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Cesário Verde, ao deambular representa a impressão que o real deixa em si

próprio e às vezes transfigura a realidade, transpondo-a numa outra. Deste modo,


abordou várias temáticas.
Efetivamente, a oposição cidade/campo conduz simbolicamente à oposição
morte/vida. Assim, a cidade surge como uma prisão que desperta no sujeito “um desejo
absurdo de sofrer”, e não só se revela um símbolo de opressão, de injustiça e de
industrialização, mas também é onde a mulher fatal surge retratando os valores
decadentes e a violência social. Porem, a mulher angélica, “tímida pombinha”, desperta
no poeta o desejo de proteção e um efeito regenerador, assim como o campo, que
aparece associado à vitalidade, à alegria do trabalho produtivo (“De jaquetão ao ombro,
enfarruscados, secos”) e onde o poeta encontra a energia perdida.
Em suma, o poeta dá uma intenção crítica às suas obras, denunciando o seu
inconformismo e revolta perante situações da sociedade do seu tempo.

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