
pela contratação de bens ou serviços com preços compro-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- vadamente superiores aos de mercado, em decorrência de
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 136/2019-PC. pregão em que não houve análise de compatibilidade da
Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em proposta do licitante vencedor com os valores consignados
21/11/2019. Processo nº 6.795-4/2019). em planilha de cotação de preços, tendo em vista que, nes-
sa situação não há relação de causalidade entre o parecer
Responsabilidade. Parecerista jurídico. Aditivo con- jurídico que avalia a legalidade do certame e o dano ao
tratual. Ausência de justificativa para aumento de erário.
demanda por serviços contratados.
1. Cabe responsabilização do parecerista jurídico que (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
se manifesta, equivocadamente, ao admitir, em lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 451/2015-TP. Julgado
parecer, aditivo contratual sem que constassem em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
dos autos demonstração e justificativa do aumen- Processo nº 17.306-1/2014).
to da demanda por serviços contratados.
2. No tocante à avaliação jurídica, embora opinativa Responsabilidade. Parecerista jurídico. Erros gra-
e não vinculante, é necessário mencionar as im- ves ou omissões em parecer jurídico obrigatório.
propriedades processuais constatadas no procedi- Nas situações em que a emissão de parecer jurídico
mento, sob pena de caracterizar imperícia, espe- sobre atos inerentes a procedimento licitatório seja obriga-
cialmente no que tange à coerência e à demons- tória, o parecerista jurídico responde por erros graves ou
tração da necessidade de acréscimos contratuais. omissões em seus posicionamentos, por meio dos quais se
aprova, sem amparo legal, edital de licitação com cláusula
que restringe a competitividade do certame.
150 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano. 19.5. CONTROLADOR INTERNO


Acórdão nº 692/2015-TP. Julgado em 10/03/2015. Publica-
do no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Processo nº 13.081- Responsabilidade. Ineficiência dos controles inter-
8/2012). nos. Gestores públicos. Competência do auditor/
controlador interno. Avaliação dos controles.
Responsabilidade. Parecerista jurídico. Não indi- 1. A responsabilidade pela ineficiência dos contro-
cação de doutrina e jurisprudência em parecer les internos administrativos deve ser atribuída aos
jurídico. respectivos chefes de setor e ao dirigente máximo
A responsabilização do parecerista jurídico pela emissão do órgão ou entidade.
de parecer em processo de inexigibilidade de licitação não 2. Compete ao auditor/controlador interno avaliar
deve ter como base meramente a não indicação de doutri- a eficiência e eficácia das estruturas de controle
na e jurisprudência em sua peça opinativa, mas deve ser interno dos sistemas administrativos do órgão ou
imputada apenas no caso em que o parecer seja elaborado entidade, por meio de métodos, procedimentos
de forma dolosa ou com erro grave. e técnicas de auditoria que são planejados e exe-
cutados segundo critérios de materialidade, rele-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-
vância e criticidade dos riscos de cada sistema.
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Luiz
Processo nº 7.747-0/2013). Carlos Pereira. Revisor: Conselheiro Substituto Isaías Lopes
da Cunha. Acórdão nº 323/2018-TP. Julgado em 14/08/2018.
19.4. CONTADOR Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Processo nº
1.549-0/2014).
Responsabilidade. Contador. Fracionamento de
despesas. Não realização de processo licitatório. Responsabilidade. Ineficiência de procedimentos
O contador não responde por fracionamento de des- de controle. Servidor responsável. Controlador/
pesas e pela não realização de processo licitatório, uma auditor interno.
vez que não se trata de atribuição inerente ao seu cargo, 1. A responsabilidade pela ineficiência dos procedi-
mesmo que tenha promovido a contabilização de despesas mentos de controle inerentes a sistemas adminis-
que, uma vez somadas, exigiriam, em tese, a prévia reali- trativos é do servidor responsável pela unidade
zação de licitação. executora do sistema e do dirigente máximo da
organização, desde que se comprove, neste últi-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- mo caso, a culpa in elegendo ou in vigilando do
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 2.394/2015-TP. Julgado em gestor.
09/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/06/2015. 2. O auditor ou controlador interno não deve ser res-
Processo nº 3.046-5/2014). ponsabilizado pela ineficiência de procedimentos
de controle inerentes a cada sistema administra-
Responsabilidade. Contador público. Registros tivo, uma vez que o controle exercido por esse
contábeis realizados por contabilista terceirizado. profissional visa avaliar a eficiência e eficácia das
O contador nomeado por concurso público não pode estruturas de controle interno dos sistemas ad-
ser responsabilizado pelos registros contábeis realizados ministrativos do órgão ou entidade, por meio de
durante o exercício por contabilista terceirizado, uma vez métodos, procedimentos e técnicas de auditoria
que não há nexo causal que une a conduta praticada e o que são definidos e executados, considerando os
resultado produzido, sem o qual não há o que se falar em critérios de materialidade, relevância e criticidade
responsabilização. dos riscos de cada sistema administrativo.

(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
Novelli. Acórdão nº 576/2014-TP. Julgado em 18/03/2014. to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 199/2014-SC. Julgado
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. Processo nº em 11/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/12/2014.
10.164-8/2012). Processo nº 8.228-7/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 151

Responsabilidade. Controlador interno. Não envio Responsabilidade. Controlador interno. Comunica-


de informações de sistema administrativo. ção ao gestor acerca de recomendações e determi-
O controlador interno não deve ser responsabilizado nações do Tribunal de Contas.
pela ineficiência dos procedimentos de controle de custos Tendo em vista a ausência de previsão constitucional
de manutenção de veículos, em decorrência do não envio ou regimental, o controlador interno não deve ser respon-
de informações do respectivo sistema administrativo, tendo sabilizado por não comunicar o gestor de maneira formal
em vista que os responsáveis são os dirigentes das unida- sobre as recomendações e determinações prolatadas nas
des executoras dos procedimentos de controles administra- decisões do Tribunal de Contas, uma vez que estas são
tivos em solidariedade com o gestor público. publicadas em diário oficial para dar amplo conhecimento
de seu conteúdo, e com direcionamento ao próprio gestor
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substitu- e aos demais interessados.
ta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 93/2014-SC. Julgado em
02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014. (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
Processo nº 8.008-0/2013). tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 27/2014-SC. Julgado
em 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/07/2014.
Responsabilidade. Controlador interno. Não refe- Processo nº 7.911-1/2013).
rência à inobservância ao princípio da segregação
de funções. Responsabilidade. Controlador interno. Gestor e
Responde por omissão o servidor da unidade de con- servidores designados. Envio de informes e docu-
trole interno que emitir parecer sobre as contas de gestão mentos via GEO-OBRAS.
de ente público, sem mencionar impropriedade referente Não cabe imputar responsabilidade ao controlador in-
à inobservância ao princípio da segregação de funções pela terno pela extemporaneidade no envio de informes e do-
Administração, estando sujeito à aplicação de sanção pe- cumentos via sistema informatizado GEO-OBRAS, tendo
cuniária pelo Tribunal de Contas. em vista que a responsabilidade pela prestação de contas
e pelo envio de informações é da autoridade gestora e dos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- servidores por ela expressamente designados.
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 67/2014-PC. Julgado em
03/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014. (Agravo. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acórdão
Processo nº 7.786-0/2013). nº 1.297/2014-TP. Julgado em 08/07/2014. Publicado no
DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº 7.291-5/2012).
Responsabilidade. Implantação de normas de con-
trole. Controlador interno. Líder de unidade. 19.6. GESTOR E FISCAL DE CONTRATOS
A implantação de normas de rotinas e de procedimen-
tos de controle interno não é responsabilidade do contro- Responsabilidade. Gestor e fiscal de contrato. Adi-
lador interno, mas de cada unidade administrativa, cujo tamento contratual sem comprovação e justifica-
líder deve elaborar as normas afetas a sua unidade, que tiva do aumento da demanda.
serão posteriormente utilizadas como instrumento para No caso de aditamento contratual de prestação de ser-
fiscalização pelo controlador interno. viços, sem a devida comprovação e justificativa do aumen-
to da demanda, cabe responsabilização:
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substitu- a. do fiscal do contrato, por não se manifestar so-
ta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 93/2014-SC. Julgado em bre a necessidade do acréscimo quantitativo dos
02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014. serviços, haja vista que o fiscal tem o dever de
Processo nº 8.008-0/2013). conhecer os limites e as regras para alterações
contratuais definidos na Lei de Licitações, e, por
conseguinte, a obrigação de notificar seus supe-
riores sobre a necessidade de realizar o devido
aditivo contratual;
b. do gestor do contrato, por não informar nos autos
152 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

sobre a necessidade de complementar a justifica- Responsabilidade. Pregoeiro. Licitação. Irregulari-


