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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS / UnU GOIÁS

CURSINHO PRÉ-VESTIBULAR DA PREFEITURA DE GOIÁS

OFICINAS DE HISTÓRIA DE
GOIÁS
Euzebio Carvalho
euzebiocarvalho@gmail.com
Professor da licenciatura em História - UEG/UnU Goiás

Oficinas de História de Goiás -


31/03/2014 1
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OBJETIVOS DA AULA

• Compreender a participação indígena no processo


histórico goiano;
• Desenvolver competências de respeito à diversidade
cultural;
• Problematizar a ausência dos indígenas na memória
coletiva goiana;
• Identificar os principais grupos étnicos noticiados na
história goiana;
• Perceber como os conteúdos e conhecimentos
relativos aos indígenas são cobrados nas provas de
concursos públicos goianos.

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INDÍGENAS NA HISTÓRIA GOIANA

Problema de nomenclatura:
• Pré-História?
• Índio ou indígena?
• Quais as diferenças de sentido?
• Qauis interferências na vida prática?
• Singular ou plural? ‘Os caiapós’ ou ‘os caiapó’?

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Apresentação e sistematização do texto
O HOMO CERRATENSIS: pré-
história em Goiás
Altair Sales Barbosa
Goiás: 1722-2002. Goiânia: 2002. P.37-747

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Pinturas em Serranópolis, sudoeste goiano
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ARQUEOLOGIA EM GOIÁS

Importância do conhecimento arqueológico;


Sítios pré-coloniais conhecidos em Goiás: 626, nos
municípios de Caiapônia, Formosa, Serranópolis e
Niquelândia.
"A maioria dos sítios arqueológicos (431) representa antigos
assentamentos ou locais de atividades específicas de grupos
ceramistas agricultores. São seguidos por abrigos sob-rocha (207);
em 93 foram registradas pinturas; em 17, gravuras; em 13,
gravuras e pinturas. Os sítios líticos a céu aberto registrados estão
relacionados em sua maioria com grupos caçadores-coletores,
enquanto pelo menos dez podem ser associados a grupos
ceramistas. Por fim, conhecem-se 21 lajes e blocos horizontais a
céu aberto com gravuras“ (FLASH)
Arte rupestre: “toda expressão gráfica - gravura ou pintura - que
utiliza como suporte uma superfície rochosa, independentemente
de sua qualidade e de suas dimensões: podem ser as paredes de
abrigos, de grutas ou de penhascos, mas também de rochas
isoladas ou agrupadas em campo aberto”
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Pinturas em Caiapônia
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PRÉ-HISTÓRIA [?] DOS HABITANTES DE GOIÁS

Grupos humanos (a datação segue as modificações


tecnológicas) (BARBOSA, 2002):
• Pré-ceramistas (caçadores e coletores)
– Fase Paranaíba (10.740 anos; ‘alta antiguidade
goiana’);
– Fase Serranópolis (9.000 anos);
• Horticultores ceramistas:
– Fase Jataí (1.000-200 anos);
– Fase Pindorama (500 anos);
– Tradição Aratu/sapucaí;
– Tradição Una;
– Tradição Uru
– Tradição Tupi-Guarani

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Pinturas em Formosa
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HABITANTES PRÉ-CERAMISTAS

Fase Paranaíba (10.740 anos):


• Tecnologia: raspadores longo, facas, furadores (de
pedra) sem ponta de projétil líticas  caça; discos,
alisadores e quebra-cocos (colheita);
• Não precisavam se deslocar muito (alimentação
durante todo o ano);
• Habitação: abrigos de pedra;
• Localização dos ‘achados’ (sítios superficiais): oeste,
em Caiapônia; no sudoeste, em Serranópolis; no
norte, em Uruaçu; em Niquelândia (BARBOSA, 2002);

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HABITANTES PRÉ-CERAMISTAS

Fase Serranópolis (9.000 anos):


• Tecnologia: desaparecimento de raspadores, facas e
perfuradores indica menor caça; indústrias de lascas
grossas e irregulares; sem ponta de projétil líticas 
clima mais seco e quente;
• Habitação: abrigos naturais;
• Localização dos ‘achados’ (BARBOSA, 2002)

