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Ambiguidade
A ambiguidade ocorre quando uma palavra (ou grupo de palavras) possui mais de um
significado, de modo a trazer um ou mais sentidos à oração. Dependendo do contexto,
isso impossibilita uma clara leitura do que está sendo dito.
Exemplo: Estarei te esperando na frente do banco que há na praça.
A palavra banco pode estar se referindo a uma instituição bancária ou ao assento
público.
Pressupostos e subentendidos
Para entender estes elementos da comunicação, é papel do leitor procurar ir além do que
está explícito no texto.
Os pressupostos são informações que estão no texto de forma implícita, assim o
enunciado depende dessa pressuposição para que faça sentido. Além disso, é possível
identifica-los através de marcas linguísticas que facilitam a identificação de
pressupostos, como:
• Verbos que indicam fim/continuidade: começar, continuar, parar, deixar, acabar, (…).
• Advérbios: felizmente, finalmente, ainda, depois, antes, (…).
• Pronome que introduz as orações subordinadas adjetivas: que
• Locuções circunstanciais: depois que, antes que, desde que, (…).
Ler é um exercício. Levantar hipóteses, analisar, comparar, relacionar são passos que
auxiliam nessa tarefa. Entretanto, existe uma habilidade que merece destaque: a
inferência.
Segundo Houaiss, inferir é: concluir pelo raciocínio, a partir de fatos, indícios; deduzir.
INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
. As informações explícitas são aquelas manifestadas pelo autor no próprio texto. As
informações implícitas não são manifestadas pelo autor no texto, mas podem ser
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso ir além do
que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas.
Por exemplo, observe este enunciado:
- Patrícia parou de tomar refrigerante.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita
é “Patrícia tomava refrigerante antes”.
Agora, veja este outro exemplo:
-Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante.
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente”
indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação
implícita.
Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um
texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já
conhecida. Nos vestibulares, fazer inferências é uma habilidade fundamental para a
interpretação adequada dos textos e dos enunciados.
A seguir, veremos dois tipos de informações que podem ser inferidas: as pressupostas e
as subentendidas.
PRESSUPOSTOS
Uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado depende dela para
fazer sentido.
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará para casa?”.
Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, ao menos
temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre em casa,
o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido.
Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e
expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto,
no enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta
de Patrícia para casa é dada como certa pelo falante.
SUBENTENDIDOS
Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são
marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, ou seja, podem ser entendidas
como insinuações.
O uso de subentendidos faz com que o enunciador se esconda atrás de uma afirmação,
pois não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos que os subentendidos são de
responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são partilhados por
enunciadores e receptores.
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, por
exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a
anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos.
Exercício
01. (Enem 2019) TEXTO I
Políticas públicas mais eficazes no atendimento ao idoso são o mínimo que um país deve
estabelecer. O Brasil está ficando para trás e é preciso levar em consideração que o País
envelhece (tendência mundial) sem estar preparado para arcar com os desafios, como criar
uma rede de proteção, preparar os serviços de saúde pública e dar suporte às famílias que
precisam cuidar de seus idosos dependentes.
Texto II
I
magem disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 dez. 2018.
Até julho desse ano, Acre, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande
do Norte e São Paulo eliminaram a lista de espera no transplante de córneas, de
acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, no Dia Nacional de
Doação de Órgãos e Tecidos. Em 2011, só São Paulo e Rio Grande do Norte
conseguiram zerar essa fila.
TEXTO II