tiva que motivou a alteração contratual, cabendo- dade no edital.
-lhe a prerrogativa de decidir pelo aditivo. Compete ao pregoeiro conduzir o certame licitatório,
não sendo razoável apená-lo por irregularidade constante
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- no edital, cuja confecção não se insere no rol de compe-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 107/2019-PC. tências atribuídas a esse agente pelas Leis 8.666/1993 e
Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10.520/2002.
15/10/2019. Processo nº 29.537-0/2017).
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
Responsabilidade. Gestor e fiscal de contratos. tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 19/2018-PC. Julgado
Condutas omissivas na fiscalização. em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018.
A ocorrência de falhas ou deficiências no acompanha- Processo nº 14.683-8/2016).
mento e fiscalização de contratos administrativos (art. 67
da Lei nº 8.666/93) enseja a responsabilização do fiscal de- Responsabilidade. Pregoeiro. Elaboração de Termo
signado e do gestor designante, podendo ambos serem de Referência.
responsabilizados por condutas omissivas que provoquem Não está compreendida entre as atribuições legais do
danos ao erário ou à legalidade. pregoeiro a elaboração de Termos de Referência (art. 3º, IV,
Lei nº 10.520/2002 e art. 9º, Decreto nº 3.555/2000). No ca-
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Waldir so de constatação de irregularidades em processo licitatório
Júlio Teis. Acórdão nº 433/2016-TP. Julgado em 16/08/2016. na modalidade pregão, iniciadas ou decorrentes do Termo
Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016. Processo nº de Referência, o pregoeiro poderá ser responsabilizado por
803-6/2013). tais infrações, caso reste evidenciado sua participação na
elaboração do Termo.
19.7. PREGOEIRO E MEMBROS DE COMISSÃO DE LI-
CITAÇÃO (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Moi-
sés Maciel. Acórdão nº 498/2017-TP. Julgado em 15/12/2017.
Responsabilidade. Sobrepreço. Planilha de estima- Publicado no DOC/TCE-MT em 24/01/2018. Processo nº
tiva de preços. Pregoeiro. 17.108-5/2016).
Não constitui obrigação do pregoeiro a realização de
pesquisa de preços de mercado, não podendo ser respon- Responsabilidade. Pregoeiro. Membros de CPL.
sabilizado por sobrepreço decorrente de falhas em planilha Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
de estimativa de preços de certame licitatório. O baliza- Nos processos licitatórios para obras e serviços de en-
mento de preços em procedimento licitatório é atribuição genharia, o pregoeiro ou os membros de Comissão Perma-
dos setores ou pessoas competentes envolvidas na aquisi- nente de Licitação (CPL) têm a obrigação de exigir e conferir
ção do objeto licitado, cabendo ao pregoeiro atuar na con- a respectiva e necessária Anotação de Responsabilidade
dução da fase externa da licitação, na qual ocorre a sessão Técnica (ART), considerando ser uma determinação legal
pública de lances e a habilitação das interessadas. (art. 7º da Lei nº 8.666/93 c/c art. 1º da Lei nº 6.496/77) e
por fazer parte das atribuições desses servidores, sob pena
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- de serem responsabilizados por eventuais omissões.
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 506/2018-
TP. Julgado em 30/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
26/11/2018. Processo nº 9.574-5/2016). ro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 80/2017-TP. Julgado em
14/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/03/2017.
Processo nº 21.748-4/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 153

Responsabilidade. Pregoeiro. Ausência de orça- de da proposta vencedora em face dos preços de referência
mento detalhado em planilhas. Julgamento de da licitação (art. 4º, XI).
propostas.
Responde por conduta omissiva, o pregoeiro que dá en- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
caminhamento a procedimento licitatório, especialmente lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 451/2015-TP. Julgado
por ocasião de julgamento de propostas, diante da impre- em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
cisão do objeto caracterizada pela ausência de orçamento Processo nº 17.306-1/2014).
detalhado em planilhas que expressem a composição de
todos os custos unitários do objeto licitado, em violação ao Responsabilidade. Pregoeiro. Preferência por mar-
art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 8.666/93. ca em certame licitatório.
O pregoeiro não deve ser responsabilizado pela restri-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Moisés Maciel. ção à competitividade decorrente da preferência de marca
Acórdão nº 601/2016-TP. Julgado em 18/11/2016. Publica- indicada em certame licitatório, quando não tiver partici-
do no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. Processo nº 21.240- pado da elaboração do Termo de referência e do edital do
7/2011). certame, tendo em vista que não consta no rol de suas
atribuições a elaboração desses documentos, conforme art.
Responsabilidade. Membros de CPL e parecerista 3º, IV, da Lei 10.520/2002.
técnico. Inexistência ou deficiência de Projetos Bá-
sicos em licitação de obras. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
Os membros de Comissão Permanente de Licitação Acórdão nº 687/2015-TP. Julgado em 10/03/2015. Publicado
(CPL) respondem pela continuidade irregular de licitação no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Processo nº 7.488-8/2013).
de obras públicas em decorrência da não existência ou
inserção de Projetos Básicos manifestamente deficitários Responsabilidade. Pregoeiro. Ausência de orça-
no processo, sendo que, apesar de a elaboração ou a re- mento detalhado em planilhas. Serviços de enge-
tificação desses Projetos não ser da competência desses nharia.
agentes públicos, estes devem observar a completude e Responde por conduta omissiva, sujeita à multa, o
a suficiência dos Projetos que fundamentam o certame. pregoeiro que dá seguimento a procedimento licitatório
Responde, também, o agente público que emitir parecer destinado à contratação de serviços de engenharia, sem
técnico favorável ao processo licitatório que não apresenta verificar a existência de orçamento detalhado em planilhas
os respectivos Projetos Básicos. que expressem a composição de todos os custos unitários
do objeto, conforme exige os termos do art. 7º, § 2º, inciso
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- II, da Lei nº 8.666/93.
ro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 65/2016-PC. Julgado em
09/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2016. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
Processo nº 17.993-0/2014). lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 07/2015-TP. Julgado
em 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
Responsabilidade. Gestor público. Pregoeiro. Con- Processo nº 21.240-7/2011).
tratação de bens e serviços com sobrepreço.
O gestor público e o pregoeiro devem ser responsabi- Responsabilidade. Gestor público, pregoeiro e
lizados pela contratação de bens ou serviços com preços equipe de apoio. Publicação de alteração de edital.
comprovadamente superiores aos de mercado, em decor- A responsabilidade pela ausência de solicitação, ao se-
rência de pregão em que não houve análise de compatibi- tor competente, de publicação de alteração de cláusula do
lidade da proposta do licitante vencedor com os valores edital de pregão que interfira na formulação das propostas,
consignados em planilha de cotação de preços, tendo em contendo a concessão de novo prazo para recebimento das
vista que, nos termos da Lei Federal 10.520/2002, o gestor propostas nos termos do art. 21, § 4º, Lei nº 8.666/1993,
tem o dever de efetuar o controle de legalidade do procedi- deve ser imputada tanto ao pregoeiro quanto ao gestor
mento licitatório quando da homologação do certame (art. público, mas não à equipe de apoio, pois esta não possui
4º, XXII) e o pregoeiro tem o dever de avaliar a aceitabilida- atribuições que importem em julgamento ou deliberação
154 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

de caráter decisório, lhe competindo prestar assistência ao de haver configuração de dano ao erário.
pregoeiro, executando atividades como a realização de di-
ligências, a formalização de atos processuais, entre outras. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão n° 271/2017-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 13/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/06/2017. Pro-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.563/2014-TP. Julgado cesso n° 17.867-5/2014).
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/11/2014.
Processo nº 7.549-3/2013). Responsabilidade. Profissional projetista. Plane-
jamento de obras públicas. Normas de acessibi-
Responsabilidade. Gestor público. Presidente de lidade.
comissão de licitação. Falhas no objeto licitado. O planejamento construtivo de edificações, vias, praças,
O gestor público e o presidente de comissão perma- logradouros, parques e demais espaços de uso público de-
nente de licitação respondem por ausências ou falhas na verão observar as exigências das normas técnicas da ABNT,
caracterização do objeto licitado que poderiam ser por eles no que tange à acessibilidade para pessoas portadoras de
identificadas e corrigidas antes da realização do certame. deficiência ou com mobilidade reduzida (Lei nº 10.098/00
c/c Decreto nº 5.296/04). O profissional que elabora proje-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substi- to urbanístico para obras públicas, sem atentar às normas
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 187/2014-SC. Julgado técnicas complementares relacionadas à acessibilidade,
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. poderá ser sancionado pelo Tribunal de Contas.
Processo nº 8.012-8/2013).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
19.8. OUTROS AGENTES PÚBLICOS lheiro Waldir Júlio Teis. Acórdão n° 202/2017-TP. Julgado
em 16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017.
Responsabilidade. Agentes públicos. Licitação. As- Processo nº 14.575-0/2015).
sinatura de documentos. Exigências restritivas à
competitividade. Responsabilidade. Multas de trânsito. Condutor
Respondem individualmente, de forma comissiva ou de veículo.
omissiva, os agentes públicos que tenham assinado do- Em regra, o pagamento de multas por infrações de trân-
cumentos de procedimentos licitatórios, tais como: termo sito aplicadas a veículos públicos é de responsabilidade do
de referência, minuta de contrato e/ou edital; em que se condutor, devendo a Administração instaurar procedimento
constate exigência abusiva que restrinja a competitividade administrativo com a finalidade de apurar essa responsa-
do certame, podendo ser-lhes aplicadas sanções pecuniá- bilidade.
rias pelo Tribunal de Contas.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 93/2015-SC. Julgado
Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 43/2017- SC. em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/09/2015.
Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 3.027-9/2014).
31/10/2017. Processo nº 21.471-0/2016).
Responsabilidade. Ineficiência dos procedimentos
Responsabilidade. Conduta contrária à LAI. Aplica- de controle. Líder da unidade executora. Dirigente
ção de penalidade pelo TCE-MT. máximo. Responsabilização solidária.
O descumprimento às normas e regras impostas pela O servidor responsável pela unidade executora respon-
Lei de Acesso à Informação – LAI (Lei Federal nº 12.527/11) de pela ineficiência dos procedimentos de controle do res-
não representa irregularidade meramente burocrática, sen- pectivo sistema administrativo. Para essa irregularidade, o
do passível de penalização pelo Tribunal de Contas, tendo gestor ou dirigente máximo da entidade não será respon-
em vista que a conduta omissiva ou comissiva em descon- sabilizado, uma vez que a ineficiência de procedimentos de
formidade com o ordenamento jurídico vigente pode en- controle tem caráter operacional, salvo se restar comprova-
sejar a responsabilização do agente, independentemente da sua culpa in eligendo ou in vigilando, situação em que
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 155

será responsável solidário. Constituição Federal.


