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identidade organizacional
NEGÓCIO VALORES
Controle da gestão dos recursos públicos. Justiça: Pautar-se estritamente por princípios de
justiça, pela verdade e pela lei, com integridade,
MISSÃO equidade, coerência, impessoalidade e
Controlar a gestão dos recursos públicos do Estado imparcialidade.
e dos municípios de Mato Grosso, mediante Qualidade: Atuar com inovação e de forma
orientação, avaliação de desempenho, fiscalização ágil, tempestiva, efetiva, eficiente e eficaz, com
Rua Conselheiro Benjamin Duarte Monteiro, nº 1 e julgamento, contribuindo para a qualidade e a base em padrões de excelência de gestão e de
Centro Político e Administrativo
CEP: 78049-915 – Cuiabá-MT
efetividade dos serviços, no interesse da sociedade. controle.
+55 65 3613-7500 Profissionalismo: Atuar com base nos princípios
tce@tce.mt.gov.br VISÃO e valores éticos e de forma independente,
www.tce.mt.gov.br
Ser reconhecido como instituição essencial ao técnica, responsável, proativa, leal e
Horário de atendimento: regime democrático, atuando pela melhoria da comprometida com a identidade institucional e
8h às 18h, de segunda a sexta-feira.
qualidade da gestão pública e no combate à com o interesse público.
corrupção e ao desperdício. Transparência: Disponibilizar e comunicar
tempestivamente, em linguagem clara e de
fácil acesso, as ações, decisões e atos de gestão
do TCE-MT, bem como as informações dos
fiscalizados sob sua guarda, no interesse da
sociedade.
Consciência Cidadã: Estimular o exercício da
cidadania e do controle social da gestão pública.
EXPEDIENTE
elaboração
Consultoria Técnica corpo deliberativo
supervisão
Roberto Carlos Figueiredo
TRIBUNAL PLENO CONSELHEIROS
Secretário Geral de Controle Externo
Presidente Conselheiro Antonio Joaquim Moraes Rodrigues Neto
coordenação e elaboração Conselheiro Guilherme Antonio Maluf Conselheiro José Carlos Novelli
Natel Laudo da Silva
Vice-Presidente Conselheiro Valter Albano da Silva
Auditor Público Externo
Conselheiro Gonçalo Domingos de Campos Neto Conselheiro Waldir Júlio Teis
+55 65 3613-7583 Conselheiro Sérgio Ricardo de Almeida
Corregedor-Geral
consultoria_tecnica@tce.mt.gov.br
Conselheiro Interino Moises Maciel
MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS
Ouvidor-Geral Procurador-Geral
Conselheiro Interino Isaias Lopes da Cunha Alisson Carvalho de Alencar
Integrantes Procurador-Geral Substituto
Conselheiro Interino João Batista de Camargo Júnior William de Almeida Brito Júnior
Conselheiro Interino Luiz Carlos Azevedo Costa
Procuradores de Contas
Pereira
Gustavo Coelho Deschamps
Conselheiro Interino Ronaldo Ribeiro de Oliveira
Getúlio Velasco Moreira Filho
Conselheiro Substituto junto a Presidência Luiz
Henrique Lima
Conselheira Substituta Jaqueline Maria Jacobsen
edição Marques
Secretaria de Comunicação Social
supervisão 1ª CÂMARA
Raoni Pedroso Ricci
Presidente
Secretário de Comunicação Social
Conselheiro Interino Luiz Carlos Pereira
projeto gráfico
Integrantes
Danilo Henrique Lobato
Coordenador da PubliContas Conselheiro Gonçalo Domingos de Campos Neto
Conselheiro Interino Moises Maciel
capa
Conselheira Substituta Jaqueline Maria Jacobsen
Rodrigo Canellas
Publicitário Marques
2ª CÂMARA
+55 65 3613-7561 Presidente
publicontas@tce.mt.gov.br Conselheiro Interino João Batista de Camargo Júnior
Integrantes
Conselheiro Interino Isaias Lopes da Cunha
Conselheiro Interino Ronaldo Ribeiro
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 3
SUMÁRIO
1. AGENTE POLÍTICO.............................................................................................................................................................8
2. CÂMARA MUNICIPAL.......................................................................................................................................................8
2.1. GESTÃO E CONTROLE INTERNO...…...............………………………………....…………………………………………….................8
2.2.OUVIDORIA………….............................................................………………………………………………….......……………............…….9
2.3. FOLHA DE PAGAMENTO…………………………………………………..............……………………………...…………………..............9
2.4. DUODÉCIMO….………………………....................................................................……………………………………...............9
2.5. DIÁRIAS E VERBA INDENIZATÓRIA………………………………………………………..............………………...……………............10
2.6. DESPESAS GERAIS……………………………………………………………………………………….................………………..............11
3. CONTABILIDADE...............................................................................................................................................................11
3.1.ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL..………………………………………………………………………..……….................………….............11
3.2.EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA..…………………………………………………………………….……………………...........................12
4. CONTRATO.....................................................................................................................................................................14
4.1. DISPOSIÇÕES GERAIS: FORMALIZAÇÃO, EXECUÇÃO E RESCISÃO.…………….....…………………………............................14
4.2. CONTRATOS DE OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA...…………………………......………………………............................15
4.3. CONTRATOS DE SERVIÇOS DE TERCEIROS..…………………………………………....………………………….............................15
4.4. CONTRATOS DE LOCAÇÃO..........…………………………………………………………..…………………………...........................16
4.5. CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS.…………………………………....……………………............................17
4.6. PRORROGAÇÃO CONTRATUAL E SERVIÇOS DE NATUREZA CONTINUADA...….......…………......……………………..........18
4.7. ALTERAÇÃO CONTRATUAL…….............…………………………………………………………………….……………………............21
4.8. ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DE CONTRATOS..................……………………………....…………………….............22
4.9. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS………….............………………………………………………………..…………………………...........26
5. CONTROLE INTERNO.......................................................................................................................................................27
5.1. PESSOAL E ATUAÇÃO………………………………………………………...……………………………………………..........................27
5.2. CONTROLE EM SISTEMAS ADMINISTRATIVOS ESPECÍFICOS………....……………………………………………......................27
5.3. SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES………………………………………………....……………………………………..................................28
6. CONVÊNIO E INSTRUMENTOS SIMILARES........................................................................................................................31
6.1. DESIGNAÇÃO DE FISCAL…………………………………………………………...………………………………………........................31
6.2. EXECUÇÃO, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESSARCIMENTO DE VALORES….......………………………………….....................31
6.3. CONVÊNIO ENTRE MUNICÍPIOS E ESTADO……………………………………………....……………………………..........................33
6.4. TERMO DE FOMENTO..............................................................................................................................................33
7. DESPESA.........................................................................................................................................................................33
7.1. ADIANTAMENTO E VERBA INDENIZATÓRIA………………………………………….........………………………...........................33
7.2. DIÁRIAS…………………………………………………………………………………………..........……………………………..................34
4 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
SUMÁRIO
7.3. PAGAMENTO DE MULTAS E JUROS E RESSARCIMENTO AO ERÁRIO……………........……………………………....................35
7.4. DESPESAS GERAIS E SUA LEGITIMIDADE…………………………………………………........…………...............…….................36
7.5. LIQUIDAÇÃO DA DESPESA………………………………………………………………….….........……………………........................37
7.6. MEIO DE PAGAMENTO DA DESPESA……………...………………………………………….…………………………........................38
7.7. RESTOS A PAGAR E PAGAMENTO EM ORDEM CRONOLÓGICA……………………….....………………………….....................39
7.8. DESPESA E O ATENDIMENTO AO ART. 42 DA LRF………………………………………...…………………………........................41
8. DÍVIDA ATIVA.................................................................................................................................................................42
9. EDUCAÇÃO.....................................................................................................................................................................42
9.1. MÍNIMO CONSTITUCIONAL…………………………………………….................…………………………………………………........42
9.2. GASTOS COM MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO………….....…………………………………….................43
9.3. FUNDEB 40%..........................................................................................................................................................43
9.4. JORNADA DE TRABALHO E PISO NACIONAL DOS PROFESSORES……………………......…………………………..................44
9.5. MERENDA ESCOLAR E NUTRICIONISTA………………………………………………...………………………………........................44
9.6. TRANSPORTE ESCOLAR…………………………………………………………………..………………………………..........................44
9.7. CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR (CDCE).................................................................................45
10. FUNDO ESPECIAL..........................................................................................................................................................45
11. LICITAÇÃO.....................................................................................................................................................................46
11.1. DISPOSIÇÕES GERAIS………………………..………………………………………………………………………….............................46
11.2. ENTIDADES PRIVADAS E OBEDIÊNCIA À LEI 8.666/93………………………………………………………….............................47
11.3. PROJETO BÁSICO……………………………………………………..………………………………………………….............................47
11.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO LICITADO………………………………...…………………………………………………….......................48
11.5. RESTRIÇÃO AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO…………………....……………………………..........…………...........49
11.6. VEDAÇÃO À PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÃO E CONTRATAÇÃO PÚBLICA……......………………………………......…...........51
11.7. FORMAÇÃO DE PREÇOS DE REFERÊNCIA…………………………………………………....………………………..........................52
11.8. COMPRAS E SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS……………………………………….....………………………….......................54
11.9. ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS…………………………………………….....………………………...........…….............55
11.10. TOMADA DE PREÇOS……………………………………………………………………...……………………………..........................56
11.11. CONVITE…………………………………………………………………………………….................................................……….....56
11.12. LEILÃO……………………………………………………………………………………………….......................................................57
11.13. PARCELAMENTO DO OBJETO E FRACIONAMENTO DE DESPESAS…………………….....…………………….......................57
11.14. DISPENSA DE LICITAÇÃO………………………………………………………………………..………………………..........................59
11.15. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO………………………………………………………………...……………………...........................61
11.16. HABILITAÇÃO JURÍDICA…………………………………………………………………………..……………………...........................63
11.17. HABILITAÇÃO: REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA…………………………………...…………………….........................64
11.18. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO TÉCNICA……………………………………………………..……………………..........................65
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 5
SUMÁRIO
11.19. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA………………………………..……………………........................71
11.20. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS EM CONSÓRCIO………………………………....………………………………….......................72
11.21. PROCEDIMENTO E JULGAMENTO……………………………………………………………...……………....................................72
11.22. EMISSÃO DE PARECER JURÍDICO……………………………………………………………....……………………............................74
11.23. FRAUDE À LICITAÇÃO……………………………………………………………………………...……………………..........................75
11.24. TRATAMENTO DIFERENCIADO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS………………………………………….........................75
11.25. CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS……………………………………………………………………………..............................76
11.26. PREGÃO…………………………………………………………………………………………………………………...............................76
12. PATRIMÔNIO.................................................................................................................................................................79
13. PESSOAL........................................................................................................................................................................81
13.1. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONCURSO PÚBLICO………………………………………………………………….............................81
13.2. ADMISSÃO DE PESSOAL: ADVOGADO PÚBLICO / ASSESSOR JURÍDICO…………………………......................................82
13.3. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONTADOR, TESOUREIRO E CONTROLADOR INTERNO………………………….......................84
13.4. ADMISSÃO DE PESSOAL EM ENTIDADES REPRESENTATIVAS………………………………………………..............................87
13.5. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA…………………………………………………………………………………….................................88
13.6. ADMISSÃO DE PESSOAL: CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA…………………………….......................89
13.7. ADMISSÃO DE PESSOAL: NEPOTISMO………………………………………………………………………………...........................91
13.8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: SERVIDORES…………………………………………………….................................94
13.9. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: AGENTES POLÍTICOS………………………………………………...........................98
13.10. JORNADA DE TRABALHO………………………………………………………………………………………………..........................99
13.11. DESPESA COM PESSOAL……………………………………………………………………………………………..............................100
13.12. ADICIONAIS E GRATIFICAÇÕES………………………………………………………………………………………...........................101
13.13. INDENIZAÇÃO ESPECIAL E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS…………………………………..………………….......................102
13.14. REMUNERAÇÃO: DISPOSIÇÕES GERAIS E COMPONENTES………………………………..…………………..........................102
13.15. SERVIÇOS DE TERCEIROS…………………………………………………………………………………………................................104
14. PLANEJAMENTO.........................................................................................................................................................105
14.1. PRAZOS PARA ENVIO DE PEÇAS DE PLANEJAMENTO……………………………………………....………………...................105
14.2. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA)……………………………………………………………………..……………........................105
14.3. CRÉDITOS ADICIONAIS…………………………………………………………………………………………………...........................106
14.4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO)……………………………………………………………………….........................108
15. PRESTAÇÃO DE CONTAS...............................................................................................................................................109
15.1. DEVER DE PRESTAR CONTAS: ENVIO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES…………………….......…………….................109
15.2. CONTAS DE GOVERNO……………………………………………………………………………………...……………........................110
15.3. CONVÊNIO ...........................................................................................................................................................110
15.4 CONCESSÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO E OUTRAS FORMAS DE REPASSE..................................................................111
6 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
SUMÁRIO
15.5. AUDIÊNCIAS PÚBLICAS .........................................................................................................................................112
15.6. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL ...........................................................................................................................112
16. PREVIDÊNCIA ..............................................................................................................................................................113
16.1. DISPOSIÇÕES GERAIS............................................................................................................................................113
16.2. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA..........................................................................................................................114
16.3. APLICAÇÃO DE RECURSOS NO MERCADO FINANCEIRO......................................................................................... 115
16.4. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ........................................................................................................................ 116
16.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS................................................................................................................................116
17. PROCESSUAL ................................................................................................................................................................117
17.1. DISPOSIÇÕES GERAIS.............................................................................................................................................117
17.2. COMPETÊNCIA..................................................................................................................................................... 118
17.3. CITAÇÃO...............................................................................................................................................................122
17.4. REVELIA ...............................................................................................................................................................123
17.5. NULIDADE............................................................................................................................................................ 123
17.6. MOTIVAÇÃO EM PROCESSO DE CONTAS............................................................................................................... 124
17.7. CONTAS DE GESTÃO E DE GOVERNO..................................................................................................................... 124
17.8. DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES: NATUREZA JURÍDICA.................................................................................125
17.9. MEDIDA CAUTELAR...............................................................................................................................................126
17.10. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE........................................................................................................... 128
17.11. REPRESENTAÇÃO..................................................................................................................................................129
17.12. PRESCRIÇÃO.........................................................................................................................................................131
17.13. SANÇÃO PECUNIÁRIA..........................................................................................................................................132
17.14. RECURSO ORDINÁRIO......................................................................................................................................... 135
17.15. RECURSOS: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.............................................................................................................135
17.16. RECURSOS: AGRAVO........................................................................................................................................... 138
17.17. PEDIDO DE RESCISÃO............................................................................................................................................139
17.18. PEDIDO DE REVISÃO DE PARECER PRÉVIO............................................................................................................. 141
17.19. TOMADA DE CONTAS ESPECIAL.............................................................................................................................141
17.20. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO...............................................................................................................................141
18. RECEITA.......................................................................................................................................................................142
19. RESPONSABILIDADE....................................................................................................................................................143
19.1. DISPOSIÇÕES GERAIS………………………………………………………………………………………………….............................143
19.2. GESTOR PÚBLICO / CHEFE DE PODER………………………………………………………………………....................................144
19.3. ADVOGADO PÚBLICO / PARECERISTA JURÍDICO……………………………………………....……………………......................149
19.4. CONTADOR…………………………………………………………………………………………....................................................150
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 7
SUMÁRIO
19.5. CONTROLADOR INTERNO………………………………………………………………………………..……………….......................150
19.6. GESTOR E FISCAL DE CONTRATOS……………………………………………………………………....……………........................151
19.7. PREGOEIRO E MEMBROS DE COMISSÃO DE LICITAÇÃO………………………………………….....………………...................152
19.8. OUTROS AGENTES PÚBLICOS…………………………………………………………………………..………………........................154
19.9. ENVIO DE INFORMAÇÕES VIA SISTEMA INFORMATIZADO……………………………………….....……………….................155
19.10. EMPRESAS CONSTRUTORAS………………………………………………………………………..………………...........................156
19.11. EMPRESAS SUBCONTRATADAS……………………………………………………………………..………………............................157
19.12. SOLIDARIEDADE: AGENTE PÚBLICO E EMPRESA CONTRATADA…………………………….....………………......................157
19.13. SOLIDARIEDADE: AGENTES PÚBLICOS……………………………………………………………..………………..........................160
19.14. SOLIDARIEDADE: GESTOR PREVIDENCIÁRIO E TERCEIROS…………………………………....………………........................161
19.15. SOLIDARIEDADE: PESSOAS JURÍDICAS E SEUS ADMINISTRADORES………………………....……………….......................161
19.16. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS……………………………………………………………………..……………...........................161
19.17. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA……………………………………………...…………….........................163
19.18. DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR E CONTRATAR……………………………….....…………...........…….........164
20. SAÚDE........................................................................................................................................................................164
20.1. APLICAÇÃO MÍNIMA…………………………………………………………………………………………..……………......................164
20.2. MEDICAMENTOS…………………………………………………………………………………………….........................................164
20.3. SERVIÇOS MÉDICOS DE TERCEIROS…………………………………………………………………………...……..........................166
20.4. ESCALA MÉDICA……………………………………………………………………………………………………...…….......................166
21. TRANSPARÊNCIA.........................................................................................................................................................167
22. TRIBUTAÇÃO...............................................................................................................................................................169
22.1. PLANTA GENÉRICA DE VALORES……………………………………………………….............................................................169
22.2. IPTU……………………………………………………………………………………………………………………….............................170
22.3. ISSQN…………………………………………………………………………………………………………………..................................170
22.4.TAXAS………………………………………………………………………………………………………………………..........................................171
22.5. PASEP…………………………………………………………………………………………………………………..................................172
8 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Câmara Municipal. Despesa. Verba indenizatória Câmara Municipal. Vereadores. Verba indenizató-
para custeio de gabinete. ria. Diárias. Cumulação.
As despesas com a manutenção de gabinetes de verea- A concessão de verba indenizatória a vereadores desti-
dores devem ser submetidas ao regular processo de pla- nada ao ressarcimento de despesas decorrentes de ativida-
nejamento e execução implementado pela administração des parlamentares dentro do Município e a concessão de
da Câmara Municipal, não sendo possível o custeio de tais diárias para indenizar gastos em viagens intermunicipais e
dispêndios por meio de pagamento de verba indenizatória interestaduais desses agentes políticos são institutos que
a esses agentes políticos, sob pena de se configurar despe- podem ser cumulados, tendo em vista terem fatos gera-
sas em duplicidade, bem como indevida descentralização dores distintos, desde que autorizadas em lei municipal.
orçamentária e financeira de gastos públicos.
(Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaqueline
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos Jacobsen. Acórdão nº 440/2015-TP. Julgado em 03/03/2015.
Novelli. Acórdão nº 19/2017-TP. Julgado em 07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº
Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. Processo nº 21.704-2/2014).
1.569-5/2016).
Câmara Municipal. Vereadores. Verba indenizató-
Câmara Municipal. Diárias. Concessão por lei es- ria. Especificação de despesas em lei municipal.
pecífica. Comprovação de gastos.
A autorização para concessão de diárias no âmbito da A lei municipal que dispõe sobre concessão de verba
Câmara Municipal deve ocorrer por meio de lei específica, de natureza indenizatória a vereadores deve especificar
sendo que somente a respectiva regulamentação pode quais despesas decorrentes de atividades parlamentares
estar prevista em ato normativo próprio, nos termos da suportadas diretamente pelos vereadores serão passíveis
Resolução de Consulta nº 01/2014 do TCE-MT. de ressarcimento, com intuito de se configurar um nexo
de causalidade entre as despesas e as atividades previstas
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- na lei, nos termos da Resolução de Consulta nº 29/2011 do
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 13/2017-TP. TCE-MT, sendo obrigatória a comprovação de gastos caso
Julgado em 07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em não haja previsão legal de dispensa de apresentação de
17/02/2017. Processo nº 14.264-6/2016). comprovantes de despesas.
Câmara Municipal. Despesa. Vereadores. Verba (Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaqueline
indenizatória. Verba de Gabinete. Jacobsen. Acórdão nº 440/2015-TP. Julgado em 03/03/2015.
1. O pagamento de verba indenizatória a vereadores Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015. Processo nº
possui amparo constitucional, tendo por finalida- 21.704-2/2014).
de o ressarcimento do agente político pelos gastos
eventualmente realizados para desempenhar suas Câmara Municipal. Processo Legislativo. Discussão
atividades parlamentares, conforme condições es- e aprovação de Lei. Verba indenizatória. Interesse
tabelecidas na Resolução de Consulta nº 29/2011 do particular descaracterizado.
TCE- MT. A discussão e aprovação de Lei, pelos vereadores, que
2. A criação de verba indenizatória para gabinetes (Ver- crie ou implante verba indenizatória relacionada com o
ba de Gabinete) fere os artigos 37, caput, da Cons- exercício da atividade parlamentar não caracteriza maté-
tituição Federal e 129 da Constituição do Estado de ria de manifesto interesse particular, mas, sim, de interesse
Mato Grosso. público, afeto à função legislativa do ente federativo.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 11
3. CONTABILIDADE
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 12/2014-
3.1. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
05/03/2014. Processo nº 16.689-8/2012). Contabilidade. Registros contábeis. Divergências.
Saldo ajustado de contas contábeis e saldo ajus-
2.6. DESPESAS GERAIS tado de banco.
1. Compete ao gestor municipal responsável, junta-
Câmara Municipal. Despesa. Fornecimento de uni-
mente com o setor contábil, efetuar o controle e o
forme aos servidores públicos.
registro fidedigno das demonstrações contábeis na
O fornecimento de uniforme aos servidores públicos da
elaboração da contabilidade do município, de ma-
câmara municipal é legítimo e atende ao interesse público,
neira a evitar divergências entre o saldo ajustado
sendo necessária a respectiva regulamentação por ato nor-
de contas contábeis e o saldo ajustado de banco.
mativo que discipline a concessão e a utilização desse ma-
Havendo divergências ou alterações, deverão ser
terial, nos termos dos requisitos mínimos disciplinados pela
respaldadas por documentos que as justifiquem, a
Resolução de Consulta do TCE-MT nº 23/2011, que visam
fim de que possíveis inconsistências não compro-
assegurar o uso, a guarda e a conservação dos uniformes,
metam o plano de trabalho aprovado e os limites
evitando desperdício de dinheiro público.
financeiros para a sua execução.
2. A transparência e a veracidade das demonstrações
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
contábeis são elementos indispensáveis para uma
tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 206/2014-SC3.
Administração eficiente e proba, haja vista que elas
Julgado em 18/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
permitem o acompanhamento da execução orça-
04/12/2014. Processo nº 8.238-4/2013).
mentária, o levantamento dos balanços gerais, a
análise e a interpretação dos resultados econômicos
Câmara Municipal. Despesa. Publicação em veículo
e financeiros, bem como a verificação dos créditos
de comunicação. Promoção pessoal de vereadores.
adicionais autorizados.
A matéria publicada em veículo de comunicação con-
tendo nomes e imagens de vereadores, informações de
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
cunho político-partidário, a exemplo do número de manda-
tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 4/2020-TP.
tos e enaltecimento da atuação de cada agente político no
Julgado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
Legislativo municipal, além de informações pessoais como
11/03/2020. Processo nº 16.716-9/2018).
o tempo de residência no município e o nome do cônjuge
e filhos, configura promoção pessoal, em flagrante afronta
Contabilidade. Transferências intragovernamen-
ao art. 37, §1º, da Constituição Federal, uma vez que não se
tais. Ilegalidade do registro contábil como “Em-
trata de publicidade com caráter educativo, informativo ou
préstimos”.
de orientação social, possibilitando a determinação, pelo
É ilegal a transferência de recursos financeiros entre
Tribunal de Contas, de restituição de valores ao erário com
órgãos e entidades pertencentes ao mesmo Orçamento, a
recursos próprios do chefe do Legislativo.
título de empréstimos, tendo em vista que, em essência,
caracterizam Transferências Intragovernamentais e como
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
tais devem ser registradas contabilmente. A realização de
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 206/2014-SC. Julgado
Transferências Intragovernamentais, pelo Tesouro, deve
em 18/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/12/2014.
obedecer à vinculação/destinação fixada para a respectiva
Processo nº 8.238-4/2013).
origem dos recursos arrecadados.
ausência de previsão dessa forma de medição no edital de sem a necessária formalização e justificação do
licitação e no contrato caracteriza a concessão de vantagem aditivo, é irregular, caracterizando dano ao erário
indevida ao contratado. por inexecução contratual, ensejando determina-
ção de restituição de valores e aplicação de san-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ções por parte do TCE-MT.
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 728/2014-
TP. Julgado em 01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
15/04/2014. Processo nº 26.202-1/2013). Acórdão nº 304/2017-TP Julgado em 04/07/2017. Publicado
no DOC/TCE-MT em 13/07/2017. Processo nº 22.165-1/2015).
4.3. CONTRATOS DE SERVIÇOS DE TERCEIROS
Contrato. Terceirização. Cooperativa de Trabalho.
Contrato. Aquisição de software. Licença de uso e Contratação por hora prestada não se confunde
licença permanente. Formas de remuneração pela com contrato por “posto de serviço”.
prestação dos serviços de tecnologia da informa- Nas terceirizações lícitas de serviços, mediante a con-
ção. tratação de Cooperativas de Trabalho, as respectivas liqui-
1. A contratação de software na modalidade licença dações e pagamentos das despesas devem considerar os
de uso, em detrimento da aquisição da licença valores e os critérios de preço/unidade de medida definidos
permanente, sem fundamento adequado de sua na licitação e no contrato. A contratação realizada pelo cri-
escolha, bem como sem demonstração da sua tério de “hora de serviço prestada” não deve ser liquidada/
vantajosidade, incorre em ato antieconômico e paga considerando o critério “posto de serviço por mês”,
ineficiente do Poder Público. pois além de não corresponder ao parâmetro utilizado pa-
2. Nas contratações para a prestação de serviços de ra seleção da proposta vencedora no certame de origem,
tecnologia da informação, a remuneração deve este último apresenta na sua composição de custos horas
estar vinculada a resultados, e o pagamento por mensais “cheias” (incluindo: repouso semanal remunerado,
hora trabalhada ou por posto de serviço somente feriados e outros reflexos trabalhistas), podendo eventual
poderá ser admitido quando a excepcionalidade pagamento caracterizar-se como superfaturamento por
estiver prévia e adequadamente justificada nos quantidade.
respectivos processos.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- sé Carlos Novelli. Acórdão n° 221/2017-TP. Julgado em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 898/2019- 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017.
TP. Julgado em 10/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 17.010-0/2016).
29/01/2020. Processo nº 30.012-8/2018).
Contrato. Terceirização ilícita. Cooperativa de tra-
Contrato. Cessão ou locação de mão de obra. Redu- balho. Substituição de servidores efetivos.
ção de postos de serviços contratados. Possibilida- A contratação de serviços de Cooperativas de Trabalho
de mediante aditivo de supressão ou repactuação para suprir atividades típicas e finalísticas que devem ser
contratual. desenvolvidas por servidores efetivos, contempladas em
1. É irregular a redução do número de postos de ser- cargos inseridos em Planos de Cargos, Carreiras e Salários
viços pactuado em contratos de cessão ou locação de servidores (PCCS), viola o princípio do concurso público
de mão de obra, sem que haja a correspondente previsto no inciso II do art. 37 da CF/88.
diminuição do valor do contrato. É possível que
tal redução ocorra por meio de aditivos de supres- (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo-
sões ao contrato ou de aplicação do instituto da sé Carlos Novelli. Acórdão n° 221/2017-TP. Julgado em
repactuação, quando cabível. 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017.
2. A redução do número de postos de serviços pac- Processo nº 17.010-0/2016).
tuado em contrato como forma de compensação
por eventuais aumentos de custos do contratado,
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 17
Contrato. Serviços de terceiros. Prestação de ser- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 45/2017-
viços de enfermagem. Habilitação e inscrição de SC. Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
profissional no Conselho Regional de Enfermagem. 31/10/2017. Processo nº 10.019-6/2016).
A contratação de terceiros para prestação de serviços
de enfermagem deve se pautar pela exigência de profis- Contrato. “Locação com doação ao final”. Dissimu-
sional legalmente habilitado e inscrito no Conselho Regio- lação de Contrato de Compra e Venda. Operação
nal de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre a de Crédito.
execução do serviço, nos termos do art. 2º da Lei Federal 1. A aquisição financiada de bens, realizada mediante
7.498/1986, sob pena de aplicação de multa pelo Tribunal a celebração de “contrato de locação com doação
de Contas ao gestor responsável pela contratação ilegal. ao final”, equipara-se a uma operação de crédito
(art. 29 da LRF), bem como constitui dissimulação
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- do negócio jurídico de fato (contrato de compra e
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.554/2014-TP. Julgado venda a prazo), sendo nulo o ajuste dissimulado.
em 29/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. 2. O “contrato de locação com doação ao final” não
Processo nº 7.553-1/2013). se equipara ao arrendamento mercantil financei-
ro (leasing financeiro). Este tipo de instrumento
Contrato. Assessoramento contábil. Serviços dis- financeiro (leasing), somente pode ser contratado
tintos das atribuições do cargo de contador efe- de pessoas jurídicas que tenham como objeto prin-
tivo. cipal de sua atividade a prática de operações de
É legal a contratação de serviços de assessoramento arrendamento mercantil, de bancos múltiplos com
contábil quando o objeto do contrato incluir serviços carteira de arrendamento mercantil e de institui-
distintos das atribuições operacionais previstas para o ções financeiras, observadas as regras estabeleci-
cargo efetivo de contador, ou seja, a contratação não pode das pelo Banco Central do Brasil - BCB (Resolução
abarcar os serviços de natureza contínua e permanente nº 2.309/96 do BCB).
afetos à competência do contador.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- lheiro Moisés Maciel. Acórdão nº 452/2016-TP. Julgado em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 14/2014 23/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2016.
-SC. Julgado em 13/05/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 9.092-1/2014).
27/05/2014. Processo nº 20.340-8/2013).
Contrato. Renovação de contrato de locação de
imóvel. Laudo de reajustamento oficial. Documen-
4.4. CONTRATOS DE LOCAÇÃO tação obrigatória.
O laudo de reajustamento oficial é documentação obri-
Contrato. Locação de imóvel. Aumento de valor. gatória na renovação de contrato de locação de imóvel pela
Ausência de justificativa e previsão contratual. Administração Pública, a fim de se comprovar se o preço
Superfaturamento. Restituição e multa. cobrado está compatível com o valor de mercado e se é
O aumento de valor contratual de locação de imóvel, vantajoso para a administração.
realizado pela Administração sem justificativa e previsão
contratual, em contrariedade aos artigos 55, inciso III, e 66 (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
da Lei nº 8.666/1993, configura superfaturamento e enri- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 790/2014-TP. Julgado em
quecimento sem causa por parte do contratado (art. 884, 29/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/05/2014.
Código Civil), podendo ensejar determinação de restituição Processo nº 7.330-0/2013).
do montante indevido, atualizado monetariamente, e de
aplicação de multa sobre o valor do dano ao erário pelo
Tribunal de Contas.
Contrato. Prorrogação contratual. Serviços técnicos (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de assessoria contábil e administrativa. ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 2.963/2015-TP. Julgado
Os contratos de prestação de serviços técnicos de asses- em 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
soria contábil e administrativa não podem ser prorrogados Processo nº 17.077-1/2014).
com fundamento no art. 57, II, da Lei nº 8.666/93, tendo
em vista que seu objeto não se enquadra na categoria de Contrato. Prorrogação contratual. Locação de sof-
serviços de natureza contínua, que são aqueles serviços twares.
essenciais de caráter permanente cuja interrupção pode 1. Nos contratos administrativos de locação de sof-
comprometer a continuidade das atividades rotineiras da twares não é permitida a alteração do objeto
Administração. mediante acréscimo de novos softwares não con-
templados no contrato inicial, os quais devem ser
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- licitados por meio de nova licitação.
tonio Joaquim. Acórdão nº 3.345/2015-TP. Julgado em 2. Na prorrogação de contratos administrativos de
09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015. locação de softwares (art. 57, IV, Lei nº 8.666/93) é
Processo nº 1.752-3/2014). necessária a comprovação documental da obten-
ção de condições e preços mais vantajosos para
Contrato. Prorrogação contratual. Serviços técnicos a Administração, para justificar a não realização
de consultoria e assessoria advocatícia. de novo certame licitatório (art. 57, § 2º, Lei nº
Os contratos de prestação de serviços técnicos de con- 8.666/93).
sultoria e assessoria advocatícia não podem ser prorro-
gados com fundamento no art. 57, II, da Lei nº 8.666/93, (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tendo em vista que seu objeto não se enquadra na cate- tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 56/2015-PC. Julgado em
goria de serviços de natureza continuada, que são aqueles 17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/06/2015.
serviços essenciais a ponto de a sua paralisação prejudicar, Processo nº 1.389-7/2014).
interromper ou comprometer a continuidade das ativida-
des rotineiras da Administração. Contrato. Prorrogação contratual. Serviços contí-
nuos. Consultoria administrativa, contábil, finan-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- ceira e patrimonial.
tonio Joaquim. Acórdão nº 3.284/2015-TP. Julgado em Os contratos de consultoria administrativa, contábil, fi-
25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. nanceira e patrimonial celebrados pela Câmara Municipal
Processo nº 1.720-5/2014). não podem ser prorrogados com fundamento no art. 57, II,
da Lei nº 8.666/93, tendo em vista que seu objeto não se
enquadra na categoria de serviços de natureza continuada,
que são aqueles serviços dos quais a Administração não po-
de dispor sob pena de comprometimento da continuidade
de suas atividades.
20 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- Contrato. Prorrogação. Serviços de publicidade.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 56/2015-PC. Julgado em Os serviços de publicidade não são considerados de
17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/06/2015. natureza contínua, não sendo possível a prorrogação con-
Processo nº 1.389-7/2014). tratual com base no art. 57, inciso II, da Lei 8.666/1993,
salvo em situações excepcionais em que restar compro-
Contrato. Prorrogação de prazo. Requisitos. vado que a interrupção dos serviços pode comprometer a
Nos termos da Lei nº 8.666/93, a prorrogação de pra- continuidade das atividades do órgão, causando prejuízos
zo de contrato de prestação de serviços deve ser justifica- à administração e à sociedade.
da por escrito e previamente autorizada pela autoridade
competente para celebrar o contrato (art. 57, § 2º), ter (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
justificativa de preços por meio da realização de pesquisa tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em
de mercado (art. 26, parágrafo único, III) e ter amparo em 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
dotação orçamentária pela qual correrão as despesas adi- Processo nº 8.089-6/2013).
cionais (art. 55, V).
Contrato. Prorrogação contratual de serviços de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- natureza continuada. Fornecimento de combustí-
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 45/2015-PC. Julgado em vel.
03/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/06/2015. O fornecimento de combustível não se enquadra na
Processo nº 1.427-3/2014). possibilidade de prorrogação contratual prevista no artigo
57, inciso II, da Lei 8666/93, tendo em vista que é consi-
Contrato. Serviços contínuos. Prorrogações. Inclu- derado aquisição de bens e não prestação de serviços de
são no teto da modalidade licitatória. natureza continuada.
Nos contratos administrativos referentes à prestação de
serviços contínuos, o teto da modalidade licitatória inicial- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
mente adotada na contratação deve ser observado para tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.199/2014-TP. Julgado em
o valor global da avença, incluídas as possíveis prorroga- 26/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014.
ções promovidas com fundamento no art. 57, II, da Lei nº Processo nº 7.732-1/2013).
8.666/93.
Contrato. Prorrogação contratual. Serviço continu-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja- ado. Comprovação de preços e condições vanta-
queline Jacobsen. Acórdão nº 1.705/2015 -TP. Julgado em josas.
23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. No caso em que a administração pública pretender pror-
Processo nº 8.227-9/2013). rogar contrato de serviço, para o qual cabe a continuidade,
deverá comprovar, materialmente, a economicidade e van-
Contrato. Serviço contínuo. Soma do valor do con- tajosidade da prorrogação, por meio de elementos reais e
trato originário e das prorrogações. Teto da moda- precisos que os atestem, nos termos do inciso II do artigo
lidade licitatória. 57 da Lei 8.666/93, não bastando justificar a prorrogação do
A soma do valor do contrato originário, referente a ser- contrato em execução por meio de alegações meramente
viço contínuo, com os valores das prorrogações firmadas formais.
em termos aditivos não pode extrapolar o teto legal da
modalidade licitatória sob a qual se realizou o certame. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.172/2014-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- 10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014.
