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Críticas à Homeopatia - Uma ciência ou um engano de 200 anos?

Falta de indícios de eficácia


terapêutica
Alguns cientistas consideram a
homeopatia como um resquício
pseudocientífico dos tempos da
alquimia. Os resultados iniciais
atribuídos à homeopatia podem
ser explicados como efeito
placebo. Alega-se que os
medicamentos homeopáticos
foram cientificamente testados
(no chamado estudo duplo cego,
para controlar os efeitos
placebos) várias vezes e alguns
desses testes produziram resultados positivos. A maioria dos cientistas
atribui isso a flutuações aleatórias, uma vez que os resultados quase não
são mensuráveis, não podem ser reproduzidos de modo confiável e há
uma grande quantidade de testes em que a homeopatia falha. Além disso,
o modo básico como os testes são realizados leva uma pequena fração
dos testes a produzirem falsos resultados positivos. Normalmente isso é
evitado por meios estatísticos, mas quando uma grande quantidade de
testes são realizados, um ou dois produzirão resultado positivo por efeitos
aleatórios.
Em agosto de 2005, a revista científica The Lancet publicou um artigo no
qual cientistas afirmam que remédios homeopáticos têm propriedades
terapêuticas similares às dos placebos. Os autores do artigo avaliaram 110
pesquisas sobre o tema.
Na pesquisa de qualquer fármaco, um trabalho científico deve ter algumas
características específicas para ter valor real. Ser: - duplo-cego (ou seja,
nem o terapeuta,nem o paciente sabem o que vai ser tomado, placebo ou
fármaco), - randomizado (pacientes com mesmo diagnóstico - veja abaixo
- são sorteados aleatoriamente para uso de placebo ou fármaco em
estudo), - prefencialmente multicêntrico (com trabalhos feitos em
institutos de saúde diferentes para ver se método é reprodutível) - feito
por pesquisadores independentes e sem vínculos de interesse.

Falta de consistência lógica


Uma outra crítica à homeopatia é que ela não é logicamente consistente.
A homeopatia assume que o veículo (normalmente água) "memoriza" as
propriedades químicas das moléculas que entram em contato com ela. Por
essa técnica, dilui-se a solução original ao ponto de retirar todas as
moléculas, ainda assim alega-se que a água retém algumas propriedades
químicas dessas moléculas.
Não há nenhuma evidência científica que suporte esta tese.

Mau uso da ciência para alegação de mecanismos


Muitos defensores da homeopatia utilizam-se de conceitos antigos e
errôneos de princípios físicos fantasiosos, de difícil compreensão, como a
física quântica, para justificar mecanismos de ação dos princípios ativos
ultradiluídos, mas sem qualquer demonstração prática de que esses
mecanismos teriam algum efeito biológico.

A superdiluição
Alguns cientistas acreditam que diluir substâncias tanto quanto é feito na
Homeopatia diminui drasticamente o efeito que a substância em questão
possua.
Robert L. Park, professor de Física e diretor do escritório de Washington
da American Physical Society, escreve em seu livro Voodoo Science: The
Road from Foolishness to Fraud:
[Samuel] Hahnemann [o “inventor” no século 18/19 da Homeopatia] sem
qualquer base científica para a época, utilizou um processo de diluições
seqüenciais para preparar seus medicamentos. Ele diluía um extrato de
certas ervas e minerais “naturais”, na proporção de uma parte de
medicamente para dez partes de água, ou 1:10, agitava a solução e,
então, diluía por outro fator de dez, resultando ao final em uma diluição
de 1:100. Uma terceira repetição do processo produzia 1:1.000 e assim por
diante. Cada diluição subseqüente adicionaria outro zero à direita. Ele
repetia o processo várias vezes. Diluições extremas são rapidamente
obtidas por esse método. O limite de diluição é alcançado quando sobra
apenas uma molécula do medicamento. Além desse ponto, não sobra
nada a se diluir. Em um sem número de medicamentos homeopáticos, por
exemplo, a diluição de 30X é basicamente o padrão. A notação 30X
significa que a substância foi diluída em uma parte em dez e agitada e o
processo, então, repetido seqüencialmente trinta vezes. A diluição final é
de uma parte de medicamento em
1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 partes de água. Isso está
além do limite de diluição. Para ser exato, em uma diluição de 30X seria
necessário se beber 7.874 galões [30 m³ ou 30.000 litros] da solução para
se esperar encontrar apenas uma única molécula de medicamento.
Comparado a muitas preparações homeopáticas, mesmo 30X é
concentrado. Oscillococcinum, o remédio homeopático padrão para a
gripe, é produzido a partir de fígado de pato, mas o seu uso generalizado
na homeopatia cria pouco risco à população de patos — a diluição
padrões é de 200C. C significa que o extrato é diluído em uma parte em
cem e agitado, repetindo-se duas centenas de vezes. Isso resultaria em
uma diluição de uma molécula de extrato para cada 10400 moléculas de
água — isto é, 1 seguido de 400 zeros.
Uma das questões que se coloca é: como os homeopatas chegaram a
estes números, como o 30X ou 200C? Foram feitas avaliações científicas,
para verificar se não seria melhor 29X, ou 31X, 199C, ou 201C?
Park destaca que Hahnemann provavelmente não estava ciente do limite
da ultradiluição porque ele desconhecia o número de Avogadro, uma
constante física que torna possível calcular o número de moléculas em
uma amostra com uma certa massa de uma substância.
Park explica o sucesso que a homeopatia teve no início comparando com
o uso à época de tratamentos verdadeiramente perigosos: “Os médicos
ainda tratavam os pacientes com sangria, lavagens e freqüentes doses de
mercúrio e outras substâncias tóxicas. Se o nostrum infinitamente diluído
de Hahnemann não fazia nenhum bem, ao menos não fazia nenhum mal,
permitindo as defesas naturais do paciente corrigirem o problema.”
Park explica ainda como os modernos homeopatas concordam que
realmente não há nenhuma molécula de medicamento em seus remédios,
mas que o líquido inexplicavelmente se “lembra” da substância após o
processo de diluição. Como essa pseudomemória da substância é obtida
nunca foi satisfatoriamente explicada. Os críticos também apontam a
dissociação espontânea da água em ácido e base (o que explica porque
seu pH é 7). A quantidade de ácido em um medicamento homeopático,
embora pequena, é geralmente muito maior do que a quantidade de
agentes ativos. Em estudo realizado na Universidade de Toronto,
demonstrou-se que realmente há uma "memória da água" sem a presença
do soluto, mas ela só resiste por apenas 50 fentosegundos, ou seja
1/20.000.000.000.000 de segundo.
A memória da água também parece se comportar de forma curiosamente
seletiva, pois só se lembra dos ingredientes que o preparador do
medicamento deseja. Supondo que a amostra inicial de água, com a qual
se dilui pela primeira vez um medicamento homeopático, pudesse conter
traços de ferrugem de canos, impurezas e outros elementos indesejáveis,
concluiria-se que os seus efeitos também seriam dinamizados. Mesmo
que um preparador ateste que a amostra de água inicial é pura (por não
conter impurezas), o próprio argumento da memória da água indicaria
que os efeito de contaminações passadas podem estar presentes, ainda
que nenhuma molécula de impureza seja detectada.
Recentemente, céticos em relação à homeopatia consumiram diante do
público grandes quantidade de medicamentos homeopáticos a fim de
demonstrar sua falta de efeito. Alguns, como James Randi, Richard
Saunders e Peter Bowditch consumiram caixas inteiras de pílulas
homeopáticas para dormir no começo de suas palestras públicas. SKEPP
(um grupo de céticos belgas) realizou um conferência à imprensa na qual
céticos tentaram cometer suicídio coletivo tomando diluições
homeopáticas de veneno. [3]. Ninguém passou mal.