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Pinturas em Serranópolis
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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Fase Jataí (1.000 - 200 anos)  índios horticultores e


aldeões:
• Tecnologia: surgimento de grandes instrumentos
líticos adaptados para o trabalho com madeira e os
ligados a cultivos agrícolas; voltam os quebra-cocos;
pontas de projétil de madeira ou osso; é introduzida
a cerâmica para cozer alimentos;
• Os sistemas agrícolas desenvolvidos por populações
indígenas resultam de longo processo de
experimentação, de coleta, de cultivo e
domesticação, desenvolvimento e empréstimos de
técnica e de um ajustamento das sociedades (BARBOSA,
2002);

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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Fase Jataí (1.000 - 200 anos)  índios horticultores e


aldeões:
• Povoamento: transição de um período úmido e
quente para um período mais seco e ameno
(ambiente atual) fosse a ocasião do povoamento;
• Habitação: Planalto Central do Brasil; área de
formação florestal conhecida por ‘Mato Grosso de
Goiás’ solos férteis, cerrado rico em caça e rios
ricos em peixe;
• Não se formaram aí  migração ou aculturação dos
caçadores/coletores (BARBOSA, 2002);

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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Tradição Una:
• Datas mais antigas para a cerâmica (talvez anterior
ao desenvolvimento dos aldeões e, quem sabe, a
origem deles);
• Habitavam vales enfurnados; pouco férteis, com
predominância de cerrado;
• Abrigos e grutas naturais;
• Forte associação de cultivos (predominância do
milho);
• Pequenas sociedades (BARBOSA, 2002)

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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Tradição Aratú/Sapucaí:
• Tradição mais de Centro-Nordeste do país;
• Constróem aldeias em áreas abertas;
• Serras do centro-sul e leste de Goiás (áreas mais
férteis e florestadas do Mato Grosso Goiano);
• Economia mais dependente de cultivos (sem
substituir a exploração dos frutos, a caça e a pesca);
• Aldeias populosas;
• Sistema de cultivo baseado em tubérculos e milho,
resistiu aos avanços dos grupos mandioqueiros;
• Nenhum outro grupo conseguiu infiltrar-se em seu
território (muitos recursos, muito ambicionado)
(BARBOSA, 2002);

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Pinturas em Serranópolis
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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Tradição Uru (grupo mandioqueiro):


• Chegaram mais tarde e dominaram o centro-oeste do
estado, no sentido Anápolis – Cidade de Goiás,
avançando ao longo dos rios, ocupam terrenos mais
baixos (pouco utilizado pelos outros aldeões),
importantes para a locomoção e pesca;
• Criou-se entre os dois grupos (Una e Uru) com
fronteiras estáveis mas nem sempre pacíficas (BARBOSA,
2002);

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HABITANTES HORTICULTORES E CERAMISTAS

Tradição Tupi-Guarani (grupo mandioqueiro):


• Mais próximos às culturas amazônicas (embora talvez
não procedam imediatamente de lá);
• Mais recente das populações com aldeia;
• Domina o vale do Paranaíba, a partir dele,
acompanha os afluentes, indo acampar nos abrigos
anteriormente ocupados pela tradição Uru;
• Aldeias na bacia do Alto Araguaia (convivento com
outros grupos horticultores);
• Aldeias da bacia do Tocantins (mais dispersas e mais
recentes)  vieram no período colonial e
enfrentaram não apenas os demais índios já
instalados, mas tbm os colonizadores brancos (BARBOSA,
2002)

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Índio (1827-28). Desenho N. 244. Burchell (1781-1863).
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Índio Caraó (1827-28). Desenho N. 243. Burchell (1781-1863).
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Índio Xerente (1827-28). Desenho N. 225. Burchell (1781-1863).
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OS ANTIGOS HABITANTES DE GOIÁS

Com exceção da Tupi-Guarani, as outras tradições


viveram no território goiano durante séculos, sem
muita movimentação;
Até a chegada de grandes destacamentos armados (Sec.
XVII e XVIII)
Roças pilhadas, aldeias demolidas, mulheres
violentadas, terras de cultivo invadidas, pessoas
morrendo de doenças desconhecidas
Solução? Guerra!
Resultado: a derrota, a prisão dos aldeamentos, a
desmoralização, a extinção ou fuga, as
consequências... (BARBOSA, 2002)

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A COR QUE FALTA NA BANDEIRA BRASILEIRA

Z’África Brasil (2002)