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 94/2014-SC. Julgado Processo nº 7.768-2/2013).
em 02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 8.227-9/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 21
a exigência exclusiva de servidor efetivo para tal encargo. tonio Joaquim. Acórdão nº 2.978/2015-TP. Julgado em
07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- Processo nº 1.749-3/2014).
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- Contrato. Fiscal de contrato. Designação de apenas
cesso nº 2.493-7/2015). um servidor para fiscalização de todos os contra-
tos da Administração.
Contrato. Fiscal de contratos. Responsabilidade do 1. A designação de apenas um servidor para acom-
designante. panhar e fiscalizar todos os contratos adminis-
1. Na designação de fiscal de contratos administrati- trativos celebrados pelo Poder Executivo Munici-
vos, a autoridade competente deve ter o cuidado pal não atende ao disposto no art. 67 da Lei nº
de escolher servidores probos e que detenham 8.666/93, quando verificado que os relatórios de
capacidade técnica suficiente para verificar o efeti- fiscalização foram elaborados sem o cuidado, em-
vo cumprimento do objeto pactuado, sendo que a penho e cautela necessários.
inobservância desses pressupostos poderá ensejar 2. O gestor público deve designar quantitativo sufi-
a responsabilização do designante, por culpa in ciente de servidores para o acompanhamento dos
eligendo e/ou culpa in vigilando, quando a au- contratos celebrados pela Administração, a fim de
sência ou deficiência da fiscalização dos contratos que eles tenham condições efetivas de exercer a
acarretarem danos ao erário. fiscalização dos contratos, dando cumprimento ao
2. Os processos de pagamentos de despesas devem disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/93.
estar suportados por relatórios e/ou planilhas
atestados pelo respectivo fiscal do contrato. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
tonio Joaquim. Acórdão nº 2.953/2015-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
tuto João Batista de Camargo Júnior. Acórdão nº 295/2016- Processo nº 1.681-0/2014).
TP. Julgado em 24/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
07/06/2016. Processo nº 20.777-2/2011). Contrato. Fiscal de contrato. Falta de efetividade
na fiscalização dos contratos. Proporcionalidade
Contrato. Execução e fiscalização de obras. Anota- do número de fiscais. Comprovação da atuação
ções de Responsabilidade Técnica. dos fiscais por meio de relatório detalhado.
A execução e a fiscalização de obras públicas devem ser 1. Existindo relatórios de fiscalização para todos os
realizadas por profissionais legalmente autorizados e am- contratos firmados pela Administração, a designa-
parados por Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs). ção de somente um servidor para acompanhar e
fiscalizar todos os instrumentos não é suficiente
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- para se concluir que houve falta de efetividade no
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 3.512/2015-TP. Julgado controle dos contratos, sendo necessária a eviden-
em 14/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/11/2015. ciação do real prejuízo decorrente dessa situação
Processo nº 20.976-7/2011). para configuração da irregularidade.
2. O número de servidores designados como fiscal
Contrato. Fiscal de contrato. Designação. de contratos deve ser proporcional à quantidade
A obrigatoriedade da designação de um representante dos instrumentos firmados pela Administração.
da Administração para acompanhar e fiscalizar a execução 3. A efetiva atuação dos fiscais de contratos deve
de contrato administrativo ou de instrumento congênere ser comprovada por meio de relatórios de acom-
decorre da lei (art. 67, Lei nº 8.666/93) e independe de pre- panhamento da execução contratual que contem-
visão no edital convocatório do certame ou no instrumento plem informações detalhadas sobre a execução
contratual. do objeto de cada instrumento.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- (Contas de Gestão. Relator: Conselheiro Valter Albano.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 25
Contrato. Fiscal de Contrato. Mera designação nos Publicado no DOC/TCE-MT em 26/01/2017. Processo nº
últimos meses do exercício. Fim legal não atendi- 2.744-8/2015).
do.
A mera designação formal de servidor como fiscal de Contrato. Sanção administrativa. Suspensão tem-
contratos, caracterizada pela nomeação do fiscal nos últi- porária e impedimento de contratar com a Admi-
mos meses de exercício e quando restar comprovado que nistração Pública.
não ocorreu a efetiva fiscalização e acompanhamento dos A sanção administrativa de suspensão temporária de
instrumentos a ele atribuídos, não atende aos artigos 67 e participação em licitação e impedimento de contratar com
73 da Lei nº 8.666/93. a “Administração Pública”, prevista no artigo 87, III, da Lei
nº 8.666/93, deve ser interpretada de forma restrita, pro-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos duzindo seus efeitos tão somente no âmbito do Poder ou
Novelli. Acórdão nº 573/2014-TP. Julgado em 18/03/2014. Órgão autônomo sancionador e estendendo-se a todos os
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. Processo nº órgãos e entidades a ele vinculados.
10.277-6/2012).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
4.9. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS ro Valter Albano da Silva. Acórdão nº 2.791/2015-TP. Julgado
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015.
Contrato. Cláusula com aplicação de multa à Ad- Processo nº 19.040-3/2014).
ministração. Inexecução ou rescisão sem culpa do
contratado. Contrato. Inexecução contratual. Aplicação de san-
É vedada a inclusão de cláusula contratual que preveja ções administrativas. Obrigatoriedade.
a aplicação de multa à Administração Pública por inexecu- Em caso de inexecução de contrato administrativo, é
ção ou rescisão contratual, não podendo o particular con- obrigatória a aplicação de uma das sanções administrati-
tratado ser beneficiário financeiro de tal cláusula penal. vas estabelecidas nos artigos 86 e 87 da Lei 8.666/93, não
Nos casos de rescisão do contrato sem culpa do contratado, sendo facultado à Administração pública simplesmente
este será ressarcido somente pelos prejuízos regularmente abster-se de aplicar a sanção cabível mediante juízo de
comprovados que houver sofrido, segundo dicção do art. conveniência e oportunidade, uma vez que a discricionarie-
79, § 2º, da Lei nº 8.666/93, não se admitindo presunções dade na aplicação de sanções em contratos administrativos
ou convenções. Portanto, como dano material não se pre- limita-se a sopesar a gravidade dos fatos e os motivos do
sume, é inconcebível a fixação desse tipo de multa, visto inadimplemento contratual para fim de escolha e gradação
que cria para a Administração a obrigação de indenizar sem da medida punitiva.
a demonstração da existência do efetivo prejuízo.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 43/2014-SC. Julgado em
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 71/2018-SC. 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/07/2014.
Julgado em 16/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 8.084-5/2013).
01/11/2018. Processo nº 1.016-2/2016).
Controle Interno. Controle de frequência por folha Controle Interno. Patrimônio. Controle de custos
de ponto individual. Requisitos para evitar inefeti- com manutenção de veículos, combustíveis e equi-
vidade do controle. pamentos.
1. No controle de frequência realizado por meio O controle dos custos com manutenção de veículos,
de folha de ponto individual, embora este seja combustíveis e equipamentos deve ser feito de forma in-
documento capaz de demonstrar os horários de dividualizada, sob pena de afronta ao artigo 94 da Lei nº
entrada e de saída do servidor e os intervalos pa- 4.320/64.
ra a alimentação, é necessário que o trabalhador
anote diariamente sua movimentação no local (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
de trabalho e se responsabilize por preenchê-la, Ricardo. Acórdão nº 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014.
cabendo ao gestor (empregador) verificar se esse Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº
controle está sendo preenchido corretamente e 7.591-4/2013).
sem arredondamentos ou preenchimentos como
“ponto britânico”. 5.3. SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES
2. As chefias imediatas devem ser orientadas e ca-
pacitadas para fiscalizarem a contento a jornada Controle Interno. Segregação de funções. Tesou-
de trabalho de seus subordinados, documentando reiro, presidente da CPL, pregoeiro e fiscal de con-
corretamente os eventos, a fim de evitar a inefe- tratos.
tividade do controle de jornada dos servidores. 1. O exercício concomitante das funções de tesou-
reiro, presidente da Comissão Permanente de Li-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- citação (CPL), pregoeiro e fiscal de contratos admi-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019- nistrativos não observa o princípio da segregação
TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em de funções.
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017). 2. A segregação de funções, princípio básico do siste-
ma de controle interno, consiste na separação de
Controle Interno. Gastos com combustível. Parâ- funções, nomeadamente de autorizações, apro-
metros de controle. vações, execução, controle e contabilização das
O controle efetivo, eficaz e eficiente dos gastos com operações. Pelo princípio da segregação, nenhum
combustível dos veículos da frota se perfaz com a imple- servidor ou seção administrativa deve participar
mentação de parâmetros em que se exponha, de forma ou controlar todas as fases inerentes à execução
detalhada, por veículo, a data do abastecimento, o posto e controle da despesa pública, que devem ser
de combustível, o odômetro anterior, o odômetro atual, os executadas por pessoas e setores independentes
quilômetros rodados, a quantidade de litros, o consumo, o entre si, inclusive, possibilitando a realização de
valor por litro e o total pago no abastecimento. uma verificação cruzada.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 42/2014-PC. Julgado em lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 13/2020-PC.
20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 4.126-2/2019).
Processo nº 7.802-6/2013).
Controle Interno. Segregação de funções. Ordenar
serviço e fiscalizar o contrato.
1. Ordenar serviço e fiscalizar o respectivo contrato
são atividades que obrigatoriamente devem ser
executadas por pessoas distintas, em observância
ao princípio da segregação de funções, de forma
a garantir o regular processamento da despesa
e a efetiva fiscalização da execução do contrato.
2. A segregação de funções é corolário do princípio
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 29
da eficiência da Administração Pública, insculpido físico e a do sistema de controle, para localizar possíveis
no art. 37 da Constituição Federal. divergências e garantir o fiel controle das movimentações
que envolvem a entrada e a saída de medicamentos.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019. ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019-
Processo nº 31.743-8/2017). TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017).
Controle Interno. Segregação de Funções. Elabora-
ção e pagamento da folha pelo mesmo servidor. Controle Interno. Segregação de funções. Folha de
As atividades de elaboração e de pagamento da fo- pagamento de pessoal. Elaboração e autorização.
lha de pessoal não devem ser realizadas por um mesmo 1. A designação de uma mesma pessoa e/ou setor
servidor, por afronta direta ao princípio da segregação de para a elaboração da folha de pessoal e a respecti-
funções, haja vista que se trata de atividades incompatíveis va autorização de seu pagamento viola o princípio
entre si. da segregação de funções, tendo em vista que o
acúmulo destas atividades por um mesmo agente
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- público fragiliza os controles internos do órgão/
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 40/2019- entidade, propiciando a ocorrência de erros, frau-
SC. Julgado em 24/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em des e a não efetividade da fiscalização dos atos
02/05/2019. Processo nº 3.551-3/2016). de administração.
2. O princípio da segregação de funções consiste na
Controle Interno. Segregação de funções. Compras necessidade e obrigatoriedade de a Administração
de peças e fiscalização de contratos pelo mesmo não permitir a acumulação de atividades incompa-
servidor. tíveis e conflitantes por um mesmo agente públi-
1. O exercício da função de operacionalizador do co, devendo separar o exercício das competências
processo de compras de peças para veículos e de de autorização, aprovação, execução, controle e
fiscal do respectivo contrato pelo mesmo servidor contabilização dos atos/fatos administrativos por
fere o princípio da segregação de funções. agentes distintos.
2. A segregação de funções é um princípio do con-
trole interno primordial para a sua efetividade, (Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
ligado ao princípio da moralidade administrativa tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 12/2017-PC. Julgado
(art. 37, caput, CRFB), que consiste na separação em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/11/2017.
de atribuições entre diferentes pessoas – princi- Processo nº 7.747-0/2017).
palmente das funções ou atividades-chave de au-
torização, execução, atesto/aprovação, controle, Controle Interno. Segregação de funções. Elabora-
contabilização e revisão ou auditoria. ção de contratos pela Unidade de Controle Interno.
A elaboração de contratos pela Unidade de Controle
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Interno ofende o princípio da segregação de funções, tendo
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2019- em vista que fragiliza e compromete o processo de controle
TP. Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em e fiscalização dos atos de gestão, sendo tal conduta passí-
26/03/2019. Processo nº 35.477-5/2017). vel de aplicação de sanção pelo Tribunal de Contas.
Controle Interno. Sistema de controle de medica- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
mentos. Conferência entre estoque físico e sistema ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 5/2017-PC. Julgado em
de controle. 05/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/10/2017.
Mesmo havendo sistema de controle específico, cabe Processo nº 13.752-9/2017).
ao responsável por medicamentos adotar procedimentos
de conferência sistemática entre a quantidade do estoque
30 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Controle Interno. Segregação de funções. Envio de Controle Interno. Segregação de funções. Presiden-
informações do Aplic pelo controlador interno. te da Câmara Municipal. Acúmulo de funções.
O acúmulo do exercício do cargo de controlador inter- É vedado o acúmulo das funções de autorização, li-
no com a responsabilidade pelo envio de informações por quidação e pagamento de despesas pelo presidente da
meio do sistema Aplic ao Tribunal de Contas caracteriza Câmara Municipal, tendo em vista que configura lesão ao
afronta ao princípio da segregação de funções, evidencian- princípio da segregação de funções.
do a execução de duas atividades distintas de uma mesma
operação por um mesmo servidor e impossibilitando uma (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
verificação cruzada de diferentes fases da gestão adminis- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 169/2014-SC. Julgado
trativa. em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 8.030-6/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to João Batista Camargo. Acórdão nº 266/2015-PC. Julgado Controle Interno. Segregação de funções. Desig-
em 18/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015. nação de secretário municipal como fiscal de con-
Processo nº 1.722-1/2014). trato.
É vedada a designação de secretário municipal para
Controle Interno. Segregação de funções. Desig- atuar como fiscal de contrato administrativo, por configurar
nação de secretário municipal como fiscal de con- afronta ao princípio da segregação de funções, fragilizando
trato. a fiscalização e o acompanhamento do objeto contratual.
É vedada a designação de secretário municipal para
atuar como fiscal de contrato administrativo, por configurar (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
afronta ao princípio da segregação de funções, fragilizando Albano. Acórdão nº 1.289/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
a fiscalização e o acompanhamento do objeto contratual. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
7.568-0/2013).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.043/2015-TP. Julgado em
04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015.
Processo nº 1.246-7/2014).
ponsável pela aplicação dos recursos repassados, Convênio. Prestação de contas. Desvio de finalida-
sendo necessário que o serviço ou obra executada de. Aplicação dos recursos em órgão ou entidade
traga, de fato, benefícios à população e atinja os pertencentes à própria Administração.
fins propostos. Restando comprovado que os recursos de convênio fo-
ram aplicados em finalidade distinta da que foi pactuada,
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- mesmo em proveito de órgão ou entidade pertencente à
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 392/2018-TP. Julgado própria Administração, o ressarcimento ao erário da conce-
em 25/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/10/2018. dente será imputado ao ente convenente, sem prejuízo da
Processo nº 18.583-3/2012). aplicação de sanções administrativas aos agentes respon-
sáveis pelo desvio de finalidade.
Convênio. Execução do objeto anterior à vigência.
Sanção pecuniária. Restituição ao erário. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
A execução do objeto de convênio realizada em data tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 73/2018-TP. Julgado em
anterior à sua vigência caracteriza irregularidade passível 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018.
de sanção pecuniária, todavia, caso fique comprovado o Processo nº 16.247-7/2012).
nexo de causalidade entre os gastos realizados e o objeto
pactuado, não é cabível ordem para restituição de valores Convênio. Necessidade de comprovação dos bene-
ao erário. fícios sociais e coletivos pactuados. Ressarcimento
integral.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- A comprovação da execução total ou parcial de obje-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 116/2018-TP. Julgado to conveniado, por si só, sem a demonstração do alcance
em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/04/2018. dos benefícios sociais e coletivos visados no convênio, não
Processo nº 4.553-5/2015). exclui a responsabilização dos agentes que deram causa
à má aplicação dos recursos transferidos, cabendo a estes
Convênio. Prestação de contas. Ausência de nexo responsáveis, nesta hipótese, o dever de ressarcimento in-
de causalidade entre as despesas realizadas e a tegral dos recursos recebidos ao órgão ou entidade conce-
execução do objeto. Ressarcimento ao erário. dente, com recursos próprios.
A não comprovação da regular execução de objeto de
convênio perante a Administração Pública, em decorrência (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
da apresentação de documentos que impossibilitam a evi- Domingos Neto. Acórdão nº 311/2016-TP. Julgado em
denciação do nexo causal entre as despesas realizadas e a 07/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/06/2016.
execução do objeto pactuado, implica em obrigatoriedade Processo nº 1.889-9/2014).
de ressarcimento ao erário por parte da entidade conve-
nente. Convênio. Omissão de prestação de contas. Devo-
lução do valor principal e rendimentos.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- A omissão no dever de prestar contas de recursos rece-
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 18/2018-PC. Julgado bidos via convênios exige a devolução dos valores ao ór-
em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. gão ou entidade concedente. Neste caso, a devolução deve
Processo nº 12.311-0/2016). abranger a totalidade dos recursos originalmente transfe-
ridos e os respectivos rendimentos obtidos pela aplicação
no mercado financeiro.
Despesa. Verba de natureza indenizatória. Paga- Despesa. Diárias e transportes não urbanos.
mento em duplicidade. Quantum fixado. Princí- É possível a concessão conjunta de diárias e passagens
pios. para traslado intermunicipal, tendo em vista que as diárias
1. É vedada a concessão de duas verbas de natureza incluem apenas os gastos com transporte urbano. A esco-
indenizatória a servidor público para compensar lha pela inclusão dos gastos com passagens e transportes
gastos ou perdas de mesma espécie inerentes ao não urbanos nas diárias deve constar da legislação de re-
desempenho do cargo, configurando pagamen- gência, em que se exponha os respectivos parâmetros.
to em duplicidade que afronta aos princípios da
moralidade, razoabilidade e proporcionalidade. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
2. O quantum a ser fixado ou definido em lei para Acórdão nº 457/2016-TP. Julgado em 23/08/2016. Publica-
verba de natureza indenizatória deve guardar ra- do no DOC/TCE-MT em 06/09/2016. Processo nº 21.157-
zoabilidade e proporcionalidade em relação à re- 5/2014).
muneração do servidor público, de forma a evitar
que a verba caracterize complementação indevida Despesa. Diárias. Prestação de contas. Documen-
de remuneração e a observar ao princípio da mo- tos. Apresentação exclusiva de relatórios de via-
ralidade administrativa. gem.
1. Nos processos de prestação de contas de diárias,
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- a apresentação exclusiva de relatórios de viagem
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 105/2018- é insuficiente para comprovar a regular aplicação
SC. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em dos recursos concedidos.
26/11/2018. Processo nº 34.627-6/2017). 2. Nos termos do Acórdão TCE/MT nº 1.783/2003,
são documentos que devem compor a prestação
Despesa. Adiantamento e verba indenizatória. Pa- de contas de diárias: relatório de viagem, bilhetes
gamento em duplicidade. de passagem, comprovantes de participação em
É ilegal a concessão de adiantamento para atender cursos e treinamentos, além da solicitação funda-
gastos com abastecimento e manutenção de veículos já mentada, autorização pelo ordenador, notas de
cobertos por verba indenizatória, tendo em vista que con- empenho e liquidação, comprovante de recebi-
figura pagamento de despesas em duplicidade, passível de mento dos valores pelo servidor, bem como da sua
ressarcimento ao erário. devolução, quando for o caso, podendo o órgão ou
entidade concedente das diárias requerer outros
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- documentos.
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 41/2014-PC. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 87/2015-SC. Julgado
Processo nº 7.824-7/2013).
em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015.
Processo nº 2.197-0/2014).
7.2. DIÁRIAS
Despesa. Diárias. Concessão em valor integral. Com- Despesa. Diárias. Alimentação e hospedagem. Pa-
provação de pernoite. gamento em duplicidade.
As despesas com alimentação e hospedagem de ser-
A concessão de diárias em valor integral é lícita quando
vidores cobertas por concessão de diárias não podem ser
ocorrer pernoite fora do local de residência do servidor be-
realizadas por outros meios com recursos do tesouro mu-
neficiário, haja vista que seu objetivo é indenizar despesas
nicipal, por caracterizar pagamento de despesa em dupli-
com alimentação, locomoção e estadia.
cidade, passível de ressarcimento ao erário.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 42/2018-PC. tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.705/2014-TP. Jul-
Julgado em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em gado em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
17/08/2018. Processo nº 29.954-5/2017). 04/09/2014. Processo 7.542-6/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 35
7.3. PAGAMENTO DE MULTAS E JUROS E RESSARCI- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Luiz Carlos Pereira.
MENTO AO ERÁRIO Acórdão nº 1.702/2014-TP. Julgado em 19/08/2014. Publi-
cado no DOC/TCE-MT em 04/09/2014. Processo nº 7.540-
Despesa. Pagamento em atraso de energia e tele- 0/2013).
fonia. Negligência do gestor público.
A falta ou a entrega intempestiva das contas de energia Despesa. Multas e juros de mora. Devolução ao
e telefonia pelos Correios não exime o Poder Público de erário. Correção monetária. Data inicial da incidên-
cumprir tais obrigações no prazo, pois, nada obsta que o cia.
gestor público proceda à busca e emissão das respectivas Para efeito de recolhimento aos cofres públicos, com
faturas no endereço eletrônico da empresa. Em tal situa- recursos próprios, de valores decorrentes de despesa an-
ção, realizando-se o pagamento em atraso, resta caracte- tieconômica com pagamento de juros e multas ocasiona-
rizada a negligência do gestor público, o que motiva a sua dos por atrasos no cumprimento de parcelas contratuais,
responsabilização pelas despesas indevidas decorrentes de a correção monetária aplicada deve incidir a partir da data
juros e multa após o vencimento dessas contas. do fato gerador da despesa lesiva.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 552/2018-TP. Ricardo. Acórdão nº 04/2014-TP. Julgado em 18/02/2014.
Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº
19/12/2018. Processo nº 4.981-6/2017). 7.591-4/2013).
7.4. DESPESAS GERAIS E SUA LEGITIMIDADE (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.379/2015-TP. Julgado em
Despesa. Pagamento de proventos a servidores 15/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/10/2015.
falecidos. Monitoramento. Processo nº 1.825-2/2014).
A Administração municipal deve aprimorar o monito-
ramento do controle e identificação de servidores aposen- Despesa. Fornecimento diário de lanches a servi-
tados falecidos no curso do exercício financeiro, a fim de dores.
evitar pagamentos de proventos indevidos que lesem o A despesa com o fornecimento diário de lanches para os
patrimônio público. servidores, que não tenha sido destinado ao atendimento
de eventos relacionados às atividades do órgão ou entida-
(Auditoria Coordenada. Relator: Conselheiro Substituto de pública, é ilegítima, contrariando o entendimento con-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 240/2019-TP. Julgado em solidado na Resolução de Consulta nº 13/2010 do TCE-MT.
14/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/05/2019. Pro-
cesso nº 7.572-8/2017). (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 190/2015-PC.
Despesa. Ausência de prévio e regular amparo Julgado em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
contratual. Legitimidade da despesa. Indenização. 24/09/2015. Processo nº 6.100-0/2014).
Apuração de responsabilidades.
1. É ilegal o pagamento de despesas sem o prévio e Despesa. Fornecimento de lanches ou café da ma-
regular amparo contratual (parágrafo único do art. nhã. Legitimidade e finalidade pública.
62 da Lei nº 8.666/93). 1. A despesa com fornecimento de lanches ou café da
2. Excepcionalmente, as despesas realizadas sem manhã será legítima e terá finalidade pública caso
o prévio amparo contratual – desde que devida- seja realizada para atender situações ocasionais re-
mente legítimas, comprovadamente realizadas e lacionadas com as atividades institucionais do ente
justificadas – devem ser indenizadas pela Admi- público, a exemplo da realização de eventos.
nistração Pública, no entanto, deve-se apurar a 2. A realização de despesas habituais com forneci-
responsabilidade de quem deu causa às despe- mento de lanches e café da manhã a servidores pú-
sas sem a cobertura contratual, aplicando-se ao(s) blicos é ilegítima e não atende à finalidade pública.
agente(s) responsável(is) as sanções cabíveis em (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
face da conduta ilegal. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 1.294/2014-TP. Julgado
em 08/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Moisés Processo nº 7.888-3/2013).
Maciel. Acórdão nº 61/2016-PC. Julgado em 09/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2016. Processo nº Despesa. Pagamento pelo município de locação de
2.588-7/2015). imóvel para moradia de policial militar. Despesa
ilegítima.
Despesa. Promoção do desporto municipal. Enti- É ilegítimo o pagamento, pelo município, de locação de
dades privadas sem fins lucrativos. imóvel local para moradia de policial militar estadual que
A Administração municipal pode conceder recursos a se encontra em local diverso de sua residência, tendo em
entidades privadas sem fins lucrativos, com fins de pro- vista que é competência do Estado, e não do município,
moção do desporto local, seja o esporte educacional, o promover o estímulo ao servidor para permanência em
qual deve ser priorizado, seja o desporto de rendimento, local diferente de sua moradia, por meio de lei específica
profissional ou não, desde que a destinação de recursos que autorize o pagamento.
tenha previsão em lei específica e que atenda às condições
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
do Orçamento. Ricardo. Acórdão nº 1.163/2014-TP. Julgado em 10/06/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº
7.612-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 37
Despesa. Pagamento pelo município de aluguel Despesa. Liquidação. Atestação obrigatória dos
de imóvel para órgão de outro ente da Federação. documentos comprobatórios da despesa.
Convênio ou instrumento congênere. Os documentos que comprovam a efetiva prestação de
É ilegal o pagamento, pelo município, de despesas de serviços ou a entrega de materiais contratados pela Admi-
aluguel de imóvel para atender órgão de outro ente da nistração Pública, para fins de suporte da liquidação das
Federação sem a celebração de convênio ou de instrumento despesas públicas (art. 63 da Lei nº 4.320/1964), devem ser
congênere. atestados pelo servidor fiscal/gestor do respectivo contra-
to, não sendo admitida a apresentação de declaração de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio terceiros para cumprir tal finalidade.
Ricardo. Acórdão nº 1.078/2014-TP. Julgado em 27/05/2014.
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
7.611-2/2013). tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 243/2015-PC. Julgado
em 11/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015.
7.5. LIQUIDAÇÃO DA DESPESA Processo nº 1.532-6/2014).
3. A Administração Pública deve controlar com efici- 7.7. RESTOS A PAGAR E PAGAMENTO EM ORDEM
ência os recursos públicos, acompanhando o fluxo CRONOLÓGICA
financeiro, o que não se limita à observância da
entrada desses recursos, sendo imprescindível Despesa. Pagamento de créditos em ordem crono-
o controle eficiente da saída dos mesmos, ave- lógica. Razões de interesse público. Restos a pagar.
riguando onde estão sendo aplicados e identifi- 1. O respeito à ordem cronológica é direito subjetivo
cando a legitimidade dos credores. do credor da Administração Pública à fiel obser-
vância do procedimento estabelecido no art. 5º
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substitu- da Lei 8.666/1993.
to Moisés Maciel. Acórdão nº 362/2019-TP. Julgado em 2. A lei exige que a Administração obedeça, para
11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/06/2019. cada fonte diferenciada de recursos, a estrita or-
Processo nº 34.329-3/2017). dem cronológica das datas de suas exigibilidades,
salvo quando presentes relevantes razões de in-
Despesa. Pagamento. Operações bancárias eletrô- teresse público e mediante prévia justificativa da
nicas. Emissão de cheques. Excepcionalidade. autoridade competente, devidamente publicada.
Os pagamentos realizados pela Administração somente 3. Configurando ou não restos a pagar, os débitos
poderão ocorrer por operações bancárias eletrônicas, não contratuais pendentes devem ser pagos na ordem
podendo ser efetuados por meio de “cheques”, salvo em cronológica de suas exigibilidades mesmo quando
situações equiparáveis a caso fortuito ou de força maior transferidos de um exercício a outro, uma vez que
devidamente justificadas, nos termos da Resolução de Con- o não pagamento de todos os débitos pendentes
sulta nº 20/2014 do TCE-MT. Nessas situações excepcionais resulta em defeito na elaboração do orçamento.
do uso do cheque, o documento deve ser nominal, apre-
sentando, no verso ou anverso, descrições em que constem (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
o CPF ou CNPJ do favorecido, bem como guardar nexo com tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 38/2020-TP.
as informações dos respectivos processos de despesas que Julgado em 07/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
garantam o direito do credor ao pagamento. 04/06/2020. Processo nº 20.238-0/2019).
(Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs- Despesa. Restos a pagar. Limitação de empenho e
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 387/2017-TP. Julgado de movimentação financeira.
em 29/08/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2017. Para garantir que a inscrição em Restos a Pagar de des-
Processo nº 11.297-6/2017). pesas contraídas em um exercício ocorra até o limite do
saldo da disponibilidade de caixa, abstendo-se de permitir
Despesa. Folha de Pessoal. Pagamento por meio o acúmulo imotivado e excessivo de passivos financeiros
eletrônico. para exercícios futuros, o Poder Executivo municipal deve
Os pagamentos relativos à folha de pessoal, mediante promover o efetivo controle do equilíbrio fiscal das contas
emissão de cheques, contrariam a Resolução de Consulta do Município (art. 1º, § 1º, da LRF), mediante limitação de
TCE-MT nº 20/2014, devendo ser efetivados por meio de empenho e de movimentação financeira, segundo os crité-
transferência bancária eletrônica. rios fixados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 179/2015-PC. Julgado tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 75/2019- TP.
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015. Julgado em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 1.615-2/2014). 29/01/2020. Processo nº 16.755-0/2018).
40 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Despesa. Ordem cronológica. Art. 5º, caput, Lei em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019.
8.666/93. Regulamentação. Normatização de as- Processo nº 13.879-7/2019).
pectos complementares.
1. O respeito à ordem cronológica dos pagamentos Despesa. Restos a pagar. Ordem cronológica.
é dever legal e não mera faculdade, previsto no Os débitos contratuais pendentes, inclusive os inscritos
artigo 5°, caput, da Lei 8.666/93, que deve ser em Restos a Pagar, devem ser pagos na ordem cronológi-
cumprido pelos gestores públicos e independe ca de suas exigibilidades, nos termos do art. 5º da Lei nº
de regulamentação da norma inserta na Lei de 8.666/93.
Licitações, embora seja salutar o estabelecimen-
to de referenciais e critérios objetivos que regula- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
mentem os procedimentos de pagamentos, eluci- tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 75/2016-PC. Julgado
dando, especialmente, as hipóteses de “interesse em 13/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/09/2016.
público” que justifiquem a não observância da Processo nº 2.104-0/2015).
ordem de pagamentos.
2. A normatização de aspectos complementares vi- Despesa. Pagamento. Ordem cronológica. Cance-
sando ao acompanhamento e controle interno do lamento de restos a pagar.
disposto no art. 5º, caput, da Lei 8.666/93, deve 1. Não compete ao Tribunal de Contas determinar ao
contemplar, no mínimo: gestor público o pagamento de créditos inadim-
a. a ocasião em que o credor deverá ser inserido plidos junto a terceiros, tendo em vista que a
na respectiva sequência, considerando: a.1) a tutela de interesses privados compete ao Poder
demonstração, para o ingresso na fila, do adim- Judiciário, mas tem o dever legal de verificar se o
plemento da parcela contratual mediante a apre- inadimplemento implicou em preterição na ordem
sentação de fatura ou documento equivalente cronológica de pagamentos, em desobediência ao
pelo contratado, a ser confirmada na liquidação art. 5º da Lei nº 8.666/93.
da despesa; e, a.2) o cumprimento das demais 2. O cancelamento de restos a pagar processados,
condições legais e contratuais exigíveis, como a sem a devida motivação, é conduta irregular su-
regularidade fiscal, trabalhista e com a seguridade jeita às sanções previstas na Lei Complementar
social, entre outras, também a serem confirmadas nº 269/2007.
na liquidação da despesa; (Denúncia. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acór-
b. as hipóteses de suspensão da inscrição do crédito dão nº 68/2016-SC. Julgado em 25/05/2016. Publicado no
na ordem cronológica de pagamento, em razão da DOC/TCE-MT em 07/06/2016. Processo nº 24.567-4/2015).
ausência de demonstração do cumprimento das
condições legais e contratuais pelo contratado; Despesa. Restos a pagar processados. Pagamento
c. a fixação de prazo máximo para a realização da pelo gestor sucessor.
liquidação e para o efetivo pagamento, a contar Em respeito ao princípio da continuidade administrati-
do ingresso na linha de preferência, ou para a re- va, as dívidas assumidas pelo município são de responsa-
jeição dos serviços prestados ou bens fornecidos, bilidade deste, independentemente do gestor que as con-
por desatendimento das exigências legais ou con- traiu, devendo o gestor sucessor realizar o pagamento de
tratuais; e, restos a pagar processados de exercícios anteriores, desde
d. as situações que poderão vir a constituir, ainda que legítimos, salvo justificativa plausível para não fazê-lo,
que não de forma taxativa, relevantes razões de obedecendo, no pagamento, a estrita ordem cronológica
interesse público, a permitir excepcionar a regra das datas de exigibilidade desses restos a pagar conforme
da ordem cronológica, a propósito do que esta- disposto no art. 5º da Lei nº 8.666/93.
belece a parte final do artigo 5º, caput, da Lei
8.666/1993. (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 227/2015-SC. Julgado
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- em 17/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015.
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 873/2019-TP. Julgado Processo nº 2.255-1/2014).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 41
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.382/2014-TP. Julgado em tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 485/2017-TP.
12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. Julgado em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 7.317-2/2013). 24/01/2018. Processo nº 8.243-0/2016).
devem ser aplicados exclusivamente em despesas educa- Educação. Competência legislativa municipal. Jor-
cionais vinculadas à educação básica, não sendo incluídos: nada de trabalho dos professores. “Hora-ativida-
a. viagens de servidores para tratarem de assun- de”. Percentual que contraria lei federal.
tos sem relação direta com a educação básica; Os municípios não podem estabelecer para os profes-
b. gastos com materiais de publicidade e corre- sores da educação básica, em lei específica, um percentual
latos para atender unidade administrativa de da jornada de trabalho destinado à realização de “hora-ati-
política educacional; e, vidade” inferior ao previsto na Lei Federal nº 11.738/2008,
c. serviços de limpeza e manutenção de piscina tendo em vista que a competência legislativa municipal
de unidade de apoio e suporte à inclusão da encontra limites nas disposições de Lei Nacional que regu-
educação especial. lamenta regras previstas na Constituição Federal.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Teis. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
Acórdão nº 545/2016-TP. Julgado em 04/10/2016. Publi- lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 473/2014-TP. Julgado em
cado no DOC/TCE-MT em 14/10/2016. Processo nº 2.909- 11/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014.
2/2014). Processo nº 23.619-5/2013).
que a publicação no Diário Oficial do Estado acarreta uma de fornecedores no mercado, as associações civis custeadas
maior publicidade dos certames e, consequentemente, com repasses de recursos públicos devem realizar certame
uma maior competição entre potenciais licitantes, favore- licitatório para obtenção da contratação mais vantajosa pa-
cendo a obtenção de melhores propostas. ra a Administração.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 1.695/2015-TP. Julgado sé Carlos Novelli. Acórdão nº 2.394/2015-TP. Julgado em
em 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. 09/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/06/2015.
Processo nº 9.948-1/2012). Processo nº 3.046-5/2014).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Licitação. Descrição do objeto. Termo de referência.
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 528/2016-TP. Julgado em Especificação clara e precisa.
27/09/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/10/2016. O objeto a ser contratado pela Administração Pública,
Processo nº 17.504-8/2013). previsto no termo de referência de licitação, demanda es-
pecificação clara e precisa, o suficiente para consagrar a
Licitação. Agências de Publicidade. Lei nº isonomia, a publicidade, a impessoalidade e a vinculação
12.232/2010. Briefing (projeto básico). ao instrumento convocatório, permitindo que todos os inte-
1. O briefing (projeto básico) é documento essencial ressados participem do certame, bem como oportunizando
que deve compor o instrumento convocatório das a contratação da proposta mais vantajosa.
licitações destinadas à contratação de serviços de
publicidade prestados por intermédio de agências (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
de propaganda, nos termos do inciso II do art. 6º ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 158/2019-PC.
da Lei nº 12.232/2010, devendo apresentar infor- Julgado em 11/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
mações de forma precisa, clara e objetiva, a fim 22/01/2020. Processo nº 6.121-2/2017).
de propiciar aos interessados no certame dados
suficientes para a formulação da sua proposta. Licitação. Edital. Previsão de subcontratação. Cla-
2. O briefing deve apresentar, dentre outras infor- reza e precisão.
mações: a) os objetivos pretendidos; b) o público- 1. No caso de a Administração admitir a possibili-
-alvo; c) o período da campanha; d) a região ou dade de subcontratação pela empresa vencedora
o mercado de alcance; e) o valor referencial da de certame licitatório, conforme art. 72, da Lei
licitação com base em tabela oficial; f) os recursos 8.666/93, o edital de abertura deve definir de for-
próprios de comunicação disponíveis na Adminis- ma clara e precisa tal possibilidade.
tração; g) o histórico de campanhas anteriores; e 2. A cláusula editalícia que prevê ou não a possi-
h) as logomarcas a serem utilizadas. bilidade de subcontratação do objeto influencia
diretamente na formulação das propostas pelas
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- licitantes, e a sua disposição de forma confusa po-
to João Batista Camargo. Acórdão nº 263/2015-PC. Julgado de ocasionar eventual prejuízo para a execução do
em 18/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/12/2015. objeto e restrição à competição do certame.