O problema da "atenção médica"


Consultas realizadas por homeopatas costumam ser mais demoradas e
seus questionários mais extensos. Estas características conferem
subjetivamente ao paciente um atendimento mais "humanizado"
proporcionando um ambiente de maior confiança e empatia por parte de
ambos, fortalecendo a relação médico-paciente. Sabe-se que este tipo de
relação aumenta a eficácia dos efeitos placebos de toda e qualquer
terapia, seja alopática, homeopática ou outra qualquer.
Outra crítica aos trabalhos a favor da homeopatia é o diagnóstico da
patologia a ser tratada. Por exemplo: uma pessoa pode ter uma queixa de
dor de cabeça. As causas catalogadas para dores de cabeça pelos
neurologistas chegam a mais de uma centena. Ou seja, diversas doenças
podem ser a causa de sintomas comuns. Alguns estudiosos duvidam que a
maioria dos homeopatas consiga apenas através de uma consulta clínica
classificar dentro de estritos critérios médicos todos os pacientes para
toda uma vasta gama de queixas (e quase sem exames). Para tanto os
homeopatas se valem de teorias empíricas próprias de funcionamento de
órgãos e sistemas orgânicos. Evidentemente os pacientes que serão
estudados para finalidade de trabalho científico deverão ser catalogados
pelas suas doenças e não pelas suas queixas (sintomas).

O problema da "tradição"
Outra crítica à homeopatia é de que os argumentos em seu favor levariam
muito em consideração práticas consolidadas sem questionamentos e de
que seu conhecimento se pautaria em demasia nas afirmações de
Hahnemann acriticamente.

A alegada ausência de efeito placebo em bebês, animais e plantas


Argumenta-se freqüentemente que evidências do efeito favorável da
homeopatia em bebês, animais domésticos e plantas seriam provas de
que a homeopatia não agiria por efeito placebo, pois estes não estariam
suscetiveis a esse efeito. No entanto, bebês e animais domésticos estão
sim sujeitos aos efeitos benéficos do aumento de cuidados e atenção por
parte do cuidados que ministra o preparado homeopático, que podem
produzir as melhoras observadas. Além disso, as evidências a respeito
geralmente são baseadas em dados subjetivos por parte de pesquisadores
cientes do tratamento, o que pode levar a vieses de interpretação dos
resultados. Esses vieses seriam eliminados através de estudos
aleatorizados caso-controle duplo-cegos.

A crítica pela razão pura

“Tal como tem sido até agora o esplendido malabarismo da assim


chamada homeopatia, na qual concepções a priori e sutilezas
especulativas levantadas por um número de escolas arrogantes, as quais
somente mostram que cada um dos seus fundadores sonhou sobre coisas
na qual não pode ser conhecido, e que não tem uso para a cura das
doenças”. Parafraseando Hahnemann
“Fora deste sistema sublime, pairando além de toda experiência, a prática
Homeopática não pode obter nada vantajoso para o tratamento real.
Assim continua seu curso confiante na cabeceira da cama do doente de
acordo com a prescrição tradicional de seus livros contando-lhe como os
homeopatas têm até agora tratado, e em conformidade com o método de
suas autoridades práticas, indiferente, como eles, sobre o ensino da
experiência orientado pela natureza , indiferentes da razão de seu
tratamento , e muito contentes com a chave da prática fácil – o livro de
prescrição .” Parafraseando Hahnemann
A experiência do Dr. Jacques Benveniste em 1988 na qual a degranulação
da histamina pelos basófilos por meio da ultradiluída anti-imunoglobulina
E, anti-ig-E, foi comemorado pelos homeopatas, carentes de provas há
duzentos anos, como a grande demonstração do que afirmavam. Esta
experiência, já criticada vária vezes, por não ter sido reproduzida, mas
nunca esquecida pelos homeopatas, realmente ajudaria os homeopatas?
Vamos fazer uma breve analise a seguir. Mas antes vamos explicar o que é
homeopatia.

