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Determinação da Função de Resposta em Frequência e Coerência do Sinal

Função de Resposta em Frequência, FRF, e a transformada discreta de


Fourier FFT
Das notas sobre a Transformada Discreta de Fourier, a função de resposta em frequência FRF,
representada por H(ω), de um sinal no tempo, x(t), gerado pela atuação de uma força, f (t), em um
sistema elástico, pode ser considerado idealmente como:

X(ω)
H(ω) = (1)
F (ω)

Nesta expressão X(ω) é a transformada rápida de Fourier do sinal x(t) e F (ω) a transformada da
força de excitação f (t). No entanto, da teoria de sinais, para um sinal sem ruı́do, a FRF pode ser
estimada por:
SF X
H1 (ω) = (2)
SF F
Nesta equação SF X = F (ω) × conj(X(ω)) é o espectro cruzado entre o sinal de excitação F (ω) e
o conjugado de X(ω), lembrando que a transformada dos sinais é uma grandeza complexa. SF F =
F (ω) × conj(F (ω)) é o auto espectro do sinal de excitação F (ω). Mas há outra definição usual:
SXX
H2 (ω) = (3)
SXF
Neste caso SXF = X(ω) × conj(F (ω)) é o espectro cruzado entre o sinal de resposta, X(ω) e o
conjugado excitação de F (ω). E SXX = X(ω) × conj(X(ω)) é o auto espectro do sinal de resposta.
Na ausência de ruı́do não existe diferença no resultado das duas equações e H(ω) = H1 (ω) = H2 (ω).
Na prática não existe sinal sem ruı́do e neste caso o sinal de saı́da, X̂(ω), é a combinação entre
o sinal real X(ω) e o ruı́do N (ω). O sinal de excitação excitação F̂ (ω), é o resultado da soma entre
o sinal F (ω) e o ruı́do M (ω). Estes sinais são inseparáveis no domı́nio do tempo, no entanto, não
estão correlacionados, ou seja SF M =0, e esta propriedade é extremamente importante na criação de
estimadores da FRF que minimizem o efeito do ruı́do.
Pode-se demonstrar que os estimadores empregando F̂ (ω) e X̂(ω) estão relacionados com o auto-
espectro do ruı́do:
ŜF X SM M −1
 
Ĥ1 (ω) = = H(ω) 1 + (4)
ŜF F SF F
ŜXX SN N
 
Ĥ2 (ω) = = H(ω) 1 + (5)
ŜXF SXX
Nestas expressões o erro na medida, em relação a medida ideal H(ω), depende da razão entre o
auto-espectro do ruı́do, nı́vel ou energia deste sinal, em relação, ao nı́vel do sinal da medida, o
auto-espectro do sinal de força ou deslocamento. O estimador Ĥ1 (ω) subestima e o estimador Ĥ2 (ω)
sobrestima o resultado real com o ruı́do. Mas estes efeitos normalmente são mais significativos em
determinadas situações.
No caso de excitação com shaker, a mais usual, a iteração entre o acoplamento, stinger, e a
estrutura, em geral resulta em um nı́vel maior de ruı́do no sinal de força. O nı́vel de ruı́do em relação
a força de entrada é muito mais elevado do que no sinal de resposta, o estimador Ĥ1 (ω) apresentará
um valor menor e menos preciso que Ĥ2 (ω). Este efeito é muito mais significativo nas ressonâncias
quando o nı́vel do sinal de resposta é muito mais elevado que o do ruı́do resultando em boa precisão
nas medidas.
Nas anti-ressonâncias a precisão das medidas inverte-se entre os estimadores. Neste situação a
resposta da estrutura é praticamente insignificante comparada à força, e, neste caso, o estimador
Ĥ1 (ω) é mais preciso.
Os estimadores Ĥ1 (ω) e Ĥ2 (ω) estão correlacionados pela coerência γF2 X (ω):

Ĥ1 (ω)
γF2 X (ω) = (6)
Ĥ2 (ω)

cuja definição é:


(SF X (ω))2
γF2 X (ω) = (7)
SF F (ω)SXX (ω)
Na prática a coerência reflete a relação causal, linear, entre x(t) e o sinal de entrada f (t). Se
γF2 X (ω)=0 a resposta não deriva da força de excitação, quando γF2 X (ω)=1 a resposta deve-se exclu-
sivamente à f (t). Coerência ruim é indicativo de uma baixa razão entre sinal e ruı́do, em muitos
casos, erros de medida, não linearidades e comportamento tempo dependente da estrutura.

[1] Jimin He and Zhi-Fang Fu, Modal Analysis, Butterworth-Heinemann Linacre House, Jordan Hill,
Oxford, 2001.
[2] Leslie Lamport, LATEX: A Document Preparation System. Addison Wesley, Massachusetts, 2nd
Edition, 1994.

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