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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

REPRODUÇÃO ASSISTIDA

DESENVOLVIMENTO
DA REPRODUÇÃO
ASSISTIDA
Autoria: Dra Carolina Galvão Sarzedas
Revisão técnica: Dr. Vinicius Canato Santana

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

Introdução

Nessa unidade vamos conhecer a história da reprodução assistida no mundo e


no Brasil, com a evolução das técnicas e a ampliação dos processos. Nos
últimos 40 anos, desde a clonagem da ovelha Dolly até o criocongelamento de
embriões e gametas, a fertilização in vitro vem enfrentando e quebrando
barreiras.
Vamos propor algumas reflexões: como a técnica pode auxiliar indivíduos a
tornar o sonho de ter um filho biológico realidade? Até onde é ético “produzir”
um ser humano em laboratório? Posso abrir um centro de reprodução assistida
em qualquer hospital ou clínica?
Inicialmente veremos os conceitos que cercam a técnica de reprodução
assistida, as indicações para os casos de infertilidade masculina ou feminina, ou
ainda opções de útero de substituição para mulheres impossibilitadas de levar
uma gravidez até o final ou casais homossexuais masculinos. O
desenvolvimento da técnica vem dando esperanças e trazendo discussões sobre
novos arranjos familiares. O que não podemos deixar de discutir é que,
independente da técnica ou do método de reprodução utilizado, estamos falando
da geração de uma criança. Por isso, não basta um embriologista competente e
um médico especialista, é preciso um trabalho multiprofissional, que auxilie no
físico e no psicológico dos indivíduos envolvidos no processo. 
Bons estudos!

Tempo estimado de leitura: 46 minutos.

2.1 História da reprodução humana em


laboratório

A reprodução humana em laboratório é um conjunto de técnicas de investigação


e intervenção médica para começar uma gestação. Para o sucesso da técnica e
do processo de reprodução assistida, é preciso a escolha de um laboratório de
qualidade, que siga os protocolos estabelecidos pela legislação, assim como
profissionais especialistas éticos e conscientes das limitações humanas. 

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Percebemos ao longo da história que a inseminação artificial não é uma técnica


recente, e sim usada desde a idade média. Éguas no cio eram inseminadas,
manualmente, com sêmen de cavalos de guerra, para que a prole fosse mais
forte e resistente. O que ocorreu ao longo do tempo, foi um entendimento do
processo da reprodução e o desenvolvimento de técnicas mais eficientes. 

2.1.1 Reprodução humana no mundo


As técnicas de Reprodução Assistida tiveram seu início mais conhecido a partir
da década de 1970, quando, por meio da técnica de fertilização in vitro (FIV), veio
ao mundo Louise, o primeiro bebê de proveta do mundo. Em seu início, as
técnicas de reprodução eram limitadas a tratamento de infertilidade em
mulheres com problemas de obstrução tubária. Na atualidade, já há registo de
transplante de útero com doadora viva, realizado com sucesso. 
 O valor de homens e mulheres sempre foi medido pela sua fertilidade. A mulher,
desde a Antiguidade, ocupa um lugar de importância na sociedade devido à
maternidade, pois era aquela que assegurava a continuidade do clã e das
famílias. Enquanto o homem era valorizado pelo número de filhos que tinha,
tendo sua virilidade mostrada na continuidade de sua estirpe. 
Porém, o estudo da reprodução humana vai muito além da fertilidade e começou
em torno de 350 a.C. Segundo Aristóteles, o homem, através do sêmen, inicia o
processo de geração, enquanto a menstruação da mulher contribuía com a
matéria utilizada para o desenvolvimento, sem mistura das “sementes”
masculina e feminina. 
Contudo, Hipócrates considerava que tanto mulher quanto o homem produziam
uma semente fraca e outra mais forte, que misturadas geravam um feto. O
resultado geraria um macho, caso as duas sementes misturadas fossem fortes,
e o resultado seria uma fêmea, se a mistura fosse feita com sementes fracas.  
Muitos foram os estudiosos que ao longo da história foram desvendando o
processo de reprodução. Somente no século XVII descobriu-se que as mulheres
possuam “ovos”, porém a conexão entre DNA e hereditariedade só seria
descoberta no século XX. 

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Figura 1 - Óvulo
Fonte: Galeria DTCOM, 2021.

#PraCegoVer
Na figura, a representação de um óvulo
transparente e no centro dele, o núcleo colorido
em rosa.

Reprodução e infertilidade são temas científicos recorrentes desde a


Antiguidade, quando gregos e romanos humilhavam aqueles que apresentavam
algum tipo de disfunção sexual e recorriam a feitiços e bruxaria quando
ocorriam casos de impotência. Problemas de disfunção erétil muitas vezes eram
documentados e nomeados, dentre os mais importantes podemos citar
Napoleão Bonaparte (1769-1821) e o Rei Luís XVI (1754-1793).
Se vocês acham que a reprodução assistida é uma técnica desenvolvida e usada
na atualidade, vou contar que não é bem assim. O primeiro registro de
inseminação artificial foi realizado em equinos e é datado de 1332, na Arábia
medieval. Um chefe de uma tribo árabe usou um algodão com secreção de uma
égua no cio para excitar um cavalo de uma tribo rival, e colheu seu sêmen após a
ejaculação. O sêmen foi, então, introduzido do trato reprodutivo da égua,
perceberam, então, que após alguns meses ela estava gestante. O objetivo era
criação de cavalos mais fortes e resistentes.
Porém, com o objetivo científico, a primeira inseminação artificial registrada foi
realizada pelo monge italiano Lázaro Spalanzani (1729-1799) usando cães e rãs.
Ele coletou o sêmen de um cão macho através de excitação mecânica e

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introduziu no trato reprodutor de um cão fêmea no cio, após 63 dias nasceram 3


filhotes. A partir de então, comprovou-se que poderia haver fertilização sem a
presença física do macho. 

VOCÊ O CONHECE?
O monge italiano Lázaro Spalanzani foi um sacerdote católico e grande
estudioso naturalista. Dentre os seus mais famosos estudos, podemos
falar sobre sua demonstração de que o suco gástrico é decisivo no
processo de digestão, Spalanzani ainda comprovou que a vida não se
origina de maneira espontânea e ainda estudou a constituição e a origem
de fósseis marinhos. 

