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Sincretismo

O sincretismo se caracteriza pela união de elementos culturais, religiosos e


ideológicos distintos que formarão uma nova cultura, religião ou sociedade.

O sincretismo religioso consiste na presença de um ritual, ideia, organização,


símbolos ou objetos artísticos originários de uma religião e que são
incorporadas à outra.

Sincretismo religioso
O ser humano usa elementos do seu meio-ambiente e de sua cultura para
homenagear os seus deuses ou deus. Sendo assim, não existe uma religião pura
ou que não houvesse mescla de cultos já existentes.

Por isso, podemos afirmar que em todas as religiões encontramos traços de


sincretismo religioso.

Vejamos alguns exemplos:

O cristianismo nasceu do judaísmo, e um dos pilares desta crença, a Torá, faz


parte do conjunto de livros sagrados cristãos, a Bíblia. Igualmente, a grande
festa judaica, a Páscoa, está presente no cristianismo, após ser ressignificada
pelos cristãos.

Da mesma forma, a Igreja Católica tomou elementos da administração o


Império Romano absorvendo sua organização. Um exemplo é a instituição de
um líder máximo, o Pontífice. Este título, no entanto, vem da religião politeísta
romana e pertencia ao sacerdote de mais prestígio do Colégio Pontifical.

A mistura de elementos pode ser observada em todas as religiões existentes,


pois não existe uma religião pura.

O candomblé também é uma religião sincretizada. Na África, cada tribo cultuava


somente um orixá, mas aqui no Brasil, como várias nações se misturaram, o jeito
foi louvar o maior número possível de orixás para que todos se sentissem
acolhidos.
Sincretismo religioso no Brasil
As características da colonização portuguesa deram origem ao sincretismo
religioso brasileiro.

Um dos objetivos das grandes navegações era cristianizar os povos que fossem
encontrados nos novos territórios. Desta maneira, os indígenas foram os
primeiros a serem catequizados.

A fim de explicar-lhes a doutrina cristã, os padres jesuítas utilizavam elementos


culturais indígenas. Isto deu origem, por exemplo, a lendas inventadas pelos
religiosos que foram incorporadas ao repertório indígena, como a do Aó-aó.

Os negros africanos escravizados passaram pelo mesmo processo, que deram


origem ao candomblé, religião afro-brasileira. Ao chegar na colônia reviveram
seus rituais, símbolos e festas que faziam na África, porém adaptando-as à
realidade da América. Um exemplo seriam as oferendas aos orixás que
passaram a incorporar alimentos locais.

Além disso, intimidados pelos castigos, muitas pessoas escravizadas abraçavam


a religião católica aparentemente, mas mantinham o culto a seus orixás. Assim
começou a identificação entre os santos católicos e orixás, as procissões do
padroeiro com as festas para suas divindades, entre outras práticas.

Não foi somente as religiões africanas que foram sincretizadas. Atualmente,


observamos que existe sincretismo religioso entre as igrejas neopentecostais
brasileiras, o catolicismo e as religiões afro-brasileiras.

Certas igrejas neopentecostais brasileiras utilizam práticas católicas como


bênçãos de objetos como sal grosso, rosas e copos d'água com o propósito de
transmitir a graça aos fiéis. Igualmente, quando se referem ao demônio, citam
erroneamente os orixás do candomblé e entidades da umbanda.

Percebemos, assim, que o sincretismo religioso é largamente estendido no País.


Sincretismo na Umbanda

A Umbanda é uma religião brasileira, de matriz africana, onde ocorre diversos


sincretismos.

Esta crença tem elementos do kardecismo, do candomblé, da religião indígena,


do catolicismo, entre outros cultos. O sincretismo ocorre tanto em nível
doutrinal com elementos do monoteísmo, reencarnação e figuras a serem
cultuadas, como no aspecto exterior, pois suas celebrações ocorrem numa Casa
ou Terreiro.

Sincretismo cultural
O sincretismo cultural ou mestiçagem cultural é um termo utilizado para
explicar as sociedades que foram criadas na América Latina.

Estas sociedades nasceram da união de culturas ameríndias, europeias e


africanas, e cada um delas tinha sua particularidade. Afinal, nesses grupos há
muitas diferenças.

No entanto, podemos argumentar que este termo poderia ser utilizado também
para as sociedades europeias. Tomemos o exemplo da França que era habitada
pelos gauleses e outros povos, que se fundiram ao Império Romano. Mais tarde,
adotaram o cristianismo, abrigaram judeus e um sem fim de povos que deram
como resultado o povo francês.

Importante lembrar, que assim como as religiões, não existe raça pura e nem
povo puro.

Sincretismo estético
O sincretismo estético consiste no cruzamento de várias influências artísticas e
culturais que vão gerar um novo movimento artístico.

Geralmente, se trata do período quando está sendo gestado um novo


movimento artístico, como é o caso do pré-modernismo brasileiro, na década
de 10. Este período não é considerado um movimento artístico independente
porque sofre influência de várias escolas como o Neo-Realismo, Neo-
Parnasianismo, Neo-Simbolismo.

Na década de 20, essas características já tinham sido absorvidas e formado


aquilo que se consolidou como Modernismo Brasileiro.

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