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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

Secretaria-Geral de Controle Externo (Segecex)

Anexo ao Memorando-Circular nº 10/2018 – Segecex

ORIENTAÇÕES PARA COMUNICAÇÕES PROCESSUAIS A REPRESENTANTES


LEGAIS E PROCURADORES

Objetivo
Uniformizar os procedimentos a serem adotados pelas unidades técnicas relativos a
comunicações processuais destinadas a representantes legais e procuradores.

Fundamentos
Regimento Interno do TCU, art. 145, § 4º, c/c o art. 179, §§ 6º e 7º; Resolução–TCU 170/2004;
Lei 10.406/2002 (Código Civil) e Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil).

Sumário
I. Orientações gerais de comunicação processual..................................................................................
II. Comunicação a advogado (citação e audiência).................................................................................
III. Comunicação a pessoa jurídica...........................................................................................................
IV. Comunicação a sociedade de advogados.............................................................................................
V. Comunicação no caso de uma procuração com vários procuradores...............................................
VI. Comunicação a procurador quando houver substabelecimento.......................................................
VII. Comunicação em caso de renúncia de advogado...............................................................................
VIII. Comunicação quando houver mais de uma procuração válida do mesmo mandante no
processo...........................................................................................................................................................
IX. Comunicação a procurador sem procuração nos autos.....................................................................
X. Comunicação a procurador constituído na fase interna da TCE.....................................................
XI. Comunicação a procurador em processo decorrente de conversão em TCE ou de
monitoramento.............................................................................................................................................
XII. Comunicação a defensoria pública....................................................................................................
XIII. Comunicação a município..................................................................................................................
XIV. Comunicação a procurador advogado ou a representante legal devolvida pelos Correios...........
XV. Comunicação a procurador não advogado devolvida pelos Correios.............................................
XVI. Comunicação por edital.....................................................................................................................
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I. Orientações gerais de comunicação processual

1. O destinatário da citação, da audiência, da oitiva, da notificação e da comunicação de


rejeição de alegações de defesa poderá ser, conforme o caso, a parte, o representante legal ou o
procurador (advogado ou não) regularmente constituído nos autos, com poderes expressos no
mandato para esse fim (art. 18-A da Resolução–TCU 170/2004).
1.1. A parte receberá diretamente a comunicação processual, exceto se tiver representante
legal ou procurador regularmente constituído nos autos.
1.2. A validade da comunicação a representante legal ou a procurador dependerá de prévia
regularização da representação no processo em análise, mesmo que o represente legal ou
procurador represente a mesma parte em outro processo no Tribunal.
1.3. A comunicação ao incapaz será feita na pessoa de seu representante legal (pais, tutor ou
curador, na forma da lei).
1.4. A comunicação às partes enumeradas a seguir será feita na pessoa de seu representante
legal, observado o disposto no art. 75 do Código de Processo Civil:
a) União: Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
b) Estado e Distrito Federal: procuradores desses entes;
c) Município: prefeito ou procurador municipal;
d) Autarquia e fundação de direito público: dirigente designado por lei;
e) Massa falida: administrador judicial;
f) Herança jacente ou vacante: curador;
g) Espólio: inventariante ou administrador provisório;
h) Pessoa jurídica: pessoa designada nos atos constitutivos da empresa ou diretores,
no caso de ausência dessa designação;
i) Sociedade e associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade
jurídica: administrador dos bens;
j) Pessoa jurídica estrangeira: gerente, representante ou administrador de filial,
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
k) Condomínio: administrador ou síndico.
1.5. Encerrado o inventário, com a homologação da partilha de bens, esgota-se a
legitimidade do espólio e finda a representação do inventariante (STJ-REsp 1162398/SP), de
modo que a comunicação deve ser encaminhada aos herdeiros do responsável falecido (art. 18-A,
parágrafo único, inc. II, da Resolução-TCU 170/2004).