Acesse (https://www.scielo.br/j/hcsm/a/6G4chgtHRLvxW7gjJ7X4cnR/?
format=pdf&lang=pt)

Em seres humanos, o primeiro registro que se tem sobre a inseminação artificial


data do século XVIII (1785) e foi realizada pelo cirurgião escocês John Hunter
(1737- 1821). O processo foi feito usando o sêmen de um homem, que, por
causa de uma deformidade na uretra, não era capaz de engravidar a mulher.
Contudo, por conta da oposição da igreja, a prática da inseminação só foi
difundida como desenvolvimento científico no século XX. 
Os cientistas Polge, Smith e Parquer, em 1949, tiveram papel fundamental na
difusão da técnica de reprodução e a aplicação da inseminação artificial em
diferentes espécies. Eles descobriram que era possível congelar
espermatozoides em nitrogênio líquido e mantê-los preservados por anos. 
Os avanços nas pesquisas de fisiologia hormonal feminina, como o uso de
gonadotrofinas menopáusicas humanas para estimular a ovulação e da
fertilização de gametas em laboratório, ao longo dos anos possibilitaram que em
1978 nascesse do primeiro “bebê de proveta” do mundo, ou seja, concebido
através da fertilização in vitro, fato que ganhou as manchetes de todo o mundo. 

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ESTUDO DE CASO
O casal inglês John e Lesley Brown, após 9 anos de tentativas frustradas
de engravidar, procuraram o ginecologista Patrick Steptoe e o
embriologista Robert Edwards, que estudava há mais de 20 anos a
fertilização de oócitos humanos. Lesley tinha 29 anos na época e possuía
uma obstrução tubária que impedia que seus óvulos encontrassem os
espermatozoides do seu marido. Por isso, os óvulos de Lesley foram
coletados cirurgicamente por laparoscopia, ou seja, retirados de maneira
minimamente invasiva com o auxílio do laparoscópio, um equipamento
com câmera integrada, e fertilizados em laboratório pelos
espermatozoides de seu marido, John. 

Alguns dias depois, o embrião de oito células foi implantado na cavidade


uterina de Lesley e em 25 de julho de 1978 nasceu Louise Brown, dando
um grande passo para a medicina. 

O nascimento de Leslie, Courtney Cross (outubro de 1978), Alaistair MacDonald


(fevereiro de 1979) e da primeira americana concebida in vitro, Elizabeth Carr
(1981), abriu caminho para a concepção de mais de 8 milhões de bebês pelas
técnicas de reprodução assistida até 2018. 

2.1.2 Reprodução humana no Brasil


No Brasil, a reprodução assistida veio se desenvolvendo após a década de 1940,
quando em 1947 foi fundada a Sociedade Brasileira de Esterilidade (SBE), cujo
objetivo inicial era estimular o estudo da esterilidade entre os especialistas
brasileiros e incentivar a criação de clínicas nos hospitais e difundir os serviços
médicos pelo país, além de tratar das questões sociais e científicas relativas à
esterilidade, à prevenção e sequela dos abortos, à anticoncepção e dar
assistência à maternidade em todos os aspectos. 
A SBE em 1973 passa a se chamar Sociedade Brasileira de Reprodução Humana
(SBRH) e em 1975 passa a ser presidida pelo médico Milton Nakamura (1934-
1997). Dr. Milton Nakamura foi pioneiro em reprodução assistida no Brasil e
através de colaboração com colegas da Universidade de Melbourne, na Austrália,
realizou uma série de fertilizações in vitro em mulheres com obstrução tubária.

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Uma das mulheres teve um problema anestésico durante a coleta de óvulos por
laparoscopia e faleceu, repercutindo de maneira negativa e interrompendo o
experimento. 

Figura 2 - Mulher grávida


Fonte: Natalia Deriabina, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer
Na figura, uma mulher grávida sentada com as
pernas cruzadas e as mãos na barriga.

Após algumas tentativas frustradas, em 1984 o Dr Nakamura conseguiu a


primeira gravidez por fertilização in vitro no Brasil, em outubro do mesmo ano
nascia Anna Paula Caldeira, em São José dos Pinhais, Paraná. Sua mãe, Ilza
Maria, já tinha 4 filhos e já havia feito ligadura de trompas, mas ao se casar
novamente decidiu, junto ao marido, procurar o Dr Nakamura na esperança de ter
mais um filho, assim Anna Paula foi gerada. 
Muitos obstáculos fazem parte do caminho da ampliação da reprodução
assistida no Brasil. Embora no início da década de 1990 houvesse mais de 10
clínicas espalhadas pelo país, ainda não havia mão de obra treinada e o fomento
para compra dos meios de cultura e dos equipamentos eram escassos.
Ao longo dos anos 90, profissionais talentosos e criativos levaram a reprodução
assistida a outro patamar tanto no Brasil quanto ao redor do mundo, com
purificação de gonadotrofinas recombinantes (LH, FSH e HCG), congelamento de
embriões por criopreservação, cultura de tecidos e com a associação entre

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embriologistas e geneticistas. O ponto máximo do desenvolvimento da


reprodução foi a primeira clonagem do mundo, em 1997. O nascimento da
ovelha Dolly, clonada a partir de células de glândula mamária, foi um evento
sensacionalista, que gerou especulações sobre o direcionamento do processo
de clonagem. 

VOCÊ SABIA?
A ovelha Dolly (1996-2003) foi clonada por cientistas escoceses a partir
de uma célula somática adulta. A técnica de clonagem usada foi a
transferência somática de núcleo, a partir das células da glândula
mamária de uma ovelha adulta de 6 anos de idade. 

Dolly teve uma vida normal, dando cria a 6 filhotes normais e saudáveis e
em 2002 apresentou doença pulmonar progressiva, possivelmente
causada por envelhecimento precoce. Para evitar uma morte dolorosa,
Dolly foi sacrificada em 2003 e seu corpo empalhado está exposto no
Museu Real da Escócia. 

