Vence 24 de novembro de 2022 às 23:59

Instruções: Elabore uma resenha sobre um artigo, livro, documentário ou filme sobre
juventude resumindo a obra escolhida e justificando como a questão das juventudes é
abordada neste contexto.

A adolescência se configura como o estágio da vida que está entre a infância e a

vida adulta, além disso é a etapa da vida mais importante para a formação
psicossocial de um ser humano, pois é aqui que basicamente sua personalidade e
ideais vão estabelecer como será todo o restante de sua vida com base em suas
escolhas, que se parar para pensar parece algo grandioso demais para ser decidido
pela gente em um período da vida em que estamos tão vulneráveis e indecisos
quanto ao peso de suas atitudes e ações.

Nessa atividade utilizarei dois artigos para discutir a questão de como a juventude é
enxergada tanto no meio público quanto nos espaços de mídia, o artigo chamado
Adolescência, internet e tempo:desafios para a Educação de Eloiza Silva Gomes

Oliveira e outro artigo chamado Ensino de Sociologia: desafios teóricos e

pedagógicos para as ciências sociais organizado por Luiz Fernandes de Oliveira
e escrito por diversos autores, mais precisamente irei utilizar o primeiro capítulo que
se chama “Por uma sociologia da juventude” que é escrito por Juarez Dayrell.

O período da adolescência é o mais conturbado da vida de uma pessoa não só pela infinidade
de escolhas que lhe são postas sem qualquer maturidade para decidir as melhores escolhas,
mas também da ambivalência de como lidar o adolescente, aonde a sociedade ou seu círculo
social decidem como vão tratar ou esperar que ele atue, como um adulto ou como uma
criança, dependendo da situação e que na maioria das vezes isso não é posto da melhor forma
possível, que acaba fazendo com que o adolescente negue ambas as identidades.

É bastante comum que uma parcela considerável da população veja a juventude

como algo negativo por causa de sua “volatilidade” que consequentemente é
também associada de forma injusta com outros problemas comuns da sociedade
que tem em suas causas MUITAS outras variáveis além da pouca idade, como por
exemplo problemas sociais e/ou econômicos (como o próprio autor cita no livro:
crescimento da AIDS, da gravidez precoce, da violência e etc.) que muitas vezes
são ignoradas mas que mesmo assim são extremamente necessárias para que se
possa fazer a análise com propriedade de quais são os reais problemas, que pode
se dizer que são naturais do sistema capitalista e sua inerente urgência em todas as
instâncias do cotidiano, principalmente nas tomadas de decisões.

Com o advento da internet a humanidade encontrou outro espaço de convivência que se

manifestava de uma maneira mais informal e maioria das vezes anônima, o que contribuiu
para que esse ambiente fosse dominado majoritariamente pelos jovens que pela primeira vez
tinha a sua “área de destaque” em que serviriam como tutores para os mais velhos,
equilibrando um pouco a pirâmide etária hierárquica, a internet e sua dinamicidade e
capacidade incrível de “diminuição de distancias” foi um dos fatores que contribuíram para
que esse ambiente fosse dominado pelos jovens, além de sua participação da criação de
conteúdo que antes não era possível com as mídias tradicionais como televisão ou jornais
impressos.

Agora com outro tipo de mídia tomando conta dos espaços as mídias tradicionais tiveram que
se adaptar para tentar manter pelo menos parcela de sua influência e público, à primeira vista
isso parece algo positivo pois assim os “anciões”, que são donos dessas mídias tradicionais,
teriam motivos para buscar entender como a juventude se correlaciona com as problemáticas
atuais e consequentemente tornando a vida em sociedade algo menos intrusivo e opressor,
entretanto, o que acontece é na verdade o completo oposto.

É bastante perceptível o fenômeno da romantização desse período da vida, com

histórias que não retratam a realidade de forma concreta, passando uma visão
fantasiosa que acaba por consequência influenciando ações e atitudes dos jovens
da pior forma possível, é como uma espécie de propaganda ideológica que acha que
representa a juventude mas que falha pois grande parte dos filmes e shows que
supostamente deveriam representar esse período da vida foram escritos ou
encomendados por engravatados corporativistas ou por pessoas que se negam a
aceitar que os tempos mudam, enraizando mais um “modelo de vida” impraticável
que prejudica a saúde mental de seu público alvo.

Essa ampla inserção no ambiente digital também contribuiu para que os jovens recebessem
um fluxo enorme de informações praticamente o tempo inteiro, tal interação é extremamente
perigosa se não for dado o devido cuidado e atua mais uma vez como um intensificador de
desapontamento e desigualdade não só socioeconômico, mas também psicossocial.
Bibliografia

-OLIVEIRA, E. S. G. Adolescência, internet e tempo: desafios para a Educação.

Educar em Revista, n. 64, p. 283–298, jun. 2017. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/educar/article/view/47048/32189. Acesso em: 09 nov. 2022.