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1.6. Nos casos de transformação, fusão, incorporação, extinção ou cisão de pessoa jurídica
de direito privado, a comunicação deve ser encaminhada a:
a) Pessoa jurídica resultante da transformação de outra;
b) Pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em decorrência de cisão de
sociedade;
c) Pessoa jurídica que incorporar outra, ou parcela do patrimônio de sociedade
cindida;
d) Pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante liquidação, ao seu espólio
ou a herdeiros.
1.7. Estando a pessoa jurídica dissolvida em liquidação, a comunicação deve ser
encaminhada à própria pessoa jurídica, em nome do liquidante, a quem compete a representação
e a administração até a extinção da pessoa jurídica.
2. No caso de a parte ser representada por procurador advogado, regularmente constituído
nos autos, a comunicação deve ser dirigida apenas a esse representante (art. 179, §7°, do
RI/TCU).
2.1. A Secex deve verificar se a procuração contém o nome do advogado, seu número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo (art. 105, § 2º, do CPC).
2.2. Antes do cadastramento do advogado no processo, a unidade técnica deve realizar
consulta no sítio eletrônico CNA – Cadastro Nacional de Advogados (http://cna.oab.org.br) para
confirmar a situação regular e o seu endereço profissional.
2.3. Caso o advogado não esteja em situação regular, deverá ser observado o contido no art.
145, § 1º, do RI/TCU, antes de cadastrar o procurador como não advogado.
2.4. A comunicação ao advogado deve ser encaminhada apenas ao endereço profissional
constante da procuração ou a outro expressamente indicado pelo procurador.
2.5. É admissível tanto a procuração de um outorgante para vários mandatários, quanto uma
procuração com vários outorgantes a um ou mais procuradores.
2.6. A Secex deve atentar à situação em que houver alteração do nome da razão social da
pessoa jurídica, uma vez que os poderes anteriormente outorgados aos advogados da pessoa
jurídica deixam de existir, o que implica a necessidade de se juntar aos autos o novo mandato.
3. Quando o destinatário da comunicação for o representante legal ou o procurador, a parte
representada, o número e o objeto do processo a que se refere a comunicação devem ser
especificados no documento enviado.
4. Para identificação ou confirmação do endereço do destinatário, orienta-se a consulta às
seguintes fontes:

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a) Próprios autos, com vistas a identificar, em procurações, em comunicações


anteriores ou em outros documentos juntados, informações sobre o endereço
para o qual deverá ser expedida a comunicação;
b) Base de dados do Sistema CPF/CNPJ, da Secretaria da Receita Federal do
Brasil, disponível no e-TCU;
c) Base de endereços para envio de comunicações mantida pelo e-TCU.
4.1. Adicionalmente, caso a pesquisa indicada acima não resulte na identificação de um
endereço idôneo do destinatário, orienta-se a continuar a pesquisa nas seguintes fontes:
a) Bases de dados custodiadas pelo TCU, por meio da ferramenta DGI Consultas
(deverá ser juntado despacho, mencionando que o endereço foi obtido mediante
consulta à base de dados (informar o nome), custodiada pelo TCU por meio de
acordo de cooperação);
b) Outros processos do Tribunal em que figure o destinatário;
c) Cadastros obtidos em decorrência de acordos e convênios firmados com
companhias de energia, telefonia, departamentos de trânsito, etc;
d) Rede mundial de computadores (Acórdãos 2053/2016-1ªC, rel. Benjamin
Zymler; 6226/2015-1ªC, rel. Benjamin Zymler; 5208/2013-2ªC, rel. JOSÉ
JORGE; 1071/2013-2ªC, rel. Ana Arraes), especialmente os sítios eletrônicos:
i. Telelist.net (Acórdãos 1807/2016-1ªC, rel. Benjamin Zymler; 97/2016-
P, rel. Augusto Nardes; 9397/2015 2ªC, rel. André de Carvalho;
640971/2015-2ªC, rel. Ana Arraes; 3048/2015-2ªC, rel. Vital do Rêgo;
2645/2015-2ªC, rel. Ana Arraes; 556/2014-P, rel. Ana Arraes),
ii. Google (Acórdãos 6401/2015-2ªC, rel. Ana Arraes; 2413/2015-2ª
Câmara, rel. Ana Arraes; 6472/2014-2ªC, rel. Marcos Bemquerer;
1874/2014-P, rel. José Múcio Monteiro) e
iii. Linkedin (Acórdão 4210/2014-2ª Câmara, rel. Ana Arraes).
4.2. Constatada a existência de endereços distintos sem que seja possível confirmar qual
deles é o mais atualizado, a comunicação será encaminhada para os endereços válidos
identificados.
4.3. Caso o responsável não seja localizado no seu endereço residencial, a Secex deve tentar
efetivar a comunicação no endereço profissional do responsável, se conhecido.
4.4. Os comprovantes das pesquisas de endereço realizadas serão juntados aos autos por
meio de documento cadastrado no e-TCU, com o tipo “pesquisa de endereço”.
4.5. Em regra, é suficiente a entrega da comunicação no endereço do destinatário, com aviso
de recebimento, não sendo exigível que o aviso seja assinado pelo próprio destinatário.
(Acórdãos 1946/2014-1ª Câmara, rel. JOSÉ MÚCIO MONTEIRO e 3254/2015-1ª Câmara, rel.