PRIMEIRA FALÁCIA
Alegação da descoberta do mecanismo de ação estava errado.
A alegação histórica dos homeopatas foi o “crucial experimento” de
Samuel Christian Friedrich Hahnemann (1755-1843) com a análise da
China, a infusão do Cortex peruviano , ao usar em si (1790) e ter
encontrado resultados não reproduzíveis nas pessoas sadias até hoje .
A explicação, na época, para contestar a discordância dos médicos destes
achados foi dada pelo seu discípulo Bakody , de que Hahnemann na sua
permanência na Transilvânia em 1779, como bibliotecário, teria adquirido
malária e esta estaria latente, tendo sido ativada pelo uso da Cortex
Peruvianus. Mais tarde o farmacologista alemão Louis Lewin (1850-1929)
teria defendido que Hahnemann teria tido uma idiossincrasia e portanto
seria possível tal descrição. Em ambos os casos não teria sido um
“prüfung” sadio e seriam inválidas as suas conclusões da “experientia in
homine sano”.
A China era usada para tratar a febre intermitente, que incluía várias
doenças, sendo a principal chamada posteriormente de malária. Alegou,
na época, que o verdadeiro mecanismo dos medicamentos era por
apresentarem sintomas semelhantes na pessoa sadia , e que, se estes
fossem dados no doente orientado pelos sintomas semelhantes , curaria o
paciente . Teria experimentado outros medicamentos em pessoas sadias
considerando os sintomas para os diagnósticos e usos da época (1796) ,
nunca testando em doentes. Já na época os experimentos demonstraram
que a sua alegação dos sintomas que desenvolvera no uso da China eram
irreproduzíveis. E em 1820 da China foi isolado o quinino criticado por ele
como o caro alcalóide , e, em 1880 foi identificado o plasmódio como um
dos causadores da febre recorrente. A transmissão pelo mosquito
Anopheles é provada em 1898. Mais tarde se demonstrou que o quinino
agia no plasmódio, por mecanismo só descoberto no século passado .
Nunca nenhum trabalho epidemiológico conseguiu demonstrar que a
malária era adquirido apenas pelas pessoas com “distúrbios emocionais e
espirituais prévios”. Mesmo assim, duzentos anos depois, ainda insistem
que o mecanismo de ação seria pela ação sintomatológica semelhante.
Mas na verdade, a China oficinallis, preparada homeopaticamente deixou
de ter uso na malária até pelos homeopatas . É evidente, para qualquer
secundarista, que se pegarmos o quinino ultradiluído nas doses alegadas
pelos homeopatas, em que já não tem mais moléculas alguma, não vai ter
ação destrutiva em qualquer dos tipos de plasmódios. A manipulação
homeopática retirou totalmente o seu poder de tratamento na malária. Se
isto fosse possível já teriam demonstrado e calado a boca dos críticos.
Até hoje não se provou que aumentar o estímulo mórbido aceleraria a
cura. Na verdade, quanto maior o estímulo, tóxico, infeccioso, neoplásico,
maior o esforço do organismo para tentar a sua cura, ficando cada vez
mais difícil, deste modo, o seu restabelecimento. E se acrescentarmos dois
estímulos, vai requer maior esforço curativo e não menor.
Partindo desta falácia testou 27 drogas para descobrir a sua
sintomatologia quando usadas em dose tóxicas em si e em sua família
para escrever o seu livro de prescrição inicial. Nunca testou em doentes .
Portanto, não é por produzir sintomas na pessoa sadia que a droga vai
servir para uma pessoa doente. Isto é apenas pensamento mágico . Foi o
ressuscitar da primitiva teoria das assinaturas pelo uso do sintoma na
escolha do preparado . Além disto, isto nunca funcionou pois dar
excrementos, venenos ou pus para pessoas doentes fazia as mesmas
piorarem . Desenvolveu então, 29 anos após, a diluição infinitesimal e a
dinamização , transformando todas as apresentações em soluções de
água/álcool inertes. Só a história da mesma persiste após a manipulação,
pois são inacessíveis a qualquer análise científica, espiritual ou
paranormal, como era de se esperar.

SEGUNDA FALÁCIA
Impossibilidade de se descobrir a causa das doenças.
Então surgiu outra explicação do Mestre que "sustentava ser
intrinsecamente impossível conhecer a natureza interna dos processos de
uma doença e, portanto, infrutífero especular sobre isso ou basear o
tratamento em teorias" , e Deus, na sua infinita bondade, teria criado
“uma maneira” de tratar todas as doenças, o que os homeopatas chamam
de “lei universal da cura”. Portanto, não importando ao tipo e a origem da
mesma. Esta impossibilidade já foi sobejamente demonstrada ser falsa
pelo extraordinário avanço médico científico.

