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Fundação de Apoio a Escola Técnica

Escola Técnica Estadual Santa Cruz


Curso Técnico de...

RELATÓRIO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Cultura do cancelamento na internet entre anônimos

Rio de Janeiro
2022
RELATÓRIO DE PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Cultura do cancelamento na internet entre anônimos


Brenda Carneiro,Brenda Caroline, Daniel Cardoso, Isabelle cristini,
Julia Soares, Luiza Luna, Nicoly rocha

Relatório apresentado à
Disciplina língua portuguesa, ministrada
pelo Profa Marilza Roco para avaliação
parcial do 1º trimestre.

Rio de Janeiro
2022
Sumário
1. Introdução...............................................................................................................5
2. O movimento #MeToo e #BlackLivesMatter..................................................5
3. Possíveis consequências de um cancelamento...........................................6
4. Cancelamento digital pode ser evitado?........................................................8
5. Conclusão...............................................................................................................8
1. Introdução
O movimento hoje conhecido como "cultura do cancelamento"
começou, há alguns anos, como uma forma de chamar a atenção para causas
como justiça social e preservação ambiental. Seria uma maneira de amplificar a
voz de grupos oprimidos e forçar ações políticas de marcas ou figuras públicas.
Funciona assim: um usuário de mídias sociais, como Twitter e
Facebook, presencia um ato que considera errado, registra em vídeo ou foto e
posta em sua conta, com o cuidado de marcar a empresa empregadora do
denunciado e autoridades públicas ou outros influenciadores digitais que
possam amplificar o alcance da mensagem
O alcance da cultura do cancelamento nos Estados Unidos tem gerado
questionamentos sobre a possibilidade de que injustiças sejam cometidas

justamente na busca por Justiça. A Mutato apresenta um estudo sobre a


“Cultura do Cancelamento” e seus impactos e ensinamentos para os
profissionais de comunicação e para as marcas, num cenário em que as redes
sociais passaram a ser palco crescente dos cancelamentos, tanto de pessoas
quanto de empresas. Para chegar no documento final, a pesquisa envolveu
análises sobre 35 das pessoas que foram “canceladas” nos últimos 3 anos nas
redes sociais, além de se basear em dados de Social Listening para entender
questões como: os mecanismos que levam a movimentos como esse; os perfis
mais comuns de quem é atingido; e os reflexos desse comportamento para as
marcas.
Segundo o estudo, 46% dos cancelados no período analisado foram
homens, brancos e heterossexuais, seguidos por 28% de mulheres, brancas ou
negras, e heterossexuais, depois por 12% de homens, negros ou brancos, e
gays; e 6% de mulheres brancas, lésbicas e bissexuais. A análise aponta que
os três maiores motivos alegados para um cancelamento são por divergência
política, homofobia e mau-caratismo.

2. O movimento #MeToo e #BlackLivesMatter


O termo cultura do cancelamento se consolidou, em 2017, com o
surgimento do movimento #MeToo. Um grupo de mulheres se uniu virtualmente
por meio dessa hashtag para denunciar agressores sexuais de Hollywood que,
até então, consideravam-se inatingíveis. O ato abriu as portas e incentivou uma
série de relatos ao redor do mundo, com isso, vários artistas foram cancelados
por seus seguidores, marcas patrocinadoras e pela indústria cinematográfica.
Faz alguns anos que, pouco a pouco, movimentos sociais começam a
ganhar força nas redes e encontram ali um espaço para denunciar os crimes
cometidos contra eles. O cancelamento é uma grande consequência desse
processo e surge como uma forma de romper com estruturas de poder que
eram, antes, rígidas e inabaláveis.
em 2020, a morte do cidadão negro norte-americano George Floyd
gerou uma onda de revolta, comoção e de protestos no país que repercutiu
pelo mundo todo e fez a hashtag #BlackLivesMatter ficar entre as mais
utilizadas da nossa década. O Facebook, plataforma de mídia social, foi
cancelada por muitos seguidores e grandes empresas anunciantes como a
Coca Cola e Unilever em 2020. O motivo? A rede social precisa aprimorar
políticas para encontrar e remover conteúdos postados que promovem o ódio.
James Quincey, chefe executivo da Coca Cola, afirmou:“Não há lugar para
racismo no mundo, e não há lugar para racismo nas redes sociais”. Será que o
movimento antirracista Black Lives Matter conseguiu abrir os olhos de muita
gente para questões que, antes, eram negligenciadas pela sociedade como um
todo?