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BENJAMIN ZYMLER; Acórdão 3356/2016-1ª Câmara, rel. BRUNO DANTAS; e Acórdão


6791/2013-2ª Câmara, rel. JOSÉ JORGE).
5. Os ofícios de comunicação processual de citação, audiência, oitiva, rejeição de defesa e
notificação deverão informar que constitui dever das partes, representantes legais e procuradores
indicar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou
profissional onde receberão as notificações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva, nos termos do art. 77, inc. V, do Código de
Processo Civil.

II. Comunicação a advogado (citação e audiência)

6. Para o advogado receber citação, audiência ou oitiva, sendo esta última com base no art.
250, inc. V, do RI/TCU, a procuração juntada aos autos deve outorgar expressamente poderes
especiais para esse fim (Acórdão 1.590/2008-Plenário, rel. BENJAMIN ZYMLER; art. 18-A da
Resolução–TCU 170/2004 e art. 105, caput, do Código de Processo Civil).
6.1. Na ausência de poderes especiais para o advogado receber citação ou audiência, a
comunicação deve ser encaminhada diretamente à parte.
7. O procurador não advogado, regularmente constituído nos autos, somente poderá
receber notificações (isto é, comunicações que não são citação, audiência ou diligência), e
desde que expressamente autorizado pela parte (art. 145, §4º, c/c o art. 179, § 6°, in fine, e § 7°,
ambos do RI/TCU).

III. Comunicação a pessoa jurídica

8. A comunicação à pessoa jurídica será encaminhada para o endereço do estabelecimento


que estiver envolvido com os fatos em apuração.
8.1. Caso haja mais de um estabelecimento de pessoa jurídica envolvido em fatos objeto de
apuração, a comunicação deve ser dirigida à matriz com sede no país, ou a qualquer um dos
estabelecimentos filiais envolvidos.
8.2. A matriz poderá indicar um estabelecimento, localizado no país, para o qual devem ser
encaminhadas as comunicações, dentre aqueles envolvidos.
9. Caso a comunicação à pessoa jurídica não seja efetivada com o retorno do aviso de
recebimento, a unidade técnica encaminhará o ofício de comunicação ao endereço do
representante legal da pessoa jurídica.
9.1. Na situação prevista neste item 9, não havendo o comparecimento espontâneo do seu
representante legal, nos termos do art. 179, §4º, do RI/TCU, a unidade técnica deve utilizar o
edital (art. 179, inc. III, do RI/TCU; art. 3º, inc. IV, da Resolução-TCU 170/2004), observadas as
orientações da Seção XVI deste Anexo.
10. As diligências ao Banco do Brasil ou à Caixa Econômica Federal para obter cópia de
extrato bancário de contas vinculadas a convênios, contratos de repasse ou instrumentos
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congêneres devem ser encaminhadas à Superintendência estadual responsável pela agência


