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Xangô o nosso trabalho do perdão.

O MACHADO E A BALANÇA:

Todos nós temos uma visão de Xangô o justo aquele que só faz coisas corretas
e boas, até porque Xangô era um Rei e sempre iremos fazer ideia que ele
sempre foi assim!
O Machado de Xangô é chamado em Iorubá de Oxé, mais nem sempre foi
assim; Xangô quando criança e adolescente gostava de brincadeira de guerra
e de briga sem um ideal sem ver o motivo pelos quais as guerras se fazem e
qual o lado que agredia e o lado que recebia a agressão, Xangô neste período
comandava os pivetes da sua própria cidade, ele roubava os frutos das árvores
de outras pessoas.
Mas o tempo molda e a própria educação e a necessidade e Xangô foi
crescendo, seu caráter foi se tornando virtuoso e valente que o levava a
defender e buscava de aventuras gloriosas, para ajudar sempre em prol do
próximo e a empatia de poder ajudar uma pessoa ou até mesmo um povo que
está sofrendo alguma maldade.
Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas, este machado representava a
própria justiça e conhecimento do bem e do mal, que foi aprendido e na criação
e na formação do Orixá Xangô aonde ele teve uma fase com erros e depois
mudou e aprendeu o sentido da justiça e o que ele poderia fazer como um
intercessor dela, e aprendeu neste caminho muito sobre Oxalá e o quanto
Oxalá era simplicidade e a energia que chegava a todas as outras energias
(Orixás).
- Neste conceito vamos dar um pulo para o Brasil colonial e vamos remeter a
história.
Os primeiros escravos negros chegaram ao Brasil entre 1539 e 1542, na
Capitania de Pernambuco, lá se fez uma das primeiras capitanias canavieira
que era o plantio de cana-de-açúcar, e os negros foram usurpados da Mãe
Africa por que não havia braços para as lavouras.
E não podemos esquecer que todos os direitos dos Negros foi retirados com a
escravidão eles eram vistos e tratados como animais e por isso não tinham
nem direito de cultuar suas divindades seus Orixás, mais a fé estava dentro de
cada filho da Mãe Africa.
Logo podemos entender que o domínio dos seus senhores era controlar e
desta forma tentaram catequizar para doutrina Cristã e seus dogmas e muitos
foram até mortos por não aceitar. Mas entre dor e sofrimento surgiu o
sincretismo aonde os negros associavam as suas divindades com os Santos
Católicos e hoje vamos rever este sincretismo de Xangô e São Jerónimo em
nossa casa é o Santo que faz sincretismo com Xangô.
São Jerônimo foi um homem de grande cultura, era doutor nas Sagradas
Escrituras, teólogo, escritor, filósofo e historiador. Foi ele quem traduziu a Bíblia
pela primeira vez, isso demonstra que também tinha uma aproximação com
Deus e sua filosofia, do hebraico e grego para o latim, a língua falada pelo
povo. Sua tradução foi chamada de Vulgata, ou seja, popular e desta forma
temos uma ideia de que S. Jerónimo era uma pessoa preocupada com a
compreensão e o entendimento do menos afortunado e procurava ser justo.
Uns contam que S. Jerónimo falava de julgamento e justiça usava sempre a
balança como um exemplo que representava os dois lados o lado do poder da
nobreza e quem usava a fortuna para agredir e usurpar.
E devido estas características os Negros escolheram S. Jerónimo para ser o
Santo de ligação a Xangô e desta forma eles rezavam a S. Jerónimo mas
estava rezando ao mesmo tempo a Xangô.
E como representação que faz esta conexão e esta associação é o Machado
de Xangô, que era usado como uma ferramenta de justiça cortando até mesmo
para os dois lados e a balança que S. Jerónimo sempre usava como um
exemplo de Justiça e que também sempre existem dois lados.
Podemos aprender que sempre existirá dois Lados e nunca vai haver somente
o meio, o que devemos tomar cuidado:
NÃO PODEMOS:
SER INGRATOS!
ESQUECER QUE UM DIA NOS QUIS BEM OU NOS AJUDOU!
NÃO PODEMOS DIFAMAR E NEM USAR O NOSSO ACHISMO PARA
JULGAR O PRÓXIMO!
E sempre procurar refletir analisar nossas atitudes, procurar encontrar em
nossos sentimentos quem somos e procurar ser neutro quando rezarmos e não
tentar transformar a fé como uma ferramenta para prejudicar o próximo e
entender que tudo que pode prejudicar uma pessoa pode retornar com a
mesma força do machado ou pesar contra nós como um dos lados da balança!
A imagem a baixo uma representação do Orixá Xangô:

Abaixo São Jerónimo.


- Como eu sempre ensino a vocês que estar na Umbanda não é apenas dizer
ou seguir redes ou Mídias sociais ou aprender um pouquinho ali e um
pouquinho aqui. Precisamos pertencer a um terreiro uma casa que tenha
conteúdo e ancestralidade onde possa ser ensinado e possamos aprender com
a responsabilidade de uma casa com ensinamento, tradição no que se
propõem.
Espero que todos leiam com calma e possam entender o que foi repassado e
que vocês possam entender o que é justiça, claro que não somos perfeitos e
não seremos, mais estamos neste plano falo de estamos vivos, para ter a
humildade de ser humildes aceitar quando erramos e pedir desculpas e
precisamos aprender a perdoar sem julgar deixamos que Xangô seja o nosso
intercessor perante Oxalá e ele com todos os Orixás façam o que for certo e o
melhor para todos nós!

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