No Brasil, em 2001, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)


clonou a bezerra Vitória pela técnica de transferência nuclear a partir de células
embrionárias. Vitória viveu 10 anos, teve 2 filhos concebidos de maneira natural
e 2 netos. 
Desde então, o foco científico da reprodução assistida passou a ser o
aprimoramento de técnicas, preservação de embriões e fecundação
extracorpórea, com objetivo de reduzir os riscos às mulheres e melhorar os
resultados. 
Dentre os países latino-americanos, o Brasil foi o que mais realizou fertilizações
in vitro ao longo de 25 anos, até 2019. Segundo a Sociedade Brasileira de
Reprodução Assistida (SBRA) foram 83 mil nascimentos, enquanto a Argentina
vem em segundo, com menos de 40 mil e em seguida vem o México, com 31 mil
bebês nascidos por reprodução assistida. O protagonismo do Brasil se deve ao
fato de ser mais populoso e conter mais de 40% das clínicas de fertilização da
América Latina. 

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VOCÊ QUER LER?


O artigo “Reprodução Assistida. Um pouco de história”, selecionado para
a leitura, faz uma completa revisão da história da reprodução assistida. O
interessante é como os autores fazem um apanhando sobre filosofia,
religião, mitologia e ciência. Os conceitos acerca da maternidade e da
fertilidade são debatidos de forma histórica e científica com inteligência e
delicadeza.

Acesse (http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v12n2/v12n2a04.pdf)

Segundo a Rede Latino-Americana de Reprodução Assistida (REDLARA), o perfil


das mulheres que buscam tratamentos vem mudando ao longo dos anos. No
ano 2000 as mulheres com menos de 34 anos eram mais da metade, entretanto,
em 2016 esse percentual caiu para 28%, enquanto o de mulheres com mais de
40 anos triplicou, eram 14,9% em 2000, passando para 31% em 2016.

2.1.3 Técnicas de fertilização in vitro


A fertilização in vitro (FIV) é o principal tratamento de reprodução assistida no
Brasil. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através do 13º
Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões - SisEmbrio  (2020), em
2019 houve 43.956 ciclos de fertilização, representando 800 ciclos a mais do
que em 2018. 
Como já mencionamos anteriormente, um grande marco para a reprodução
assistida foi o nascimento da menina Louise Brown em 1978, sua concepção,
através da fertilização in vitro (FIV) deu início a um importante desenvolvimento
da medicina reprodutiva e da FIV no mundo. 
Socialmente falando, a FIV trouxe uma importante ferramenta para a mudança
no conceito de família, que deixou de ser biparental e heterossexual para
monoparental hetero ou homoafetiva. E ainda, a FIV trouxe a possibilidade do
útero de substituição, onde parentes próximos podem geram filhos no lugar de
mulheres impossibilitadas ou de casais homossexuais masculinos. 

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VOCÊ QUER VER?


A reprodução assistida vem sendo desenvolvida no Brasil e através do
programa “Em família”, podemos ver a história de pessoas que optaram
pela técnica para ter filhos. A entrevista mostra, além de uma família que
buscou a técnica,  o ponto de vista de um ginecologista e um psicólogo. 

Acesse (https://portal.fiocruz.br/en/node/57362)

É preciso deixar claro que as pesquisas passam por controle da ANVISA e os


processos são acompanhados pelo Conselho Federal de Medicina e Supremo
Tribunal Federal. 
Em resumo, a técnica de FIV estimula a produção ovariana da mulher para
produção de óvulos, em seguida os óvulos são colhidos por punção e
fertilizados em laboratório. 
Vamos agora, de maneira detalhada, falar sobre o passo a passo da técnica de
FIV. 
Em termos de fertilidade, a FIV é considerada uma técnica de alta complexidade
pelo fato da manipulação dos gametas para fecundação ser realizada em
laboratório, contudo essa é apenas uma etapa da concepção, após a
implantação do embrião no útero o desenvolvimento da gestação se dá de
forma natural.  
A técnica de FIV pode ser dividida em FIV clássica e FIV com injeção
intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), como veremos logo a seguir:
A Fertilização in vitro clássica inicia com estímulo de super ovulação, através de
injeções subcutâneas de FSH e LH recombinantes, e agonistas ou antagonistas
de GnRH para impedir a ovulação prematura. Demora em torno de 10 e 12 dias. 

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Figura 3 - Ultrassonografia de ovários hiperestimulados.


Fonte: SILVA, C.H.M. Manual SOGIMIG de reprodução assistida. 1ª edição, Rio de Janeiro, Medbook, 2018,
p. 140.

#PraCegoVer
Na figura, duas imagens de ultrassonografia,
mostrando muitas estruturas arredondadas que
representam os óvulos produzidos pela
estimulação feita por hormônios.

Ao amadurecerem, os óvulos são aspirados dos ovários com uso de uma agulha
acoplada a uma sonda de ultrassonografia transvaginal. É um procedimento
realizado em sala de cirurgia e com anestesia. 
Os óvulos e os espermatozoides coletados são colocados juntos em uma placa
com meio de cultura. Os embriões obtidos são cultivados entre 2 e 6 dias.

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Figura 4 - Etapas do desenvolvimento embrionário in vitro.


Fonte: SILVA, C.H.M. Manual SOGIMIG de reprodução assistida. 1ª edição, Rio de Janeiro, Medbook, 2018,
p. 141.

#PraCegoVer
A figura é dividida em doze quadros, seis com
imagens de microscópio e seis com a
interpretação da imagem do microscópio. Cada
quadro representa uma etapa do
desenvolvimento embrionário desde o primeiro
dia de cultivo até o sexto dia, quando é formado
o blastocisto.