bancária que cuida da respectiva conta vinculada.
11. A comunicação à empresa estrangeira será realizada na pessoa do gerente, representante
ou administrador de sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no
Brasil, independentemente de procuração ou de disposição contratual ou estatutária (Lei
12.529/2011, art. 2º, §2º).
12. Na hipótese em que a empresa estiver com a situação baixada na inscrição do CNPJ, a
unidade técnica deve verificar o motivo da baixa, que pode ocorrer por diversos motivos,
conforme normativo específico da Receita Federal do Brasil (RFB) que regulamenta esse
cadastro.
12.1. A situação de inscrição baixada no CNPJ por ter sido declarada “inapta” não impede a
efetivação da comunicação à empresa.

IV. Comunicação a sociedade de advogados

13. Se o procurador integrar sociedade de advogados, a procuração deve conter o


nome, número de registro na OAB e endereço completo dessa sociedade (art. 105, §3°, Código
de Processo Civil).
14. O advogado regularmente constituído poderá requerer que, na notificação a ele dirigida,
figure apenas o nome da sociedade a que pertença, desde que a mesma seja registrada na OAB
(art. 272, §1°, Código de Processo Civil).
14.1. No caso de o advogado requerer que, na notificação a ele dirigida, figure apenas o nome
da sociedade a que pertença, a unidade técnica deverá fazer constar nos ofícios de notificação os
nomes das partes e o nome da sociedade, com o respectivo número de inscrição na OAB, sob
pena de nulidade da comunicação (art. 272, §§ 1º e 2°, Código de Processo Civil).
14.2. A opção para que a comunicação seja encaminhada apenas à sociedade de advogados
não implica que sócio ou associado não constante da procuração possa atuar no processo em
questão.

V. Comunicação no caso de uma procuração com vários procuradores

15. Caso exista mais de um procurador formalmente constituído nos autos, as comunicações
processuais devem ser encaminhadas a apenas um deles, observando-se a seguinte ordem:
a) o procurador indicado pela parte, nos termos do art. 145, § 4º do RI/TCU;
b) o procurador que, mesmo não havendo indicação formal da parte para quem
serão feitas as notificações, já tenha atuado no processo;
c) o procurador que tenha atuado por último, caso mais de um procurador já tenha
atuado no processo.

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15.1. Nessa hipótese, orienta-se a unidade técnica a inserir comentário na aba própria do e-
TCU com a indicação do nome do procurador para quem devem ser encaminhadas as
comunicações.

VI. Comunicação a procurador quando houver substabelecimento

16. Antes de encaminhar comunicação a procurador que substabeleceu seus poderes a outro
mandatário, a unidade técnica deve verificar se o substabelecimento se deu com ou sem reserva
de poderes.
16.1. No caso do substabelecimento com “reserva de poderes”, os poderes serão transferidos
ao substabelecido, mas o procurador não perde os poderes contemplados na “reserva de
poderes”. Nesse caso, a comunicação será encaminhada ao procurador com poderes para recebê-
la.
16.2. No caso do substabelecimento "sem reserva de poderes", os poderes que o procurador
recebeu do mandante por procuração serão total e definitivamente transferidos ao substabelecido,
de modo que essa espécie de substabelecimento tem efeito de renúncia ao mandato. Assim, a
comunicação será encaminhada ao substabelecido.
16.3. No caso de múltiplos mandatários, se o que substabelecer sem reservas tiver sido
indicado ou tomado como destinatário das comunicações, as novas correspondências serão
destinadas ao novo substabelecido.
17. A omissão na procuração quanto à possibilidade de substabelecimento não impede que
o mandatário substabeleça.