TERCEIRA FALÁCIA
Nega o valor das descobertas, afirma que toda a causa é espiritual.
Quando confrontado pela evolução científica da descoberta das doenças,
passa a afirmar uma nova teoria para justificar seu método, “No se está
enfermo porque se tiene una enfermedad sino que se tiene una
enfermedad porque se está enfermo”.
O que é totalmente irracional. Pois se as pessoas Sadias não adquirem
doenças, enfermidades, quando equilibrada a sua “energia vital” , como,
quando testadas no “proving” desenvolvendo a doença artificial,
adquirem? Acabou-se a proteção da “energia vital” ou esta é uma
demonstração cabal de que a doença é externa, real, e não devida a
especulações metafísicas inconsistentes? O exemplo disto foi a lesão
permanente adquirida por Constantin Hering (1800 - 1880), discípulo de
Hahnemann, ao se intoxicar com o veneno da serpente Lachesi
Trigonocefalus, sem jamais recuperar o equilíbrio da sua energia vital.
Para cada doença natural o ser humano reagiria de modo próprio,
irreproduzível, pois cada pessoa seria única, singular, e o fenômeno
irreproduzível. Para cinco pacientes com amigdalite seria dado cinco
especialidades homeopáticas, ou até mesmo na mesma pessoa com a
mesma doença, seria ministrado especialidades diferentes, dependendo
da ocasião. A doença seria um mero coadjuvante de uma fraqueza
momentânea, o miasma . O que seria um miasma é controverso até hoje.
Vamos ficar com a definição atual do professor Alfonso Masi- Elizalde ,
que seria uma "suscetibilidade às doenças proveniente do conflito
espiritual ou metafísico decorrente do pecado original", visto nenhuma
definição ter comprovação científica ou se basear em ciência ou medicina.
Hahnemann afirmava que a sede da doença seria a “força vital” , e os
desequilíbrios dela que seriam a verdadeira origem das mesmas.
“Segundo Hahnemann, esta força é "um ser imaterial que comunica vida e
saúde ao corpo material; ela é única, permanente, invariável, e tem poder
ilimitado sobre o corpo. Desta força emanam todos os poderes vitais do
organismo". – Organon, parágrafos 9 e 10” . O que James Tyler Kent (1849
- 1916) complementa: “Não podemos divorciar Medicina e Teologia. O
homem existe durante todo tempo do seu Espírito interior, para sua
Natureza exterior.”
“As análises químicas e/ou físico-químicas ater-se-iam ao aspecto material
das preparações, enquanto o “poder medicamentoso” é, conforme os
termos empregados por Hahnemann, imaterial, dinâmico, virtual ou
espiritual.”
Aqui eu tenho um grande problema para acreditar. Para a doença natural,
cada pessoa reagiria de modo diferente baseado na sua singularidade.
Mas se eu der esta mesma doença para testar na pessoa sadia, ele agiria
igual em todos! Por exemplo, na varíola doença, cada pessoa seria única.
Não teria duas pessoas iguais com varíola. Mas se eu der para um grupo
de pessoas sadias elas reagiriam iguais, e mais, dada para o doente pela
similaridade de sintomas, ela vai reagir igual! É um grande contra-senso.
Assim aconteceria com a bactéria streptococos causadora da amigdalite.
Como amigdalite bacteriana cada paciente seria diferente, mas ao usar o
Psorinum , como especialidade homeopática reagiriam iguais! A varíola,
como doença viral, seria uma doença não reproduzível, mas dada como
teste numa pessoa sadia para testá-la como especialidade homeopática,
seria reproduzível como Variolinum . A sífilis não seria reproduzido como
doença natural, mas como Syphilinum seria igual em todos as pessoas
testadas e agiria de forma reproduzível como especialidade homeopática.
Além disto, como afirmar que curam, se não tinham a história natural
daquele paciente singular, para saber se curou sozinho ou pela ação do
medicamento?
QUARTA FALÁCIA
Valorização do sintoma aleatório, excêntrico e subjetivo.

Na verdade é assim mesmo. Quando ministramos uma determinada


substância numa pessoa sadia, por ação farmacológica, tóxica, infecciosa
elas vão reproduzir o efeito. Certo? Mas não é assim que acontece em
homeopatia. Para cada substância testada, chamada “proving”, existem
reações que são determinadas pela ação da droga e reações que são
ocasionadas pela subjetividade individual de cada pessoa . “O
materialismo que nos foi infundido nas escolas médicas ainda nos faz
pensar que como clínicos somente podemos oferecer uma terapêutica
que confronte o patológico, enquanto que como homeopatas podemos
balizar nossa conduta pela "excentricidade" do enfermo.” Em ciência,
aquilo que se repete sempre se consideraria ser peculiar a droga [ou a
doença], e o que ocorre raramente, seria descartado, pois seria de
ocorrência aleatória e não induzido pela droga [ou pela doença]. Em
homeopatia, é justamente estes “sintomas” raros que são valorizados.
Assim, por uma pessoa estar afastado do pai ou da mãe, e neste período
de teste sentir saudades, seria considerado um sintoma a ser usado,
mesmo que ele não se repita mais nas outras pessoas testadas. Pois quem
mora com os pais, e usar a mesma droga para ser testada, evidentemente
não vai ter saudade dos mesmos, pois vive junto. Não foi a droga que
ocasionou isto. Então, para cada nova pessoa testada, em vez de ser
selecionado os sintomas comuns, são acrescentados, a cada experiência,
todos estes sintomas subjetivos. No exemplo do Psorinum, são já cerca de
550 sintomas, mas para dá-lo como especialidade homeopática, bastaria
meia dúzia . O que nos leva não a semelhança, mas apenas a uma “leve”
semelhança. E os sintomas emocionais e subjetivos é que são valorizados,
pois refletem a alma do indivíduo, os “campos sutis” , e não os sinais
clínicos. Por isto que o homeopata conversa tanto. Para buscar estes
sintomas subjetivos na arte divinatória , as palavras mágicas, na busca da
similaridade para encontrá-los no seu livro de prescrição. Na frente de um
“cancro duro” não tomaria nenhuma atitude laboratorial pois não existe
nas patogenesias descrição do achado de treponema pallidum, pois, a não
ser pela via venérea, ela não pode ser desenvolvida.
“Ela procura deitar só numa posição? Apresenta alguma intolerância às
roupas ou cobertas? Tem sede? Esta sede é de golinhos, ou é de goles
grandes?”
Existem ainda os chamados policrestos , que por terem sido testadas
muitas vezes coleciona milhares de sintomas, que podem ser encaixados
em qualquer paciente. Nux vomica foi analisado por 74 “autoridades” e
tem 1569 sintomas descritos. Sulphur teve 77 “autoridades” descrevendo-
o e 2141 sintomas relacionados. Thuja ocidentallis tem 92 “autoridades” e
3376 sintomas relacionados.
“Não existem medicamentos homeopáticos específicos para doenças, uma
vez que a homeopatia trata o paciente de forma global. Qualquer
afirmação em contrário é desonesta, e os casos devem ser denunciados ao
Conselho Regional de Medicina.”
QUINTA FALÁCIA
Negar a reprodutibilidade da doença.
Mas a doença não se repete? Como eles negam toda evolução científica e
o conhecimento adquirido das doenças não reconhecem as evidências.
Voltemos para o caso da amigdalite. A bactéria streptococos produz
amigdalite em várias pessoas de forma reproduzível. E, apesar de cada
pessoa vivenciar a sua amigdalite de modo peculiar, ela é a mesma em
todos os casos quando produzida pela mesma bactéria. Por isto que se usa
um antibiótico que pode ser ministrado de modo reproduzível. Baseado
na “história natural da doença” é que o médico sabe que o medicamento
está funcionando, pois se passou o tempo de evolução da mesma, sem
apresentar resposta, demonstra que a medicação não está agindo como
devia e o médico deve intervir. As doenças epidêmicas demonstram esta
reprodutibilidade. E a vacina demonstra o bloqueio de forma racional
desta evidente reprodutibilidade. O que levou a erradicação da varíola
como doença no mundo. A eliminação da paralisia infantil.
“O conceito de doença em homeopatia parecerá completamente
diferente daquela usada em medicina alopática. A doença não é para ser
definida, nomeada, ou explicada ou suas causas serem procuradas, mas
justamente para ser descrita em linguagem normal, isto é, os sintomas. Os
sintomas são observados como a “linguagem da natureza”, talvez uma
expressão de um agente ou causa da doença invisível.”