Processo nº 1.385-4/2014). 3. Para atender aos princípios da Administração Pú-
blica, especialmente aos da legalidade e da publi-
11.4. DESCRIÇÃO DO OBJETO LICITADO cidade, disciplinados no caput do art. 37 da Carta
Magna, é dever do administrador público divulgar
Licitação. Termo de Referência. Objeto sem deta- as informações indispensáveis à contratação, uma
lhamento. vez que é com base nelas que os licitantes obte-
A ausência de detalhamento no objeto de Termo de Re- rão os elementos necessários para elaboração da
ferência licitatório prejudica a competitividade do certame, proposta adequada ao objeto do certame.
por não propiciar uma clareza ao licitante quanto aos bens
que deverá empregar, bem como inviabiliza o comparativo (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
de preços, já que cada licitante pode apresentar itens de ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 91/2019-
quantidade e qualidade diferentes. A imprecisão do obje- SC. Julgado em 01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
to inviabiliza o julgamento objetivo das propostas, o qual 02/09/2019. Processo nº 18.737-2/2018).
exige critérios e parâmetros previamente estipulados no
edital. Licitação. Descrição do objeto. Especificação impre-
cisa e/ou insuficiente. Sanção pecuniária.
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- 1. Especificação imprecisa e/ou insuficiente do obje-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 17/2020- to da licitação, que não assegure aos interessados
PC. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 18.199-4/2019). a oportunidade de concorrerem em igualdade de
condições à contratação pretendida, caracteriza
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 49
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 68/2018- Licitação. Exigência editalícia. Bens de fabricação
SC. Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em nacional. Restrição ao caráter competitivo do cer-
17/10/2018. Processo nº 16.392-9/2017). tame.
A exigência editalícia, em certame licitatório, para que
Licitação. Pregão presencial. Cláusula que restrin- os bens a serem adquiridos e entregues pela contratada se-
ge esclarecimentos ou impugnação por e-mail ou jam de fabricação nacional restringe o caráter competitivo
fax. da licitação, em afronta ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, tendo
A cláusula editalícia que veda a solicitação de esclare- em vista que a qualidade e segurança dos produtos não
cimentos ou impugnação de edital licitatório por e-mail ou decorrem da origem da fabricação (nacional ou internacio-
fax restringe a competitividade do certame, tendo em vista nal), mas da correta especificação e observância a critérios
que estabelece impeditivos e obstáculos à participação de mínimos de qualidade exigidos para cada produto.
licitantes de outras localidades. Como forma de garantia da qualidade dos produtos,
a Lei nº 8.666/93 dispõe de outros mecanismos que não
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- seja a exigência de bens de fabricação nacional, tais como:
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.280/2015-TP. Julgado indicação de marca como critério de qualidade; exigência
em 25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. de amostra; e exigência de garantia de fábrica para con-
Processo nº 2.110-5/2014). tratação.
Licitação. Habilitação. Recibo de retirada de edital. (Denúncia. Relator: Conselheiro Domingos Neto. Acór-
A confirmação de retirada de edital licitatório por meio dão nº 2.396/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no
de envio de recibo, como condição de habilitação em pro- DOC/TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.364-5/2014).
cedimento licitatório, viola a Lei nº 8.666/93, que dispõe,
prévia, taxativa e exclusivamente, sobre os requisitos ne- Licitação. Edital. Violação ao caráter competitivo.
cessários à habilitação dos licitantes. Exigência de entrega de bem em prazo exíguo.
A previsão em edital licitatório de prazo exíguo para
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio entrega de produtos ou prestação de serviços, para atendi-
Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. mento da frota municipal, prejudica o caráter competitivo
Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº do certame, contrariando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei
1.909-7/2014). nº 8.666/93, tendo em vista que privilegia os fornecedores
locais e restringe a participação de potenciais interessados,
Licitação. Cadastro prévio. Identificação dos lici- que ficam impossibilitados de cumprir as obrigações pre-
tantes. vistas devido à distância entre suas sedes e o município
A exigência de cadastro prévio do interessado, como licitante.
condição para fornecimento de edital de licitação por meio
eletrônico, configura tentativa ilegal de identificação dos (Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli.
participantes antes da data de realização da sessão pública Acórdão nº 13/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica-
do certame, desrespeitando-se os princípios da impessoali- do no DOC/TCE-MT em 13/03/2015. Processo nº 17.880-
dade e competitividade entre os participantes. 2/2014).
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- Licitação. Aquisição de veículos. Cláusula restri-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº tiva.
2.989/2015-TP. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/ A exigência editalícia de modelo de sistema de câmbio,
TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº 12.711-6/2015). utilizado por apenas uma marca de veículo, na licitação
para aquisição de ônibus, caracteriza cláusula restritiva que
prejudica o caráter competitivo da licitação, nos termos do
art. 3º, § 1º, I, da Lei 8.666/93.
aos princípios constitucionais da impessoalidade, preço) e outros com valores acima dos praticados
isonomia e moralidade. no mercado (sobrepreço), mas que, de forma glo-
2. Por interpretação analógica, após o advento da bal, apresenta valores menores, não espelhando
Súmula Vinculante 13 do STF, a proibição esta- a realidade e podendo ocasionar dano ao erário
belecida no art. 9º, III, da Lei nº 8.666/93 para caso se utilize quantidade maior dos itens com
participação de servidor ou dirigente em licitação sobrepreço ou quantias menores dos itens com
promovida pelo órgão ou entidade contratante, subpreço.
da qual faça parte, se estende às empresas per-
tencentes a seus familiares. (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 145/2020-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta TP. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 332/2018-TP. Julgado em 09/07/2020. Processo nº 14.595-5/2019).
21/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
Processo nº 9.343-2/2016). Licitação. Aquisições. Preços de referência.
1. A Administração deve estabelecer preços de refe-
Licitação. Participação de empresas de parentes rência nas aquisições de forma a aproximá-los aos
do gestor. preços de mercado, submetendo-os a uma análise
A participação de empresas pertencentes a parentes do crítica e detalhada pelo setor responsável em rela-
gestor público titular de Poder ou órgão em procedimentos ção aos itens de maior materialidade e relevância
licitatórios por ele promovidos afronta preceitos da Lei nº para a contratação.
8.666/93 e princípios constitucionais como a impessoalida- 2. A pesquisa de preços de referência nas aquisições
de e a moralidade. públicas deve ser a mais ampla possível, consi-
derando um conjunto (cesta) de preços aceitá-
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- veis, para evitar o risco de valores elevados nas
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.280/2015-TP. Julgado compras, podendo se limitar a cotações de for-
em 25/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/09/2015. necedores apenas quando não for possível obter
Processo nº 2.110-5/2014). preços referenciais nos sistemas oficiais.
Licitação. Estimativa de preços. Coerência com va- Publicado no DOC/TCE-MT em 26/08/2016. Processo nº
lores de mercado. 1.962-3/2014).
As estimativas de preços nas licitações, demonstradas
em planilhas detalhadas, devem ser coerentes com os valo- Licitação. Aquisição de medicamentos. Preços de
res praticados no mercado, de modo que possam servir de referência.
efetivo parâmetro para as contratações a serem realizadas. 1. As compras públicas de medicamentos devem
ser balizadas pelos preços praticados no âmbito
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta dos órgãos e entidades da Administração Pública
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 72/2018-TP. Julgado em (art. 15, V, da Lei nº 8.666/93), tendo por fim a
27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2018. adequação da estimativa de preços aos praticados
Processo nº 23.354-4/2016). no mercado, sob pena de a Administração incorrer
em superfaturamento de preços com prejuízo ao
Licitação. Medicamentos. Pesquisa de preços. Ina- erário.
dequação da utilização de apenas 3 (três) orçamen- 2. Nas aquisições de medicamentos, a Administra-
tos. Preços praticados no âmbito da Administração ção deve observar, ainda, os preços máximos e
Pública. critérios fixados pela Câmara de Regulação do
Nos processos licitatórios para a aquisição de medica- Mercado de Medicamentos (CMED/Anvisa), além
mentos, a Administração não deve limitar a respectiva pes- de utilizar como referência os preços praticados
quisa de preços a apenas 3 (três) orçamentos apresentados no âmbito da Administração Pública.
por potenciais fornecedores, mas deve buscar várias outras 3. O balizamento de preços nas aquisições de medi-
fontes de referência, utilizando, prioritariamente, os preços camentos deve considerar as informações do Banco
praticados no âmbito da administração pública e conside- de Preços em Saúde do Ministério da Saúde (BPS/
rando as informações do Banco de Preços em Saúde do MS), tendo em vista que é uma fonte de informa-
Ministério da Saúde (BPS-MS). ção oficial dos preços de medicamentos e produtos
para a saúde praticados nas compras públicas.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Jo- 4. As tabelas de preços emitidas pela Revista Simpro
sé Carlos Novelli. Acórdão n° 248/2017-TP. Julgado em Hospitalar e pela Unimed não são aptas para o bali-
06/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 14/06/2017. zamento de preços nas aquisições governamentais
Processo n° 17.250-2/2016). de medicamentos, pois, em geral, não refletem os
preços praticados na esfera pública.
Licitação. Aquisições Públicas. Preços de referên-
cia. Média saneada de preços. (Denúncia. Relatora: Conselheira Substituta Jaque-
1. É inadmissível, para formação de preços de refe- line Jacobsen. Acórdão nº 3.473/2015-TP. Julgado em
rência nas aquisições públicas, a pesquisa de pre- 06/10/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 22/10/2015.
ços realizada junto a uma única fonte de informa- Processo nº 12.469-9/2004).
ção. A utilização de uma única fonte de informa-
ção de preços, além de ilegal, torna o balizamento Licitação. Valor de referência. Pesquisa de preços.
de preços superficial e sem a amplitude buscada Comprovação documental.
pela Lei de Licitações, podendo provocar a ocor- A Administração deve, previamente à abertura de licita-
rência de sobrepreços e/ou superfaturamentos ção, realizar pesquisa de preços de mercado para definição
(art. 15, inciso V e § 1º, c/c art. 40, § 2º, inciso II, e do valor de referência do objeto licitado. A indicação do
art. 44, § 3º, todos da Lei nº 8.666/93). valor de referência do objeto licitado, sem comprovação
2. Na detecção de sobrepreços ou superfaturamen- documental de pesquisa de preços de mercado que o sus-
tos é possível a utilização do método “média sa- tente, configura afronta ao disposto no art. 43, IV, da Lei
neada de preços”. nº 8.666/93.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
Novelli. Acórdão nº 420/2016-TP. Julgado em 09/08/2016. tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 58/2015-SC. Julgado
54 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Licitação. Registro de Preços. Serviços de exames ticipante é condicionada à justificativa que evidencie a van-
médicos por imagem. tagem econômica ao aderente e o preço compatível com o
É possível a utilização do Sistema de Registro de Pre- mercado, bem como a anuência do órgão gerenciador. Os
ços para a contratação de serviços de exames médicos por documentos que comprovem tal vantagem são imprescin-
imagem (Raio X), mesmo que caracterizados como de na- díveis e devem ser produzidos conforme a realidade, no
tureza continuada, tendo em vista não haver vedação na rito e sequência determinados para a correta adesão a Ata
Lei 8.666/93 e desde que adotado nas hipóteses previstas de Registro de Preços, não constituindo mera formalidade
no art. 3º do Decreto Federal 7.892/2013 para impedir des- e não sendo dispensáveis após a celebração do contrato.
virtuamento da licitação.
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 142/2017 -TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019.
em 04/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/04/2017. Processo nº 31.743-8/2017).
Processo nº 11.628-9/2016).
Licitação. Ata de Registro de Preços. Adesão. Ter-
11.9. ADESÃO À ATA DE REGISTRO DE PREÇOS mo de Referência.
A compra de produtos mediante adesão a Ata de Re-
Licitação. Adesão à Ata de Registro de Preços. Van- gistro de Preços não exime a Administração de efetuar o
tajosidade. Deveres estabelecidos na Lei 8.666/93. planejamento da despesa por meio de elaboração de Ter-
1. A contratação por adesão à Ata de Registro de Pre- mo de Referência.
ços (carona) somente será admitida se demonstra-
da a vantajosidade para a Administração Pública (Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
(art. 3º, caput, Lei 8.666/1993). A justificativa dessa tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 428/2019-TP. Julgado
vantajosidade somente será devidamente funda- em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 10/07/2019.
mentada se houver demonstração da compatibi- Processo nº 31.743-8/2017).
lidade qualitativa e quantitativa entre a contrata-
ção pelo “órgão gerenciador” e a necessidade real Licitação. Adesão à Ata de Registro de Preços.
do “órgão não participante”. Emissão de parecer jurídico.
2. A “carona” não pode servir de pretexto para que A Administração deve adotar a emissão de parecer ju-
a Administração Pública se descuide dos demais rídico também nos processos de adesão à Ata de Registro
deveres estabelecidos pela Lei 8.666/1993, dentre de Preços, tendo em vista a necessidade de exame prévio
eles a obrigação de definir corretamente o objeto e aprovação do procedimento pela área jurídica, conforme
a ser contratado por meio da realização de estu- exige o art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/93.
dos técnicos preliminares e da consequente ela-
boração do projeto básico, pressupostos inafastá- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
veis no caso de contratação de obras ou serviços, sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.411/2015-TP. Julgado em
conforme o artigo 6º, inciso IX, c/c artigo 7º, § 2º, 22/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/10/2015.
inciso I, da Lei de Licitações. Processo nº 3.035-0/2014).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Licitação. Ata de registro de preços. Adesão. Pro-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 149/2020-TP. cedimentos.
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em Nos processos de adesão a Registro de Preços promovi-
09/07/2020. Processo nº 35.644-1/2018). do por outro órgão ou entidade públicos, a Administração
deve comprovar, além dos requisitos previstos na legislação
Licitação. Ata de Registro de Preços. Adesão. Jus- do detentor da respectiva Ata: se a modalidade licitatória
tificativa de vantagem para o aderente. Anuência adotada no registro de preços é compatível para a contrata-
do órgão gerenciador. ção do objeto registrado; se há efetiva e estrita identidade
A adesão a Ata de Registro de Preços por órgão não par- entre o objeto pretendido pelo aderente e aquele regis-
56 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio Licitação. Parcelamento. Adjudicação por item.
Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. Agrupamento em lotes.
Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº Nas licitações cujo objeto seja divisível, é obrigatória a
1.909-7/2014). adjudicação por item, exceto quando houver prejuízo para
o conjunto ou perda de economia de escala. Enquadra-se
Licitação. Convite. Comprovação do recebimento nessa exceção, o agrupamento em lotes que permita à Ad-
do convite pelo participante do certame. ministração Pública garantir a qualidade de materiais e a
Nas licitações efetuadas na modalidade Convite, a participação de licitantes, mesmo para os itens necessários
Administração Pública deve comprovar, no respectivo pro- em menor quantidade, evitando a deserção no processo
cesso licitatório, a entrega de convite aos participantes do licitatório. Neste sentido, os objetivos das licitações devem
certame por meio de formalização do recebimento em que ser ponderados, sopesando a competitividade e a proposta
conste data, local e assinatura, não sendo o carimbo da mais vantajosa de modo que ambas convirjam para a su-
empresa, por si só, uma prova eficaz de entrega de convite premacia do interesse público.
para a pessoa jurídica.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 18/2019-TP.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.398/2014- Julgado em 19/02/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
TP. Julgado em 14/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/02/2019. Processo nº 21.803-0/2018).
11/09/2014. Processo nº 15.988-3/2012).
Licitação. Parcelamento. Objeto licitatório divisí-
vel. Licitação por itens. Licitação por lotes.
1. O parcelamento em itens, de objeto licitatório di-
visível, é medida que se impõe como regra geral,
desde que não haja prejuízo para o conjunto a ser
licitado, nem perda da economia de escala, sendo
58 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
que o agrupamento dos itens em lotes deve ser Licitação. Não parcelamento do objeto. Inviabili-
visto como alternativa excepcional, acompanhada dade técnica e/ou econômica.
de justificativa da vantagem da escolha, devida- É possível o não parcelamento do objeto licitado na con-
mente fundamentada. tratação de serviços em que restem demonstrados o risco
2. Na licitação por itens, o objeto é dividido em par- de perda da economia de escala, o possível aumento dos
tes específicas, cada qual representando um bem custos de mobilização e/ou das dificuldades no gerencia-
de forma autônoma, o que aumenta a competiti- mento dos serviços prestados por mais de uma contratada,
vidade do certame por possibilitar a participação nos termos do artigo 23, § 1º, da Lei nº 8.666/1993.
de vários fornecedores. Na licitação por lote, há o
agrupamento de diversos itens que o formarão, e, (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
para a definição do lote, a Administração Pública Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 297/2016-TP. Julgado em
deve agir com cautela, razoabilidade e proporcio- 24/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2016.
nalidade para identificar os itens que o integrarão, Processo nº 1.613-6/2014).
uma vez que os itens agrupados devem guardar
compatibilidade entre si. Licitação. Parcelamento do objeto. Fracionamento
de despesas. Serviços de transporte escolar.
(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro 1. A contratação de objeto idêntico ou de mesma
Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 56/2018-SC. natureza deve ser planejada pelo valor global
Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em das contratações previstas para o exercício, pre-
17/10/2018. Processo nº 11.625-4/2016). servada a modalidade licitatória compatível com
a estimativa da totalidade do valor do objeto,
Licitação. Parcelamento do objeto. Serviços de ge- adotando-se como regra o parcelamento de ob-
renciamento de combustível por cartão magnéti- jetos divisíveis, salvo nas situações nas quais se
co, fornecimento de combustível e rastreamento justifique a inviabilidade técnica e/ou econômica
veicular. do parcelamento.
1. Fere o princípio da competitividade a junção, em 2. É ilegal o fracionamento de contratações
um mesmo lote da licitação, dos serviços de ge- referentes a objetos idênticos ou de mesma natu-
renciamento de combustível por cartão magnético, reza, em que se considere o valor isolado de cada
fornecimento de combustível e de rastreamento contratação como forma de viabilizar a contínua e
veicular, uma vez que se trata de serviços de na- reiterada dispensa de licitação pelo pequeno valor
tureza divisível, podendo ser prestados de forma ou de desfigurar a modalidade licitatória cabível.
independente por empresas distintas. 3. A contratação de serviços de transporte escolar
2. É possível a contratação do serviço de gerenciamen- por meio da realização de mais de um certame li-
to de combustível por cartão magnético integrado citatório, adotando-se modalidade licitatória mais
ao fornecimento de combustível por rede de pos- simplificada do que a cabível, caso fosse consi-
tos credenciados pela contratada, em único lote da derada a estimativa do valor global dos serviços,
licitação, desde que a escolha por esta opção seja com a participação de apenas um licitante em
devidamente motivada pela Administração, con- cada certame, configura fracionamento ilegal do
forme se depreende da Resolução de Consulta nº objeto com a consequente frustração ao caráter
16/2012 do TCE-MT. competitivo da licitação.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 55/2018- Acórdão nº 1.723/2015-TP. Julgado em 05/05/2015. Publi-
SC. Julgado em 22/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em cado no DOC/TCE-MT em 22/05/2015. Processo nº 8.546-
12/09/2018. Processo nº 23.639-0/2017). 4/2009).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 59
se em tal possibilidade de licitação dispensável, vista que caracteriza desídia da Administração em realizar
referem-se à aquisição de serviços pela Adminis- os cabíveis procedimentos licitatórios com planejamento
tração Pública que não abarquem a contratação prévio, levando a uma ocorrência emergencial provocada,
de terceiros para o desempenho de funções de o que evidencia a denominada “emergência fabricada”.
categorias funcionais abrangidas pelo quadro de
pessoal do órgão ou entidade, sob pena de burla (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Waldir
à regra do concurso público e aos limites de gas- Júlio Teis. Acórdão nº 320/2017-TP. Julgado em 01/08/2017.
tos com pessoal. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2017. Processo nº
2. A terceirização de mão de obra pela Administra- 5.079-2/2015).
ção Pública deve atender cumulativamente aos
seguintes requisitos: as atividades devem ser Licitação. Dispensa. Locação de imóvel. Avaliação
acessórias às atribuições do órgão ou entidade; as prévia. Comissão especial de servidores públicos.
atividades não podem ser inerentes às categorias A avaliação prévia de imóvel a ser locado pela Admi-
funcionais do quadro de pessoal; e, não pode ser nistração Pública, a fim de comprovar a compatibilidade
caracterizada relação direta de emprego entre a do valor da locação com o valor de mercado, conforme
Administração e o prestador de serviço. exigência do inciso X do artigo 24 da Lei nº 8.666/93, pode
ser realizada por comissão especial de servidores públicos.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- A Lei de Licitações não exige que essa avaliação prévia seja
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 124/2018- realizada exclusivamente por corretor de imóveis.
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
05/12/2018. Processo nº 24.564-0/2017). (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
quim. Acórdão nº 3.083/2015-TP. Julgado em 05/08/2015.
Licitação. Dispensa. Contratação emergencial. Pro- Publicado no DOC/TCE-MT em 28/08/2015. Processo nº
jeto Básico ou Termo de Referência. 7.741-0/2013).
1. Mesmo na hipótese de contratação emergencial
para prestação de serviços, faz-se necessária a ela- Licitação. Dispensa de licitação. Certidões negati-
boração de Projeto Básico ou Termo de Referência, vas. INSS e FGTS.
nos termos do art. 7º, § 9º, da Lei 8.666/93, cons- Nas aquisições por dispensa de licitação, inclusive
tando todos elementos indicados no art. 6º, inciso nas hipóteses previstas nos incisos I e II do art. 24 da Lei
IX, da mesma Lei. 8.666/93, deve-se exigir do contratado a apresentação das
2. É possível admitir que o Projeto Básico ou o Termo certidões negativas de débitos junto ao INSS e FGTS, tanto
de Referência não apresente todos os elementos no âmbito do procedimento licitatório, quanto por ocasião
indicados no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/93, em da realização dos respectivos pagamentos.
casos excepcionais, quando houver necessidade
de se afastar risco iminente de dano a pessoas, (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ao patrimônio público ou a particular. tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 82/2015-PC. Julgado em
05/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/08/2015.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- Processo nº 1.417-6/2014).
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 18/2018-TP.
Julgado em 06/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Licitação. Dispensa de licitação em situação emer-
16/03/2018. Processo nº 11.046-9/2016). gencial. Formalização em processo administrativo.
A dispensa de licitação por situação emergencial, com
Licitação. Dispensa emergencial. Ausência de pla- base no inciso IV do artigo 24 da Lei 8.666/93, deve ser for-
nejamento prévio. “Emergência fabricada”. malizada por meio de processo administrativo, atendendo-
É irregular e passível de aplicação de sanção aos respon- -se aos requisitos legais previstos no artigo 26, quais sejam:
sáveis, a contratação sucessiva dos mesmos serviços por a) caracterização da situação emergencial ou calamitosa
meio de dispensa de licitação, com fundamento em situa- que justifique a dispensa; b) razão da escolha do fornecedor
ção de emergência (art. 24, IV, Lei nº 8.666/93), tendo em ou executante; e c) justificativa do preço.
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(Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro querem conhecimento de notória especialização, podendo
José Carlos Novelli. Acórdão nº 224/2016-TP. Julgado em ser prestados por profissional qualificado com formação
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. superior específica e registro na OAB, sem necessidade de
Processo nº 22.404-9/2015). conhecimento excepcional.
Licitação. Contrato. Inexigibilidade. Art. 25, II, Lei (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
nº 8.666/93. Serviços advocatícios para represen- Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015.
tação judicial. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº
A contratação de serviços advocatícios para represen- 1.930-5/2014).
tação judicial, sem a comprovação da natureza singular
do objeto e a demonstração da notória especialização do Licitação. Inexigibilidade. Serviços advocatícios.
prestador pretendido, não pode ser realizada por inexigi- É ilegal a contratação por inexigibilidade licitatória de
bilidade de licitação com base no inciso II do art. 25 da Lei serviços advocatícios especificados de forma ampla ou ge-
nº 8.666/93. A notória especialização é requisito objetivo, nérica, mesmo quando comprovada a notória especializa-
não podendo ser aferida pelo grau de confiança do gestor ção da empresa contratada, pois tal situação não atende
no profissional a ser contratado. ao requisito da singularidade do objeto, exigência essa dis-
posta para fins de contratação direta de serviços técnicos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Domin- profissionais especializados, nos termos do art. 25, II, da
gos Neto. Acórdão nº 3.381/2015-TP. Julgado em 15/09/2015. Lei nº 8.666/93.
Publicado no DOC/TCE-MT em 02/10/2015. Processo nº
1.530-0/2014). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 445/2015-TP. Julgado
Licitação. Contrato. Inexigibilidade. Art. 25, II, Lei em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
8.666/93. Serviços advocatícios para representação Processo nº 18.243-5/2014).
judicial.
Os serviços advocatícios de representação judicial da Licitação. Inexigibilidade. Contratação de artista
Administração no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justi- por meio de intermediador de shows.
ça e em Tribunais Superiores, sem a comprovação de que A contratação de artista por inexigibilidade licitatória
possuem natureza singular, não podem ser contratados por com base no inciso III do artigo 25 da Lei 8.666/93 deve-se
inexigibilidade de licitação com base no inciso II do art. 25 dar diretamente ou por intermédio do empresário exclusi-
da Lei 8.666/93. Tais serviços, salvo quando se tratar de vo do artista, sendo ilegal a contratação por meio de inter-
causa jurídica específica que exija conhecimento peculiar mediador de shows que apresenta carta de exclusividade
e extraordinário, devem ser realizados pela procuradoria com validade para determinado período e local.
jurídica da própria Administração.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- Ricardo. Acórdão nº 1.291/2014-TP. Julgado em 08/07/2014.
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.354/2015-TP. Julgado em Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº
09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015. 7.615-5/2013).
Processo nº 1.873-2/2014).
Licitação. Inexigibilidade. Certidão da Junta Co-
Licitação. Inexigibilidade. Serviços advocatícios mercial. Comprovação de fornecimento exclusivo.
ordinários, rotineiros e permanentes. É apta para comprovar a condição de fornecedor
Os serviços advocatícios ordinários, rotineiros e perma- exclusivo, para efeito de inexigibilidade de licitação prevista
nentes, tais como emissão de parecer em procedimentos no inciso I do art. 25 da Lei 8.666/93, a apresentação de
licitatórios e consultas em contratos, não podem ser con- certidão da Junta Comercial que ateste expressamente
tratados com base na hipótese de inexigibilidade licitatória a exclusividade da empresa, não sendo suficiente para
descrita no inciso II do art. 25 da Lei nº 8.666/93, tendo em fazer tal prova a emissão de certidão pela Junta Comercial
vista que não se constituem serviços singulares e não re- que se limita a certificar o registro de uma declaração de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 63
exclusividade emitida pela própria empresa interessada. Licitação. Habilitação jurídica. Alvará de funciona-
mento e localidade.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Do- Não caracteriza condição restritiva de competitividade,
mingos Neto. Acórdão nº 1.158/2014-TP. Julgado em a exigência de alvará de funcionamento e localidade para
10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. comprovação de habilitação jurídica em procedimento li-
Processo nº 7.747-0/2013). citatório, tendo como objetivo certificar a regularidade e a
aptidão dos participantes, visando apurar sua idoneidade
11.16. HABILITAÇÃO JURÍDICA e garantir o fiel cumprimento do objeto contratual, e não
sendo, tal exigência, utilizada como forma de obrigação
Licitação. Habilitação jurídica. Alvará de localiza- para que os participantes estejam instalados ou venham a
ção compatível com o objeto licitatório. Restrição se instalar no município do órgão contratante.
à competição. Cabível em situação excepcional e
com justificativa expressa. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
1. A exigência de Alvará de Localização e/ou Funcio- Ricardo. Acórdão nº 3.047/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
namento, em plena validade e compatível com Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
o objeto do certame, para demonstrar constitui- 1.909-7/2014).
ção de sede no município que realiza licitação na
modalidade pregão presencial, restringe indevi- Licitação. Habilitação jurídica. Alvará sanitário
damente a competitividade do certame, violando vencido.
o tratamento isonômico entre os participantes, já Não se pode impedir de participar em procedimento
que impossibilita a participação de empresas que licitatório a empresa que, em cumprimento ao edital do
não possuam sede no município. respectivo certame, tenha apresentado, na fase de habili-
2. Uma cláusula licitatória de restrição geográfica so- tação, alvará sanitário vencido, desde que acompanhado de
mente é cabível em caráter excepcional e se hou- comprovante de solicitação de renovação de licença junto
ver justificativa expressa comprovando as razões ao órgão competente, protocolado antes do vencimento do
da obrigação da localização como algo indispen- alvará apresentado para fins de habilitação, tendo em vista
sável para execução satisfatória à complexidade que a empresa não pode arcar com o ônus da morosidade
do objeto do respectivo contrato. da Administração Pública em se manifestar sobre o pedido
de renovação apresentado tempestivamente.
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 156/2019- (Denúncia. Relator: Conselheiro Antonio Joaquim. Acór-
SC. Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em dão nº 12/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publicado no
21/11/2019. Processo nº 21.281-4/2018). DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 11.295-0/2014).
Licitação. Habilitação jurídica. Exigência de alvará 2. A regularidade fiscal não implica, necessariamen-
de funcionamento. Caráter competitivo do certa- te, na prova de quitação total de tributos com a
me. Fazenda Pública, uma vez que pode haver regu-
A exigência de apresentação de alvará de funciona- laridade perante o Fisco após o parcelamento de
mento na fase de habilitação licitatória não compromete o débitos, que suspende a exigibilidade do crédito
caráter competitivo do certame, desde que não configure tributário, conforme disposto no art. 151, inciso VI,
favorecimento ou prejuízo de licitante em razão de sede da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional).
ou domicílio, uma vez que toda e qualquer empresa de- 3. A comprovação de regularidade fiscal pode ser re-
ve possuir alvará para exercer suas atividades de forma alizada mediante apresentação da certidão nega-
regular e que tal exigência busca a segurança quanto à tiva ou certidão positiva com efeitos de negativa,
confiabilidade e idoneidade dos interessados. que possuem o mesmo caráter, nos termos da Lei
nº 5.172/1966 (artigos 205 e 206).
(Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano da Silva.
Acórdão nº 466/2014-TP. Julgado em 11/03/2014. Publicado (Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
no DOC/TCE-MT em 19/03/2014. Processo nº 8.753-0/2013). lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 82/2019-
PC. Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
11.17. HABILITAÇÃO: REGULARIDADE FISCAL E TRA- 18/09/2019. Processo nº 8.490-5/2019).
BALHISTA
Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal e traba-
Licitação. Habilitação. Certidões de Infrações Tra- lhista. Capacidade técnica. Subcontratada.
balhistas. Restrição ao caráter competitivo. É legal a exigência pela Administração de documentos
1. Não há previsão legal para se exigir, como requisi- que comprovem a regularidade fiscal e trabalhista e a ca-
to de habilitação licitatória, Certidões de Infrações pacidade técnica de subcontratada, estando de acordo com
Trabalhistas, pois o rol de documentação elenca- as normas e princípios de Direito Administrativo, contudo,
do nos artigos 27 a 31, da Lei 8.666/1993, é taxati- a exigência de tais documentos das empresas licitantes no
vo, sob pena de resultar em restrição indevida ao momento de habilitação representa restrição ao caráter
caráter competitivo do certame licitatório. competitivo do certame.
2. A Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas elen-
cada no inciso V, do art. 29, da Lei 8.666/93 difere (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
da Certidão Negativa de Infrações Trabalhistas, ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 38/2019-
pois enquanto a primeira atesta inexistência de SC. Julgado em 24/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
débitos inadimplidos para efeito de habilitação, 02/05/2019. Processo nº 25.414-2/2018).
a segunda informa ausência de constatação de
ilícitos trabalhistas cometidos pela licitante que Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi-
pode constar da cláusula de encargos da partes e dão negativa de débitos da PGE. Cláusula exces-
não como condição de habilitação. siva e restritiva.
Para fins de habilitação em processo licitatório, a exi-
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- gência de apresentação de certidão negativa de débitos de
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 17/2020- competência da Procuradoria Geral do Estado (PGE) mostra-
PC. Julgado em 20/05/2020. Processo nº 18.199-4/2019). -se excessiva e restritiva ao caráter competitivo do certame,
visto que as certidões emitidas pelos órgãos fazendários
Licitação. Habilitação. Regularidade Fiscal. Certi- possuem abrangência suficiente para comprovar a regula-
dão de quitação de tributos federais. ridade ou não do licitante perante a Fazenda Pública.
1. Para fins de habilitação, a exigência de certidão
de quitação de tributos federais contraria a Lei nº (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
8.666/93, que, em seu art. 29, inciso III, impõe ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 21/2018-PC.
prova da regularidade fiscal e não comprovação Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
de quitação de tributos junto à Fazenda Pública. 12/04/2018. Processo nº 14.767-2/2016).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 65
Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi- Social (INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
dão de quitação ou inexistência de débitos fiscais. (FGTS) deve ser apresentada pela contratada à Administra-
Restrição à competitividade. ção Pública tanto no momento da contratação quanto por
1. Para fins de habilitação em processo licitatório, ocasião dos pagamentos relativos à execução contratual.
a Administração Pública não deve exigir dos lici-
tantes a apresentação de certidão específica que (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José Car-
ateste a quitação ou inexistência de débitos fis- los Novelli. Acórdão nº 02/2014-SC. Julgado em 13/05/2014.
cais, mas, sim, certidão que comprove a regula- Publicado no DOC/TCE-MT em 16/06/2014. Processo nº
ridade fiscal, nos termos do art. 29, III, da Lei nº 7.119-6/2013).
8.666/93.
2. A comprovação de regularidade fiscal referencia- 11.18. HABILITAÇÃO: QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
da na Lei nº 8.666/1993 não se confunde com a
prova de quitação de tributos, podendo aquela Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Rede
ser demonstrada mediante apresentação da cer- credenciada. Oficinas e prestadores de serviços de
tidão negativa ou certidão positiva com efeito de lavagem.
negativa, não implicando necessariamente em O momento adequado para a exigência licitatória de
quitação com a Fazenda Pública, vez que poderia comprovação de rede credenciada de oficinas mecânicas e
haver parcelamento de débito em vigência, o que de prestadores de serviços de lavagem automotiva não é
mesmo assim acarretaria regularidade perante a o da fase de habilitação, mas, sim, o da fase de contrata-
Fazenda. ção da licitante vencedora, sob pena de ferir o princípio da
competitividade, uma vez que pode acarretar ônus desne-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- cessário aos licitantes. Deve-se conceder à vencedora da
ro Domingos Neto. Acórdão n° 267/2017-TP. Julgado em licitação prazo razoável para tal comprovação.
13/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/06/2017.
Processo nº 20.996-1/2016). (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 145/2020-
Licitação. Habilitação. Regularidade fiscal. Certi- TP. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
dão que ateste quitação ou inexistência de débitos 09/07/2020. Processo nº 14.595-5/2019).
fiscais.
Para fins de habilitação em processo licitatório, a Admi- Licitação. Vistoria técnica prévia. Veículos
nistração Pública não deve exigir dos licitantes a apresenta- para transporte escolar. Restrição à competitivi-
ção de certidão específica que ateste a quitação ou inexis- dade. Outros mecanismos para verificar qualidade
tência de débitos fiscais, mas, sim, certidão que comprove de veículos. Súmula nº 6 do TCE-MT.
a regularidade fiscal (art. 29, III, Lei nº 8.666/93). Enquanto 1. A exigência editalícia de vistoria técnica prévia
a certidão negativa que comprova a quitação ou inexis- dos veículos de licitantes por órgão da Prefeitura,
tência de débitos alcança apenas os contribuintes que não para participação em pregão presencial referen-
possuem débito algum, a prova de regularidade fiscal pode te à prestação de serviços de transporte escolar,
abranger a existência de débito consentido e sob o controle resulta em indevida restrição à competitividade,
do credor, como nos casos de parcelamento. afrontando o artigo 3º, § 1º, inciso I da Lei nº
8.666/19933.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 2. Existem outros mecanismos menos onerosos que
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 35/2015-SC. Julgado a Administração Municipal pode utilizar para se
em 23/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/07/2015. precaver quanto à qualidade dos ônibus para
Processo nº 2.195-4/2014). transporte escolar a serem ofertados em certame
licitatório: previsões específicas no edital acerca
Licitação. Regularidade fiscal. INSS e FGTS. Momen- de requisitos técnicos dos veículos; exigência de
to para apresentação da prova de regularidade. que as empresas apresentem atestado de capaci-
A prova de regularidade fiscal relativa à Seguridade dade técnica para a execução do objeto etc.