A transferência para o útero é feita com o auxílio de um cateter guiado por


ultrassom, não proporcionando incômodo excessivo para a mulher. Após a
transferência, é sugerido repouso. 
Após 14 dias da aspiração dos óvulos é feito um teste de gravidez.
O Conselho Federal de Medicina orienta, na Resolução 2.294/2021, a
transferência de no máximo 2 embriões para mulheres com até 37 anos de
idade, 3 embriões para mulheres acima de 37 anos. 
Geralmente, são necessários cerca de 2 ou 3 ciclos de FIV para o sucesso da
gravidez, tornando a técnica cumulativa. Em caso de produção de mais embriões
do que os transferidos para o útero, os mesmos podem ser criopreservados para
outra transferência no mesmo ciclo. 
A Fertilização in vitro com micromanipulação de gametas, ou técnica de FIV com
ICSI, ocorre em laboratório, através da injeção de um espermatozoide em um
óvulo com o auxílio de um microscópio acoplado a um micromanipulador. 
É uma técnica muito importante, possibilitando que homens com oligospermia,
astenospermia e teratospermia possam ter filhos, assim como homens com
algum bloqueio que impeça o caminho dos espermatozoides até sua saída pela

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uretra ou com dificuldades ou distúrbios ejaculatórios. Muitas vezes o ejaculado


não possui espermatozoides, mas eles são conseguidos através de punção no
testículo ou no epidídimo. A ICSI permite que a coleta de apenas 1
espermatozoide já seja suficiente para a introdução dentro do óvulo. 

Figura 5 - Etapas da ICSI


Fonte: SILVA, C.H.M. Manual SOGIMIG de reprodução assistida. 1ª edição, Rio de Janeiro, Medbook, 2018,
p. 142.

#PraCegoVer
Na figura, uma imagem de microscópio com
quatro quadros, mostrando um óvulo e uma
cânula. A cânula contém um espermatozoide e
em cada quadro é mostrado o processo de
introdução da cânula no óvulo e a injeção do
espermatozoide dentro do óvulo.

Se compararmos a taxa de gravidez inicial da FIV convencional com a ICSI,


podemos dizer que são equivalentes, porém a continuidade da gravidez vai
depender de outros fatores, como idade da mulher e a qualidade dos óvulos
obtidos. Para ambas, quanto mais nova jovem for a mulher, maior a taxa de
sucesso. 

2.2 Ética e reprodução humana

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O comportamento humano é direcionado por um conjunto de regras sobre o que


é certo e errado, de acordo com culturas e crenças. A ética entra como os
valores morais, hábitos e costumes que direcionam o convívio em sociedade. A
discussão sobre a ética em reprodução assistida, ou bioética, é antiga e
controversa e engloba desde o debate do momento em que começa a vida até o
direito de manipular a criação de novas vidas. 
Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), o embrião é
uma vida em potencial e, por isso, precisa tratado de maneira diferenciada em
comparação com outros tecidos do organismo. Entretanto, esse status
diferenciado não garante que o embrião tenha a mesma proteção de um
indivíduo. 

2.2.1 Ética em reprodução assistida


Os debates morais e éticos tiveram um marco em suas discussões, foi o
nascimento da bebê Louise, em 1978, o primeiro bebê nascido no mundo a partir
de fertilização in vitro. As dúvidas que começaram a surgir eram sobre o que
poderia acontecer com os embriões não transferidos para o útero da mulher,
seriam doados ou descartados? Gametas e embriões poderiam ser doados para
outros indivíduos? O embrião pode ser considerado um indivíduo ainda em
formação ou não? Mulheres que não podem gerar em seu próprio útero ou
casais homossexuais masculinos podem usar o útero de outra mulher para gerar
seu filho? Posso escolher o sexo embrionário e algumas características
fenotípicas do futuro bebê? Ou seja, questões éticas que precisavam ser
debatidas e normatizadas. 
Pela definição de ética entendemos que são as normas de juízo ou de valor
moral que estão presentes em uma pessoa, sociedade ou grupo social. Portanto,
quando falamos em ética dentro da área da saúde, estamos levando em
consideração o conjunto de regras de conduta moral e deontológica dos
profissionais de saúde, a bioética. 

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Figura 6 - Ética como um dos pilares de sustentação da sociedade.


Fonte: Galeria DTCOM, 2021.

#PraCegoVer
Na figura, uma pilha de bloquinhos azuis e um
bloco vermelho no meio escrito ética, que está
sendo segurado por uma mão humana.

Precisamos entender que a vida humana só é possível na medida em que os


indivíduos são considerados moralmente responsáveis pelos seus atos, com
isso, a responsabilidade moral nada mais é do que a aplicação de critérios
racionais do que é certo ou errado em relação aos atos praticados. Em
contrapartida, a responsabilidade jurídica tem por objetivo se basear em
sistemas de normas jurídicas e critérios específicos. 
A bioética engloba filosofia, direito e ciências humanas porque está sempre em
busca de respostas sobre a manipulação justa da vida. Segundo o conceito de
bioética, seu objetivo é limitar e direcionar a finalidade de intervenção do homem
sobre a vida, identificando os valores de referência e denunciando os riscos das
possíveis aplicações. Atualmente, com o desenvolvimento da medicina
reprodutiva e da engenharia genética, a bioética tem alcançado preocupações
nas interferências científicas na forma de conceber a vida.
O debate tem como base o conflito entre dois direitos fundamentais, o direito à
procriação e o direito à vida e à saúde da criança. Então, quando falamos em
reprodução assistida, não só os aspectos físicos e fisiológicos devem ser
levados em consideração, mas também os psicológicos das partes envolvidas.

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A sociedade atual comporta diversos tipos de famílias, que já existiam


anteriormente, porém marginalizados, então, hoje em dia como impedir que
mulheres viúvas ou solteiras não possam conceber, casais que não conseguem
engravidar por meios naturais, assim como casais homossexuais? Não é
verídico que crianças criadas por pai e mãe são mais felizes ou mais saudáveis
do que aquelas que possuem apenas um parental, ou duas mães ou dois pais.
Ou até possuem pai e mãe, contudo um dos dois é ausente na educação e nos
cuidados. 
Portanto, discussões bioéticas não devem levar em consideração o coletivo, e
sim o individual. Cabendo ao futuro pai ou mãe escolher por qual meio irá
realizar sua vontade, uma vez que não consegue gerar seu filho pela maneira
natural.
A medicina reprodutiva, em particular a fertilização in vitro, é uma modalidade
que teve seu início registrado no final da década de 1970 e desde então tem se
desenvolvido muito. Atualmente, é bastante comum e seguro que laboratórios
cultivem oócitos e espermatozoides para formar embriões humanos. Além dos
usos comuns, como resolver a infertilidade, é possível criopreservar oócitos,
embriões e espermatozoides, e ainda injetar um único espermatozoide dentro do
óvulo para reverter casos severos de baixa produção de espermatozoides. 
Mesmo havendo grandes discussões éticas e médicas, no Brasil não há uma
legislação específica para a reprodução assistida e todas as suas implicações,
portanto foi preciso pautar os fundamentos éticos da técnica em Resoluções do
Conselho Federal de Medicina e no Código de Ética Médico.