Verde amarelo azul branca e vermelha
São as cores que compõem a bandeira brasileira
Só que o vermelho não quizeram botar
É cor de sangue, é cor de morte, é cor de farsa
É todo o sangue derramado nesses 500 anos
É toda a historia maquiavélica tramada nos nossos mucambos
A dominação de um fogo por ouro
Forão sofrimento de um povo
Que foram se acabando aos poucos
Meus antepassados indígenas celebravam os deuses
Hoje me lembro que os índios são poucos
E só aparecem às vezes
Quando são queimados vivos em praça pública
Por uma raça sádica que faz um mal a sua cultura
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A COR QUE FALTA NA BANDEIRA BRASILEIRA
Z’África Brasil (2002)

Luta, resistência, traçar a vida são batalha


A morte o salvamento deus que era suas almas
Era um das matas, era um dos cantos
Hoje os índios são poucos, mas significam tanto
Isso é para quem sabe, para quem tem raiz
Por que sou índio, por que sou negro, por isso sou feliz
Por ter esse sangue correndo nas veias
Por ter nascido de três raças formada brasileira
Habitada por índios, construída por negros
Administrada por brancos era nobreza era herdeiro
Era, era nada, era uma bandeira de gangues
Falta o vermelho derramado por eles
O vermelho do sangue

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ÍNDIO PATAXÓ
Cacique & Pagé
Em cada dia que nasce, nasce novas experiência [...]
Em seu lugar de amor e paz tem maldade e violência.
O respeito foi queimado no fogo da impunidade
A mentira esta correndo bem na frente da verdade
Já tem chefe de família que não tem autoridade [...]
Não precisa sair cedo pra encontrar um canalha.

No mês do dia do índio no distrito federal


Cinco filhos de papai que só pensavam no mal
Puseram fogo num índio como se fosse normal
Ele foi queimado vivo, teve o mais triste final
Pra tribo dos Pataxós foi mais um golpe fatal.
Nesse mundo violento não adianta ser esperto
Por que a violência anda e não tem o rumo certo
Deixando rastro de sangue, na cidade e no deserto
O povão já não agüenta e fala de peito aberto
Sem a intervenção divina o fim do mundo está perto.

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Apresentação e sistematização do texto
A ausência do índio na
memória goiana
Luís Palacín
Ciências Humanas em Revista, revista do
Instituto de Ciências Humanas e Letras.
Goiânia: Ed. da UFG, 1992. P.59-70

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INDÍGENAS NA HISTÓRIA GOIANA

• Presença intensa dos indígenas do século XVIII até


meados do XIX;
• Segundo os relatórios dos presidentes das províncias, a
ocupação das terras constituia, o maior problema da
província:
« o estado de guerra permanente com os índios se tinha tornado
uma questão de vida e morte para a Província » (1992, p.59)
• « Desaparecimento » (fins do XIX e XX)  tese de
Palacín: censura da memória (bloqueio cultural e
moral)  da obsseção ao silêncio absoluto (1992, p.59);
• Caso de amnésia social [da memória coletiva e da
historiografia]  silêncio na poesia, histórias populares
e folclore [problema do termo];

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INDÍGENAS NA HISTÓRIA GOIANA

A censura da memória (PALACÍN, 1992)

• Bloqueio cultural:
– Indígena sempre como selvagem (nunca como
parceiro ou adversário);
• Bloqueio moral:
– Um crime a ser esquecido  política
governamental e da Igreja da civilização do índio,
fez com que a prática de extermínio seguida
pelos colonos;

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Raoni Metyktire (1930;1954;1978;1987), líder indígena no Brasil, percorreu vários países do mundo alertando as pessoas
para os desastres que podem ocorrer se as florestas tropicais forem destruídas. Na foto, Raoni, chefe da tribo amazônica dos
caiapó, fala em entrevista coletiva concedida em Tóquio, no Japão, em 31 de maio de 2007
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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Dentro da dinâmica da colonização portuguesa, a


ocupação do interior foi tardia  elementos;
– Exiguidade da população fixada no litoral
• 100 mil em 1600;
• 600 mil em 1700
– Dificuldade natural de pentração;
– Grandes distâncias
– Falta de estímulo
– Riquezas imediatas, facilmente exploradas;
– Ausência de população nativas, constituídas
numa sociedade economicamente organizada
[nos moldes eurocêntricos];

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Caiapó
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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Expansão para o interior:


– Fazendas de gado (ao longo do rio São Francisco);
– Minas de ouro (fins 17 e início do 18);
• Durante os sec. 16 e 17, o
interior/ « sertão » foi explorado e utilizado
economicamente (metais preciosos e
captura de índios)  entradas, descidas
(Jesuítas buscando indígenas para aldeamentos) e
bandeiras (expedições organizadas militarmente
mas com fins comerciais);
• Goiás: mil km do litoral  percorrido por 10
bandeiras paulistas (noticiadas historicamente) (sec.
16 e 17)
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Bonecas Karajá
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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Após terceira década do 18  30 arraiais auríferos;


• 1748, quando da instalação da capitania de Goiás,
pop. Aprox. 40 mil habitantes;
• Choques sangrentos dos garimpeiros com os
indígenas;
• De norte a sul, Goiás era povoado de nações
indígenas numerosas e diversificadas;
• Nos maiores garimpos, o choque foi constante; e
para os mineiros, um pesadelo  latente estado de
guerra;
– Vila Boa x Caiapó;
– Minas do Tocantins x Acroá; Chacribá
• Assaltos, matanças, revides, expedições punitivas

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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• « Nações selvagens habitantes da capitania de


Goiás », segundo Silva e Souza, 1812 (p.62-64):
– Caiapós;
– Xavante;
– Goiá;
– Crixás;
– Araés;
– Canoeiros;
– Apinagés;
– Capepuxis;
– Coroá; Coroá-Mirim;
– Temimbos;
– Xerentes;
– Tapirapés;
– Carajás

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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Política de aproximação e civilização x prática de


extermínio;
• Dragões (soldados de cavalaria) e pedestres (cia de
soldados a pé)  proteção aos mineiros e
perseguição aos indígenas após seus assaltos;
• Indígenas: muito móveis  atacavam a centenas de
km de suas bases;
• Contrato (pago pelos mineiros) entre o sertanista de
Cuiabá ‘Pires de Campos’ e o Governador  trouxe
500 bororos para ‘desinfetar’ os caminhos do sul da
capitania da presença dos Caiapó  3 anos sem
assalto = hábito da Ordem de Cristo e cargo vitalício
de escrivão da ouvidoria;

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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Atuação do sertanista do Maranhão, Wenceslao


Gomes da Silva  combateu os Acroá e Chacriabá no
norte da capitania  eventos originários da aldeia de
Duro e Formiga (1751);
• Após expulsão dos Jesuítas (1759), aldeamentos são
interrompidos;
• Aldeamentos: política governamental; garantia de
paz com indígenas; povoamento dos campos;
posteriormente, abrir a via do Araguaia;
• Aldeias:
– São José de Mossâmedes (1755);
– Nova Beira na Ilha do Bananal (1778);
– Aldeia Maria (1780);
– Carretão de Pedro Terceiro (1784);

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Avá-Canoeiro  Notícias contemporâneas
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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Falta de pessoal qualificado para a gerência dos


aldeamentos  mudança brusca, inaptidão à vida
sedentarizada;
• Índia Damiana: raptada ainda criança, criada por uma
família branca, casou com militar e contribuiu para as
pazes e aldeamentos;
• Invasão mais próxima: decadência da mineração e a
ruralização da população, relacionamento com
indígenas adquire nova virulência  Canoeiros, no
Maranhão, Xavantes, no Araguaia, Cherentes, no
Tocantins;

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Xavante
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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• São João da Palma e Matanças foram arraiais arrasados por


ataques indígenas  pavor da população do norte:
constantes assaltos indígenas à São Félix, Tessouras, Pontal,
Amaro Leite;
• Documentos históricos (p.63):
– 1837, Relatório do presidente Luiz Gonzaga de Camargo
Fleury;
– 1839, Relatório de Assis Mascarenhas;
• Após 1840, aldeamentos e catequese nos vales do
Araguaia e Tocantins, com ação de capuchinhos italianos
requeridos pelo Império:
– São José;
– Santa Maria;
– Boa Vista;
– Pedro Afonso;
– Piabanhas

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PRESENÇA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Avá-canoeiros: recusa constante a qualquer


aproximação; ocupação progressiva de suas terras;
• 1962: chacina de índios Avá-Canoeiro  fazendeios e
posseiros na Mata do Café (Formoso);

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DONA DESSE LUGAR
Daniela Mercury
Índia
Deste antes, muito antes
Índia Sou índia terena
Do Brasil ser Vera Cruz
Sou índia xavante Da pele morena
Os primeiros habitantes
Da tribo distante Abençoada dos povos de lá
Por aqui andavam nus
Dona desse lugar
Índia
Os tapuias e yupis Desde antes, muito antes
Sou índia xavante
Guaranis e pataxós Do Brasil ser Vera Cruz
Da tribo distante
A aliança mais antiga Os primeiros habitantes
Dona desse lugar
Avós dos nossos avós Por aqui andavam nus

