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GOVERNO DA PROVÍNCIA DO NIASSA

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DIRECÇÃO PROVINCIAL DA INDÚSTRIA E COMERCIO

RELATÓRIO NO ÂMBITO DA DIVULGAÇÃO DA CADERNETA


COMERCIALIZAÇÃO AGRÍCOLA
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Lichinga, Maio de 2019

Parceiro

DEMA-LIBA
DEMA-LIBA

GOVERNO DA PROVÍNCIA DO NIASSA


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DIRECÇÃO PROVINCIAL DA INDÚSTRIA E COMERCIO

RELATÓRIO NO ÂMBITO DA DIVULGAÇÃO DA CADERNETA COMERCIALIZAÇÃO AGRÍCOLA

Introdução

O Governo na 34ª Sessão do Conselho de Ministros, aprovou o Plano de Acção da


Comercialização Agrícola 2018-2020 onde uma das acções prioritárias foi a introdução da
Caderneta de Comercialização Agrícola, um mecanismo que vai permitir actualização do
quadro legal que rege o exercício das actividades de comercialização agrícola, com os
seguintes objectivos:

 O Cadastramento do agente económico;


 Registo estatístico da Comercialização;
 Organização dos intervenientes;
 Simplificação e criação de mecanismos de transparência nas taxas de compra e
documentos exigidos na circulação de mercadorias;
 Melhoramento da fiscalização de estrangeiros no processo da comercialização
agrícola;
 Introdução de uma taxa única em todo o país para a comercialização agrícola.

Para a implementação do referido documento esta DPIC em parceria com a SNV


DEMALIBA criou um plano de divulgação/ treinamento da Caderneta da Comercialização
aos SDAE’s e intervenientes da Comercialização dos distritos de Lichinga (27-05-2019),
Chimbunila (28-05-2019), Majune (29-05-2019), Marrupa (30-05-2019) e Nipepe (31-05-
2019).

Assim, este relatório faz referência às actividades realizadas no âmbito desses seminários,
cujos objectivos eram os seguintes:

 Garantir a divulgação e implementação da Caderneta de Comercialização Agrícola ao


nível dos distritos de Lichinga, Chimbunila, Majune, Marrupa e Nipepe;

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 Prestar assistência aos SDAE’s na implementação da Caderneta da Comercialização
Agrícola;
 Ajudar aos intervenientes a perceberem da importância da utilização da Caderneta no
processo da comercialização agrícola.

1. Actividades desenvolvidas
1.1. Distrito de Lichinga (27-05-2019)

Participaram no encontro intervenientes da comercialização (industriais e comerciantes) e


técnicos do SDAE e da DPIC num total de 23 pessoas. A sessão de abertura foi realizada pela
Directora do SDAE, Enga. Ema Saide, em representação da Exma. Senhora Administradora
do Distrito de Lichinga, foi facilitado pelo dr. Alfredo Nahage, da DPIC.

Quanto à divulgação do documento relativo a Caderneta de Comercialização Agrícola foi


feito usando a metodologia de apresentação e discussão ponto por ponto.

Principais constatações:

1. Muitos intervenientes da Comercialização Agrícola exercem actividade sem licença/


documento para o exercício da actividade comercial ou industrial;
2. Os intervenientes da comercialização acham que o valor cobrado pela obtenção da
Caderneta é elevado, pois o mesmo só ajuda aos grandes intervenientes e não aos
pequenos comerciantes;
3. Os intervenientes constataram que no âmbito da produção do Regulamento da
Caderneta não se observou as especificidades de cada província ou distrito, pois
existem províncias com um nível de favoritismo em termos das vias de acesso para
circulação de produtos agrícolas, diferentes com a de Niassa, que para obtenção de
produtos os intervenientes ficam sujeitos de realizar compras de distritos em distrito,
depende da oportunidade criada para o efeito;
4. Os intervenientes constataram que quanto ao nível de simplificação dos procedimentos
ligados às taxas não se mostram satisfeitos porque outros impostos relativos ao
exercício da actividade económica continuam ainda não revistos;
5. Os intervenientes constataram que devia ser uma única Caderneta para o registo dos
produtos independentemente do distrito a realizar compras agrícolas.

Recomendações específicas:
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1. O Governo do Distrito de Lichinga, em articulação com o SDAE deve divulgar
continuamente o Regime Jurídico Simplificado do Licenciamento para o Exercício de
Actividades Económicas;
2. O único mecanismo de realizar a actividade de comercialização é possuindo a
Caderneta, como um instrumento regulamentado pelo Decreto N.o 94/2018, de 31 de
Dezembro. Por isso foram instados aos intervenientes para adquirem a caderneta, pois
a taxa actual foi calculada tendo em vista a eliminar a taxas anteriormente cobradas
aos intervenientes, como as seguintes:
a) Credencial ou Declaração,
b) Guia de Circulação ou Guia de Trânsito,
c) Balança de Ocupação de espaço,
d) Aferição/Verificação de Balanças,
e) Taxa de Inspecção Fitossanitária, etc.
3. Os intervenientes devem comprar as Cadernetas dos respectivos distritos onde vão
realizar compras dos produtos agrícolas.

