Resenha crítica: As Mil Partes do Meu Coração (Colleen Hoover)
Tipo de narrador: 1ª pessoa.
Personagens: • Unidimensionais: Dono do antiquário, • Multidimensionais: Merit, Honor, Utah, Moby, Victoria (mae), Barnaby (pai), Victoria (madrasta), Luck, Sagan
O livro conta sobre a vida de Merit, uma silenciosa adolescente de 17 anos e
se passa pela própria visão dela. Morando em uma antiga igreja, com uma família muito complexa e que a cidade toda odeia, tendo como madrasta Victoria a ex-enfermeira da sua mãe doente, a qual mora no porão de casa, Utah um irmão que não olha na sua cara, Honor uma irmã gêmea que é totalmente seu oposto e a deixa vivendo na sombra dela, e Moby o fruto do novo relacionamento do seu pai e único integrante essa família maluca que Merit realmente gosta. Merit esconde muitos segredos que sabe sobre sua família e eles a machucam cada dia mais. Ela pretende revelar todos eles antes de sumir do mapa, ela e seus troféus, os quais ela não ganhou. Mas tudo muda quando ela vai atras de um novo troféu e encontra Sagan, sombrio, tatuado, quieto, o suposto namorado da sua irmã gêmea e que mexe com sua cabeça. O que mais me prendeu no livro foi que com o tempo vamos percebendo que Merit não é só quieta, mas que algo se passa com ela, algo que nem ela mesma sabe. Com o desenrolar da história fica claro que se trata de um quadro de depressão, onde ela não vê futuro pra sua vida e se afoga tão profundamente na doença que escreve cartas revelando toda a verdade sobre sua família antes de tentar suicídio, tomando 28 comprimidos de sua mãe. Merit só continua viva pois Sagan leu a carta e pressentiu que tinha algo errado. Nas cartas estava todo o peso da vida de Merit, todos os segredos e dores, as mesmas que me emocionaram muito e me fizeram entender a dor dela. A escrita de Colleen expressa tanto os sentimentos da personagem que começamos a sentir o que ela sente ao longo da história. Esse é o meu livro favorito pois traz realidade, vários sentimentos que são expressados por Merit, estão presentes em quem lê, e ao ler a história dela e ver como tudo se desenvolve, como as pessoas podem sentir coisas, como tudo pode estar desabando para uma pessoa próxima a você e você nem percebe, a gente tem noção de como a depressão e uma doença tão destrutiva e tão silenciosa. Achei de extrema importância o tema ter sido retratado dessa forma, da mesma forma como ocorre, não fica explicito no começo, mas sim vai sendo construído. Os atos de Merit mudam junto com sua cabeça e ate o dia que ela se vê numa corda bamba entre a vida e a morte ela não tinha percebido do que se tratava.