66 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Licitação. Visita técnica. Contrato de serviço de ma- Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Exigên-
nutenção e conservação de rodovia não asfaltada. cia de engenheiro sanitarista/ambiental no quadro
1. É irregular a exigência de visita técnica no local permanente das licitantes.
de execução contratual cujo objeto seja a manu- A Administração não está autorizada a exigir a com-
tenção e a conservação de rodovia não asfaltada, provação de engenheiro sanitarista/ambiental no quadro
por se tratar de serviço de baixa complexidade, permanente de pessoal das licitantes, tampouco estipular
corriqueiro a qualquer empresa de engenharia, tal especialidade como requisito indispensável à qualifica-
caracterizando-se restrição à competitividade do ção técnica. É nítido, portanto, o prejuízo à amplitude da
respectivo certame. concorrência, diante da impertinência da previsão edita-
2. Para que a exigência de visita técnica seja legal, lícia que estabelece a necessidade do vínculo trabalhista
é imprescindível demonstrar sua indispensabili- entre o referido profissional e as empresas licitantes, por-
dade no caso concreto, e, ainda assim, o edital quanto, a comprovação da existência de contrato comum
deve prever a possibilidade de substituição de tal de prestação de serviços (regido pela legislação civil) é
visita por declaração do responsável técnico de suficiente para assegurar a qualificação técnica da futura
que possui pleno conhecimento do objeto a ser contratada, sem, contudo, afetar a abrangência da com-
contratado, procedimento que atende ao disposto petitividade.
no art. 30, inciso III, da Lei nº 8.666/93, sem que
se comprometa o caráter competitivo do certame. (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 173/2018-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 639/2019- 24/05/2018. Processo nº 10.028-5/2016).
TP. Julgado em 03/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
11/09/2019. Processo nº 4.784-8/2017). Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Exi-
gência de comprovação de vínculo permanente
Licitação. Habilitação. Visita técnica. Visita à obra do profissional técnico com o licitante.
por engenheiro da licitante. A exigência em edital de licitação para que empresas
1. A visita técnica como requisito de habilitação do licitantes comprovem, como requisito de qualificação téc-
certame só pode ser exigida de forma excepcio- nica, que possuem em seu quadro permanente de pessoal
nal, quando se tratar de condição imprescindível profissional graduado ou com especialização em área es-
ao conhecimento das particularidades do objeto pecífica, representa cláusula excessiva, restringe o caráter
a ser licitado e desde que esteja devidamente jus- competitivo do certame. A comprovação de vinculação do
tificada essa opção. profissional com a licitante pode ser feita, não apenas pelo
2. Não há previsão legal de que a visita técnica à vínculo ao quadro permanente, mas também com base
obra licitada deva ser realizada por engenheiro em contrato de prestação de serviços ou vínculo societário.
responsável do próprio quadro da licitante, com
a apresentação de Carteira de Identificação Profis- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
sional registrada no CREA. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 21/2018-PC.
3. Não se pode estabelecer, em edital licitatório, cri- Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
térios que possam resultar na mitigação do caráter 12/04/2018. Processo nº 14.767-2/2016).
competitivo do certame, com imposições que não
possuam fundamento legal que limitem o caráter Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Con-
competitivo da disputa. tratação de serviço de transporte escolar. Curso
específico para condutores.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Na licitação para contratação de serviços de transporte
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 611/2019-TP. Julgado em
escolar, o edital deve estabelecer, como requisito de habili-
27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019.
tação, que os condutores tenham curso de capacitação para
Processo nº 23.426-5/2015).
veículos de transporte escolar, em sintonia com o inciso
V do artigo 138 do Código de Trânsito Brasileiro e com os
68 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
incisos II e IV do artigo 30 da Lei Federal 8.666/66, sendo lheiro Domingos Neto. Acórdão n° 24/2017-SC. Julgado
irregular a exigência somente de curso de capacitação para em 17/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/05/2017.
condução de veículos de transporte coletivo de passageiros. Processo n° 17.108-5/2016).
Licitação. Habilitação. Capacidade técnico opera- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
cional. Registro em conselho profissional. to João Batista Camargo. Acórdão nº 471/2016-TP. Julgado
É ilegal, para fins de comprovação de capacidade em 30/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/09/2016.
técnico operacional de licitantes, a exigência de registro Processo nº 2.481-3/2015).
de atestados em conselho profissional, sendo permitida
tal condicionante somente para aferir a capacitação técnico Licitação. Habilitação. Visita Técnica.
profissional dos responsáveis técnicos pelo objeto licitado A exigência de visita técnica como condição de habilita-
(art. 30, § 1º, I, da Lei nº 8.666/93). ção em processos licitatórios restringe a competitividade do
certame (art. 3º, Lei nº 8.666/93), podendo ser admitida so-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Jo- mente nas situações em que a complexidade ou a natureza
sé Carlos Novelli. Acórdão n° 234/2017-TP. Julgado em do objeto licitado a justificar, e, quando não for este o caso,
30/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/06/2017. mostra-se suficiente a simples declaração do licitante de
Processo n° 16.320-1/2016). que tem pleno conhecimento das condições e do local em
que ocorrerá a prestação dos serviços a serem contratados.
Licitação. Habilitação. Classificação de propostas.
Certificações do tipo ISO. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
A exigência de certificações do tipo ISO e/ou outras que lheiro Valter Albano. Acórdão nº 98/2016-SC. Julgado em
apresentem as mesmas especificidades, como requisito de 17/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016.
habilitação ou classificação de propostas nas licitações pú- Processo nº 22.614-9/2015).
blicas, é ilegal, tendo em vista restringir o caráter compe-
titivo do certame.
Licitação. Obras de engenharia. Qualificação técni- Licitação. Qualificação técnica. Tempo de existên-
co-operacional. Atestados. Registro no CREA. cia ou de atuação da empresa.
A exigência de atestados para comprovação de capa- A inserção de regras ou critérios de atribuição de pon-
cidade técnico-operacional de empresa licitante só deve tuação considerando o tempo de existência, atuação ou
ocorrer quando tais documentos forem indispensáveis à experiência da empresa licitante no mercado, com fins de
garantia do cumprimento das obrigações contratuais, con- aferição de qualificação técnica estabelecida em edital lici-
forme dicção do inciso XXI, do art. 37, da CF/1988, sendo tatório, restringe a competitividade do certame.
inexigível, na contratação de obras de engenharia, o regis-
tro desses documentos no CREA. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015.
lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 341/2016-TP. Julgado Processo nº 2.036-2/2014).
em 21/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/07/2016.
Processo nº 25.726-5/2015). Licitação. Habilitação. Visita técnica. Competitivi-
dade do certame. Situações excepcionais.
Licitação. Habilitação. Capacidade Técnica Profis- A exigência de visita técnica como condição para habili-
sional. Exigência de comprovação do vínculo do tação em processos licitatórios restringe a competitividade
profissional técnico com o licitante. do certame (art. 3º, Lei 8.666/93), salvo quando se justificar
Para a comprovação de capacitação técnica profissional em face de situações excepcionais ou da complexidade do
na fase de habilitação licitatória, é ilegal a exigência, no objeto licitado, devidamente comprovadas.
edital do certame, para que o licitante possua profissional
técnico com vínculo empregatício em seu quadro perma- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
nente de pessoal. Todavia, a comprovação do vínculo de- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 3.354/2015-TP. Julgado em
ve ser exigida ao longo da celebração ou da execução do 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2015.
contrato, podendo o profissional técnico estar vinculado à Processo nº 1.873-2/2014).
contratada por meio de contrato de prestação de serviços,
celebrado de acordo com a legislação civil comum, por vín- Licitação. Qualificação técnica. Visita técnica.
culo trabalhista ou por vínculo societário. A exigência de visita técnica como condição de qua-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- lificação/habilitação em certames licitatórios restringe a
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado competitividade, somente se justificando quando existirem
em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015. peculiaridades e características do objeto licitado que de-
Processo nº 2.036-2/2014). mandem do licitante o conhecimento prévio do local onde
os serviços serão prestados.
Licitação. Habilitação. Visita técnica. Prazo de re-
alização. (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
A exigência de realização de visita técnica pelo licitan- tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 143/2015-SC. Julgado
te, como condição para participação em procedimento li- em 09/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015.
citatório, quando esse procedimento se justificar em face Processo nº 1.872-4/2014).
de situações excepcionais ou da complexidade do objeto
licitado, terá como prazo final aquele estabelecido para o Licitação. Qualificação técnica. Atestados sem re-
recebimento das propostas, não podendo a Administração lação com o objeto licitado.
fixar prazo menor para a visita, sob pena de restringir o Configura restrição à competitividade do certame licita-
caráter competitivo do certame. tório, em prejuízo ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, a exigência
de atestados de qualificação técnica sem relação com o
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- objeto licitado, a exemplo da solicitação de atestados de
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 164/2015-SC. Julgado obras rodoviárias, ferroviárias ou hidroviárias na contrata-
em 29/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/10/2015. ção de serviços de elaboração de projetos arquitetônicos
Processo nº 2.036-2/2014). de edificações.
70 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli. Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Conta-
Acórdão nº 15/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica- dor no quadro permanente da licitante.
do no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 18.834- É ilegal a exigência editalícia de comprovação da exis-
4/2013). tência de contador no quadro permanente da licitante, co-
mo requisito de qualificação técnica na fase de habilitação,
Licitação. Qualificação técnica. Contratação de por tal exigência restringir a participação no certame licita-
projetos arquitetônicos. Atestados do CREA e CAU. tório e não se coadunar com o regime de trabalho aplicado
Na contratação de serviços de elaboração de projetos a esse profissional, que pode se vincular à empresa licitante
arquitetônicos, configura restrição à competitividade de lici- por outros meios que não o de vínculo permanente.
tação, em prejuízo ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, a exigência
de atestados de qualificação técnica registrados exclusiva- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José Car-
mente junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agrono- los Novelli. Acórdão nº 1/2014-SC. Julgado em 13/05/2014.
mia – CREA, sem possibilitar a apresentação de atestados Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2014. Processo nº
registrados junto ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo 7.103-0/2013).
do Estado – CAU, sendo o objeto do certame compatível
com as atividades profissionais disciplinadas e fiscalizadas Licitação. Habilitação. Qualificação técnica. Com-
pelo CAU, nos termos da Lei Federal nº 12.378/2010. provação de experiência. Serviços voltados à ges-
tão pública.
(Denúncia. Relator: Conselheiro José Carlos Novelli. É razoável e proporcional, não configurando restrição à
Acórdão nº 15/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. Publica- competitividade na licitação, a exigência editalícia para que
do no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº 18.834- o licitante comprove experiência na prestação de serviços
4/2013). voltados à gestão pública no âmbito do objeto licitado, nos
casos em que a licitação se destinar à contratação de servi-
Licitação. Qualificação técnica. Visita técnica. ços de fábrica de softwares, manutenção, suporte técnico e
A realização de visita técnica pelo licitante, como item assessoria em sistemas de gestão pública municipal.
de cumprimento da qualificação técnica prevista no art.
30 da Lei 8.666/1993, somente pode ser exigida em edital (Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano. Acórdão
do respectivo certame em situações que a complexidade nº 08/2014-TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/
ou natureza do objeto a justifique, sendo suficiente para TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº 28.195-6/2013).
os demais casos a simples declaração do licitante de que
tem pleno conhecimento das condições de execução do
objeto licitado.
licitante com base em falhas meramente formais Licitação. Anulação/revogação de certame homo-
que possam ser sanadas, relativizando-se o prin- logado e adjudicado. Observância ao contraditório
cípio da vinculação ao edital. e ampla defesa.
Antes da adoção de eventual ato de anulação ou revo-
(Tomada de Contas Ordinária. Relatora: Conselheira gação de processo licitatório já homologado e adjudicado,
Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 91/2020-TP. a Administração deve assegurar o direito de os adjudica-
Julgado em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em tários se manifestarem, em observância aos princípios do
23/06/2020. Processo nº 10.434-5/2019). contraditório e da ampla defesa, nos termos do art. 5º, LV,
da CF/1988 e do art. 49, § 3º, da Lei nº 8.666/93, tendo em
Licitação. Julgamento de propostas. Margem de vista que a anulação ou revogação de processo licitatório,
lucro mínima ou igual a zero. Exequibilidade. em decorrência do poder-dever de autotutela da Adminis-
1. Não é vedada a apresentação de proposta con- tração Pública, não dispensa a observância às garantias
tendo margem de lucro mínima ou igual a zero, fundamentais inerentes a esses princípios.
tendo em vista que a parcela correspondente ao
lucro pertence à margem discricionária da empre- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
sa licitante. ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 14/2017-PC.
2. Havendo dúvidas quanto à capacidade de a em- Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
presa executar o objeto a ser contratado, a Admi- 07/11/2017. Processo nº 22.374-3/2016).
nistração deve dar a ela oportunidade de demons-
trar a exequibilidade da proposta apresentada, Licitação. Fase de abertura. Indicação da dotação
conforme as condições especificadas no edital de orçamentária com o respectivo saldo.
licitação. Para fins de aferição e garantia da suficiência de re-
3. Caso a empresa licitante tenha sua proposta clas- cursos orçamentários objetivando a cobertura de futuras
sificada, mas não consiga cumprir o compromisso licitações ou contratações, a Administração deve indicar,
firmado, estará sujeita às sanções administrativas ainda na fase de abertura do certame licitatório para com-
elencadas no artigo 87 da Lei 8.666/93. pras, serviços ou obras, inclusive nos casos de dispensa
e inexigibilidade de licitação, não só o código da dotação
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- orçamentária, mas, também, o seu respectivo saldo, em
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 45/2018- conformidade com as disposições contidas nos artigos 14
TP. Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em e 38 da Lei nº 8.666/93.
21/03/2018. Processo nº 24.023-0/2017).
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto João Batista Camargo. Acórdão nº 183/2015-TP. Julgado
Licitação. Revogação anterior à adjudicação e ho-
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015.
mologação do certame. Autotutela e interesse
Processo nº 1.718-3/2014).
público. Princípio do contraditório.
É possível a revogação de licitação antes da adjudicação
Licitação. Comprovação de cotação de preços no
do objeto e da homologação do certame, com base no
processo de licitação. Princípio da legalidade.
princípio da autotutela administrativa (Súmula 473 do STF)
A comprovação documental de cotação de preços no
e em razão de interesse público, independentemente de
processo de licitação nas modalidades previstas na Lei
contraditório, isso porque o vencedor do certame, antes
8.666/1993 é um ato formal vinculado ao princípio da le-
de cumpridas essas fases, não tem qualquer direito adqui-
galidade (artigo 40, § 2º, II), não se permitindo discriciona-
rido a ser protegido em face de possível desfazimento do
riedade ao administrador para que escolha atender ou não
processo de contratação.
tal mandamento legal.
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 33/2017- tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 46/2014-SC. Julgado em
PC. Julgado em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014.
23/01/2018. Processo nº 15.308-7/2017). Processo nº 8.054-3/2013).
74 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Licitação. Pregão. Publicidade de edital em jornal (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
da AMM. ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 397/2016-TP. Julgado em
Para fins de publicidade de editais de certames na mo- 02/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016.
dalidade pregão, conforme o vulto da licitação, a publica- Processo nº 20.518-4/2014).
ção no jornal da Associação Matogrossense dos Municípios
(AMM) não supre a obrigatoriedade de divulgação em jor- Licitação. Pregão. Proposição de recurso por em-
nal de grande circulação (art. 4º da Lei nº 10.520/2002). presa não participante do certame.
A empresa não participante de pregão não é parte le-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- gítima para propor recurso com o intuito de impugnação
lheiro Domingos Neto. Acórdão n° 29/2017-SC. Julgado de habilitação do licitante vencedor, nos termos do art. 4º,
em 07/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/06/2017. XVIII, da Lei nº 10.520/2002.
Processo n° 13.426-0/2016).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
Licitação. Pregão. Empresas licitantes com sócios lheiro Valter Albano. Acórdão nº 3.719/2015-TP. Julgado
em comum. em 16/12/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/01/2016.
A participação simultânea de empresas em Pregão, que Processo nº 21.325-0/2015).
possuam sócios em comum, por si só não constitui irregu-
laridade, sendo censurável somente quando admitida nos Licitação. Pregão eletrônico. “Taxa” de utilização
casos de: Convite; Contratação por Dispensa de Licitação; de plataforma eletrônica.
existência de relação entre as licitantes e a empresa respon- É possível a cobrança, dos licitantes vencedores em
sável pela elaboração do projeto executivo; e contratação pregão eletrônico, de “taxa” variável pela utilização de
de uma das empresas para fiscalizar serviço prestado por sistema de pregão eletrônico disponibilizado por bolsas
outra. Por outro lado, quando constatada a participação de mercadorias intermediadoras, com incidência sobre o
de empresas com sócios em comum, a Administração de- valor adjudicado, desde que com base em norma munici-
ve realizar análise detida da adequação, da variação e da pal regulamentadora e que as condições para a cobrança
economicidade das propostas de preços ou lances. de “taxa” pelo uso da plataforma eletrônica constem dos
respectivos editais licitatórios.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 158/2016-SC. Julgado (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
em 30/11/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/12/2016. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.244/2015-TP. Julgado
Processo nº 2.560-7/2015). em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015.
Processo nº 2.075-3/2014).
Licitação. Pregão. Licença de software com especi-
ficações próprias. Serviço não comum. Licitação. Pregão eletrônico. Termo de cooperação
A licença de uso e manutenção de sistema (software) técnica com bolsas de mercadorias.
desenvolvido em ambiente WEB (online), com acesso, en- É facultado ao Município firmar termo de cooperação
vio de dados e utilização das funcionalidades por meio da técnica com bolsas de mercadorias, entidades estas carac-
Internet, e disponibilização de mão de obra qualificada terizadas como sociedades civis sem fins lucrativos, para
para realizar o atendimento aos usuários e utilização de dar apoio técnico e operacional na intermediação entre a
pessoal técnico especializado para suporte online, não po- Administração e os fornecedores nos procedimentos de
de ser considerado serviço comum para fins de ser licitado pregão eletrônico, com o uso de recursos de tecnologia da
por meio da modalidade pregão. A modalidade licitatória informação, desde que inexista ônus para a Administração
“pregão” se destina a aquisição de bens e serviços comuns e haja regulamentação municipal específica sobre aquisi-
ou simples, passíveis de padronização, onde são estabele- ções na modalidade licitatória “pregão eletrônico”, em que
cidos padrões de desempenho e qualidade, por meio de se defina a possibilidade de tal cooperação.
qualificações usuais e de fácil disponibilidade no merca-
do, em observância ao art. 1º, parágrafo único, da Lei nº (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
10.520/2002. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.244/2015-TP. Julgado
78 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Licitação. Pregão. Identificação dos licitantes. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
1. Na licitação realizada na modalidade de pregão, tonio Joaquim. Acórdão nº 1.293/2014-TP. Julgado em
a identificação dos licitantes deve ocorrer apenas 08/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014.
no dia, hora e local designados para realização Processo nº 7.499-3/2013).
da sessão pública destinada ao recebimento das
propostas, respeitados os princípios da impesso-
alidade e competitividade entre os participantes
(art. 4º, VI, Lei nº 10.520/2002).
2. A exigência, em edital licitatório de pregão, de en-
vio de formulário ou recibo preenchido com dados
do potencial licitante para formalização de inte-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 79
necessários acerca dos custos relacionados, da (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
qualidade lucrativa ou não da entidade benefi- ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 2.848/2014-TP. Julgado
ciária, dentre outros fatores, para então entender em 11/12/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014.
pela viabilidade da cessão gratuita ou onerosa da Processo nº 15.895-0/2014).
utilização do bem.
3. O uso privativo de bens públicos deve obser- Patrimônio. Controle. Guarda e transferência de
var os seguintes requisitos: a) compatibilidade bens permanentes. Termo de responsabilidade.
com o interesse público; b) consentimento No âmbito do controle patrimonial de bem de natu-
d a Adminis t ração; c) cumprimento d a s reza permanente, é obrigatória a utilização de termos de
condições fixadas pelo ordenamento e pela responsabilidade para guarda e transferência dos bens, de
Administração; d) remuneração, ressalvados forma a possibilitar a identificação e eventual responsabi-
os ca sos excepcionais de u so gratuito; lização dos agentes que os tiverem sob sua guarda, inde-
e e) precariedade, que pode variar de intensidade, pendentemente da conclusão de inventário patrimonial.
com a possibilidade de cessar o uso privativo por
vontade unilateral da Administração. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
Ricardo. Acórdão nº 1.163/2014-TP. Julgado em 10/06/2014.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs- Publicado no DOC/TCE-MT em 11/07/2014. Processo nº
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 22/2020-TP. Julgado 7.612-0/2013).
em 11/03/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2020.
Processo nº 16.634-0/2019).
Pessoal. Atividades permanentes e finalísticas. Pessoal. Admissão. Concurso público. Prazo exíguo
Inspeção e fiscalização sanitária. Servidor comis- para inscrições. Inscrições presenciais na sede da
sionado. Administração.
Os serviços de inspeção e fiscalização sanitária muni- A previsão, em edital de concurso público, da realização
cipal, além de representarem parcela do Poder de Polícia das inscrições em um prazo exíguo e de forma exclusiva-
estatal, caracterizam atividades finalísticas de caráter per- mente presencial na sede da Administração, sem possibili-
manente que devem ser exercidas por servidores efetivos dade de inscrição por meio eletrônico, caracteriza afronta
(art. 37, II, da Constituição Federal), não podendo ser de- aos princípios da isonomia, da razoabilidade, da eficiência
sempenhadas por servidores investidos em cargos comis- e da ampla acessibilidade aos cargos, empregos e funções
sionados, tendo em vista não configurarem atribuições de públicas previstos no inciso I do art. 37 da CF/1988, uma
direção, chefia ou assessoramento. vez que beneficia quem mora no município e restringe a
inscrição de possíveis interessados que residem em outras
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- localidades.
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- (Representação Interna. Relator: Conselheiro Substituto
cesso nº 2.493-7/2015). Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 155/2014-SC. Julgado
em 23/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/10/2014.
Pessoal. Admissão. Concurso público. Prazo exíguo Processo nº 11.378-6/2014).
para inscrições.
O prazo de 5 (cinco) dias concedido pela Administração 13.2. ADMISSÃO DE PESSOAL: ADVOGADO PÚBLICO
para inscrição em concurso público é exíguo para que os / ASSESSOR JURÍDICO
possíveis candidatos tomem conhecimento e consigam fa-
zer inscrição no certame, prejudicando-se o alcance de um Pessoal. Assessor jurídico. Burla ao concurso pú-
dos principais objetivos do concurso público que é o de ofe- blico. Nomenclatura do cargo.
recer ampla isonomia e competitividade aos interessados. 1. Se no exercício de cargo comissionado de assessor
jurídico não ficarem caracterizadas as atribuições
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta de direção, chefia ou assessoramento direto à au-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 3.212/2015-TP. Julgado em toridade nomeante e a relação de confiança, res-
11/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. tará configurada a burla ao princípio do concurso
Processo nº 4.767-8/2012). público, sendo eivada de inconstitucionalidade a
lei municipal na parte que cria tal cargo.
Pessoal. Admissão. Concurso público. Posse fora 2. Não é a nomenclatura do cargo de “assessor ju-
do prazo legal. rídico” que o qualifica como de assessoramento,
Não há nulidade na posse em cargo público promovida mas sim as respectivas atribuições de assessoria
dentro do prazo concedido pela Administração, porém, fora direta à autoridade nomeante e a existência de
do prazo legal, excedido em razão de prorrogação excep- relação de confiança.
cional pela própria Administração em função de restrições
orçamentárias e da existência de projeto de lei em tramita- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
ção que visa ampliar o prazo para a posse de servidor públi- tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 31/2020-TP.
co, devendo os princípios da segurança jurídica, da boa-fé Julgado em 22/04/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
do candidato empossado, da eficiência administrativa e da 13/05/2020. Processo nº 14.070-8/2019).
razoabilidade prevalecerem sobre o princípio da legalidade.
Pessoal. Admissão. Cargo comissionado de asses- de profissional para realizar estas atribuições, até
sor jurídico. Atribuições permanentes. que sobrevenha concurso público para o devido
1. Configura burla ao princípio do concurso público, provimento, a contratação deve ocorrer mediante
a criação de cargo comissionado de assessor jurí- processo seletivo simplificado, sendo irregular a
dico cujas atribuições não sejam de direção, chefia contratação por meio de procedimento licitatório.
e assessoramento direto à autoridade nomeante,
sendo eivada de inconstitucionalidade a lei muni- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
cipal que cria tal cargo. ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 6/2018-PC.
2. As atribuições ordinárias, corriqueiras e perma- Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
nentes de representação judicial e extrajudicial, 21/03/2018. Processo nº 26.796-1/2017).
de consultoria e de assessoramento jurídico na
Administração Pública devem ser realizadas por Pessoal. Câmara municipal. Advogado público.
servidor investido em cargo efetivo devidamente 1. As atividades jurídicas ordinárias, corriqueiras e
aprovado em concurso público. permanentes nas câmaras municipais devem ser
realizadas por advogado público investido em car-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- go efetivo e devidamente aprovado em concurso
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 449/2019- público.
TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 2. Não é vedado ao Legislativo municipal ter cargo
10/07/2019. Processo nº 13.977-7/2017). em comissão de assessor jurídico, desde que a ele
estejam vinculadas exclusivamente atribuições de
Pessoal. Admissão. Atividades jurídicas corriquei- assessoramento direto à autoridade nomeante.
ras e permanentes. Servidores efetivos e servido-
res comissionados. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
As atividades jurídicas corriqueiras e permanentes de- Ricardo. Acórdão nº 3.038/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
vem ser executadas por servidores investidos em cargo Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
efetivo por meio de concurso público. É possível, excepcio- 1.966-6/2014).
nalmente, a criação de cargos em comissão para atribuições
de direção ou chefia das unidades técnicas jurídicas, desde Pessoal. Atividades jurídicas permanentes. Concur-
que os cargos efetivos para execução das tarefas jurídicas so público. Serviço de assessoria jurídica.
ordinárias sejam providos por servidores concursados. 1. As atividades de representação judicial e extraju-
dicial da Administração e de emissão de pareceres
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- jurídicos no âmbito de procedimentos administra-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 551/2018- tivos, como licitações e contratos, são considera-
TP. Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em das permanentes, devendo ser supridas por cargo
19/12/2018. Processo nº 29.327-0/2017). de advogado público, criado por lei e provido por
meio de concurso público (art. 37, II, da Constitui-
Pessoal. Admissão. Atribuições jurídicas contínuas ção Federal).
e permanentes. Provimento por concurso público. 2. A contratação de serviço de assessoria jurídica
Necessidade temporária. Processo seletivo simpli- mediante procedimento licitatório para a execu-
ficado. ção de atividades contínuas e permanentes, que
1. Em regra, as atribuições de representação judicial devam ser exercidas por servidores efetivos, desa-
e extrajudicial, de consultoria e assessoramento tende a regra constitucional do concurso público.
jurídico, desempenhadas de forma contínua e
permanente na Administração Pública, devem (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira
ser realizadas por servidor concursado em cargo Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 2.694/2015-
de provimento efetivo da carreira de advogado TP. Julgado em 16/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT
público (art. 37, II, CF/1988). em 30/06/2015. Processo nº 2.108-3/2014).
2. Havendo necessidade de contratação temporária
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Pessoal. Atividades jurídicas contínuas e perma- Pessoal. Cargo de assessor jurídico. Atividades
nentes. Câmara municipal. Concurso público. As- permanentes. Provimento por concurso público.
sessoramento direto. Cargo em comissão de pro- O cargo de assessor jurídico, ao qual estão vinculadas
curador jurídico. atividades permanentes de procuradoria jurídica, de repre-
1. As atribuições de representação judicial e extraju- sentação judicial da Administração e de emissão de parece-
dicial, de consultoria e de assessoramento jurídi- res jurídicos no âmbito de procedimentos administrativos
co, desempenhadas de forma contínua e perma- como licitações e contratos, deve ser provido por meio de
nente nas câmaras municipais, que não caracte- concurso público.
rizem direção, chefia ou assessoramento direto à
autoridade nomeante ou aos vereadores, devem (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
ser realizadas por servidor concursado investido tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 77/2014-SC. Julgado
em cargo de provimento efetivo de advogado pú- em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
blico (art. 37, II, CF/1988). Processo nº 7.908-1/2013).
2. É permitida a criação e o provimento de cargo em
comissão de procurador jurídico para o exercício Pessoal. Admissão. Profissional jurídico. Câmara
de atribuição de direção ou chefia do setor jurídico municipal. Atividades contínuas e permanentes.
da câmara municipal, bem como para assessora- As atribuições técnicas do profissional jurídico, de ca-
mento direto aos vereadores ou ao presidente do ráter contínuo e permanente, destinadas a atender as de-
Legislativo Municipal, devendo existir, em ambos mandas jurídicas cotidianas e ordinárias de toda a estrutura
os casos, cargos de provimento efetivo para o organizacional da câmara municipal, devem ser exercidas
exercício ordinário e permanente de atribuições por servidor admitido por meio de concurso público, inves-
como consultoria jurídica e emissão de pareceres tido em cargo contemplado em Plano de Cargos, Carreiras
no âmbito da Administração. e Salários da administração, em atendimento ao inciso II,
do artigo 37, da CF/1988.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 58/2015-PC. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
Julgado em 17/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 26/2014-SC. Julgado em
29/06/2015. Processo nº 7.530-2/2015). 09/07/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/07/2014.
Processo nº 8.049-7/2013).
Pessoal. Admissão. Advocacia pública. Atribuições
contínuas e permanentes. Concurso Público. 13.3. ADMISSÃO DE PESSOAL: CONTADOR, TESOU-
As atribuições de representação judicial e extrajudicial, REIRO E CONTROLADOR INTERNO
de consultoria e de assessoramento jurídico, desempenha-
das de forma contínua e permanente na Administração Pú- Pessoal. Admissão. Tesoureiro.
blica, que não caracterizem direção, chefia ou assessora- 1. A função de tesoureiro está atrelada a rotinas
mento direto à autoridade nomeante, devem ser realizadas administrativas e financeiras como lançamentos
por servidor concursado em cargo de provimento efetivo contábeis, conciliações bancárias, recebimento de
da carreira de advogado público. notas fiscais, conferência de lançamentos relativos
a compras, pagamento de folha de servidores, en-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- tre outras atividades, devendo ser desempenhada
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.990/2015-TP. Julgado por um servidor efetivo.
em 12/05/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/05/2015. 2. A nomeação de servidor comissionado para o
Processo nº 17.778-4/2014). exercício de função de tesoureiro contraria o arti-
go 37, V, da Constituição Federal.
Pessoal. Contador. Fundos de previdência. Progra- Pessoal. Contador. RPPS. Programa AMM-PREVI.
ma AMM-Previ. É legal a gestão terceirizada dos fundos de previdência
Os fundos municipais de previdência que firmaram ter- social municipais por meio do Programa AMM-PREVI, não
mo de vinculação ao Programa AMM-Previ para obterem sendo exigível, durante o período em que o município
prestação de serviços contábeis devem adotar providências, estiver vinculado ao Programa, a realização de concurso
antes mesmo do término da vigência de tal vinculação, pa- público para o cargo efetivo de contador ou a atribuição da
ra criação do cargo de contador, realização do respectivo responsabilidade técnica pela contabilidade do fundo ao
concurso público e nomeação do aprovado ou, alternativa- contador efetivo do Poder Executivo, tendo em vista que o
mente, atribuir responsabilidade pela sua contabilidade ao Programa AMM-PREVI engloba os serviços de contabilidade
contador efetivo do Poder Executivo, nos termos da Súmula do regime próprio de previdência municipal.
nº 3 do TCE-MT.
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos queline Jacobsen. Acórdão nº 3.002/2015-TP. Julgado em
Novelli. Acórdão nº 16/2017-TP. Julgado em 07/02/2017. 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. Processo nº Processo nº 8.304-6/2013).
1.968-2/2014).
Pessoal. Câmara municipal. Controlador interno e
Pessoal. Consórcio público. Contador. contador. Admissão e impacto negativo na folha
A admissão de contador no âmbito de consórcio público de pagamento. Prestação de serviços de contabi-
municipal deve ocorrer por meio de processo seletivo, em lidade por contrato administrativo.
atendimento ao art. 37, II, da CF/1988, sendo irregular a 1. O possível impacto negativo no limite de gasto
investidura desse profissional em cargo comissionado, po- com folha de pagamento de câmara municipal,
dendo o consórcio utilizar-se do contador de um dos seus decorrente da nomeação de candidatos aprovados
entes consorciados. em concurso público para os cargos de contador
ou controlador interno, não afasta a obrigação de
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- provimento desses cargos por meio de concurso,
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 237/2015-SC. Julgado devendo o gestor promover os ajustes necessários
em 24/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/01/2016. para permitir as respectivas nomeações.
Processo nº 7.305-9/2014). 2. A existência de contrato de prestação de serviços
de contabilidade é irregular e não afasta a obriga-
Pessoal. Atividades contábeis da câmara munici- toriedade de nomeação de candidato aprovado
pal. Técnico em contabilidade. em concurso público para o cargo de contador,
As atividades contábeis da câmara municipal podem ser tendo em vista que as atividades desenvolvidas
exercidas por servidor efetivo investido no cargo público de possuem natureza permanente, devendo ser exe-
técnico em contabilidade, pois são pautadas na realização cutadas por servidor concursado.
da escrituração dos fatos relativos à execução orçamentária
e ao patrimônio da câmara, incluindo levantamento dos (Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse-
balanços e organização dos processos de despesas e de lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 62/2015-
prestação contas, que não caracterizam atividades privati- SC. Julgado em 07/07/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
vas dos contadores, tais como a realização de trabalhos de 20/07/2015. Processo nº 21.301-2/2014).
auditorias e perícias contábeis, nos termos da Resolução
CFC nº 560/1983.
Pessoal. Admissão. Controlador interno. Concurso alização de despesas administrativas pelo regime
público suspenso por decisão judicial. próprio de previdência, a responsabilidade pela
Quando concurso público destinado à admissão de contabilidade da unidade gestora da previdência
controlador interno estiver suspenso por decisão judicial, municipal será do contador efetivo do Poder Exe-
impossibilitando a nomeação dos aprovados ou a realiza- cutivo municipal.
ção de um novo concurso, o gestor deve designar servido-
res já pertencentes ao quadro efetivo da Administração, e (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
que reúnam as qualificações necessárias para exercerem to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 171/2014-SC. Julgado
temporariamente as funções de controle interno, sendo ir- em 14/10/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
regular o provimento das funções de controlador por meio Processo nº 8.215-5/2013).
de cargo em comissão.
Pessoal. Técnico em contabilidade. Exercício de
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- atribuições privativas de contador.
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.224/2015-TP. Julgado O cargo público de técnico em contabilidade não su-
em 31/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/04/2015. pre a necessidade de criação de cargo público de conta-
Processo nº 16.539-5/2014). dor, exigida nas Resoluções de Consulta TCE/MT 31/2010
e 37/2011, tendo em vista a existência de atribuições pri-
Pessoal. Admissão. Cargos de controlador e con- vativas dos contadores que não podem ser exercidas por
tador. Provimento por concurso público. Admissão técnicos em contabilidade, conforme o disposto no Decreto
em cargo comissionado. Lei 9.295/1946 e na Resolução 560/1983 do Conselho Fede-
1. Os cargos de controlador interno e contador de- ral de Contabilidade.
vem ser providos por meio de concurso público.
2. Havendo na administração municipal estruturas (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An-
de Controladoria e de Contadoria, compostas, res- tonio Joaquim. Acórdão nº 1.697/2014-TP. Julgado em
pectivamente, por uma equipe de controladores e 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2014.
uma de contadores efetivos, é possível a admissão Processo nº 7.500-0/2013).
de servidores comissionados para exercerem as
funções de liderança dessas equipes, dada a pró- Pessoal. Contador. Provimento do cargo. Cargo co-
pria natureza de direção e chefia dessas funções missionado. Prestador de serviços.
e tendo em vista que esses servidores comissiona- O cargo de contador deve estar previsto no quadro de
dos responderão pela coordenação das atividades cargos efetivos do órgão e provido por meio de concurso
do setor. público, uma vez que as atividades desenvolvidas por esse
profissional possuem características rotineiras e continua-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter das, não sendo possível o atendimento dessas atividades
Albano. Acórdão nº 2.406/2014-TP. Julgado em 14/10/2014. por agente nomeado em cargo de livre nomeação e exone-
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014. Processo nº ração, tampouco a contratação de prestadores de serviços
7.572-8/013). por processo licitatório.