2. O fato de que a empresa contratada para auxílio
(Contas Anuais de Gestão. Relator: João Batista Camar- no envio de informações tenha enfrentado difi-
go. Acórdão nº 1.086/2014-TP. Julgado em 27/05/2014. culdades operacionais não impede que o cumpri-
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº mento da obrigação seja garantido ou, ao menos,
7.142-0/2013). que medidas que mitiguem o problema sejam
adotadas, o que deve ser providenciado, seja por
19.9. ENVIO DE INFORMAÇÕES VIA SISTEMA IN- pedidos de prorrogação de prazo, seja, em último
FORMATIZADO caso, pelo envio dos documentos e informações
por meio físico, nos termos do art. 75, inciso VIII,
Responsabilidade. Envio de informações. Respon- da Lei Orgânica e do art. 286, inciso VII, do Regi-
sável primário. Designação de servidor. Responsa- mento Interno do TCE-MT.
bilização independente de lesão ao erário, dolo
ou má-fé. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
1. O envio de informações via Sistema Aplic ao Tri- João Batista Camargo. Acórdão nº 735/2019-TP. Julgado
bunal de Contas cabe ao responsável primário em 01/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/10/2019.
pela prestação de contas do Poder ou órgão, in- Processo nº 24.955-6/2017).
dependente de delegação a terceiros, em razão
do seu dever constitucional de prestar constas. A Responsabilidade. Prefeito. Falhas no envio de in-
designação de um servidor para a realização de formações. Designação de servidor responsável.
envios ao Tribunal é medida de cautela adotada A designação de servidor para atuar como responsável
para operacionalizar o processo, a fim de evitar o pelo envio, via sistema eletrônico, de informações ao Tri-
descumprimento dos prazos pelo gestor público, bunal de Contas, não afasta a responsabilidade do Prefeito
mas não serve para eximi-lo da responsabilidade Municipal por falhas nesse envio, visto que é deste o dever
constitucional pela adequada prestação de con- constitucional de prestar contas e a obrigação de fiscalizar
tas, continuando com o dever de fiscalizar e exigir os atos dos seus subordinados.
o cumprimento dos prazos pelo servidor designa-
do, respondendo perante o Tribunal pela falta ou (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
intempestividade das entregas. Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 312/2018-TP.
2. O não envio ou envio extemporâneo de informa- Julgado em 14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
ções via Aplic, por si só, caracteriza a irregularida- 06/09/2018. Processo nº 15.623-0/2016).
de, permitindo aplicação da respectiva penalidade
independente de resultado material de lesão ao Responsabilidade. Gestor público. Envio de infor-
erário, de dolo ou má-fé do gestor. mações e documentos. Auxílio de empresa con-
tratada.
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substitu- A contratação de empresa especializada para auxiliar
to Guilherme Maluf. Acórdão nº 854/2019. Julgado em a Administração na remessa eletrônica de informações e
28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019. documentos, via Sistema Aplic, ao Tribunal de Contas, não
Processo nº 22.244-5/2018). exime o gestor público da responsabilidade pelo envio de
documentos insuficientes e de informações intempestivas,
Responsabilidade. Gestor público. Envio de infor- tendo em vista que o ônus da prestação de contas é da
mações. Falhas no sistema de envio. Medidas cor- autoridade pública.
retivas.
1. As falhas no sistema utilizado pela Administração (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
para envio de informações ao Tribunal de Con- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 89/2018-
tas não eximem o gestor público, ordenador de TP. Julgado em 10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
despesas, da responsabilidade de prestação de 19/04/2018. Processo nº 20.321-1/2017).
contas, consoante o parágrafo único do art. 70 da
156 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Responsabilidade. Servidor designado para envio (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
de informações via Aplic. Atrasos no envio. Nexo quim. Acórdão nº 2.993/2015-TP. Julgado em 07/07/2015.
de causalidade entre conduta do agente e atrasos. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº
Não cabe a responsabilização de servidor designado 17.935-3/2014).
como responsável pelo envio de informações via Aplic em
decorrência de atrasos na remessa dos informes, quando Responsabilidade. Envio de informações via Aplic.
restar comprovado que o agente público adotou providên- Responsável primário.
cias junto aos setores competentes para evitar os atrasos. 1. A irregularidade decorrente do envio de informa-
A mera delegação formal da atividade de envio de infor- ções incorretas via sistema Aplic deve ser impu-
mações ao Tribunal de Contas não é suficiente para a res- tada ao responsável primário pela prestação de
ponsabilização e penalização do agente designado, sendo contas do Poder ou órgão, sob a premissa de que
necessária a constatação da responsabilidade subjetiva do a obrigação de prestar contas por meio eletrônico
agente, ou seja, deve restar comprovado o nexo de cau- ao Tribunal não pode ser objeto de delegação a
salidade entre a conduta do agente e o resultado obtido terceiros.
(atrasos). 2. No Legislativo Municipal, o Presidente da Câma-
ra é o responsável primário pela prestação de
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Waldir Júlio contas ao Tribunal por meio de sistema eletrônico,
Teis. Acórdão nº 84/2016-TP. Julgado em 01/03/2016. Pu- estando sujeito à aplicação de sanção pecuniária
blicado no DOC/TCE-MT em 11/03/2016. Processo nº 20.475- quando da constatação de divergência entre
7/2014). informações enviadas por meio físico e por meio
eletrônico.
Responsabilidade. Gestor público. Servidor desig-
nado para operar sistema eletrônico. Divergência (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
entre informações. ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 27/2015-
A responsabilidade pela irregularidade decorrente de SC. Julgado em 02/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
divergência entre informações enviadas por meio físico e/ 22/06/2015. Processo nº 10.496-5/2014).
ou eletrônico e as constatadas em auditoria é do gestor
público titular do Poder ou órgão, tendo em vista o seu 19.10. EMPRESAS CONSTRUTORAS
dever constitucional e legal de prestar contas (art. 70, pa-
rágrafo único, CF/1988; arts. 5º, 11 a 15, LC nº 269/2007), não Responsabilidade. Empreiteiro. Responsabilidade
cabendo responsabilização por tal divergência ao servidor objetiva. Garantia quinquenal.
designado para operar o sistema eletrônico. Nos termos do art. 618 do Código Civil, o empreiteiro,
durante a garantia quinquenal, tem responsabilidade obje-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- tiva por defeitos verificados na obra que executou, motivo
tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 85/2015-SC. Julgado pelo qual é seu o ônus de apresentar provas capazes de
em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015. eximir-se de tal responsabilidade, que só poderá ser afas-
Processo nº 1.987-9/2014). tada com a demonstração de culpa exclusiva de outrem ou
caso fortuito ou força maior.
Responsabilidade. Gestor atual. Atraso ou não en-
vio de informes via Aplic. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
O gestor atual não deve ser responsabilizado pelo não João Batista Camargo. Acórdão nº 49/2017-TP. Julgado em
envio ou envio intempestivo de informes do Aplic que de- 21/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/03/2017. Pro-
veriam ter sido encaminhados na gestão anterior, quando cesso nº 13.642-5/2010).
ficar comprovado que não foi ele quem deu causa à irregu-
laridade, não cabendo a aplicação do princípio da continui- Responsabilidade. Empresa construtora. Inexecu-
dade administrativa para lhe responsabilizar. ção parcial de obra. Ressarcimento de valores.
A empresa construtora contratada pela Administração
responde pelos serviços não executados, executados em
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 157

quantidade inferior e/ou mal executados que configurem selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
inexecução parcial do contrato (art. 618, Código Civil, c/c 2.145/2015-TP. Julgado em 19/05/2015. Publicado no DOC/
artigos 69 e 70 da Lei nº 8.666/93), mesmo diante do fato TCE-MT em 01/06/2015. Processo nº 17.500-5/2010).
de a obra ter sido recebida definitivamente, sob pena de
devolução aos cofres públicos da quantia recebida de ma- 19.11. EMPRESAS SUBCONTRADAS
neira ilegítima, com juros e correção monetária.
Responsabilidade. Dano ao erário. Empresas sub-
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselhei- contratadas por agências de publicidade. Respon-
ro Domingos Neto. Acórdão nº 12/2017-TP. Julgado em sabilização pelo Tribunal de Contas.
07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. As empresas subcontratadas por agências de publicida-
Processo nº 12.837-6/2015). de podem ser responsabilizadas pelo Tribunal de Contas no
caso de constatação de dano ao erário decorrente da execu-
Responsabilidade. Empresa construtora. Vícios, ção de contratos firmados pela Administração Pública com
defeitos ou incorreções em obras públicas. as agências. Caso não haja comprovação de dano ao erário,
A responsabilidade civil do construtor contratado pela a lide decorrente da relação contratual entre as agências de
Administração por vícios, defeitos ou incorreções verifica- publicidade e as subcontratadas possuirá natureza privada
das em obras públicas é objetiva, tendo o contratado o e deverá ser pleiteada judicialmente.
dever de repará-los às suas expensas ou indenizar o erário,
independentemente de culpa. (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 281/2018-TP. Julgado
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/08/2018.
lheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 245/2016 Processo nº 7.609-0/2017).
-TP. Julgado em 03/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
18/05/2016. Processo nº 13.642-5/2010). 19.12. SOLIDARIEDADE: AGENTE PÚBLICO E EMPRE-
SA CONTRATADA
Responsabilidade. Gestor público. Empresa contra-
tada. Obra pública. Garantia quinquenal. Responsabilidade. Solidariedade. Fiscal de con-
1. Não cabe a responsabilização do gestor em razão trato de obra e empresa contratada. Empreitada
de vícios e/ou defeitos construtivos detectados por preço global. Medições mensais e pagamento.
em obra pública, quando comprovada a adoção Atesto da execução do contrato.
tempestiva das medidas administrativas pertinen- 1. O engenheiro fiscal, designado informalmente
tes para exigir da empresa construtora a repara- como fiscal de contrato de obra, responde solida-
ção dos vícios e/ou defeitos detectados durante riamente com a empresa contratada por dano ao
o prazo de garantia quinquenal previsto no artigo erário, decorrente de conduta negligente ao não
618 do Código Civil. comunicar ao ordenador de despesas acerca da
2. A empresa executora de obra pública responde divergência entre serviços previstos e os executa-
perante o Tribunal de Contas em razão da consta- dos, ainda que inexistentes o ato formal de nome-
tação de dano ao erário decorrente de falhas cons- ação e a Anotação de Responsabilidade Técnica
trutivas e do descumprimento do artigo 618 do (ART) atribuindo-lhe tais funções, uma vez que
Código Civil, que estabelece a garantia quinque- como engenheiro detém conhecimento e habili-
nal da obra, quando, mesmo depois de notifica- tação legal para atestar a medição dos serviços
da pela administração, não promove a reparação efetivamente prestados.
tempestiva dos defeitos construtivos detectados 2. O contrato de obra sob o regime de empreitada
durante o prazo da garantia, sujeitando-se à apli- por preço global é compatível com a realização de
cação de multa (art. 289, I e II, da Resolução nº medições mensais, cujos pagamentos só podem
14/2007 do TCE-MT). ser realizados à medida que as etapas previstas
no cronograma físico-financeiro forem executadas
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- e atestadas pelo fiscal do contrato.
158 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

