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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
LICENCIATURA EM CIÊNCIA POLÍTICA
CADEIRA: Globalização e Desenvolvimento
4º Ano - Laboral

Tema: Teorias da Globalização: Economias-Mundo (Octávio Ianni)

Discente:
Gildo Chau

Docentes: Prof. Doutor Francisco Carlos da


Conceição & Lic. Bénet Justina Machava

Maputo, Abril de 2022


1. Teorias da Globalização: Economias-Mundo

Octávio Ianni foi um sociólogo brasileiro, na obra sobre Teorias da Globalização, o autor fala
de Economias-Mundo. A primeira coisa que ele vai dizer é que a história moderna e
contemporânea pode ser vista como uma história de sistemas coloniais, sistemas
imperialistas, geoeconomias e geopolíticas. Ele faz uma uma análise das economias-mundo
focando na história moderna e contemporânea, mostrando como o Estado-nação tem
contribuído para esse sistema e ainda mostrar como a economia-mundo capitalista, seja de
alcance regional, seja de alcance global, articula-se com base no Estado-nação. A idéia de
que há todo um conjunto de estudiosos preocupados com o conhecimento das realidades
internacionais emergentes, ou realidades propriamente mundiais, em particular no século XX,
depois da Segunda Guerra Mundial, sem deixar de continuar a contemplar a sociedade
nacional, em suas mais diversas configurações. Muitos empenham-se em desvendar as
relações, os processos e as estruturas que transcendem o Estado-nação, desde os subalternos
aos dominantes.
Eles empenham-se em desvendar os nexos políticos, económicos, geoeconómico,
geopolíticos, culturais, entre outros factores que articulam e tencionam as sociedades
nacionais, em âmbito internacional, regional, multinacional, transnacional ou mundial. A
ideia de economias-mundo emerge nesse horizonte, diante dos desafios das actividades,
produções e transacções que ocorrem tanto entre as nações como por sobre elas, e além
dessas, mas sempre envolvendo-as em configurações mais abrangentes. Para compreender
esse fenómeno os pesquisadores combinam o olhar do historiador com o do geógrafo, o que
Braudel e Wallerstein fazem em seus estudos sobre o conceito de economia-mundo, de forma
a revelarem configurações e movimentos da realidade social que transcendem o feudo, a
província e a nação, assim como transcendem a ilha, o arquipélago e o continente,
atravessando mares e oceanos.
Braudel vai dizer que por economia mundial entende-se a economia do mundo globalmente
considerado, o mercado de todo o universo.

De tal forma que uma economia-mundo pode definir-se como tripla realidade:
➢ Ocupa um determinado espaço geográfico; tem, portanto, limites, que a explicam, e
que variam, embora bastante devagar;
➢ Uma economia-mundo submete-se a um pólo, a um centro, representado por uma
cidade dominante;

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➢ Todas as economias-mundo se dividem em zonas sucessivas. Há o coração - a zona
que se estende em torno do centro.

Como já vimos nas leituras anteriores, para Wallerstein um sistema mundial - é um sistema
social, um sistema que possui limites, estrutura, grupos, membros, regras de legitimação e
coerência. A forma de organização económica chamado capitalismo, é o aspecto político
peculiar que manteve e mantém o sistema mundial moderno vivo. Para este autor, economia-
mundo toda ela é permeada pala economia capitalista.
Por fim, um aspecto não menos importante a realçar é que nos últimos tempos há economias-
mundo regionais polarizadas pelas seguintes organizações ou nações: União Europeia, com
alguma influência no leste europeu e ampla ascendência sobre a África; Estados Unidos, com
ampla influência em todas as Américas, do Canadá ao Chile, naturalmente compreendendo o
Caribe; Japão, com ampla influência nos países asiáticos do Pacífico, compreendendo
também a Indonésia, mundo capitalista global. Porém, ainda que reconheça a importância das
corporações transnacionais, Wallerstein reafirma a importância do Estado-nação soberano,
mesmo que essa soberania seja limitada pela interdependência dos Estados nacionais e pela
preeminência de um Estado mais forte sobre outros. A superestrutura da economia-mundo
capitalista é um sistema de Estados interdependentes, sistema esse no qual as estruturas
políticas denominadas Estados soberanos são legitimadas e delimitadas.

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