Pessoal. Contador. Previdência municipal. Provi- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substituta
mento do cargo. Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 77/2014-SC. Julgado em
1. Em regra, o cargo de contador da unidade gestora 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/09/2014.
de regime próprio de previdência municipal deve Processo nº 7.908-1/2013).
ser criado por lei e provido por meio de concurso
público (art. 37, II, CF/1988).
2. Nos casos em que não forem possíveis a criação
do cargo efetivo de contador e o seu provimento
por meio de concurso público, em razão da ne-
cessidade de observância do limite legal para re-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 87
Pessoal. Contador e controlador interno. Exercício 13.4. ADMISSÃO DE PESSOAL EM ENTIDADES RE-
de atribuições por servidor efetivo comissionado. PRESENTATIVAS
É irregular a nomeação de servidor efetivo em cargo
comissionado para exercer as atribuições de contador ou Pessoal. Admissão. Associações civis de direito
de controlador interno, tendo em vista que tais atribuições privado representativas dos municípios. Não in-
não possuem natureza de direção, chefia ou assessoramen- tegrantes da Administração. Prestação de contas.
to, devendo ser exercidas por servidores efetivos aprovados Concurso público. Nepotismo.
mediante concurso público destinado ao provimento de 1. As associações civis de direito privado represen-
cargos das respectivas carreiras específicas. tativas de municípios não possuem a mesma na-
tureza dos consórcios públicos constituídos nos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro An- termos da Lei nº 11.107/2005, uma vez que não in-
tonio Joaquim. Acórdão nº 1.378/2014-TP. Julgado em tegram a Administração Pública direta ou indireta,
12/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2014. não exercem atividade estatal voltada ao interes-
Processo nº 7.497-7/2013). se da coletividade e seu vínculo com os órgãos da
Administração Pública é meramente associativo,
Pessoal. Admissão. Controlador interno. Servidor sendo que o dever de prestar contas ao Tribunal
efetivo investido em cargo comissionado. não decorre da sua condição jurídica, mas sim do
É irregular a nomeação de servidor efetivo em cargo fato de receber e aplicar recursos públicos oriun-
comissionado para exercer as atribuições de controlador dos das contribuições dos municípios associados.
interno, tendo em vista que tais atribuições não possuem 2. As associações civis de direito privado represen-
natureza de direção, chefia ou assessoramento, não se en- tativas de municípios não se submetem às regras
quadrando no disposto no inciso V do artigo 37 da Consti- de admissão de pessoal aplicadas às entidades e
tuição Federal, devendo ser exercidas por servidor efetivo órgãos da administração pública, com destaque
aprovado mediante concurso público para a carreira espe- para a exigência de realização de concurso público
cífica do controle interno. (art. 37, II, CF/1988) e para a vedação da prática
de nepotismo (Súmula Vinculante nº 13 do STF),
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio embora seja recomendável que façam constar
Ricardo. Acórdão nº 1.081/2014-TP. Julgado em 27/05/2014. de seus estatutos a obrigatoriedade de seleção
Publicado no DOC/TCE-MT em 06/06/2014. Processo nº pública para admissão de seus empregados e a
7.589-2/2013). vedação à prática do nepotismo.
Pessoal. Contador. Afastamento para exercício de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro José
mandato eletivo. Substituição por agente em car- Carlos Novelli. Acórdão nº 2.394/2015 -TP. Julgado em
go comissionado. 09/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/06/2015.
A função de contador concursado, afastado para exer- Processo nº 3.046-5/2014).
cer mandato eletivo, não pode ser exercida por agente in-
vestido em cargo comissionado de chefia, assessoramento
e direção, sendo que nesse caso os serviços contábeis de-
vem ser realizados por um contador contratado tempora-
riamente, admitido mediante processo seletivo, uma vez
que resta caracterizado o excepcional interesse público.
Pessoal. Admissão. Serviços de assistência social. Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado.
Concurso público. Contratação temporária. Prazos para inscrições e recursos.
A prestação de serviços de assistência social possui na- 1. O prazo para inscrições em Processos Seletivos
tureza permanente, devendo, em regra, ser suprida por Simplificados deve ser de, no mínimo, 10 (dez)
agentes aprovados em concurso público, sendo possível, dias úteis, conforme aplicação, por analogia, do
como exceção, a contratação temporária destinada a suprir art. 7º do Decreto Federal nº 4.748/2003, que re-
necessidade de pessoal para a consecução de objetivos de gulamenta a matéria no âmbito da União.
programa temporário de assistência social, em que se con- 2. Não é razoável o prazo de 1 (um) dia útil para
figure o excepcional interesse público e a temporariedade interposição de recursos em Processo Seletivo
da contratação e haja previsão legal. Simplificado, por ser insuficiente para que a parte
interessada tome ciência do resultado do certa-
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- me e proceda às ações necessárias para eventual
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 177/2018- impugnação.
TP. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
24/05/2018. Processo nº 25.764-8/2017). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 20/2016-TP. Julgado em
Pessoal. Admissão. Contratação temporária. Prova 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
escrita. Análise documental. Processo nº 12.274-2/2011).
A não adoção de prova escrita para contratações tem-
porárias em processos seletivos simplificados só é admitida Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado.
excepcionalmente, em situações de urgência, quando não Taxa de inscrição.
houver tempo hábil para realização de provas, correção e A isenção da taxa de inscrição em Processo Seletivo
divulgação dos resultados, conforme dicção da Resolução Simplificado deve ser disposta de forma expressa e clara
Normativa nº 41/2013 do TCE/MT. Caracterizada tal situa- no respectivo edital, para fins de se evitar qualquer dúvida
ção excepcional, é possível realizar a seleção simplificada entre os eventuais interessados em concorrer na seleção,
apenas por meio de análise documental ou curricular. tendo em vista que não se admite informações presumidas
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- na Administração Pública, considerando-se, ainda, o prin-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 22/2018-PC. cípio da transparência.
Julgado em 27/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
12/04/2018. Processo nº 13.129-6/2016). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 20/2016-TP. Julgado em
Pessoal. Admissão. Processo Seletivo Simplificado. 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
Prazos para inscrições e recursos. Processo nº 12.274-2/2011).
1. O prazo de 6 (seis) dias para inscrição em Processo
Seletivo Simplificado, inferior ao prazo mínimo de 13.6. ADMISSÃO DE PESSOAL: CARGOS EM COMIS-
10 (dez) dias úteis estabelecido no art. 7º, do De- SÃO E FUNÇÕES DE CONFIANÇA
creto Federal nº 4.748/2003, não é razoável e vio-
la o princípio do amplo acesso ao serviço público. Pessoal. Cargo em comissão. Atribuições previs-
2. O prazo de 1 (um) dia útil para interposição de tas na lei. Percentual razoável e proporcional aos
recurso em Seletivo Simplificado não é razoável cargos efetivos.
para que o candidato tome ciência do resultado 1. Por ser exceção à regra da obrigatoriedade do con-
do certame e proceda às ações necessárias para curso público, os cargos de natureza comissiona-
eventual impugnação. da destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento, conforme determina o
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto artigo 37, V, da Constituição Federal, sendo assim,
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 117/2017-TP. Julgado em é necessário que as atribuições desses cargos es-
28/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/04/2017. tejam devidamente descritas na lei que os criou.
Processo nº 12.274-2/2011). 2. A criação de cargos comissionados deve ocorrer
90 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Pessoal. Cargo comissionado. Hipóteses de veda- sivo e desproporcional em relação ao número de cargos de
ção ao ingresso. Aplicação de lei no tempo. provimento efetivo, na situação em que esses cargos comis-
A lei municipal que estabelece hipóteses em que é ve- sionados não tenham relação com as reais necessidades da
dado o ingresso em cargos comissionados, de forma simé- administração, e que não estejam atrelados às atribuições
trica à Lei Complementar nº 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), de direção, chefia ou assessoramento, devendo o gestor
alcança apenas os atos de nomeação posteriores ao início adotar providências para criação de cargos de provimento
da sua vigência, não podendo retroagir para invalidar no- efetivo e realização do respectivo concurso público.
meações ocorridas em data anterior, em respeito aos prin-
cípios da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 985/2015-TP. Processo nº 8.089-6/2013).
Julgado em 24/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
06/04/2015. Processo nº 25.093-7/2013). 13.7. ADMISSÃO DE PESSOAL: NEPOTISMO
Pessoal. Nepotismo. Exercício de função de con- realizada por ato formal do chefe do Executivo, tendo em
fiança por servidora efetiva filha de secretário vista que a secretária de saúde ocupa posição que lhe as-
municipal. segura influência sobre as nomeações e poder decisório
1. Configura prática de nepotismo o exercício de fun- direto acerca das contratações de profissionais para exe-
ção de confiança por servidora efetiva em subordi- cução das funções da pasta, e que estará impossibilitada
nação ao seu pai, secretário municipal, não obstan- de ter a isenção necessária para avaliar o desempenho do
te a função ser concedida por ato do prefeito muni- profissional familiar.
cipal, tendo em vista que a posição ocupada pelo
pai da servidora lhe assegura influência e poder (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
decisório direto nas concessões para servidores di- ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 67/2018-
retamente ligados à pasta de sua responsabilidade. SC. Julgado em 26/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
2. A vedação à existência de relação de parentesco 17/10/2018. Processo nº 16.034-2/2017).
entre o servidor nomeado e o agente hierarqui-
camente superior fundamenta-se pela impossibi- Pessoal. Nepotismo. Nomeação de sobrinho do
lidade de o parente ter a necessária isenção para Chefe de Poder. Cargo/função de natureza admi-
avaliar o desempenho do profissional familiar. nistrativa.
1. Configura prática de nepotismo a nomeação, pelo
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- Chefe de Poder, de seu sobrinho para o exercício de
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 124/2018- cargo em comissão de secretário administrativo-fi-
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em nanceiro ou de função de presidente de comissão
05/12/2018. Processo nº 24.564-0/2017). de licitação, por não envolverem atribuições de
natureza política, mas, sim, administrativa, em
Pessoal. Nepotismo. Nomeação em cargo comis- afronta à vedação expressa na Súmula Vinculante
sionado. Sobrinho do vice-prefeito. nº 13 do STF.
Configura prática de nepotismo a nomeação, em cargo
2. Mesmo no caso em que o sobrinho nomeado seja
comissionado do município, do sobrinho do vice- prefeito,
servidor público efetivo vinculado ao referido Po-
não obstante a nomeação ser realizada por ato formal do
der, restará configurada a prática de nepotismo,
prefeito, tendo em vista o vice-prefeito ocupar posição de
uma vez que a autoridade nomeante estará uti-
relevo na Administração que lhe assegura influência sobre
lizando de sua influência para beneficiar familiar,
as nomeações e ser hierarquicamente superior ao cargo
em desrespeito à impessoalidade e à moralidade
do sobrinho, além de o vice-prefeito eventualmente poder
administrativa.
ocupar o cargo de prefeito interinamente e ser o primeiro
na linha de sucessão definitiva do chefe do Poder Executivo
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
municipal.
ro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 8/2018-SC. Julgado
em 11/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2018.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processo nº 17.381-9/2017).
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 129/2018-
SC. Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em Pessoal. Nepotismo. Cônjuge e cunhado do prefei-
05/12/2018. Processo nº 8.798-0/2018). to. Cargo de secretário municipal. Natureza polí-
tica do cargo.
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de cônjuge de se- Não configura nepotismo a nomeação de cônjuge do
cretária municipal de saúde. Cargo comissionado prefeito ou de seu cunhado para o cargo de secretário mu-
em hospital do município. nicipal, tendo como premissa o princípio de que a Súmula
Configura nepotismo, em afronta à Sumula Vinculante
Vinculante nº 13 do STF deve ser aplicada de forma dife-
13 do STF e aos princípios da impessoalidade, moralida-
renciada nas nomeações para cargos de natureza política,
de e eficiência, a nomeação do cônjuge da secretária de
ressalvadas as situações de inequívoca falta de razoabili-
saúde municipal para o exercício de cargo em comissão
dade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de
em hospital do município, apesar de a nomeação ter sido
idoneidade moral dos nomeados.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 93
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- Pessoal. Nepotismo. Secretário municipal adjunto.
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 16/2017- Submissão de cargo à regra do nepotismo.
PC. Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em O cargo de Secretário Municipal Adjunto possui natu-
08/11/2017. Processo nº 16.099-7/2017). reza administrativa e, portanto, está sujeito à vedação da
prática de nepotismo prevista na Súmula Vinculante nº 13
Pessoal. Nepotismo. Parente, companheiro ou côn- do STF, diferentemente do cargo de Secretário Municipal,
juge de secretário municipal. Nomeação por outra que possui natureza política e, por isso, não se submete à
autoridade. regra do nepotismo.
Configura nepotismo a nomeação de cônjuge, compa-
nheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
até o terceiro grau, de secretário municipal para o exercício selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
de cargo em comissão no âmbito da Prefeitura, mesmo que 2.397/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no DOC/
o Secretário não seja a autoridade nomeante, tendo em TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.238-0/2014).
vista o inafastável poder de influência que detém junto a
tal autoridade. Pessoal. Nepotismo. Princípio da irretroatividade.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Súmula Vinculante nº 13 do STF.
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 301/2017-TP. 1. O princípio da irretroatividade da lei aplica-se à
Julgado em 04/07/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Fe-
13/07/2017. Processo nº 8.655-0/2017). deral, tendo em vista que tal princípio incide sobre
todo ato normativo e não somente sobre a lei em
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de parentes em sentido estrito.
cargos comissionados de diferentes órgãos do 2. Não há nepotismo nas relações de parentesco exis-
Executivo. tentes entre servidores comissionados em período
Não configura nepotismo a nomeação de parentes para anterior à edição da Súmula Vinculante nº 13, em
o exercício de cargos comissionados pertencentes a diferen- razão da aplicação do princípio da irretroatividade
tes órgãos do Poder Executivo, quando não houver subordi- das leis.
nação hierárquica entre os cargos e não houver relação de 3. Configura nepotismo a manutenção nos cargos,
parentesco com a autoridade nomeante, com a autoridade após a edição da Súmula Vinculante nº 13, de ser-
a quem estão imediatamente subordinados e nem com o vidores comissionados com relação de parentesco,
Chefe do Poder. mesmo que os atos de nomeação sejam anteriores
à edição da Súmula.
(Representação de Natureza Externa. Relatora: Con-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
3.055/2015-TP. Julgado em 04/08/2015. Publicado no DOC/ selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº 23.647-0/2013). 2.270/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/
TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 20.794-2/2009).
Pessoal. Nepotismo. Nomeação de servidor efetivo
e parente em cargos comissionados. Pessoal. Nepotismo. Providências administrativas
Não configura nepotismo as nomeações de servidor efe- de gerenciamento de pessoal.
tivo e de seu parente para exercerem cargos comissionados A mitigação do risco da existência de nepotismo no
no âmbito do mesmo Poder, quando não houver subordi- âmbito da administração pública deve ser promovida pela
nação hierárquica entre os cargos e não existir relação de gestão de cada Poder ou órgão, com a adoção de medidas
parentesco com a autoridade nomeante. administrativas de gerenciamento de pessoal, por meio
de cruzamento de dados para identificação de relações
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- de parentesco entre seus servidores, analisando concreta-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº mente aquelas situações que se encaixam na prática de
2.397/2015-TP. Julgado em 09/06/2015. Publicado no DOC/ nepotismo, e, na sequência, promovendo seu tempestivo
TCE-MT em 30/06/2015. Processo nº 20.238-0/2014). saneamento.
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(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 1.696/2015-TP. Julgado lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 13/2014-TP. Julgado em
em 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015. 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014.
Processo nº 28.366-5/2013). Processo nº 8.189-2/2013).
Pessoal. Nepotismo. Nomeação em cargo comissio- Pessoal. Nepotismo. Nomeação de cônjuge do pre-
nado administrativo com status de cargo político. feito em cargo de secretária municipal.
A nomeação de parente até o terceiro grau do prefeito Não configura nepotismo a nomeação de cônjuge do
municipal para o exercício do cargo em comissão de pre- prefeito para assumir cargo de secretária municipal, tendo
goeiro, criado com status de cargo de secretário munici- em vista que o cargo possui natureza política e não admi-
pal, configura relação de nepotismo vedada pela súmula nistrativa.
vinculante nº 13 do STF, tendo em vista que se trata de
um artifício para conferir natureza de cargo político – que (Denúncia. Relator: Conselheiro Valter Albano. Acórdão
não se submete às regras do nepotismo – a uma função nº 10/2014-TP. Julgado em 18/02/2014. Publicado no DOC/
eminentemente administrativa. TCE-MT em 05/03/2014. Processo nº 16.969-2/2013).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 13.8. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: SER-
ro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 1.218/2015-TP. Julgado em VIDORES
31/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/04/2015.
Processo nº 30.065-9/2013). Pessoal. Acumulação de cargos públicos. Assisten-
te administrativo e professor.
O cargo de assistente administrativo, cujas atribuições
sejam meramente burocráticas, repetitivas e de pouca
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 95
complexidade, não tem caráter técnico ou científico, não Pessoal. Acumulação de cargos. Assistente admi-
sendo, portanto, passível de acumulação com o cargo de nistrativo e professor. Definição de cargo científico
professor, ainda que haja compatibilidade de horários, não e cargo técnico.
se enquadrando tal acumulação na exceção prevista no 1. O cargo efetivo de assistente administrativo, por
artigo 37, inciso XVI, alínea “b”, da Constituição Federal. não demandar conhecimentos técnicos ou cien-
tíficos na área de atuação e nem habilitação le-
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta gal específica, é considerado cargo de natureza
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 361/2019-TP. Julgado em meramente burocrática, repetitiva e de pouca ou
11/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/06/2019. nenhuma complexidade, não podendo ser acu-
Processo nº 17.227-8/2016). mulado com o cargo efetivo de professor, mesmo
que haja compatibilidade de horários.
Pessoal. Acumulação de dois cargos de profissio- 2. Para fins de acumulação com o cargo de professor,
nais de saúde. Soma de cargas horárias superior a considera-se cargo científico aquele de nível su-
60 horas semanais. perior relacionado com trabalho de pesquisa em
É possível a acumulação de dois cargos públicos pri- uma determinada área do conhecimento; e, cargo
vativos de profissionais de saúde, ainda que a soma das técnico, aquele de nível médio ou superior que
cargas horárias ultrapasse o limite de 60 (sessenta) horas aplica conhecimento de uma ciência, tais como
semanais estabelecido em norma infraconstitucional, uma técnico de enfermagem, técnico em química, ou
vez que a Constituição Federal condiciona a acumulação bacharel em contabilidade, engenharia, medicina,
lícita de cargos somente à existência de compatibilidade biologia, etc.
de horários.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- ro Substituto Moisés Maciel. Revisor: Conselheiro Substituto
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 107/2018- Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 37/2018-SC. Julgado em
SC. Julgado em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/08/2018.
26/11/2018. Processo nº 23.554-7/2016). Processo nº 17.227-8/2016).
Pessoal. Acumulação de cargos. Merendeira e pro- Pessoal. Acumulação de cargos. Cargos em comis-
fessor. são de assessor jurídico.
1. O cargo de merendeira não demanda conheci- O exercício de dois cargos em comissão de assessor ju-
mentos técnico-científicos na área de sua atuação
rídico caracteriza acumulação remunerada ilícita de cargos
e nem habilitação legal específica, sendo, por isso,
ilícita sua acumulação com o cargo de professor. públicos, nos termos previstos no art. 37, inciso XVI, da
2. Para fins de acumulação lícita com o cargo de pro- Constituição Federal.
fessor, nos termos do art. 37, XVI, alínea “b”, da
CF/1988, considera-se: (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
a. cargo científico: cargo de nível superior que
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 119/2018-TP.
trabalha com pesquisa em uma determinada
área do conhecimento; Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
b. cargo técnico: cargo de nível médio ou superior 26/04/2018. Processo nº 15.992-1/2017).
que aplica conhecimentos de uma ciência, tais como téc-
nico de enfermagem, técnico em química, ou bacharel em Pessoal. Acumulação de cargos. Cargo de profes-
contabilidade, engenharia, medicina, biologia etc. sor. Cargo de fiscal sanitário em nível médio.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- 1. É lícita a acumulação do cargo de professor com o
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 396/2018- de fiscal sanitário que possua qualificação de nível
TP. Julgado em 25/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em médio, desde que as atribuições de fiscal exijam
11/10/2018. Processo nº 23.055-3/2016). conhecimentos técnicos ou científicos na área de
atuação e não alcancem atividades meramente
burocráticas ou repetitivas e haja compatibilidade
de horários.
96 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
2. Para que o cargo seja considerado técnico ou cional, abrange os cargos de nível médio ou su-
científico, possibilitando a acumulação lícita com perior que demandem conhecimentos específicos
o cargo de professor, nos termos do art. 37, XVI, na área de atuação, sendo excluídos, portanto,
“b”, da Constituição Federal, faz-se necessário o aqueles que desenvolvam atividades meramente
exame das atribuições do cargo e não de sua no- burocráticas, repetitivas e de pouca ou nenhuma
menclatura ou se tem como requisito de qualifi- complexidade.
cação o nível superior.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 312/2016-TP. Julgado em ro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 2.968/2015-TP. Julgado em
07/06/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/06/2016. 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
Processo nº 7.195-1/2015). Processo nº 7.090-4/2015).
Pessoal. Acumulação de cargos. Médico público e
Médico Regulador do SUS. Pessoal. Acumulação de cargos. Cargo de profes-
É lícita a acumulação do cargo efetivo de Médico pú- sor. Cargo de nível fundamental sem natureza téc-
blico com o cargo comissionado de Médico Regulador nica ou científica.
do SUS previsto na Lei Estadual n.º 7.990/2003, cargos É ilegal o acúmulo do cargo de professor com um cargo
esses com atribuições privativas de profissionais de de nível fundamental para o qual não se exige conhecimen-
saúde, desde que comprovada a compatibilidade de tos técnicos ou científicos e cujas atribuições se caracteri-
horários, tendo em vista a previsão constitucional no zam como de natureza burocrática, repetitiva e de pouca
art. 37, XVI, alínea “c”. ou de nenhuma complexidade, não se aplicando a exceção
prevista no art. 37, XVI, “b”, da Constituição Federal, que
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- permite a acumulação remunerada de um cargo de profes-
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 157/2016 -TP. sor com outro cargo técnico ou científico.
Julgado e m 22/03/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
06/04/2016. Processo nº 8.139-6/2015). (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
Pessoal. Segregação de funções. Atividades de 2.271/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/
Contador e de gestor de finanças. TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 27.610-3/2013).
Fere o princípio da segregação de funções o exercício
das atividades de Contador e de gestor de finanças pelo Pessoal. Acumulação ilícita de cargos. Professor.
mesmo servidor. Agente Fiscal. Impossibilidade de convalidação
temporal.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi- 1. É ilegal a acumulação de um cargo de professor
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 239/2015-SC. Julgado com um cargo de agente fiscal de nível médio, pa-
em 24/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/01/2016. ra o qual não se exige conhecimentos técnicos ou
Processo nº 1.405-2/2014). científicos, cujas atribuições se caracterizam como
de natureza burocrática, repetitiva e de pouca ou
Pessoal. Acumulação de cargos. Professor. Apoio de nenhuma complexidade, não caracterizando
Administrativo Educacional. hipótese constitucional de acumulação lícita pre-
1. Mesmo havendo compatibilidade de horários, não vista no art. 37, XVI, alínea “b”.
podem ser acumulados os cargos de professor e 2. A acumulação ilícita de cargos é um ato contínuo
de apoio administrativo educacional de nível fun- que não se convalida com o transcurso temporal,
damental, haja vista o cargo de apoio administra- não havendo caracterização de direito adquirido.
tivo não possuir natureza técnica ou científica, não
havendo o preenchimento dos requisitos previstos (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
no artigo 37, XVI, “b”, da CF/88. lheiro Valter Albano. Acórdão nº 70/2016-SC. Julgado em
2. A classificação de cargo técnico ou científico, para 25/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2016.
fins da acumulação permitida pelo texto constitu- Processo nº 6.769-5/2015).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 97
Pessoal. Acumulação de cargos. Profissionais da Pessoal. Acúmulo de cargo público com estágio.
saúde. Vínculo funcional em municípios distintos. É lícito o acúmulo de cargo público de apoio adminis-
É lícita a acumulação de dois cargos de profissional da trativo com atividades de estágio, tendo em vista que a
saúde, com comprovada compatibilidade de horários, em finalidade do estágio é o aprendizado e não a remuneração
municípios distintos, cujo tempo de deslocamento entre em si, e desde que haja compatibilidade de horários.
um e outro não prejudique o efetivo cumprimento das
jornadas de trabalho em cada um deles. Nos termos da (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Resolução de Consulta TCE/MT nº 43/2011, os horários com- ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 3.250/2015-TP. Julgado
patíveis ou conciliáveis são aqueles que não prejudicam em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/09/2015.
a qualidade e a regular prestação do necessário serviço Processo nº 6.837-3/2015).
público desempenhado pelo servidor, nem a sua dignida-
de humana, cabendo à Administração aferir o somatório Pessoal. Acumulação de cargos. Cargos de provi-
da carga de jornada de trabalho de forma real, efetiva e mento efetivo de professor e enfermeiro. Carga
objetiva. horária acumulada superior a sessenta horas se-
manais.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- São acumuláveis os cargos efetivos de professor e de
ro José Carlos Novelli. Acórdão nº 227/2016-TP. Julgado em enfermeiro, nos termos do art. 37, XVI, alínea “b”, da Cons-
19/04/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. tituição Federal, ainda que a soma da carga horária ultra-
Processo nº 9.485-4/2015). passe o limite de sessenta horas semanais, devendo ser
observados, no caso concreto, a compatibilidade de horá-
Pessoal. Acumulação ilícita de cargos. Ressarci- rios, a regular prestação do serviço, a ausência de prejuízo
mento ao erário. à qualidade do serviço e o respeito à dignidade humana do
Na acumulação ilícita de cargos públicos, inobstante a servidor, conforme requisitos estabelecidos na Resolução
necessidade do saneamento imediato da situação ilegal, de Consulta nº 43/2011 do TCE-MT.
restando comprovada a efetiva prestação de serviços em
cada um dos cargos irregularmente acumulados, não cabe (Representação de Natureza Externa. Relator: Conse-
ressarcimento ao erário dos vencimentos recebidos pelo lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 855/2015-TP. Julgado
servidor público, sob pena de enriquecimento sem causa em 17/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/03/2015.
da Administração Pública. Processo nº 28.397-5/2013).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- Pessoal. Segregação de funções. Funções adminis-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 55/2016-TP. trativas e contábeis.
Julgado em 23/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em O acúmulo de funções contábeis e administrativas pe-
04/03/2016. Processo nº 12.860-0/2011). lo contador, incluindo aquelas atinentes à execução orça-
mentária, elaboração de folha de pagamento, controle da
Pessoal. Acúmulo de funções. Fiscal de contratos, tesouraria, envio de informações ao Tribunal de Contas por
tesoureiro e membro de comissão de licitação. meio do Aplic e registro dos fatos contábeis, caracteriza
Caracteriza ofensa ao princípio da segregação de fun- inobservância à segregação de funções, princípio básico do
ções o acúmulo, pelo mesmo agente público, das funções sistema de controle interno que consiste na separação das
de fiscal de contratos, de tesoureiro e de membro de co- funções de autorização, aprovação, execução, controle e
missão permanente de licitação. contabilização das operações.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 179/2015 -PC. Julgado tituto João Batista Camargo. Acórdão nº 39/2014-PC Jul-
em 10/09/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2015. gado em 20/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 1.615-2/2014). 03/09/2014. Processo nº 8.341-0/2013).
98 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
13.9. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES: AGEN- Pessoal. Acumulação. Cargo temporário e mandato
TES POLÍTICOS de vereador.
É possível a acumulação de cargo temporário com o
Pessoal. Acumulação de cargos. Gestor do RPPS mandato de vereador, uma vez que o art. 38, III, da CF/1988
e secretário de finanças. Segregação de funções. não faz distinção quanto à natureza do cargo acumulável,
O acúmulo de cargo público de gestor do RPPS com se efetivo ou temporário, exigindo apenas compatibilidade
o cargo de secretário de finanças contraria o princípio de horários.
da segregação de funções.
Embora o princípio da segregação de funções não te- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
nha previsão expressa na legislação nacional, trata-se ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 316/2018-TP.
de um princípio implícito que decorre do sistema de Julgado em 14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
controle do processamento da despesa constante da 06/09/2018. Processo nº 9.081-6/2015).
Lei Federal 4.320/64 e da Lei Complementar 101/00,
alcançando todas as fases da realização e registro das Pessoal. Acumulação de cargos. Vice-prefeito e
operações administrativas, orçamentárias, financeiras cargo em comissão.
e patrimoniais. A acumulação remunerada do cargo de vice-prefeito
com cargo em comissão de livre nomeação e exoneração
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu- da administração pública direta ou indireta não tem respal-
to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 12/2020-TP. Julgado em do na Constituição Federal.
17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 04/03/2020.
Processo nº 15.940-9/2019). (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 10/2015-PC.
Pessoal. Segregação de funções. Secretário de Ad- Julgado em 15/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
ministração que ocupa função de presidente da 06/05/2015. Processo nº 5.770-3/2014).
Comissão de Licitação.
Viola ao princípio da segregação de funções o fato de Pessoal. Acúmulo de funções. Atribuições de finan-
o Secretário de Administração, como solicitante de instau- ças, licitações e fiscalização de contratos.
ração de certame licitatório, ocupar também a função de É irregular a situação em que o mesmo agente público
Presidente da Comissão Permanente de Licitação, haja vista acumula as funções de secretário de finanças e de presi-
a obrigatoriedade de se segregar, entre diferentes pessoas, dente de comissão permanente de licitação, exercendo,
a função de requisitar a licitação e a de julgar o certame. concomitantemente, atribuições referentes à compra, lici-
tação, fiscalização de contrato e pagamento, uma vez que
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- configura prejuízo ao princípio da segregação de funções.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 87/2019- PC.
Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
18/09/2019. Processo nº 29.989-8/2017). to Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 67/2014-PC. Julgado em
03/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/09/2014.
Processo nº 7.786-0/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 99
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- dos limites de Despesas com Pessoal previstos na LRF.
lheiro Domingos Neto. Acórdão nº 7/2017-SC. Julgado em
26/04/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2017. (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Processo nº 19.216-3/2016). tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 130/2017-TP.
Julgado em 19/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Pessoal. Consórcio Público. Empregado público. 09/02/2018. Processo nº 8.195- 7/2016).
Majoração de jornada de trabalho.
Havendo autorização normativa, justificativa e concor- Pessoal. Despesas com pessoal (art. 18, LRF). Plan-
dância expressa de empregado de Consórcio Público, cujo tões médicos.
vínculo funcional é regido pela CLT, é possível a majoração As despesas realizadas a título de plantões médicos
de sua jornada de trabalho prevista originalmente no pro- prestados com continuidade e habitualidade, com carac-
cesso seletivo autorizador da contratação, devendo haver, terísticas de gasto público regular, evidenciando uma retri-
consequentemente, a readequação proporcional da remu- buição pecuniária pela efetiva contraprestação de trabalho
neração do funcionário à nova jornada pactuada. e paga em razão de vínculo com o ente público, possuem
caráter remuneratório, e, portanto, devem ser computadas
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conse- como despesas com pessoal nos termos do art. 18, da Lei
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 90/2016-PC. de Responsabilidade Fiscal (LRF). Justifica-se tal cômputo,
Julgado em 25/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em ainda, porque se trata de despesas que não se enquadram
16/11/2016. Processo nº 16.152-7/2016). no rol taxativo das deduções constantes no art. 19, § 1º, da
LRF e nem constituem ressarcimento de despesas efetua-
13.11. DESPESA COM PESSOAL das ou suportadas pelo agente público.
Pessoal. Gastos com pessoal de OSCIP parceira. (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Cômputo no limite de gasto com pessoal. tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 121/2017-
Os gastos com pessoal de Organização da Sociedade TP. Julgado em 15/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Civil de Interesse Público (OSCIP), decorrentes de parceria 24/01/2018. Processo nº 25.902-0/2015).
com a Administração, quando as respectivas atividades de
interesse público executadas pela OSCIP sejam em comple- Pessoal. Controle de despesa (art. 21, parágrafo
mentação à ação estatal e estejam previstas no artigo 3º único, LRF). Concessão de RGA.
da Lei Federal nº 9.790/1999, não devem ser computados O ato referente a pagamento de Revisão Geral Anual
na aferição do limite de gasto total com pessoal do ente (RGA) aos servidores públicos, que provoca aumento nas
público parceiro. despesas com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do
mandato do chefe do Executivo municipal, não se enqua-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- dra como ato nulo de pleno direito nos termos previstos no
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 47/2018- art. 21, parágrafo único, da Lei de Responsabilidade Fiscal
TP. Julgado em 13/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (LRF).
04/12/2018. Processo nº 7.528-0/2017).
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
Pessoal. Limite de gastos. Termo de parceria com tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 109/2017- TP.
Oscip. Ausência de complementação de serviços Julgado em 05/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
públicos. Substituição de servidores. 19/12/2017. Processo nº 8.259-7/2016).
As despesas oriundas de Termo de Parceria celebrado
entre a Administração e Oscip (Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público) que não estejam relacionadas
com a complementação de serviços públicos, mas que, na
prática, sejam afetas à terceirização de serviços médicos
mediante a substituição de servidores públicos, devem ser
agregadas ao montante de gastos utilizado para cálculo
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 101
Pessoal. Direitos sociais. Adicional de insalubrida- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter
de. Laudo técnico. Albano. Acórdão nº 2.548/2014-TP. Julgado em 29/10/2014.
O pagamento de adicional de insalubridade a servidor Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. Processo nº
público só pode ser realizado com base em laudo técnico 7.571-0/2013).
realizado por peritos de áreas específicas, tendo em vis-
ta que tal adicional não consiste em uma retribuição pela 13.14. REMUNERAÇÃO: DISPOSIÇÕES GERAIS E
função desempenhada, mas, sim, em um plus pelo traba- COMPONENTES
lho realizado em condições potencialmente nocivas para o
servidor e comprovadas pela perícia. Pessoal. Remuneração. Gratificação. Concessão e
incorporação. Previsão legal. Súmula 372 do TST.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo- 1. Para efeito de concessão e incorporação de gra-
sé Carlos Novelli. Acórdão nº 709/2014-TP. Julgado em tificação, a Súmula 372 do Tribunal Superior do
01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/04/2014. Trabalho não se aplica aos servidores estatutários,
Processo nº 7.319-9/2013). pois, diferentemente dos empregados públicos, os
direitos e vantagens do servidor estatutário não são
13.13. INDENIZAÇÃO ESPECIAL E HONORÁRIOS AD- disciplinados pela Consolidação das Leis Trabalhis-
VOCATÍCIOS tas, mas decorrentes de lei específica.
2. A concessão de gratificação a servidores públicos
Pessoal. Indenização especial. Exoneração de ser- está condicionada à previsão legal, que deverá es-
vidor efetivo de cargo em comissão ou de função tabelecer as condições para a concessão da vanta-
de confiança. gem, incluindo: categoria de servidores beneficiá-
O pagamento de indenização especial a servidor efeti- rios, valores, hipóteses e requisitos para concessão.
vo, em decorrência de exoneração de cargo em comissão 3. Ante à presunção de boa-fé no recebimento de gra-
ou de função de confiança, constitui afronta à Constituição tificação sem amparo legal, e em virtude de errô-
Federal, mesmo se autorizado em lei do respectivo ente, nea interpretação ou má aplicação da lei, descabe a
uma vez que se trata de perda de vínculo atrelado à livre restituição pelo servidor beneficiário do pagamento
nomeação e exoneração por parte do gestor público (art. feito pela Administração.
37, II, CF/1988).
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 21/2020-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.650/2014-TP. Julgado SC. Julgado em 23/06/2020. Processo nº 20.395-5/2017).
em 25/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 18/12/2014.