Tupiniquins, tupinambás Tupinambá


Terra mãe da civilização Tupiniquim
Txucarramães e bororós
De um deus que não era cristão
A aliança mais antiga Txucarramãe
Fez a vida na floresta esculpida
Avós dos nossos avós Guarani
Onde nasceu a
Tupi
Terra mãe da civilização Pataxó
Índia / Sou índia terena De um deus que não era Bororó
Da pele morena cristão
Caiobá
Abençoada dos povos de lá Fez a vida na floresta esculpida
Xavante
Onde nasceu a

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AUSÊNCIA INDÍGENA NA HISTÓRIA GOIANA

• Até 1920  forma de vida agrária tradicional era


intacta;
• Americano do Brasil  pesquisou os cancioneiro,
trovas, épicas e quadrinhas do Brasil Central: grandes
rios, bois valentes, dramas de amor, onças famosas,
determinantes nacionais, criminosos célebres,
macacos inteligentes, veados ariscos;
• a longa luta de sobrevivência do índio não figura;
• Nos grandes rios, a presença indígena se fez mais
marcante;

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Alguns conceitos...
Aculturação:

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ORIENTAÇÕES GERAIS PARA RESOLUÇÃO DE QUESTÕES OBJETIVAS

1. Ler mais de uma vez cada questão;


2. Identificar o tema/assunto/matéria;
3. Interpretar o enunciado;
4. Identifica o programa/objetivo/problema que orienta a resolução;
5. Resolver por exclusão;
6. O que excluir? Os erros mais grosseiros (às vezes, o “menos
errado” é o “certo”);
7. Ater-se e respeitar a perspectiva do que se pede na questão
(principalmente se ela trouxer um documento para ser
interpretado)  a resposta deve ser dada a partir do documento;
8. Cuidado com a “super-interpretação” (ir além do que existe,
imaginar a partir de hipóteses, inferências e elucubrações;
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QUESTÃO 1
(UEG/2008) A história de Goiás não
começa em 1722, com a Bandeira
do Anhanguera, como quer
aversão tradicional, pois, há
milênios, a região já era habitada
por indígenas. Sobre essesgrupos
indígenas, é INCORRETO afirmar: c) O grupo indígena mais importante e
numeroso do atual território goiano
a) Os grupos indígenas que habitavam foi o dos Goyá, responsável pelas
a região onde atualmente é Goiás principais influências culturais e
pertenciam aotronco Gê, que povoou étnicas que os indígenas legaram ao
a região do Cerrado há cerca de povo goiano.
10.000 anos.
d) Dentre os grupos indígenas que
b) Os grupos indígenas que os habitavam onde hoje é o estado de
europeus encontraram na época do Goiás, os que maisresistiram à
contato praticavam a agricultura, colonização branca, inclusive através
complementando sua base alimentar da guerra, foram os Caiapó do sul eos
com a caça, a pesca e a coleta. Avá-Canoeiro.
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QUESTÃO 1 - COMENTADA
(UEG/2008) A história de Goiás não começa
em 1722, com a Bandeira do Anhanguera,
como quer aversão tradicional, pois, há
milênios, a região já era habitada por c) O grupo indígena mais importante e
indígenas. Sobre essesgrupos indígenas, é numeroso do atual território goiano
INCORRETO afirmar: foi o dos Goyá, responsável pelas
principais influências culturais e
a) Os grupos indígenas que habitavam étnicas que os indígenas legaram ao
a região onde atualmente é Goiás povo goiano (Apesar dos documentos
pertenciam ao tronco Gê, que povoou históricos terem referenciados a etnia
a região do Cerrado há cerca de ‘Goiá’, ao longo do século XX, os
10.000 anos. estudiosos começaram a questionar
sua real existência).
b) Os grupos indígenas que os d) Dentre os grupos indígenas que
europeus encontraram na época do habitavam onde hoje é o estado de
contato praticavam a agricultura, Goiás, os que mais resistiram à
complementando sua base alimentar colonização branca, inclusive através
com a caça, a pesca e a coleta. da guerra, foram os Caiapó do sul e os
Avá-Canoeiro.
Resposta C)
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QUESTÃO 2
(UFG/2005) Leia o trecho a seguir:

A impraticabilidade de se povoar a
dita capitania [Goiás] nem outra
qualquer parte da América
Portuguesa senão com os nacionais a) Ocupação das terras indígenas.
da mesma América. E que achando-se
todo osertão daquele vasto continente b) Guerra justa contra as tribos
coberto de índios, estes deviam ser indígenas.
principalmente osque povoassem os
lugares, as vilas e as cidades que se
fossem formando. c) Mestiçagem de brancos, índios e
negros.
Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos,
governador da Capitania de Goiás.1758. In:
PALACIN, Luís. O século do ouro em Goiás. Goiânia:
Ed. da UCG, 1994. p. 87. d) Embates intermitentes com as
tribos indígenas.
O documento aponta a preocupação
da Coroa Portuguesa com o e) Implantação de aldeamento
povoamento da Capitaniade Goiás, indígenas.
Cujo desdobramento foi a política de:

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QUESTÃO 2 - COMENTADA
(UFG GO/2005) Leia o trecho a seguir: a) Ocupação das terras indígenas (apesar
A impraticabilidade de se povoar de, historicamente, constatarmos que foi
[perspectiva do colonizador] a dita justamente isso o que aconteceu, o
capitania [Goiás] nem outra qualquer parte documento trata de outra coisa).
da América Portuguesa senão com os b) Guerra justa contra as tribos indígenas
nacionais da mesma América. E que (somentes àquelas que faziam acordos com
achando-se todo o sertão daquele vasto europeus inimigos de Portugal,
continente coberto de índios, estes deviam restringindo-se quase totalmente aos
ser principalmente os que povoassem os primeiros séculos da colonização e ao
lugares, as vilas e as cidades que se fossem litoral).
formando.
(Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da
c) Mestiçagem de brancos, índios e negros.
Capitania de Goiás.1758. In: PALACIN, Luís. O século do ouro d) Embates intermitentes com as tribos
em Goiás. Goiânia: Ed. da UCG, 1994. p. 87).
indígenas.
Obs: é fundamental identificar o e) Implantação de aldeamento indígenas.
assunto/tema do documento, bem como a
tese/orientação presente no mesmo.
O documento aponta a preocupação da Coroa
Resposta e)
Portuguesa com o povoamento da Capitania de
Goiás, cujo desdobramento foi a política de: Comentário : devemos nos atentar,
exclusivamente, o que é tratado no
documento.

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QUESTÃO 3
Um dos primeiros lugares
ocupados pelos colonizadores
brancos em Goiás foi a região
do Rio Vermelho, onde se
fundou o arraial de Santana,
que depois passou a ser
chamado de Vila Boa. O nome
“Vila Boa” deriva de c) “boa lavra”, referência à
grande quantidade de ouro
a) “bom selvagem”, encontrado na região.
referência à índole pacífica
dos índios goiazes.
d) “Bueno”, sobrenome do
b) “boa morte”, nome da
“Anhanguera”, o fundador
primeira igreja construída
do arraial.
no lugar.

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QUESTÃO 3 - COMENTADA
Um dos primeiros lugares
ocupados pelos colonizadores
brancos em Goiás foi a região do
Rio Vermelho, onde se fundou o
arraial de Santana, que depois
passou a ser chamado de Vila
Boa. O nome “Vila Boa” deriva de
c) “Boa lavra”, referência à
a) “Bom selvagem”, grande quantidade de ouro
referência à índole pacífica encontrado na região.
dos índios goiazes.
b) “Boa Morte” (Igreja de d) “Bueno”, sobrenome do
Sant’Anna), nome da “Anhanguera”, o fundador
primeira igreja construída do arraial.
no lugar. Resposta d)

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QUESTÃO 4
Meu Goiás, meu Goiás Goiás.
Terra do Anhanguera
E dos Carajás b) Goiás ainda pode ser chamado de a
És um tesouro encantado Terra dos Carajás, tendo em vista
No coração do Brasil a alta representatividade dos
indígenas na demografia goiana.
És privilegiado
Por riquezas mil
c) A busca de riquezas minerais
Toda Pátria te bendiz, Goiás. estimulou os bandeirantes
(Nini Araújo. Meu Goiás)
paulistas a ocuparem o Centro-
Oeste brasileiro.
Sobre o povoamento branco de
Goiás no século XVIII, é CORRETOd) Pode-se afirmar que a Igreja
afirmar: Católica e a Coroa Portuguesa
apoiaram as guerras de
a) Bartolomeu Bueno da Silva, extermínio movidas contra os
sertanista protetor dos índios, foi indígenas em Goiás.
o primeiro branco a chegar a

