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Escola Municipal de Ensino Fundamental Assis Brasil Martins Bitencourt

Ensino Religioso
Prof. Priscila Müller

História do Sincretismo e Religiões Afro-brasileiras


Tudo começou com a chegada dos portugueses no Brasil. Junto com novos hábitos e culturas, a colonização
brasileira deu espaço para a chegada de outros religiosos. Além disso, com a vinda de povos da África, a variação
de crenças e religiões ficou ainda maior.
Porém, a Igreja Católica sempre tentou obrigar os escravos a aderirem às doutrinações cristãs, impedindo que eles
propagassem e exercessem suas obrigações religiosas na qual acreditavam. Mas, por muitas vezes, alguns
escravos realizavam mobilizações ou festividades nos mesmos dias em que aconteciam as celebrações católicas.
Outros, mesmo participando das festas católicas, não abandonaram sua fé nos orixás, voduns, entre outras
divindades oriundas da terra natal. Com isso, essa prática simultânea de diversas religiões resultou no surgimento
de outras, que levavam características africanas, cristãs e indígenas.
Atualmente, podemos identificar essa diversidade quando no mesmo dia são feitas celebrações para deuses da
igreja católica e para divindades de origem africana.
Religiões Afro-brasileiras
As religiões Afro-brasileiras surgiram após a junção da cultura de diversos povos africanos trazidos entre os
séculos XVI e XIX. Elas possuem influências de religiões vindas da Europa, como o Catolicismo e o Kardecismo.
Além disso, elas possuem características específicas de cada região do país.
Durante os quatro séculos, cerca de 3,5 milhões de africanos chegaram ao Brasil como escravos. Entre eles, povos
de etnias: iorubás, fons, maís, hauçás, éwés, axântis, congos, quimbundos, umbundos, macuas, lundas e diversos
outros povos, cada qual com sua própria religião e cosmogonia.
Como as religiões foram se formando em diversas regiões e estados do país, elas foram adotando formas
diferentes umas das outras, inclusive os nomes.
As que mais se destacaram na época, assim como nos dias de hoje, são o Candomblé e a Umbanda. Além dessas,
outras religiões também possuem características africanas, como Xangô e a Jurema, também conhecida como
Catimbó.
Quando se fala em sincretismo no Brasil logo se associa às religiões Afro-brasileiras, pois foram construídas após
a colonização.
Candomblé
O Candomblé é uma religião regionalizada no Brasil, porém com características trazidas pelos negros da África.
Como nessa época a Igreja Católica proibia os rituais africanos, os negros usavam as imagens católicas como
símbolo, mas continuavam cultuando seus Orixás, Inquices e Vodus.
Para o Candomblé, os orixás são deuses supremos, possuindo habilidades e personalidades diferentes, assim
como as formas de rituais. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento,
podendo compartilhá-lo com outro orixá, caso necessário.
Umbanda
A Umbanda é uma junção de diversas religiões que chegaram ao Brasil, como o catolicismo, espiritismo e as
religiosidades africana, indiana e indígena. Bastante confundida com o candomblé, a Umbanda possui três
princípios básicos que são: fraternidade, caridade e respeito ao próximo.
Seus fundamentos são:
Existência de um único Deus, supremo e onipotente, conhecido como Zambi, Olorum ou simplesmente Deus;
Existência dos orixás, seres do Plano Superior que representam, cada um à sua forma, elementos da natureza, do
planeta ou das próprias características humanas;
A mediunidade como forma de comunicação entre as esferas física e espiritual;
Crença na alma imortal e na reencarnação;
Crença na Lei Cármica, no qual se baseiam as ações do homem e suas consequências.
Jurema
Jurema, também conhecida como Catimbó Jurema, nasceu da junção ocorrida entre as espiritualidades indígenas,
europeia e africana, no século XVI.
Nessa religião, o Exu é a entidade responsável por auxiliar os mestres na realização dos trabalhos. Diferente do
que ocorre na Umbanda, onde os Exus possuem entidades distintas, na Jurema há hierarquia onde todas as
entidades são subordinadas à autoridade Mestre, que é o Exu.

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