3. O atesto em documentos comprobatórios de exe- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-


cução de contrato de obra não representa simples ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 506/2018-
assinatura documental, tendo em vista que é ato TP. Julgado em 30/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
afeto à fase de liquidação da despesa, embasa- 26/11/2018. Processo nº 9.574-5/2016).
do por procedimentos fiscalizatórios voltados à
comprovação da efetiva prestação dos serviços, Responsabilidade. Dano ao erário decorrente de
consoante artigo 63, da Lei nº 4.320/64. aquisição irregular de combustível. Solidariedade.
Ordenador de despesas e empresa contratada.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Respondem, solidariamente, por dano ao erário decor-
Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 612/2019-TP. Julgado rente de aquisição irregular de combustível, o ordenador
em 27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019. de despesas que autoriza aquisição de quantidade de com-
Processo nº 14.910-1/2011). bustível incompatível com a frota de veículos da Adminis-
tração; e a empresa contratada que fornece o combustível
Responsabilidade. Dano ao erário. Pagamento por sem gerir o controle de abastecimentos e é conivente com a
serviços executados a menor. Fiscal de contrato e inserção das informações inverídicas de consumo nas fatu-
empresa contratada. ras emitidas. Cabe, ainda, imputação de sanção pecuniária
O pagamento de serviços em quantitativos maiores ao ordenador de despesas.
do que aqueles efetivamente realizados caracteriza dano
ao erário, cabendo multa individualizada sobre o valor do (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
dano e restituição ao erário, de forma solidária: pelo fiscal Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 210/2018-TP. Julgado
do respectivo contrato, por sua conduta negligente ao não em 12/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/06/2018.
comunicar o ordenador de despesas acerca da divergência Processo nº 7.522-1/2013).
entre os serviços previstos e os executados; e pela empresa
contratada, por sua conduta de receber pagamento por Responsabilidade. Dano ao erário decorrente de
serviços executados a menor, o que caracteriza enriqueci- fretamento de aeronaves. Solidariedade. Ordena-
mento ilícito. dor de despesas e empresa contratada.
Respondem, solidariamente, por dano ao erário de-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- corrente de fretamento de aeronaves, o ordenador de
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 137/2018- despesas que não comprova efetivamente a prestação de
SC. Julgado em 05/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em serviços por meio de diários de bordo, relatórios e outros
21/12/2018. Processo nº 11.157-0/2017). documentos, para efeito de liquidação de despesas, e a
empresa contratada que age com negligência ao emitir
Responsabilidade. Dano ao erário. Superfatura- faturas com horas de voo superiores ao necessário para
mento decorrente de sobrepreço de itens licita- os trajetos/destinos indicados. Cabe, ainda, imputação de
dos. Solidariedade. Empresa contratada. Agentes multa pedagógica e multa sobre o valor do dano ao orde-
públicos responsáveis pela planilha de preços. nador de despesas.
Respondem, solidariamente, pelo prejuízo ao erário
causado por superfaturamento decorrente de sobrepreço (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
em itens licitados, a empresa contratada e os agentes pú- Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 210/2018-TP. Julgado
blicos responsáveis pela formulação da planilha de preços, em 12/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/06/2018.
visto que a obrigação de verificar a compatibilidade de pre- Processo nº 7.522-1/2013).
ços com os praticados no mercado é tanto da Administra-
ção Pública quanto da empresa. O fato de a Administração
ter apresentado planilha de estimativa com preços eleva-
dos não isenta a responsabilidade da empresa contratada
por superfaturamento ocorrido.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 159

Responsabilidade. Dano ao erário. Superfatura- Responsabilidade. Ordenador de despesas e em-


mento de serviços de engenharia. Solidariedade. presa contratada. Recebimento de objeto em des-
Gestores públicos e empresa contratada. Compen- conformidade com o contrato.
sação administrativa. O gestor que autoriza o pagamento de despesas decor-
1. Respondem, solidariamente, pelo dano ao erário rentes do recebimento de bem em desconformidade com
causado por superfaturamento na contratação as especificações da licitação e do contrato, bem como a
de serviços de engenharia com preços superiores empresa que entrega objeto com especificação inferior à
aos de mercado, em que se caracterize preços in- apresentada na sua proposta, respondem, solidariamente,
compatíveis com aqueles fixados por órgão oficial pelo ressarcimento integral dos pagamentos irregulares e,
competente: a) o ex-gestor público que autorizou individualmente, pela multa proporcional ao valor do dano
ordens para os serviços superfaturados; b) o ex-se- ao erário (art. 287, Resolução nº 14/2007 do TCE-MT).
cretário de obras e infraestrutura que não adotou
medida administrativa para que não se perpetuas- (Representação de Natureza Externa. Relatora: Con-
se o prejuízo ao erário; e c) a empresa contratada selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
que ofertou preços superiores aos de mercado. 2.983/2015-TP. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/
2. A pessoa jurídica de direito privado pode ser res- TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº 16.169-1/2014).
ponsabilizada solidariamente independente do
fato de não participar da elaboração do edital lici- Responsabilidade. Gestor e empresa contratada.
tatório e do orçamento base do certame, quando Pagamento em duplicidade do objeto contratual.
da hipótese de ofertar preços incompatíveis com A empresa prestadora de serviços que emite notas fis-
os de mercado. cais e recebe pagamentos em duplicidade pela prestação
3. Quando da constatação de superfaturamento, o dos mesmos serviços, decorrentes da celebração de contra-
gestor/agente público pode adotar, em via admi- tos com sobreposição do objeto, bem como o gestor que
nistrativa, formalização de acordo para compensa- tenha assinado os contratos e autorizado os respectivos
ção dos valores superfaturados com as obrigações pagamentos, respondem solidariamente pela restituição
ainda não adimplidas pela Administração. dos valores pagos em duplicidade aos cofres públicos e,
individualmente, pela multa proporcional ao valor do dano
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselheiro ao erário (art. 287, Resolução nº 14/2007 do TCE-MT).
Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 237/2018-TP. Julgado
em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/07/2017. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processo nº 19.112-4/2017). ro Antonio Joaquim. Acórdão nº 70/2015-PC. Julgado em
08/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Responsabilidade. Solidariedade. Aquisição de me- Processo nº 17.814-4/2012).
dicamentos. Superfaturamento.
O gestor e o contratado responderão solidariamente
pelos prejuízos causados à Administração, por ocasião da
aquisição de medicamentos com preços superfaturados,
quando restar comprovado que contribuíram para a ocor-
rência do evento danoso, cabendo-lhes, conjuntamente, o
respectivo dever de ressarcimento ao erário, com recursos
próprios.

(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Jo-


sé Carlos Novelli. Acórdão n° 248/2017-TP. Julgado em
06/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/06/2017.
Processo n° 17.250-2/2016).
160 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

19.13. SOLIDARIEDADE: AGENTES PÚBLICOS Responsabilidade. Solidariedade. Gestor, prego-


eiro e contratado. Aquisição de bens com preços
Responsabilidade. Inexistência de Projeto Básico. superfaturados.
Secretário de obras e Presidente de Comissão de Respondem solidariamente por prejuízos causados ao
Licitação. erário, o gestor, o pregoeiro e o contratado, quando restar
A realização de licitação para obras ou serviços de en- comprovada aquisição de bens com preços superfaturados
genharia imprescinde do respectivo Projeto Básico, sendo e, que todos contribuíram para a ocorrência do evento da-
que, em caso de ausência de tal documento, poderão ser noso, cabendo-lhes o ressarcimento aos cofres públicos.
responsabilizados, solidariamente, o Secretário de Obras e
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos
o Presidente de Comissão de Licitação.
Novelli. Acórdão nº 420/2016-TP. Julgado em 09/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/08/2016. Processo nº
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
1.962-3/2014).
ro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 10/2017-PC. Julgado em
05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/10/2017.
Processo nº 8.432-8/2016).
Responsabilidade. Solidariedade. Parecerista ju-
rídico. Gestor público. Fracionamento ilícito de
Responsabilidade. Solidariedade. Gestor público e despesas.
1. Nas situações em que a emissão de parecer jurídi-
fiscal de contratos.
co sobre atos inerentes a procedimento licitatório
1. Não cabe a responsabilização solidária automática
seja obrigatória (art. 38, parágrafo único, Lei nº
ou absoluta do gestor público por falhas ocorridas
8.666/93), o parecerista jurídico pode ser respon-
no acompanhamento e fiscalização de contratos,
sabilizado por eventuais erros graves ou omissões
tendo em vista que realiza uma designação es-
em seus posicionamentos.
pecial de servidor para atuar como fiscal de con-
2. O parecerista jurídico é responsável solidário com
tratos (art. 67, Lei 8.666/93) e não uma delegação
o gestor competente quando sua manifestação
de função adstrita a sua competência. Em outra
acarretar o fracionamento ilícito de despesas, de-
via, a responsabilização solidária pode ocorrer por
corrente da aprovação, no parecer, de licitação em
culpa in vigilando, desde que haja comprovação
modalidade menos complexa sem a verificação
de negligência ou precedente que desabone a
da existência de certame anterior com o mesmo
capacidade técnica do fiscal designado, e/ou por
objeto.
culpa in eligendo, constatada a má escolha do su-
bordinado. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Moisés Maciel.
2. A responsabilização solidária de forma presumida Acórdão nº 108/2016-TP. Julgado em 08/03/2016. Publica-
do gestor público, somente porque foi a autori- do no DOC/TCE-MT em 18/03/2016. Processo nº 13.858-
dade designante de fiscal de contratos, implica 4/2013).
em responsabilização objetiva, com automática
corresponsabilização por atos de terceiros, sem Responsabilidade. Gestor público. Presidente de
comprovação de nexo de causalidade, incorren- comissão de licitação. Pagamento com sobrepreço.
do na transcendência dos agentes, vedada pelo O gestor público responde pelo pagamento com sobre-
ordenamento jurídico. preço de serviços prestados à Administração, tendo em vis-
ta que tem o dever de zelar para que os recursos públicos
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro sejam aplicados em obediência aos princípios da eficiência
Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 603/2016-TP. Julgado em e da economicidade, respondendo, de forma solidária, o
18/11/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. presidente da comissão permanente de licitação, no ca-
Processo nº 811-7/2013). so em que tenha realizado o procedimento licitatório sem
adotar medidas que impeçam a contratação dos serviços
com valores acima do preço de mercado, podendo o fato
irregular importar na aplicação de multa e na condenação
em débito dos responsáveis.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 161

