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Feita uma análise crítica sobre o artigo proposto, pode-se perceber que, após o fim da guerra

fria no limiar da década de 90, o petróleo efetivou-se como uma engrenagem fundamental na
produção de energia mundial o que viera a torná-lo centro de discussões políticas e recurso
financeiro de excepcional significância para o fortalecimento da economia capitalista. O
petróleo vem se tornando fonte de análises geoeconômicas, tendo ampla destaque no
contexto atual, um exemplo de consolidação de tal recurso com a vinculação entre energia e
economia fora a Guerra do Golfo no início da década de 90. Também em acontecimentos
significativos no início dos anos 2000, como a ocupação do Iraque por tropas estadunidenses,
fez-se fortalecer a idéia de que as conexões entre a energia, geopolítica, geoeconomia e guerra
ganharam em intensidade, potencializando o aspecto central do petróleo no capitalismo
contemporâneo.

A centralidade dos recursos energéticos na acumulação de capital e a proeminência do


petróleo na matriz energética em nível planetário outorgam ao petróleo um papel decisivo na
geoeconomia e na geopolítica do capitalismo. Conforme uma pesquisa realizada pelo autor do
referente artigo 4, o Oriente Médio possui liderança incontestável nessa matéria, abrigando
mais de 57% das reservas mundiais de petróleo bruto e quase 42% das de gás
natural. Enquanto a Arábia Saudita exibe 1/5 das reservas de petróleo, e Irã e Qatar possuem
juntos mais de 30% das reservas de gás existentes.

A dependência de uma única fonte de reserva, embora significativa em termos de volume e


custo de produção, prejudica os grandes consumidores e importadores, por isso tornaram-se
particularmente atrativas a adoção de diferentes áreas de reserva. Ainda, foi o aumento do
preço do petróleo, impulsionador das crises energéticas da década de 70, que possibilitou a
exploração de reservas com custos operacionais muito superiores aos do Golfo. Assim, a
geografia das iniciativas, tanto de mineração, refino e transporte, abrange muitos espaços em
diferentes continentes, regiões e países.

Também, vale-se ressaltar a importante figura da Ásia Central no contexto petrolífero,


conhecido como caucásia, formada por países caucasianos, como a Geórgia, Armênia e
Azerbaijão, e os centroasiáticos do Turcomenistão, Uzbequistão, Cazaquistão, Tadjiquistão e
Quirguistão, possuem significativas reservas de petróleo e gás, fazendo então com que o Mar
Cáspio tenha uma forte influência sob o cenário geopolíticos e geoeconômicos quanto aos
recursos energéticos na esfera global. Tais privilégios se dão pela localização estratégica de tais
países.

Segundo Cheterian (1997), apresentado no artigo 4, o Cáucaso e a Ásia Central, juntos,


conhecidos como “Transcaucásia”, representam para as empresas ocidentais (estadunidenses
e europeias): ligação das fontes desses recursos com mares abertos que oferece a vantagem
de permitir fluxos ao largo da Rússia – cujo controle sobre os respectivos processos é tido
como fonte de riscos, segundo Great (1997), mencionado no referente artigo.

Pode-se então a percepção de que a Eurásia – e, nesta, o Cáucaso e a Ásia Central – é um tema
de extrema importância nos embates sobre recursos energéticos dentre os países. A
proeminência do Oriente Médio explica a abordagem dessa área em seção própria, focalizando
o assunto em conexão com o empenho dos Estados Unidos na defesa dos próprios interesses
econômicos e políticos e poderio mundial.
O oriente médio se apresenta como o centro dos principais conflitos referentes ao cenário
petrolífero devido seu dominante papel na concentração de reservas energéticas, além de
manter-se com tal dominância ainda nas previsões futuras, possibilidade de descoberta de
novas fontes de exploração e ao fato de produtores locais poderem influenciar fortemente o
mercado mundial de energia, esse conjunto de fatores acaba por fortalecer ainda mais essa
“pulsação”, geopolítica e geoeconômica determinada no âmbito do golfo pérsico.

O Oriente Médio representa tanta significância para a política energética estadunidense que,
mesmo com o fim da União Soviética e a vitória ocidental na Guerra do Golfo representassem
menores ameaças à oferta regional de petróleo, tal área seguiu focando as ações de política
externa dos Estados Unidos mais importante. Ressaltando que, tais medidas ostentam
objetivos amplos: “tendo em vista as necessidades energéticas dos países europeus e do
Japão, a predominância americana no Golfo oferece à Casa Branca um meio de pressão que ela
pretende bem conservar frente a seus aliados e, todavia, concorrentes econômicos” segundo o
autor Klare (1995), destacado no artigo referente.

Além disso, vale lembrar também que, o Irã ocupa uma posição estratégica no Golfo Pérsico.
Suas jazidas de petróleo representam uma ameaça para os países que compõem mais da
metade das reservas conhecidas, além de também dominar o Estreito de Ormuz, rota de
trânsito diário para exportações de volume para todo o mundo. Portanto, se a dimensão
nuclear está no centro do ressurgimento das tensões entre o Irã e o Ocidente, ela está de fato
ligada ao papel daquele país na geoeconomia e, portanto, na geopolítica energética. Talvez,
em primeiro lugar, esse fato esteja relacionado principalmente com o que os Estados Unidos
podem representar para seus interesses

Por fim, pode-se concluir a análise observando que, o sistema global capitalista é fortemente
influenciado e alterado pelo poder geopolítico e geoeconômico resultantes de fontes
energéticas que possuem fundamental significância para os países contemporâneos, dentre
essas reservas energéticas pode-se destacar de forma mais significante o petróleo. Logo,
países ou regiões que possuem maior predomínio sob tal recurso acabam por serem centros
de conflitos políticos e econômicos, como o Oriente Médio, visto que, podem influenciar de
forma significativa a economia de países com forte soberania mundial, como os Estados
Unidos, criando então, uma forte atração desses países aos recursos energéticos conforme
seus próprios interesses para assegurar as lideranças internacionais da sociedade moderna
moldada pelos recursos energéticos, sob tudo ao petróleo.

Referências Bibliográficas:

PERSEU ABRAMO. Documentário ajuda a entender os interesses dos Estados Unidos.


Disponível em: <https://fpabramo.org.br/2018/12/07/documentario-ajuda-a-entender-os-
interesses-dos-estados-unidos/> Acesso em 12/01/2022.

REVISTA SOCIEDADE MILITAR. Ásia Central: A nova arena energética. Disponível em:
<https://www.sociedademilitar.com.br/2014/06/asia-central-a-nova-arena-energetica.html>
Acesso em 12/02/2022.
QUESTÕES:

1) Qual a característica dominante dos países que formam a


“Caucásia”?
Resposta: Ambos possuem vastas reservas energéticas de petróleo e gás e estão localizadas
na mesma região.

2) Que tipo de influência os recursos energéticos exercem na


atualidade?
Resposta: Os recursos energéticos exercem uma grande influência sobre os setores
geopolíticos e geoeconômicos mundiais na sociedade moderna.

3) Dentre os países da América Central/Sul, qual o país mais


se destaca na produção de petróleo Bruto? Com qual
quantidade?
Resposta: A Venezuela. Com aproximadamente 77,2 bilhões de barris de petróleo bruto.

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