SEXTA FALÁCIA
Invenção de diagnósticos não demonstráveis cientificamente.

Voltando ao diagnóstico, que Hahnemann em princípio declarara


impossível de ser conseguido, mas na verdade ele, além do miasma,
inventou arbitrariamente a psora, a sycose e a syphilis , da mesma forma
com que estabelecera as “leis da cura”. A psora seria expressa pela
coceira. A descoberta do Sarcoptes scabiei só seria feita em 1834, após a
edição do quinto Organon. Pelo mesmo atual Dr. Alfonso Masi- Elizalde
psora seria "o sofrimento por recordações herdadas do que o homem foi e
do que atualmente é (angústia essencial) constitui a psora primária e a sua
justificativa no meio, a psora secundária.", a sycose "é a psora terciária
que acontece quando o indivíduo arbitra atitudes para si e para o meio. É
uma reação de defesa que se caracteriza pelo movimento egotrófico com
hipertrofia física e mental." E a syphilis seria "psora terciária, é uma reação
de defesa do indivíduo contra o inimigo que ele identifica no meio. É um
movimento egolítico e alterlítico." Portanto, todos os doentes se
enquadram dentro destas doenças. Até mesmo as doenças agudas estão
aí, pois na verdade são exacerbações das doenças crônicas apenas, que
enfraqueceriam a força vital, permitindo bactérias, parasitas ou outros
males agirem.

SÉTIMA FALÁCIA
Afirmar que usam pelos semelhantes quando usam e abusam dos “anti-”.
E para estes males inventados por Hahnemann, se usam os
antimiasmáticos, antipsóricos, antisycóticos e antisyphilíticos . Que agem
pelos contrários destes males arbitrários. Pois o semelhante é apenas o
sintoma usado para a escolha da especialidade homeopática nos
Repertórios e nas Matérias Médicas , ¾ os prescriptions books ¾, e não o
mecanismo de ação. Querem fazer passar que a divergência com a
medicina é esta, mas na verdade é científica, pois a medicina usa vacina,
anestésicos, dessensibilização, hormônios, cirurgias... que não são anti- ou
contrários. Os antidepressivos, por exemplo, não agem pelo contrario,
mas através de vários mecanismos farmacológicos na fisiopatologia da
doença. Como existem inúmeros outros exemplos.
Mais recente, a Dra Margaret Lucy Tyler (1857-1943), seguidora de Kent
na Inglaterra, cria a idéia artificial da drug picture , em que as pessoas
teriam as doenças na verdade baseadas na “imagem” dos venenos e
sujidades dadas às pessoas sadias e não a origem das doenças
demonstradas pela patologia, parasitologia, microbiologia.

OITAVA FALÁCIA
A ação primária seria danosa e a ultradiluição seria a prova de que a
mesma não funcionava.

Como agiria a ação curativa? Haveria uma ação primária da mesma .


