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SUICÍDIO COMO FATO SOCIAL

O pai da sociologia, Emile Durkheim, nasceu na França, em 1858, e dedicou


seu trabalho para solucionar vários problemas que presenciava na sociedade francesa
naquela época, dentre eles, o suicídio como fato social.
Fato social é todo comportamento tomado por influência da sociedade. Toda
ação do indivíduo que não é realizada por causas puramente naturais, mas por indução
ou coerção do local em que vive. Se um indivíduo age de tal forma, é por causa da
sociedade em que ele está inserido.
Para Durkheim, o suicídio não é uma escolha puramente individual, ele deve
ser compreendido como toda a morte que “resulta direta ou indiretamente de um ato,
positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que ela produziria esse
resultado” (DURKHEIM, 2004, p.14). Portanto, o suicídio sempre estará atrelado a fatores
externos, e se categoriza em 3 tipos: Egoísta, Altruísta e Anemico.
Suicídio Egoísta: parte da desestabilização da relação entre a pessoa e o seu
meio social, chamada de “coesão social”. A sociedade exige papéis que devem ser
seguidos por cada indivíduo, e quando esse papel não é cumprido, ou quando o laço
entre a pessoa e as instituições não é forte o suficiente, ela perde a razão de viver, e fica
mais suscetível ao suicídio.
Suicídio Altruísta: ocorre quando uma pessoa se sente compelida a se matar
pelo bem da sociedade. Esse tipo de suicídio é muito comum em sociedades
beligerantes, e é romantizado em várias obras artísticas. Os militares japoneses na 2º
Guerra Mundial, por exemplo, eram compelidos a se matar para manter a honra e para
proteger a nação, o que resultou nos ataques suicidas denominados dos “kamikazes”. A
religião dos povos escandinavos no século IX, popularmente conhecidos como Vikings,
engrandecia os guerreiros que morressem em batalha, e dizia que teriam suas almas
levadas aos céus por Valquírias. Nesse sentido, a razão deles viverem está atrelada a
sua morte, pois ela tem um significado maior.
Suicídio Anômico: são suicídios decorrentes de sociedades em situação de
Anomia, ou seja, aquelas que passaram a se tornar complexas de mais, e onde os
indivíduos não conseguem mais ter um objetivo comum. Nessas sociedades, as
instituições tradicionais já não conseguem mais dar a coesão social necessária ao
indivíduo, em razão da divisão de trabalho, e que o fez perder o sentimento de “pertencer
a algo maior”.
Émile Durkheim, viveu em uma época de grandes transformações sociais, e
buscou meios para entender e sanar os problemas que foram surgindo com elas,
resultando no surgimento da Sociologia. Assim como ele, nós também devemos analisar
essas problemas, e buscar soluções, para uma sociedade mais justa e igualitária a todos.

Fontes:

http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
conteudo=167#:~:text=e%20Anomia-,Fatos%20sociais,regras%20da%20sociedade
%20onde%20vivem.

https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/sobre-suicidio-na-sociologia-Emile-durkheim.htm
ALMEIDA, Felipe Mateus. O Suicídio: Contribuições de Émile Durkheim e Karl Marx para
a Compreensão desse Fenômeno na Contemporaneidade. Rev Aurora, São Paulo, 2018,
https://doi.org/10.36311/1982-8004.2018.v11n1.07.p119, disponível em:
https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/aurora/article/view/7306, acessado em: 9 de
maio de 2022.

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