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substi- 19.15. SOLIDARIEDADE: PESSOAS JURÍDICAS E SEUS
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 187/2014-SC. Julgado ADMINISTRADORES
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014.
Processo nº 8.012-8/2013). Responsabilidade. Solidariedade. Pessoas jurídicas
de direito privado e seus administradores (pessoas
19.14. SOLIDARIEDADE: GESTOR PREVIDENCIÁRIO físicas). Contrato de Gestão.
E TERCEIROS Respondem por danos causados ao erário: a entidade
jurídica de direito privado responsável pela aplicação de
Responsabilidade. Gestor previdenciário. Empresa recursos públicos, repassados por meio de Contrato de
de assessoria e consultoria. Instituição financeira. Gestão, e os seus respectivos administradores à época dos
Negociação irregular de títulos públicos federais. fatos danosos, cabendo a essas pessoas, solidariamente,
Solidariedade. Desconsideração da personalidade a restituição aos cofres públicos de valores glosados pe-
jurídica. Inabilitação para o exercício de cargo em la Administração na correspondente prestação de contas,
comissão ou função de confiança. atualizados monetariamente.
1. Respondem, solidariamente, com recursos próprios,
pelo dano aos cofres de entidade previdenciária de- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Domingos Ne-
corrente da aquisição de títulos públicos federais to. Acórdão nº 34/2017-TP. Julgado em 14/02/2017. Publi-
com preços acima dos valores médios praticados no cado no DOC/TCE-MT em 22/02/2017. Processo nº 6.115-
mercado: a) o ex-gestor previdenciário, pela condu- 8/2014).
ta negligente nas aplicações em títulos públicos; b)
os acionistas e sócios de empresa de assessoria e 19.16. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
consultoria previdenciária, pela indicação de insti-
tuição financeira que tenha realizado negociações Responsabilidade. Envio de informações. Delega-
lesivas à entidade previdenciária; e c) os adminis- ção. Gestor.
tradores e controlador da instituição financeira 1. A delegação da incumbência de envio de dados,
que tenha negociado títulos públicos federais com informes e documentos obrigatórios ao Tribunal
preços artificiosos acima do valor de mercado, pro- de Contas não elide a responsabilidade, direta ou
duzindo ganhos ilegítimos em benefício próprio e indireta, do gestor delegante, que tem o dever
de terceiros. constitucional de prestar contas dentro do prazo
2. Aplica-se o instituto da desconsideração da perso- constitucional e na forma legalmente prevista. 
nalidade jurídica com intuito de se responsabilizar 2. A não evidenciação de eventual ocorrência de ca-
e alcançar o patrimônio dos acionistas e sócios da so fortuito ou força maior, que justifique o atraso
empresa de assessoria e consultoria, contratada pe- no envio de balanço geral anual e dos respectivos
la entidade previdenciária, e dos administradores e demonstrativos contábeis, implica no não afasta-
controlador da instituição indicada para atuar junto mento da irregularidade e na responsabilização
ao mercado financeiro. do gestor.
3. Ao ex-gestor previdenciário é aplicável a sanção de
inabilitação para o exercício de cargo em comissão (Contas Anuais de Governo. Tomada de Contas Ordiná-
ou função de confiança, pelo cometimento de ato ria. Relator: Conselheiro Substituto Moisés Maciel. Parecer
de improbidade caracterizado pela realização de Prévio nº 135/2020. Julgado em 02/06/2020. Publicado no
operação financeira sem observância das normas DOC/TCE-MT em 09/07/2020. Processo nº 23.668-3/2016).
legais e regulamentares (art. 10, VI, Lei 8.429/1992).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 221/2018-TP.
Julgado em 12/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/06/2018. Processo nº 5.817-3/2015).
162 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Responsabilidade. Prefeito municipal. Delegação Responsabilidade. Gestor público. Delegação de


de atribuições. funções administrativas. Culpa in vigilando e/ou
A eventual necessidade de o Prefeito municipal dele- in eligendo.
gar algumas atribuições na Administração do município, A delegação de funções administrativas pelo gestor
para melhor atender à população e aos serviços públicos, público, desconcentrando atividades para outros servido-
não exclui sua responsabilidade pelas atividades do Poder res, não exclui sua responsabilidade por atos praticados
Executivo, juntamente com a autoridade que recebeu a de- por estes agentes, tendo em vista que não se desonera do
legação. Essa responsabilidade permanece no desempenho dever de bem escolher seus subordinados e de vigiar suas
das funções do Prefeito mediante o dever de direção e de ações, sob pena de ser responsabilizado, respectivamente,
supervisão dos atos praticados por sua equipe de trabalho. por culpa in eligendo e/ou culpa in vigilando.

(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto João (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
Batista Camargo. Acórdão nº 676/2019-TP. Julgado em Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 28/2018 – PC.
10/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/09/2019. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 16.115-2/2017). 04/06/2018. Processo nº 1.567-9/2016).

Responsabilidade. Prefeito municipal. Delegação Responsabilidade. Gestor público. Delegação de


de funções administrativas. Culpa in vigilando e/ competência. Irregularidade em processo seletivo
ou in eligendo. Grau de culpabilidade. Omissão e simplificado.
presunção de boa-fé. Não cabe afastar a responsabilidade do Prefeito por ato
1. Ao desconcentrar suas atividades por intermédio irregular de Secretário Municipal que promove processo
da delegação de funções administrativas, o pre- seletivo simplificado para cargos cujas atribuições deveriam
feito não se desonera do dever de bem escolher ser supridas mediante concurso público de provas ou de
seus agentes delegados e de vigiar suas ações, no provas e títulos (art. 37, inciso II, da CF/88), pois não pode
âmbito de suas competências, sob pena de ser o gestor público substabelecer poderes sem controlar, de
responsabilizado por culpa in vigilando e/ou in alguma forma, o agente público substabelecido.
eligendo. O dever do prefeito de fiscalizar e rever
atos delegados decorre do sistema hierárquico (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
da Administração, o qual tem como premissa o ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 174/2018
poder de comando de agentes superiores sobre – TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT
aqueles hierarquicamente inferiores. em 24/05/2018. Processo nº 15.114-9/2017).
2. A responsabilização do gestor delegante por culpa
in eligendo e/ou in vigilando, em relação à con- Responsabilidade. Gestor público. Delegação de
duta irregular de seus delegatários, deve ocorrer competência. Envio de informações e documentos.
com uma minuciosa avaliação do seu grau da cul- O envio de informações e documentos ao TCE-MT inse-
pabilidade. re-se no dever constitucional de prestação de contas (pará-
3. A omissão do prefeito, na qualidade de autori- grafo único, do art. 70, da CF/88). A delegação de compe-
dade superior, no dever de fiscalizar e rever os tência para que outro agente público venha a encaminhar
atos dos secretários municipais delegatários afasta essas informações e documentos não exime a autoridade
qualquer presunção de boa-fé. delegante da responsabilidade pelos atos praticados pelo
seu delegatário, tendo em vista que tem o dever de lhe
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta controlar, supervisionar e dirigir.
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 212/2019-TP. Julgado em
07/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2019. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Processo nº 15.114-9/2017). Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 116/2017-TP. Julgado em
28/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/04/2017.
Processo nº 8.489-1/2011).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 163

Responsabilidade. Delegação de competência ou Responsabilidade. Gestor público. Delegação de


desconcentração de atividade administrativa. Cul- competência para envio de documentos e informa-
pa in eligendo e/ou in vigilando. ções. Dever de prestar contas. Culpa in eligendo.
1. A desconcentração de atividade administrativa Culpa in vigilando.
ou a delegação de competências podem excluir a A delegação de competência administrativa para envio
responsabilização do gestor delegante, em relação de documentos e informações ao Tribunal de Contas não
a irregularidades ocorridas no exercício da função implica na exclusão de responsabilidade do gestor delegan-
delegada, salvo a possibilidade de atribuição de te, tendo em vista que esse envio é uma obrigação inerente
responsabilidade ao gestor delegante por culpa in ao dever de prestar contas do gestor perante o Tribunal e
eligendo e/ou in vigilando. que não pode se desonerar quanto à escolha de seus su-
2. A responsabilização do gestor delegante por culpa bordinados e da fiscalização dos atos por eles praticados,
in eligendo e/ou in vigilando, em relação à con- podendo ser responsabilizado, respectivamente, por culpa
duta irregular de seus delegatários, deve ocorrer in eligendo e/ou culpa in vigilando.
com uma minuciosa avaliação do grau da culpa-
bilidade do delegante frente à ocorrência do fato (Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta
irregular. Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 697/2015-TP. Julgado em
10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Pro-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- cesso nº 19.486-7/2012).
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 268/2016 -TP. Julgado
em 10/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/05/2016. 19.17. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JU-
Processo nº 27.357-0/2015). RÍDICA

