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As cartas de leitor que seguem são relativas a uma reportagem de capa da revista Veja,

intitulada "Ok, vocês venceram!". Leia-as.

Cães nas famílias brasileiras

FONTE: Editora Abril


Oportuna a reportagem "A casa agora é deles" (10 de junho), que retrata a relevância e o
significativo aumento da presença dos animais de estimação na vida das famílias
brasileiras. A convivência harmoniosa entre
crianças, idosos e animais consagra um novo
momento no cotidiano dos lares no país. Esse
avanço reflete e comprova quanto os animais
são importantes para os seres humanos.
Cuidemos bem de nossos amigos.
Ricardo Tripoli
Deputado federal (PSDB-SP)
Coordenador de Fauna da Frente Parlamentar
Ambientalista do Congresso Nacional
Brasília, DF

VEJA confirmou que, em termos financeiros,


sociais e ambientais (já que somos mais de 7
bilhões de pessoas a consumir mais do que o
planeta pode oferecer de recursos), a opção
por pets em vez de filhos é a mais racional e
lógica que se pode ter.
L. C. de C. V.

Gosto dos animais, respeito-os e tenho carinho por eles, mas não concordo com sua
"humanização". Esse exagero no trato com essas "crianças felpudas" traduz o fracasso
do ser humano em lidar com os seus semelhantes; afinal, o cão é subserviente e não
discute com o dono, enaltecendo seu desejo de poder.
J. E. T. L.
Vila Velha, ES

A criação de cachorros em detrimento da de crianças significa para o país o absurdo dos


absurdos! Cachorros tratados como filhos... com tantas crianças precisando de adoção,
de uma família. Acorda, povo!
V. M. L. de A. L.
Recife (PE), via smartphone

Eu me sinto privilegiada em sempre ter convivido com os animais. Além de nos


proporcionar seu amor incondicional, o contato com eles nos remete à mais pura
essência da natureza. Ocorre uma simbiose, e, na presença deles, nós nos esquecemos
de toda a maldade e ganância inerentes aos seres humanos: a alma se purifica.
J. P.
Foz do Iguaçu, PR

LEGENDA: Demografia Além de


entreterem as famílias que têm filhos, os
"bebês" de quatro patas são
frequentemente a alternativa escolhida
para preencher o vazio em lares com
pouca gente. As famílias brasileiras já
têm mais cães (52 milhões) do que
crianças (45 milhões) - e tudo indica que
esse fenômeno vai se acentuar nos próximos anos.

Nada contra criar animais de estimação, mas dez cachorros não substituem um filho.
M. F. G. V.

São João da Boa Vista, SP


(Veja, 17/7/2015. Disponível em: http://acervoveja.digitalpages.com.br/home.aspx. Acesso em:
20/1/2016.)

# Questões:
1. Leia a capa da revista, reproduzida na página anterior, acima das cartas. Levante
hipóteses:
a. Qual é o assunto central da matéria da capa?

b. Qual comportamento dos brasileiros - acentuado no texto situado na parte inferior do


painel de cartas - é focalizado na reportagem?

c. Em quais situações a frase em letras maiúsculas estampada na capa da revista pode


ser dita? Por quem e para quem?

2. Ao final de cada uma das cartas lidas, há informações relativas ao seu remetente,
entre elas nome, cidade de onde ele enviou a mensagem, modo como a enviou,
ocupação profissional. Levante hipóteses:
a. Por que, na primeira carta, é explicitada também a ocupação profissional do
remetente?

b. Por que, na segunda carta, consta apenas o nome do remetente?

c. Apenas na quarta carta há referência ao modo como ela foi enviada. De que forma as
outras podem ter sido enviadas à revista?

d. Qual é a relevância, para a revista, de registrar o nome da cidade de origem das


cartas?

e. Em uma carta de leitor, que outros dados do remetente podem ser importantes?

3. Uma carta de leitor pode ter diferentes finalidades. Entre as cartas lidas:
a. Quais concordam com o comportamento apontado na revista?

b. Quais discordam desse comportamento?