Segundo o artigo 15 do código de ética do Conselho


Federal de Medicina, Resolução no 2.217/2018, fica
proibido ao médico descumprir a legislação específica para
fecundação artificial, manipulação ou terapia genética.

O médico não deve realizar procedimentos para criar seres


humanos geneticamente modificados, nem embriões para
pesquisa, tampouco, criar embriões com finalidade de
escolha de sexo, eugenia ou para originar híbridos ou
quimeras.

O médico também fica impedido de realizar as técnicas de


reprodução assistida sem que os participantes estejam
esclarecidos e totalmente de acordo com o método.

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=%2bpQjtzffzRyU3rnQ%2f0LCiA%3d%3d&l=yHUEDmCcVI6BmEm07zLrng%3d%3d&cd=j… 16/35
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Apesar de todas as discussões, o que está em jogo é o desejo mais elementar


dos indivíduos: procriar. Portanto, é preciso ter em mente que as pessoas,
principalmente as mulheres, apresentam esse desejo cada vez mais tarde, por
questões sociais, profissionais, financeiras ou psicológicas e por isso acabam
enfrentando problemas para engravidar. O debate sobre a reprodução é válido e
precisa seguir pelo caminho humano, que proteja doadores e receptores de
gametas.  

VAMOS PRATICAR?

Um casal realizou um procedimento de FIV em uma famosa clínica de


reprodução assistida e obteve sucesso na geração de um lindo e saudável
menino. Conforme o tempo foi passando, esse casal notou que as
características fenotípicas da criança eram muito discrepantes em relação aos
pais, como, por exemplo, cor da pele, do cabelo e dos olhos e o formato do rosto.
O casal procurou a clínica e exigiu um teste de DNA, que comprovou o não
parentesco biológico entre pais e criança. 
As resoluções e normas éticas em vigor não possuem menção sobre
procedimentos éticos e legais para casos onde ocorre troca de embriões ou
gametas. Porém, sabemos que a clínica é responsável pela coleta, pelo
manuseio, pela conservação, pela distribuição e pela transferência dos embriões
e dos materiais biológicos. 
Você, como responsável técnico do laboratório deve tomar alguma providência
quanto à responsabilidade da troca do embrião implantado na mulher. 
Relate em uma lauda, as opções legais que a clínica tem para resolver o caso e
qual seria a consequência menos traumática para essa família?

No Brasil, não temos uma lei que regulamente o


Feedb processo de reprodução assistida e nem o
ack procedimento em caso de troca de embriões.
Como a clínica é responsável por todo o
procedimento, cabe a ela junto aos pais

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=%2bpQjtzffzRyU3rnQ%2f0LCiA%3d%3d&l=yHUEDmCcVI6BmEm07zLrng%3d%3d&cd=j… 17/35
23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

envolvidos e a um corpo jurídico resolver quanto


ao pagamento pelos danos morais e
psicológicos causados e, ainda, o destino dos
embriões do casal em questão.

2.2.2 Legislação da reprodução humana


No Brasil não há uma legislação específica para normatizar o uso das técnicas
de reprodução assistida. Toda a conduta profissional é pautada nas resoluções
do Conselho Federal de Medicina (CFM) e no Código de Ética Médica. Em 21 de
maio de 2021 foi publicada a Resolução CFM no 2.294, em substituição à nº
2.168 de 2017, sobre as normas éticas para a utilização das técnicas de
reprodução assistida. 
Em 1992, por conta da realização de grande quantidade de procedimentos, foi
publicada a primeira resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM)
(1.358/1992) adotando normas éticas para a utilização das técnicas de
reprodução assistida (RA). Segundo a resolução a RA auxilia na solução de
problemas de fertilidade humana, de modo a facilitar a procriação quando outros
tipos de terapia não tiveram sucesso. 
O artigo 2º do Código Civil de 2002 dá ao embrião status de vida humana, por ter
potencial para gerar um ser humano, e, portanto, deve ser preservado desde a
concepção até o nascimento.
A resolução de 1992 ficou em vigor por 18 anos, e em 2010 foi substituída pela
resolução 1.957/2010, que com o passar do tempo foi sendo aprimorada pelas
resoluções 2.013/2013, 2.121/2015, 2.168/2017, e mais atualmente, houve a
publicação da Resolução 2.294 de 27 de maio de 2021.

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VOCÊ QUER LER?


Abaixo seque o link da Resolução 2.294/2021 na íntegra. A nova
resolução adota as normas éticas para a utilização das técnicas de
reprodução assistida - sempre em defesa do aperfeiçoamento das
práticas e da observância aos princípios éticos e bioéticos que ajudam a
trazer maior segurança e eficácia a tratamentos e procedimentos
médicos, tornando-se o dispositivo deontológico a ser seguido pelos
médicos brasileiros.

Acesse (https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cfm-n-2.294-de-
27-de-maio-de-2021-325671317)

A resolução 2.294/2021, em vigor, considera a RA uma opção para tratamento


da infertilidade, desde que seus procedimentos estejam dentro da ética médica,
e desde que haja possibilidade de sucesso sem risco de saúde para os
pacientes e para os descendentes gerados.
As técnicas de RA podem ser utilizadas para doação de oócitos e na
preservação de gametas, embriões e tecidos germinativos por razões médicas e
não médicas. Entretanto, o uso desses gametas deve ser exclusivamente para
fecundação com objetivo de procriação humana. 

Quanto ao número de embriões que podem


ser transferidos

A resolução determina que mulheres com até 37 anos podem


ter 2 embriões transferidos e acima de 37 anos podem ter 3
embriões transferidos. Para a doação de oócitos, considera-se a
idade da doadora no momento da coleta. Em caso de gestação
múltipla, fica proibida a realização de procedimentos para
redução embrionária.