3. Possíveis consequências de um cancelamento


Como todas as atitudes geram consequências, essas que levam ao
cancelamento não ficam de fora, afetando a vida da pessoa. Algumas possíveis
são: perda de seguidores, dinheiro, patrocínios, reputação e carinho dos fãs.
As pessoas não permitem que elas sigam suas vidas sem a devida punição e
algumas dessas condutas envolvem atitudes racistas, LGBTQIA+fobia,
machismo, xenofobia, intolerância religiosa, entre outras questões.
Porém, recentemente essas represálias passaram de uma espécie de
“puxão de orelha” para um ‘linchamento e massacre’. O cancelamento pode
atingir a saúde psicológica da vítima. A psicóloga Lissia Pinheiro fala sobre
esse impacto psicológico, se ele pode se tornar gatilho para depressão e outros
transtornos
“Há um interesse generalizado das pessoas por fama, poder e
prestígio; o status de ser celebridade, hoje, parece conquistar fácil as pessoas,
e a cultura do cancelamento veio como um freio a tudo isso, mas que pode ser
tanto negativo como positivo. Ao mesmo tempo que chama atenção, dá voz à
indignação de pessoas em relação a atos e fatos criminosos e formas de
preconceitos”.
Um dos casos mais recentes foi do jogador de vôlei Maurício Souza,
alvo de cancelamento por criticar uma HQ com conteúdo LGBTQIA+ —
resultando na sua demissão do Minas.
Outro exemplo é o da cantora Karol Conká, do reality Big Brother Brasil
21 (BBB/Rede Globo), no qual foi eliminada com recorde de 99,17% de
rejeição. Segundo a revista Istoé, a reação mostrou que “os canceladores
também podem ser cancelados”: a cantora, que era espelho para o feminismo
e o combate ao racismo, teve atitudes dentro do reality que a tornou vilã da
edição, sendo preconceituosa e tóxica com vários participantes, como o Lucas
Penteado, que acabou pedindo para sair do programa por não aguentar mais
os ataques da artista.
Neste sentido, o cancelamento pode associar-se à sensação de
ostracismo, isolamento, exclusão social, experiência de anonimato,
invisibilidade, perda de posição ou prestígio, entre outros, levando a situações
como depressão, ansiedade, sentimento de solidão, fracasso, incapacidade de
realização”, avaliou Lissia.
Outro exemplo é da blogueira fitness Gabriela Pugliesi que após uma
festa em seu apartamento durante o isolamento devido à Covid-19 e zombar da
doença, foi cancelada. Segundo a Forbes, a influencer perdeu dezenas de
contratos publicitários.
Após sofrer ataques e ameaças de morte depois que o filho do seu ex-
companheiro Whindersson Nunes faleceu em decorrência de um parto
prematuro no início de junho de 2021, a cantora Luisa Sonza se afastou das
redes sociais para cuidar de sua saúde mental. Segundo a revista IstoÉ, a
cantora saiu do país juntamente com o namorado Vitão, para evitar as
ameaças.
“A cultura do cancelamento pode fazer parte dos fatores de risco para a
saúde mental. E neste sentido, pode se tornar gatilho para o agravamento de
transtornos mentais, com ou sem consumo de substâncias. É importante que a
pessoa tenha uma rede de apoio que possibilite o restabelecimento dessa
situação, e um olhar que possibilite a ressignificação da experiência para que
consiga compreender o que está vivenciando, se conscientizar e superar”,
finaliza Lissia Pinheiro.

4. Cancelamento digital pode ser evitado?


Urge, portanto, que haja intervenções eficazes para minimizar
gradativamente a problemática. Primeiramente, o Ministério da Educação, junto
ao Poder Público, deve implementar palestras com profissionais da área de
humanas nas escolas público-privadas para alunos infanto-juvenis, sobretudo,
a respeito da cultura do cancelamento, com o objetivo de ensiná-los a terem
limites com as palavras, respeito e senso de criticidade frente as diversas
situações. Ademais, é importante que o Poder Executivo aliado ao Judiciário,
fiscalizem e julguem casos de agressões nas redes sociais, estipulando multas
para cada caso, a fim de afirmar os direitos estabelecidos nos pleitos
constitucionais e reduzir a cultura de cancelar pessoas injustamente.
A dica aqui é fácil de falar, mas que pode ser muito difícil de fazer para
algumas pessoas: ter empatia pelo próximo. É preciso entender que se uma
fala causou mal-estar, se ofendeu, é porque teve motivo. O mundo não está
mais chato, ele está mais aberto a diferenças e pessoas preconceituosas
ficarão para trás.

5. Conclusão
Na primeira parte no texto falamos sobre os movimentos #MeToo e
#BlackLivesMatter que foram respectivamente uma hashtag para denunciar
agressores de Hollywood que até então, consideravam-se inatingíveis, e em
2020 a morte do cidadão negro norte-americano George Floyd gerou uma onda
de revolta, comoção e de protestos no país dano origem a hashtag, diversas
plataformas de mídia social foram canceladas.
Na segunda parte falamos sobre as consequencias do cancelamento
como:perda de seguidores, dinheiro, patrocinios, reputação e carinho dos fãs e
comentamos que recentemente essas represálias passaram de uma espécie
de “puxão de orelha” para um ‘linchamento e massacre por fim apresentamos
apresentamos algumas posiveis soluções apresentadas pelos especialista
como palestras com profissionais da área de humanas nas escolas público-
privadas para alunos infanto-juvenis, sobretudo, a respeito da cultura do
cancelamento, com o objetivo de ensiná-los a terem limites com as palavras,
respeito e senso de criticidade frente as diversas situações.
REFERÊNCIAS

ALVEZ, J. Estudo mapeia comportamento por trás da “cultura do


cancelamento” B9. Disponivel em: <https://www.b9.com.br/129993/estudo-
mapeia-comportamento-por-tras-da-cultura-do-cancelamento/> acesso
em:29/04/2022

SANCHES, M. O que é “cultura do cancelamento”BBC NEWS. Disponivel


em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-53537542> acesso em:29/04/2022

VANZELLA, Laís. Cultura do cancelamento: a busca por likes x saúde


mental. Escola da inteligência. Disponivel em:<
https://escoladainteligencia.com.br/blog/cultura-do-cancelamento/> acesso
em:29/04/2022

PALIS, André. Cultura do cencelamento: entender o que esse termo


significa pode evitar que você seja atingido. Disponivel em <
https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/andre-palis/39085/cultura-
do-cancelamento-entender-o-que-esse-termo-significa-pode-evitar-que-
voce-seja-atingido.html#:~:text=A%20dica%20aqui%20é%20fácil,pessoas
%20preconceituosas%20ficarão%20para%20trás>, acesso em:29/04/2022

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