Processo nº 7.545-0/2013). Pessoal. Remuneração. Revisão Geral Anual. Nor-
ma de eficácia limitada. Lei regulamentadora. Te-
Pessoal. Procurador municipal. Honorários advo- oria da reserva do possível.
catícios sucumbenciais. Destinação direta ou indi- 1. A disposição constitucional sobre a Revisão Geral
reta. Anual (art. 37, X) é norma programática de eficácia
Os honorários advocatícios sucumbenciais obtidos em limitada, de modo que sua efetivação depende de
demandas de ações de execução fiscal vencidas pelo mu- lei integrativa. Dessa forma, a Revisão Geral Anual
nicípio pertencem à Fazenda Pública, não podendo ser não consiste em norma de aplicabilidade imedia-
depositados diretamente na conta bancária particular do ta, dependendo de lei posterior que regulamente
procurador municipal, por contrariar o princípio da unidade o dispositivo constitucional.
de caixa previsto no § 3º, do artigo 164, da CF/1988 e artigo 2. A efetivação de normas programáticas se sub-
56 da Lei 4.320/1964, sendo possível, no entanto, a desti- mete à teoria da reserva do possível, estando,
nação, direta ou indireta, ao procurador municipal, desde portanto, condicionada à existência de capaci-
que posterior à apropriação como receita orçamentária pelo dade financeira do ente público, sendo o direito
ente público e com amparo em lei municipal que discipline decorrente dessas normas levado a efeito caso a
a matéria. exigência seja razoável e suscetível de ser atendi-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 103
Planejamento. Projetos de leis orçamentárias (PPA, (Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
LDO e LOA). Prazos. Possibilidade de previsão em Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
leis orgânicas. TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Embora o art. 35, § 2º, do ADCT da Constituição da Re- 29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
pública estabeleça prazos para o encaminhamento e san-
ção dos projetos de leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) no Planejamento. LOA. Reserva de Contingência. Re-
âmbito da União Federal, tais prazos devem ser aplicáveis manejamentos, transposição e transferência de
aos Municípios somente se estes entes não fixarem outros créditos ou recursos. Princípio da exclusividade.
próprios em suas leis orgânicas, tendo em vista a sua com- As previsões, na Lei Orçamentária Anual (LOA), de des-
petência legislativa complementar. tinação e forma de utilização da Reserva de Contingência;
bem como de autorizações para remanejamentos, trans-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- posições ou transferências de créditos orçamentários ou
tituto Isaías Lopes. Parecer Prévio nº 80/2017-TP. Julgado recursos financeiros, contrariam o princípio orçamentário
em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/11/2017. constitucional da exclusividade (art. 165, § 8º), por caracte-
Processo nº 25.881-4/2015). rizarem matéria estranha à previsão de receitas e à fixação
de despesas.
14.2. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 129/2017-
Planejamento. LOA. Dotação específica para con- TP. Julgado em 15/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
selhos municipais. 24/01/2018. Processo nº 25.884-9/2015).
A Administração Municipal deve prever, na Lei Orça-
mentária Anual – LOA, dotação específica e suficiente Planejamento. Orçamento Anual. Inclusão ou exe-
para o efetivo e regular funcionamento dos conselhos mu- cução de novos programas. Compatibilidade com
nicipais, destinada à sua manutenção e a garantir infra- o PPA e a LDO.
estrutura e local adequado, lhes assegurando autonomia É vedada a execução ou inclusão em Orçamento Anual,
e independência para realizar atividades de formulação, na LOA ou por créditos adicionais, de programas e ações
acompanhamento e avaliação das políticas públicas a se- não existentes no PPA e na LDO, tendo em vista a necessi-
rem implementadas nas respectivas áreas. dade de compatibilidade programática entre as peças de
planejamento (art. 165, § 7º, da CF/1988 e art. 5º, caput,
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- da LRF).
tituto Isaías Lopes da Cunha. Parecer Prévio nº 67/2018-TP.
Julgado em 04/12/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
07/02/2019. Processo nº 7.545-0/2017). tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 70/2017- TP.
Julgado em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Planejamento. Orçamento. LOA. Inclusão de novos 30/11/2017. Processo nº 8.443-3/2016).
projetos. Obras paralisadas/inacabadas. Aplicação
do art. 45 da LRF. Planejamento. LOA. Remanejamento, transposição
É vedado incluir na Lei Orçamentária Anual (LOA) novos e transferência de dotações orçamentárias.
projetos de obras públicas quando há ainda obras parali- A autorização prevista na Lei Orçamentária Anual –
sadas/inacabadas, em observância ao art. 45 da LRF. Com- LOA para remanejamento, transposição ou transferência
pete aos gestores públicos estabelecer sistemáticas orça- de dotações orçamentárias fere o princípio constitucional
mentárias, financeiras e operacionais que sejam capazes de da exclusividade (art. 165, § 8º), por se tratar de dispositivo
106 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
estranho à previsão da receita e fixação da despesa. Planejamento. LOA. Alteração. Créditos Adicionais.
Fonte de Recursos. Convênios. Excesso de arreca-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Sér- dação estimado. Frustração na receita. Abertura
gio Ricardo. Parecer Prévio nº 17/2016-TP. Julgado em de créditos e controle do saldo pelas emissões dos
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. empenhos.
Processo nº 870-2/2015). 1. A assinatura de convênios no decorrer do exercício
gera um “excesso de arrecadação estimado” que
14.3. CRÉDITOS ADICIONAIS pode ser utilizado como fonte para abertura de
créditos adicionais, e, caso o repasse de recursos
Planejamento. Créditos adicionais. Regularização não se concretize, haverá a frustração na receita
de créditos por retroatividade de lei. reestimada após firmado o convênio, que, contu-
Não há a possibilidade de se empregar a retroativida- do, não pode ser imputada ao gestor, pois nesse
de de lei para regularizar créditos adicionais abertos sem caso o repasse não se concretizou por motivos
prévia lei autorizadora. De acordo com o art. 167, V, da alheios à sua vontade, e, para todos os efeitos, os
Constituição Federal, a abertura de créditos adicionais deve créditos adicionais foram abertos por excesso de
ser precedida de autorização legislativa, não sendo possível arrecadação estimado dentro da tendência obser-
outra interpretação desse dispositivo. vada no exercício.
2. Os créditos decorrentes da assinatura de convê-
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira nios no decorrer do exercício, sem que tenham
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 2/2020- sido previstos quando da elaboração do orçamen-
TP. Julgado em 17/02/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em to, devem ser abertos na totalidade dos valores
11/03/2020. Processo nº 16.738-0/2018). autorizados pela lei, devendo o gestor controlar
o saldo aberto pelas emissões dos empenhos, tal
Planejamento. Créditos adicionais. Decretos de como previsto no art. 59 da Lei nº 4.320/64 e na
abertura. Publicidade e transparência. Resolução de Consulta nº 43/2008 do TCE/MT.
1. Os decretos executivos municipais relativos à
abertura de créditos adicionais suplementares (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
devem ser publicados em meios oficiais, como tituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 50/2019-TP.
condição de eficácia e cumprimento ao princípio Julgado em 28/11/2019. Processo nº 16.725-8/2018).
constitucional da publicidade, além de disponibi-
lizados à sociedade em portal de transparência. Planejamento. Créditos adicionais. Excesso de ar-
2. A necessidade da publicação e divulgação dos atos recadação. Convênios. Lei autorizativa. Dados do
públicos em Diário Oficial é para que estes sejam convênio.
considerados válidos e conhecidos pela sociedade Os recursos recebidos, decorrentes de convênios fir-
e para que assim possam iniciar a ter seus efeitos. mados no exercício financeiro, caracterizam excesso de
arrecadação, e, como tal, incorporam-se ao Orçamento
(Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira mediante lei autorizativa de créditos adicionais, a qual de-
Substituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 51/2019- ve especificar corretamente os dados dos convênios, tais
TP. Julgado em 28/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em como: número, concedente, objeto, valor e programa de
29/01/2020. Processo nº 16.718-5/2018). trabalho. No caso de utilização de recursos do próprio ente
como contrapartida em convênios, a lei deve especificar,
também, a fonte de recursos da complementação.
14.4. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) Planejamento. LDO. Autorização para transposi-
ções, remanejamentos e transferências. Lei espe-
Planejamento. LDO. Metas Fiscais. Resultado Pri- cífica.
mário. Descumprimento. Responsabilização e san- 1. É possível prever, na Lei de Diretrizes Orçamentá-
ção específica. rias (LDO), autorização para realocação de recursos
1. O descumprimento da Meta de Resultado Primá- orçamentários por meio de transposições, remane-
rio estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da jamentos e transferências, desde que estabelecidos
LDO não implica em responsabilização automática os limites para suas realizações, sendo necessária
do chefe do Poder Executivo, pois o alcance des- lei ordinária específica para autorizar novas realoca-
sa meta é influenciado apenas parcialmente pelo ções, caso sejam atingidos os limites estabelecidos
gestor público. Por outro lado, é recomendável na referida peça orçamentária.
que o gestor avalie os fatores que impediram o 2. O art. 167, VI, da Constituição Federal, ao exigir
atingimento da meta, bem como que fixe novas prévia autorização legislativa para a realização de
metas que sejam compatíveis com a nova conjun- realocação de recursos, não indica que necessaria-
tura econômica. mente deva existir uma lei autorizativa específica
2. As metas fiscais, incluída a de resultado primá- ou particular para cada realocação de recursos, o
rio, não são regras jurídicas propriamente ditas que ofenderia a eficiência que deve pautar políti-
a serem cumpridas em quaisquer circunstâncias; cas públicas e demais atos de gestão afetados pelo
mas, sim, parâmetros de planejamento e trans- orçamento.
parência a serem observados na elaboração da lei
orçamentária anual e na execução orçamentária. (Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
Dessa forma, a princípio, não há sanção específica Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
prevista no ordenamento jurídico para o caso de TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
a meta não ser alcançada. Isso porque as regras 29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
vigentes indicam que a meta fixada deve servir
como norma programática em matéria orçamen- Planejamento. Equilíbrio fiscal. Inscrição em restos
tário-financeira; ou seja, como norte à atuação do a pagar. Necessidade de existência de saldo em
Poder Executivo. disponibilidade de caixa.
O ente público deve promover um efetivo controle do
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs- equilíbrio fiscal de suas contas (art. 1º, § 1º, Lei de Res-
tituto Luiz Henrique Lima. Parecer Prévio nº 15/2019- TP. ponsabilidade Fiscal), mediante limitação de empenho e
Julgado em 15/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em de movimentação financeira, caso necessárias, segundo
30/10/2019. Processo nº 16.721-5/2018). os critérios fixados em lei de diretrizes orçamentárias, de
modo a garantir que a inscrição em Restos a Pagar de des-
Planejamento. LDO. Autorização para remaneja- pesas contraídas no exercício seja suportada pelo saldo da
mento, transposição e transferência. disponibilidade de caixa existente, por fontes de recursos.
É possível previsão, na Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), autorizando o remanejamento, a transposição e a (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
transferência de recursos orçamentários, estabelecendo os tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 83/2017- TP.
limites para as suas realizações, sendo necessária a edição Julgado em 28/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
de lei específica caso sejam atingidas as limitações cons- 14/12/2017. Processo nº 8.238-4/2016).
tantes nessa peça orçamentária.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Val- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
ter Albano. Acórdão n° 16/2017-SC. Julgado em 17/05/2017. tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 233/2018 – TP. Julgado
Publicado no DOC/TCE/MT em 26/05/2017. Processo n° em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/07/2018.
13.834-7/2015). Processo nº 23.012-0/2016).
15.4. CONCESSÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO E OU- Prestação de Contas. Projeto cultural. Intempes-
TRAS FORMAS DE REPASSE tividade. Baixa escolaridade do beneficiário. Res-
ponsabilidade.
Prestação de Contas. Concessão de auxílio finan- A baixa escolaridade de pessoa beneficiária de recur-
ceiro. Intempestividade. Multa. sos públicos para execução de projeto cultural, alegada
A prestação de contas de recursos repassados pela por apenas saber ler e escrever, por si só não se revela
Administração por meio de concessão de auxílio, mesmo argumento capaz de elidir sua responsabilidade por atraso
que intempestiva, em que as provas documentais atestam ou omissão na prestação de contas dos valores recebidos
que os respectivos recursos foram efetivamente aplicados dentro do prazo legal, podendo implicar na aplicação de
na execução do objeto pactuado, deverá ser aceita, sem sanções legais e/ou na obrigação de restituição ao erário.
aplicação de ressarcimento ao erário, não se eximindo o
infrator da incidência de multa e outras penalidades. (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 30/2017-PC. Julgado
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro em 12/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/01/2018.
Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 1/2019- SC. Processo nº 4.173-4/2015).
Julgado em 03/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
22/04/2019. Processo nº 22.899-0/2017). Prestação de Contas. Concessão de auxílio finan-
ceiro. Intempestividade. Multa por atraso. Sanção
Prestação de Contas. Concessão de Auxílio. Pres- por não acompanhamento e fiscalização.
tação omissa ou incompleta. 1. A intempestividade na prestação de contas de au-
A prestação de contas omissa ou incompleta de Con- xílio financeiro, recebido por particulares, à Admi-
cessão de Auxílio ou instrumento congênere enseja, ao nistração concedente, por si só, não implica em
agente responsável, a obrigação de devolver, com recursos irregularidade das contas quando ocorrer a devida
próprios, o valor do dano causado ao erário, corrigido e aplicação dos recursos no objeto pactuado, mas
atualizado nos termos da legislação, e, ainda, a aplicação enseja a imputação de multa àquele que prestou
de sanção pecuniária sobre o valor do dano. as contas além dos prazos definidos pelo ajuste
e/ou pela legislação de regência.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- 2. Na concessão de auxílios financeiros a particula-
tituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 112/2018- SC. res, a Administração deve acompanhar e fiscalizar
Julgado em 22/11/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em a execução do respectivo instrumento colaborati-
05/12/2018. Processo nº 22.585-1/2017). vo e do seu objeto. Os responsáveis que venham
a quedar-se inertes nessa obrigação poderão ser
sancionados pelo TCE-MT.
112 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
16.4. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Domingos Ne-
to. Acórdão nº 84/2017-TP. Julgado em 14/03/2017. Publi-
Previdência. RPPS. Aposentadoria por invalidez. cado no DOC/TCE-MT em 24/03/2017. Processo nº 1.504-
Reavaliação periódica dos motivos ensejadores do 0/2014).
benefício e outras providências.
Com intuito de evitar irregularidades e em observância 16.5. DESPESAS ADMINISTRATIVAS
ao disposto no artigo 40, § 1º, inciso I, da Constituição Fe-
deral, que trata da aposentadoria por invalidez, a gestão Previdência. RPPS. Taxa de administração. Cômpu-
do regime próprio previdenciário municipal deve adotar as to das despesas administrativas.
seguintes providências: As despesas administrativas computadas na aferição do
a. viabilizar medidas para a reavaliação dos apo- cumprimento da taxa de administração dos RPPS devem
sentados por invalidez, de forma periódica, para ser apuradas pelo valor total empenhado, independen-
verificar se as condições de saúde que ensejaram temente do momento da sua liquidação ou pagamento,
a incapacidade ainda permanecem; conforme as disposições do art. 35 da Lei nº 4.320/64 e do
b. quando, por junta médica oficial, forem declara- art. 50, II, da Lei de Responsabilidade Fiscal.
dos insubsistentes os motivos determinantes da
aposentadoria, formalizar, mediante o instituto da (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
reversão, conforme legislação do Ente, o retorno to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 211/2015-SC. Julgado
à atividade de servidor aposentado por invalidez; em 17/11/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/12/2015.
c. quando verificado dano ao erário, instaurar Toma- Processo nº 1.905-4/2014).
da de Contas Especial (TCE), nos termos da Reso-
lução Normativa nº 24/2014 do TCE-MT;
d. implementar rotinas e procedimentos visando à
otimização de controle na folha de pagamento,
a fim de evitar pagamentos aos aposentados por
invalidez que exercem, indevidamente, outra ati-
vidade remunerada;
e. promover alterações na legislação, quando neces-
sárias, com a finalidade de incluir expressamente
a obrigatoriedade de os beneficiários da aposen-
tadoria por invalidez realizarem periodicamente
exame pericial médico, de maneira a confirmar
ou não a incapacidade laborativa, sob pena de
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 117
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro no mérito das decisões dos Tribunais de Contas
Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 134/2020-TP. e reformá-las, salvo quando houver violação a
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em algum princípio ou norma ou não se observar o
09/07/2020. Processo nº 18.539-6/2009). devido processo legal.
Processual. Classificação de irregularidade. Com- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Waldir
petência do conselheiro relator. Júlio Teis. Acórdão nº 603/2016-TP. Julgado em 18/11/2016.
A classificação da irregularidade é de competência do Publicado no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. Processo nº
relator do processo de contas, portanto, não representa 811-7/2013).
óbice ao julgamento a adequação do achado de auditoria
promovida pelo relator com a finalidade de regularizar a 17.2. COMPETÊNCIA
capitulação para os fatos elencados nos autos e sobre os
quais o defendente já se manifestou, nos termos do art. Processual. Competência. Fiscalização do cumpri-
141, § 6º, do Regimento Interno do TCE-MT. mento de mandados judiciais.
1. Ao Tribunal de Contas não compete fiscalizar o
(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto João cumprimento de mandados judiciais referentes a
Batista Camargo. Acórdão nº 86/2019-SC. Julgado em atos ilícitos no âmbito da Administração Pública,
01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/09/2019. por não haver amparo nas suas competências
Processo nº 29.332-6/2018). constitucionais (art. 71), cabendo-lhe analisar
tais atos sob os parâmetros de legalidade, legiti-
Processual. Princípio da retroatividade. Aplicação midade e economicidade.
às normas sancionatórias do Tribunal de Contas. 2. O Poder Judiciário é a instância juridicamente in-
O princípio constitucional da retroatividade da lei penal cumbida de verificar o descumprimento de man-
benéfica pode ser aplicado, por hermenêutica jurídica, às dados judiciais referentes a atos ilícitos, não po-
normas de natureza sancionatória impostas pelo Tribunal dendo ser substituído por outro órgão ou Poder,
de Contas, diante de sua característica de “princípio geral sob pena de afronta à independência e harmonia
do Direito sancionatório” implícita na Constituição Federal entre os Poderes (art. 2º, da CRFB).
e pacificada na doutrina e na jurisprudência vigentes. 3. O ordenamento jurídico dispõe de instrumentos
para a imposição de sanções pelo descumprimen-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. to de decisões judiciais, a exemplo da fixação de
Acórdão nº 630/2016-TP. Julgado em 01/12/2016. Publica- multa diária ou astreintes (art. 537 do CPC), da
do no DOC/TCE-MT em 20/01/2017. Processo nº 19.253- caracterização de ato atentatório à dignidade da
8/2010). justiça ou litigância de má-fé (artigos 777 do CPC)
e até mesmo da responsabilização pela prática do
Processual. Processos administrativo e judicial. Du- crime de desobediência (art. 330 do Código Penal).
pla condenação (bis in idem). Independência das
instâncias. Reforma das decisões dos Tribunais de (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
Contas pelo Judiciário. tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 22/2020-TP. Julgado
1. Não configura bis in idem ou possível dupla con- em 11/03/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/05/2020.
denação, a existência de apreciação do mesmo Processo nº 16.634-0/2019).
fato irregular em processo administrativo no Tri-
bunal de Contas e em processo judicial, tendo Processual. Competência. Tribunal de Contas. Ma-
em vista a independência das instâncias. Tal in- téria em apreciação pelo Poder Judiciário.
dependência somente deixa de prevalecer quando A apreciação de matéria sobre irregularidade na Ad-
a decisão judicial, que declara a inexistência do ministração Pública pelo Poder Judiciário não impede a
fato ou nega sua autoria, for proferida em ação apreciação na esfera administrativa dos mesmos fatos pelo
de natureza criminal. Tribunal de Contas, que tem jurisdição própria e privativa
2. Em regra, o Poder Judiciário não pode adentrar sobre as pessoas e matérias sujeitas a sua competência, e
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 119
porque incide no regime jurídico brasileiro o princípio da (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
independência das instâncias que dispõe que os mesmos ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 91/2019-
fatos podem acarretar consequências jurídicas diversas, nas SC. Julgado em 01/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
diferentes esferas da jurisdição, civil, penal e administrati- 02/09/2019. Processo nº 18.737-2/2018).
va.
Processual. Competência. Recurso de agravo con-
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- tra decisão singular.
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 833/2019- O fenômeno da competência relaciona-se com o órgão
TP. Julgado em 05/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em jurisdicional (relatoria) e não com o julgador (conselheiro).
19/11/2019. Processo nº 26.407-5/2017). Desse modo, a relatoria competente para apreciar recurso
de agravo interposto contra decisão singular é aquela on-
Processual. Conflito de Competência. Irrecorribili- de os autos estão tramitando e, por conseguinte, o relator
dade da decisão. competente será aquele que estiver no exercício das atri-
1. O conflito de competência é incidente proces- buições de julgador da referida relatoria.
sual de natureza interna corporis, resolvido por
instância superior, e não tem natureza recursal. (Representação Interna – Conflito de Competência. Re-
Por isso, não há direito subjetivo a ser tutelado lator: Conselheiro Domingos Neto. Acórdão nº 423/2019-
no respectivo julgamento, não se podendo falar TP. Julgado em 02/07/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
em partes a serem intimadas, mas, sim, em meros 10/07/2019. Processo nº 21.449-3/2018).
interessados, fato que justifica a irrecorribilidade
das decisões que resolvem os conflitos dessa es- Processual. Competência. Tribunal de Contas.
pécie processual. Fiscalização de licitações que envolvem recursos
2. Inexiste previsão legal para intimação pessoal dos federais.
interessados em conflito de competência, seja no O Tribunal de Contas do Estado é competente para fis-
Regimento Interno do TCE-MT, seja no Código de calizar licitações, mesmo que envolvam recursos de origem
Processo Civil de 2015, não havendo, em princípio, federal, quando houver contrapartida de recursos de ori-
ofensa aos princípios da ampla defesa e contra- gem estadual e/ou municipal.
ditório.
(Monitoramento. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Domingos queline Jacobsen. Acórdão nº 313/2019-TP. Julgado em
Neto. Acórdão nº 696/2019-TP. Julgado em 17/09/2019. 04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/06/2019.
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/09/2019. Processo nº Processo nº 12.326-9/2018).
19.856-0/2019).
Processual. Competência. Fiscalização da aplicação
Processual. Competência. Tribunal de Contas. de recursos federais do PNATE.
Determinação para instauração de procedimento Por se tratar de repasse de recursos provenientes do
administrativo. Irregularidades em certame licita- orçamento federal, não compete ao Tribunal de Contas do
tório. Estado fiscalizar a aplicação de recursos transferidos aos
Não compete ao Tribunal de contas determinar à Admi- municípios por meio do Programa Nacional de Apoio ao
nistração que instaure procedimento administrativo discipli- Transporte Escolar (PNATE), tendo em vista que tal compe-
nar para apurar responsabilidade de agentes públicos por tência pertence ao Tribunal de Contas da União.
irregularidades em certame licitatório, por extrapolar os
limites constitucionais de atuação do Tribunal. No entanto, (Tomada de Contas Especial. Relatora: Conselheira Subs-
é poder-dever do Tribunal de Contas determinar ao atual tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 483/2018-TP. Julgado
gestor, ou a quem lhe suceder, que promova a apuração em 23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/11/2018.
dessa responsabilidade, cabendo à Administração utilizar- Processo nº 15.739-2/2017).
-se do procedimento que entender pertinente e legal.
120 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Denúncia. Relator: Conselheiro Sérgio Ricardo. Acór- deve ser assinado diretamente pelo interessado,
dão nº 726/2014-TP. Julgado em 01/04/2014. Publicado no nos termos do artigo 257, II, c/c artigo 258, II, da
DOC/TCE-MT em 15/04/2014. Processo nº 20.395-5/2013). Resolução nº 14/2007 do TCE-MT. Na situação em
que o interessado não possuir mais vínculo com
17.3. CITAÇÃO a Administração, o ofício deve ser encaminhado
para o seu endereço residencial.
Processual. Citação. Servidores. Meio eletrônico. 2. A citação via edital é medida excepcional que só
Edital. Revelia. pode ser adotada depois de esgotados todos os
1. A citação pode ser enviada por meio eletrônico, meios de localização da parte interessada.
em situações que a pessoa citada componha o 3. A citação inválida, reconhecida a qualquer tempo,
quadro de servidores de algum órgão fiscalizado implica em nulidade absoluta de todos os atos
pelo Tribunal de Contas (art. 258, inciso III, Reso- processuais praticados a partir dela.
lução 14/2007).
2. Após citação eletrônica, esgotado o prazo para (Pedido de Nulidade – Contas Anuais de Gestão. Rela-
apresentação de defesa, a nova citação será rea- tor: Conselheiro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acór-
lizada por edital e publicada no Diário Oficial de dão nº 322/2018-TP. Julgado em 14/08/2018. Publicado no
Contas do TCE/MT. DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Processo nº 13.112-1/2012).
3. Após o decurso do prazo da citação por edital,
sem a manifestação do interessado, será decreta- Processual. Vício de citação. Cerceamento de de-
da a sua revelia para todos os efeitos (art. 140, § fesa. Nulidade de multa.
1º, Resolução 14/2007). A constatação de vício na citação de ex-gestor (recorren-
te) nos autos de processo de Representação de Natureza
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta Interna (RNI), que foi notificado tão somente para tomar
Jaqueline Jacobsen. Acórdão 20/2020-PC. Julgado em conhecimento acerca de irregularidade decorrente de acu-
20/05/2020. Processo nº 29.184-6/2019). mulação indevida de cargos por servidor público, e não
teve a oportunidade de apresentar defesa quanto ao fato
Processual. Citação. Edital. Exaurimento das mo- que lhe foi imputado, caracteriza cerceamento de defesa e
dalidades de comunicação de atos. impõe a nulidade da respectiva multa imposta.
1. A Lei Orgânica e o Regimento Interno do TCE-MT
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
preveem a possibilidade de citação por edital, so-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 280/2018-TP. Julgado em
bretudo na hipótese em que a citação por ofício
31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/08/2018. Pro-
não obtenha êxito.
cesso nº 9.460-9/2017).
2. O Regimento Interno não estipula, em nenhum de
seus dispositivos, que deva haver o exaurimento
Processual. Citação. Edital. Diligências para locali-
das outras modalidades de comunicação dos atos
zação do interessado.
para, só então, ser realizada por edital.
Nos processos de competência do Tribunal de Contas, a
citação via editalícia é válida, contudo, deve ser precedida
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
de outros procedimentos ou diligências que busquem a lo-
Isaías Lopes da Cunha. Revisor: Conselheiro Substituto
calização da parte interessada, a exemplo de pesquisas em
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 531/2019-TP. Julgado em
cadastros de órgãos públicos ou concessionárias de serviços
14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2019.
públicos; e pesquisas na internet, incluindo redes sociais.
Processo nº 26.913-1/2018).
Processual. Alegações finais. Caráter facultativo. (Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta
Não aplicação da revelia. Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 332/2019-TP. Julgado em
A apresentação de alegações finais prevista no art. 141, 04/06/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/06/2019.
§ 2º, da Resolução nº 14/2007 (Regimento Interno do TCE/ Processo nº 26.888-7/2015).
MT) – quando da manutenção de irregularidades não sa-
nadas na análise de defesa de processos de prestação ou Processual. Nulidade. Efeitos. Vícios de legalidade
tomada de contas, para que o interessado ou seu procu- em licitação.
rador busque uma última vez formar o convencimento do As nulidades nos procedimentos licitatórios por vícios
julgador – não possui caráter obrigatório, mas, sim, facul- de legalidade: a) operam retroativamente; b) contaminam
tativo, e por isso não cabe a declaração de revelia daqueles os contratos ou ajustes deles decorrentes; c) não geram di-
que optarem por não exercer essa faculdade. reito à indenização ou à restituição em favor do contratado,
salvos nas hipóteses em que este comprovar sua boa-fé; e
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Subs- d) atribuem o ônus da prova da boa-fé ao contratado.
tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 425/2017-TP. Julgado
124 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Processual. Querela Nullitatis. Aplicação no Tribu- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
nal de Contas. João Batista Camargo. Acórdão nº 571/2014-TP. Julgado em
A possibilidade de aplicação do instituto processual da 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 02/04/2014.
Querela Nullitatis (declaração de nulidade de decisão em Processo nº 5.546-8/2012).
razão de vício na citação do réu revel), no âmbito do Tribu-
nal de Contas, justifica-se pela autorização regimental de 17.6. MOTIVAÇÃO EM PROCESSO DE CONTAS
aplicação subsidiária das normas do processo civil aos pro-
cessos de contas, sendo competente, para apreciar o pedi- Processual. Motivação per relationem ou aliunde
do, o relator que proferiu a decisão supostamente viciada. em processo de contas.
Nos processos administrativos em geral, é permitida a
(Conflito de Competência. Relator: Conselheiro Domingos motivação per relationem ou aliunde, podendo o conse-
Neto. Acórdão nº 260/2018-TP. Julgado em 24/07/2018. lheiro relator de processo de contas mencionar, nas razões
Publicado no DOC/TCE-MT em 03/08/2018. Processo nº de decidir, a utilização dos fundamentos consignados nos
22.229-1/2017). pareceres e relatórios técnicos acostados nos autos duran-
te a fase instrutiva, não sendo obrigado a rechaçar toda
Processual. Nulidade. Ausência de nome de advo- argumentação apresentada pelo defendente durante a
gado em pauta de julgamento. instrução.
A ausência de nome de advogado, representante de
jurisdicionado, na publicação de pauta de julgamento de (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto Luiz
sessão plenária, não caracteriza vício processual capaz de Carlos Pereira. Revisora: Conselheira Substituta Jaqueline
implicar em anulação das respectivas decisões, quando Jacobsen. Acórdão nº 537/2018-TP. Julgado em 13/11/2018.
esta falha não resultar em cerceamento da defesa e o re- Publicado no DOC/TCE-MT em 29/11/2018. Processo nº
corrente permanecer inerte na fase instrutória. 11.184-8/2017).
Processual. Contas de Governo. Emissão de Pare- Processual. Contas iliquidáveis. Força maior ou
cer Prévio. Direcionamento das recomendações ao caso fortuito.
chefe do Poder Executivo. Serão declaradas iliquidáveis as contas com impossi-
As recomendações exaradas em parecer prévio emitido bilidade material de julgamento, no caso de força maior
pelo Tribunal de Contas, em sede de contas de governo, de- ou caso fortuito, comprovadamente alheios à vontade do
vem ser direcionadas diretamente ao chefe do Poder Exe- responsável, sendo insuficiente, para essa declaração, o
cutivo (efetivo responsável e parte no polo processual), de simples fato da não quantificação de dano ao erário.
modo a conferir máxima efetividade ao art. 284-A, inciso
VIII, da Resolução 14/2007 (Regimento Interno do TCE-MT), (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
cientificando-se o Poder Legislativo com vistas a fornecer Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 799/2014-TP.
subsídios ao exercício de seu julgamento político. Julgado em 29/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
09/05/2014. Processo nº 17.881-0/2012).
(Contas de Governo do Estado. Relator: Conselheiro
Substituto João Batista Camargo. Parecer Prévio nº 3/2018-
Processual. Contas irregulares. Apontamentos não
TP. Julgado em 18/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
constantes de relatórios técnicos.
29/06/2018. Processo nº 8.171-0/2018).
O gestor não pode ter suas contas julgadas irregulares
com base em apontamentos não constantes de relatórios
Processual. Contas anuais. Coisa julgada. Fatos não
técnicos, uma vez que não se estaria possibilitando a prer-
apreciados.
rogativa de defesa.
O julgamento das contas de determinado exercício fi-
nanceiro não faz coisa julgada em relação aos fatos não
(Recurso Ordinário. Reator: Conselheiro Valter Albano
apreciados pelo Tribunal de Contas no desempenho de sua
da Silva. Acórdão nº 663/2014-TP. Julgado em 25/03/2014.
função fiscalizatória, tendo em vista que os atos de gestão
Publicado no DOC/TCE-MT em 01/04/2014. Processo nº
e de governo são analisados mediante técnica de amostra-
7.043-2/2012).
gem. Portanto, os atos irregulares não apreciados em julga-
mento de contas anuais podem ser objeto de fiscalização e
17.8. DETERMINAÇÕES E RECOMENDAÇÕES: NATU-
de apuração de responsabilidade em processos autônomos
REZA JURÍDICA
de denúncia, representação ou tomada de contas.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- Processual. Determinações do Tribunal de Contas.
selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº Natureza.
2.270/2015-TP. Julgado em 26/05/2015. Publicado no DOC/ 1. As determinações emitidas pelo Tribunal de Con-
TCE-MT em 09/06/2015. Processo nº 20.794-2/2009). tas são de observância cogente pelos seus fisca-
lizados, cabendo aos responsáveis pelos órgãos
Processual. Contas de Gestão. Coisa Julgada. Irre- fiscalizados cumpri-las, sob pena de multa, nos
gularidades não detectadas. moldes regimentais e legais.
O julgamento de contas de gestão pelo Tribunal de Con- 2. A Constituição Federal estabeleceu, à luz do
tas não faz coisa julgada sobre irregularidades não detecta- princípio da simetria, em seu artigo 71, IX, que
das, tendo em vista que a apreciação das contas de gestão os Tribunais de Contas dos Estados possuem
é instruída por meio de procedimentos de fiscalização rea- competência para, diante de uma ilegalidade,
lizados por amostragem, de forma que o órgão de controle determinar que os órgãos e entidades adotem as
externo pode, em outros processos, identificar e apontar providências para o fiel cumprimento da lei, assi-
impropriedades não detectadas anteriormente, bem como nalando, inclusive, prazo para o cumprimento da
determinar sua correção e/ou aplicar as sanções cabíveis. respectiva determinação.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Antonio Joa- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
quim. Acórdão nº 26/2015-TP. Julgado em 24/02/2015. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 193/2019-TP. Julgado
Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015. Processo nº em 30/04/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/05/2019.
10.404-3/2012). Processo nº 14.760-5/2018).
126 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), o qual Geral Anual (RGA) a servidores públicos do ente federati-
dispõe que a Administração não deve tomar decisão com vo, quando a respectiva concessão for superior à variação
base em valores jurídicos abstratos, sem que sejam consi- acumulada da inflação no período referencial e/ou quando
deradas as consequências práticas da decisão. ocorrer extrapolação do limite de despesa total com pes-
soal (DTP) do Poder Executivo, previsto no art. 20 da Lei de
(Homologação de Medida Cautelar em Representação Responsabilidade Fiscal.
de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Substituto João
Batista Camargo. Acórdão nº 481/2018-TP. Julgado em (Homologação de Medida Cautelar em Representação
23/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/11/2018. de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto Isaías
Processo nº 24.175-0/2018). Lopes da Cunha. Acórdão nº 186/2018-TP. Julgado em
22/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/06/2018.
Processual. Medida cautelar. Suspensão de pro- Processo nº 18.348-2/2018).
cesso seletivo simplificado. Falha em critérios de
avaliação. Processual. Medida Cautelar. Tomada de Preços.
É passível de suspensão, por meio de medida cautelar, Habilitação. Cláusulas restritivas.
o processo seletivo simplificado que não possua definição É passível de suspensão, por meio de medida cautelar,
de critérios objetivos para avaliação (prova escrita ou pro- o edital de licitação de Tomada de Preços que contenha
vas e títulos), em que seja adotada apenas a análise de tí- cláusula exigindo dos licitantes, como condição de cadas-
tulos e certificados, sem a devida comprovação de situação tramento, a apresentação de todos os documentos relati-
emergencial para não aplicação de avaliação por provas ou vos à fase de habilitação, bem como cláusula que exija a
provas e títulos. comprovação cumulativa de Garantia e de Capital Circulan-
te Líquido e Patrimônio Líquido mínimos, pois tais exigên-
(Homologação de Medida Cautelar em Representa- cias restringem a competitividade do certame.
ção de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 255/2018-TP. Julgado em (Homologação de Medida Cautelar em Representa-
17/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/07/2018. Pro- ção de Natureza Externa. Relator: Conselheiro Substituto
cesso nº 20.245-2/2018). Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 17/2018-TP. Julgado em
06/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/03/2018.
Processual. Medida cautelar. Suspensão de aquisi- Processo nº 33.530-4/2017).
ção de item licitatório. Desclassificação de licitante
por exigência não prevista em edital. Processual. Medida Cautelar. Execução de contrato
É passível de suspensão, por meio de medida cautelar, de obras públicas.
a aquisição de item licitado quando restar demonstrado 1. É cabível a adoção de medida cautelar inaudita
que ocorreu a desclassificação de empresa licitante por não altera pars (sem que seja ouvida a outra parte),
apresentar laudo técnico para comprovar a similaridade de pelo Tribunal de Contas, com intuito de suspensão
produtos, sem que tal exigência constasse no edital da li- de execução contratual e respectivos pagamentos,
citação. quando constatado o descumprimento de cláusu-
las contratuais acerca de normas técnicas de se-
(Homologação de Medida Cautelar em Representação gurança em obras públicas (pressuposto de fumus
de Natureza Interna. Relator: Conselheiro Substituto João boni iuris) e o perigo de dano ao patrimônio públi-
Batista Camargo. Acórdão nº 229/2018-TP. Julgado em co por paralisação dessas obras sem justificativas
20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/07/2018. plausíveis (pressuposto de periculum in mora).