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Quanto à criopreservação de gametas e


embriões

As clínicas ou centros de reprodução podem criopreservar


gametas e embriões.  Mesmo sendo 8 o número máximo de
embriões gerados, os pacientes decidem quantos embriões
serão transferidos, e os excedentes viáveis que serão
criopreservados. Essa prática reduz a chance de gestação
múltipla, com a transferência de menos embriões e
congelamento do restante. Não é permitido que nenhum
embrião seja descartado, destruído ou usado em pesquisas
imediatamente.  O destino ou a doação dos embriões
criopreservados, em caso de divórcio, dissolução da união
estável ou falecimento de uma das partes ou de ambos, deve
ser acordado por escrito pelos pacientes.  Após 3 anos de
abandono (quando os responsáveis não são localizados ou
quando descumprem o contrato preestabelecido), os embriões
criopreservados podem ser descartados, desde que tenha
autorização judicial. 

Quanto à doação de embriões e gametas

O uso de oócitos doados tem aumentado cada dia mais por


mulheres que adiam a gravidez, porque quanto mais velha for a
mulher maior a chance de insucesso da reprodução assistida
com seus próprios óvulos. Contudo, a doação de oócitos não
pode ter caráter lucrativo ou comercial. Os doadores não devem
se conhecer, exceto em caso de doação de gametas para
parentes até 4º grau de um dos receptores, desde que não
sejam consanguíneos. 

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Há limite para a doação de gametas (óvulos e


espermatozoides): 37 anos para a mulher e 45 anos para o
homem, com exceção de oócitos e embriões previamente
congelados. Porém, a receptora de tais embriões congelados
deve ser esclarecida quanto aos riscos do uso de tais
embriões. A identidade dos doadores tanto de embriões quanto
de gametas deve ser mantida em sigilo.  Para garantir maior
semelhança fenotípica entre doadora e receptora, o médico é
responsável pelo pareamento entre as partes, sendo que um(a)
mesmo(a) doador(a) pode contribuir com quantas gestações
forem desejadas, desde que para uma mesma família
receptora.  A seleção dos gametas e embriões é de inteira
responsabilidade dos usuários, que devem escolher os
doadores a partir de um banco de dados anônimo.

Quanto aos testes genéticos pré-


implantacionais de embriões

O Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGD) identifica


determinadas mutações genéticas no embrião quando um ou
ambos os pais têm alguma mutação específica que possa
desencadear uma patologia hereditária.  O Rastreio Genético
Pré-implantacional (PGS) propõe a identificação de embriões
com alterações de aneuploidia (número de cromossomos
diferente de 46, XX ou XY) antes de ser transferido para o útero.
Assim, é possível transferir apenas embriões euploides com
maiores chances de implantação.  A tipagem do Antígeno
Leucocitário Humano (HLA) seleciona embriões HLA-
compatíveis com algum irmão já afetado pela doença e, a partir
daí, é possível fazer o tratamento com o transplante de células-
tronco. 

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No Brasil, só é permitida a escolha de características do


embrião, assim como o sexo masculino ou feminino em caso de
descendentes com chance de problemas cromossômicos ou
genéticos, como doenças ligadas ao sexo ou aneuploidias de
cromossomos sexuais. 

Ainda segundo a Resolução de 2021, o tempo máximo para o


desenvolvimento de embriões in vitro é de 14 dias. 

Quanto à gestação de substituição

Ocorre quando um embrião manipulado in vitro gerado por um


casal é inserido no útero de outra mulher. O procedimento é
autorizado pela legislação a partir do momento em que existe
impossibilidades ou contraindicações da gestação da doadora
genética, em caso de relação homoafetiva masculina ou pessoa
solteira. 

A gestação em doadora de útero de substituição só é permitida


quando a doadora pertence à família da doadora genética até
4º grau de parentesco, não podendo haver ganho financeiro por
parte da doadora. Os demais casos são analisados pelo
Conselho Federal de Medicina. A doadora já deve possuir pelo
menos 1 filho vivo.

Quanto a reprodução post mortem

É permitida, desde que haja uma autorização específica do(a)


falecido(a) para o uso de material genético criopreservado.

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

As discussões acerca da reprodução assistida devem ser sempre atualizadas


com os novos paradigmas éticos e morais, de modo que todas as clínicas e
especialistas sigam rigorosos padrões éticos.

2.3 Laboratório de reprodução humana

O sucesso da técnica de reprodução assistida não se deve somente à


competência e à experiência de médicos e especialistas, mas também à
qualidade do laboratório onde será realizada. A utilização de equipamentos de
alta tecnológica para manipulação adequada dos gametas e embriões é tão
fundamental quanto mão de obra qualificada, assim como controle da qualidade
do laboratório e dos métodos desenvolvidos. 
O ambiente de um laboratório de reprodução assistida precisa ser controlado,
desde a tinta das paredes, passando pelo formato e o material dos pisos, até a
umidade e a temperatura interna. A manipulação de gametas e embriões exige
um máximo de limpeza e o laboratório precisa reproduzir o máximo possível as
condições do organismo humano. 

TESTE SEUS CONHECIMENTOS


(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)

Uma legislação rigorosa é a garantia do controle estatal das ações praticadas


pelos indivíduos. Na área de saúde, o Código de Ética Médica tem força de lei e
dá segurança aos pacientes e profissionais, estabelecendo regras para o

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

cuidado com a saúde. A prática de reprodução assistida não possui


regulamentação registrada em Lei, mas segue o Código Ético Médico e as
Resoluções publicadas e revistas de acordo com o desenvolvimento da técnica.
Sobre a criopreservação de gametas previstos na RESOLUÇÃO 2.294/2021,
podemos afirmar que:

a) Todos os gametas gerados são transferidos para o útero da


mulher.

b) Os embriões que não forem implantados podem ser


descartados ou doados. 

c) Embriões criopreservados podem ser descartados após 5


anos de abandono.

d) Os pacientes decidem quantos embriões serão transferidos


para o útero.

e) Em caso de divórcio, os embriões gerados pelo ex-casal,


devem ser destruídos.