Vamos exemplificar. Você está caminhando em cima do muro. Bate um
vento, que por ação primária, o desequilibra fazendo você quase cair. Seu
corpo reage, através da ação muscular reflexa, mudando o centro de
gravidade para, por uma ação secundária sua, voltar ao equilíbrio. (Seria
produzido pelo sistema nervoso autônomo ou pela energia vital, o mestre
do equilíbrio.) O que eles afirmam é que se junto com o vento, você
empurrar a pessoa (energia cinética), ela vai ser “ajudada” a se equilibrar,
ao se acrescentar uma força semelhante. É uma improbabilidade
completa. A pessoa vai é se estatelar no chão. Mas eles então afirmam,
que se você for diminuindo o estímulo, até desaparecer, você aumento o
efeito do reequilíbrio, que seria uma ação sua e não da droga.
"toda droga causa uma certa alteração no estado de saúde humano pela
sua ação primária; a esta ação primária do medicamento o organismo
opõe sua força de conservação, chamada ação secundária ou reação, no
sentido de neutralizar o distúrbio inicial".
A idéia do efeito primário e secundário de Hahnemann ocorreu quando
fazia experiências com as substâncias para fazer a sua Materia Medica.
Ocorreu-lhe de que as substâncias provocariam uma ação primária ao
provocarem na pessoa sadia reações, que após algum tempo se
inverteriam. Por exemplo, uma droga produziria euforia no início e após
torpor. Chamamos isto de efeito rebote. Só que ele acontece às vezes e
tem a sua ocorrência anulada quando não se usa a droga. Seria o efeito
vodoo, a ação espiritual agindo na droga após a medicação da mesma ter
sido eliminada na diluição infinitesimal. Os medicamentos submetidos à
diluição e agitação vigorosa perdem todas as suas propriedades
farmacológicas.
Mas a explicação continua inconsistente! Vamos então exemplificar com
uma pessoa com asma, que eles alegam que tratam, mas os trabalhos não
conseguem evidenciar este fato . Uma criança costuma apresentar crise
de asma desencadeada por pêlos de gato e quando tem estresse por
exame no colégio. Esta criança, na véspera da prova, apresenta uma crise
de bronco-espasmo motivado pela tenção emocional. Adiantaria para ela
acrescentar pêlos de gato para tratar pelo semelhante? Ou lhe dar uma
“carga” de ácaros? Melhoraria dar aspirina, que também produz bronco-
espasmo em asmáticos? Evidente que não. A reação seria de tal
magnitude, que ela provavelmente entraria num “estado de mal
asmático” devido a sua intensidade. Mas vamos diluir até desaparecer o
pêlo de gato, os ácaros e a aspirina. Aí não há estímulo primário algum
detectável. Como esperar um efeito secundário do organismo, já que ele é
do paciente e não da água, por algo que, o efeito primário, felizmente
como vimos, não ocorreu? Além disto, usar 350 ações primárias (ou
milhares no caso de um policresto) de uma especialidade quando só
precisaria meia dúzia, como no caso do Psorinum mencionado acima, seria
inconsistente.
Outra explicação para a idéia do uso de semelhante Hahnemann aborda
na sua obra A Medicina da Experiência , e depois confirma esta visão no
Organon da arte de curar de que uma doença semelhante mais forte
curaria uma mais fraca, pois duas semelhantes não poderiam existir no
mesmo organismo ao mesmo tempo. Erro sem base epidemiológica até
hoje. E nesta idéia usaria os tóxicos, venenos, excrementos, insetos
esmagados tentando provocar estas doenças. Aqui mais uma vez se
entende porque a diluição infinitesimal era necessária, pois venenos
fortes até em quantidades traços poderia agravar, além de não melhorar
em nada além do efeito placebo. Daí que resta apenas aa signatures para
a prescrição.

NONA FALÁCIA
Liberação espiritual da matéria pela sucução.

Para evitar a piora que ocorria com o paciente, comprovando a falsidade


da lei, Hahnemann foi diminuindo a concentração das soluções numa
escala centesimal até atingir a eliminação de toda a matéria. Para justificar
a permanência da ação criou, 29 anos após , o conceito de “dinamização”
para alegar que ao diluir numa solução de água e álcool até além da
possibilidade de permanência molecular, aumentaria inversamente
proporcional apenas e unicamente a capacidade curativa. Quanto mais
diluído e sacudido/dinamizado (submetido a sucussões) mais “potente”
ficaria a preparação homeopática. Ao mesmo tempo tornava o preparado
inacessível a qualquer tipo de analise tendo que se acreditar apenas na
sua afirmação. Haveria a liberação “espiritual” do poder da medicação,
presente em todo ser vivo, vegetal, animal ou mineral.
O interessante, além de outras óbvias incongruências, é que Alcohol é
também um medicamento homeopático. Possui mais de 492 sintomas
descritos e também é dinamizado junto com a solução mãe que vai sendo
eliminado através da diluição infinitesimal, sem no entanto se transformar
em medicamento nesta hora, e nem é considerado “mistura” ao ser o
preparado usado pelo princípio do “unitas remedii” pelos homeopatas
unicistas.

DÉCIMA FALÁCIA
Não haveria ação diferente do que a esperada.
Vamos voltar agora a experiência do Dr. Benveniste. A ação alegada por
ele, seria de que uma solução ultradiluída de anti-lgE, que não é um
medicamento homeopático, provocaria a liberação de histamina das
células basófilas, chamada degranulação , que seria como a reação dela na
alergia! Mas isto não tem nada a ver com o semelhante de Hahnemann. A
alergia não acontece na pessoa sadia. A ação da substância alérgica só
acontece no doente e não na sadia. Não é pelo sintoma similar, a “lei
universal da cura” , que o basófilo degranularia, mas pela mesma ação,
igual reação, que aconteceria com a solução molecular não diluída e que
teria guardado a alegada “memória”. Seria a mesma ação primária da anti-
IgE. Não tem nada a ver com a “energia de ordem vibracional”,
“dinâmica”, agindo na “força vital”. As células do experimento estavam
fora do organismo e não integrada no “holismo” do paciente. Não haveria
ação curativa alguma, mas apenas a mesma reação fisiológica,
farmacológica ou tóxica que já era esperada.
O que alegam ser a “memória da água” na verdade é a prova do incrível
esquecimento da mesma, pois a mesma não lembra que a tintura mãe era
veneno, pus, aranhas esmigalhadas, etc. para só ter uma alegada ação
“benéfica”! Nenhum método analítico consegue identificar a sua história
(tintura mãe e dinamização)!
O que é lógico pois sua ação está baseada só nas “HIPÓTESIS FINAL SOBRE
EL ORIGEN METAFÍSICO DE LA PSORA EN EL MEDICAMENTO ESTUDIADO.”
Isto não transforma substâncias escatológicas tais como fezes de pássaros
Guano Australis, esmegma de castor Castoreum, pus de lesões de
escabiose Psorinum, catarro verde Tuberculinum Viridis, secreção de
gonorréia Medorrhinum, baba de cachorro loco Lyssinum ou Hidrofobium,
metais em dose tóxica Aluminium, Stannum, Ferrum Metallicum, venenos
como Belladona, Cicuta virosa, Arsenicum Álbum em substâncias
curativas, ainda mais para diagnósticos místicos inacreditáveis.