Processo nº 13.760-0/2018). 2. A medida cautelar para suspensão de execução
de contrato de obra pública visa prevenir, conser-
Processual. Medida Cautelar. Suspensão no paga- var, defender ou assegurar a eficácia de um direi-
mento de RGA. to, a fim de garantir a boa aplicação de recursos
É cabível a adoção de medida cautelar, pelo Tribunal de públicos e o fiel cumprimento ao instrumento con-
Contas, com intuito de suspender o pagamento de Revisão tratual, bem como evitar o perigo da consumação
128 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
de eventual dano irreparável ao patrimônio públi- atos do Poder Público, o Tribunal de Contas pode realizar a
co e a direitos dos usuários. modulação da respectiva decisão adotando efeitos ex nunc,
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- de modo a se prestigiar o princípio da segurança jurídica.
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 406/2017-TP.
Julgado em 21/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
03/10/2017. Processo nº 24.790-1/2017). ro Substituto Moisés Maciel. Relator-Revisor: Conselheiro
Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 478/2017-TP.
17.10. INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE Julgado em 05/12/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
19/12/2017. Processo nº 24.100-8/2015).
Processual. Incidente de inconstitucionalidade. Lei
que cria cargo em comissão para atividades buro- Processual. Incidente de inconstitucionalidade.
cráticas e técnicas. Acréscimos remuneratórios irregulares. Boa-fé do
A criação legal de cargo em comissão, para o desem- servidor e erro exclusivo da Administração.
penho de atividades burocráticas e técnicas de inserção e As leis locais que preveem o pagamento de acréscimos
envio de informações pelo sistema Aplic, configura afronta remuneratórios a servidores públicos, em descumprimento
à exigência constitucional para que o cargo em comissão ao art. 37, XIV, da CF/1988, são passíveis da aplicação de
abarque somente atribuições de assessoramento, chefia e incidente de inconstitucionalidade pelo Tribunal de Con-
direção (art. 37, V), sob pena de a respectiva lei de criação tas, não sendo cabível, no entanto, a devolução de valores
ter sua aplicabilidade afastada no caso concreto, em inci- percebidos de boa-fé por servidor, quando constatado erro
dente de inconstitucionalidade, pelo Tribunal de Contas. exclusivo da Administração e tendo em vista o caráter ali-
mentar da verba recebida.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 138/2018- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
TP. Julgado em 24/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em ro José Carlos Novelli. Acórdão n° 223/2017-TP. Julgado em
08/05/2018. Processo nº 16.241-8/2017). 23/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/06/2017. Pro-
cesso n° 15.282-0/2016).
Processual. Incidente de inconstitucionalidade.
Dispositivo de lei municipal. Acúmulo de cargo Processual. Constitucionalidade. Concessão de
ou função pelo vice-prefeito. Prévia autorização acúmulo de adicional e gratificação por lei.
do Legislativo. Implica em ofensa ao art. 37, XIV, da CF/1988, a lei que
O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, concede a servidor gratificações ou adicionais calculados
pode afastar, por meio de incidente de inconstitucionalida- sobre o valor de sua remuneração, estando esta já acres-
de, a aplicabilidade de dispositivo constante de lei orgânica cida de outras gratificações/adicionais, por caracterizar o
municipal que exige prévia autorização da Câmara Muni- chamado “repique” ou “efeito cascata”, podendo o Tribunal
cipal para que vice-prefeito possa acumular outro cargo de Contas afastar a aplicabilidade de tal norma por meio
ou função de confiança, já que tal exigência contraria o do instituto de incidente de inconstitucionalidade.
princípio da separação dos poderes, consubstanciado no
artigo 2º da CF/1988. (Auditoria de Conformidade. Relatora: Conselheira Subs-
tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão n° 200/2017-TP. Julgado
(Denúncia. Relator: Conselheiro Substituto Luiz Carlos em 16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017.
Pereira. Acórdão nº 46/2018-TP. Julgado em 13/03/2018. Processo nº 17.011-9/2016).
Publicado no DOC/TCE-MT em 21/03/2018. Processo nº
18.266-4/2016). Processual. Constitucionalidade. Leis que criam
cargos em comissão. Atribuições incompatíveis.
Processual. Constitucionalidade. Inaplicabilidade São inconstitucionais as leis que criam cargos em comis-
de lei municipal. Modulação de efeitos. são que não se destinem às atribuições de direção, chefia
Na determinação de inaplicabilidade de lei municipal, ou assessoramento, sob pena de o Tribunal de Contas afas-
em sede de apreciação de constitucionalidade de leis e de tar, em sede de incidente de inconstitucionalidade e com
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 129
efeitos ex nunc, a sua aplicação no caso concreto. cuja finalidade é contribuir para o aprimoramen-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- to da gestão pública por meio de emissão de de-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 560/2016-TP. Julgado em terminações e recomendações, bem assim pela
11/10/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/10/2016. Pro- fixação de prazo para adoção de providências e
cesso nº 2.493-7/2015). sustação de atos irregulares, evitando a reiteração
de condutas com vícios idênticos.
17.11. REPRESENTAÇÃO
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
Processual. Representação. Arquivamento de pro- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 149/2020-TP.
cesso. Anulação de certame licitatório. Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
A anulação, de ofício, de certame licitatório pela Ad- 09/07/2020. Processo nº 35.644-1/2018).
ministração, não é causa suficiente para arquivamento de
respectivo processo de representação no âmbito do Tribu- Processual. Representação. Irregularidades em lici-
nal de Contas, em que se apura possíveis fatos irregula- tação revogada. Perda do objeto. Exame do mérito.
res do certame, visto que a procedência da representação A revogação de licitação e dos atos dela decorrentes,
possui caráter pedagógico, com a finalidade de se evitar a para a qual tenham sido apontados irregularidades, não
reiteração da prática de atos administrativos contrários à conduz, necessariamente, à perda do objeto de respectiva
legislação, sobretudo aqueles que podem onerar considera- Representação em trâmite no Tribunal de Contas, tendo em
velmente ou mesmo lesar o patrimônio público. Apesar da vista a necessidade do exame de mérito para o exercício
necessária procedência do processo de representação, a fim das funções corretiva (orientação pedagógica da unidade
de instruir o administrador público a evitar reiterados erros, jurisdicionada) e sancionatória, com a finalidade de evitar
não é razoável a aplicação de multa regimental aos respon- a repetição das condutas irregulares.
sáveis por irregularidades no certame analisado, quando
anulado de ofício pela parte representada em tempo hábil (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
e não ter causado lesão aos princípios administrativos ou ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 159/2019-
dano ao erário. SC. Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/11/2019. Processo nº 11.492-8/2019).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 146/2020-TP. Processual. Representação. Perda de interesse pro-
Julgado em 02/06/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em cessual. Homologação/adjudicação superveniente
09/07/2020. Processo nº 11.384-0/2019). de objeto licitado.
A superveniente homologação/adjudicação de objeto
Processual. Representação. Revogação ou anula- licitado pela Administração não implica a perda de inte-
ção de certame licitatório. Perda do objeto. resse processual na Representação em trâmite no Tribunal
1. A revogação ou anulação de certame licitatório de Contas em que se alegam nulidades no procedimento
pela Administração não implica em perda auto- licitatório.
mática do objeto de processo de representação
que aprecia tal licitação no Tribunal de Contas, de- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
vendo-se ater às peculiaridades do caso concreto. ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 833/2019-
2. Sempre que um pronunciamento meritório se TP. Julgado em 05/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
revelar útil para consagrar a função corretiva ou 19/11/2019. Processo nº 26.407-5/2017).
pedagógica do Tribunal de Contas, o interesse pú-
blico existente na declaração do melhor direito Processual. Representação. Perda do objeto. Anu-
aplicável justificará a existência de interesse pro- lação ou revogação de processo licitatório pela
cessual, sendo lícito o prosseguimento processual. Administração.
3. Justifica-se a análise meritória de processos de A revogação ou anulação, pela Administração, de pro-
fiscalização perante o tribunal de contas pela sua cesso licitatório com irregularidades praticadas não ocasio-
natureza, notadamente a sua função corretiva, na a perda do objeto do respectivo processo de Represen-
130 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
tação de Natureza Interna que apura tais fatos irregulares ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 69/2019-TP.
no âmbito do Tribunal de Contas, sendo que o exame do Julgado em 12/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
mérito de tal processo objetiva, didaticamente, evitar a 25/03/2019. Processo nº 14.056-2/2018).
reiteração dos mesmos erros verificados. O simples fato
de ocorrer revogação ou anulação do pleito licitatório não Processual. Representação. Licitante. Legitimidade
elimina, em tese, a ilicitude que estava em curso. para atuar como parte processual e propor recur-
sos.
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- 1. O licitante que representa ao Tribunal de Con-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 82/2019- tas contra irregularidades na aplicação da Lei nº
PC. Julgado em 04/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 8.666/93 não é parte nos respectivos autos, não
18/09/2019. Processo nº 8.490-5/2019). possuindo legitimidade para neles propor recur-
sos, visto que sua participação se encerra com a
Processual. Representação. Terceiro representante. apresentação da própria representação, conforme
Legitimidade para proposição de recurso. disposição expressa do art. 219, § 2º, Resolução nº
1. O Tribunal de Contas pode ser provocado por ter- 14/2007 do TCE/MT.
ceiros, por meio de denúncias e representações, 2. O representante, ao comunicar irregularidades nos
contudo, o representante, em regra, não é con- procedimentos licitatórios, trazendo fatos, provas
siderado parte no processo, não podendo nele e indícios de ilegalidade, exerce a função de cola-
atuar, ou mesmo apresentar qualquer tipo de borador do Tribunal de Contas, com o intuito de
recurso, quando houver decisão contrária à sua preservar o interesse público primário e, ao mesmo
pretensão. tempo, auxiliar a fiscalização da gestão dos recur-
2. O terceiro que tenha realizado representação não sos públicos.
é parte processual, não possuindo legitimidade
para propor recurso de agravo, seja porque o pró- (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
prio Regimento Interno do TCE-MT lhe nega essa Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 380/2018-TP. Julgado
condição, seja porque a natureza dos processos em 18/09/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 28/09/2018.
de controle externo não comporta a defesa de Processo n° 26.407-5/2017).
direitos e interesses privados.
3. A condição do representante perante o órgão de Processual. Representação Interna. Ausência de
controle externo é de colaborador, não de parte notificação do defendente. Nulidade.
ou interessado, cuja participação encerra-se com A ausência de notificação do defendente, para apresen-
o protocolo da representação. tação de alegações finais em representação de natureza
interna, não acarreta nulidade absoluta que justifique a
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta anulação do trânsito em julgado do respectivo acórdão,
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 617/2019-TP. Julgado em quando o princípio da ampla defesa tiver sido assegurado e
27/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2019. se da análise técnica da defesa não resultar em inovação ou
Processo nº 26.119-0/2018). em agravamento da tipicidade das condutas consideradas
irregulares.
Processual. Representação. Perda do objeto. Anu-
lação de pregão irregular. (Pedido de Rescisão. Relatora: Conselheira Substituta Ja-
A anulação, pela Administração, de pregão presencial queline Jacobsen. Acórdão nº 2.960/2015-TP. Julgado em
com atos irregulares praticados não ocasiona a perda do 30/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015.
objeto do respectivo processo de Representação que apura Processo nº 18.946-4/2013).
tais atos, na medida em que seu prosseguimento tem ca-
ráter didático para o gestor público sob a jurisdição do Tri- Processual. Representação Interna. Abertura de
bunal de Contas, evitando a reiteração dos mesmos erros. processo. Denúncia anônima.
1. A abertura de processo de Representação Interna,
(Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei- com base exclusivamente em denúncia anônima,
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 131
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Conse- (Representação de Natureza Externa. Relator: Conselhei-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 683/2015- ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 104/2018-PC.
TP. Julgado em 10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em Julgado em 24/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
25/03/2015. Processo nº 27.421-6/2013). 13/11/2018. Processo nº 30.387-9/2013).
Processual. Prescrição. Aplicação de multas. Pres- (Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Moi-
crição intercorrente. sés Maciel. Acórdão nº 217/2016-TP. Julgado em 19/04/2016.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de Publicado no DOC/TCE-MT em 02/05/2016. Processo nº
multa pelo Tribunal de Contas (pretensão punitiva), ado- 18.883-2/2015).
tando-se, por analogia, a regra prescricional consignada no
art. 1º da Lei Federal nº 9.873/1999, aplicando-se, também, Processual. Prescrição intercorrente. Tribunal de
no âmbito da Corte de Contas, o instituto da prescrição Contas.
intercorrente. Nos processos de competência do Tribunal de Contas,
quanto à pretensão punitiva, não se aplica o instituto da
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Júlio prescrição intercorrente.
Teis. Acórdão nº 430/2016-TP. Julgado em 16/08/2016.
Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016. Processo nº (Representação de Natureza Interna. Relatora: Con-
12.469-9/2004). selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
3.550/2015-TP. Julgado em 21/10/2015. Publicado no DOC/
Processual. Prescrição. Ressarcimento ao erário. TCE-MT em 26/11/2015. Processo nº 23.949-6/2004).
A pretensão ressarcitória no âmbito dos processos da
competência do Tribunal de Contas, considerando a ocor- 17.13. SANÇÃO PECUNIÁRIA
rência de desvios ou má aplicação de recursos públicos,
é imprescritível, com fundamento no artigo 37, § 5º, da Processual. Multa administrativa. Natureza.
Constituição da República. A multa administrativa aplicada pelo Tribunal de Con-
tas não possui natureza de tributo, mas sim de sanção,
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Waldir Júlio visando a reprimir (caráter penalizador) o agente público
Teis. Acórdão nº 430/2016-TP. Julgado em 16/08/2016. que concorre, a título de dolo ou culpa, para a prática de
Publicado no DOC/TCE-MT em 30/08/2016. Processo nº ilegalidades, e a evitar que estas voltem a ocorrer (caráter
12.469-9/2004). pedagógico).
Processual. Prescrição. Aplicação de multas pelo (Recurso Ordinário. Acórdão nº 874/2019-TP. Julgado
Tribunal de Contas. em 03/12/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/12/2019.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de Processo nº 2.636-0/2015).
multas pelo Tribunal de Contas, alinhando-se às regras de
prescrição adotadas pela Administração Pública Federal, Processual. Tribunal de Contas. Multa administra-
conforme previsões legais de Direito Público, a exemplo do tiva. Multa por atos de improbidade.
art. 1º da Lei Federal nº 9.873/1999, não sendo adequada a 1. A multa aplicada pelo Tribunal de Contas tem
aplicação dos prazos prescricionais estabelecidos no Código como fundamento sua Lei Orgânica e não se con-
Civil, por configurarem regras de natureza privada. funde com a multa prevista na Lei 8.429/1992 por
atos de improbidade administrativa.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro Sérgio 2. As instâncias administrativa e judicial são inde-
Ricardo. Acórdão nº 393/2016-TP. Julgado em 02/08/2016. pendentes, razão pela qual não há impedimento
Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016. Processo nº para a apreciação concomitante do mesmo fato
24.146-6/2013). pelo Poder Judiciário e no âmbito do controle ex-
terno do Tribunal de Contas, podendo haver a dis-
Processual. Prescrição. Aplicação de multa admi- cussão e responsabilização em ambas as esferas,
nistrativa pelo Tribunal de Contas. sem que isto represente um bis in idem.
Prescreve em 5 anos a possibilidade de aplicação de
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
multa administrativa pelo Tribunal de Contas. Tal inteli-
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 38/2019-PC. Julgado em
gência alinha-se às regras de prescrição adotadas pela Ad-
08/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/05/2019.
ministração Pública Federal, nos termos do art. 1º da Lei
Processo nº 17.084-4/2018).
Federal nº 9.873/1999.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 133
Processual. Sanções pecuniárias. Dosimetria. Cri- Processual. Aplicação de multa. Ausência de dano
térios. ao erário.
No âmbito da jurisdição do Tribunal de Contas, não ca- A ausência de dano ao erário não é suficiente para
be explicitar quais foram os critérios objetivos e específicos afastar uma possível aplicação de multa pelo Tribunal de
utilizados na dosimetria de sanções pecuniárias impostas, Contas por condutas praticadas por agentes públicos em
visto que o seu quantum não está vinculado à capacida- desconformidade com a lei.
de econômica ou à condição social do responsável, como (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
ocorre no Direito Penal. Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 116/2017-TP. Julgado em
28/03/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/04/2017.
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto Processo nº 8.489-1/2011).
Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 503/2018-TP. Julgado em
30/10/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/11/2018. Pro- Processual. Sanções. Empresas contratadas. Servi-
cesso nº 2.512-7/2015). dor público e/ou gestor público.
A possibilidade de imputação de sanções pelo Tribunal
Processual. Aplicação de multa. Ausência de dano de Contas do Estado de Mato Grosso, às empresas con-
ao erário. Inexistência de dolo ou má-fé. tratadas por seus fiscalizados, restringe-se às situações de
1. A ausência de dano ao erário não afasta a possi- dano ao erário e de fraude, sendo que no caso de des-
bilidade de aplicação de multa pelo Tribunal de cumprimento ou inadimplência contratual cabe à própria
Contas, por se tratar de sanção pecuniária que vi- Administração imputar à contratada as sanções previstas
sa a punição do agente que age em desconformi- no contrato e na Lei nº 8.666/93. A aplicação, pelo Tribunal,
dade com o ordenamento jurídico, como forma de de multa por ato praticado com grave infração à norma
reprimenda e/ou prevenção de novos atos ilícitos legal ou regulamentar pode alcançar somente o servidor
ou ilegítimos. público e/ou gestor responsável, nos termos do art. 75, III,
2. A aplicação de penalidades pelo Tribunal de Con- c/c art. 77, da Lei Complementar nº 269/2007 (Lei Orgânica
tas não pressupõe a existência de dolo ou má-fé do TCE-MT).
por parte do gestor público, que pode ser respon-
sabilizado por ato culposo decorrente de negligên- (Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Substi-
cia, imprudência ou imperícia. tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 648/2016-TP. Julgado
em 16/12/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/01/2017.
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto Processo nº 2.094-0/2015).
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 318/2018-TP. Julgado em
14/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018. Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
Processo nº 3.106-2/2016). tas. Princípio da vedação ao confisco.
As multas aplicadas pelo Tribunal de Contas são con-
Processual. Sanção pecuniária. Falecimento do sideradas títulos executivos (art. 71, § 3°, CF/1988), o que
agente público. possibilita sua imediata execução, e não se submetem ao
Constatado o falecimento de ex-agente público, res- princípio constitucional da vedação ao confisco (art. 150, IV)
ponsável por atos de gestão inquinados de ilegalidade e que é aplicado no âmbito do Direito Tributário.
apreciados em processo de contas, não se aplica respectiva
sanção pecuniária devido à extinção de punibilidade (art. (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substitu-
107, Código Penal) e porque a sanção tem caráter persona- to Moisés Maciel. Acórdão nº 14/2016-TP. Julgado em
líssimo nos termos do art. 5º, inciso XLV, da Constituição 16/02/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/02/2016.
Federal. Processo nº 27.362-7/2015).
Processual. Sanção pecuniária. Falecimento de ges- Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
tor. Trânsito em julgado de decisão. Princípio da tas. Irregularidades não classificadas em regula-
intransmissibilidade da pena. mento normativo específico.
O falecimento de gestor antes do trânsito em julgado O regulamento normativo específico do Tribunal de
de decisão do Tribunal de Contas que tenha aplicado multa Contas que estabelece a classificação de irregularidades
pela prática de atos ilegais, embora não seja óbice à conti- e os parâmetros para gradação das multas confere maior
nuidade do processo e à condenação pelo ressarcimento de transparência à tutela prestada, mas não se presta a atri-
eventual prejuízo causado ao erário, é causa de extinção da buir caráter exaustivo ao rol de situações classificadas co-
pretensão punitiva do Estado, tendo em vista que, segundo mo irregulares, sendo que as irregularidades não classifi-
o princípio constitucional da intransmissibilidade da pena cadas também são passíveis de sanção.
(art. 5º, XLV), a sanção de natureza personalíssima não po-
de ser imputada e executada em desfavor dos sucessores. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 19/2015-TP. Julgado
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Ja- em 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
queline Jacobsen. Acórdão nº 2.393/2015-TP. Julgado em Processo nº 6.717-2/2014).
02/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 23/06/2015.
Processo nº 12.651-9/2007). Processual. Envio extemporâneo de informações
por desatualização de sistema. Caso fortuito e for-
Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul- ça maior não configurados.
ta. Princípio da legalidade. A falta de atualização de sistema informatizado, por
A aplicação de multa pelo Tribunal de Contas, com fun- meio do qual se envia documentos e informações ao Tri-
damento no art. 70, I, c/c art. 75, VIII, da Lei Complementar bunal de Contas, em regra, não é motivo suficiente para
nº 269/2007, por atraso no cumprimento da obrigação legal caracterizar caso fortuito ou força maior, não se podendo
de envio de documentos e informações definidas por meio então cogitar a exclusão de penalidade pelo encaminha-
de resolução normativa, atende ao princípio da legalidade, mento extemporâneo de informações.
tendo em vista que ao Tribunal, no âmbito de sua compe-
tência e jurisdição, assiste o poder para regulamentar os (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
documentos e informações que devem ser apresentados Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 555/2014-TP. Julgado em
por seus jurisdicionados (artigos 2º e 3º da Lei Complemen- 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014.
tar nº 269/2007). Processo nº 16.913-7/2013).
(Recurso Ordinário. Relatora: Conselheira Substituta Processual. Tribunal de Contas. Aplicação de mul-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 697/2015-TP. Julgado em tas. Irregularidades não classificadas em regula-
10/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Pro- mento normativo específico.
cesso nº 19.486-7/2012). O regulamento normativo específico do Tribunal de
Contas que estabelece parâmetros de gradação das mul-
tas e a classificação de irregularidades confere maior trans-
parência à tutela prestada, mas não se presta a atribuir
caráter exaustivo ou taxativo ao rol de situações classifi-
cadas como irregulares, sendo que as irregularidades não
classificadas também são passíveis de aplicação de multa.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi- (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi-
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 533/2019-TP. Julgado em tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 208/2019-TP. Julgado
14/08/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2019. em 07/05/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2019.
Processo nº 11.385-9/2016). Processo nº 19.886-2/2013).
Processual. Embargos de declaração. Reanálise de rada e fundamentada no contexto fático probatório dos
matéria apreciada. autos e a contradição ocorrer entre a decisão embargada e
A proposição de reanálise de matéria já apreciada pelo outro julgado que adota posicionamento diverso, uma vez
Tribunal em Contas em decisão anterior, com vistas à sua que, a contradição, apta a ensejar embargos declaratórios,
reforma, não é cabível por meio de embargos de declara- deve residir no próprio texto do acórdão embargado, de
ção, que se destina somente a suprir obscuridade, afastar tal forma que se verifique uma ausência de conexão lógica
contradições e eliminar omissões da decisão recorrida. entre a fundamentação utilizada e a parte dispositiva do
julgado.
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Subs-
tituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 1.187/2014-TP. (Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu-
Julgado em 10/06/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 16/2014-TP. Julgado
04/07/2014. Processo nº 6.976-0/2012). em 18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014.
Processo nº 13.932-7/2011).
Processual. Embargos de declaração. Não provi-
mento por não invocação de corresponsabilidade 17.16. RECURSOS: AGRAVO
pela parte em defesa.
Não há que se falar em omissão, não cabendo provi- Processual. Recurso de agravo. Reabertura da ins-
mento dos respectivos embargos de declaração, o fato de trução processual por inconformismo com decisão
o julgador não ter apenado os supostos corresponsáveis por recorrida.
ato administrativo irregular, quando a corresponsabilidade Não cabe provimento de agravo contra julgamen-
não tenha sido invocada pela parte na defesa, ou seja, no to singular, quando o recorrente almeja a reabertura da
momento processual oportuno. instrução processual por não se conformar com a decisão
exarada, deixando de indicar error in judicando ou er-
(Embargos de Declaração. Relatora: Conselheira Substi- ror in procedendo que justifique a retratação da decisão
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 569/2014-TP. Julgado agravada, ou, ainda, mudanças das circunstâncias fáticas
em 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/04/2014. ou jurídicas. Assim, incabível agravo que deixa de atacar
Processo nº 5.582-4/2012). especificamente os fundamentos da decisão recorrida, de
forma a demonstrar que o entendimento esposado merece
Processual. Embargos de declaração. Erro material modificação.
por valor de multa. Provimento parcial.
Quando detectado erro material no momento da leitura (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
do voto, que consista na diferença entre o valor da multa Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 78/2019-TP. Julgado em
publicado e o valor lido no Tribunal Pleno, e que seja in- 19/03/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/03/2019.
capaz de comprometer o raciocínio jurídico desenvolvido Processo nº 34.688-8/2017).
pelo relator, devem ser providos parcialmente os respecti-
vos embargos de declaração, para tão somente elucidar tal Processual. Agravo. Legitimidade recursal.
ponto, sem qualquer modificação da conclusão da decisão. A parte que não interpôs recurso ordinário não é legíti-
ma para propor agravo contra a decisão que negou conhe-
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substitu- cimento a recurso ordinário postulado por terceiros.
to João Batista Camargo. Acórdão nº 577/2014-TP. Julgado
em 18/03/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Waldir Teis.
Processo nº 12.608-0/2012). Acórdão nº 1.299/2014-TP. Julgado em 08/07/2014. Publi-
cado no DOC/TCE-MT em 21/07/2014. Processo nº 17.495-
Processual. Recursos. Embargos de declaração. 5/2013).
Contradição entre a decisão embargada e outros
precedentes.
Não cabe a interposição de embargos de declaração
quando a decisão embargada estiver devidamente ampa-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 139
(Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto Processual. Pedido de Rescisão. Reanálise de argu-
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 31/2014-TP. Julgado em mentos ou rediscussão de teses.
18/02/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 05/03/2014. A rescisão de acórdão é medida excepcionalíssima, visto
Processo nº 5.393-7/2011). que desconstitui a coisa julgada e, portanto, não possui
a finalidade de reanalisar os argumentos de defesa apre-
17.17. PEDIDO DE RESCISÃO sentados anteriormente ou rediscutir teses que já foram
apreciadas e julgadas para efeito de reforma de decisão,
Processual. Pedido de Rescisão. Novo elemento de devendo o objeto do pedido limitar-se às hipóteses previs-
prova. Rediscussão do mérito. tas no art. 58 da Lei Complementar Estadual nº 269/2007
1. O “documento novo” ou “novo elemento de c/c art. 251 do Regimento Interno do TCE-MT.
prova” hábil para amparar Pedido de Rescisão é
aquele que já existia ao tempo da prolação do jul- (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
gado rescindendo, mas que não foi apresentado Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 121/2018-TP. Julgado
ao Tribunal de Contas, por não ter o autor da res- em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/04/2018.
cisória conhecimento da existência do documento Processo nº 15.218-8/2016).
ao tempo do processo primitivo ou por não lhe
ter sido possível juntá-lo aos autos em virtude de Processual. Pedido de Rescisão. Impossibilidade
motivo estranho a sua vontade. de reexame ou rediscussão de fatos ou teses já
2. O Pedido de Rescisão não pode servir como meio apreciadas.
para rediscussão de mérito, haja vista o seu cará- O Pedido de Rescisão não possui a finalidade de reana-
ter excepcional, conforme prescreve o § 8º, do art. lisar argumentos de defesa apresentados anteriormente
251, do Regimento Interno do TCE-MT. ou de rediscutir teses já apreciadas e julgadas em proces-
so que originou a decisão irrecorrível, sendo necessário
(Embargos de Declaração. Relator: Conselheiro Substi- ao proponente, para desconstituir a decisão rescindenda,
tuto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 381/2018-TP. Julgado dentre outros motivos elencados no art. 251 da Resolução
140 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
nº 14/2007 (Regimento Interno do TCE-MT), comprovar a de não concessão de certidão negativa, em razão
ocorrência de violação literal a dispositivo de lei e/ou a do descumprimento do pagamento de condena-
superveniência de novos elementos de prova. ção pecuniária imposta pelo Tribunal de Contas,
não configuram risco de lesão irreparável ou de
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto difícil reparação para efeito de concessão de efeito
Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 408/2017-TP. Julgado suspensivo a Pedido de Rescisão.
em 21/09/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/10/2017.
Processo nº 11.270-4/2017). (Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 1.707/2015-TP. Julgado em
Processual. Pedido de Rescisão. Novos elementos 23/04/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 07/05/2015.
de prova. Documento novo. Processo nº 6.067-4/2015).
Entende-se como “documento novo”, passível de cons-
tituir superveniência de novos elementos de prova capazes Processual. Pedido de Rescisão. Reexame ou redis-
de ensejar um pedido de rescisão, nos termos do art. 251, II, cussão de fatos e provas.
do Regimento Interno do TCE-MT, aquele que foi ignorado O Pedido de Rescisão não admite reexame ou rediscus-
pela parte no processo originário, seja porque não sabia são de fatos e provas do processo que originou a decisão ir-
de sua existência, seja porque não era possível fazer uso recorrível, uma vez que não se trata de instituto regimental
durante o trâmite desse processo. destinado à verificação de acerto ou desacerto no exame
de provas, sendo cabível somente nas hipóteses taxativas
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Valter Albano. previstas no art. 251 do Regimento Interno do Tribunal de
Acórdão nº 46/2017-TP. Julgado em 21/02/2017. Publica- Contas (Resolução nº 14/2007).
do no DOC/TCE-MT em 03/03/2017. Processo nº 12.210-
6/2016). (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 731/2014-TP. Julgado em
Processual. Pedido de Rescisão. Conversão de mul- 01/04/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 15/04/2014.
tas. Comparação com outros julgamentos. Processo nº 10.612-7/2013).
A título de argumento justificador de Pedido de Resci-
são, a simples comparação com o julgamento de contas Processual. Pedido de Rescisão. Omissão acerca de
de outros jurisdicionados, por si só, não é suficiente para ação judicial contra agentes públicos. Não carac-
converter multas em recomendações e/ou determinações terização de prova falsa ou vício no julgamento.
legais, tendo em vista que cada sanção aplicada se funda- A omissão em relatório técnico preliminar de auditoria
menta em circunstâncias próprias inerentes a cada caso ou em relatório técnico de defesa acerca de ação judicial
concreto. proposta contra agentes públicos, em que se apura possí-
veis desvios de verbas públicas, não caracteriza prova falsa
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Domingos ou qualquer vício capaz de contaminar o julgamento das
Neto. Acórdão nº 196/2016-TP. Julgado em 12/04/2016. respectivas contas, tendo em vista que os acórdãos profe-
Publicado no DOC/TCE-MT em 20/04/2016. Processo nº ridos pelo colegiado do Tribunal de Contas não estão ads-
6.451-3/2013). tritos aos relatórios técnicos, mas sim conduzido pelo voto
do conselheiro relator, elaborado após análise de todos os
Processual. Pedido de Rescisão. Efeito suspensivo. fatos, argumentos e documentos contidos no processo.
Requisitos.
1. A concessão de efeito suspensivo a Pedido de (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Valter Albano
Rescisão está condicionada à existência de prova da Silva. Acórdão nº 481/2014-TP. Julgado em 11/03/2014.
inequívoca e da verossimilhança do alegado, bem Publicado no DOC/TCE-MT em 19/03/2014. Processo nº
como a fundado receio de dano irreparável ou de 10.787-5/2012).
difícil reparação à parte interessada (§ 2º, art. 251,
Resolução nº 14/2007 do TCE-MT).
2. A possibilidade de execução judicial do infrator e
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 141
Processual. Revisão de Parecer Prévio. Reanálise Processual. Tomada de Contas Especial. Contas Ili-
de fundamentos de fato e de direito. quidáveis. Identificação dos responsáveis.
Não é cabível Pedido de Revisão de Parecer Prévio vi- O processo de Tomada de Contas Especial será arqui-
sando a reanálise de fundamentos de fato e de direito que vado sem julgamento de mérito, e as respectivas contas
embasaram o parecer contrário à aprovação da respectiva declaradas iliquidáveis, quando o conjunto probatório
contas anuais de governo, haja vista que tal instituto não constante dos autos se mostrar insuficiente para identifi-
ostenta natureza recursal, sendo considerado um incidente car os responsáveis pelo dano apontado, comprometendo
processual de natureza administrativa, destinado a corrigir a individualização das condutas, situação essa necessária
eventuais erros materiais ou de cálculo, nos termos do art. para qualquer instrumentalização punitiva.
283-B, V, c/c art. 283-A do Regimento Interno do TCE/MT.
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselheiro
(Pedido de Revisão de Parecer Prévio. Relator: Conse- Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 135/2018-TP.
lheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 123/2018- Julgado em 24/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
TP. Julgado em 17/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 08/05/2018. Processo nº 4.010-0/2017).
26/04/2018. Processo nº 8.452-2/2016).
17.20. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO
Processual. Revisão de Parecer Prévio. Rediscussão
de teses jurídicas e discussão de fatos novos. Processual. Ressarcimento ao erário. Natureza ju-
O Pedido de Revisão de Parecer Prévio não se presta rídica. Responsabilidade solidária. Aplicação dos
a rediscutir teses jurídicas ou a tratar de fatos novos não princípios da intranscendência e individualização
discutidos no momento processual oportuno e apropria- da pena.
do, mas somente a corrigir eventuais erros materiais ou de Dada a natureza jurídica de reparação civil atribuída às
cálculo, conforme lição do inciso V do artigo 283-B, c/c art. condenações em ressarcimento de valores ao erário, não
283-A do Regimento Interno do TCE/MT. é cabível afastar a responsabilidade solidária imputada ao
agente público, por ato que implique dano ao erário, com
(Pedido de Revisão de Parecer Prévio. Relatora: Conse- fundamento nos princípios da intranscendência e da indi-
lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 97/2018- vidualização da pena, uma vez que esses princípios devem
TP. Julgado em 10/04/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em ser aplicados apenas no momento de sopesamento das
19/04/2018. Processo nº 8.448-4/2016). condutas individuais dos agentes para fins de definição da
dosimetria de multa.
19.2. GESTOR PÚBLICO / CHEFE DE PODER (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto João Batista Camargo. Acórdão nº 11/2020-
Responsabilidade. Negligência na emissão de em- SC. Julgado em 19/05/2020. Publicado no DOC/TCE-MT em
penho prévio. Erro grosseiro. Gestor público. 15/06/2020. Processo nº 27.659-6/2017).
1. O gestor público que negligencia o dever legal de
observar as normas que regem as despesas pú- Responsabilidade. Controle da jornada de traba-
blicas, especialmente quanto à obrigatoriedade lho. Gestor público. Erro grosseiro
de emissão de empenho prévio à realização da A negligência do gestor público no dever de determinar
despesa, é passível de responsabilização pela a instauração de um controle preciso da jornada de traba-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 145
Responsabilidade. Deficiência de projeto básico de (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
obra pública. Gestor municipal. tituto Luiz Carlos Pereira. Parecer Prévio nº 84/2017- TP.
A responsabilização de ex prefeito municipal pela de- Julgado em 28/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
ficiência de projeto básico de obra pública deve ser rela- 14/12/2017. Processo nº 8.246-5/2016).
tivizada, porquanto a confecção e análise técnica de tal
instrumento cabem ao secretário do setor solicitante e Responsabilidade. Gestor e cessionário. Solidarie-
ao presidente da comissão permanente de licitação. Aos dade. Cessão de bens móveis. Extravio. Ressarci-
administradores municipais, a responsabilidade pela in- mento ao erário.
completude de projetos básicos deve ser atribuída com Respondem, solidariamente, pelo extravio de bem pa-
fundamento na culpa in eligendo e/ou culpa in vigilando. trimonial móvel, objeto de cessão de uso: o gestor público
que não promoveu medidas fiscalizatórias para assegurar
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- a fiel execução do ajuste, de modo a evitar que eventual
ro Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 236/2018 – TP. desídia ou má-fé do cessionário pudesse provocar prejuízos
Julgado em 20/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em irreversíveis ou de difícil ou onerosa reparação ao erário; e
05/07/2018. Processo nº 23.426-5/2015). o cessionário que não devolve o bem cedido; cabendo-lhes
o ressarcimento aos cofres públicos, com recursos próprios
Responsabilidade. Ordenador de despesas. Despe- e atualizados com juros e correção monetária.
sas ilegítimas. Juros, correção monetária e multas.