VERIFICAR

2.3.1 Organização do laboratório de reprodução humana


Recriar um cenário mais natural possível para o processo de fecundação em um
ambiente externo ao corpo humano é um grande desafio para os laboratórios de
reprodução assistida. Para manter as condições ideais, é preciso investir em
uma equipe qualificada, tecnologia de última geração e seguir normas
internacionais. 
Vamos começar falando sobre onde é melhor que o laboratório de reprodução
assistida fique localizado em uma clínica. O melhor local é em um espaço
independente do espaço geral, com acesso restrito somente àquelas pessoas
necessárias. Porém, sugere-se que se localize ao lado da sala de procedimentos
onde é realizada a aspiração folicular e com uma janela de comunicação pass
through entre as salas. O tamanho do laboratório deve ser proporcional à
quantidade de procedimentos realizados. 

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

VOCÊ SABIA?
Pass through pode ser traduzido como “atravessar”, mas aqui nos
referimos a um equipamento chamado Caixa de Passagem, utilizado para
transferir materiais entre ambientes. É um gabinete metálico com
vedação, que pode ter acabamento em alumínio, aço pintado ou aço inox.
Pode ter proteção contra agentes químicos, se necessário. 

Seu funcionamento é simples, onde uma pessoa no ambiente externo


abre a porta e coloca o objeto, o equipamento faz a esterilização, se
necessário, e do outro lado outra pessoa retira o material, interligando, de
maneira segura, duas salas de um procedimento.

O laboratório deve ter piso de fácil limpeza e resistente, revestido de vinil


cirúrgico, poliuretano ou epóxi, com suas bordas arredondadas para não
acumular partículas e facilitar a limpeza. 
As paredes devem ter pinturas sem odor, atóxica, não porosa e não pegajosa, de
fácil limpeza e que não exale vapor. 
Pede-se que a iluminação seja de lâmpadas incandescentes amarelas com
variador de intensidade da luminosidade (dimer).

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Figura 7 - Tanque de armazenamento de embriões e gametas (criopreservação).


Fonte: Kaser221, Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer

Na figura, um botijão cilíndrico de metal, com


outro cilindro dentro, com uma tampa azul,
onde são armazenados os embriões e gametas.

É imprescindível a instalação de um gerador elétrico que sustente todos os


equipamentos, em caso de falta de energia. 
O fator “qualidade do ar” também é importante, por isso sugere-se o uso de
filtros com sistema de pressão positiva, com filtros de Alta Eficiência na
Retenção de Partículas (HEPA) e de carvão ativado, que troquem o ar pelo
menos 12 vezes por hora e retenha substâncias voláteis (VOCs).
Para se organizar um laboratório de reprodução assistida, esse deve ser dividido
em setores, como vestiário, área de escovação, sala de procedimentos e
laboratório de embriologia, onde podemos descrever como:

O vestiário é uma área que fica antes da entrada


Vestiá do laboratório e da sala de procedimentos;  A
rio e área de escovação precisa de uma torneira
Área especial com ativação por pedal ou cotovelo,

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

de para degermação/escovação de mãos e


escov antebraços. Deve ser próxima à sala de
procedimentos.

ação

Deve ser próxima ou ao lado do laboratório de


embriologia. É o local de realização da aspiração
Sala folicular transvaginal e da transferência de
embriões para o útero da mulher. Em homens
de
com azoospermia, é onde se realiza a aspiração
proced
percutânea de espermatozoides do epidídimo
imento (PESA), Aspiração microcirúrgica de
s
espermatozoides do epidídimo (MESA) e
Aspiração percutânea de espermatozoides do
testículo (TESA).

É onde se localizam os equipamentos para


realização dos procedimentos. É preciso que
Labora seja ao lado ou próxima à sala de
tório procedimentos.  Dentre os equipamentos
de essenciais para o laboratório de embriologia,
Embrio podemos citar: incubadora de embriões,
estereomicroscópio trinocular, sistema de
logia

imagens com prismas não invertidos, entre


outros.

É separado do laboratório de embriologia para a


Labora manipulação de amostras de sêmen. Dentre os
tório equipamentos essenciais para o laboratório de
de androgenia, podemos citar: microscópios com
Androl câmeras especiais, corantes, soluções e
centrífugas, para análise de quantidade,
ogia

velocidade e qualidade dos espermatozoides.

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

Também se localiza fora do laboratório de


embriologia e se destina a realizar
criopreservação e armazenamento de embriões
Sala e gametas em tanques de nitrogênio líquido. A
criopreservação deve ocorrer o mais
de
precocemente possível e de acordo com as
Criopr
instruções e validado pelo Banco de Células e
eserva Tecidos Germinativos (BCTG). É regulamentada
ção pela Resolução RDC Nº 23, DE 27 DE MAIO DE
2011, que dispõe sobre o regulamento técnico
para o funcionamento dos Bancos de Células e
Tecidos Germinativos.

Depósi
to de
É onde se armazena os materiais descartáveis.

materi
ais

O planejamento de um laboratório de reprodução assistida não pode ser feito de


qualquer maneira, a Resolução RDC Nº 33, de 8 de julho de 2011 obriga os
interessados ao cumprimento de condições como: dimensões mínimas, acesso
restrito às zonas de maior risco, acesso, circulação e evacuação livre, instalação
elétrica segura, ordem, limpeza, entre outros. E ainda, controle de situações de
emergência, proteção contra incêndio, sinalização de risco em potencial e
controle ambiental de temperatura, umidade, luminosidade e circulação de ar. 

2.3.2 Controle de qualidade de um laboratório de fertilização


in vitro
Todo laboratório de reprodução assistida precisa ter, como primeira exigência, o
controle de qualidade. O material humano manipulado, advindo da mulher ou do
homem, não pode ser esterilizado, por isso os resultados dependem diretamente
da realização dos procedimentos de maneira correta. 
Procedimentos e normas seguidas por um laboratório de reprodução assistida
devem estar detalhados em Manuais de Procedimentos de acesso fácil a todas
as pessoas que trabalham no lugar e sempre atualizados. Um livro de registro

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

deve conter todos os procedimentos realizados pelo laboratório, de acordo com


regras do controle de qualidade.
As observações acerca dos procedimentos e o controle dos sistemas precisam
estar registrados, pois é a única maneira de comprovar suas realizações. Valores
de tolerância são demarcados com instruções sobre o que fazer caso os valores
sejam excedidos, e as medidas corretivas só têm significado se tiverem sido
registradas. 
Vocês percebem que o primeiro passo, e talvez o mais importante, seja o
registro de todas as informações? Mas, além disso, alguns protocolos sobre a
limpeza antes, durante e depois dos procedimentos precisam ser seguidos,
assim como normas de higienização dos profissionais envolvidos. 
O objetivo de se manter um laboratório limpo é o de reduzir o máximo possível a
carga de fontes orgânicas, fungos, vírus, bactérias e entre outros contaminantes,
antes, durante ou depois de cada procedimento. 
Os materiais devem ser limpos com sabão para remoção de resíduos orgânicos. 