DÉCIMA PRIMEIRA FALÁCIA


Tentativa de aproximar com a ciência por meios tortuosos.
A vacina não se baseia no princípio do semelhante, mas na etiologia da
mesma, Tolle Causum , por Materia Peccans, origem material, negada por
Hahnemann. Só se usa para imunizar preventivamente e não
curativamente naquelas doenças que tenham o germe por origem, e não
por semelhança “homeopática”. Não existe nenhuma analogia com o
princípio do semelhante de Hahnemann , pois ele causa a doença e não
sintomas subjetivos. Usa-se na inoculação de antígeno para a produção de
anticorpos pelo organismo e não por meio da similitude do espírito da
causa imaterial, agindo na “força vital”. O uso de doses infinitesimais e
dinamizadas não fazem a virada imunológica. (criação de anticorpos
específicos) Outro meio fácil de provar o efeito se o mesmo existisse: o
uso de “substâncias não moleculares e dinamizadas ricas em certas
energias vibracionais” produzindo a imunidade específica (pela dosagem
dos anticorpos específicos) ou proteção reproduzível (modelo animal).
Trata-se, na verdade, de mais uma comprovação do erro conceitual da
homeopatia. Todos os pacientes imunizados reagem de forma idêntica ao
serem imunizados e não aleatoriamente, como pessoas únicas. Não se
busca uma vacina para cada paciente, mas a mesma para milhões de
pessoas. Ela não promove por este meio o equilíbrio de “energia vital”
algum.

DÉCIMA SEGUNDA FALÁCIA


Segunda tentativa de comparar com o mundo real.
Outra falácia propostas pelos homeopatas é que a dessensibilização das
alergias usaria o princípio do semelhante e das mínimas doses. Em
primeiro lugar, não é pelos sintomas apresentado na pessoa sadia ao
tomar o alérgeno que se uso a substância. Só se usa o alérgeno que a
pessoa tenha a sensibilidade, a doença alérgica. Por sinal ele não é a causa
da doença, mas apenas o desencadeador. Trata-se na verdade de uma
negação do primeiro princípio da homeopatia, pois todos os pacientes
reagem a alergia de maneira igual, e não como indivíduos únicos e
singulares. Não adianta usar proteína de camarão para fazer a
dessensibilização da penicilina, apesar das duas produzirem o mesmo
quadro anafilático (no doente susceptível apenas). Ou usar um alérgeno
de uma pessoa, que na segunda não apresente sensibilidade a mesma. Na
verdade, usando em uma pessoa sadia, sem a doença alérgica, esta não
apresenta reação alguma, não produziria sintomas. Usam-se as pequenas
doses (moleculares) para despertar a mínima reação possível, obtida pelo
princípio esperado da diluição diminuir o estímulo, aumentando a seguir
gradativamente a concentração e, não por que as mínimas doses (não
moleculares) “potencializam” o espírito curativo do preparado. Nem por
que diminuindo a dose aumenta o poder de dessensibilização. Não se usa
a dinamização/potencialização ao diluir a substância causadora da alergia
no processo de preparo da solução dessensibilizante. Também não se
escolhe o alérgeno para a pessoa pelos sintomas subjetivos, mas pelos
testes alérgicos que o paciente é submetido.

DÉCIMA TERCEIRA FALÁCIA


Terceira tentativa, o uso e abuso de meias explicações
Mas vão alegar que “são confirmadas, atualmente, pela farmacologia
moderna, através do efeito rebote (rebound effect )” “ou reação
paradoxal” que explicaria tudo. Parece até o chapéu da fábula de Gellert.
Primeiro era a força espiritual da especialidade homeopática, depois agiria
como uma vacina, após seria como efeitos alérgicos, agora o efeito
rebote.
O efeito rebote acontece com alguns medicamentos apenas, e não tem
ação curativa alguma. É uma resposta exagerada do mecanismo de
homeostase , que leva o ponto de equilíbrio para o lado oposto. Por
exemplo, quando alguns anti-hipertensivos tem o seu uso suspenso,
provoca no organismo uma reação ao contrário, exagerada, da que estava
sendo obtida, produzindo hipertensão pela retirada brusca e o efeito não
acontece quando da diminuição gradual da medicação. Outro exemplo, o
efeito rebote em alguns pacientes tratados por angina do peito por
nitratos, podem, em alguns raros casos, provocar o efeito contrário,
resultando em angina pela sua retirada. Mas acontece também o
contrário. Os corticosteróides, ao serem administrados, inibem a glândula
supra-renal a produzi-lo e se tiverem a sua administração suspensa
abruptamente, não vão suprir as necessidades do organismo resultando
numa hipofunção.
Primeiro a explicação falha por que o efeito rebote não é uma “lei
universal da cura”, mas um efeito indesejável de alguns medicamentos
que nem sempre ocorre. Tanto que se ele ocorresse significativamente na
angina não seria utilizado o nitrato, pois seria inútil piorar o paciente. Não
é demonstrável em soluções não moleculares, devemos apenas acreditar
no que afirmam. Segundo, certamente não é um efeito da energia vital
mas um fenômeno bioquímico mensurável e demonstrado clinicamente.
Não agem quando diminuindo a dose, pois ele vai desaparecendo.
Terceiro, se ele acontecesse, com as especialidades homeopáticas, como
tentado demonstrar pelo Dr. Benveniste no experimento, deveria ser
medido no paciente também. Coisa que não ocorre. Quarto, não seria
benéfico se dar uma medicação que produzisse 350 efeitos rebotes
quando só queremos meia dúzia. Quinto, não seria racional utilizar um
medicamento que não sabemos se vai ocorrer o efeito rebote apenas
confiando na “bondade de deus”, pois não foi comprovado isto. Sexto,
seria imprudente utilizar especialidades apenas por efeitos alegados e não
demonstrados. Seria uma irresponsabilidade usar drogas sem critérios, só
esperando o efeito mágico positivo, quando nunca medimos se o mesmo
ocorre e em que sentido. Sétimo, a vacina não age por efeito rebote,
sendo conceitos excludentes como explicação.