Responsabilidade. Gestor público. Delegação da Responsabilidade. Convênio. Pessoa jurídica e ad-


competência para envio de informes e documen- ministrador. Solidariedade. Desconsideração da
tos. Dever de prestar contas. Culpa in eligendo e/ personalidade jurídica.
ou in vigilando. Em razão da omissão na prestação de contas de con-
A delegação de competência administrativa para envio vênio, caracterizada pela não evidenciação do nexo causal
de documentos e informações ao Tribunal de Contas não entre os documentos apresentados e as despesas afetas à
implica na exclusão de responsabilidade do gestor delegan- execução do objeto pactuado, cabe imputação de respon-
te, tendo em vista que esse envio é uma obrigação inerente sabilidade solidária à pessoa jurídica convenente e ao repre-
ao dever de prestar contas do gestor perante o Tribunal. sentante legal da empresa para efeito de ressarcimento do
Ademais, o gestor, ao desconcentrar suas atividades por dano ao erário, por meio da aplicação do instituto da des-
intermédio da delegação de funções administrativas, não consideração da personalidade jurídica, além da incidência
se desonera do dever de bem escolher seus agentes delega- de sanção pecuniária percentual sobre o valor do dano.
dos e de vigiar suas ações, sob pena de responder, respec-
tivamente, por culpa in eligendo e/ou culpa in vigilando. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 30/2018-PC. Julgado
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta Ja- em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/06/2018.
queline Jacobsen. Acórdão nº 3.008/2015-TP. Julgado em Processo nº 27.285-0/2015).
07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 7.868-9/2013). Responsabilidade. Inexecução de Contrato de Ges-
tão. Desconsideração da personalidade jurídica.
Mediante a aplicação do instituto da desconsideração
da personalidade jurídica, os dirigentes de Organização So-
cial podem ser condenados solidariamente pelo Tribunal
de Contas a restituírem valores ao erário, pelo motivo de
inexecução, parcial ou total, de Contrato de Gestão firmado
com a Administração Pública.
164 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- 20. SAÚDE


lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 418/2016-TP. Julgado em
09/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/08/2016. 20.1. APLICAÇÃO MÍNIMA
Processo nº 15.815-1/2015).
Saúde. Limite mínimo de aplicação. Despesas cus-
19.18. DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICI- teadas com recursos do SUS. Impossibilidade de
TAR E CONTRATAR apuração por meio de diferenças financeiras.
1. Para fins de cálculo do limite mínimo anual de
Responsabilidade. Empresa contratada. Declaração aplicação em ações e serviços públicos de saú-
de inidoneidade. Entrega de objeto com especifi- de, devem ser consideradas apenas as despesas
cação inferior à contratada. executadas diretamente pelo ente e que foram
O Tribunal de Contas pode declarar a inidoneidade financiadas, exclusivamente, com os recursos
de pessoa jurídica para participar de licitações e contratar provenientes da arrecadação dos impostos e das
com o poder público, quando a empresa contratada pela transferências previstas nos artigos 6º e 7º da Lei
Administração entrega objeto com especificação inferior à Complementar nº 141/2012.
apresentada na sua proposta (art. 41, da LC nº 269/07, c/c 2. O total das despesas financiadas com recursos
art. 295, do Regimento Interno do TCE), observado o prazo transferidos do Sistema Único de Saúde (SUS) de-
máximo estipulado em contrato para aplicação da sanção ve ser excluído do cálculo do limite referido no
de declaração de inidoneidade prevista na Lei n 8.666/93 item anterior. Para determinação do montante a
(art. 87, IV). ser excluído, não é possível a utilização de valores
apurados por meio de diferenças em contas de
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Con- disponibilidades, a exemplo do procedimento em
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº que se soma o saldo existente do exercício ante-
2.983/2015-TP. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/ rior em contas do SUS com o total das receitas
TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº 16.169-1/2014). e transferências arrecadadas no exercício nesta
mesma fonte, descontando-se o saldo remane-
cente no fim do exercício de apuração.

(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-


tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 60/2017- TP.
Julgado em 31/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/11/2017. Processo nº 8.453-0/2016).

20.2. MEDICAMENTOS

Saúde. Medicamentos. Inventário periódico de es-


toque.
1. A realização de inventário periódico de esto-
que de medicamentos, por meio de procedi-
mentos de controle específicos, em unidades
de pronto atendimento e de saúde da famí-
lia, é de suma importância para assegurar a
implantação de um sistema de informações e
gestão de estoque eficiente, em observância
ao art. 88, do Decreto Lei nº 200/67, que dis-
põe que “os estoques serão obrigatoriamente
contabilizados, fazendo-se a tomada anual
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 165

das contas dos responsáveis”. de medicamentos, tanto no seu manuseio, como


2. A mera instauração de comissão especial com- no seu controle, possua conhecimento e experi-
posta de servidores técnicos para implementar ência para o trabalho ao qual se propõem, sendo
inventário não afasta a situação irregular de- a responsabilidade técnica do almoxarifado exer-
corrente da ausência de inventário periódico cida por farmacêutico, com registro no correspon-
de estoque de medicamentos. dente Conselho de Classe, em razão da exigência
disposta na legislação específica; e
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- f. adotar providências para que os fluxos e instru-
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 891/2019-TP. Julgado ções dos processos de trabalho sejam registra-
em 10/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/01/2020. das por escrito, descrevendo detalhadamente
Processo nº 14.075-9/2019). os procedimentos de recebimento, identificação,
estocagem, manuseio, distribuição e descarte
Saúde. Medicamentos. Planejamento de aquisições dos medicamentos, definindo inclusive os proce-
e controle do gerenciamento de estoque. Providên- dimentos burocráticos para com as outras áreas
cias recomendáveis. de organização.
No âmbito do planejamento de aquisições de medi-
camentos e do respectivo controle do gerenciamento de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
estoque, é recomendável à Administração, para impedir tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 667/2019-TP. Julgado
ou diminuir a níveis mínimos aceitáveis a ocorrência de em 10/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/09/2019.
medicamentos vencidos, adotar as seguintes providências: Processo nº 2.943-2/2014).
a. implantar sistema de informações e gestão de
estoque de medicamentos eficiente, para que a Saúde. Estoque de medicamentos. Metodologia
programação possa ser realizada com base em FEFO.
dados fidedignos, possibilitando a utilização con- 1. A Administração deve adotar a metodologia FEFO
comitante de métodos de programação, tais como (First Expired, First Out - “primeiro que expira é o
perfil epidemiológico, consumo histórico, consu- primeiro que sai”), para gerenciar o arranjo e a
mo ajustado, oferta de serviços, entre outros; expedição de produtos medicamentosos, levan-
b. implantar sistema de informações gerenciais, co- do em consideração os prazos de validade, no
mo auxílio na formulação de políticas de medi- intuito de evitar desperdício de recursos públicos
camentos e subsídio à tomada de decisões dos e manter as atividades de manutenção da saúde
gestores, sendo de crucial importância que a ferra- pública.
menta disponibilize indicadores seletivos e especí- 2. A aplicação da metodologia FEFO é ferramenta
ficos, que auxiliem na qualificação da decisão e na essencial para auxiliar o gerenciamento, o con-
racionalização da aplicação dos recursos; trole, a movimentação, a dispensação e a baixa
c. contemplar, nos termos de referência e editais de de medicamentos em estoque, condições estas
licitação, a exigência mínima de prazos de valida- indispensáveis para a Administração alcançar ní-
de dos medicamentos a serem entregues pelas veis de qualidade e eficiência no gerenciamento
empresas vencedoras, tendo em vista a necessi- de estoque.
dade de prolongar o armazenamento de alguns
estoques, em determinados casos; Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
d. assegurar que o edifício destinado ao armazena- tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 667/2019-TP.
mento de medicamentos tenha área, construção Julgado em 10/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT
e localização adequadas para facilitar sua manu- em 19/09/2019. Processo nº 2.943-2/2014).
tenção, limpeza e operação, com espaço suficiente
para estocagem racional dos medicamentos, sen-
do que toda a área de estocagem deve destinar-se
somente a esse propósito;
e. zelar para que o pessoal envolvido na estocagem
166 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Saúde. Estocagem de medicamentos. Requisitos 20.3. SERVIÇOS MÉDICOS DE TERCEIROS