Antes
Piso, teto e paredes devem ser limpos, assim
do
como deve-se passar um pano com solução de
proced
amina quaternária ou sabão biológico em todas
imento as superfícies para remover matérias orgânicas.

de FIV

Durant Os pisos devem ser limpos periodicamente


eo somente com água, nada de passar soluções
proced detergentes, cloro ou desinfetantes. Todos esses
imento produtos são altamente nocivos para os
gametas e embriões. 

de FIV

https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=%2bpQjtzffzRyU3rnQ%2f0LCiA%3d%3d&l=yHUEDmCcVI6BmEm07zLrng%3d%3d&cd=j… 29/35
23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

Depois
do
É preciso repetir a limpeza tal qual antes do
proced
procedimento.  

imento
de FIV

antes de qualquer procedimento ou


manipulação, a equipe precisa lavar as mãos e
os antebraços para livrá-los de microrganismos,
gorduras e matérias orgânicas. A lavagem é feita
usando água e solução de clorexidina a 4%, as
mãos e os antebraços devem ser esfregados por
Higieni no mínimo 3 minutos. 
zação Antes da entrada no laboratório, é preciso se
dos vestir de acordo com normas estabelecidas para
profiss centro cirúrgico (uniforme privativo, luvas
cirúrgicas, propé ou sapato privativo, gorro,
ionais

máscara e avental descartável). É comum o uso


de duas luvas, uma sobreposta a outra, ambas
devem ser livres de talco, pois é tóxico para
embriões e gametas. A máscara deve ser
colocada antes da lavagem de mãos e deve
cobrir o nariz e a boca.

Além dos protocolos de limpeza, listados anteriormente, para a o procedimento,


o laboratório deve manter também as averiguações de rotina, são elas:  

Registrar os lotes e prazos de validades de todos os


materiais.

Verificar a identidade dos pacientes antes da aspiração


folicular, da coleta de sêmen, da inseminação e da
transferência de embriões. 

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

É necessária a presença de uma testemunha, com nome


registrado na ficha clínica da paciente, em todas as etapas
dos procedimentos (a testemunha/acompanhante
observa o procedimento por uma janela no lado externo
do centro cirúrgico) 

Usar a ficha clínica (nome da paciente, data de


nascimento e número do prontuário) como base para
registro de todos os materiais referentes àquela paciente,
como tubos, placas e frascos. Além da ficha, no Brasil, é
obrigatório que todas as amostras sejam registradas por
uma sequência alfanumérica para evitar coincidências
com homônimos.

Verificar e registrar a temperatura interna e externa das


incubadoras, das platinas de aquecimento e os níveis de
CO2 dos cilindros. 

Os níveis de nitrogênio líquido dos tanques de


armazenamento e do tanque reserva devem ser medidos
pelo menos 2 vezes por semana. 

As mesas de trabalho, o fluxo laminar e os equipamentos


precisam estar sempre limpos, de preferência com álcool
70% (se não houver embrião na incubadora).

Eliminar o material contaminado de acordo com as regras


da clínica.  As clínicas mais modernas e seguras optam
por fazer a coleta de óvulos com a presença do
embriologista responsável pelo procedimento, do médico
especialista e de dois anestesistas. Além de um rigoroso
controle de qualidade nos processos e protocolos. 

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TESTE SEUS CONHECIMENTOS

(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)

Segundo a International Standardization Organization (ISO), qualidade é a


adequação e a conformidade dos processos de acordo com o que clientes e
prestadores de serviço esperam, ou seja, foca em atender os requisitos da
qualidade. Quando falamos de controle da qualidade em reprodução assistida 
estamos falando de verificação de métodos e redução de erros de
procedimentos. 
Sobre controle de qualidade em laboratórios de reprodução assistida, é correto
afirmar que:

a) O laboratório de Andrologia (manipulação de


espermatozoides) precisa ser separado do laboratório de
Embriologia (manipulação de óvulos e embriões).

b) O manual de procedimentos é um documento sigiloso e


restrito aos diretores da clínica, técnicos e assistentes não
podem ter acesso.

c) Qualidade do ar dentro do laboratório de manipulação de


gametas não precisa ser verificado.

d) A qualidade durante o procedimento de FIV é garantida pela


limpeza do piso com cloro e desinfetantes.

e) Dados discrepantes precisam ser corrigidos, mas não há


necessidade de serem registrados. 

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VERIFICAR

CONCLUSÃO

Nessa unidade tivermos a oportunidade de conhecer a origem da reprodução


assistida, com os principais avanços no mundo e no Brasil, as implicações e
discussões éticas acerca do tema. A ampliação do uso da técnica levou ao
desenvolvimento de normas e resoluções elaboradas pelo Conselho Federal de
Medicina para uma padronização e controle dos procedimentos.  

Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

conhecer o início da reprodução assistida no Brasil e no


mundo;

aprender as diferenças entre FIV clássica e com ICSI;

compreender a essência da bioética e suas implicações


no FIV;

analisar os processos de organização e limpeza de um


laboratório de FIV.

Clique para baixar conteúdo deste tema.

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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

Referências
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Manole, 2020.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução no 2.294, de 27 de maio


de 2021. Adota as normas éticas para a utilização das técnicas de
reprodução assistida - sempre em defesa do aperfeiçoamento das
práticas e da observância aos princípios éticos e bioéticos que ajudam a
trazer maior segurança e eficácia a tratamentos e procedimentos
médicos, tornando-se o dispositivo deontológico a ser seguido pelos
médicos brasileiros e revogando a Resolução CFM nº 2.168, publicada no
DOU de 10 de novembro de 2017. Disponível em:
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cfm-n-2.294-de-27-de-
maio-de-2021-325671317
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23/05/2022 16:43 Reprodução Assistida

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