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1º semestre de 2021
1 Introdução
3 Dependência Linear
5 Referências
1 Introdução
Noção Intuitiva de Vetores
3 Dependência Linear
5 Referências
Existem grandezas que são caracterizadas por um número (e a unidade correspondente). Por
exemplo: 5 km de comprimento, 1.000 m2 de área, 1 dm3 de volume, 11 kg de massa. Essas são
denominadas grandezas escalares. Entretanto, há grandezas em que somente um número não as
descreve por completo. Por exemplo, para caracterizarmos uma força ou uma velocidade, temos de
informar a direção, o sentido e a intensidade (ou módulo), como mostram as figuras abaixo:
- nesses exemplos as flechas nos dão ideia exata das grandezas mencionadas. Essas são chamadas
grandezas vetoriais.
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3 Dependência Linear
5 Referências
o segmento orientado representado tem orientação de A para B. Não necessitamos da flecha toda para
os nossos objetivos; bastam os pontos A e B, e a ordem: primeiro A e depois B. Formalmente, temos:
Definição
Dizemos que os segmentos orientados (A, B) e (C, D) têm o mesmo comprimento se os segmentos
geométricos AB e CD têm o mesmo comprimento.
Definição
Suponha (A, B) e (C, D) não nulos. Então dizemos que (A, B) e (C, D) têm a mesma direção se
AB//CD (aqui está incluso o caso em que as retas suportes coincidem). Nesse caso dizemos que (A, B)
e (C, D) são paralelos.
Definição
Suponha que (A, B) e (C, D) têm a mesma direção. Então
Geometricamente, vetores são representados por segmentos orientados (no plano ou no espaço). A
ponta da seta do segmento orientado é chamada ponto final ou extremidade e o outro ponto extremo é
chamado de ponto inicial ou origem do segmento orientado.
Então,
◦ Segmentos orientados com mesma direção, mesmo sentido e mesmo comprimento representam o
mesmo vetor.
◦ A direção, o sentido e o comprimento do vetor são definidos como sendo a direção, o sentido e o
comprimento de qualquer um dos segmentos orientados que o representam.
Na figura abaixo temos cinco segmentos orientados, com origens em pontos distintos, que
representam o mesmo vetor, isto é, são considerados como vetores iguais, pois têm a mesma direção,
mesmo sentido e mesmo comprimento.
As operações com vetores podem ser definidas utilizando um sistema de coordenadas cartesianas
ou retangulares.
Seja ~
v um vetor no plano. Definimos as componentes de ~
v como sendo as coordenadas (v1 , v2 ) do
ponto final do representante de ~
v que tem ponto inicial na origem. Vamos identificar o vetor com as suas
componentes e vamos escrever simplesmente
~
v = (v1 , v2 ).
Nota. As coordenadas de um ponto P são iguais às componentes do vetor OP, ~ que vai da origem do
~
sistema de coordenadas ao ponto P. Em particular, o vetor nulo, 0 = (0, 0).
~ ~ = (v1 + w1 , v2 + w2 ).
v +w
(A2) (associatividade) ~
u + (~ ~ ) = (~
v +w u +~ ~
v) + w
Lembre-se que todo representante do vetor nulo tem origem e extremidade coincidentes. Assim,
~ + BB
u + ~0 = AB
~ ~ = AB
~ =~
u.
v = ~0, então α~
(a) Se α = 0 ou ~ v = ~0 (por definição).
v 6= ~0, então α~
(b) Se α 6= 0 e ~ v é caracterizado por
α~
v = (αv1 , αv2 ).
Sejam ~
u, ~
v vetores quaisquer do plano, e α, β números reais quaisquer. São válidas as seguintes
propriedades:
(M1) α(~
u +~
v ) = α~
u + α~
v
(M2) (α + β)~
v = α~
v + β~
v;
(M3) 1.~
v =~
v;
(M4) α(β~
v ) = (αβ)~
v = β(α~
v ).
Algumas Observações
~
v 1
Observação. Se α ∈ R com α 6= 0, significa ~v.
α α
Observação. O cálculo com vetores, ao menos no que tange às duas operações definidas até agora,
segue as mesmas regras do cálculo algébrico elementar. Isso se deve ao fato de que as oito propriedades
(A1) − (A4) e (M1) − (M4) são satisfeitas tanto por vetores como por números reais. A tı́tulo de
ilustração, note que somando aos dois lados da igualdade ~a + ~
b = ~c o vetor oposto do vetor ~a, e
aplicando as propriedades (A1), (A4), (A2) e (A3), chega-se a ~ b = ~c − ~a; logo, vale para os vetores a
regra “pode-se transpor um termo de um lado para outro da igualdade, desde que se troque seu sinal”, tão
conhecida para os números reais.
Assim, ∀P ∈ R2 , ∀~
v ∈ V 2: P + ~
v =Q ⇔ ~ =~
PQ ~ = Q.
v , de onde P + PQ
Observação. O vetor é “livre”, ele não tem posição fixa, ao contrário do ponto e do segmento orientado.