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QUESTÃO 4 - COMENTADA
Meu Goiás, meu Goiás
Terra do Anhanguera
E dos Carajás
És um tesouro encantado
No coração do Brasil
És privilegiado
Por riquezas mil
Toda Pátria te bendiz, Goiás.
(Nini Araújo. Meu Goiás)
c) A busca de riquezas minerais
Sobre o povoamento branco de Goiás no estimulou os bandeirantes
século XVIII, é CORRETO afirmar: paulistas a ocuparem o Centro-
Oeste brasileiro.
a) Bartolomeu Bueno da Silva,
sertanista protetor dos índios, foi
o primeiro branco a chegar a d) Pode-se afirmar que a Igreja
Goiás. Católica e a Coroa Portuguesa
apoiaram as guerras de
b) Goiás ainda pode ser chamado de a
extermínio movidas contra os
Terra dos Carajás, tendo em vista
indígenas em Goiás.
a alta representatividade dos
indígenas na demografia goiana.
Resposta: c)

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QUESTÃO 5
O povoamento branco de Goiás, no século
XVIII, foi caracterizado pela prodigalidade
na construção de igrejas. Só em Vila Boa,
capital da capitania, foram construídas, no
espaço de 50 anos, oito igrejas. Esse grande
número de igrejas, no início do
povoamento branco de Goiás, explica-se
pelo fato de os templos servirem

a) aos propósitos fiscais do Estado


português, sendo que os clérigos, c) de locais de culto e de sepultamento de
encarregados de recolher os dízimos e membros da população que estivessem
o quinto real, reservavam partes integrados nas inúmeras irmandades
substanciais desses rendimentos para existentes na época, sendo que os escravos
a construção e o embelezamento das não cristianizados eram sepultados num
igrejas. cemitério rudimentar.
b) de principal instrumento da política d) no contexto histórico da Contra-Reforma,
indigenista pombalina, sendo que elas de símbolos da supremacia da fé católica
visavam impressionar os silvícolas, sobre a fé dos protestantes, sobretudo dos
estimulando-os a abandonarem suas ingleses anglicanos, que trabalhavam na
práticas religiosas e suas aldeias e virem exploração das minas de ouro em Goiás.
trabalhar e congregar em Vila Boa.

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QUESTÃO 5 - COMENTADAS
O povoamento branco de Goiás, no século
XVIII, foi caracterizado pela prodigalidade
na construção de igrejas. Só em Vila Boa,
capital da capitania, foram construídas, no
espaço de 50 anos, oito igrejas. Esse grande
número de igrejas, no início do
povoamento branco de Goiás, explica-se
pelo fato de os templos servirem c) de locais de culto e de sepultamento de
membros da população que estivessem
a) aos propósitos fiscais do Estado integrados nas inúmeras irmandades
português, sendo que os clérigos, existentes na época, sendo que os escravos
encarregados de recolher os dízimos e o não cristianizados eram sepultados num
quinto real, reservavam partes substanciais cemitério rudimentar.
desses rendimentos para a construção e o
embelezamento das igrejas. d) no contexto histórico da Contra-Reforma,
de símbolos da supremacia da fé católica
b) de principal instrumento da política sobre a fé dos protestantes, sobretudo dos
indigenista pombalina, sendo que elas ingleses anglicanos, que trabalhavam na
visavam impressionar os silvícolas, exploração das minas de ouro (diamante)
estimulando-os a abandonarem suas em Goiás (MG).
práticas religiosas e suas aldeias e virem
trabalhar e congregar em Vila Boa. Resposta c)

