1) Uma pesquisa no Brasil mostrou que a maioria da população acredita que a roupa de uma mulher pode justificar assédio e estupro.
2) A sociedade brasileira ainda é muito machista e vê as mulheres como objetos sexuais.
3) É necessário mudar a educação e parâmetros culturais para eliminar a ideia de que homens são superiores e as mulheres devem ser submissas.
1) Uma pesquisa no Brasil mostrou que a maioria da população acredita que a roupa de uma mulher pode justificar assédio e estupro.
2) A sociedade brasileira ainda é muito machista e vê as mulheres como objetos sexuais.
3) É necessário mudar a educação e parâmetros culturais para eliminar a ideia de que homens são superiores e as mulheres devem ser submissas.
1) Uma pesquisa no Brasil mostrou que a maioria da população acredita que a roupa de uma mulher pode justificar assédio e estupro.
2) A sociedade brasileira ainda é muito machista e vê as mulheres como objetos sexuais.
3) É necessário mudar a educação e parâmetros culturais para eliminar a ideia de que homens são superiores e as mulheres devem ser submissas.
Um levantamento de dados realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA) no Brasil apontou para uma realidade que a sociedade de tal país parece ignorar: a tolerância social em relação à violência contra as mulheres. De acordo com os dados oficiais, 58,5% dos entrevistados pela organização acreditam que o comportamento feminino tem influência nos casos de estupro; e 65,1% concordam total ou parcialmente com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Isso demonstra que a mentalidade brasileira ainda está impregnada com velhos conceitos machistas, que pregam o comportamento recatado como o único válido para mulheres “decentes”. Críticos da pesquisa alegam que a quantidade de pessoas que participaram dela foi pequena demais para que as manchetes estampassem com tanto vigor a imagem de um Brasil quase medieval. Contudo, a mídia – e a pesquisa – serviu apenas como estopim de uma discussão que há muito vinha se adiando. Os elementos de uma sociedade majoritariamente patriarcal podem ser visto no cotidiano brasileiro com clareza – não só por parte dos homens, mas também pelas próprias mulheres, criadas num cerco ideológico fundamentalmente machista. Seja nas piadas misóginas, ou nos comentários maldosos que colocam a mulher como objeto sexual, a realidade brasileira ainda conta com uma característica sexista tão enraizada que muitas vezes passa despercebida pela maior parte da população. Segundo o “Estadão”, jornal veiculado em São Paulo, um homem foi expulso de um avião da Trip ao afirmar que se recusaria a permanecer num voo comandado por uma mulher. Caso isolado de preconceito de gênero? Não. Nas empresas e nos transportes públicos, por exemplo, o assédio contra passageiros do sexo feminino chegou a níveis alarmantes. No mercado de trabalho, as mulheres ainda recebem salários reduzidos, desempenhando as mesmas tarefas que colegas homens. O grande problema está na ideia de que a mulher é o “sexo frágil”, e de que ela não tem competência para lidar com cargos e situações que exijam mais agressividade, mais firmeza. E isso é transmitido de geração em geração, nos pequenos detalhes da educação infantil. Repreende-se ou ridiculariza-se um garoto que demonstre um sentimento considerado “feminino” (como medo, tristeza), ao passo em que se ensina às jovens meninas a serem submissas perante a força do homem, e, acima de tudo, recatadas. É de extrema importância que se mudem os parâmetros culturais e educacionais da sociedade para que ela mesma possa expurgar de si o fantasma de uma sociedade patriarcal que desvaloriza e desestimula a participação ativa do sexo feminino, através do controle sociocomportamental deste. WHOSE FAULT IS IT?
A data survey conducted by the Institute of Applied Economic Research (IPEA)
in Brazil pointed to a reality that the society of that country seems to ignore: the social tolerance towards violence against women. According to the official data, 58.5% of those who responded the survey believe that the female behavior has influence in cases of rape; and 65.1% fully or partially agree with the phrase "women who wear revealing clothes deserve to be attacked". This shows that the Brazilian mentality is still imbued with old sexist concepts that preach the prude behavior as the only valid for "decent" women. Critics of the survey argue that the amount of people who took part in it was far too small for the country’s headlines to denounce so vigorously the image of an almost medieval Brazil. However, the media – and research – acted like a trigger to ignite a discussion that has been put off for a long time. The elements of a largely patriarchal society can be seen clearly in the Brazilian daily life – not only through the actions of men, but also through the actions of women themselves, who were raised in an ideological siege fundamentally sexist. Be it in the misogynistic jokes, or in the mischievous remarks that put women as sexual objects, the Brazilian reality still has a sexist character so deep-rooted that often goes unnoticed by most people. According to the "Estadão", a newspaper in the state of São Paulo, a man was kicked out of an airplane because he incisively stated that he would never stay on a flight commanded by a woman. Was it an isolated case of gender bias? No. Inside the working environment and the public transportation, for example, the harassment against female passengers reached alarming levels. In the labor market, women still earn lower wages, even though they perform the same tasks as their male coworkers. The big problem lies in the idea that the women are the "weakest gender", and that they have no competence to deal with situations and positions that require a more aggressive, firm behavior. And that is transmitted from generation to generation, in the small details of early childhood education. We often mock young boys who demonstrate an emotion considered too "feminine" (such as fear, sadness), whilst we teach young girls to be submissive before the power of the men, and to be, above all, demure. It is of utmost importance to change the cultural and educational parameters of the society, so it can purge out of itself the ghost of a patriarchal society that devalues and discourages the active participation of women, through social behavior control.