VII. Comunicação em caso de renúncia de advogado

18. No caso de renúncia do mandatário, a comunicação processual deverá observar os


seguintes procedimentos em consonância com o que prescreve a Portaria-TCU 305/2009 e o art.
112 do Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente neste Tribunal (art. 298 do
RI/TCU):
Art. 112.  O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,
provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao mandante, a fim
de que este nomeie sucessor.
§1o Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a representar
o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo.
§2o Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração tiver
sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da
renúncia.
18.1. Cabe ao mandatário juntar aos autos prova inequívoca de que o mandante tomou ciência
da sua renúncia.

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18.2. Durante o transcurso do prazo de 10 dias a que faz jus a parte para substituir o
procurador, somente em caso de urgência inadiável a comunicação será dirigida ao procurador
que tenha formalmente noticiado sua renúncia à parte e ao Tribunal.
18.3. Findo o prazo mencionado no item anterior, inexistindo outro advogado nomeado nos
autos, a comunicação deverá ser remetida diretamente à parte.

VIII. Comunicação quando houver mais de uma procuração válida do mesmo mandante no
processo

19. No caso de haver nos autos mais de uma procuração válida do mesmo mandante, a
unidade técnica observará o seguinte procedimento:
a) caso a nova procuração tenha sido outorgada sem reserva de poderes conferidos
ao procurador nomeado em procuração anterior, considera-se a procuração
anterior revogada (revogação tácita), e a comunicação deverá ser encaminhada
ao procurador nomeado na procuração mais recente;
b) caso a nova procuração tenha sido outorgada com reserva de poderes ao
procurador nomeado em procuração anterior, a unidade técnica adotará as regras
da Seção V deste Anexo para definir para qual procurador será encaminhada a
comunicação.

IX. Comunicação a procurador sem procuração nos autos

20. A comunicação não deve ser encaminhada a suposto procurador que não tiver
procuração juntada aos autos, ainda que exista uma procuração genérica outorgada pelo mesmo
responsável juntada em outro processo, tendo em vista o disposto no §7º do art. 179 do RI/TCU.
20.1. Cabe ao advogado apresentar procuração para ser juntada aos autos em que atua, a fim
de que sua condição de procurador legal da parte seja reconhecida, e as comunicações
processuais sejam a ele dirigidas, não sendo cabível a alegação de existência de procuração
genérica em processo diverso. (Acórdão 3.614/2016- 2ª Câmara, rel. VITAL DO RÊGO).

X. Comunicação a procurador constituído na fase interna da TCE

21. A procuração juntada na fase interna da Tomada de Contas Especial (TCE) pode ser
reconhecida como válida e eficaz em processo autuado neste Tribunal apenas quando conferir
poderes para o advogado atuar também no TCU.
21.1. A procuração que restringir a representação ao processo em curso no órgão instaurador
não tem eficácia no âmbito do TCU.
21.2. Caso reste dúvida quanto à continuidade da representação, a unidade técnica deverá
entrar em contato com a parte ou com o(s) procurador(es) para verificar se permanece a
representação, ou adotar (com autorização do relator, ou por delegação de competência) o

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procedimento disposto no art. 145, §1º, do RI/TCU, juntando aos autos despacho com o registro
dos procedimentos adotados e das informações recebidas.

XI. Comunicação a procurador em processo decorrente de conversão em TCE ou de


monitoramento

22. No caso de conversão de processo em TCE, nos termos do art. 41 da Resolução-TCU


259/2014, ou de autuação de processo de monitoramento, as comunicações deverão ser
encaminhadas ao procurador do processo originador, o qual deverá ser cadastrado como
representante da parte no novo processo, salvo disposição expressa em sentido contrário
constante do próprio instrumento, ou se os termos da procuração obstarem o exercício da
representação no processo convertido ou de monitoramento.
22.1. Caso reste dúvida quanto à continuidade da representação, a unidade técnica deverá
entrar em contato com a parte ou com o(s) procurador(es) para verificar se permanece a
representação, ou adotar (com autorização do relator, ou por delegação de competência) o
procedimento disposto no art. 145, §1º, do RI/TCU, juntado aos autos despacho com o registro
dos procedimentos adotados e das informações recebidas.