Foto: participantes no seminário em Lichinga, 27-05-2019.

1.2. Distrito de Chimbunila (28-05-2019)

Participaram no encontro intervenientes da comercialização (industriais, comerciantes) e


técnicos do SDAE, da DPIC e técnicos do IPEME, num total de 9 pessoas. A sessão de
abertura foi presidida pelo Director do SDAE, o Eng o. Francisco Machono, em representação

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do Exmo. Senhor Administrador do Distrito de Chimbunila, foi facilitado pelo dr. Alfredo
Nahage, da DPIC.

Houve fraca participação devido a coincidência de agenda dentro do distrito.

Principais constatações:

1. Os intervenientes constataram que na Caderneta devia constar uma parte reservada a


foto do titular da caderneta para evitar possíveis trespasses ilegais;
2. À semelhança do distrito de Lichinga, constatou-se igualmente que caderneta não
observou as especificidades de cada região (província ou distrito).
3. Maior parte dos agentes de comercialização operam no mercado sem o devido registo;

Recomendações específicas:

1. Necessidade de divulgação do Regime Jurídico Simplificado do Licenciamento para o


Exercício de Actividades Económicas;
2. Necessidade de cada interveniente adquirir a caderneta de comercialização.

Foto: Chimbunila, não disponível.

1.3. Distrito de Majune (29-05-2019)

Não houve seminário, por razões de organização do próprio distrito.

Apenas foi realizado um encontro com o Secretário Permanente Distrital, o Senhor Horácio
Malae, em representação do Exmo. Senhor Administrador do Distrito de Majune, onde foram
explicados os mecanismos de funcionamento da Caderneta.

1.4. Distrito de Marrupa (30-05-2019)

Participaram no encontro intervenientes da comercialização (industriais e comerciantes) e


técnicos do SDAE e da DPIC e GAPI-Promer, num total de 14 pessoas. A sessão de abertura
foi presidida pelo Secretário Permanente Distrital, o Senhor Dionísio Rafael Namucarro, em
representação do Exma. Senhora Administradora do Distrito de Marrupa, foi facilitado pelo
dr. Alfredo Nahage, da DPIC.

Principais constatações:
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1. À semelhança das constatações apresentadas nos distritos de Lichinga e Chimbunila,
os intervenientes de Marrupa mostram dificuldades de pagamentos na Área Fiscal,
contrariando todas as orientações legais do sector de impostos.
2. Os intervenientes constataram que na caderneta não prevê outras culturas específicas
de cada região (província ou distrito).

Recomendações específicas:

1. As matérias relativas aos impostos não devem ser confundidas com o plasmado no
Regulamento sobre a Caderneta da Comercialização, cada interveniente da
comercialização deverá se informar na área fiscal mais próxima sobre a situação da
sua contribuição fiscal;
2. Os produtos que não constem na lista da Caderneta poderão ser especificados no
campo “outros produtos” constante no interior da grelha mensal da informação
estatística.

Na foto: participantes no seminário em Marrupa, 30-05-2019.

1.5. Distrito de Nipepe (31-05-2019)

Participaram no encontro intervenientes da comercialização (industriais e comerciantes) e


técnicos do SDAE e da DPIC num total de 22 pessoas. A sessão de abertura foi presidida pela
Secretária Permanente Distrital, Enga. Luísa Calima, em representação do Exmo. Senhor
Administrador do Distrito de Nipepe, foi facilitado pelo dr. Alfredo Nahage, da DPIC.

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Principais constatações:

1. Existência de intervenientes de outras províncias (ex. Nampula) que operam no


distrito sem o devido registo;
2. Os intervenientes acataram e reconheceram as vantagens da utilização da Caderneta da
Comercialização Agrícola.

Recomendação específica:

1. Os intervenientes de outras províncias que operam no distrito de Nipepe não estão


isentos de adquirirem a Caderneta, estes deverão, nas suas actividades de
comercialização comprarem as cadernetas do distrito de Nipepe.