de controle e manuseio.
Para evitar a ocorrência de irregularidades na esto- Saúde. Município. Contratação de serviços médi-
cagem de medicamentos, principalmente quanto ao cos. Preços superiores à tabela SUS nacional. Ta-
vencimento de produtos, é recomendável que a Ad- bela SUS municipal.
ministração Pública adote as seguintes providências: É possível que o município contrate serviços médicos
a. aperfeiçoar as práticas de armazenamento e dis- ofertados pela iniciativa privada mediante pagamento de
tribuição de medicamentos, de forma a reduzir o valores superiores aos constantes na tabela SUS nacional,
percentual de desperdícios; desde que crie tabela SUS própria, tendo aquela como refe-
b. contemplar, nos termos de referência e editais de rência mínima. A tabela SUS municipal deve ser submetida
licitação, a exigência mínima de prazos de valida- à aprovação do Conselho Municipal de Saúde e da Comis-
de dos medicamentos a serem entregues pelas são Intergestores Bipartite e ser publicada em Diário Oficial.
empresas vencedoras, tendo em vista a necessi-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
dade de prolongar o armazenamento de alguns
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 103/2018-
estoques, em determinados casos;
SC. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
c. atualizar, anualmente, a relação municipal de me-
26/11/2018. Processo nº 10.933-9/2018).
dicamentos essenciais, de modo a atender as ne-
cessidades terapêuticas e os programas de saúde
20.4. ESCALA MÉDICA
oferecidos à população;
d. adotar boas práticas de estocagem de medica- Saúde. Pessoal. Escala médica diária e informações
mentos, preconizada pelo Ministério da Saúde, de do profissional. Divulgação.
forma que o edifício destinado ao armazenamen- 1. O gestor municipal deve adotar providências
to, destinado somente a esse propósito, tenha quanto à instalação de quadros, em locais visí-
área, construção e localização adequadas para veis e em todas Unidades da Atenção Básica, que
facilitar sua manutenção, limpeza e operação, informem ao usuário do serviço público de saúde,
com espaço suficiente para estocagem racional de forma clara e objetiva, a escala médica diá-
dos medicamentos; ria, incluindo o nome completo do responsável,
e. capacitar o pessoal envolvido na estocagem, para o número de registro no órgão profissional, sua
que possuam conhecimento e experiência para o especialidade e os horários de início e término da
trabalho, com a chefia de almoxarifado exercida jornada de trabalho. Deve, ainda, disponibilizar,
por farmacêutico, conforme legislação específica; em Portal de Transparência, link específico e de
f. elaborar os fluxos e instruções dos processos de fácil acesso para a consulta de informações rela-
trabalho, descrevendo detalhadamente os proce- tivas aos profissionais lotados em cada Unidade
dimentos de recebimento, identificação, estoca- de Saúde de Atenção Básica, certificando o horário
gem, manuseio, distribuição e descarte dos medi- em que prestam atendimento.
camentos, definindo, inclusive os procedimentos 2. A inobservância da carga horária pelos profissio-
burocráticos para com as outras áreas de organi- nais da saúde implica em considerável prejuízo
zação do município. ao erário, na medida que a Administração Públi-
ca arca com os custos de serviços que não foram
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- efetivamente prestados e se verifica o pagamento
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 317/2019-TP. integral de salário, sem que haja descontos pro-
Julgado em 04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em porcionais às faltas e às impontualidades.
25/06/2019. Processo nº 18.090-4/2018).
(Levantamento. Relator: Conselheiro Substituto Luiz
Carlos Pereira. Acórdão nº 101/2019-TP. Julgado em
26/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/04/2019.
Processo nº 37.227-7/2018).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 167

21. TRANSPARÊNCIA (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira


Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 2/2020-
Transparência. Publicidade. Relatórios de Execução TP. Julgado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
Orçamentária e Gestão Fiscal. Portal de transpa- 11/03/2020. Processo nº 16.738-0/2018).
rência. Diário oficial.
1. A publicidade conferida aos Relatórios Resumidos Transparência. Publicidade. Imprensa oficial. Alte-
de Execução Orçamentária e aos Relatórios de rações orçamentárias e demonstrações contábeis.
Gestão Fiscal em meios eletrônicos, a exemplo do 1. O Poder Executivo municipal deve publicar as al-
Portal de Transparência no site da prefeitura mu- terações orçamentárias e as demonstrações con-
nicipal, tem caráter complementar e não afasta a tábeis também na imprensa oficial, visto que as
obrigatoriedade da publicação dessas informações formas de publicação não são alternativas, mas,
em diário oficial, como fonte prioritária, em até 30 sim, cumulativas, observando-se as regras para
dias, conforme disciplina dos artigos 48, caput, 52 publicação de atos públicos dispostas no art. 37 da
e 55, § 2º, da Lei de Responsabilidade Fiscal.  CF/88, nos artigos 48, 48-A e 49 da Lei de Respon-
2. Todo ato oficial público, para ter eficácia e fé sabilidade Fiscal e na Lei de Acesso à Informação
pública, o que abrange, indiscutivelmente, as (Lei nº 12.527/2011).
demonstrações contábeis emitidas pelos entes 2. A fixação de decretos referentes a alterações orça-
federativos, deve ser publicado em órgãos ofi- mentárias em murais locais não atende às regras
ciais de imprensa, em atendimento ao princípio de publicidade e de transparência dispostas na
constitucional da publicidade, inscrito no artigo Constituição Federal, na LRF e na Lei de Acesso à
37, caput, da CF/1988. Informação.

(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta (Contas Anuais de Governo. Parecer Prévio nº 37/2019-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 22/2020-PC. Julgado em TP. Julgado em 07/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
20/05/2020. Processo nº 12.087-1/2019). 28/11/2019. Processo nº 16.680-4/2018).

Transparência. Audiências públicas. Discussão e Transparência. Demonstrativos da LRF. Publicação.


elaboração da LOA. Convocação por meios de co- Quanto à transparência na gestão fiscal, a Administra-
municação tradicionais. ção Municipal deve observar a correta publicação dos de-
1. Na convocação da população para participação monstrativos de execução orçamentária e de gestão fiscal
em audiências públicas de discussão e elabora- da Lei de Responsabilidade Fiscal, inclusive pela imprensa
ção da Lei Orçamentária Anual, o Poder Executi- oficial, nos termos da Resolução de Consulta nº 5/2015-TP
vo municipal deve utilizar meios de comunicação do TCE/MT.
que deem maior visibilidade (transparência) ao (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
chamamento e que, depois, possam ter sua exis- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 133/2019-PC.
tência comprovada. Dentro de suas possibilidades Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
financeiras, o município deve utilizar os meios de 21/11/2019. Processo nº 12.230-0/2019).
comunicação, ditos tradicionais: televisão, rádio e
mídia impressa; bem como as novas plataformas:
sites, aplicativos de mensagens etc.; visando infor-
mar a maior quantidade de munícipes. 
2. A comunicação à população municipal sobre a re-
alização de audiência pública, por meio de anún-
cio fixado no mural da prefeitura e por comuni-
cado sonoro veiculado em automóvel, não atinge
grande parte da população, limitando a publicida-
de imposta a todos os atos do Poder Público (art.
37, caput, CF/1988).
168 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Transparência. Identificação de veículos oficiais. Transparência. Peças de planejamento e orçamen-


Prefeitura. to. Elaboração e discussão. Avaliação de metas fis-
1. É obrigatória a identificação dos veículos oficiais cais. Audiências públicas.
do prefeito e demais autoridades municipais. Os 1. O Poder Executivo deve realizar audiências pú-
veículos devem ser identificados externamente blicas durante as etapas de elaboração e de dis-
por meio de placas especiais, dianteira e traseira, cussão dos projetos da Lei de Diretrizes Orçamen-
lacradas em sua estrutura, obedecidas as especi- tárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA)
ficações e modelos definidos pelo Contran. (art. 48, § 1º, I, da Lei de Responsabilidade Fiscal
2. A obrigatoriedade de identificação dos veículos – LRF), de forma a assegurar a transparência da
oficiais se funda no dever de transparência, que gestão fiscal e oportunizar a participação popular
é princípio norteador da Administração Pública, na definição das políticas públicas e o exercício
visando promover o controle das ações do Poder do controle social, independentemente de outras
Público. audiências que podem ser realizadas pelo Poder
Legislativo após o recebimento desses projetos.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- 2. A demonstração da avaliação do cumprimento
lheiro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 355/2019- das metas fiscais deve ser realizada quadrimes-
TP. Julgado em 11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em tralmente em audiência pública, nos termos do
27/06/2019. Processo nº 32.670-4/2017). que dispõe o art. 9º, § 4º, da LRF.

Transparência. Metas fiscais. Necessidade de re- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
alização de audiências públicas quadrimestrais. tituto Isaías Lopes. Parecer Prévio nº 65/2017-TP. Julgado
Divulgação de relatórios e demonstrativos (art. em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/11/2017.
63, LRF). Processo nº 25.899-7/2015).
1. A realização de audiências públicas quadrimes-
trais, pelo Poder Executivo, para demonstrar a Transparência. Metas fiscais. Necessidade de re-
avaliação do cumprimento de metas fiscais, con- alização de audiências públicas quadrimestrais.
forme dispõe o art. 9º, § 4º, da LRF, deve ocorrer Divulgação de relatórios e demonstrativos (art.
independentemente da opção pelo prazo semes- 63, LRF).
tral facultado aos Municípios com população infe- 1. A realização de audiências públicas quadrimes-
rior a cinquenta mil habitantes para a divulgação trais, pelo Poder Executivo, para demonstrar a
dos relatórios e demonstrativos previstos no art. avaliação do cumprimento de metas fiscais, con-
63 dessa mesma Lei. forme dispõe o art. 9º, § 4º, da LRF, deve ocorrer
2. A divulgação dos relatórios e demonstrativos re- independentemente da opção pelo prazo semes-
queridos pelo art. 63 da LRF deve ser entendida tral facultado aos Municípios com população infe-
como uma publicação mais ampla, que alcance rior a cinquenta mil habitantes para a divulgação
não só a imprensa oficial, e que não tem relação dos relatórios e demonstrativos previstos no art.
com audiências de avaliação das metas fiscais. 63 dessa mesma Lei.
2. A divulgação dos relatórios e demonstrativos re-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Substi- queridos pelo art. 63 da LRF, além da publicação
tuto Moisés Maciel. Parecer Prévio nº 100/2017-TP. Julgado na imprensa oficial, deve ocorrer, também, por
em 30/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/12/2017. meio de comunicação mais ampla, a exemplo de
Processo nº 8.409-3/2016). sites eletrônicos, murais etc.