XII. Comunicação a defensoria pública

23. A comunicação à defensoria pública deverá ser feita na pessoa do defensor público que
tenha atuado nos autos, no endereço da sua unidade de lotação.
23.1. Caso a entrega reste frustrada, a comunicação deverá ser reencaminhada ao defensor
público geral, não se aplicando a hipótese de edital.
23.2. A comunicação encaminhada ao defensor público deve estar acompanhada de cópia em
mídia dos autos ou informar o link para acesso eletrônico remoto, exceto no caso em que o
defensor público já estiver habilitado para uso da Vista Eletrônica do processo.
23.3. A requerimento da defensoria pública, a unidade técnica fará a notificação pessoal da
parte quando o ato processual depender de providência ou informação que somente por ela possa
ser realizada ou prestada.
23.4. Para a contagem de prazo, a unidade técnica deve observar que a Defensoria Pública
tem prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais, nos termos do art.186 do
Código de Processo Civil, art. 5º, §5º, da Lei nº 1.060/1950 e art. 44, inc. I, da Lei
Complementar nº 80/1994.

XIII. Comunicação a município

24. A comunicação a ser enviada ao município será feita na pessoa do prefeito ou, caso
exista registro no Tribunal, ao procurador-geral do município.

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24.1. A comunicação ao procurador-geral do município independe de indicação expressa do


nome do atual ocupante desse cargo, sendo dispensável, assim, apresentação de Decreto/Portaria
de nomeação ou de procuração (STF - PG/STF-75554/03).
24.2. A comunicação a advogado contratado pelo município dependerá de procuração juntada
aos autos, outorgada pelo representante legal do município.

XIV. Comunicação a procurador advogado ou a representante legal devolvida pelos


Correios

25. Caso a tentativa de comunicação a representante legal ou a procurador reste frustrada, a


unidade técnica deverá certificar-se de que tal pessoa ainda representa a parte e que o endereço
da comunicação está correto e completo.
25.1. Tal procedimento pode ser realizado por meio de ligação telefônica e/ou mensagem
eletrônica (e-mail institucional) para o advogado ou representante legal. Caso o advogado (ou
representante legal) ainda represente a parte, a comunicação processual deve ser reenviada para o
endereço informado.
25.2. Em qualquer caso, as informações obtidas, bem como a forma de obtenção devem ser
registradas no processo, por meio de despacho a ser inserido como peça.
25.3. Caso reste frustrada novamente a entrega da comunicação no endereço confirmado, a
unidade técnica adotará (após autorização do relator, ou por delegação de competência) o
procedimento disposto no art. 145, §1º, do RI/TCU.

XV. Comunicação a procurador não advogado devolvida pelos Correios

26. Caso a tentativa de comunicação de procurador não advogado reste frustrada, deve ser
feita tentativa de comunicação diretamente à parte, antes de ser adotada a via do edital.
26.1. Previamente à tentativa de comunicação à parte, a unidade técnica deverá adotar os
mesmos procedimentos previstos na seção anterior para confirmar se o procurador não advogado
ainda representa a parte.

XVI. Comunicação por edital

27. O meio de comunicação por edital deve ser utilizado quando o seu destinatário não for
localizado, nas hipóteses em que seja necessário o exercício de defesa (art. 179, inc. III, do
RI/TCU; art. 3º, inc. IV, da Resolução–TCU 170/2004).
28. As hipóteses de exercício do direito de defesa incluem a citação, a audiência, a oitiva, e
os demais atos processuais que resultem em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao
exercício de direitos e atividades, exceto nas hipóteses de determinação a órgãos e entidades
públicas.