O ordenador de despesas, ao autorizar pagamentos de (Representação de Natureza Externa. Relatora: Conse-
despesas ilegítimas que ensejam a incidência de acréscimos lheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 15/2017-
moratórios (juros, correção monetária e multas), deve ime- PC. Julgado em 24/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
diatamente adotar as providências necessárias para identi- 07/11/2017. Processo nº 15.803-8/2016).
ficar o agente responsável, a causa do atraso, o montante
incorrido impropriamente, possíveis causas de atenuantes Responsabilidade. Repasse de duodécimo superior
ou excludentes da conduta do agente, e, sendo o caso, a limite constitucional. Não exclusão de responsa-
adotar medidas aptas a garantir o ressarcimento dos va- bilidade do chefe do Executivo.
lores aos cofres públicos. Caso o ordenador de despesas Havendo repasses de duodécimos ao Legislativo mu-
permaneça inerte ou omita-se em empregar as medidas nicipal em valor superior ao limite constitucional, não são
imprescindíveis a fim de apurar as responsabilidades dos suficientes para exclusão de responsabilidade do Chefe do
agentes causadores das despesas lesivas, bem como não Executivo municipal, as alegações de ausência de má-fé, de
adote atitudes para a devida devolução aos cofres, deverá inexistência de prejuízo ao erário, e o estrito cumprimento
ser responsabilizado pelo dano, ressarcindo ao erário com à previsão de Lei Orçamentária Anual (LOA). Para evitar tal
recursos próprios. situação irregular, o Prefeito deve ajustar o orçamento da
Câmara e reduzir os repasses de duodécimos, sob pena de
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- incorrer em crime de responsabilidade.
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 14/2018-PC.
Julgado em 13/03/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em (Contas Anuais de Governo. Relatora: Conselheira Subs-
21/03/2018. Processo nº 18.969-3/2016). tituta Jaqueline Jacobsen. Parecer Prévio nº 45/2017- TP.
Julgado em 10/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em
Responsabilidade. Chefe do Executivo. Não deta- 31/10/2017. Processo nº 8.452-2/2016).
lhamento de Orçamento Fiscal e Seguridade So-
cial. Responsabilidade. RPPS. Plano de amortização de
É de responsabilidade do chefe do Poder Executivo, e déficit atuarial. Ausência de demonstração de via-
não do contador do ente público municipal, o não deta- bilidade orçamentária e financeira.
lhamento de valores específicos referentes ao Orçamento No caso de ausência de demonstração de viabilidade
Fiscal e Seguridade Social na LOA, visto que tal peça de orçamentária e financeira para a implementação de Plano
planejamento se trata de lei de iniciativa do Executivo, con- de Amortização de déficit atuarial, no âmbito de Regime
forme dispõe o artigo 165, inciso III, da Constituição Federal. Próprio de Previdência Social (RPPS), podem ser responsa-
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 147
ou omissões na efetiva divulgação informacional à socie- somado às prorrogações, se encontra abaixo do limite da
dade, tendo em vista ser sua a obrigação de fazer cumprir modalidade licitatória adotada no certame, mesmo que a
a referida norma nacional. contratação originária e a respectiva escolha da modalida-
de tenham ocorrido em gestão anterior.
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
ro Antonio Joaquim. Acórdão nº 3.058/2015-TP. Julgado em to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 94/2014-SC. Julgado
04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. em 02/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/11/2014.
Processo nº 7.553-1/2015). Processo nº 8.227-9/2013).
19.3. ADVOGADO PÚBLICO / PARECERISTA JURÍDICO (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 107/2019-PC.
Responsabilidade. Cláusulas restritivas de edital Julgado em 02/10/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
licitatório. Parecerista jurídico, pregoeiro e prefei- 15/10/2019. Processo nº 29.537-0/2017).
to.
Na individualização de condutas, quanto a irregulari- Responsabilidade. Advogado público. Parecer jurí-
dades em cláusulas de edital licitatório que culminam na dico sobre minutas de editais de licitação e contra-
restrição injustificada à competitividade do certame, de- tos. Hipóteses de não responsabilização.
vem ser responsabilizados e sujeitos à aplicação de multa Os pareceres jurídicos emitidos sobre minutas de editais
pecuniária: de licitação e contratos administrativos (art. 38, parágrafo
a. o parecerista jurídico, que incorre em erro gros- único, Lei 8.666/93) têm natureza obrigatória, não havendo
seiro ou culpa grave, ao deixar de exercer correta- que se falar em responsabilização do parecerista quando
mente o dever profissional que lhe compete, não o ato está devidamente fundamentado e se defende tese
identificando e explicitando a evidente restrição jurídica aceitável, com amparo em lição doutrinária ou ju-
da competitividade nas cláusulas do certame; risprudencial, bem como não reste comprovado culpa grave
b. o pregoeiro, que atua como o signatário do edital ou dolo do advogado público ou inexista nexo causal entre
do certame, presumindo-se ser ele o responsável o parecer emitido e eventual dano causado ao erário.
pelas cláusulas previstas no instrumento convo-
catório, a despeito de a elaboração do edital não (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio
ser prevista na legislação como uma de suas atri- Ricardo. Acórdão nº 3.046/2015-TP. Julgado em 04/08/2015.
buições; Publicado no DOC/TCE-MT em 27/08/2015. Processo nº
c. o prefeito municipal, ao praticar o ato de homo- 1.943-7/2014).
logação do certame, atraindo para si a responsa-
bilidade pelos vícios nele contidos, uma vez que Responsabilidade. Parecerista jurídico. Contrata-
seu ato consiste em aprovação hierárquica sobre ção com preços superiores aos de mercado.
os atos do procedimento. Não cabe a responsabilização do parecerista jurídico
pela contratação de bens ou serviços com preços compro-
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- vadamente superiores aos de mercado, em decorrência de
ro Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 136/2019-PC. pregão em que não houve análise de compatibilidade da
Julgado em 06/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em proposta do licitante vencedor com os valores consignados
21/11/2019. Processo nº 6.795-4/2019). em planilha de cotação de preços, tendo em vista que, nes-
sa situação não há relação de causalidade entre o parecer
Responsabilidade. Parecerista jurídico. Aditivo con- jurídico que avalia a legalidade do certame e o dano ao
tratual. Ausência de justificativa para aumento de erário.
demanda por serviços contratados.
1. Cabe responsabilização do parecerista jurídico que (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
se manifesta, equivocadamente, ao admitir, em lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 451/2015-TP. Julgado
parecer, aditivo contratual sem que constassem em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
dos autos demonstração e justificativa do aumen- Processo nº 17.306-1/2014).
to da demanda por serviços contratados.
2. No tocante à avaliação jurídica, embora opinativa Responsabilidade. Parecerista jurídico. Erros gra-
e não vinculante, é necessário mencionar as im- ves ou omissões em parecer jurídico obrigatório.
propriedades processuais constatadas no procedi- Nas situações em que a emissão de parecer jurídico
mento, sob pena de caracterizar imperícia, espe- sobre atos inerentes a procedimento licitatório seja obriga-
cialmente no que tange à coerência e à demons- tória, o parecerista jurídico responde por erros graves ou
tração da necessidade de acréscimos contratuais. omissões em seus posicionamentos, por meio dos quais se
aprova, sem amparo legal, edital de licitação com cláusula
que restringe a competitividade do certame.
150 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro José Carlos (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substitu-
Novelli. Acórdão nº 576/2014-TP. Julgado em 18/03/2014. to Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 199/2014-SC. Julgado
Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2014. Processo nº em 11/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 01/12/2014.
10.164-8/2012). Processo nº 8.228-7/2013).
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 151
Responsabilidade. Pregoeiro. Ausência de orça- de da proposta vencedora em face dos preços de referência
mento detalhado em planilhas. Julgamento de da licitação (art. 4º, XI).
propostas.
Responde por conduta omissiva, o pregoeiro que dá en- (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
caminhamento a procedimento licitatório, especialmente lheiro José Carlos Novelli. Acórdão nº 451/2015-TP. Julgado
por ocasião de julgamento de propostas, diante da impre- em 03/03/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/03/2015.
cisão do objeto caracterizada pela ausência de orçamento Processo nº 17.306-1/2014).
detalhado em planilhas que expressem a composição de
todos os custos unitários do objeto licitado, em violação ao Responsabilidade. Pregoeiro. Preferência por mar-
art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 8.666/93. ca em certame licitatório.
O pregoeiro não deve ser responsabilizado pela restri-
(Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Moisés Maciel. ção à competitividade decorrente da preferência de marca
Acórdão nº 601/2016-TP. Julgado em 18/11/2016. Publica- indicada em certame licitatório, quando não tiver partici-
do no DOC/TCE-MT em 02/12/2016. Processo nº 21.240- pado da elaboração do Termo de referência e do edital do
7/2011). certame, tendo em vista que não consta no rol de suas
atribuições a elaboração desses documentos, conforme art.
Responsabilidade. Membros de CPL e parecerista 3º, IV, da Lei 10.520/2002.
técnico. Inexistência ou deficiência de Projetos Bá-
sicos em licitação de obras. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Valter Albano.
Os membros de Comissão Permanente de Licitação Acórdão nº 687/2015-TP. Julgado em 10/03/2015. Publicado
(CPL) respondem pela continuidade irregular de licitação no DOC/TCE-MT em 25/03/2015. Processo nº 7.488-8/2013).
de obras públicas em decorrência da não existência ou
inserção de Projetos Básicos manifestamente deficitários Responsabilidade. Pregoeiro. Ausência de orça-
no processo, sendo que, apesar de a elaboração ou a re- mento detalhado em planilhas. Serviços de enge-
tificação desses Projetos não ser da competência desses nharia.
agentes públicos, estes devem observar a completude e Responde por conduta omissiva, sujeita à multa, o
a suficiência dos Projetos que fundamentam o certame. pregoeiro que dá seguimento a procedimento licitatório
Responde, também, o agente público que emitir parecer destinado à contratação de serviços de engenharia, sem
técnico favorável ao processo licitatório que não apresenta verificar a existência de orçamento detalhado em planilhas
os respectivos Projetos Básicos. que expressem a composição de todos os custos unitários
do objeto, conforme exige os termos do art. 7º, § 2º, inciso
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei- II, da Lei nº 8.666/93.
ro Waldir Júlio Teis. Acórdão nº 65/2016-PC. Julgado em
09/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/08/2016. (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
Processo nº 17.993-0/2014). lheiro Antonio Joaquim. Acórdão nº 07/2015-TP. Julgado
em 24/02/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 12/03/2015.
Responsabilidade. Gestor público. Pregoeiro. Con- Processo nº 21.240-7/2011).
tratação de bens e serviços com sobrepreço.
O gestor público e o pregoeiro devem ser responsabi- Responsabilidade. Gestor público, pregoeiro e
lizados pela contratação de bens ou serviços com preços equipe de apoio. Publicação de alteração de edital.
comprovadamente superiores aos de mercado, em decor- A responsabilidade pela ausência de solicitação, ao se-
rência de pregão em que não houve análise de compatibi- tor competente, de publicação de alteração de cláusula do
lidade da proposta do licitante vencedor com os valores edital de pregão que interfira na formulação das propostas,
consignados em planilha de cotação de preços, tendo em contendo a concessão de novo prazo para recebimento das
vista que, nos termos da Lei Federal 10.520/2002, o gestor propostas nos termos do art. 21, § 4º, Lei nº 8.666/1993,
tem o dever de efetuar o controle de legalidade do procedi- deve ser imputada tanto ao pregoeiro quanto ao gestor
mento licitatório quando da homologação do certame (art. público, mas não à equipe de apoio, pois esta não possui
4º, XXII) e o pregoeiro tem o dever de avaliar a aceitabilida- atribuições que importem em julgamento ou deliberação
154 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
de caráter decisório, lhe competindo prestar assistência ao de haver configuração de dano ao erário.
pregoeiro, executando atividades como a realização de di-
ligências, a formalização de atos processuais, entre outras. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
Luiz Carlos Pereira. Acórdão n° 271/2017-TP. Julgado em
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- 13/06/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 26/06/2017. Pro-
tuto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 2.563/2014-TP. Julgado cesso n° 17.867-5/2014).
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/11/2014.
Processo nº 7.549-3/2013). Responsabilidade. Profissional projetista. Plane-
jamento de obras públicas. Normas de acessibi-
Responsabilidade. Gestor público. Presidente de lidade.
comissão de licitação. Falhas no objeto licitado. O planejamento construtivo de edificações, vias, praças,
O gestor público e o presidente de comissão perma- logradouros, parques e demais espaços de uso público de-
nente de licitação respondem por ausências ou falhas na verão observar as exigências das normas técnicas da ABNT,
caracterização do objeto licitado que poderiam ser por eles no que tange à acessibilidade para pessoas portadoras de
identificadas e corrigidas antes da realização do certame. deficiência ou com mobilidade reduzida (Lei nº 10.098/00
c/c Decreto nº 5.296/04). O profissional que elabora proje-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substi- to urbanístico para obras públicas, sem atentar às normas
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 187/2014-SC. Julgado técnicas complementares relacionadas à acessibilidade,
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014. poderá ser sancionado pelo Tribunal de Contas.
Processo nº 8.012-8/2013).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
19.8. OUTROS AGENTES PÚBLICOS lheiro Waldir Júlio Teis. Acórdão n° 202/2017-TP. Julgado
em 16/05/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 24/05/2017.
Responsabilidade. Agentes públicos. Licitação. As- Processo nº 14.575-0/2015).
sinatura de documentos. Exigências restritivas à
competitividade. Responsabilidade. Multas de trânsito. Condutor
Respondem individualmente, de forma comissiva ou de veículo.
omissiva, os agentes públicos que tenham assinado do- Em regra, o pagamento de multas por infrações de trân-
cumentos de procedimentos licitatórios, tais como: termo sito aplicadas a veículos públicos é de responsabilidade do
de referência, minuta de contrato e/ou edital; em que se condutor, devendo a Administração instaurar procedimento
constate exigência abusiva que restrinja a competitividade administrativo com a finalidade de apurar essa responsa-
do certame, podendo ser-lhes aplicadas sanções pecuniá- bilidade.
rias pelo Tribunal de Contas.
(Contas Anuais de Gestão. Relatora: Conselheira Subs-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro tituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 93/2015-SC. Julgado
Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 43/2017- SC. em 18/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 09/09/2015.
Julgado em 11/10/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em Processo nº 3.027-9/2014).
31/10/2017. Processo nº 21.471-0/2016).
Responsabilidade. Ineficiência dos procedimentos
Responsabilidade. Conduta contrária à LAI. Aplica- de controle. Líder da unidade executora. Dirigente
ção de penalidade pelo TCE-MT. máximo. Responsabilização solidária.
O descumprimento às normas e regras impostas pela O servidor responsável pela unidade executora respon-
Lei de Acesso à Informação – LAI (Lei Federal nº 12.527/11) de pela ineficiência dos procedimentos de controle do res-
não representa irregularidade meramente burocrática, sen- pectivo sistema administrativo. Para essa irregularidade, o
do passível de penalização pelo Tribunal de Contas, tendo gestor ou dirigente máximo da entidade não será respon-
em vista que a conduta omissiva ou comissiva em descon- sabilizado, uma vez que a ineficiência de procedimentos de
formidade com o ordenamento jurídico vigente pode en- controle tem caráter operacional, salvo se restar comprova-
sejar a responsabilização do agente, independentemente da sua culpa in eligendo ou in vigilando, situação em que
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 155
Responsabilidade. Servidor designado para envio (Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Antonio Joa-
de informações via Aplic. Atrasos no envio. Nexo quim. Acórdão nº 2.993/2015-TP. Julgado em 07/07/2015.
de causalidade entre conduta do agente e atrasos. Publicado no DOC/TCE-MT em 20/07/2015. Processo nº
Não cabe a responsabilização de servidor designado 17.935-3/2014).
como responsável pelo envio de informações via Aplic em
decorrência de atrasos na remessa dos informes, quando Responsabilidade. Envio de informações via Aplic.
restar comprovado que o agente público adotou providên- Responsável primário.
cias junto aos setores competentes para evitar os atrasos. 1. A irregularidade decorrente do envio de informa-
A mera delegação formal da atividade de envio de infor- ções incorretas via sistema Aplic deve ser impu-
mações ao Tribunal de Contas não é suficiente para a res- tada ao responsável primário pela prestação de
ponsabilização e penalização do agente designado, sendo contas do Poder ou órgão, sob a premissa de que
necessária a constatação da responsabilidade subjetiva do a obrigação de prestar contas por meio eletrônico
agente, ou seja, deve restar comprovado o nexo de cau- ao Tribunal não pode ser objeto de delegação a
salidade entre a conduta do agente e o resultado obtido terceiros.
(atrasos). 2. No Legislativo Municipal, o Presidente da Câma-
ra é o responsável primário pela prestação de
(Pedido de Rescisão. Relator: Conselheiro Waldir Júlio contas ao Tribunal por meio de sistema eletrônico,
Teis. Acórdão nº 84/2016-TP. Julgado em 01/03/2016. Pu- estando sujeito à aplicação de sanção pecuniária
blicado no DOC/TCE-MT em 11/03/2016. Processo nº 20.475- quando da constatação de divergência entre
7/2014). informações enviadas por meio físico e por meio
eletrônico.
Responsabilidade. Gestor público. Servidor desig-
nado para operar sistema eletrônico. Divergência (Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
entre informações. ro Substituto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 27/2015-
A responsabilidade pela irregularidade decorrente de SC. Julgado em 02/06/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em
divergência entre informações enviadas por meio físico e/ 22/06/2015. Processo nº 10.496-5/2014).
ou eletrônico e as constatadas em auditoria é do gestor
público titular do Poder ou órgão, tendo em vista o seu 19.10. EMPRESAS CONSTRUTORAS
dever constitucional e legal de prestar contas (art. 70, pa-
rágrafo único, CF/1988; arts. 5º, 11 a 15, LC nº 269/2007), não Responsabilidade. Empreiteiro. Responsabilidade
cabendo responsabilização por tal divergência ao servidor objetiva. Garantia quinquenal.
designado para operar o sistema eletrônico. Nos termos do art. 618 do Código Civil, o empreiteiro,
durante a garantia quinquenal, tem responsabilidade obje-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- tiva por defeitos verificados na obra que executou, motivo
tuto Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 85/2015-SC. Julgado pelo qual é seu o ônus de apresentar provas capazes de
em 04/08/2015. Publicado no DOC/TCE-MT em 31/08/2015. eximir-se de tal responsabilidade, que só poderá ser afas-
Processo nº 1.987-9/2014). tada com a demonstração de culpa exclusiva de outrem ou
caso fortuito ou força maior.
Responsabilidade. Gestor atual. Atraso ou não en-
vio de informes via Aplic. (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Substituto
O gestor atual não deve ser responsabilizado pelo não João Batista Camargo. Acórdão nº 49/2017-TP. Julgado em
envio ou envio intempestivo de informes do Aplic que de- 21/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 03/03/2017. Pro-
veriam ter sido encaminhados na gestão anterior, quando cesso nº 13.642-5/2010).
ficar comprovado que não foi ele quem deu causa à irregu-
laridade, não cabendo a aplicação do princípio da continui- Responsabilidade. Empresa construtora. Inexecu-
dade administrativa para lhe responsabilizar. ção parcial de obra. Ressarcimento de valores.
A empresa construtora contratada pela Administração
responde pelos serviços não executados, executados em
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 157
quantidade inferior e/ou mal executados que configurem selheira Substituta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº
inexecução parcial do contrato (art. 618, Código Civil, c/c 2.145/2015-TP. Julgado em 19/05/2015. Publicado no DOC/
artigos 69 e 70 da Lei nº 8.666/93), mesmo diante do fato TCE-MT em 01/06/2015. Processo nº 17.500-5/2010).
de a obra ter sido recebida definitivamente, sob pena de
devolução aos cofres públicos da quantia recebida de ma- 19.11. EMPRESAS SUBCONTRADAS
neira ilegítima, com juros e correção monetária.
Responsabilidade. Dano ao erário. Empresas sub-
(Tomada de Contas Especial. Relator: Conselhei- contratadas por agências de publicidade. Respon-
ro Domingos Neto. Acórdão nº 12/2017-TP. Julgado em sabilização pelo Tribunal de Contas.
07/02/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 17/02/2017. As empresas subcontratadas por agências de publicida-
Processo nº 12.837-6/2015). de podem ser responsabilizadas pelo Tribunal de Contas no
caso de constatação de dano ao erário decorrente da execu-
Responsabilidade. Empresa construtora. Vícios, ção de contratos firmados pela Administração Pública com
defeitos ou incorreções em obras públicas. as agências. Caso não haja comprovação de dano ao erário,
A responsabilidade civil do construtor contratado pela a lide decorrente da relação contratual entre as agências de
Administração por vícios, defeitos ou incorreções verifica- publicidade e as subcontratadas possuirá natureza privada
das em obras públicas é objetiva, tendo o contratado o e deverá ser pleiteada judicialmente.
dever de repará-los às suas expensas ou indenizar o erário,
independentemente de culpa. (Recurso de Agravo. Relator: Conselheiro Substituto
Isaías Lopes da Cunha. Acórdão nº 281/2018-TP. Julgado
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conse- em 31/07/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 16/08/2018.
lheiro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 245/2016 Processo nº 7.609-0/2017).
-TP. Julgado em 03/05/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em
18/05/2016. Processo nº 13.642-5/2010). 19.12. SOLIDARIEDADE: AGENTE PÚBLICO E EMPRE-
SA CONTRATADA
Responsabilidade. Gestor público. Empresa contra-
tada. Obra pública. Garantia quinquenal. Responsabilidade. Solidariedade. Fiscal de con-
1. Não cabe a responsabilização do gestor em razão trato de obra e empresa contratada. Empreitada
de vícios e/ou defeitos construtivos detectados por preço global. Medições mensais e pagamento.
em obra pública, quando comprovada a adoção Atesto da execução do contrato.
tempestiva das medidas administrativas pertinen- 1. O engenheiro fiscal, designado informalmente
tes para exigir da empresa construtora a repara- como fiscal de contrato de obra, responde solida-
ção dos vícios e/ou defeitos detectados durante riamente com a empresa contratada por dano ao
o prazo de garantia quinquenal previsto no artigo erário, decorrente de conduta negligente ao não
618 do Código Civil. comunicar ao ordenador de despesas acerca da
2. A empresa executora de obra pública responde divergência entre serviços previstos e os executa-
perante o Tribunal de Contas em razão da consta- dos, ainda que inexistentes o ato formal de nome-
tação de dano ao erário decorrente de falhas cons- ação e a Anotação de Responsabilidade Técnica
trutivas e do descumprimento do artigo 618 do (ART) atribuindo-lhe tais funções, uma vez que
Código Civil, que estabelece a garantia quinque- como engenheiro detém conhecimento e habili-
nal da obra, quando, mesmo depois de notifica- tação legal para atestar a medição dos serviços
da pela administração, não promove a reparação efetivamente prestados.
tempestiva dos defeitos construtivos detectados 2. O contrato de obra sob o regime de empreitada
durante o prazo da garantia, sujeitando-se à apli- por preço global é compatível com a realização de
cação de multa (art. 289, I e II, da Resolução nº medições mensais, cujos pagamentos só podem
14/2007 do TCE-MT). ser realizados à medida que as etapas previstas
no cronograma físico-financeiro forem executadas
(Representação de Natureza Interna. Relatora: Con- e atestadas pelo fiscal do contrato.
158 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheira Substi- 19.15. SOLIDARIEDADE: PESSOAS JURÍDICAS E SEUS
tuta Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 187/2014-SC. Julgado ADMINISTRADORES
em 04/11/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/11/2014.
Processo nº 8.012-8/2013). Responsabilidade. Solidariedade. Pessoas jurídicas
de direito privado e seus administradores (pessoas
19.14. SOLIDARIEDADE: GESTOR PREVIDENCIÁRIO físicas). Contrato de Gestão.
E TERCEIROS Respondem por danos causados ao erário: a entidade
jurídica de direito privado responsável pela aplicação de
Responsabilidade. Gestor previdenciário. Empresa recursos públicos, repassados por meio de Contrato de
de assessoria e consultoria. Instituição financeira. Gestão, e os seus respectivos administradores à época dos
Negociação irregular de títulos públicos federais. fatos danosos, cabendo a essas pessoas, solidariamente,
Solidariedade. Desconsideração da personalidade a restituição aos cofres públicos de valores glosados pe-
jurídica. Inabilitação para o exercício de cargo em la Administração na correspondente prestação de contas,
comissão ou função de confiança. atualizados monetariamente.
1. Respondem, solidariamente, com recursos próprios,
pelo dano aos cofres de entidade previdenciária de- (Recurso Ordinário. Relator: Conselheiro Domingos Ne-
corrente da aquisição de títulos públicos federais to. Acórdão nº 34/2017-TP. Julgado em 14/02/2017. Publi-
com preços acima dos valores médios praticados no cado no DOC/TCE-MT em 22/02/2017. Processo nº 6.115-
mercado: a) o ex-gestor previdenciário, pela condu- 8/2014).
ta negligente nas aplicações em títulos públicos; b)
os acionistas e sócios de empresa de assessoria e 19.16. DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
consultoria previdenciária, pela indicação de insti-
tuição financeira que tenha realizado negociações Responsabilidade. Envio de informações. Delega-
lesivas à entidade previdenciária; e c) os adminis- ção. Gestor.
tradores e controlador da instituição financeira 1. A delegação da incumbência de envio de dados,
que tenha negociado títulos públicos federais com informes e documentos obrigatórios ao Tribunal
preços artificiosos acima do valor de mercado, pro- de Contas não elide a responsabilidade, direta ou
duzindo ganhos ilegítimos em benefício próprio e indireta, do gestor delegante, que tem o dever
de terceiros. constitucional de prestar contas dentro do prazo
2. Aplica-se o instituto da desconsideração da perso- constitucional e na forma legalmente prevista.
nalidade jurídica com intuito de se responsabilizar 2. A não evidenciação de eventual ocorrência de ca-
e alcançar o patrimônio dos acionistas e sócios da so fortuito ou força maior, que justifique o atraso
empresa de assessoria e consultoria, contratada pe- no envio de balanço geral anual e dos respectivos
la entidade previdenciária, e dos administradores e demonstrativos contábeis, implica no não afasta-
controlador da instituição indicada para atuar junto mento da irregularidade e na responsabilização
ao mercado financeiro. do gestor.
3. Ao ex-gestor previdenciário é aplicável a sanção de
inabilitação para o exercício de cargo em comissão (Contas Anuais de Governo. Tomada de Contas Ordiná-
ou função de confiança, pelo cometimento de ato ria. Relator: Conselheiro Substituto Moisés Maciel. Parecer
de improbidade caracterizado pela realização de Prévio nº 135/2020. Julgado em 02/06/2020. Publicado no
operação financeira sem observância das normas DOC/TCE-MT em 09/07/2020. Processo nº 23.668-3/2016).
legais e regulamentares (art. 10, VI, Lei 8.429/1992).
(Representação de Natureza Interna. Relator: Conselhei-
ro Substituto Luiz Henrique Lima. Acórdão nº 221/2018-TP.
Julgado em 12/06/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
21/06/2018. Processo nº 5.817-3/2015).
162 Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020
(Monitoramento. Relator: Conselheiro Substituto João (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
Batista Camargo. Acórdão nº 676/2019-TP. Julgado em Substituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 28/2018 – PC.
10/09/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/09/2019. Julgado em 15/05/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em
Processo nº 16.115-2/2017). 04/06/2018. Processo nº 1.567-9/2016).
20.2. MEDICAMENTOS
(Recurso de Agravo. Relatora: Conselheira Substituta (Contas Anuais de Governo. Parecer Prévio nº 37/2019-
Jaqueline Jacobsen. Acórdão nº 22/2020-PC. Julgado em TP. Julgado em 07/11/2019. Publicado no DOC/TCE-MT em
20/05/2020. Processo nº 12.087-1/2019). 28/11/2019. Processo nº 16.680-4/2018).
Transparência. Metas fiscais. Necessidade de re- (Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Subs-
alização de audiências públicas quadrimestrais. tituto Isaías Lopes. Parecer Prévio nº 65/2017-TP. Julgado
Divulgação de relatórios e demonstrativos (art. em 14/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 30/11/2017.
63, LRF). Processo nº 25.899-7/2015).
1. A realização de audiências públicas quadrimes-
trais, pelo Poder Executivo, para demonstrar a Transparência. Metas fiscais. Necessidade de re-
avaliação do cumprimento de metas fiscais, con- alização de audiências públicas quadrimestrais.
forme dispõe o art. 9º, § 4º, da LRF, deve ocorrer Divulgação de relatórios e demonstrativos (art.
independentemente da opção pelo prazo semes- 63, LRF).
tral facultado aos Municípios com população infe- 1. A realização de audiências públicas quadrimes-
rior a cinquenta mil habitantes para a divulgação trais, pelo Poder Executivo, para demonstrar a
dos relatórios e demonstrativos previstos no art. avaliação do cumprimento de metas fiscais, con-
63 dessa mesma Lei. forme dispõe o art. 9º, § 4º, da LRF, deve ocorrer
2. A divulgação dos relatórios e demonstrativos re- independentemente da opção pelo prazo semes-
queridos pelo art. 63 da LRF deve ser entendida tral facultado aos Municípios com população infe-
como uma publicação mais ampla, que alcance rior a cinquenta mil habitantes para a divulgação
não só a imprensa oficial, e que não tem relação dos relatórios e demonstrativos previstos no art.
com audiências de avaliação das metas fiscais. 63 dessa mesma Lei.
2. A divulgação dos relatórios e demonstrativos re-
(Contas Anuais de Governo. Relator: Conselheiro Substi- queridos pelo art. 63 da LRF, além da publicação
tuto Moisés Maciel. Parecer Prévio nº 100/2017-TP. Julgado na imprensa oficial, deve ocorrer, também, por
em 30/11/2017. Publicado no DOC/TCE-MT em 19/12/2017. meio de comunicação mais ampla, a exemplo de
Processo nº 8.409-3/2016). sites eletrônicos, murais etc.
Tributação. Administração fazendária municipal. Tributação. IPTU. Isenção prevista em lei. Processo
Atualização da Planta Genérica de Valores. administrativo.
1. O Município deve atualizar periodicamente a Plan- Para verificação e comprovação do direito à isenção
ta Genérica de Valores, em observância à Resolu- de IPTU prevista em lei, a Administração deve formalizar
ção Normativa nº 31/2012 do TCE-MT, sob pena de processo administrativo para enquadramento de possíveis
comprometer a real atualização da base tributária beneficiários nos requisitos exigidos em lei específica mu-
e a arrecadação dos tributos locais, contrariando, nicipal.
assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal.
2. A Planta Genérica de Valores é um dos principais (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Subs-
instrumentos da administração fazendária munici- tituto Luiz Carlos Pereira. Acórdão nº 1.702/2014-TP. Jul-
pal, no qual são estabelecidos os valores unitários gado em 19/08/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em
de terrenos e de construções do município, pos- 04/09/2014. Processo nº 7.540-0/2013).
sibilitando a obtenção do valor venal atualizado
dos imóveis e compatibilizando-o com a realidade 22.3. ISSQN
do mercado imobiliário local.
Tributação. ISS. Locação de imóvel.
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Sérgio A locação de imóvel não se enquadra no conceito de
Ricardo. Acórdão nº 3.178/2015-TP. Julgado em 11/08/2015. “serviço”, não cabendo a incidência do imposto aplicado so-
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/09/2015. Processo nº bre serviços de qualquer natureza, uma vez que a locação
1.930-5/2014). de imóvel é típica “obrigação de dar”, ou seja, de entregar
determinada coisa, diferente da “obrigação de fazer”, que
22.2. IPTU está ligada diretamente à prestação de um serviço, além
do que, tal locação não consta do rol de serviços, anexo
Tributação. IPTU. Atualização de Cadastro Imobi- à Lei Complementar Federal 116/2003 que regulamenta a
liário e Planta Genérica de Valores. matéria, sobre os quais incidem o ISS.
A Administração Municipal deve planejar, normatizar
e executar procedimentos com vistas a atualizar seu Ca- (Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Jo-
dastro Imobiliário e Planta Genérica de Valores, para sub- sé Carlos Novelli. Acórdão nº 1.931/2014-TP. Julgado em
sidiar o cálculo de IPTU, nos termos do art. 33 do Código 09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014.
Tributário Nacional, observando as disposições da Resolu- Processo nº 7.329-6/2013).
ção Normativa nº 31/2012 do TCE-MT, para não incorrer em
renúncia de receitas que gere desequilíbrio financeiro-or- Tributação. “ISSQN Fixo” sobre serviços de regis-
çamentário. tros públicos, cartorários e notariais.
Não se aplica à prestação de serviços de registros pú-
(Auditoria de Conformidade. Relator: Conselheiro Subs-
blicos, cartorários e notariais, a sistemática do chamado
tituto Moisés Maciel. Acórdão nº 35/2018-SC. Julgado em
“ISSQN Fixo” prevista no § 1º do art. 9º do Decreto Fede-
08/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 21/08/2018.
ral 406/1968, sendo a base de cálculo do imposto o pre-
Processo nº 9.795-0/2018).
ço do serviço (art. 7º LC 116/2003), ou seja, o valor dos
emolumentos, uma vez que a atividade cartorária não é,
Tributação. ISS. Locação de bem móvel combinada
exclusivamente, de caráter pessoal, na medida em que o
com prestação de serviços.
reconhecimento de firma, a emissão de certidões, a ela-
Na locação de bem móvel, em que resta identificada a
boração de escrituras, entre outros, podem e, na prática,
combinação do bem com respectiva prestação de serviços,
são prestadas tanto pelo titular das serventias como por
o ISS incide sobre os serviços, sem atingir a locação.
seus funcionários, indicados como substitutos, nos termos
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Substi- do art. 20, caput e § 1º, da Lei 8.935/94, ocorrendo, então,
tuto Moisés Maciel. Acórdão nº 1.930/2014-TP. Julgado em uma formação de estrutura economicamente organizada
09/09/2014. Publicado no DOC/TCE-MT em 29/09/2014. para sua realização, o que lhe aproxima do conceito de
Processo nº 8.089-6/2013). “empresa”.
Edição Consolidada | fevereiro de 2014 a junho de 2020 171
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter cício do efetivo poder de polícia, ou seja, com o custo das
Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. atividades de fiscalização e regulação, sendo permitida a
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº utilização do faturamento das concessionárias apenas co-
7.584-1/2013). mo critério para a base de cálculo, como no caso do uso de
faixas de faturamento das empresas para indicar valores
Tributação. ISSQN. Incidência sobre serviços de re- diferentes de taxa.
gistros públicos, cartorários e notariais.
É constitucional a incidência de ISSQN sobre os serviços (Tomada de Contas Ordinária. Relator: Conselheiro
de registros públicos, cartorários e notariais, cabendo à Ad- Substituto Moisés Maciel. Acórdão nº 335/2018-TP. Revi-
ministração municipal, mediante lei local, instituir e promo- sor: Conselheiro Substituto Ronaldo Ribeiro. Julgado em
ver a cobrança do imposto sobre os serviços realizados na 21/08/2018. Publicado no DOC/TCE-MT em 06/09/2018.
localidade, como forma de prezar pela responsabilidade na Processo nº 10.934-7/2017).
gestão fiscal, nos termos do art. 11 da LRF.
Tributação. Taxa. Certidão negativa de débitos fis-
(Contas Anuais de Gestão. Relator: Conselheiro Valter cais. Gratuidade.
Albano. Acórdão nº 1.165/2014-TP. Julgado em 10/06/2014. A cobrança de taxa pela emissão de certidão negativa
Publicado no DOC/TCE-MT em 04/07/2014. Processo nº de débitos fiscais, mesmo que prevista em código tributário
7.584-1/2013). municipal, é incompatível com o sistema constitucional vi-
gente, tendo em vista que é assegurada a todos a obtenção
Tributação. ISSQN sobre serviços de registros pú- de certidões em repartições públicas, independentemente
blicos, cartorários e notariais. Princípio da irretro- do pagamento de taxas, conforme dicção do art. 5º, XXXIV,
atividade tributária. da CF/1988, norma esta reproduzida pelo art. 10, VI, da
A Administração Pública municipal não pode cobrar Constituição Estadual de Mato Grosso de 1989.
ISSQN sobre serviços de registros públicos, cartorários e
notariais em relação a fatos geradores ocorridos antes do (Representação de Natureza Interna. Relator: Conse-
início da vigência da lei municipal que os houver instituído, lheiro Sérgio Ricardo. Acórdão nº 399/2016-TP. Julgado em
em cumprimento ao princípio da irretroatividade tributária, 02/08/2016. Publicado no DOC/TCE-MT em 11/08/2016.
com base no art. 150, III, alínea “a”, da Constituição Federal. Processo nº 5.850-5/2016).
22.5. PASEP