4. As cartas de leitor costumam ser editadas pelos jornais ou revistas, que conservam
apenas os trechos que consideram mais importantes, a fim de publicá-las em maior
número. Releia os trechos a seguir, cada um extraído de uma das cartas lidas:
I. "Esse avanço reflete e comprova quanto os animais são importantes para os seres
humanos."
II. "já que somos mais de 7 bilhões de pessoas a consumir mais do que o planeta pode
oferecer de recursos"
III. "o cão é subserviente e não discute com o dono, enaltecendo seu desejo de poder"
IV. "Cachorros tratados como filhos... com tantas crianças precisando de adoção, de
uma família."
V. "Eu me sinto privilegiada em sempre ter convivido com os animais."

Todos os trechos são exemplos de estratégias de construção de argumentação que


podem ser utilizadas com a finalidade de defender um ponto de vista. Entre eles:
a. Qual menciona uma experiência pessoal?

b. Qual menciona uma característica típica dos cães?

c. Qual apresenta um dado numérico relacionado ao assunto?

d. Qual faz referência a um problema social?

e. Qual expressa uma conclusão baseada nas informações apresentadas na reportagem?

5. Releia a última carta:

"Nada contra criar animais de estimação, mas dez cachorros não substituem um filho."

Sobre o ponto de vista defendido nessa carta, responda:


a. Ele é favorável ou contrário ao comportamento focalizado na reportagem?

b. É possível considerar que os números utilizados constituem dados numéricos que


reforçam a argumentação? Justifique sua resposta.

6. A linguagem das cartas lidas segue a norma-padrão e tem, predominantemente, um


tom formal. Em uma das cartas, entretanto, é possível considerar que o tom empregado
é menos formal.
a. Qual é ela?

b. Indique elementos do texto que comprovam a resposta do item anterior.

c. Quais diferenças de sentido entre essa carta e as outras resultam especificamente


desse tom menos formal da linguagem?

Fonte: Português: Linguagens, William Cereja et al.


# Respostas:
1. 
a. Resposta: O crescente interesse das famílias brasileiras por animais de estimação.

b. Resposta: O de que grande número de casais prefere ter animais de estimação a


filhos.

c. Resposta: Entre elas, quando filhos insistem com os pais na ideia de ter um animal de
estimação e, pela insistência, os levam a ceder; podem estes, então, dizer: "Ok, vocês
venceram, vamos ter um animalzinho". Pode ser considerada também uma fala da
própria revista direcionada aos leitores, como se ela dissesse a eles: "Ok, vocês
venceram! Já que é um assunto do seu interesse, vamos falar sobre ele". Pode ser
considerada, ainda, como direcionada aos próprios cães, como se a revista dissesse a
eles: "Ok, bichinhos, vocês venceram e muitas famílias preferem vocês às crianças".

2. 
a. Resposta: Pelo fato de o remetente ocupar um cargo importante em uma área
diretamente relacionada ao assunto da matéria.

b. Resposta: Porque, provavelmente, ele não informou o local de origem de sua carta.

c. Resposta: Por e-mail, por correio, por tablets.

d. Resposta: Mostrar que a revista tem um grande alcance nacional e é lida por pessoas
em Estados e em regiões diferentes do país.

e. Resposta: Dependendo do teor dos comentários feitos na carta e da matéria


comentada, podem ser dados relevantes a idade do leitor, o bairro onde mora, a empresa
em que trabalha, a composição de sua família, a orientação sexual, etc.

3. 
a. Resposta: A 1ª, a 2ª e a 5ª.

b. Resposta: A 3ª, a 4ª e a 6ª (a última).

4. 
a. Resposta: V

b. Resposta: III

c. Resposta: II

d.Resposta: IV

e. Resposta: I

5. 
a. Resposta: Contrário.
b. Resposta: Não, pois eles são utilizados como força de expressão. No texto, dez não se
refere a uma quantidade exata, mas a um número grande, equivalendo a "muitos". Da
mesma forma, um não corresponde a um dado estatístico, mas é utilizado para
complementar a comparação de que um único filho não poderia ser substituído por
nenhuma quantidade de cachorros, qualquer que ela fosse.

6. 
a. Resposta: A 4ª carta.

b. Resposta: Trechos como "o absurdo dos absurdos"; o uso do ponto de exclamação e
de reticências, que dão à linguagem um tom oral, respectivamente, de indignação e de
frustração; o chamamento "Acorda, povo!".

c. Resposta: A carta se torna mais enfática que as outras, apresenta um sentido mais
passional, como se a leitora a tivesse escrito sem a preocupação de fazer uma reflexão
ponderada sobre o assunto.
Postado por Diogo de Oliveira Paula às 19:03:00
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