(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-


tituto Moisés Maciel. Parecer Prévio nº 43/2017-TP. Julgado
em 03/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2017.
Processo nº 8.418-2/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 169

Transparência. Portal eletrônico. Acesso a infor- 22. TRIBUTAÇÃO


mações.
A mera criação de Portal de Transparência não garante 22.1. PLANTA GENÉRICA DE VALORES
por si só o cumprimento das normas de transparência e
de acesso do cidadão às informações pertinentes à gestão Tributação. Planta Genérica de Valores. Atualiza-
pública, impostas na Lei nº 12.527/2011 (Lei de Acesso à In- ção. Decreto Executivo.
formação – LAI) e na Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de É cabível a edição de Decreto Executivo para atualização
Responsabilidade Fiscal – LRF), sendo necessária a efetiva dos valores da Planta Genérica de Valores, ao se constatar
exposição, divulgação e disponibilização dos atos pratica- que a Câmara Municipal não tenha aprovado Projeto de Lei
dos pela Administração para a consulta de toda sociedade, para tal ato, haja vista que o artigo 97, VI, § 2°, do Código
a fim de garantir o pleno controle social. Tributário Nacional, esclarece, taxativamente, que a atuali-
zação monetária da respectiva base de cálculo do imposto
(Representação de Natureza Interna. Relator: João Batis- não constitui modificação no tributo, portanto não exige
ta Camargo. Acórdão nº 1/2016-SC. Julgado em 02/03/2016. para sua implementação a edição de lei anterior, ou seja,
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/03/2016. Processo nº não se submete ao princípio da anterioridade.
6.003-8/2015).
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 616/2019-TP. Julgado em
27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019.
Processo nº 13.499-6/2018).

Tributação. Planta Genérica de Valores. Atualiza-


ção por aumento ou correção de alíquota. Atuali-
zação periódica.
O mero aumento da alíquota para definição do valor
venal de imóveis urbanos, ou a simples correção monetária
deste valor sem um devido estudo aprofundado, não ca-
racteriza atualização da Planta Genérica de Valores, que é
o instrumento que dá lastro para a formação do valor base
sobre o qual incidirá os tributos municipais.
A atualização periódica da Planta Genérica de Valores,
com previsão expressa na Resolução Normativa nº 31/2012
do TCE-MT, implica em um amplo estudo para análise da
base de dados imobiliários existente, da evolução dos
imóveis, do aumento da zona urbana com relação à zona
rural, dentre outros aspectos que determinarão os valores
unitários de terrenos e de construções do município para a
obtenção do valor venal atualizado dos imóveis.

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-


tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro-
cesso nº 2.493-7/2015).
170 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

Tributação. Administração fazendária municipal. Tributação. IPTU. Isenção prevista em lei. Processo
Atualização da Planta Genérica de Valores. administrativo.
1. O Município deve atualizar periodicamente a Plan- Para verificação e comprovação do direito à isenção
ta Genérica de Valores, em observância à Resolu- de IPTU prevista em lei, a Administração deve formalizar
ção Normativa nº 31/2012 do TCE-MT, sob pena de processo administrativo para enquadramento de possíveis
comprometer a real atualização da base tributária beneficiários nos requisitos exigidos em lei específica mu-
e a arrecadação dos tributos locais, contrariando, nicipal.
assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal.
2. A Planta Genérica de Valores é um dos principais (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
instrumentos da administração fazendária munici- tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.702/2014-TP. Jul-
pal, no qual são estabelecidos os valores unitários gado em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
de terrenos e de construções do município, pos- 04/09/2014. Processo nº 7.540-0/2013).
sibilitando a obtenção do valor venal atualizado
dos imóveis e compatibilizando-o com a realidade 22.3. ISSQN
do mercado imobiliário local.
Tributação. ISS. Locação de imóvel.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio A locação de imóvel não se enquadra no conceito de
Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015. “serviço”, não cabendo a incidência do imposto aplicado so-
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº bre serviços de qualquer natureza, uma vez que a locação
1.930-5/2014). de imóvel é típica “obrigação de dar”, ou seja, de entregar
determinada coisa, diferente da “obrigação de fazer”, que
22.2. IPTU está ligada diretamente à prestação de um serviço, além
do que, tal locação não consta do rol de serviços, anexo
Tributação. IPTU. Atualização de Cadastro Imobi- à Lei Complementar Federal 116/2003 que regulamenta a
liário e Planta Genérica de Valores. matéria, sobre os quais incidem o ISS.
A Administração Municipal deve planejar, normatizar
e executar procedimentos com vistas a atualizar seu Ca- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
dastro Imobiliário e Planta Genérica de Valores, para sub- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.931/2014-TP. Julgado em
sidiar o cálculo de IPTU, nos termos do art. 33 do Código 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
Tributário Nacional, observando as disposições da Resolu- Processo nº 7.329-6/2013).
ção Normativa nº 31/2012 do TCE-MT, para não incorrer em
renúncia de receitas que gere desequilíbrio financeiro-or- Tributação. “ISSQN Fixo” sobre serviços de regis-
çamentário. tros públicos, cartorários e notariais.
Não se aplica à prestação de serviços de registros pú-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
blicos, cartorários e notariais, a sistemática do chamado
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 35/2018-SC. Julgado em
“ISSQN Fixo” prevista no § 1º do art. 9º do Decreto Fede-
08/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/08/2018.
ral 406/1968, sendo a base de cálculo do imposto o pre-
Processo nº 9.795-0/2018).
ço do serviço (art. 7º LC 116/2003), ou seja, o valor dos
emolumentos, uma vez que a atividade cartorária não é,
Tributação. ISS. Locação de bem móvel combinada
exclusivamente, de caráter pessoal, na medida em que o
com prestação de serviços.
reconhecimento de firma, a emissão de certidões, a ela-
Na locação de bem móvel, em que resta identificada a
boração de escrituras, entre outros, podem e, na prática,
combinação do bem com respectiva prestação de serviços,
são prestadas tanto pelo titular das serventias como por
o ISS incide sobre os serviços, sem atingir a locação.
seus funcionários, indicados como substitutos, nos termos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- do art. 20, caput e § 1º, da Lei 8.935/94, ocorrendo, então,
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em uma formação de estrutura economicamente organizada
09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014. para sua realização, o que lhe aproxima do conceito de
Processo nº 8.089-6/2013). “empresa”.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 171

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter cício do efetivo poder de polícia, ou seja, com o custo das
Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. atividades de fiscalização e regulação, sendo permitida a
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº utilização do faturamento das concessionárias apenas co-
7.584-1/2013). mo critério para a base de cálculo, como no caso do uso de
faixas de faturamento das empresas para indicar valores
Tributação. ISSQN. Incidência sobre serviços de re- diferentes de taxa.
gistros públicos, cartorários e notariais.
É constitucional a incidência de ISSQN sobre os serviços (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
de registros públicos, cartorários e notariais, cabendo à Ad- Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 335/2018-TP. Revi-
ministração municipal, mediante lei local, instituir e promo- sor: Conselheiro Substituto Ronaldo Ribeiro. Julgado em
ver a cobrança do imposto sobre os serviços realizados na 21/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
localidade, como forma de prezar pela responsabilidade na Processo nº 10.934-7/2017).
gestão fiscal, nos termos do art. 11 da LRF.
Tributação. Taxa. Certidão negativa de débitos fis-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter cais. Gratuidade.
Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. A cobrança de taxa pela emissão de certidão negativa
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº de débitos fiscais, mesmo que prevista em código tributário
7.584-1/2013). municipal, é incompatível com o sistema constitucional vi-
gente, tendo em vista que é assegurada a todos a obtenção
Tributação. ISSQN sobre serviços de registros pú- de certidões em repartições públicas, independentemente
blicos, cartorários e notariais. Princípio da irretro- do pagamento de taxas, conforme dicção do art. 5º, XXXIV,
atividade tributária. da CF/1988, norma esta reproduzida pelo art. 10, VI, da
A Administração Pública municipal não pode cobrar Constituição Estadual de Mato Grosso de 1989.
ISSQN sobre serviços de registros públicos, cartorários e
notariais em relação a fatos geradores ocorridos antes do (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
início da vigência da lei municipal que os houver instituído, lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 399/2016-TP. Julgado em
em cumprimento ao princípio da irretroatividade tributária, 02/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016.
com base no art. 150, III, alínea “a”, da Constituição Federal. Processo nº 5.850-5/2016).

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter


Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. Tributação. “Taxa” de expediente. Retenção de
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº tributos nos pagamentos realizados a prestador
7.584-1/2013). de serviço.
A cobrança de “taxa” de expediente de prestador de
22.4. TAXAS serviço pela prefeitura, por ocasião da retenção de tribu-
tos municipais, incidentes sobre os serviços prestados ao
Tributação. Taxas de regulação e fiscalização. Ser- Poder Público, mesmo que instituída em código tributário
viços de abastecimento de água e esgotamento municipal, não atende aos critérios definidores das taxas
sanitário e transporte coletivo urbano. Base de estabelecidos no art. 145, II, da Constituição Federal, tendo
cálculo. em vista que não envolve a prestação de um serviço públi-
As taxas instituídas pela Administração, decorrentes co ao contribuinte.
do exercício do poder de polícia em razão das atividades
de regulação e fiscalização sobre a prestação dos serviços (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do-
públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitá- mingos Neto. Acórdão nº 2.645/2014-TP. Julgado em
rio e de transporte coletivo urbano, não podem ter como 25/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014.
base de cálculo a incidência direta sobre o faturamento Processo nº 7.734-8/2013).
mensal das empresas concessionárias desses serviços. A
base de cálculo dessas taxas deve ter relação com o exer-
172 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020

22.5. PASEP

Tributação. PASEP. Fundos previdenciários autár-


quicos. Contribuições previdenciárias patronais.
Os fundos previdenciários de direito público, organiza-
dos na forma de autarquia, são contribuintes obrigatórios
do PASEP (Lei 9.715/1998, art. 2º, III), logo, as contribuições
previdenciárias patronais arrecadadas por esses fundos
integram as receitas correntes da autarquia e, portanto,
devem ser consideradas na contribuição devida ao PASEP
pela entidade recebedora (Lei 9.715/1998, art. 7º, c/c art. 8º,
III), devendo ser deduzidas da base de cálculo do tributo do
ente transferidor (Lei 9.715/1998, art. 7º).

(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-


tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 06/2014-PC. Julgado
em 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/07/2014.
Processo nº 7.826-3/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 173

Rua Conselheiro Benjamin Duarte Monteiro, nº 1 – Centro Político e Administrativo


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