DÉCIMA QUARTA FALÁCIA


Trocar pelas explicações em vez de demonstrações de resultados.
Mas para que uma busca tão desesperada no escuro? Não seria simples
demonstrar que os pacientes com malária , portadores do plasmódio,
independente da sua singularidade e de serem “irreproduzíveis
sintomaticamente” teriam removido do organismo o plasmódio pela ação
curativa alegada? Está é a finalidade de qualquer terapia, não a
elucubração, o esgravatar no pernicioso tecido das conjecturas, mas a
cura daquilo que incomoda e afeta o paciente. Esta desculpa de que não
existem dois pacientes iguais esconde apenas o fracasso terapêutico da
homeopatia, pois podem ser conseguidos 10, 20 ou 50 pacientes com
malária, doença que alegam que Hahnemann curou, que independente
dos seus sintomas “espirituais” e peculiaridades individuais devem ser
livrados do plasmodium. Como podem garantir de curar o paciente se
nem uma simples malária, há duzentos anos, comprovam que curam ? O
experimento do Dr. Benveniste não vai ser suficiente para provar aquilo
que os médicos homeopatas não conseguem!
DÉCIMA QUINTA FALÁCIA
Usar afirmações de evidências baseadas na garantia pessoal.
Podemos perguntar “Se o efeito da homeopatia é psicológico, como se
explica a eficácia do tratamento do veterinário homeopata com cachorros,
cavalos e outros animais?” Mas quem disse que funciona em veterinária ?
Os veterinários, que encontraram animais mais semelhantes aos humanos
que do que estes entre si, afirmam que se funciona nos humanos,
funciona nos animais. Mesmo considerando a garantia “científica” de
Chico Xavier de que “São eles os nossos parentes próximos, apesar da
teimosia de quantos persistem em o não reconhecer.” No entanto os
próprios veterinários homeopatas afirmam que “Embora a homeopatia
tenha um uso prático bastante amplo, ela ainda carece de base científica
para a sua eficácia clínica na medicina veterinária. Essa base vem sendo
exigida há muito tempo, tanto pelos críticos como pelos adeptos da
homeopatia [Löscher 1992; Schütte 1994].” Além disto, se funcionasse em
veterinária , seria apenas mistificação tanta conversa desnecessária com o
paciente, já que é totalmente dispensável. Pois até tem gente achando
plantas mais semelhantes com pessoas doentes do que dois humanos
entre si. Qual o “pecado original” que poderia ser atribuído aos animais
para tratarmos os seus distúrbios da alma?
DÉCIMA SEXTA FALÁCIA
Energias que na hora “H” não funcionam.

A alegação de “equilibrar” a “força vital” se torna duvidosa quando na


presença de desequilíbrios reais que ameaçam a vida , em que até uma
pessoa leiga enxerga o risco eminente de morte, como na UTI, num
baleado, num politraumatizado, no infarto do miocárdio, na emergência
médica ou cirúrgica, só os medicamentos farmacológicos e racionais tem
uso e ação, recuperando o paciente, restabelecendo a saúde sem a
mínima indicação de tratamento “espiritual”. Todo o “holismo”
desaparece e só o uso coordenado das especialidades médicas reais
restabelecem o paciente na sua totalidade. O que demonstra que a
recuperação da fisiopatologia pela ação farmacológica é que de fato
“equilibra” o paciente, não a mistificação especulativa.
Desta barafunda inconsistente e anticientífica, criaram-se vários ramos da
seita com os homeopatas unicistas, pluralistas, alternista, complexista ,
Pseudohomeopatas , Esses "omeopatas" formam grupos que se
constituem em verdadeiras oligarquias burras (desonestas?), sempre
associados por vocação no Brasil e no resto do mundo com as terapias
alternativas e complementarias, igualmente carentes de resultados
demonstráveis pelo uso da metodologia científica, perdidas entre a
pseudociência, o misticismo e a anticiência.
“Um grupo de doutores tem encontrado um método eclético que é uma
curiosa mistura de remédios homeopáticos e alopáticos. Suas prescrições
são uma mistura de drogas químicas e homeopáticas que não são para ser
usados para propósitos alopáticos. Por exemplo, este grupo acredita que
num paciente sofrendo distúrbios digestivos poderiam dar Nux vomica
concomitante com as drogas químicas tradicionais!! Mais uma vez tem
sido enfatizado que o propósito da homeopatia é realizado através do seu
método e não através de suas drogas”
Seria ingenuidade achar que os médicos que usavam a sangria, os
vomitórios e o calomelano estavam imbuídos de espírito de torturador e
não movidos pelo mais legítimo desejo de ajudar os seus pacientes, assim
como, a pureza de intenção, não garante o seu real efeito e nem a sua
utilidade a priori .

Paulo Bento Bandarra

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