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28.1. Persistindo a dúvida quanto à hipótese de exercício do direito de defesa, para fins de
publicação do edital, a questão deve ser submetida à apreciação do relator.
29. Considera-se não localizado o destinatário que estiver em lugar ignorado, incerto ou
inacessível, ou quando os Correios devolverem a correspondência com a informação de
“recusado”, “não procurado” ou “ausente”.
29.1. Esclarece-se que, segundo informações prestadas pelos Correios (Acórdão 2436/2013-
Plenário, rel. AROLDO CEDRAZ), a situação “não procurado” ocorre após esgotado o prazo
determinado pelos Correios para que o remetente retire a comunicação na agência dos Correios
mais próxima do endereço do destino, tendo havido antes três tentativas frustradas de entrega,
pela ausência do destinatário, e aviso emitido pela agência ao destinatário, solicitando seu
comparecimento para retirada da comunicação.
29.2. Na hipótese de o AR retornar dos Correios com a observação “não procurado” ou
“ausente” (verificando-se três tentativas de entrega pelos Correios em horários diversos), a
unidade remetente deve avaliar a conveniência de encaminhá-la por servidor designado, antes de
optar pela publicação de edital.
29.3. Na hipótese de o AR retornar dos Correios com a observação “mudou-se”,
“desconhecido”, "endereço inexistente ou insuficiente" e “outras”, a unidade remetente deve
renovar a consulta prevista no §1º do art. 4º da Resolução–TCU 170/2004, observando o
disposto no item 4 e subitens deste Anexo, e, conforme o caso, enviar a comunicação para o
novo endereço identificado ou adotar as providências para a publicação de edital.
29.4. Na hipótese de os Correios informarem que o responsável destinatário é falecido, a
unidade remetente deve confirmar essa informação, se necessário junto ao juízo competente da
comarca do último domicílio do gestor falecido, e encaminhar a comunicação para o
administrador provisório do espólio, o inventariante ou os sucessores, conforme o caso, nos
termos do parágrafo único do art. 18-A da Resolução–TCU 170/2004.
30. Para a publicação do edital devem ser observadas as seguintes orientações:
a) O edital deve ser publicado sempre em nome da parte, ainda que esta seja
representada por representante legal e/ou por procurador (advogado ou não);
b) Caso a parte tenha procurador, o edital deve declarar essa condição, após a
qualificação da parte e do representante legal, se houver, mediante o acréscimo
de expressão similar a “representado por fulano de tal (advogado, OAB xxx-UF,
ou CPF número);
c) Caso a parte tenha representante legal (diferente de procurador), o edital deve
declarar essa condição, após a qualificação da parte, mediante o acréscimo de
expressão similar a “representado legalmente por fulano de tal (CPF número) ”;
d) O edital será específico por processo, abrangendo todas as partes que devam ser
comunicadas por esse meio;

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e) O edital deve contemplar todas as informações necessárias à compreensão, pela


parte, do objetivo da comunicação processual, com todos os alertas
imprescindíveis à regularidade processual e dados suficientes para que a parte
possa obter informações mais detalhadas;
f) O edital de notificação de contas julgadas irregulares com débito e/ou de
aplicação de multa deve conter a informação de que o não pagamento ensejará
inclusão do nome do responsável no CADIN e a execução judicial perante o
competente Juízo da Justiça Federal;
g) Nos editais a serem publicados no Diário Oficial da União, podem ser resumidas
as informações referentes às irregularidades atribuídas ao responsável e
suprimidas as listas de valores históricos de débitos, desde que seja indicado o
valor total da dívida atualizada monetariamente e a data da atualização, caso em
que deverá constar orientação de que informações detalhadas acerca das
irregularidades e dos valores históricos do débito com as datas de ocorrência
podem ser obtidas pelo responsável na unidade técnica encarregada da instrução
do processo;
h) O edital para publicação em órgão oficial deve incluir a expressão “publicado
por força do disposto no art. 22, inciso III, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de
1992”.
i) O edital deve ser objetivo e direto, de modo a que se minimizem os custos de
publicação.
31. As unidades técnicas devem utilizar os modelos de comunicação processual elaborados
pela Segecex, que podem ser acessados por meio do módulo de Comunicações do e-TCU ou
consultados no Portal TCU.

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