Foto: participantes no seminário em Nipepe, 31-05-2019

2. Resumo das principais questões/ perguntas colocadas pelos participantes nos


seminários

N/o Conteúdos das perguntas Esclarecimentos/ Respostas

1 Aos operadores de indústrias No âmbito do Regulamento, são elegíveis os industriais


moageiras, é obrigatório que todos intervenientes na cadeia de comercialização agrícola,
adquirem Cadernetas? na obtenção da Caderneta. Os que não participam na
comercialização agrícola estão isentos da obtenção da
Caderneta.
2 A Caderneta é valida apenas para o A Caderneta é um documento válido em todo o país
distrito ou ao nível do país? para a circulação de produtos agrícolas. Neste caso, aos
intervenientes será emitido uma “Guia de Circulação”
pelos Serviços Distritais que superintendem a área do
Comércio, fazendo referência o número da Caderneta, o
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N/o Conteúdos das perguntas Esclarecimentos/ Respostas

titular, quantidades transportadas, proveniência e


destino dos produtos.
3 Um interveniente que opera em Aos intervenientes que operam em vários distritos,
vários distritos numa mesma deverão adquiri/ comprar Cadernetas desses distritos
província, ou outras províncias, onde pretendem operar. Porque as mesmas estão
pode usar uma Caderneta? preparadas para responder apenas aos registos
estatísticos de distrito para distrito. E, a validação dessa
informação estatística é feita pelo Administrador do
Distrito correspondente.
4 Qual é a possibilidade de redução da É uma preocupação que pode ser discutida em fórum
taxa pela emissão da Caderneta, próprio entre a Direcção Provincial e a Direcção
tendo em conta as dificuldades de Nacional do Comercio Interno do MIC, para revisão do
Niassa (vias de acesso precárias, Decreto, já que o mesmo já foi aprovado e publicado
distancias longas entre mercados e em Boletim da Republica.
sedes distritais)?
5 A redução das taxas, ou A redução/simplificação das taxas, nos termos do
simplesmente introdução da taxa Regulamento da Caderneta da Comercialização
única, inclui aos impostos pagos na Agrícola, referem-se àquelas taxas adicionais cobradas
Repartição de Finanças? na emissão de alguns documentos, cujos valores variam
de local para local, dentro da mesma província e entre
províncias, nomeadamente: Credencial ou Declaração,
Guia de Circulação ou Guia de Transito, Balança
(Ocupação de espaço) e Aferição de Balança. Portanto,
não faz parte da matéria o pagamento de impostos.
6 Como ajudar aos pequenos Há necessidade dos pequenos intervenientes,
intervenientes que estão a iniciar a registarem-se às autoridades que superintendem a área
actividade económica? do comércio pelas suas actividades económicas, por via
de Regime Simplificado
Entretanto, os incentivos pela emissão da Caderneta
constitui matéria de análise entre o a DPIC e a
DNCI/MIC.
7 Em relação as das taxas das Haverá um trabalho multissectorial, a ser realizado pelo
Balanças pela ocupação do espaço, Governo do Distrito, para sensibilização das
na comercialização agrícola autoridades locais para a implementação rigorosa do
cobradas pelas autoridades locais no regulamento da Caderneta da Comercialização, por
âmbito da Lei dos órgãos Locais do forma a evitar a perpetuação de cobranças de taxas
Estado (LOLE), será que os adicionais, enquanto decorre a vigência do
“Regulos” não iram cobrar mais? regulamento.

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Fonte: Adaptado pelo Autor.

3. Aspectos importantes de seguimento

A DPIC como órgão do Estado é uma entidade que dirige e assegura a execução das
actividades no âmbito da indústria e comércio ao nível provincial e, as demais competências
plasmadas no Diploma Ministerial n.o 30/2019, de 2 de Dezembro que aprova o Estatuto
Orgânico da Direcção Provincial, deverá nos próximos momentos tomar em consideração os
seguintes aspectos:

 Realizar monitorias periódicas sobre a implementação da Caderneta de


Comercialização Agrícola;
 Apurar a localização exacta dos excedentes agrícolas, bem como as quantidades e
outras condições que interferem na comercialização dos mesmos;
 O agro-processamento é uma das premissas que adicionam valor aos produtos
agrícolas, devendo para o efeito ser priorizado em todos os distritos.

Conclusões

A execução da actividade de divulgação alcançou os resultados esperados, embora nível de


Majune não tenha acontecido por razoes organizacionais do próprio distrito, havendo a
necessidade de remarcar de novo em período por definir.

O nível de comercialização apesar ainda ser baixo, pelo facto de algumas culturas ainda não
foram colhidas, a realidade no terreno mostrou ser diferente, havendo vários postos de
comercialização operacionais, oque se traduz que a componente comercialização está no seu
decurso normal.

Lichinga, 03 de Junho de 2019.

Elaborado por:

Alfredo Dair Nahage _____________________________

Maulana Carlos _________________________________

Raimundo Tomás Firmino _________________________

Página: 8
Tania Aubi Ataba ________________________________

Página: 9

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