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Universidade Federal do Piauí

Centro de Ciências Humanas e Letras


Coordenação de Letras Estrangeiras
Disciplina: TCC I
Professor: Alcione
Aluna: Maria Náira Cabral de Sousa

1° Avaliação de TCC I

Indexação (Google acadêmico): domínio - etarismo and mídia and discurso and
mulheres
BEAUVOIR, Simone de. A Velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.

Sanches, I., & Geraldes, E. (2023). Retratos do envelhecimento feminino no cinema.


Anagrama, 17(1). Recuperado de
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OLIVEIRA DE MELO, J. C. FEMINISMO, INFORMAÇÃO E GÊNERO: breves


notas sobre a representação da mulher brasileira na mídia contemporânea. Revista
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Disponível em:
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/ricultsociedade/article/view/13021.

CABRAL, Umberlândia. População cresce, mas número de pessoas com menos de 30


anos cai 5,4% de 2012 a 2021. Agência IBGE de notícias, 22 jul. 2022. Disponível
em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
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cai-5-4-de-2012-a-2021.

SEIDL, Juliana; HANASHIRO, Darcy Mitiko Mori. Capítulo 04-Etarismo e Gestão


da Diversidade Etária: Conceitos e Escalas.

RIBEIRO, Teté. Ivete faz 50 anos e Globo apela para o etarismo de tiozão: 'Não
parece'. Folha de S.Paulo, 26 maio 2022. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/05/ivete-faz-50-anos-e-globo-apela-
para-o-etarismo-de-tiozao-nao-parece.shtml
Comentário

Sabe-se que nas relações humanas, a igualdade entre os gêneros nunca foi uma
prioridade para aqueles que sempre foram mais favorecidos. Essa garantia a
imunidade perpassa por séculos preservando até hoje as melhores oportunidades,
como também a garantia de uma liberdade que é inexistente para o gênero oposto. No
entanto, com o passar dos anos e com a luta das mulheres pela igualdade entre os
gêneros, vem sendo possível identificar algumas mudanças significativas no que diz
respeito ao que vem sendo considerado um processo de construção de uma sociedade
livre e mais igualitária. Conquistas que hoje parecem simples, mas que há anos atrás
foram uma grande revolução, como por exemplo o direito ao estudo e ao trabalho
remunerado. Sendo estes uma das primeiras conquistas desse processo que estava
apenas engatinhando. Com o passar dos anos, as mulheres dispuseram de direitos
próximos aos dos homens, porém, sempre com distinções, uma vez que as mulheres
sempre foram vistas como inferiores e menos. Com isso foram impostas inúmeras
dificuldades para que essas mulheres conseguissem se sobressair em todas as áreas de
sua vida, visto que a raiz desse problema tenha origem da influência massiva da
sociedade patriarcal e machista em que estão inseridas.
É nesse contexto, no século XXI, que entra no cerne dessa discussão o assunto
´´etarismo``. Ou seja, denominação que se refere ao preconceito contra a idade, sendo
assim, um termo que abrange a todos, sejam homens, mulheres, jovens ou idosos. No
entanto, as mulheres são as que mais sentem na pele na definição deste termo, sendo
essa questão mais evidenciada a partir dos 30 anos.
Com base nas minhas leituras, como também observando as discussões atuais
em torno desse assunto, vendo sendo possível perceber a influência da mídia sobre
seus consumidores. Um exemplo extremante recorrente e que podemos citar está no
destaque feito pelos veículos de notícias ao utilizar em uma manchete termos que
enfatizam a idade da mulher. São alguns dos termos: ´´você deve ter sido muito
bonita na juventude``, ´´uma coroa enxuta para a idade``, ´´você está muito bem para
sua idade``, ´´nem parece que tem essa idade``, essas são algumas das falas
preconceituosas disfarçadas de elogios. Já outras expressões tendem a serem mais
ofensivas,sendo algumas: ´´acha que tem idade para isso``, ´´você tem idade para ser
mãe dele``, ´´tá querendo ser garotinha``, estas são apenas poucas das tantas que
mulheres 30+ escutam com frequência.
Sendo assim, observando essas questões atuais, a minha pesquisa terá como
objetivo compreender o porquê da necessidade de enfatizar a idade das mulheres, o
que elas fazem, com quem se relacionam, como estão se vestindo, e por que tudo isso
é motivo de manchetes escancarando suas idades como tema principal para motivar se
ela deveria ou não está fazendo aquilo, e como isso afeta as mulheres. Estes são
alguns dos questionamentos que desejo compreender no decorrer do trabalho usando
como suporte autoras como Mirian Goldenberg e tantos relatos de mulheres que veem
sofrendo com o etarismo em uma sociedade que cada vez mais envelhece.
As pessoas estão envelhecendo, a população brasileira tem mais de 50 % de
pessoas com mais de 30 anos, e ainda assim, ser jovem é extremamente valorizado e
utilizado como padrão para a população. Essa padronização, que é exigido pela
maioria, está adoecendo as mulheres, dado que são elas as que mais sofrem com as
críticas. Mas, revindo a luta que se iniciou muitos anos atrás, hoje vê-se uma luz no
fim do túnel, onde as mulheres estão, cada vez mais, buscando sua liberdade de
curtirem sua idade, como também de terem orgulho de sua trajetória e a cada dia mais
amando serem 30+, afinal, como destacou Simone de Beauvoir (1970) – “Morrer
prematuramente ou envelhecer: não existe outra alternativa... Que possamos fazê-lo
com resiliência e dignidade!”

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