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Caracterização Algébrica
Caracterização Geométrica
5 Referências
Caracterização Algébrica
~
u = α1 v~1 + α2 v~2 + · · · + αn v~n .
Se ~
u é combinação linear dos vetores v~1 , v~2 , . . . , v~n diz-se também que ~
u é gerado pelos vetores
v~1 , v~2 , . . . , v~n .
Exemplo. O vetor ~
v = (2, 3) pode ser escrito como combinação linear de v~1 = (1, 0) e v~2 = (1, 1),
a saber,
~
v = −v~1 + 3v~2 .
Para encontrarmos os valores α1 = −1 e α2 = 3 dos coeficientes escrevemos
~
v = α1 v~1 + α2 v~2 ⇔ (2, 3) = α1 (1, 0) + α2 (1, 1) ⇔ (2, 3) = (α1 + α2 , α2 ),
Exemplo. Todo vetor ~a = (a1 , a2 ) de R2 pode ser escrito como combinação linear dos vetores
~i = (1, 0), ~j = (0, 1).
De fato,
~a = (a1 , a2 ) = a1 (1, 0) + a2 (0, 1) = a1~i + a2~j.
Exemplo. O vetor nulo é combinação linear de v~1 , v~2 , . . . , v~n quaisquer que sejam estes vetores. De
fato, sempre é possı́vel escolher α1 = α2 = · · · = αn = 0, e teremos
~0 = 0v~1 + 0v~2 + · · · + 0v~n .
Pergunta: Existe outra combinação linear de v~1 , v~2 , . . . , v~n (isto é, em que os coeficientes não sejam
todos nulos) que seja também igual a ~0? Conforme veremos mais adiante, isso depende exclusivamente
de ser linearmente independente (LI) ou linearmente dependente (LD) o conjunto {v~1 , v~2 , . . . , v~n }.
Equivalentemente, tem-se:
Proposição (1)
Três ou mais vetores em R2 são sempre LD pois, nestes casos, o problema de verificar se eles são ou não
LD leva a um sistema linear homogêneo com mais incógnitas do que equações, o qual tem sempre
solução não trivial.
Proposição (2)
O conjunto {~ v } de dois vetores de R2 é LD se, e somente se, existe α real tal que ~
u, ~ u = α~
v ou existe β
real tal que ~
v = β~
u . Além disso, se ~ v são diferentes de ~0, existem ambos, α 6= 0, β 6= 0, tais que
u e~
α = 1/β.
Proposição (3)
~
x = α~
u + β~
v.
Caracterização Geométrica
Definição
u = ~0. Se ~
u } de um único vetor de R2 é LD se ~
I. O conjunto {~ u 6= ~0, o conjunto {~
u } é LI.
III. Qualquer conjunto de vetores de R2 com três ou mais elementos é sempre LD.
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5 Referências
Definição
Se ~ ~ = (w1 , w2 ), então o produto escalar ~
v = (v1 , v2 ) e w ~ entre esses dois vetores é dado por
v ·w
~ ~ = v1 w1 + v2 w2 .
v ·w
~ ~ = 0.2 + 1.2 = 2.
v ·w
Teorema
Sejam ~
u, ~ ~ vetores e α um escalar. São válidas as seguintes propriedades:
v ew
(a) (comutatividade) ~
u ·~
v =~
v ·~
u;
(b) (distributividade) ~
u · (~ ~) = ~
v +w u ·~
v +~ ~;
u·w
(d) ~
v ·~
v ≥ 0 para todo ~
v, e ~
v ·~ v = ~0.
v = 0 se, e somente se, ~
Teorema
Seja ~
v um vetor e α um escalar. Então
a. k~ v = ~0
v k = 0 se, e somente se, ~
b. kα~
v k = |α|k~
vk
d(~ ~ ) = k~
v, w ~ k.
v −w
~
Nota. A distância entre dois pontos P e Q é igual à norma do vetor PQ.
O ângulo entre dois vetores não nulos ~ ~ é definido pelo ângulo θ determinado por ~
v ew ~ que
v ew
satisfaz 0 ≤ θ ≤ π quando eles estão representados com a mesma origem:
Quando o ângulo θ entre dois vetores ~ ~ é reto (θ = π/2), ou um deles é o vetor nulo, dizemos
v ew
que os vetores ~ ~ são ortogonais ou perpendiculares entre si.
v ew
Podemos usar o produto escalar para determinar o ângulo entre dois vetores não nulos ~ ~. O
v ew
cosseno do ângulo entre ~ ~ é dado por
v ew
~
v ·w~
cos θ = .
k~ ~k
v kkw
Note que
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5 Referências
Referências
[1] David Poole, ”Álgebra Linear”. Cengage Learning, 5ª reimpressão da 1ª ed. de 2004, 2012.
[2] Paulo Boulos e Ivan de Camargo, “Geometria Analı́tica - Um Tratamento Vetorial”. 3ª ed., Pearson, São
Paulo, 2005.
[3] Reginaldo J. Santos, “Um Curso de Geometria Analı́tica e Álgebra Linear”. Imprensa Universitária da
UFMG, Belo Horizonte, 2012.