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QUESTÃO 6
Uma das funções primordiais
do Estado moderno é dispor b) sertanistas, responsáveis
de uma força policial eficiente por combater as tribos
para garantir a paz interna indígenas que faziam guerra
entre os cidadãos. No entanto, contínua aos colonizadores.
em grande parte da história
de Goiás, predominou a
privatização das funções de c) capitães-do-mato,
polícia, EXCETO no caso dos responsáveis pela apreensão
de escravos fugitivos e pela
destruição de quilombos.
a) coronéis da Guarda
Nacional, responsáveis, dentre
outras coisas, pela d) Dragões, responsáveis
preservação da ordem e pela principalmente por vigiar as
guarda dos prédios públicos. minas de diamante e impedir
o contrabando de ouro.
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QUESTÃO 6 - COMENTADA
Uma das funções primordiais do Estado moderno é milícia aqueles que detivessem uma renda
dispor de uma força policial eficiente para garantir
anual mínima de 100 milrréis. Com isso, os
a paz interna entre os cidadãos. No entanto, em
grandes proprietários das diversas regiões
grande parte da história de Goiás, predominou a
privatização das funções de polícia, EXCETO no passaram a ostentar patentes militares. Os
caso dos mais poderosos eram os coronéis, que
incorporavam à Guarda Nacional seus
a) coronéis (membros das oligarquias afilhados e capangas ». (Oficina de História. História
provinciais/estaduais) da Guarda Nacional, do Brasil. Flávio de Campos. 1999. P.155).
responsáveis, dentre outras coisas, pela b) sertanistas (termo corrente, utilizado
preservação da ordem e pela guarda dos pela Coroa para se referir aos
prédios públicos (instituição de caráter civil, ‘bandeirantes’, termo paulista),
a Guarda Nacional era subordinada aos responsáveis por combater as tribos
Juízes de Paz, aos Juízes Criminais, aos indígenas que faziam guerra contínua aos
presidentes de Província e ao Ministro da colonizadores.
Justiça, sendo somente essas autoridades c) capitães-do-mato, responsáveis pela
que podiam requisitar seus serviços. «Em apreensão de escravos fugitivos e pela
lugar de ampliar a cidadania, o governo destruição de quilombos.
central resolveu criar, em 1831, uma nova
d) Dragões (Dragões Reais de Minas,
força paramilitar, a Guarda Nacional. Era
portugueses), responsáveis principalmente
uma tentavia de diminuir o poder do
por vigiar as minas de diamante e impedir o
Exército e, sobretudo, de cooptar os grupos
contrabando de ouro.
regionais. Só poderiam participar da nova
Resposta d)

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31/03/2014 62
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QUESTÃO 7
Durante o início da
implantação da colonização
portuguesa em Goiás, foi
proibida a navegação dos rios
Araguaia e Tocantins. Pode-se
afirmar CORRETAMENTE que
esta medida

a) visava impedir o contrabando c) visava impedir o acesso dos


de ouro produzido em Goiás. emboabas às minas auríferas de
Goiás.
b) visava proteger os aldeamentos
indígenas localizados às margens d) foi responsável direto pela
desses rios das incursões dos estagnação econômica de Goiás
bandeirantes paulistas. no século XIX.

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QUESTÃO 7 - COMENTADA

Durante o início da implantação


da colonização portuguesa em
c) visava impedir o acesso dos
Goiás, foi proibida a navegação
dos rios Araguaia e Tocantins. emboabas (impossível. As
Pode-se afirmar CORRETAMENTE minas atraiam toda a sorte de
que esta medida gente. Era isso do interesse do
Estado Real) às minas
auríferas de Goiás.
a) visava impedir o
contrabando de ouro d) foi responsável direto pela
produzido em Goiás. estagnação econômica (ao
contrário, esperava-se que a
b) visava proteger os navegação poderia reverter a
aldeamentos indígenas situação de isolamento de
localizados às margens desses Goiás com a possibilidade de
rios das incursões dos integração com o Norte do
bandeirantes paulistas. Brasil) de Goiás no século XIX.
31/03/2014
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64
a)
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Lugares de memória indígena em
Goiás
• Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia
(IGPA/PUC-GO);
• Museu Antropológico (UFG);
• Museu Jesko Puttkamer (PUC-GO)
• Povos Indígenas no Brasil (org)
• Textos:
• A arte de saber fazer grafismo nas bonecas Karajá;

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REFERÊNCIAS

PALACÍN, Luis; SANT’ANNA, Maria Augusta de. História de Goiás. 6ª ed. 3ª


reimpressão. Goiânia: Ed. da UCG, 2006.
Luís Palacín. A ausência do índio na memória goiana. Ciências Humanas em
Revista. Revista do Instituto de Ciências Humanas e Letras. Goiânia: Ed. da
UFG, 1992. P.59-70.
BARBOSA, Altair Sales. O homo cerratensis: pré-história em Goiás. In CHAUL,
Nars (org.) Goiás: 1722-2002. Goiânia: 2002. p.37-47.

Atualizado em 31/03/2014

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